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Strongiloidose •Parasitose emergente •Importante causa da morbilidade e mortalidade, principalmente em indivíduos imunossuprimidos •A severidade desta doença está relacionada com o desenvolvimento do ciclo de autoinfecção interna •Presente em áreas tropicais e subtropicais •Agente etiológico: Strongyloides stercoralis •Filo: Aschelminthes •Classe: nematoda •Família: Strongyloididae •Gênero: Strongyloides •Estrongoloidíase, Estrongiloidose ou Anguilulose •Super família: Rhabdiasoidea •Gênero: Strongyloides •Espécie: Strongyloides stercoralis •Parasitose cosmopolita com distribuição semelhante à do Amarelã e baixa prevalência (taxas geralmente inferiores a 10%) Formas Evolutivas •Adultos: fêmea partenogenética (não precisa de macho para fecundar seus ovos, única dentro do organismo humano) machos de vida livre e fêmeas de vida livre •Ovos •Larvas: rabditoides e filarioides Morfologia •Fêmea Partenogenética (5anos) -Única forma parasitária adulta, duodeno (glândulas de Lieberkuhn), jejuno (porção superior) -Mede 2,5 mm, cauda afilada e esôfago filarióide (25% comprimento -Elimina o ovo já larvado (ovovivípara), 30 a 40 ovos por dia •Macho de vida livre -Mede: 0,7mm, esôfago rabditóide e extremidade posterior curvada ventralmente -Encontrado no solo ou em fezes envelhecidas (no meio externo) •Fêmea de vida livre -Mede 1mm, esôfago rabditóide e causa afilada -Encontrado no solo ou em fezes envelhecidas (no meio externo) •Larvas rabditóides -Mede 200 a 300 micrometros de comprimento e 14 a 16 micrometros de largura -Esôfago rabditoide: curto com istmo (área estreita) e bulbo (área dilatada) -Primordio genital nítido -Cauda afilada •Larva Filarióides L3: infectante -Mede 500 micrometros de comprimento por 10micrometros de largura -Esôfago filariforme: longo (quase metade do comprimento) -Cauda bifurcada (duas pontas) Fêmeas Partenogenéticas •Habitat: mucosa intestinal (duodeno-jejunal) onde instalam-se na intimidade da mucosa, alimentando-se, movendo-se e ai desovando •Já embrionados: liberam larvas rabditóides que se dirigem pra luz intestinal, misturando-se ao bolo alimentar e as fezes (onde são eliminadas, de forma a possibilitar a sua identificação através da coproscopia •Em fezes recém-emitidas, podemos encontrar larvas rabditoides e, só excepcionalmente, os ovos de Strongyloides stercoralis •Esfôfago filariforme (longo e cilíndrico) e termina no ânus •Tem na extremidade posterior o aparelho genital, cujo útero observa-se uma única fileira de ovos transparentes e de casca fina •Ovivíparas (seus ovos expulsos são larvados) e a oviposição ocorre principalmente ao nível das criptas da mucosa intestinal Ciclo Evolutivo •Há dois ciclos: direto (=homogêneo ou partenogenético) e indireto (=heterogêneo ou sexuado) •Direto: fêmea partenogenética no seu habitat → ovos (eclosão na mucosa) → larvas rabditóides nas fezes → larvas filarióides no solo → contaminação e fêmea partenogenética vai para intestino delgado (ciclo se repete) •Indireto: fêmea partenogenética no seu habitat → ovos (eclosão na mucosa) → larvas rabditóides nas fezes → larva rabdtidóide no solo → adultos estercorais de vida livre → ovos (no solo) → larva rabditóide (no solo) → larva filarioide (no solo) → contaminação e fêmea partenogenética vai para o intestino delgado (ciclo se repete) •Larvas filarioides fazem penetração “per- curtem” (penetração ativa) •Ocorre heteroinfecção ou auto infecção externa (via mucosa perineal ou perianal) •Apresenta ciclo de Loss, porque as larvas invadem a circulação venosa, e posteriormente instala-se na mucosa intestinal Transmissão •Heteroinfecção: L3 penetram através da pele (interdigitais), ocasionalmente mucosa (boca ou faringe) e percutem semelhante à fam. Ancylostomidae •Autoinfecção Externa: Larvas rabditóides na região perianal se transforma em filariódes infectantes e vai penetrando completando o ciclo direto •Autoinfecção interna: -Larvas rabditóides na luz intestinal transforma em L3 que penetram na mucosa intestinal (íleo e colon) -Responsável pela cronicidade -Raro, podendo encontrar a fêmea Partenogenética nos pulmões em indivíduos com constipação intestinal -Pode provocar aumento no número de parasitos no intestino e pulmões (larvas) -> fenômeno de Hiperinfecção ou disseminada, fatais em imunodeprimidos Patogenia •As lesões derivadas do S stercoralis variam de acordo com: -Sua migração durante ciclo pulmonar -Via de penetração da larva L3 no organismo -Permanência e multiplicação na mucosa intestinal ou localizações ectópicas •As lesões são: cutâneas, pulmonares e intestinais, mas também podem ser ectópicas (típicas de pacientes imunocomprometidos como portadores de HIV) •Assintomáticos: portadores de pequeno número de parasitos •Formas graves, às vezes fatais, relacionadas com: -Fatores extrínsecos: carga parasitária adquirida -Fatores intrínsecos: subalimentação com carência de proteínas, vômitos e diarréias, facilitando a autoinfecção, infecções parasitárias e bacteriana associadas, comprometimento da resposta imunitário natural ou adquirida •Principais ações: mecânica, traumática, irritativa, tóxica e antigênica, decorrentes da presença não só das fêmeas partenogenéticas, mas também das larvas e dos ovos •Estas ações podem ser estudas acompanhando as suas localizações no hospedeiro humano •Lesões cutâneas: -Discretas -Locais de penetração (pele e mucosas) -Torno das Larvas Mortas -Reação de Hipersensibilidade nos cados de reinfecção: edena/eritema/prurido/pápulas hemorrágicas e urticárias -“Larva Currens” migração no tecido subcutâneo das larvas filarioides •Lesões pulmonares: -Decorrentes das larvas filarioides ou fêmeas partenogênicas -Hemorragia produzida pela travessia das larvas dos capilares para alvéolos -Tosse com ou sem expectoração/febre/crise asmática (larvas ou fêmeas partenogenéticas) -Larvas retidas pela secreção originam as fêmeas, pondo ovos (larvas) •Lesões intestinais -Raramente ultrapassam a Muscularis mucosae -A fêmea é aprisionada pelas células epitelióides e após removidas pelos polimorfonucleares -A presença da fêmea partenogenética, dos ovos e larvas no intestino delgado ou grosso podem determinar em ordem crescente de gravidade •Enterite catarral -Reação inflamatória leve, acúmulo de células -Aumento de secreção de muco -Procwssi reversível •Enterite edematosa (Síndrome da Má absorção) -Parede intestinal com parasitas -Edema de submucosa -Desaparecimento do relevo mucoso -Processo reversível •Enterite Ulcerosa -Grande quantidade de parasitos -Reação inflamatória intensa -Ulcerações com invasão bacteriana -Substituição por tecido FIBRÓTICO, determinando RIGIDEZ da MUCOSA -Processo Grave e Irreversível •Disseminada -Imunocomprometidos e com constipação intestinal (autoinfecção) -Aumento do número de larvas rabditóides, filarioides -As larvas completam o ciclo, porém numerosas são encontraras em múltiplos órgãos (rins, vesícula, fígado, coração e cérebro) -Complicação bacteriana secundária (levadas pelas larvas/úlceras) •Duodenal jejunite catarral estrongiloidiana: a presença das fêmeas partenogenéticas, de seus ovos e larvas que migram na espessura da mucosa, produzem lesões de ordem mecânica, irritativa e histolítica; causando inflamação catarral com exsudato inflamatório Diagnóstico •Parasitológico -Pesquisa das larvas nas fezes -Pesquisa das larvas em secreções -Culturas de fezes, biópsia intestinal, endoscopia •Imunológico -Detecção de anticorpos (IgM, IgG, IgE) -Imunofluorescência -ELISA, IB -Limitações: obtenção de Ag e reações cruzadas Profilaxia •Uso de calçados •Destino sanitário adequadodas excretas, construção e uso regular de instalações sanitárias adequadas •Educação sanitária: ensinar e orienta adoção de hábitos de higiene •Administração periódica de anti-helmínticos às populações de risco
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