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Metrologia Faculdade de Engenharia Porto Alegre EXATIDÃO E REPETITIVIDADE Boa exatidão Boa repetitividade Baixa exatidão Boa repetitividade Baixa exatidão Baixa repetitividade Boa exatidão Baixa repetitividade Não repetitivo Exato Não repetitivo Inexato Repetitivo Inexato Repetitivo Exato EXATIDÃO E PRECISÃO REPETIBILIDADE É a variação inerente ao equipamento. Trata-se de uma variação de causa comum (erro aleatório) decorrente de sucessivas medições feitas sob condições definidas. Suas condições de medição são fixas e definidas (peça, instrumento, padrão, método, operador, ambiente, entre outros). Por esta razão, a repetibilidade é também conhecida como a variação dentro do sistema. REPETIBILIDADE As principais causas de uma repetibilidade incerta são: variação da amostra variação do instrumento variação do padrão variação do método variação do avaliador variação do ambiente falhas na aplicação (erros de observação, tamanho da peça, posição). REPETIBILIDADE REPRODUTIBILIDADE Pode ser definida como a variação das médias das medições feitas por diferentes avaliadores, utilizando um mesmo instrumento, enquanto medindo uma mesma característica, sob as mesmas condições ambientais. Portanto, não é aplicável a sistemas automatizados. Por esta razão, a reprodutibilidade é também conhecida como a variação das médias entre sistemas ou entre condições de medição. Porém ela não inclui apenas os diferentes avaliadores, mas também os diferentes dispositivos de medição, laboratórios e ambientes. As principais causas de erros de reprodutibilidade são similares as de repetibilidade, além de treinamentos insuficientes e projeto inadequado do instrumento (permitindo interpretações subjetivas). REPRODUTIBILIDADE R&R DO DISPOSITIVO DE MEDIÇÃO Resumidamente, o R&R é a variância resultante da soma das variâncias dentro do sistema e entre sistemas. Variância R&R = Variância reprodutibilidade + Variância repetibilidade R&R = VO + VE Desvio Padrão 𝑹&𝑹 = (𝑽𝑶)𝟐+(𝑽𝑬)𝟐 O ERRO DE PARALAXE E ERRO DE LEITURA Nos instrumentos analógicos, podem ainda considerar-se duas fontes de erro adicionais: · Erro de paralaxe. · Erro de leitura. O ERRO DE PARALAXE Erro de paralaxe é o erro que se comete ao observar a posição do ponteiro de forma oblíqua, dado que o ponteiro se encontra, necessariamente, a uma certa distância da superfície da escala. Em alguns instrumentos, nomeadamente os de maior exatidão (classes 0.1, 0.2 e 0.5), há um espelho ao longo da graduação da escala. Neste caso, a leitura só deve ser efetuada quando o ponteiro encobre a sua imagem dada pelo espelho. O ERRO DE PARALAXE O ERRO DE PARALAXE Numa dada medição, só por coincidência é que o ponteiro do instrumento coincide exatamente com uma divisão da escala. Torna-se então importante avaliar o erro de leitura cometido. Este erro depende essencialmente de: · Observador (treino, acuidade visual, etc.). · Qualidade da graduação (comprimento e espessura das marcas da escala, espessura do ponteiro, etc.). · Condições ambientes (iluminação, etc.). Deve então considerar-se um erro absoluto de leitura igual a metade do valor da menor divisão, que representa o máximo erro de leitura que se pode cometer. ERRO DE LEITURA O resultado da medição é então: 126,5 ± 0,5 Isto é o mesmo que dizer que o observador só pode garantir que a leitura está entre 126 e 127. ERRO DE LEITURA Apesar do alto nível de desenvolvimento tecnológico, ainda é impossível obter superfícies perfeitamente exatas. Por isso, sempre se mantém um limite de tolerância nas medições. Mesmo assim, é comum aparecerem peças com superfícies fora dos limites de tolerância, devido a várias falhas no processo de usinagem, nos instrumentos ou nos procedimentos de medição. Nesse caso a peça apresenta erros de forma. TOLERÂNCIA CONCEITOS BÁSICOS Definições, conforme NBR 6405 / 1988. − Superfície real: superfície que separa o corpo do ambiente. − Superfície geométrica: superfície ideal prescrita nos desenhos e isenta de erros. Exemplo: superfícies plana, cilíndrica e esférica. − Superfície efetiva: superfície levantada pelo instrumento de medição. É a superfície real, deformada pelo instrumento. Com instrumentos, não é possível o exame de toda uma superfície de uma só vez. |Por isso, examina-se um corte dessa superfície de cada vez. Assim definimos: − Perfil real: corte da superfície real. − Perfil geométrico: corte da superfície geométrica. − Perfil efetivo: corte da superfície efetiva TOLERÂNCIA CONCEITOS BÁSICOS As diferenças entre o perfil efetivo e o perfil geométrico são os erros apresentados pela superfície em exame e são genericamente classificados em dois grupos: − Erros macrogeométricos: detectáveis por instrumentos convencionais. Exemplos: ondulações acentuadas, conicidade, ovalização etc. − Erros microgeométricos: detectáveis somente por rugosímetros, perfiloscópios etc. São também definidos como rugosidade. TOLERÂNCIA TOLERÂNCIA O papel do controle de qualidade é medir a peça produzida, comparar o resultado com a respectiva tolerância e classificar a peça como aprovada, quando obedece a tolerância, ou rejeitada, caso contrário. Entretanto, qualquer SM apresenta erros, produzindo resultados com incertezas. Como usar informações obtidas a partir de SM imperfeitos para tomar decisões seguras sobre a aceitação ou não de peças? O CONTROLE DE QUALIDADE Seja, por exemplo, um balança usada para medir a massa líquida de um saco de café que deveria obedecer a tolerância de (500 ± 10) g. Suponha que suas características metrológicas sejam tais que produzam resultados com incerteza de medição de ± 5 g. Suponha ainda que a massa líquida de café de um determinado saco seja medida e o seguinte resultado tenha sido encontrado: RM = (493 ± 5) g É possível afirmar que este saco, em particular, atende à tolerância? A análise desta questão é melhor realizada com o auxílio da figura abaixo: O CONTROLE DE QUALIDADE Os limites inferior (LIT) e superior (LST) da tolerância estão representados na figura. Sacos cuja massa líquida que estejam dentro destes limites são considerados aceitos. O resultado da medição (493 ± 5) g está representado na figura. É possível notar que este resultado representa uma faixa de valores que contém uma parte dentro do intervalo de tolerâncias e outra fora. Assim, nestas condições, não é possível afirmar com segurança que este saco atende ou não atende a tolerância. Isto se dá em função da escolha inapropriada do sistema e/ou procedimento de medição. É recomendável que a incerteza da medição não exceda uma certa fração do intervalo de tolerância. O CONTROLE DE QUALIDADE Seja IT o intervalo (ou faixa) de tolerância desejável para a grandeza mensurável, dado por: IT = LST - LIT sendo IT intervalo de tolerância LST limite superior da tolerância LIT limite inferior da tolerância O CONTROLE DE QUALIDADE A experiência prática mostra que um ponto de equilíbrio razoável é atingido quando a incerteza de medição é da ordem de um décimo do intervalo de tolerância, ou seja: Seguindo esta relação, a incerteza de medição do processo de medição adequado para controlar a tolerância (500 ± 10) g deveria resultar em incerteza de medição da ordem de: IM = (510 - 490)/10 = 2 g De fato, se o resultado da medição obtido fosse (493 ± 2) g seria possível afirmar, com segurança, que a tolerância foi obedecida. A faixa de valores correspondente ao resultado da medição estaria toda dentro da faixa de tolerâncias. O CONTROLE DE QUALIDADE 𝑰𝑴 = 𝑰𝑻 𝟏𝟎 RM = (493 ± 10) g O CONTROLE DE QUALIDADE RM = (493 ± 2) g LIA = LIT + IM LSA = LST – IM sendo LIA limite inferior de aceitação LSA limite superior de aceitação LIT limite inferior de tolerância LST limite superior de tolerância IM incerteza da medição O CONTROLE DE QUALIDADE LIT LST