Buscar

caso clinico 3 01062020

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 3 páginas

Prévia do material em texto

RELATO DO CASO
Identificação do paciente
O paciente procurou o tratamento psicológico no serviço de psico-oncologia por encaminhamento médico. Tinha história anterior de atendimento pelo mesmo serviço há cerca de cinco anos, com outras queixas. Trata-se de paciente do sexo masculino, com câncer inicial de mama (há cerca de dez anos), atualmente com metástases em várias regiões do corpo. Tinha pouco mais de 50 anos, era casado e tinha filhos, revelou ser pessoa bastante religiosa atuante, e possuía uma micro-empresa.
Queixa principal – primeiro atendimento
A queixa inicial apresentada pelo paciente foi a de impotência sexual que surgiu após tratamento oncológico, gerando ansiedade, preocupação e angústia. Ele procurou o atendimento, por orientação do médico responsável pelo seu caso, e chegou à consulta dizendo que a sua preocupação era em relação ao ato sexual, que não conseguia mais efetivar. Na entrevista, relatou uma história de vida permeada por vários eventos estressantes, incluindo muitas e significativas perdas por morte e doenças graves familiares.
Síntese da história pregressa e atual
Paciente vem de uma família muito humilde, as vezes não tinham nem o que comer em casa, por isso começou a trabalhar muito cedo, terminando o ensino médio somente depois de adulto, com programas voltados a educação para adultos.
A mãe teve câncer de colo de útero, quando ele tinha 12 anos, nessa época presenciou as freqüentes brigas entre os genitores com conteúdos como: dificuldade no casamento, dificuldades sexuais, financeiras; o que culminou na saída do pai de casa. Nesta idade, ele e o irmão mais velho tiveram que suprir a casa para que a mãe fizesse tratamento.
Aos 15 anos de idade voltou a presenciar o adoecimento da mãe, agora com câncer no pulmão, período o qual deixou a escola para acompanhar a mãe quanto aos tratamentos e auxiliá-la em casa, o irmão passou a ser o único provedor da família.
Aos 17 anos de idade teve que procurar o pai e solicitar ajuda pois, o irmão necessitará de um transplante de rins. No encontro com o genitor percebeu que ele estava bem provido e vivia uma vida bem diferente da que eles tinham, mas preferiu não comentar nada pois ajudar o irmão era a prioridade. O irmão acabou falecendo.
Aos 23 perde a mãe para um câncer que iniciou no coração e tomou conta de todo o corpo. Enquanto ele e o irmão tentavam buscar estratégias de vida, após o falecimento da mãe, acabou conhecendo uma moça, com quem está casado até hoje, relata que ela é responsável por todo o progresso que ele conseguiu na vida e não poder atendê-la nem nas questões mais rotineiras do dia a dia tem lhe provocado grande sofrimento.
Mesmo sentindo dores físicas e psíquicas, esforça para manter o ato sexual pois não quer “faltar com as obrigações de marido (...) já que a morte pode ocorrer a qualquer momento, é só esperar” (s.i.c.), mas se mantém firme diante da família já que não quer gerar nenhuma preocupação a esposa e aos filhos.
Súmula
Paciente lúcido, cooperativo, globalmente orientado. Memória, inteligência, sensopercepção e linguagem sem alterações. Consciência do eu preservada, humor ansioso, vontade e pragmatismo preservados. Apresenta embotamento afetivo e anedonia.
A) Qual deve ser o foco do trabalho terapêutico e por qual razão?
B) Quais técnicas seriam mais assertivas neste caso?
A) O trabalho terapêutico deve ter o foco no “LUTO”, o paciente enfrentou várias perdas significativas durante a sua vida, e devemos entender como ele enfrentou essas perdas.
B) A técnica sugerida é a Psicoterapia Breve Focal, o objetivo é atingir alguns aspectos de mudanças estruturais, dar início ao processo e deixar o paciente suficientemente estabilizado de forma que possa dar continuidade ao processo de crescimento através de outros relacionamentos em sua vida. O foco seria o luto e a ansiedade, buscar a resolução do luto e do seu medo de morrer faltar com as suas obrigações. Também tratar sobre orientação sexual voltada para sua queixa de impotência sexual. Identificar e acompanhar os progressos do paciente no enfrentamento de suas limitações e no modo de lidar com os temores de morte e de suas consequências à família. Desta forma, as intervenções buscam fundamentalmente clarificar as demandas; retificar ou ratificar as percepções do paciente sobre suas vivências atuais; a informar e estimular o paciente para a realização de algumas mudanças e adaptações necessárias em sua vida prática; a auxiliar na redução dos sintomas físicos e psíquicos e a dar apoio psicológico.

Outros materiais