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As Primeiras Civilizações e a Escrita

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As primeiras civilizações e o uso da escrita
Conhecer a formação das primeiras civilizações que deram origem à civilização ocidental e o início da educação formal.
As primeiras civilizações surgiram por volta do quarto milênio a.C. no norte da África e na Ásia (Oriente Próximo, Oriente Médio e Extremo Oriente). Pelo fato de que nossa civilização é predominantemente ocidental, estudaremos as primeiras civilizações do Norte da África (Egito); do Oriente Próximo (Fenícia) e do Oriente Médio (Palestina e Mesopotâmia). Apesar das diferenças existentes entre essas civilizações, como nosso objetivo é a educação, deixaremos de lado as suas particularidades e priorizaremos o que elas possuíam em comum.
Ao contrário das sociedades tribais, essas primeiras civilizações da Antiguidade eram divididas em estratos sociais, a terra não pertencia mais a todos, vigorava a propriedade privada da terra. A sociedade passou a ser organizada na forma de Estado, com uma administração burocrática, que controlava a arrecadação de impostos e a produção agrícola, que por sua vez contratava trabalhadores públicos e mão de obra braçal para a construção de canais, diques, represas, templos, palácios e túmulos. A política passou a ser centralizada por um governante, no caso um rei, um imperador ou faraó, com o apoio de uma minoria privilegiada ligada à administração dos negócios públicos, à produção econômica e à religião.
Para que tais feitos ocorressem, foi necessário um corpo administrativo formado por uma elite organizadora composta de escribas e sacerdotes, que regulamentava todos os fatos cotidianos enquanto a população cuidava da produção. Esse modelo é conhecido como modo de produção asiático.
Embora houvesse diferenças marcantes entre essas civilizações, todas elas desenvolveram governos déspotas e de caráter teocrático, concedendo um poder absoluto ao rei ou imperador, sustentando a crença em sua divindade. Esse caráter despótico e teocrático dessas formas de organização política as torna tradicionalistas, apegadas ao passado e resistentes às mudanças:
Nas civilizações orientais não existem propostas exclusivamente pedagógicas, mas as preocupações com a educação permeiam os livros sagrados, oferecendo regras ideais de conduta e orientação para o adequado enquadramento das pessoas nos rígidos sistemas religiosos e morais que obedecem às também rígidas divisões sociais.
Nessas civilizações, o saber ganha um caráter sagrado, a educação passa a se preocupar com a transmissão dos valores de uma elite privilegiada que controla o Estado e se ocupa em ensinar os valores, as regras de conduta e as orientações religiosas para a manutenção dos costumes. Não havia uma reflexão acerca das práticas educativas, o ensino era tradicionalista, funcionando como uma mera transmissão de saberes, técnicas, crenças e valores morais.
Uma característica comum a essas civilizações é a existência da escrita. Tal fato não deve ser dissociado do aparecimento do Estado, que necessitava ter funcionários capazes de ocupar funções administrativas e legais, cujo registro se torna imprescindível.
Na civilização egípcia, as primeiras marcas da escrita aparecem nos hieróglifos (escrita sagrada), e inicialmente são pictografadas, ou seja, representadas por figuras compostas por cerca de 600 símbolos. Tal escrita é conhecida e utilizada pelos escribas que exerciam funções para o Estado e que, portanto, gozavam de uma condição social privilegiada.
O acesso à escrita era restrito à elite privilegiada, assim como toda forma de educação formal, ou seja, ministrada em um local determinado, com um conteúdo definido e por uma pessoa especializada em educar – foi o surgimento da escola. E com a escola surgiu, também, o dualismo educacional, ou seja, ao contrário das sociedades tribais, sem Estado, nas primeiras civilizações a elite possuiu acesso a uma educação formal, enquanto aqueles que não pertenciam à elite aprenderam apenas uma atividade com a família. É lógico que se tratou de uma elite privilegiada e masculina, pois por muito tempo as mulheres foram excluídas da educação formal. Os estratos sociais menos privilegiados, como foi o caso dos artesãos, dos comerciantes e lavradores, educaram os seus filhos no ambiente familiar.
Nas primeiras civilizações, portanto, a divisão educativa passou a ser paralela à divisão do trabalho, a educação apareceu nitidamente articulada segundo modelos de classe e de religião. A elite, proprietária das terras e dos escravos, que se dedicou às funções políticas, administrativas e religiosas, possuíam locais de aprendizagem específicos. O processo educativo foi cada vez mais definido pela linguagem. Por outro lado, os indivíduos que não pertenciam à elite dedicavam-se aos trabalhos manuais, passaram por um processo educativo no qual a base era a imitação participante de uma atividade. Em outras palavras, para esses elementos, a educação foi o aprendizado de uma técnica no ambiente familiar; por exemplo, o filho de um ferreiro aprendia com o pai, auxiliando-o nas tarefas diárias a produzir objetos de ferro.
Assim sendo, vemos que a educação, nesse contexto, ao contrário de ser um instrumento de promoção da igualdade, de justiça social e de inclusão, era um fator de distinção social. Partindo do princípio de que saber é poder, os estratos sociais dominantes – as elites – reservavam para si o conhecimento da palavra escrita como forma de se diferenciarem do resto da população que tinha acesso apenas ao aprendizado de uma tarefa cotidiana. Somente a partir do século XVIII, no Iluminismo, como veremos adiante, surgiu a ideia da educação como instrumento de inclusão social e um direito fundamental do ser humano e do cidadão.

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