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CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 1 Tema – Avaliação em Sistemas de Gestão da Qualidade Projeto Pós-Graduação Curso Engenharia de Produção Disciplina Gestão Estratégica da Qualidade Tema Avaliação em Sistemas de Gestão da Qualidade Professor Elton Ivan Schneider Introdução Quando discutimos a questão da qualidade na atualidade, não discutimos sua importância como diferencial competitivo, mas sim como obrigatoriedade das empresas que querem competir em um mercado cada vez mais globalizado e concorrencial. Paladini (2008) argumenta que não se discute mais o porquê da qualidade, mas o como fazê-lo, ou seja, quais são as estratégias, as ferramentas, os métodos ou os mecanismos de gerenciamento da qualidade que iremos utilizar na empresa que administramos. Outro aspecto discutido envolve o fato de os conceitos de qualidade serem complexos e evoluírem em função do contexto em que vivemos. Eles são relativos e dinâmicos, dessa forma, o que nos resta é avaliar constantemente não só o conceito de qualidade de nossas organizações, como verificar constantemente a satisfação de nossos clientes em relação aos produtos e serviços que são ofertados pela empresa. Se o conceito é dinâmico e mutável, significa dizer que sua avaliação também deve ser dinâmica e adaptável ao contexto. A medição dos resultados organizacionais em relação aos programas de qualidade, e à qualidade em si, é uma forma de manutenção da performance organizacional. A motivação inicial dos programas de qualidade com o tempo se deteriora, a avaliação funciona como um mecanismo de reativação do sistema de qualidade, CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 2 impelindo que a empresa a busque a melhoria contínua. Dessa forma, neste tema de estudos abordaremos os seguintes aspectos: o uso de indicadores na avaliação da qualidade e a classificação dos indicadores de desempenho. (Vídeo disponível no material on-line) Problematização A XYZ fabricante de embalagens plásticas para água mineral, em tamanhos variáveis, encontra-se em um dilema: como proceder com a implantação de um programa de qualidade em seus processo produtivos? Para tanto temos alguma informações: a empresa produz embalagens plásticas em grandes volumes, 3.000 unidades por hora, o que impede o controle de 100% das peças; seu pessoal de fábrica têm como base de formação o ensino médio e, portanto, sabem ler e dominar as especificações de produto, bem como controlá-las; cada cliente tem suas próprias especificações; muitos dos fornecedores da empresa são certificados ISO 9000. Qual o programa de qualidade a ser adotado em seu processo produtivo? Você não precisa responder agora! Realize seus estudos sobre este tema e escolha a melhor alternativa para a sua situação mais adiante. (Vídeo disponível no material on-line) O uso de indicadores na avaliação da qualidade A avaliação de um sistema de qualidade pressupõe medição dos resultados. Resultados medidos facilitam a tomada de decisão na organização e, portanto, sua gestão. Dessa forma, a seleção de um conjunto de indicadores CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 3 de desempenho em bases mensuráveis, ou seja, quantitativas e numéricas, se faz necessário. Cada organização procura estabelecer um conjunto de indicadores que permitam a comparação do desempenho organizacional e a compreensão das distorções de desempenho, de modo que sejam fáceis de serem levantados e principalmente que sejam precisos, sem ambiguidade ou dúvida em relação forma como foram obtidos. Para Paladini (2008) os indicadores de qualidade e produtividade devem ter as seguintes características: a. Objetividade: devem expressar de forma simples e direta a situação a qual se refere a avaliação. Ex.: % de refugo = número de peças refugadas em relação ao total de peças produzidas. b. Clareza: deve ser perfeitamente compreensível sem o uso de suporte teórico sofisticado. Ex.: peças refugadas = são peças que não podem ser passadas ao próximo processo por apresentarem características que comprometem o desempenho do produto, sejam elas de dimensões, aparência ou funcionalidade. c. Precisão: devem ser entendidos por todos os envolvidos da mesma forma. Ex.: dimensão fora do padrão: para comprimento e largura, em peças com mais de 1.000mm x 1.000 mm, toda e qualquer variação superior a +- 2 mm será considerada como fora do padrão. d. Viabilidade: um indicador não mede intenções, mas fatos e dados efetivamente obtidos, dessa forma, é preciso que a organização estabeleça programas de treinamento das pessoas para a medição dos indicadores, bem como, disponibilize os instrumentos de medição adequados à função. e. Representatividade: um indicar deve expressar exatamente o que acontece, na situação em que são aplicados. Em caso de amostras de processos, é importante que o universo de produtos analisados seja bem definido, que a frequência seja estabelecida e que ações sejam tomadas para cada problema analisado. CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 4 f. Visualização: a melhor forma de visualizar um indicador, normalmente, envolve o uso de imagens e gráficos. Quanto mais fácil for a visualização do indicador, maiores as chances de ele ser efetivamente gerenciado. g. Ajustes: como dito anteriormente, a qualidade é conceito dinâmico e mutante, cabe aos gestores do processo realizar ajustes no sistema de indicadores. O que se aplica a uma organização pode ser suficiente para outra, ou até mesmo, não expressar a realidade do processo. h. Unicidade: um mesmo indicador deve ser medido e gerenciado em diferentes momentos, locais e contextos, sem a necessidade de adaptações em processos com as mesmas características. i. Alcance: um indicador sempre prioriza a gestão de um processo que gera resultado, uma peça refugada indica o efeito indesejado de um processo, então a ênfase da avaliação deve estar na identificação da causa do refugo e na análise do processo que gerou o produto fora do padrão. j. Resultados: os indicadores medem a relação entre as ações tomadas pelos gestores, cada ação gera uma reação positiva ou negativa, dessa forma pode-se medir a evolução da qualidade de um processo ou de um sistema da qualidade com base na evolução dos resultados obtidos ao longo de um determinado período de tempo. Você deve estar se perguntando: quais indicadores de desempenho adotar na organização em que trabalho e/ou gerencio? Uma boa referência em termos de indicadores de desempenho pode ser obtida com Prêmio Nacional da Qualidade (PNQ). O PNQ se baseia em sete critérios de excelência e tem como foco a excelência no desempenho. A seguir, conheça os critérios definidos pelo programa: 1. Liderança CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 5 1.1. Cultura organizacional e desenvolvimento da gestão. 1.2. Governança. 1.3. Levantamento de interesses e exercício da liderança. 1.4. Análise do desempenho da organização. 2. Estratégias e planos 2.1. Formulação das estratégias. 2.2. Implementação das estratégias. 3. Clientes 3.1. Análise e desenvolvimento de mercado. 3.2. Relacionamento com clientes. 4. Sociedade 4.1. Responsabilidade socioambiental. 4.2. Desenvolvimento social. 5. Informações e Conhecimento 5.1. Informações da organização. 5.2. Conhecimento organizacional. 6. Pessoas 6.1. Sistemas de trabalho. 6.2. Capacitação e desenvolvimento. 6.3. Qualidade de vida. 7. Processos 7.1. Processos da cadeia de valor.7.2. Processos relativos aos fornecedores. % não conforme nos itens adquiridos. Entregas no prazo. Tempo médio de atendimento. Número de requisições atendidas versus requisições feitas. CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 6 Número de horas paradas em decorrência da falta de material/ equipamento a ser adquirido. Redução de rejeitos, resíduos ou retrabalhos. Número de ocorrências de conflitos. 7.3. Processos econômico-financeiros. 8. Resultados 8.1. Econômico-financeiros. Receitas. Lucro líquido. Relação entre os recursos planejados (orçados) e executados. Relação entre o executado versus metas físicas. Redução de custos operacionais. Arrecadação de impostos. 8.2. Sociais e ambientais Percentual da receita investido em ações sociais. Índice de rejeitos. Nível de poluição. Número de não conformidades ambientais. Quantidade de sanções ambientais. % de servidores envolvidos em ações sociais. Número de campanhas sociais nas quais participou. Volume de recursos (financeiros, alimentos, roupas e brinquedos) arrecadados. Volume de recursos doados. Indicadores relativos a ações de combate ao desperdício e CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 7 preservação do meio ambiente: quantidade de papel reciclado; quantidade de economia com energia. Quantidade de horas dedicadas em ações sociais. 8.3. Relativos a clientes e mercados. Índice de satisfação. Índice de reclamações. Quantidade de devoluções. Número de visitas dos clientes à organização. Número de dias de colaborador em visitas a clientes. Número de clientes/ úmero de empregados. Retorno das reclamações. 8.4. Relativos às pessoas. Absenteísmo. Rotatividade. Índice de satisfação dos colaboradores. H.H. treinamento. Frequência e gravidade de acidentes no trabalho. Escolaridade. Indenizações. Quantidade de ações trabalhistas. 8.5. Relativos aos processos Tempo médio de desenvolvimento de novos produtos. Entregas no prazo. Índice de retrabalho. Índice de qualidade dos produtos. CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 8 Redução de custos. Prazo de resposta. Número de serviços prestados. Quantidade de propostas aceitas versus quantidade total de propostas enviadas. Atendimento aos requisitos estabelecidos para o serviço/produto (prazo de atendimento; tempo de realização do serviço). Tempo de execução. Número de não conformidades em processos de apoio. Disponibilidade de equipamentos. Custo da manutenção. Tempo médio de atendimento de serviços internos. Índice de satisfação com os serviços de apoio. Quantidade de micros por colaborador. Número de equipamentos de informática adquiridos (FNQ, 2011, p 46 e 47). Alguns indicadores de desempenho do Prêmio Nacional de qualidade foram detalhados, porém não todos. A utilização dos conceitos do PNQ como referência em termos de sistema de gestão, envolve conhecer, além dos indicadores, os critérios de avaliação utilizados pelo programa, incluindo os processos gerenciais da organização e os resultados organizacionais. I. PROCESSOS GERENCIAIS: Na dimensão de Processos Gerenciais são avaliados os fatores Enfoque, Aplicação, Aprendizado e Integração, definidos conforme descrito abaixo: O Fator Enfoque refere-se ao grau em que os processos gerenciais CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 9 requeridos são atendidos por práticas de gestão que demonstram: Adequação – atendimento consistente aos requisitos propostos, isto é, realização das funções relativas aos processos gerenciais requeridos, com padrões de trabalho e mecanismo de controle, atendendo a eventuais especificidades requeridas e apresentando eventuais informações e destaques solicitados, de forma adequada ao perfil da organização. Proatividade – existência de características nas práticas de gestão que evidenciem capacidade de se antecipar aos fatos, a fim de prevenir a ocorrências de situações potencialmente indesejáveis e aumentar a confiança e a previsibilidade dos processos gerenciais. O Fator Aplicação refere-se ao grau em que os processos gerenciais apresentados e tendo sido considerados adequados são atendidos por práticas de gestão que demonstram: Abrangência – utilização das práticas de gestão alcançando as principais áreas, processos, produtos ou partes interessadas pertinentes, de acordo com os requisitos do critério ou item, considerando-se o perfil da organização. Continuidade – utilização periódica e ininterrupta, considerando-se a realização de pelo menos um ciclo completo. O Fator Aprendizado refere-se ao grau em que os processos gerenciais apresentados, tendo sido considerados adequados, são atendidos por práticas de gestão que demonstram: Aperfeiçoamento decorrente dos processos de aprendizado. O Fator Integração refere-se ao grau em que os processos gerenciais apresentados, tendo sido considerados adequados, são atendidos por práticas de gestão que demonstram: CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 10 Coerência – relação harmônica com as estratégias e objetivos da organização, incluindo valores e princípios. Inter-relacionamento – implementação de modo complementar com outras práticas de gestão da organização, onde apropriado. Cooperação – colaboração entre as áreas da organização na implementação – planejamento, execução, controle ou aperfeiçoamento – das práticas de gestão. I. RESULTADOS ORGANIZACIONAIS - Na dimensão de Resultados Organizacionais são avaliados os fatores Relevância, Tendência e Nível Atual, definidos conforme descrito abaixo: Fator Relevância se refere ao grau em que os resultados apresentados são importantes para a determinação do alcance dos objetivos estratégicos e operacionais da organização. Fator Tendência se refere ao grau em que os resultados relevantes apresentados demonstram evolução favorável ao longo do tempo. Fator Nível Atual se refere ao grau em que os resultados relevantes apresentados demonstram níveis de resultados superiores, no mercado ou setor de atuação, evidenciados por meio de referenciais comparativos pertinentes (FNQ, 2011, p. 50-51). (Vídeo disponível no material on-line) Classificação dos indicadores de desempenho O PNQ nos apresenta uma forma de classificação e hierarquização dos indicadores de desempenho de uma organização. Não podemos negar que existe uma relação de interdependência entre os indicadores e, ao mesmo tempo, uma relação de dependência entre os mesmos, pois a qualidade dos produtos e processos de uma organização depende, por exemplo, da quantidade de horas de treinamento das pessoas (que é um indicador CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 11 independente) em relação à melhoria da qualidade geral da organização (que sofre influências do anterior). Essas relações normalmente extrapolam os grupos aos quais os indicadores pertencem. Tomando como base os conceitos de visão Zoom In e Zoom Out podemos analisar indicadores de desempenho em duas diferentes perspectivas: Zoom In Zoom Out Ausência de defeitos Satisfação dos clientes Capacidade de produção Entrega no tempo certo Produtividade Funcionalidade do produto Otimização de processos Relacionamento com o cliente Atendimento a especificações Design e adequação ao uso Dentro de uma visão Zoom In os indicadores de desempenho tendem a ser absolutose mensuráveis, mas em uma visão Zoom Out, como medir uma abstração intangível chamada “satisfação dos clientes”? Segundo Gonçalves (1997, p. 75) “Várias técnicas de medição podem avaliar a qualidade de processos de negócio, produtos e serviços. Medidas da qualidade geralmente enfocam indicadores objetivos ou concretos”. Porém os indicadores da visão Zoom Out normalmente são medidos de forma subjetiva, no sentido de enfocar a percepção e a atitude do cliente, não medem valores absolutos, mas a percepção e a atitude dos clientes em relação a produtos e serviços. Medir subjetivamente a satisfação do cliente envolve critérios científicos de pesquisa, porém os resultados dependem de interpretações e correlações realizadas a partir dos dados coletados. As pesquisas de satisfação dos clientes são utilizadas para estimar a percepção do cliente em relação à qualidade do produto ou serviço que receberam. A medição da atitude dos clientes está se tornando cada vez mais importante no movimento para a CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 12 qualidade total nas organizações brasileiras. Outro critério utilizado para o gerenciamento da qualidade envolve a qualidade do projeto do produto, segundo Paladini (1995, p. 48), “denomina-se qualidade de projeto a análise que se faz do produto, em termos da qualidade, a partir da estruturação de seu projeto.” Tentando sistematizar melhor as possibilidades em termos de indicadores de avaliação de sistemas de qualidade, Rolt (1998) propôs uma série de classificações que envolvem: a. Qualidade de Projeto: Elemento Fator Medida Faixa de mercado Crescimento de vendas por faixa/período %/mês Satisfação do cliente Índice na pesquisa (escala de 0 a 10) superior a 8.0 Valor médio/mês Itens de projeto Características do produto que aumentam vendas/período Unidade/ano b. Qualidade centrada no valor para o cliente Elemento Fator Medida Transportes internos Transporte/linha de produção Número médio Peças retrabalhadas Peças programadas - peças boas Número/mês Atividades de supervisão Custo da supervisão rateado em produtos Valor/produto CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 13 c. Qualidade centrada no produto Elemento Fator Medida Características do produto Cores/modelo Nº/produto Praticidade Adaptação à corrente elétrica/produto Nº/produto Conveniência Facilidades de apoio ou autoinstrução de uso (manuais simplificados) Nº/produto d. Qualidade centrada na organização Elemento Fator Medida Planejamento Atividades improvisadas por período Nº/mês Tendências Análises de tendências do mercado por período Nº/mês Estrutura Níveis hierárquicos por empresa Nº/área e. Qualidade centrada no processo Elemento Fator Medida Peças produzidas Peças/período Nº/mês Taxa de desperdício Material perdido/material necessário por produto %/mês Taxa de defeitos (unid. devolvidas + retrabalhadas)/unidades produzidas %/mês CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 14 f. Qualidade centrada nos resultados Elemento Fator Medida Produtividade Tempo total de produção/unidades produzidas Hora/número Incentivo educacional Participantes de treinamento/ período Número/ano Treinamento Horas de treinamento por período Hora/pessoa/ano g. Qualidade centrada na responsabilidade pública e cidadania Elemento Fator Medida Sistema de gestão Ambiental Existe (1) Não existe (0) v = 0 ou v = 1 Apoio aos empregados Percentual de funcionários cobertos pela ação da CIPA % Benefícios à Comunidade Não realiza (0) Realiza eventualmente (1) Realiza sistematicamente (2) v = 0, v = 1 ou v = 2 CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 15 h. Qualidade centrada no gerenciamento de recursos humanos Elemento Fator Medida Acidentes de trabalho Acidentes registrados /horas trabalhadas Número/mês, considerando-se a evolução dos valores mensais (busca de valores sempre menores) Índice de treinamento Pessoal envolvido em programas de treinamento/pessoal empregado % Rotatividade da mão de obra Funcionários que saíram da empresa/total de funcionários no período %/ano (Vídeo disponível no material on-line) Revendo a problematização Agora que você já estudou esse tema, escolha dentre as alternativas a seguir aquela que resolve melhor o problema: a. Implantar um sistema de qualidade com base nas normas ISO 9000. b. Elaborar um Planejamento para a Qualidade. c. O uso de ferramentas da qualidade irá aumentar a qualidade e a produtividade da empresa. d. A implantação de um sistema de qualidade com base na norma OHSAS 18001 sobre segurança no trabalho. Feedback: a. Quase, talvez seja essa a opção da empresa após uma análise do seu processo produtivo, das suas características funcionais e empresariais. b. Essa é a decisão mais acertada para a empresa, sem uma boa CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 16 análise do processo produtivo, das principais entradas dos sistema, das características do processo e dos objetivos da organização com o programa de qualidade, qualquer programa pode vir a ser uma solução ou um grande fracasso. c. Sim, uso de ferramentas da qualidade aumenta a qualidade e a produtividade da empresa, porém para que a empresa tenha sucesso duradouro, ela precisa de ações que levem a criação de um ciclo contínuo de melhorias da qualidade na organização, não basta apenas introduzir novas ferramentas. d. A segurança é um aspecto importante em qualquer processo produtivo, porém sua implantação tem melhores resultados quando combinada com o programa de qualidade como a ISO 9000 ou PNQ. Síntese Para Paladini (2008), avalia-se a qualidade por uma questão de “inegável relevância”: a própria sobrevivência das organizações. As organizações, cada vez mais complexas, fazem com que os programas e ações em prol da qualidade adquiram essa mesma complexidade, envolvendo indicadores internos e externos, quantitativos e qualitativos, dinâmicos e relativos, variando de organização para organização. A avaliação de um sistema da qualidade se presta a, pelo menos, duas situações: a melhoria dos resultados dos processos organizacionais e a comparação de desempenho entre as organizações. Na questão da melhoria dos processos organizacionais, um programa de qualidade tem como primeiro objetivo permitir que os indicadores de desempenho interno sejam melhorados, reduzindo desperdícios, aumentando a produtividade, reduzindo custos, aumentando a qualidade, reduzindo indicadores de assistência técnica e aumentando a satisfação do cliente para com a qualidade do produto e/ou serviços da empresa. Quando o quesito analisado envolve a comparação do desempenho CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 17 interorganizações, a existência de indicadores de desempenho ordenados e classificados segundo os critérios de um programa de qualidade, como o Prêmio Nacional de Qualidade (PNQ), facilita a comparação de desempenho da organização avaliada em relação seus concorrentes e em relação a empresas que se destacam no mercado ou em seu ramo de atuação. A avaliação da qualidade, por ser um processo planejado, ajuda a empresa a direcionar seus esforços em busca de resultados de melhoria efetivos, de decisões mais acertadas e de processosmais otimizados e flexíveis, que permitam a longevidade da organização. (Vídeo disponível no material on-line) Referências FNQ – Fundação Nacional da Qualidade. Critérios, Compromisso com a Excelência – São Paulo, 2011. GONÇALVES, A. P. Com o foco no cliente e no mercado. Controle da Qualidade. Ano VII, n. 63, ago.1997. PALADINI, E. P. Gestão da qualidade no processo. São Paulo: Atlas, 1995. PALADINI, E. . Avaliação Estratégica da Qualidade. São Paulo: Atlas, 2008. ROLT, M. I. P. de; PALADINI, E. P. O uso de indicadores para a melhoria da qualidade em pequenas empresas. 1998 v, 193f. Dissertação (Mestrado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro Tecnológico. CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 18 Atividades 1. A abordagem sistêmica de gestão, consiste em gerenciar o conjunto de processos como um sistema, identificando e compreendendo a rede de processos e suas interações, bem como o seu impacto no desempenho da organização. Com base nessa afirmação verifique se as afirmações abaixo são verdadeiras ou falsas. I – Compreender a dependência dos processos do sistema. II – Desenvolver abordagens de dependência entre os processos. III – Reduzir barreiras entre as áreas funcionais. IV – Definir metas integradas para os processos que compõem o sistema. V – Medir, avaliar e melhorar continuamente o sistema. Respostas: a. ( ) V,V,V,V,V b. ( ) F,V,V,V,V c. ( ) F,F,V,V,V d. ( ) V,V,F,F,F CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 19 2. Tomar decisões com base em dados, informações e análises é o que chamamos de abordagem factual para a tomada de decisão. Com base nesse conceito avalie quais das afirmações abaixo são verdadeiras. I - Estruturas de informações bem definidas são essenciais para a tomada de decisão. II - Precisão e confiabilidade devem ser asseguradas. III - Disseminação e acesso à informação por toda a organização. IV - Tomada de decisão com base em informações e análises. V - Utilização de métodos estatísticos para o tratamento de dados e tomada de decisão. Respostas: a. ( ) V,V,V,V,V b. ( ) F,V,V,V,V c. ( ) F,F,V,V,V d. ( ) V,V,F,F,F CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 20 3. Organização e fornecedores são interdependentes. Um relacionamento mutuamente benéfico, de parceria, permite integrar a gestão da cadeia produtiva e melhorar as condições de todos para adicionar valor e produzir produtos e serviços que atendam as necessidades dos clientes e das demais partes interessadas. Com base nesse conceito analise se as afirmativas abaixo são verdadeiras. I - Identificar e selecionar fornecedores é o primeiro passo para a integração estratégica da cadeia para a busca da qualidade de fornecimento. II - Estabelecer relacionamentos que se baseiam em resultados de curto prazo. III - Comunicação eletrônica é mais importante que a comunicação pessoal. IV - Estabelecer uma política de troca de informações e desenvolvimento de produtos. V - Inspirar, encorajar e reconhecer melhorias e resultados obtidos pelo fornecedor. Respostas: a. ( ) V,V,F,V,V b. ( ) F,V,V,V,V c. ( ) V,F,F,V,V d. ( ) V,V,F,F,F CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 21 4. No estudo da qualidade, seus sistemas de gestão e funcionamento precisamos entender de conceitos complementares utilizados para trabalhar em programas de qualidade. Analise o conceito abaixo e identifique a sua denominação: Pode ser definido como “gestão de toda a organização para que essa se sobressaia em todas as dimensões de produtos e serviços que são importantes para o cliente” Respostas: a. Gestão da Qualidade Total b. Acreditação c. Garantia da qualidade d. Certificação CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 22 5. Os sistemas de gestão da qualidade estão em constante processo de evolução, em cada era do sistema de gestão diferentes focos do sistema de gestão foram desenvolvidos e utilizados pelas organizações. Com base nas características abaixo, identifique a qual era pertencem tais características. Foco = O foco do sistema de gestão era o da verificação e acompanhamento in loco dos problemas de qualidade, o inspetor de qualidade era o responsável pela determinação da qualidade de um processo ou de um componente. Visão = A visão adotada pelos gestores da qualidade é a de que existem problemas que precisam ser resolvidos. Ênfase = A preocupação em termos de qualidade, estava diretamente ligada a uniformidade dos produtos, como dizia Ford, “Todos podem ter um carro Ford modelo T Preto”. Respostas: a. Era da inspeção b. Era do controle Estatístico de Processo c. Era da garantia da qualidade d. Era da Gestão pela Qualidade Total
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