Buscar

Jogos Pré_Desportivos

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 19 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 19 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 19 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Versão On-line ISBN 978-85-8015-076-6
Cadernos PDE
OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE
NA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE
Artigos
OS JOGOS PRÉ-DESPORTIVOS COMO INSTRUMENTO 
PEDAGÓGICO NO ENSINO FUNDAMENTAL
Claudio Murilo Macedo1
Alderenik Antonio de Oliveira2
Resumo. O presente estudo tem como objetivo investigar o desenvolvimento de uma prática de 
ensino que proporcione a vivência e o aprendizado das habilidades específicas na modalidade do 
Basquetebol por meio dos jogos pré-desportivos, além de diagnosticar a relevância do tema, suas 
possíveis dificuldades, implicações, e aceitação dos alunos no desenvolvimento desta prática durante 
as aulas, e assim buscar respostas acerca do processo ensino aprendizagem do esporte. Classifica-
se como uma pesquisa descritiva quanto aos seus objetivos e caracteriza-se quanto ao tipo de 
delineamento como pesquisa-ação. Desenvolveu-se com os alunos do 6º ano, utilizando de um 
material didático, que elencou diversas atividades envolvendo os jogos pré-desportivos como 
instrumento pedagógico. A coleta de dados ocorreu por meio da observação participante, 
devidamente registrado em um diário de bordo, para posterior análise qualitativa. As experiências 
vivenciadas pelos alunos demonstraram o envolvimento e a motivação dos mesmos durante as 
práticas, contribuindo para a vivência das habilidades específicas e estimulando os alunos a resolver 
situações decorrentes das ações do jogo, resultando em uma evolução de seu aprendizado. 
Palavras-chave: Basquetebol. Jogos pré-desportivos. Habilidades específicas.
1 INTRODUÇÃO
A educação física escolar em seu propósito de desenvolver o aprendizado de 
diversas manifestações esportivas busca métodos que viabilizem uma prática que 
traga efeitos positivos no processo de aprendizagem. No entanto o que podemos 
observar é que dificuldades são encontradas no sentido de proporcionar ao aluno o 
real entendimento do conteúdo esporte, mais especificamente, referindo-se aos 
fundamentos específicos de cada modalidade, concretizando assim, a fase do 
aprendizado das habilidades específicas.
De acordo com as Diretrizes Curriculares da Educação Básica (DCE), 
prevêem que os alunos do 6º ano do Ensino Fundamental II, conheçam os esportes 
desde sua origem até vivenciar seus movimentos básicos por meio de atividades 
pré-desportivas, que promovam o aprendizado dos fundamentos básicos e possíveis 
adaptações nas regras, atendendo as expectativas curriculares da disciplina de 
Educação Física, na qual a modalidade do basquetebol está inserida como conteúdo 
específico.
1Professor da Rede Pública Estadual de Ensino do Paraná. Licenciado em Educação Física pela 
Universidade Estadual de Ponta Grossa – UEPG. Pós Graduado em Treinamento Desportivo e 
Fisiologia do Exercício pelo Centro Universitário de União da Vitória – UNIUV. 
2Docente do Curso de Educação Física da Universidade Estadual do Centro Oeste – UNICENTRO. 
Licenciado em Educação Física pela Universidade Estadual de Ponta Grossa – UEPG. Mestre em 
Educação pela Universidade Estadual de Maringá – UEM. 
Porém observamos que nesse período de iniciação desportiva, em específico 
na modalidade do basquetebol, que em geral acontece no 6º ano do ensino 
fundamental II, em virtude da não vivência nos anos anteriores, os alunos 
apresentam entusiasmo por parte de alguns e resistência por outros, seja pela nova 
experiência a que serão expostos ou por insegurança em desenvolver tal 
modalidade, havendo a necessidade de uma proposta pedagógica eficiente para 
despertar o interesse pela modalidade e a motivação da prática do desporto.
Portanto os jogos pré-desportivos poderão contribuir nesse processo, sendo 
um instrumento facilitador da aprendizagem e das habilidades específicas na 
modalidade do basquetebol, já que essa atividade é dotada de caráter lúdico, 
podendo despertar no aluno a motivação e o prazer em realizar a atividade, porém 
sem esquecer o desenvolvimento e aprendizado das habilidades específicas que 
proporcionam ao aluno o entendimento do como fazer determinada ação particular 
de cada modalidade, mas sem o compromisso da automatização do movimento. 
Entretanto alguns questionamentos são oportunos, pois envolvem situações 
curiosas que merecem ser investigados e discutidos perante a classe de 
profissionais, já que por meio de muitos estudos tem se verificado vários aspectos 
positivos com relação aos jogos, e mais especificamente os jogos pré-desportivos no 
ambiente escolar. 
Tais questionamentos nos remetem a elaboração de algumas perguntas, 
como: Por que os jogos pré-desportivos não são utilizados no processo ensino 
aprendizagem durante as aulas de Educação Física para alunos do 6º anos? Qual a 
relevância dos jogos pré-desportivos para o aprendizado das habilidades específicas 
do desporto basquetebol de alunos do 6º ano?
Desse modo esta investigação objetiva-se verificar o aprendizado das 
habilidades específicas na modalidade do basquetebol por meio de um programa de 
intervenção dentro do ambiente escolar que se utilize dos jogos pré-desportivos 
como instrumento pedagógico, assim como identificar a aceitação dos alunos 
perante essa atividade, fomentar a discussão sobre a relevância do tema, assim 
como diagnosticar possíveis dificuldades encontradas para realização dessa 
atividade.
Os objetivos propostos nos leva para a discussão e reflexão acompanhada 
com uma análise das referidas questões. As mesmas poderão ajudar a identificar 
possíveis dificuldades encontradas pelos professores no trabalho do dia a dia, assim 
como buscar soluções a fim de superá-las, proporcionando ao aluno uma evolução 
em seu aprendizado, tornando a prática da Educação Física eficiente e prazerosa.
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
O esporte enquanto conteúdo estruturante da disciplina de Educação Física 
está entre as atividades que historicamente são desenvolvidas durante as aulas. 
Entretanto é necessário discutir e rever as formas de abordagem do esporte na 
escola a fim de promover o aprendizado eficiente, prazeroso e motivante.
Em específico na modalidade do basquetebol vê-se a necessidade de uma 
abordagem metodológica que propicie o conhecimento e entendimento do esporte. 
Tal modalidade requer de seus praticantes múltiplas competências tais como 
o domínio de estratégia de jogo, as habilidades motoras básicas e específicas, a 
combinação de capacidades físicas, e tomadas de decisão, sendo uma modalidade 
complexa e dinâmica que exige de seus praticantes o domínio de sua lógica técnico-
tática (FERREIRA, 2009 apud GALATTI et al, 2013).
Dessa forma faz-se necessário uma abordagem que permita ao aluno o 
aprendizado do esporte levando em consideração essas características, 
promovendo um aprendizado completo e que insira o aluno no contexto do jogo.
2.1 ABORDAGENS METODOLÓGICAS
A busca por novos métodos que promovam o aprendizado do esporte 
melhorando a qualidade do ensino são investigadas e discutidas, a fim de propor 
uma aprendizagem eficiente e menos excludente.
Entretanto o ensino tradicional permaneceu durante alguns anos como uma 
metodologia dominante dentro do ambiente escolar, sendo que de acordo com 
Mesquita (2006) apud Mesquita; Pereira; Graça (2009) está representada pelo 
ensino das habilidades técnicas descontextualizadas, como também do ensino do 
jogo formal. 
Esta prática embora muito difundida entre os profissionais de educação física, 
mas que segundo Paes (2001) apud Reverdito; Scaglia (2009) são práticas 
esportivizadas que não contribuem para a aquisição de um novo conhecimento, pois 
estão pautadas no ensino do gesto técnico de determinada modalidade de forma 
limitadora e estereotipada. Rovegno (1995)apud Mesquita; Pereira; Graça; (2009) 
destacam ainda que o ensino das habilidades técnicas era descontextualizado do 
jogo, exercidas dentro de uma perspectiva mecanicista e desprovido de 
intencionalidade.
Dessa forma observa-se que esta prática contribuía muito pouco para com o 
aprendizado dos alunos, limitando os mesmo e provocando insatisfação em realizar 
tal atividade.
 Scaglia (2014) destaca não ser um problema a utilização do método 
tradicional, porém não deve ocorrer sem o entendimento das bases teóricas que 
desencadeia as ações e intenções. Desse modo o ensino do esporte de forma 
fragmentada e descontextualizado do jogo além de desencadear a desmotivação 
dos alunos principalmente dos menos habilidosos, limitam seu aprendizado ficando 
os mesmos reféns de um movimento pré-estabelecido, sem estimular no aluno a 
capacidade de resolver situações problema. 
Scaglia (2014) ressalta ainda que o ensino por meio desse método, os alunos 
identificam os gestos técnicos, porém tem dificuldade em desenvolver a leitura tática 
do jogo, ficando dependentes do professor ou treinador para indicar suas tomadas 
de decisões.
Dessa forma outros métodos de ensino são discutidos na literatura de 
maneira que possa compensar a ineficiência do método tradicional tornando o 
ensino mais completo. Para Tavares (2013) o ensino da compreensão do jogo 
ganha cada vez mais adeptos em virtude de privilegiar o domínio da tática e de sua 
interação com a técnica promovendo o conhecimento, a compreensão, tomada de 
decisão e a capacidade de ação em situação de jogo. Dessa forma o ensino dos 
esportes coletivos segundo Graça (2002) apud Tavares (2013) apontam para 
perspectivas de ensino construtivistas e cognitivistas.
Nesse contexto Mesquita; Pereira; Graça, (2009), destacam o Teaching 
Games for Undestanding (BUNKER; THORPE, 1982) O Tactical Games (MITCHELL 
et al 2006), e o Play Practice (LAUNDER, 2001) nesses métodos Griffin et al (2003); 
Hopper (2002); Light (2005;2008) Mesquita et al (2005); Nevett et al (2001) apud 
Mesquita; Pereira; Graça, (2009), enfatizam as tomadas de decisões e a capacidade 
de intervenção em situações decorrentes de problemas impostos pelo jogo, sendo 
que o desenvolvimento da técnica é inserido no ensino da tática que dá sentido e 
significado na aplicação das habilidades técnicas.
Portanto, o aprendizado das habilidades específicas de determinada 
modalidade está condicionada ao desenvolvimento de situações decorrentes das 
ações do jogo, dando condições de o aluno perceber a eficiência de um gesto 
esportivo ou a melhor ação a ser desenvolvida em decorrência do desenvolvimento 
do jogo.
“O Modelo de Ensino do Jogo para a Compreensão ao ser pioneiro na 
mudança de paradigma conceptual, faz transitar a relevância do domínio 
das habilidades técnicas na capacidade para jogar, para o enfoque na 
compreensão e tomada de decisão. Importa destacar que o modelo não 
nega a necessidade do ensino da técnica, apenas reclama que o seu 
desenvolvimento seja posterior à compreensão das situações correntes do 
jogo pelo reforço da comportamento intencional, reconhecendo o caráter 
situado das habilidades e do seu uso estratégico” (GRAÇA; MESQUITA, 
2009 apud MESQUITA; PEREIRA; GRAÇA, 2009 p945).
Sendo assim o ensino da técnica não deixa de ser parte integrante e de 
grande relevância dentro do processo de aprendizagem do esporte, porém a forma 
na qual é conduzida esse processo de ensino aprendizagem é que pode determinar 
o sucesso da aprendizagem e atingir os objetivos da educação física no ambiente 
escolar, facilitando o aprendizado e inserindo o aluno dentro do contexto do jogo, de 
forma que o mesmo tenha condições de desenvolver de forma satisfatória os 
objetivos do jogo. 
De acordo com Rezer (2013 p139) “Nessa direção, este período escolar deve 
possibilitar condições objetivas para jogar bem e sentir-se bem, tanto como sujeito, 
como parte integrante de um coletivo que joga.”
Tavares (2013) ressalta a relevância desses modelos de ensino, 
principalmente na utilização e aplicação na fase de iniciação esportiva, devido à 
reflexão da prática, a relação do que se está aprendendo com o conhecido, e assim 
promovendo a autonomia do jogador diante da avaliação de determinado meio 
empregado a fim de atingir o objetivo em cada situação da prática.
Destaca-se também o método situacional-cognitivo que segundo Greco 
(1998), Greco; Chaves (1992) apud Corrêa, Silva, Paroli (2004), caracteriza-se por 
uma situação de jogo semi estruturada, onde determinadas jogadas básicas são 
extraídas de um jogo, envolvidas por ações coletivas e individuais. Para Greco 
(1998) apud Corrêa, Silva, Paroli (2004), por meio destas estruturas funcionais 
possibilitam a vivência de situações próximas do jogo, representadas pelo 1x1, 2x1, 
2x2, 3x3 entre outras variações.
Diante dos modelos citandos anteriormente, suas características e elementos 
que justificam práticas pedagógicas inovadoras, percebemos a inserção de 
atividades que correspondam às necessidades expostas, portanto o jogo pode 
contribuir para tornar facilitada a aprendizagem na modalidade do basquetebol, e 
consequentemente atendendo aos objetivos da disciplina de Educação Física. 
2.2 OS JOGOS, BRINCADEIRAS E BRINQUEDOS
Desde o início da humanidade, o jogo parece estar inserido numa cultura 
como prática competitiva ou lúdica, apresentando-se nas mais variadas formas de 
manifestação cultural. Huizinga (1971) destaca que o jogo ultrapassa o limite físico 
ou biológico, excedendo as necessidades da vida que dão sentido ao jogo. 
Podemos observar em um grupo de crianças onde a prática lúdica é 
desenvolvida, o seu entusiasmo durante a participação de um jogo, despreocupados 
com questões físicas ou biológicas, mas inseridas em uma atividade que privilegia o 
prazer, a brincadeira, a satisfação, exercendo ações que não se resumem a 
movimentos perfeitos, mas que motivados por um objetivo, carregam por meio de 
suas experiências, frustrações, medos e expectativas no sentido de superar as 
dificuldades, mas, sobretudo o puro e simples prazer do brincar, consequência do 
envolvimento em uma atividade que proporcione a sua interação em igualdade de 
condições e satisfação, por isso torna-se algo fascinante e capaz de envolver o ser 
humano. 
Dentro de uma dimensão cultural podemos observar que alguns jogos, 
brincadeiras ou brinquedos fazem parte de determinadas manifestações culturais, 
em que o jogo poderá sofrer adaptações de acordo com seus costumes ou modo de 
vida, sendo modificados constantemente ao longo de sua evolução. Huizinga (1971) 
destaca que o jogo não se transforma em cultura, mas que em algumas fases dessa 
cultura possui um caráter lúdico, e que com isso se desenvolve de acordo com o 
formato e o ambiente do jogo.
Um exemplo é a história de alguns dos esportes mais conhecidos e difundidos 
nos dias de hoje, que nasceram de algumas necessidades, onde os mesmos foram 
criados para atender uma necessidade dentro de um ambiente cultural, e evoluindo 
ao longo dos anos, sendo o Basquetebol um exemplo disto. 
Sendo assim o jogo possui características particulares, pois é marcado por 
várias alternâncias de situações em que alguns elementos são atribuídos, aos quais 
Huizinga; Caillois (1958) apud Kishimoto (1999 p24) referem-se: “a liberdade de 
ação do jogador, a separação do jogo em limites de espaço e tempo, a incerteza que 
predomina o caráter improdutivo de não criar nem bens nem riqueza e suas regras.”
Diante dessas peculiaridades observadas no jogo, juntamente com suas 
regras que impõe seus limites, destacam-se as diversificadas situações em que o 
jogo poderáse desenvolver, assumindo uma característica particular, e assim 
promovendo ações e reações pertinentes ao desenvolvimento, sendo capazes de 
entusiasmar por meio de um desafio proposto ou de desmotivar de acordo com a 
dinâmica em que se desenvolveu.
Essas características podem apresentar reflexos mais acentuados quando se 
trata do jogo infantil, sendo que para Fromberg (1987), apud Kishimoto (1999), o 
jogo infantil possui características relacionadas com as atitudes e realidade, 
expressar experiências e fazer relação, incorporar motivos e interesses, subordinado 
a regras implícitas ou explicitas e com objetivos desenvolvidos de forma espontânea.
Por isso o papel do professor como mediador da atividade é de grande 
importância para o sucesso do que foi proposto, pois a intervenção desse 
profissional em determinados momentos, criando situações que conduzam o 
desenvolvimento do jogo de forma a coibir situações indesejadas, estimular as 
tentativas e o reconhecimento espontâneo pela criança de qual atitude trará efeitos 
mais promissores, gerando soluções pertinentes a tal problema. 
Segundo Elkonin, (1998) atitudes que requerem ações humanas que não 
demandam um trabalho árduo, mas que proporcionam prazer e diversão tem como 
conceito o jogo. Portanto nessa perspectiva do brincar e da diversão, é onde se 
confirma o aspecto lúdico, não podendo dissociar o jogo dessa característica lúdica, 
dotado de um descompromisso com o desempenho ou das ações que levam ao 
extremismo da perfeição, causando desconforto e desmotivação, mas sim 
privilegiado as ações que tenham conotação com o prazer e a satisfação.
Entre as muitas possibilidades que o jogo proporciona a relação com as 
atividades educativas parecem inevitáveis, pois com diversas características 
inerentes ao jogo tornam o mesmo, com diversos pontos positivos que são 
favoráveis para a aquisição de conhecimento utilizando-se dos jogos, Kishimoto 
(1999), aborda algumas concepções que fazem relação com o jogo infantil e a 
educação, destaca-se: a recreação; a utilização do jogo no sentido de favorecer o 
ensino de conteúdos escolares, o diagnóstico da personalidade infantil e o recurso 
para o ajuste do ensino às necessidades infantis. 
Dessa maneira observa-se que o jogo ganha cada vez mais espaço em se 
tratando de um instrumento capaz de transformar e auxiliar um processo de ensino, 
pois são capazes de juntar suas características peculiares citadas anteriormente às 
necessidades referentes ao desenvolvimento infantil. 
Desse modo Kishimoto (1999), relata que o desenvolvimento infantil, assim 
como a aprendizagem através do jogo, está condicionado às múltiplas inteligências 
da criança, que serão contempladas pelos exercícios das ações intencionais 
representadas pela afetividade, pelas construções de representações mentais 
referentes à cognição, a manipulação de objetos e o desempenho de ações sensório 
motoras, categorizadas no desenvolvimento físico e as trocas nas interações sociais. 
Portanto o jogo é considerado uma brincadeira que exerce uma conduta 
espontânea e livre da criança, formando assim uma junção entre as demais 
características observadas, até atingir uma identificação com a atividade educativa, 
ou seja, a partir de uma intencionalidade de um adulto, no caso o professor, com 
base em determinados tipos de aprendizagem, no que se refere aos objetivos, 
ocorre à transformação de uma situação lúdica numa dimensão educativa.
Porém segundo Ide (1999), o jogo não pode ser visto apenas como atividade 
de divertimento ou brincadeira para desgaste de energia, pois favorece o 
desenvolvimento físico, cognitivo, afetivo, social e moral, Para Piaget (1967) apud 
Ide (1999) o jogo é responsável pela construção de conhecimento principalmente 
nos períodos sensório-motor e pré-operatório. 
Por isso que os jogos nas mais variadas possibilidades existentes assim 
como o esporte, contribuem efetivamente no processo de construção do 
conhecimento e desenvolvimento, seja no âmbito físico, cognitivo ou social e em 
diferentes períodos da vida. Sendo assim o esporte também é considerado um 
elemento facilitador no processo ensino aprendizagem e historicamente 
desenvolvido e abordado durante as aulas de Educação Física.
2.3 DO JOGO AO JOGO PRÉ-DESPORTIVO
Diante das características que compõe o jogo associadas às inúmeras 
situações na qual o jogo é constituído, permite-se que tal prática contribua 
diretamente para o desenvolvimento e aprimoramento do esporte. Scaglia (1999 a-b; 
2003) apud Reverdito (2009) refere-se ao jogo como facilitador, estimulador, 
desafiador, fantasioso e reflexivo do ponto de vista do jogador.
Porém o que ainda observamos é o ensino dessas habilidades em um 
formato mais tradicional, onde ocorre o ensino da técnica fora do contexto do jogo 
de forma antecipada, como pré-requisito para desenvolver o jogo. 
Uma proposta pedagógica não deverá estar limitada aos aspectos 
metodológicos ou somente ao conhecimento técnico-tático, devendo os mesmos 
estar estabelecidos de forma equilibrada proporcionando uma ação educativa para 
os alunos sem diminuir a importância desses conhecimentos. (PAES, 2002 apud 
REVERDITO; SCAGLIA, 2009)
Portanto parece oportuno mencionar que os jogos proporcionam ao aluno um 
entendimento e aprendizado dessas habilidades motoras sem, contudo fomentar 
uma prática que priorize o desempenho no movimento, com conhecimento mínimo 
para realização da atividade, sendo capaz de tornar o próprio aluno satisfeito com 
sua atuação. 
Nesse pensamento, os jogos pré-desportivos podem ser uma proposta 
pedagógica que atenda a esses atributos, pois Paes (2001; 2002) apud Reverdito; 
Scaglia (2009) defende o jogo possível, os jogos pré-desportivos, pequenos jogos e 
ou brincadeiras, como ferramenta nesse processo, por apresentarem características 
técnico-táticas e estrutura funcional comparável aos esportes coletivos.
Ferreira; De Rose (2010), Ferreira; Paes; Galatti (2005), Greco (1998), Paes; 
Montagner; Ferreira (2009) apud Galatti et al (2013), destaca que os jogos pré-
desportivos caracterizam-se por apresentarem lógica técnico-tática dos jogos 
esportivos, divisão em equipes, objetos que deverão ser manipulados em direção ao 
alvo, espaço delimitado e regras pré-definidas. 
Esses elementos próprios dos jogos pré-desportivos favorecem um ambiente 
facilitador da aprendizagem, pois reúnem características próximas do desporto 
permitindo a vivência de situações parecidas com a modalidade em especial, 
contribuindo para o entendimento do esporte.
Freire (2003) apud Reverdito; Scaglia (2009) aponta o ensino das habilidades 
integrado ao jogo, conforme as situações apresentadas no ambiente, sendo 
necessária a adaptação de cada habilidade as características específicas do 
esporte. Por isso essa adaptação dará condições do aluno perceber e entender, por 
exemplo, a característica do passe ou do arremesso no Basquetebol que, por 
exemplo, são diferentes do handebol, e executá-las de forma mais eficiente e 
objetiva.
Portanto a utilização dos jogos pré-desportivos nas aulas de Educação Física 
pode ser um instrumento importante no processo do aprendizado de diversas 
modalidades esportivas, podendo despertar no aluno a motivação e o prazer em 
realizar a atividade, porém sem esquecer o desenvolvimento e aprendizado das 
habilidades específicas que proporcionam ao aluno, o entendimento do como fazer 
determinada ação particular de cada modalidade, mas sem o compromisso da 
automatização do movimento.
Percebemos que osjogos pré-desportivos tornam-se uma proposta 
metodológica com características que favorecem o desenvolvimento das habilidades 
específicas do Basquetebol, para Ferreira; De Rose Jr (2003), o jogo pré-desportivo 
permite a aquisição lenta e natural pelos alunos, das habilidades para a prática do 
Basquetebol.
Ferreira; De Rose Jr (2003) destacam ainda que os jogos pré-desportivos 
proporcionam entre outros aspectos o desenvolvimento da qualidade física, das 
capacidades de adaptação social, além de promover o rendimento individual por 
meio do rendimento coletivo.
Desse modo as exigências técnicas e táticas impostas pelo jogo pré-
desportivo, possibilitam ao aluno a vivência do gesto esportivo característico da 
modalidade, e a construção de seu conhecimento por meio das situações que se 
apresentam no desenvolvimento do jogo, buscando o aprimoramento e a resolução 
de problemas de acordo com a necessidade percebida pelo aluno, resultando na 
aprendizagem da modalidade.
Ferreira; De Rose Jr (2003) apontam ainda que jogos pré-desportivos 
possibilitam ao professor de Educação Física atrelar os objetivos da disciplina ao 
aprendizado da modalidade, destacando a: participação de um grande número de 
alunos simultaneamente; a pouca exigência de material; possibilitar a participação 
dos alunos sem a preocupação com seu nível técnico; motivação intrínseca; 
possibilita o conhecimento das regras básicas; e promove o conhecimento da 
mecânica do jogo. Coutinho (2001) ainda destaca que os jogos pré-desportivos são 
excelentes para a prática dos fundamentos em fase de aprendizagem.
Essas características citadas são essenciais para um aprendizado consistente 
que privilegia o entendimento do esporte procurando envolver o maior número de 
alunos, em condições de igualdade, principalmente quando o foco desta atividade 
concentra-se na iniciação esportiva.
Outros aspectos devem ser levados em consideração, pois algumas 
experiências estarão associadas às diversidades encontradas na escola, e em uma 
sala de aula, onde existem alunos com diversas experiências, vindos de diferentes 
regiões como a zona rural, a periferia entre outras, segundo Reverdito; Scaglia 
(2009) na iniciação desportiva deve-se levar em consideração a historicidade 
motora, social e cultural, partindo das experiências vivenciadas em seu meio 
sociocultural. 
Por isso os alunos oriundos de regiões diferentes, assim como os alunos que 
são repetentes e conseqüentemente com idades diferentes, possuem experiências 
diferenciadas que serão refletidas durante as aulas, ocasionando situações que 
poderão gerar desconforto e até insegurança por parte de alguns alunos. Para Freire 
(2003) apud Reverdito; Scaglia (2009), ensinar o esporte deverá ser orientado tanto 
para os alunos que já jogam, proporcionando o aprimoramento da aprendizagem, 
assim como para o aluno que não sabe jogar, estimulando o seu aprendizado 
mínimo necessário para a prática do esporte. 
Os jogos devem ser organizados partindo de regras simples tornando-se mais 
complexas gradativamente assim como, podendo variar de um ou mais 
fundamentos, ou após as aulas sobre um determinado fundamento, atuando como 
agente motivador e também procurando colocar os fundamentos em situação 
próxima ao jogo real. (FERREIRA; DE ROSE JR, 2003)
Esses elementos reunidos podem contribuir para a evolução no aprendizado 
dos alunos, e em se tratando especificamente da modalidade do Basquetebol, em 
que as intenções do ensino estejam voltadas para o ensino das habilidades de 
arremessar, passar ou driblar a bola, os jogos pré-desportivos deverão ser mediados 
pelo professor no sentido de indicar possíveis dificuldades, ou orientar sobre as 
ações mais eficientes para determinadas circunstâncias, porém deixando o aluno à 
vontade para descobrir, e vivenciar as situações expostas, formando seu próprio 
conceito.
O papel do professor deverá garantir que esse processo se desenvolva, 
atuando como um mediador da atividade, interagindo de acordo com as situações 
apresentadas durante as atividades, pois para Scaglia (1999b) apud Reverdito; 
Scaglia (2009), o professor é considerado o agente estimulador, propondo atividades 
que estejam adequados ao nível de habilidade dos alunos, além de propor outras 
atividades que sejam desafiadoras provocando os alunos no sentido de que eles 
próprios construírem de forma gradativa o seu conhecimento.
Apesar de os jogos pré-desportivos possuírem um caráter lúdico o mesmo 
não dever ter a recreação como único objetivo, mas fomentar o desenvolvimento 
físico, técnico e as demais atitudes positivas decorrentes das diversas situações que 
ocorrem durante o jogo (FERREIRA; DE ROSE JR 2003). 
Segundo Ide (1999), o jogo não pode ser visto apenas como atividade de 
divertimento ou brincadeira para desgaste de energia, pois favorece o 
desenvolvimento físico, cognitivo, afetivo, social e moral. Daiuto (1971) também 
destaca que os jogos pré-desportivos não devem ser desenvolvidos apenas com o 
sentido de recreação, mas aproveitar o interesse por esses jogos para desenvolver e 
aperfeiçoar as habilidades na execução dos fundamentos do basquete, por essa 
razão os jogos pré-desportivos devem ter um objetivo definido.
Diante dos conceitos enumerados os jogos pré-desportivos se concretizam 
como uma atividade facilitadora no processo de aquisição de conhecimento, 
podendo contribuir positivamente para o aprendizado das habilidades específicas na 
modalidade do Basquetebol.
3 METODOLOGIA
A investigação em questão consiste em buscar possíveis respostas 
relacionadas com o processo ensino aprendizagem dos esportes, mais 
especificamente no basquetebol, envolvendo os jogos pré-desportivos como um 
instrumento pedagógico. Classifica-se como uma pesquisa descritiva quanto aos 
seus objetivos e caracteriza-se quanto ao tipo de delineamento como pesquisa-
ação, que segundo Gil (2009), promove o envolvimento ativo tanto do pesquisador 
quanto da ação das pessoas ou grupos que estão envolvidos no problema.
A intervenção do projeto na escola envolveu os alunos do 6º ano de três 
turmas no período vespertino, do Colégio Estadual São Mateus, na cidade de São 
Mateus do Sul. A escolha do público alvo, é em virtude de que a criança ao 
ingressar o 6º ano, tem os primeiros contatos com as modalidades esportivas 
apresentadas como conteúdos estruturantes da educação física. 
Houve a elaboração de um material didático, onde diversas atividades 
práticas relacionadas aos jogos pré-desportivos foram elencadas, a fim de tornar-se 
um instrumento de intervenção pedagógica na escola.
Para coletar os dados, utilizou-se o diário de bordo com a finalidade de fazer 
os devidos registros a cada aula, proveniente da utilização da técnica da observação 
participante, fornecendo dados para posterior análise qualitativa.
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO 
A intervenção na escola teve início com as atividades que estavam elencadas 
no material didático produzido, primeiramente tendo como objetivo o 
desenvolvimento do manejo da bola, a empunhadura, e a adaptação com o tamanho 
e o peso da bola, para promover um primeiro contato dos alunos com a modalidade. 
Posterior a essas atividades iniciou-se o desenvolvimento da fase de 
aprendizado e vivência das habilidades específicas da modalidade do basquetebol, 
representada pelos fundamentos do passe, drible e arremesso, por meio dos jogos 
pré-desportivos elencados no material didático, sendo que a cada aula foi 
desenvolvido um jogo pré-desportivo, inicialmente com o fundamento do passe, 
seguido do drible e do arremesso, e assim sucessivamente por um períodode 12 
aulas em cada turma.
Após esse período os jogos pré-desportivos realizados a cada aula, reuniam a 
combinação de mais de um fundamento da modalidade de basquetebol no mesmo 
jogo, com isso o grau de complexidade aumenta e aproxima-se da realidade da 
modalidade.
Observou-se nesse período, por parte dos alunos a boa aceitação pelas 
atividades, demonstrando bom envolvimento, sendo que em algumas atividades foi 
solicitado que fosse desenvolvida novamente, algo que comprova o interesse da 
mesma.
Verificou-se que no fundamento do passe e recepção da bola no início alguns 
alunos apresentaram dificuldade de envolvimento principalmente entre as meninas, 
talvez por timidez ou insegurança, já que era uma modalidade desconhecida, porém 
no decorrer da atividade houve evolução na participação da maioria dos alunos, 
utilizando de variadas formas de passar a bola de acordo com as situações táticas 
que o jogo apresentava. Scaglia (2014) destaca que se o aluno percebe a lógica do 
movimento do passe, isto facilita a construção de suas ações motoras, onde o 
motivo de realizar tal gesto está condicionado à maneira da execução. 
De modo geral os alunos não apresentaram dificuldade em realizar a 
execução dos movimentos do passe. Segundo Reverdito; Scaglia (2009) tanto o 
passe quanto a recepção fazem parte da mesma ação, porém estão condicionados 
a capacidade de manipulação, manejo e domínio da bola, resultante da capacidade 
do aluno coordenar as ações de agarrar e segurar a bola com as mãos. 
No fundamento do drible foram observadas as maiores dificuldades, pois o 
ato de quicar a bola a maioria dos alunos conseguiram realizar, salvo quando a 
atividade se desenvolvia com a mão não dominante, porém em algumas atividades 
observam-se a necessidade de muitas bolas para o bom desenvolvimento da aula, 
necessitando assim diversas adaptações nas atividades. Como resultado disso, os 
alunos que possuíam maior dificuldade na execução do movimento, tiveram pouca 
vivência com a atividade, impedindo de evoluírem significativamente, constatando 
assim a necessidade de mais aulas para proporcionar uma evolução no 
aprendizado.
Para Freire; Scaglia (2003) apud Reverdito; Scaglia (2009) a aprendizagem 
não se concretiza de uma única vez em resposta a um estímulo ou determinada 
situação, Freire (2003) apud Reverdito; Scaglia (2009) destaca ainda que em um 
processo de aprendizagem não exista a necessidade de ter pressa, deve-se levar 
em consideração a individualidade de cada aluno, pois alguns possuem facilidade na 
compreensão do conteúdo e outros apresentam dificuldades, representando 
diferenças no ritmo de aprendizado.
No fundamento do arremesso os alunos tiveram maior dificuldade no início, 
evoluindo nas aulas seguintes, pois inicialmente tiveram a oportunidade de 
desenvolver o movimento da forma que quisessem, com as intervenções do 
professor, os alunos puderam vivenciar a correta execução do movimento, e assim 
perceber a eficiência de seu movimento, para atingir o objetivo que era a cesta, e 
consequentemente gerar um efeito motivacional. 
Greco (1998) apud Reverdito; Scaglia (2009) relata que o aprendizado da 
técnica se desenvolve a partir do momento em que o aluno é capaz de perceber sua 
ação ou movimento.
Nos jogos pré-desportivos que envolviam a combinação de fundamentos 
observou-se um bom desenvolvimento do jogo, onde os alunos conseguiram realizar 
os fundamentos dentro de uma organização tática do jogo, entretanto algumas 
dificuldades foram observadas, como a transição da defesa para o ataque, de se 
deslocar dentro dos limites do espaço de jogo, de buscar espaços, respeitar as 
regras do jogo de basquete que foram sendo inseridas aos poucos, porém essas 
dificuldades foram diminuindo no decorrer do desenvolvimento do jogo. 
Desse modo, dentre as dificuldades relevantes encontradas durante a 
intervenção, destacamos o pouco material disponível em alguns momentos e o 
pouco tempo para realizar as atividades, pois em muitas situações os alunos 
entendiam a dinâmica e regras do jogo, formavam uma estratégia para desenvolver 
a atividade e a aula terminava, desse modo, as atividades devem ser aplicadas 
sempre em duas ou mais oportunidades para melhor aproveitamento.
Durante o desenvolvimento do jogo propriamente dito percebe-se que além 
da evolução no desenvolvimento dos fundamentos do jogo os alunos conseguiram 
se movimentar de forma satisfatória e apresentar um bom desenvolvimento na 
transição da defesa para o ataque, dificuldade muito comum quando se inicia com o 
jogo propriamente dito, pois os mesmos já haviam vivenciado essa transição nos 
jogos com a combinação de fundamentos, portanto observou-se um bom 
desenvolvimento do jogo. Os alunos demonstraram também conhecimento das 
regras, algo que foi construído e vivenciado aos poucos durante o desenvolvimento 
dos jogos pré-desportivos.
Durante o período de intervenção na escola ocorreu simultaneamente o curso 
GTR (Grupo de Trabalho em Rede), que permitiu aos professores da rede pública de 
ensino do estado do Paraná, discutir e socializar suas vivências de sala de aula, a 
fim de buscar soluções que contribuíssem para uma prática de ensino.
Os resultados comprovam as discussões fomentadas no curso do GTR, onde 
os professores ressaltaram de forma unânime a relevância da utilização dos jogos 
pré-desportivos nas aulas, como descrito na literatura, porém destacaram algumas 
dificuldades encontradas, que também foram observadas durante a intervenção, 
como a escassez de material, ou as limitações de espaço físico, entretanto 
apresentaram sugestões que contornassem essas situações, percebendo assim a 
importância das adaptações para atender aos objetivos da aula. 
Entretanto os professores destacaram as situações em que o espaço físico 
para o desenvolvimento do jogo do basquete fosse prejudicado em função de 
possuir apenas uma tabela, o jogo pré-desportivo torna-se um instrumento que 
poderia ser utilizado para minimizar essa dificuldade.
Muitos professores relataram utilizar os jogos pré-desportivos em suas aulas, 
porém como atividade de introdução ao esporte, e não como uma atividade que 
norteia todo o processo de ensino aprendizagem de determinado esporte, como 
prevê o objetivo da pesquisa. Desse modo vê-se a importância de abranger a 
utilização dos jogos pré-desportivos para todo o período que envolve as fases de 
aprendizado.
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Percebe-se que durante a intervenção na escola, os jogos pré-desportivos 
contribuíram significativamente para que os alunos do 6º ano pudessem vivenciar e 
aprender as habilidades específicas da modalidade do basquete. Os mesmos foram 
capazes de desenvolver o jogo satisfatoriamente, para o nível escolar em que se 
encontram.
Dessa forma, verificamos que a utilização dos jogos pré-desportivos é uma 
metodologia viável de ensino, pois permite que os alunos conheçam a modalidade, 
assim como seus movimentos básicos que se desenvolvem espontaneamente no 
decorrer do jogo, por meio de atividades que tem como características a ludicidade, 
e consequentemente despertam o interesse pelo jogo, facilitando a aprendizagem. 
Quanto às dificuldades observadas são de fácil resolução, por meio de 
adaptações que sempre serão necessárias durante a aplicação dos jogos. 
Entretanto é necessário que o processo de ensino aprendizagem dentro 
dessa proposta seja continuado nos anos posteriores a fim de propor ao aluno o 
aprimoramento de seu conhecimento, aumentando o grau de complexidade e assim 
concretizar a fase de aprendizagem do esporte.
No entanto faz-se necessário, novas pesquisas que apontem para resultados 
quantitativos, para que tragaoutras respostas em relação a eficiência do 
aprendizado por meio desta proposta, isto contribuirá para desenvolver uma 
metodologia que atenda as novas tendências pedagógicas, a fim de superar o 
ensino tradicional e efetivar a utilização dos jogos pré-desportivos como instrumento 
de ensino do esporte na escola.
REFERÊNCIAS
CORRÊA. U.C.; SILVA. A.S da.; PAROLI. R.: Efeitos de diferentes métodos de 
ensino na aprendizagem do futebol de salão. Motriz, Rio Claro, v10. N 2.p.79-
88.mai.ago.2004.
COUTINHO, N.F.; Basquetebol na escola. Rio de Janeiro. Sprint. 2001.
DAIUTO, M.; Basquetebol: Metodologia de ensino. São Paulo. 3ª edição. São Paulo 
editora S.A.; 1971.
ELKONIN, D. B.; Psicologia do jogo. Tradução. Álvaro Cabral. São Paulo. Editora 
Martins Fontes, 1998.
FERREIRA, A.E.X.;DE ROSE JR, D. Basquetebol: técnicas e táticas: uma 
abordagem didático-pedagógica. São Paulo. EPU. 2003.
GALATTI, L.R. et al. Pedagogia do esporte: a diversificação na iniciação em 
basquetebol. In: RAMOS, V.; SAAD, M.A.; MILISTETD (Orgs). Jogos desportivos 
coletivos: investigação e prática pedagógica. Vol 3. Florianópolis. UDESC. 2013.
GIL, A.C.: Como elaborar projetos de pesquisa. 4ª Ed. São Paulo. Atlas, 2009. 
HUIZINGA, J. Homo ludens: O jogo como elemento da cultura; tradução. João 
Paulo Monteiro; São Paulo; Editora da USP; 1971
IDE, S.M. O jogo e o fracasso escolar. In: KISHIMOTO, M. T.(org) Jogo, 
brinquedo, brincadeira e a educação. 3ª ed. São Paulo. Cortez, 1999
KISHIMOTO, M. T. O jogo e a educação infantil. In: KISHIMOTO, M. T. (org) Jogo, 
brinquedo, brincadeira e a educação. 3ª ed. São Paulo. Cortez, 1999
MESQUITA, I.M.R.; PEREIRA, F.R.M.; GRAÇA, A.B.S.; Modelos de ensino dos 
jogos desportivos: investigação e ilações para a prática. Motriz, Rio Claro, v15. n 4 
p.944-954. out/dez. 2009
PARANÁ. Secretaria de Estado da Educação. DCE - Diretrizes curriculares: da 
educação fundamental da rede de educação básica do estado do Paraná, 
ensino fundamental, educação física. Versão preliminar; Curitiba: SEED. 2008. 
REVERDITO, R.S.; SCAGLIA, A.J.: Pedagogia do esporte: jogos coletivos de 
invasão. São Paulo. Phorte, 2009
REZER. R.: O ensino dos “futebóis” na educação física escolar. In: RAMOS, V.; 
SAAD, M.A.; MILISTETD (Orgs.) Jogos desportivos coletivos: investigação e 
prática pedagógica. Vol 3. Florianópolis. UDESC. 2013.
SCAGLIA, A. J.; A pedagogia do esporte e as novas tendências metodológicas. 
Nova escola. São Paulo. V 29. N 273. P 84-86. Jun./Jul. 2014
TAVARES, F.: Jogos Desportivos Coletivos: contributos para a sua análise e 
funcionamento. In: RAMOS, V.; SAAD, M.A.; MILISTETD (Orgs.) Jogos 
desportivos coletivos: investigação e prática pedagógica. Vol 3. Florianópolis. 
UDESC. 2013.

Continue navegando