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FACULDADE ESTÁCIO DE SÁ – FAL 
CURSO PSICOLOGIA 
 
 
 
 
 FABIANA CRISTINA DA SILVA MELO 
 MAT. 201908417129 
 MICHELLE CRISTINA C. R. DE FRANÇA 
 MAT. 201909022659 
 
 
 
 
 
 
 
 
TEORIAS E SISTEMAS PSICOLOGICOS IV 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Maceió/AL 
 2020 
 FABIANA CRISTINA DA SILVA MELO 
 MICHELLE CRISTINA C. R. DE FRANÇA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Resenhas críticas apresentadas como 
requisito para obtenção de aprovação 
na AV1 da disciplina de Teorias e 
Sistemas Psicológicos IV ministrada 
pela professora Waneska Martins 
Pimentel Cunha no curso de 
graduação em Psicologia II período 
noturno. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Maceió/AL 
2020 
Faculdade Estácio FAL 
Curso: Psicologia 
Disciplina: Teorias e Sistemas Psicológicos IV 
Professora: Waneska Martins Pimentel Cunha 
Alunas: Fabiana Cristina da Silva Melo e Michelle Cristina C. R. de França 
 
MONTEIRO, T.C; CAMPOS, L.A; MELLE, A.(Org.). Teorias e Sistemas 
Psicológicos IV. Rio de Janeiro, 2019. 1° Ed. SESES. C.3. p 8-28. 
 
Cap. 1: História e surgimento da psicologia cognitiva 
 
O referente capítulo faz parte de um material organizado e publicado, a fim de tornar 
mais compreensíveis e acessíveis os conhecimentos acerca da Psicologia Cognitiva, 
corrente que se constitui como um dos principais pilares teóricos das práticas e 
pesquisas em Psicologia ainda hoje. 
O primeiro capítulo nos apresenta, em termos gerais, que na antiguidade houve 
influências filosóficas citadas por grandes nomes, como Platão e Aristóteles. A partir 
do século XIX surgiu ideias com divisões que foram fundamentais para a 
constituição da psicologia como ciência, sendo elas: 
Mecanicismo: Apresenta que tudo funciona como uma maquina, onde se tem como 
exemplo a calculadora, computadores e máquinas de pensar incluindo a psicologia 
cognitiva Racionalismo : O conhecimento já é pautado na razão humana, que em 
meio a dúvidas no final tem haver uma conclusão. 
Empirismo: Influenciou a metodologia de construção do conhecimento científico que 
surgiu naquela época. 
Positivismo: Só é válido o progresso social por meio de conhecimento científico já 
que ambos influenciaram para a formação de teorias psicológicas que desde o início 
os objetos escolhidos para estudo centralizam – se na mente e na consciência 
surgindo assim o behaviorismo que rompe com essa tradição e traz novas teorias e 
experimentos com comportamentos reflexos baseado em estudos. 
O behaviorismo também chamado de comportamentalismo tem como objeto de 
estudo o comportamento. Essa teoria psicológica defende que a psicologia humana 
ou animal pode ser objetivamente estudado por meio de observação de suas ações, 
ou seja, observando o comportamento. 
Com esses estudos houve várias fases, dentre elas destacam – se: 
Habituação: Que ocorre quando o organismo deixa de responder a um estímulo 
quando é apresentado várias vezes em um curto intervalo de tempo. 
Potenciação: O organismo se acostuma ao estímulo diário, causando uma 
sensibilidade devido ao ter o mesmo estímulo diariamente. 
Entre outros comportamentos que causa consequências no intuito de suprir 
necessidades e que diante de alguns comportamentos o qual tem grande influencia 
do behaviorismo com a psicologia cognitiva. 
No behaviorismo houve destaques com grandes nomes, onde cada um se destaca 
pelas suas teorias, porém todos com o mesmo foco que é o estímulo e respostas 
com experimentos e teses diferentes. 
A psicologia da Gestalt é uma teoria coerente dentro da historia, estuda as 
sensações de espaço – forma e tempo – forma. A psicologia da Gestalt surgiu na 
Alemanha no período entre guerras observando a percepção através dos quais são 
apreendidas estruturas que auxiliam no meio comportamental e farmacológico. 
A Gestalt contribui no processo cognitivo superior e reduzido a associação de ideias, 
trazendo soluções para a resolução de novos desafios e problemas podendo assim 
construir algo novo e reorganizar o pensamento produtivo causando uma 
flexibilização, caso contrário terá uma reprodução automática daquilo que já 
existente. 
Além do behaviorismo e Gestaltismo houve outra influência psicológica fundamental 
a teoria do Jean Piaget, havendo assim novos conceitos que se tornou essencial 
para a cognição humana. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Faculdade Estácio FAL 
Curso: Psicologia 
Disciplina: Teorias e Sistemas Psicológicos IV 
Professora: Waneska Martins Pimentel Cunha 
Alunas: Fabiana Cristina da Silva Melo e Michelle Cristina C. R. de França 
 
MONTEIRO, T.C; CAMPOS, L.A; MELLE, A.(Org.). Teorias e Sistemas 
Psicológicos IV. Rio de Janeiro, 2019. 1° Ed. SESES. C.3. p 31-57. 
 
 
Cap. 2: A epistemologia genética de Jean Piaget 
 
Este capítulo irá falar da influência do psicólogo Jean Piaget sobre cognição 
humana, onde se aprofundou no desenvolvimento infantil até a fase adulta. Piaget 
teve várias formações até chegar a psicologia. 
Piaget, o conhecimento é gerado através de uma interação do sujeito com o seu 
meio, a partir de estruturas existentes no sujeito. A epistemologia postula que a 
aquisição de conhecimento depende tanto da estrutura cognitiva do indivíduo com a 
interação com o seu meio ocorrendo através de 4 fases ( sensório – motor, pré – 
operatório, operatório concreto e operatório formal ). 
Herdamos um organismo que amadurece em contato com o meio ambiente, uma 
série de estruturas biológicas que favorecem o aparecimento das estruturas mentais 
e cada fase tem o se desenvolvimento, tornando assim o amadurecimento biológico 
para o processo de aprendizagem. A inteligência ou a personalidade não são 
herdadas, mas construídas entre elas o biológico e o ambiente social que a criança 
está convivendo habilidades e comportamento dos adultos que influenciam na 
formação das crianças. 
A adaptação só conduz a um sistema estável quando o equilíbrio entre a 
acomodação e assimilação foi alcançado a adaptação e é entendida como 
modificação de uma coisa para as condições existentes de outra coisa. Os reflexos 
ou comportamentos involuntários são exemplos de mecanismos básicos e primitivos 
da adaptação do recém-nascido. 
Com base na questão mental, a mente entra em dissonância em fase de novas 
informações ou desafios. Na teoria construtivista a base do pensamento consiste em 
considerar que haja uma construção do conhecimento, a educação cria métodos que 
estimulam essa construção. 
Para Piaget, o sistema de motivação do cérebro, são produzidos os esquemas 
definidos como moldes mentais em que colocamos nossas experiências em outras 
palavras, esquemas são estruturas ou conceitos que usamos para interpretar e 
organizar as informações que recebemos. 
Segundo Piaget a teoria da equilibracao, de uma maneira geral, trata de um ponto 
de equilíbrio entre a assimilação e a acomodação, e assim, é considerada como um 
mecanismo autorregulador necessário para assegurar a criança uma interação 
eficiente dela com o meio ambiente. A formação cognitiva do adolescente e do 
adulto terem as mesmas possibilidades e o conhecimento que o adulto tem e o 
adolescente não tem pela vasta experiência de vida que o adulto tem diante do 
adolescente e que o pensamento só vai se aprimorando com o tempo e a 
experiência de vida. 
A epistemologia genética tem como objetivo o desenvolvimento humano, e são 
subdivididos em 4 fases : 
A) Período sensório – motor - de 0 a 2 anos: o período do bebê é bastante 
complexo, pois nele ocorre a organização do seu desenvolvimento nos aspectos 
perceptivos, motor intelectual, afetivo e social. Começará, portanto, com uns 
poucos reflexos que irão aos poucos se transformando em esquemassenso – 
motor. 
B) Período pré – operatório – de 2 a 7 anos: o que marca a passagem do período 
sensório – motor para o pré – operatório é o aparecimento da função simbólica, 
ou seja, é a emergência da linguagem. 
C) Período das operações concretas – 7 a 12 anos: nessa idade a criança já iniciou 
seu período escolar, coincidindo com o período demarcado em sua evolução 
mental. Quando a criança atinge a idade escolar, muitas mudanças em seu 
comportamento são notadas, ela apresenta maior poder de concentração e de 
trabalho em conjunto. 
D) Período das operações formais – 12 anos em diante: nesta fase a criança 
ampliando as capacidades conquistadas na fase anterior, já consegue raciocinar 
sobre hipóteses na medida em que ela é capaz de formar esquemas conceituais 
abstratos e através deles executar operações mentais dentro dos princípios da 
lógica. 
No conceito Piagetiano, conceitua que quando se adquire as capacidades citadas 
acima, o indivíduo já atingiu a forma final do equilíbrio, completando assim o 
desenvolvimento cognitivo ou organização de pensamentos, estando assim 
preparado para a fase adulta. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Faculdade Estácio FAL 
Curso: Psicologia 
Disciplina: Teorias e Sistemas Psicológicos IV 
Professora: Waneska Martins Pimentel Cunha 
Alunas: Fabiana Cristina da Silva Melo e Michelle Cristina C. R. de França 
 
MONTEIRO, T.C; CAMPOS, L.A; MELLE, A.(Org.). Teorias e Sistemas 
Psicológicos IV. Rio de Janeiro, 2019. 1° Ed. SESES. C.3. p 60-84. 
 
Cap. 3: A Psicologia Cognitiva e seus objetos de estudo. 
 
O referente capítulo faz parte de um material organizado e publicado pela editora da 
Estácio, a fim de tornar mais compreensíveis e acessíveis os conhecimentos acerca 
da Psicologia Cognitiva, corrente que se constitui como um dos principais pilares 
teóricos das práticas e pesquisas em Psicologia ainda hoje. 
Sendo o terceiro do livro, este capítulo nos apresenta, em termos gerais, o contexto 
histórico-científico do surgimento da Psicologia Cognitiva enquanto abordagem 
psicológica, bem como explicita os principais objetos de estudo dessa área. 
Ademais, nesta leitura também podemos conhecer os processos cognitivos 
fundamentais para a construção da teoria do conhecimento humano, tais como 
memória, atenção, consciência, linguagem, sensação, percepção, pensamento e 
resolução de problemas (função também lida como inteligência). 
O texto está organizado em dois tópicos principais, no qual o primeiro trata de 
contextualizar científica e historicamente, os primeiros estudos e publicações em 
Psicologia Cognitiva, situados nos Estados Unidos, por volta da metade do século 
XX. De acordo com a leitura, podemos compreender que esses estudos surgem em 
um cenário em que o campo da Psicologia encontrava-se de certa forma polarizado, 
onde de um lado estava a visão de homem e mundo sustentadas pelos 
behavioristas e sua ênfase comportamental, e de outro, o foco no inconsciente 
adotado pela psicanálise. 
Diante disso, alguns intelectuais que não sentiam-se contemplados por nenhuma 
dessas concepções, sentiram a necessidade de utilizar outras ferramentas para 
investigar as bases fundamentais da consciência, compreender como o ser humano 
adquire conhecimento e como este influencia seu comportamento, partindo do 
pressuposto de que o homem possui um papel ativo diante da existência. 
Vale ressaltar também, que num contexto externo ao campo "Psi", algumas 
transformações em outras áreas do conhecimento, prepararam o terreno para a 
consolidação e aceitação das teorias da Psicologia Cognitiva na ciência. 
Na Física, as descobertas da influência do observador sobre o fenômeno põem em 
questionamento o modelo mecanicista na visão behaviorista, bem como a 
neutralidade do conhecimento científico. Além disso, neste período a humanidade 
também viveu a invenção do computador por Alan Turing, acontecimento que 
influenciou fortemente o pensamento sobre o funcionamento da mente humana, 
havendo uma substituição do paradigma mecanicista do relógio e suas 
engrenagens, pela metáfora mais complexa do computador, visto que este é um 
aparelho que recebe informações, mas também decodifica, sintetiza e de certa 
forma as elabora. Desse modo, tais funções do aparelho eletrônico, poderiam ser 
utilizadas para pensar processos equivalentes na mente humana, tais como 
percepção, memória, linguagem, pensamento, entre outros. Esse paralelo entre a 
mente e o computador, acabou permitindo o surgimento da perspectiva da 
Inteligência Artificial (AI), enquanto possibilidade real. 
Outra mudança paradigmática que ameaça os behavioristas e fortalece cognitivistas 
futuros são os estudos de Noam Chomsky acerca do aprendizado, na área da 
Linguística. Segundo ele, a rapidez e complexidade da aquisição da língua 
demonstrada em crianças inviabilizariam as teorias de condicionamento clássico e 
operacional dos behavioristas. 
Diante dessas profundas transformações no campo da tecnologia e nos estudos 
sobre a mente humana, observa-se o cenário ideal para a aceitação dos estudos 
apresentados por Ulric Neisser e George Miller, na década de 50, sendo estes 
considerados os pais da Psicologia Cognitiva, e sendo marcados por uma profunda 
crítica ao modelo behaviorista na apresentação de uma atuação ativa da consciência 
no processamento de informações. 
Dois trabalhos marcantes destes autores apontados no texto são: “O mágico número 
sete, mais ou menos dois: alguns limites da nossa capacidade de processamento da 
informação”, divulgado em 1956 por Miller, no qual ele apresenta uma pesquisa 
sobre a capacidade média da lembrança; e em 1967, é publicada a obra "Cognitive 
psychology" de Neisser, na qual ele expõe suas ideias sobre como deveria ser 
tratada a Psicologia e onde ele também consegue definir o que é Cognição, 
conceituando-a como o processo de receber, codificar, reduzir, elaborar, armazenar 
e recuperar uma informação sensorial. 
Partindo para o segundo grande tópico do capítulo, vemos que os autores trazem 
subseções nas quais começam a elencar e explicar de modo sintético os processos 
cognitivos que são objetos de estudo da Psicologia Cognitiva. A primeira subseção 
trata da Sensação e Percepção, processos que são estudados nos primórdios da 
Psicologia Científica, com os experimentos de Wundt, pai da Psicologia, sobre 
"experiência mediata" (que seria o equivalente à sensação) e "experiência imediata" 
(equivalente à percepção). Wundt cunhou também o conceito de "apercepção", o 
qual se trataria da construção ativa da consciência por meio da faculdade 
organizativa da mente (elaboração). Na maioria dos estudos em cognição, sensação 
é trazida como um processo mais ligado ao aparelho fisiológico, no caso, aos órgãos 
dos sentidos (visão, tato, olfato e paladar). Já a percepção, é concebida como um 
processo mais interpretativo, capaz de organizar, elaborar e dar sentido às 
informações captadas pelos órgãos. Todavia, é importante destacar que essas 
distinções são feitas mais a nível pedagógico, para facilitar a compreensão desses 
processos, mas na prática, estes são interdependentes e se comunicam, de modo 
que que misturam constantemente. 
A sensação e percepção são cruciais para a nossa aquisição de conhecimento e 
nossa relação com o mundo pois, inicialmente, é a partir desses processos que 
conhecemos e interpretamos nossas experiências com os objetos com os quais 
interagimos. É importante dizer que essa aquisição de informações se dá dentro dos 
limiares de cada pessoa. O conceito de limiar foi trazido pela primeira vez por Wundt 
e diz respeito à quantidade mínima de estímulo necessária para que este seja 
percebido e interpretado pelo sujeito. O texto também apresenta as contribuições 
dos teóricos da Gestalt no que consiste aos princípios da organização perceptual, 
demonstrando uma série de exemplos com esquemas imagéticosque representam 
cada lei. 
Adiante, Atenção e Consciência são definidas como processos distintos, mas 
complementares. A Atenção atua na seleção de uma quantidade limitada de 
estímulos em meio a uma grande oferta destes, como um filtro, influenciado por 
condições ambientais e intrínsecas à pessoa, envolvendo aspectos conscientes e 
inconscientes (neste caso inconsciente para os cognitivistas é entendido de forma 
diferente da Psicanálise). 
De acordo com as contribuições de Sternberg (2010), são comentadas neste tópico, 
as quatro funções básicas da atenção, sendo estas: a detecção de sinais, atenção 
seletiva, atenção dividida, e a busca. Esses processos surgem na evolução de 
nossa espécie a fim de permitir a adaptação dos seres humanos ao ambiente, na 
proteção contra perigos e na percepção de oportunidades de sobrevivência. 
Já a consciência, inclui tanto o processo da percepção consciente como o conteúdo 
da consciência em si, que depende do foco da atenção. Trata-se de voltar-se para a 
realidade, estar atento e desperto e aberto para conhecer, por isso depende tanto da 
atenção. Podemos citar o exemplo de uma experiência em Mindfullness, na qual 
manipulamos o foco da atenção para nos tornarmos mais conscientes do momento 
presente. No processo de aprendizagem, quando aprendemos algo novo estamos 
totalmente conscientes na execução da atividade (falar, comer, andar, ler), mas à 
medida que incorporamos tal aprendizado aos nossos hábitos, vamos 
automatizando estas ações e deixando de estar consciente delas. 
Por fim, na próxima subseção, a memória é trazida enquanto um processo que 
sustenta todas as nossas ações, e, portanto outros processos cognitivos, por estar 
ligada ao armazenamento das informações adquiridas em nossas experiências 
sensoriais. Além disso, a memória está ligada a nossa identidade e singularidade, 
definindo nossa existência, visto que ela guarda nossos aprendizados e nossas 
vivências na interação conosco, com outros e com o mundo. Podemos dizer que 
somos quem somos porque lembramos. 
Isso nos traz uma discussão acerca da problemática da perda da noção de 
identidade parcial ou completa dos sujeitos que sofrem de alguma forma alterações 
crônica da memória, sejam quantitativas ou qualitativas, como no caso dos 
portadores de Mal de Alzheimer, contexto no qual se observa uma experiência de 
muito sofrimento por parte do adoecido e de seus entes próximos. 
No tocante às alterações quantitativas e qualitativas da memória, já que foram 
mencionadas, o capítulo traz uma síntese bastante didática, apresentada em 
quadros. As alterações quantitativas estão ligadas ao ritmo da fluência dos 
conteúdos mnêmicos, assim como à capacidade de fixá-los e evocá-los, como no 
caso das hipermnésias e amnésias. Já as qualitativas, relacionam-se com a 
característica do conteúdo adquirido, configurando-se como deformações no 
elemento previamente fixado, gerando uma lembrança diferente da senso percepção 
original, como nos casos de ilusões ou alucinações mnêmicas, fabulações ou 
lembranças obsessivas. Nesta mesma subseção do texto, são apresentadas 
também as distorções mais comuns da memória, tais como sugestionabilidade, falta 
de atenção, bloqueio, entre outras, além dos principais fatores relacionados às 
dificuldades de construção e evocação de memórias. 
De modo geral, após a leitura posso dizer que considero este material muito 
pertinente à construção da aprendizagem na disciplina de Teorias e Sistemas 
Psicológicos, visto que o texto se apresenta numa linguagem acessível, 
demonstrando uma preocupação com a didática, expressada também na utilização 
de recursos acessórios como quadros, tabelas, curiosidades, imagens e exercícios 
que ajudam a consolidar o conhecimento adquirido na leitura e exercitá-lo de modo 
crítico. Além disso, considero que o conteúdo pode servir de base para estudos em 
outras áreas do conhecimento, como a Psicopatologia, por exemplo. Desse modo, 
avalio positivamente este texto, e o recomendo para estudantes da Psicologia, 
Pedagogia, Psicopedagogia e outras áreas ligadas ao estudo dos processos 
cognitivos, bem como para curiosos que desejam acessar uma síntese que os ajude 
a compreender melhor os processos psíquicos que estão constantemente presentes 
em nosso cotidiano. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Faculdade Estácio FAL 
Curso: Psicologia 
Disciplina: Teorias e Sistemas Psicológicos IV 
Professora: Waneska Martins Pimentel Cunha 
Alunas: Fabiana Cristina da Silva Melo e Michelle Cristina C. R. de França 
 
MONTEIRO, T.C; CAMPOS, L.A; MELLE, A.(Org.). Teorias e Sistemas 
Psicológicos IV. Rio de Janeiro, 2019. 1° Ed. SESES. c.3. p 88-103. 
 
Cap. 4: Terapias Cognitivas 
 
Dando continuidade aos estudos em Psicologia Cognitiva, este capítulo inicia 
demarcando o início da consolidação da Psicologia Cognitiva no meio científico, 
destacando o acontecimento em 1956 do seminário no MIT (Instituto de Tecnologia 
de Massachusetts), que contou com a presença de grandes teóricos, na época em 
ascensão, como Piaget, Chomsky e Muller. Na ocasião, a comunidade acadêmica 
pode presenciar não só o evidente alinhamento das proposições teóricas desses 
sujeitos, como também o nascimento de importantes estratégias interventivas no 
campo dos estudos cognitivistas para tratar da complexidade da mente humana e da 
questão do processamento de informações, tendo este evento resultado em ricas 
contribuições teóricas, as quais são reconhecidas ainda atualmente pelo seu 
pioneirismo, visto que abriram caminho para o surgimento de outras proposições 
teóricas e modelos terapêuticos posteriores. 
 O capítulo se faz de extrema importância para o estudo nesta disciplina por ter 
como objetivo elencar as teorias cognitivas e apresentar os principais conceitos 
delas, sendo organizado em cinco tópicos centrais, sendo eles: 1)Teoria 
Sociocognitiva de Albert Bandura; 2) Teoria dos Constructos Pessoais de George 
Kelly; 3) Teoria Racional-Emotiva de Albert Ellis; 4) Teoria Cognitiva de Aaron Beck; 
5) Terapia dos Esquemas de Jeffrey Young. 
No primeiro tópico, nos é apresentada a Teoria social Cognitiva de Albert Bandura, 
teórico canadense, da Universidade de Stanford, criador da Teoria da Aprendizagem 
Social, também chamada de Sociocognitiva, a qual tem como objeto o 
comportamento do ser humano inserido em seu contexto social. 
Ele acreditava que os fatores pessoais, ambientais e o comportamento em si são 
interdependentes e que os fatores externos agiriam como mediadores dos 
processos cognitivos. 
Essa teoria concebe que a aprendizagem não é só um processo de 
condicionamento, mas é também de caráter interacionista, visto que aprendemos 
observando as vivências de outros e interagindo com eles. Tal concepção permitiu 
que este autor fosse além ao conceito de reforço comportamental fortemente 
adotado por behavioristas clássicos, pois ele passou a considerar variáveis 
intrínsecas ao sujeito que poderiam também influenciar na relação estímulo-
resposta, acreditando que as pessoas podiam prever resultados futuros observando 
as consequências de suas respostas, mas também das respostas de outros, e 
agimos conforme o que julgamos que será mais benéfico. 
Bandura também se debruçou sobre outros conceitos clássicos. Além de diferenciar 
aquisição de desempenho, sendo o desempenho, ele também elencou três tipos de 
incentivos que agem sobre este desempenho, sendo eles: o incentivo direto, que 
viria do próprio condicionamento, com os reforços; o incentivo vicário, ou indireto, 
quando a aprendizagem vem pela observação do condicionamento de outras 
pessoas; e o auto administrado, que teria origem em variáveis não observáveis, que 
fariam a autorregulação de comportamentos. 
Adiante, no segundo tópico é trabalhada a teoria do constructo pessoal de George 
Kelly, psicólogo norte-americano, famoso também porsua teoria da personalidade. 
Na teoria do constructo pessoal, iniciada a partir de seus atendimentos com 
crianças, ele acreditava no papel ativo do ser humano sobre o seu destino mais sem 
desconsiderar o peso de suas circunstâncias. Em seus atendimentos, ele recebia 
queixas escolares e avaliava o comportamento responsável por levar a criança até 
ele, mas também a partir da ótica dos professores, observando a construção que 
estes faziam sobre aquele comportamento. 
O constructo seria a forma como percebemos e interpretamos os acontecimentos e 
como nós reagimos a essas interpretações. Assim, não só reagimos à realidade 
como ela é, mas também temos o poder de manipulá-la de certa forma, visto que 
temos a capacidade de reinterpretar, construir e desconstruir conceitos. Além disso, 
Kelly definiu que os constructos seriam polarizados em três extremos, de modo que 
haveria dois elementos semelhantes entre si, chamados de polo de similaridade, e 
um terceiro diferente dos outros dois, chamado de polo de contraste. 
Os estudos de Kelly tiveram importantes implicações no campo da Psicologia 
Clínica, 
Em seguida, os autores nos apresentam a Terapia racional emotiva (TRE), criada 
por Albert Ellis, em 1955. Ela é considerada um método psicoterápico de abordagem 
cognitivista e também uma teoria da personalidade. O método de Ellis parte do 
entendimento do homem enquanto organismo biopsicossocial, compreendendo 
percepção, comportamento, pensamento e emoção como os quatro elementos 
básicos da cognição os quais são igualmente interdependentes. 
Para Ellis, os seres humanos funcionam baseados em crenças racionais (que 
produzem estados emocionais saudáveis, mesmo que negativos) e irracionais 
(produtoras de estados emocionais perturbados). Na atuação clínica, sua 
intervenção se baseia em reestruturar essas crenças irracionais de modo a modificar 
a expressão comportamental de forma duradoura. Outro aspecto interessante dessa 
teoria é a concepção sobre emoção e pensamento. Na TRE, a emoção é o estado 
mais elaborado da reação humana aos estímulos e está relacionada a todos os 
processos cognitivos. O que vulgarmente chamamos de pensamento, para ele seria 
uma avaliação racional de uma situação ou o resultado de uma organização da 
percepção. Apesar de pensamento e emoção serem coisas distintas, para ele 
haveria uma interligação, de modo que as emoções podem ser alteradas a partir de 
uma mudança no modo de pensar. 
No quarto tópico, podemos conhecer a abordagem da Teoria Cognitiva de Aaron 
Beck, um psiquiatra norte-americano conhecido como pai da Terapia Cognitiva e de 
instrumentos como as Escalas Beck de Ansiedade (BAI), Depressão (BDI), de 
Ideação Suicida (BSI) e de Desesperança (BHS) 
A Terapia Cognitiva identifica três tipos de pensamento: 1) os pensamentos 
automáticos, que fluem em nosso cotidiano diante dos acontecimentos do dia a dia, 
sem que a consciência tenha acesso; 2) as crenças intermediárias, elas estão no 
segundo nível do pensamento e ocorrem como suposições ou regras do tipo "Se tal 
coisa acontecer, então isso ou aquilo poderá acontecer" e por estarem nesse nível 
intermediário são mais resistentes à mudanças; 3) as crenças centrais, são o nível 
mais profundo desse modelo e estão ligadas à ideias rígidas e absolutas sobre si 
mesmos. Normalmente essas ideias são forjadas na infância e mediante 
experiências traumáticas sofrem distorções que nos acompanham na fase adulta, 
alterando nossa percepção e comportamento. A teoria dispõe que os três níveis do 
pensamento relacionam-se com o funcionamento da psique da pessoa e podem 
sofrer intervenções a partir das técnicas cognitivas. Ademais, a teoria trabalha com 
modelos compreensivos de quadros clínicos mais comuns, tais como depressão, 
ansiedade e transtornos de personalidade, baseados nas proposições de Beck, que 
orientam o terapeuta em suas intervenções. 
Por fim, podemos destacar deste tópico as quatro características básicas da terapia 
cognitiva que seriam: a ênfase numa aliança terapêutica segura, no qual estabelecer 
metas para o processo e articular de modo conjunto o que abordar nas sessões 
pode ajudar na relação profissional-paciente; o caráter educativo do processo 
terapêutico a fim de promover autonomia do paciente para que ele seja seu próprio 
terapeuta, à medida que o profissional irá lhe guiar em seu processo de 
psicoeducação; o terapeuta deve-se basear nas queixas do paciente e construir com 
ele as pautas e metas do processo; o terapeuta deve estruturar as etapas do 
processo junto com o paciente para que este possa assumir sua autonomia. 
Encerrando este capítulo, no último tópico somos apresentados à Terapia dos 
esquemas proposta por Jeffrey Young. Young desenvolveu inicialmente a terapia 
para lidar com pacientes que possuíam transtornos psiquiátricos crônicos e difíceis 
de intervir (problemas caracterológicos) e que também faziam uso de psicotrópicos. 
Posteriormente a terapia dos esquemas de mostrou muito eficaz no tratamento da 
depressão, ansiedade, transtornos alimentares, problemas de casal e outras 
dificuldades de relacionamento. O modelo ajuda a compreender os problemas 
observando como os esquemas (chamados de desadaptativos remotos) foram se 
construindo desde a infância. Segundo Jeffrey esses esquemas seriam um padrão 
amplo composto por memórias, emoções e sensações corporais ligadas ao 
relacionamento conosco e com outros, construídos na infância e adolescência e que 
vão se complexificando e consolidando ao longo da vida dos sujeitos gerando como 
resposta comportamentos desadaptativos. Esses comportamentos são agrupados 
em cinco categorias que representam as necessidades não satisfeitas dessas 
crianças e adolescentes que habitam nesses adultos, sendo elas, de forma bem 
sintética, sumariamente: 1) a necessidade de proteção e estabilidade; 2) a 
dificuldade de se tornar independente e autônomo; 3) fragilidade ligada aos limites 
internos, falhas nas responsabilidades com os outros e com objetivos em longo 
prazo; 4) foco excessivo nós desejos, expectativas e necessidades dos outros; 5) 
supressão dos próprios sentimentos, expectativas, impulsos e escolhas no 
cumprimento de regras e expectativas alheias. A partir deste modelo, a terapia dos 
esquemas, assim como outras da Psicologia tem como meta identificar os esquemas 
dos pacientes e torná-los conscientes destes a fim de ajudá-los a exercer o controle 
sobre esses padrões, bem com sobre os comportamentos disfuncionais ligados a 
eles. 
Diante do que foi colocado, considero que esta leitura seja fundamental para os 
estudos da Psicologia Cognitiva, sendo muito importante principalmente para os 
estudantes do início da graduação por possibilitar, de forma objetiva, sintética, 
coerente e suficientemente clara, o acesso às várias possibilidades teóricas e 
interventivas que a Psicologia oferece, e o conhecimento introdutório de algumas 
abordagens práticas que podem ser utilizadas na atuação clínica sob a ótica da 
perspectiva Cognitivista. Ademais, assim como em outros capítulos do livro, observei 
a preocupação com a didática, visto que os autores utilizarem diversos recursos 
pedagógicos como esquemas, imagens, tabelas, comentários, curiosidades 
adicionais e exercícios de fixação. Nesse sentido, avalio o texto positivamente e 
recomendaria a leitura a estudantes e profissionais do campo da Psicologia e áreas 
adjacentes, bem como a leitores curiosos em geral.