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Nome: Paloma Silva Pantaleao Ano: 1°Ano Londres e Paris no Século XIX 1. Fourier ou as passagens. As passagens para Benjamin, são “invenção de luxo industrial, uma passarela com galerias cobertas de vidro e com paredes de mármore, que atravessam quarteirões inteiros. Em ambos os lados dessas galerias que recebem a luz do alto, alinham-se as lojas mais elegantes.” Benjamin se reporta a Paris do século XIX com o intento de apreender a modernidade do capitalismo no seu momento mais significativo. Daí destacar a questão da metrópole e o processo de modernização, identificando as suas consequências junto a cidade e os seus habitantes, a cultura, a arquitetura, a moda e a arte. Portanto, com a modernização das cidades, todo o ethos se modificou. Ele busca interpretar o estado da cultura na época de uma Modernidade em processo de expansão. No seu entender. ➢ Em 1840 havia centenas de passagens. ➢ Primeira passagem: Passagem do Cairo, 1799. Nessas passagens surgiu a Alta do comércio Têxtil: acúmulo de capital, alta produção:MODA. E Construção em ferro: primeiro material artificial utilizado em construções; o trilho como precursor da viga. Princípio estrutural: montagem. Também, a “Imagens de desejo” interpretando materiais e dados concretos como cristalizações de desejos. Os desejos projetam o futuro, mas só podem fazê-lo a partir do passado.As passagens são um “mundo do sonho” que contém as imagens de desejo de uma sociedade do consumo ainda incipiente. Pois à beleza, a arquitetura, os luxos de cada galeria dessas passarelas, chamam atenção das pessoas, que faz despertar o desejo de consumir. 2. Daguerre ou os panoramas. Na segunda seção de “Paris, a capital do século XIX”, Benjamin demonstra que a mudança da cidade também está relacionada a inovações técnicas, e ambas correspondem a mudanças no aparelho perceptivo da humanidade. Uma das principais controvérsias do século XIX pode ser situada na oposição entre arte e ciência, ou entre arte e técnica. A arquitetura acaba por tornar-se obra de engenharia, separando-se da arte, da decoração, da ornamentação. “Enquanto a técnica das construções aperfeiçoa-se com tanta rapidez, a cultura artística tradicional entra em sua crise definitiva.” Assim como a arquitetura separa-se do campo da arte, o panorama torna a pintura uma questão técnica, mais que uma arte, mesmo que representando paisagens naturais, como forma de trazer o campo para a cidade, elas aparecem como artifício. 3. Grandville ou as exposições universais. Benjamin investiga os fenômenos perigos dessa nova mediação na “cidade do luxo e da moda", tendo em vista se tratar de um novo universo em que o fazer humano está imerso. Daí as Exposições universais se centrar em torno do seu caráter universalizante do mundo mercadorias. Desta feita, como Exposições universais passam a exercer um duplo aspecto: ➢ Certificam culto à mercadoria, universalizar o desejo de ter, o consumo desmedido e pautando ou fazer humano em torno do objeto a ser consumido. ➢ contribui de forma incisiva no plano ideológico, na medida em que tem por função ser um instrumento de difusão de uma idéia de mundo, com objetivo de divertir uma classe trabalhadora, na tentativa de reduzir seu horizonte para ilusões de consumo e do progresso. Como Exposições universais, enquanto universo de mercadorias, se configurar agora como os locais de lazer coletivos. Até mesmo o ócio passa a se vincular a este universo. A modernidade inaugura uma instituição e a determinação até o mesmoo lazer, por meio desses locais.Oculto ao sistema parece estar sempre disposto à renovação. Assim, como Exposições universais se formam enquanto locais de “Peregrinação ao fetiche mercadoria ”. Desse modo, as passagens, o lazer, a moda, a propaganda e tantas outras expressões das relações sociais passam a ser orientadas pela mercadoria, ou por assim dizer, passam uma expressão de um mundo fantasmagórico regido pela mercadoria. Não obstante, o valor da troca adentra ou delírio onírico do imaginário coletivo de toda uma sociedade. De acordo com Benjamin: “As exposições universais constroem o universo das mercadorias. Como Fantasias de Grandvile transferidas para o universo ou caráter de mercadoria. Elas o modernizam.” 4. Luis Filipe ou o intérieur Sob Luís Filipe, o homem privado pisa o palco da história. A am- pliação do aparelho democrático através da justiça eleitoral coincide com a corrupção parlamentar organizada por Guizot. Protegida por ela, classe dominante faz história fazendo os seus negócios. Estimula a cons- trução de ferrovias para beneficiar as ações que possui. À Revolução Francesa seguem-se regimes de monarquia absolutistas, em um ambiente de miséria (alta dos alimentos devido à subprodução no campo, desemprego na cidade), até que em julho de 1830, após a dissolução do congresso pelo Rei Carlos X, uma série de revoltas populares, espalhando trincheiras nas ruas, leva o rei ao exílio. Separação entre casa e local de trabalho. Esse indivíduo, que sai do ambiente mecanizado do trabalho, atravessa a cidade cinzenta e repleta de anônimos, chega em casa e procura abrigo deste mundo desumano. Refugia-se em seus objetos antigos, em sua decoração ostensiva, nos objetos de veludo que guardam sua marca, seu vestígio, dando-lhe a sensação de existir como indivíduo fora da massa. “O homem privado, realista no escritório, quer que o interieur sustente as suas ilusões. Esta necessidade é tanto mais aguda quanto menos ele cogita estender os seus cálculos comerciais às suas reflexões sociais.” O conforto primeiramente surge como uma necessidade de diminuir o esforço e mal-estar físico, uma vez que foi percebida a diminuição da produção com a carga de trabalho acentuada. As mudanças no vestuário e no mobiliário trouxeram maior mobilidade gestual, conforto ergonômico e produtividade. Posteriormente torna-se luxo, é incorporada aos objetos da moradia. “O interior da residência é o refúgio da arte. O colecionador é o verdadeiro habitante desse interior.” “O interior não é apenas o universo do homem privado, mas também o seu estojo. Habitar significa deixar rastros. No interior, eles são acentuados.” 5. Baudelaire ou as ruas de Paris As ruas de Paris ainda possuem uma estrutura medieval no início do processo de crescimento e modernização da cidade. Transitoriedade: “Não se trata, de fato, para Baudelaire, de “representar”, mas sim de “protestar contra”, e se ele é moderno quando traz o gás e o ônibus para dentro da poesia, também o é igualmente quando submete os próprios elementos da modernidade ao que chama em “O pintor da vida moderna” de “idealização forçada” A poesia alegórica de Baudelaire retrata essa fragmentação, reflexo da fragmentação da experiência. A cidade como objeto da poesia lírica, uma escrita que não tem mais lugar na cidade. Não é uma poesia que canta a “cidade natal” (como na poesia lírica tradicional), mas fruto de um estranhamento. O flâneur está entre a multidão e a classe burguesa consumidora. olhar do alegórico é o olhar do estranhamento. A passagem, que concentra a forma da cidade, do mundo de sua época, é uma construção ambivalente, uma imagem ambígua: é ao mesmo tempo casa e rua, mundo interior e exterior. Por um lado, “a passagem, mais do que em qualquer outro lugar, a rua se apresenta como o intérieur mobiliado e habitado pelas massas.” 6. Haussmann ou as barricadas Haussmann trata de encontrar apoio para a sua ditadurae colocar Paris sob um regime de exceção. Em 1864, num discurso na Câmara, expressa o seu ódio contra a desarraigada população da grande metró- pole. Esta aumenta constantemente através dos seus empreendimentos. A elevação dos aluguéis empurra o proletariado para os arrabaldes. Atra- vés disso, os bairros perdem a sua fisionomia própria. Surge o cinturão em mais em vermelho. Haussmann deu a si mesmo o nome de "artiste démolisseur" [artista demolidor]. Sentia-se como que chamado para a sua obra, o que enfatiza em suas memórias. Assim, ele faz com que Paris se torne uma cidade estranha para os próprios parisienses. Não se sentcasa nela. Começa-se a tomar consciência do caráter desumano da grande. A necessidade de reconstrução da cidade não provém de uma discussão entre arquitetos – preocupados com o estilo a ser estabelecido para a nova arquitetura – mas das revoluções técnicas e higienistas (as primeiras leis sanitárias são o começo da legislação urbana). A urbanística neoconservadora de Haussmann: “A urbanística desempenha um papel importante neste novo ciclo de reformas e transforma-se em um dos mais eficazes instrumentos de poder, especialmente na França.”
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