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NOTA 01 PROTEÇÃO PENAL AO PATRIMÔNIO

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DIREITO PENAL - NOTA DE AULA Nº 01 – 18/02/2020
Professor Mestre – Francisco de Paula Neto
PROTEÇÃO PENAL AO PATRIMÔNIO
Crimes Contra o Patrimônio
O que vem a ser um Crime? 
Em termos jurídicos, é toda conduta típica, antijurídica, ou ilícita, e culpável, praticada por um ser humano.
Em um sentido vulgar, crime é um ato que viola uma norma moral. Num sentido formal, crime é uma violação da lei penal incriminadora.
No conceito material, crime é uma ação ou omissão que se proíbe e se procura evitar, ameaçando-a com pena, porque constitui ofensa (dano ou perigo) a um bem jurídico individual ou coletivo.
Como conceito analítico, crime é a ação ou omissão típica, ilícita e culpável.
Um pouco de história
Desde as primeiras civilizações, ao cunhar a lei, esteve presente um dos seus objetivos primordiais que é limitar e regular o procedimento das pessoas diante de condutas amplamente consideradas como nocivas e reprováveis (cite algumas condutas reprováveis!).
Um dos escritos mais antigos é o código sumeriano de "Ur-Nammu" que data de aproximadamente 2100 a.C. no qual se vêm arrolados 32 artigos alguns dos quais preconizando penas para atos delitivos. O Código de Hamurabi que é compilação maior e posterior, dentre outros regramentos penais contra o crime, adota a chamada Lei de Talião ou a conhecida lei do olho por olho, dente por dente, que concedia aos parentes da vítima o direito de praticar com o criminoso a mesma ofensa e no mesmo grau por ele cometido (caberia ser adotado pela sociedade dita moderna? E as tentativas atuais de linchamento!).
Até a idade média a noção de crime não era muito clara, freqüentemente confundida com outras práticas reprováveis que se verificavam nas diversas esferas legais, administrativas, contratuais e até religiosas.
Até a consagração do princípio da reserva legal (C.F. art. 5º, inciso XXXIX onde diz: “Não haverá crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem prévia cominação legal”) em matéria penal ou nullum crimen nulla poena sine lege (não há crime, não há pena, sem lei), crime e pecado se confundiam pela persistência de um vigoroso direito canônico que às vezes confundia (e até substituía) a legislação dos Estados.
Deve-se, portanto àquele princípio a formulação atual de várias legislações penais que, em verdade, não proíbem nenhuma prática, mas simplesmente tipificam condutas e preconizam as respectivas penas àqueles que as praticam.
OBS: É correto dizer que não há lei alguma que proíba alguém de matar uma pessoa. O que há é uma lei que tipifica esta ação definindo-a como crime, e prescreve-lhe as diversas penas aplicáveis àquele que a praticou, levando em conta as diversas circunstâncias atenuantes ou agravantes presentes em cada caso.
Furto (Art.155)
O Art. 155 do CP prevê o tipo penal do furto: "Subtrair, para si ou para outrem, coisa alheia móvel".
· Subtrair: abrange tanto a hipótese em que o bem é tirado da vítima quanto aquela em que ele é entregue espontaneamente, e o agente, sem permissão, retira-o da esfera de vigilância daquele.
· Coisa móvel, para o direito penal, é qualquer substância material, aquele que pode ser mobilizada, ainda que não tangível (são mensuráveis, pode ser percebido pelos sentidos, pode ser tocado, materializado). Equipara-se à coisa móvel a energia elétrica ou qualquer outra que tenha valor econômico (art. 155, § 3º). Ex: Sujeito que entra em uma loja, se apodera de um perfume (produto à venda), e em seguida, empreende fuga.
· Por alheia entende-se aquilo que não é do agente do crime. A elementar alheia, por exemplo, impede que o proprietário cometa furto contra sua propriedade em posse de terceiro.
Obs. observem os “péssimos exemplos da mídia” e de pessoas do meio.
IMPORTANTÍSSIMO - o furto difere do roubo por ser praticado sem emprego de violência contra a pessoa ou grave ameaça.
Sujeito ativo - qualquer pessoa (quem furta), uma vez que é crime comum - o crime que pode ser praticado por qualquer pessoa.
Sujeito passivo - qualquer pessoa (quem é furtado). Este pode ser tanto a pessoa física, como a pessoa jurídica, pois esta tem patrimônio.
Tipo objetivo: A ação física é a de subtrair, que significa retirar.
O ser humano não pode ser objeto de furto, muito menos o cadáver, salvo o que pertence a alguém, como os cadáveres usados nas faculdades para pesquisa científica.
As coisas sem dono (res nullius), abandonadas e declaradas sem valor econômico (res derelicta) e as coisas comuns (ar, por exemplo). Não podem ser objeto de furto.
Tipo subjetivo: Deve ser ressaltado que a descrição típica do crime de furto exige duplos elementos subjetivos: 
1. O dolo que consiste na vontade livre e consciente de subtrair a coisa móvel; 
2. A finalidade especial contida na expressão "para si ou para outrem".
Consumação - O crime consuma-se no momento da inversão da posse, ou seja, no momento após a arrebatação, no qual o objeto material sai da esfera de guarda e vigilância do proprietário ou possuidor e passa para a do sujeito ativo do crime. Pode ocorrer, por exemplo, quando o criminoso engole uma pedra preciosa que acabou de furtar, ou quando ele consegue fugir do local.
Tentativa - Como crime material (tem ação e resultado), admite-se a forma tentada.
No direito brasileiro, a forma tentada só é admitida no flagrante próprio (aquele em que o agente é encontrado no ato). 
Já no flagrante impróprio (ocorre quando o agente é perseguido, logo após cometer o ilícito em situação que faça presumir ser ele o autor da infração) e no presumido (o agente é preso, logo depois de cometer a infração com instrumentos, armas, objetos ou papeis que façam presumir ser ele o autor da infração) há crime consumado.
Os teóricos e suas teorias psicológicas
O furto normalmente é motivado pelo valor monetário ou pela utilidade que está agregada ao objeto. Na cleptomania isso não acontece, os objetos eleitos de subtração não são necessariamente valiosos ou possuem utilidade. Isso não exclui, todavia, a tipicidade do furto pelo cleptômano, que será punível quando o autor possa ter consciência da lesão ao bem jurídico causada pelo seu ato - o fato de sua ação ser fruto de um impulso irresistível não exclui esta consciência. Considera-se também que os furtos do cleptomaníaco não costumam ser planejados e são realizados sem a ajuda de outras pessoas.
Causas de aumento de pena (§ 1º do Art.155) - Crime praticado durante o repouso noturno.
É circunstância agravante, pois aumenta a pena base de uma fração. Aqui, adota-se o critério psicossocial (o período em que a cidade dorme). Justifica-se pelo relaxamento natural de vigilância, onde a tutela privada diminui, o legislador procurou reforçar a tutela pública.
Causas de diminuição de pena - furto privilegiado (§ 2º do Art.155) 
Se o criminoso é primário, e é de pequeno valor (não excede um salário mínimo) a coisa furtada. 
Ex. O agente entra no supermercado e leva consigo de forma sorrateira uma lata de leite.
Obs: o “furto de uso” não é crime, mas o agente deve devolver a coisa no mesmo local e estado em que se encontrava por livre e espontânea vontade, sem ser forçado por terceiro.
Obs: o “furto famélico” afasta a ilicitude por estado de necessidade (Art. 23 CP), mas a conduta deve ser inevitável. Ocorre quando alguém furta para saciar uma necessidade urgente e relevante. Não constitui crime desde que seja a única opção do agente para saciar a fome e o bem subtraído sirva como alimento (comida ou bebida) e o agente não disponha de recursos econômicos para adquiri-lo. Porém, se o agente subtrai um celular alegando que o venderia para comprar alimentos, não há furto famélico. 
Obs: o “furto de bagatela” (princípio da insignificância): nenhuma periculosidade da ação, mínima ofensividade da conduta do agente, reduzido grau de periculosidade da conduta do agente, inexpressividade da lesão provocada. (ex.: furtar uma agulha); ocasiona a exclusão da tipicidade.
Equipara-se à coisa móvel (§ 3º do Art.155)
A energia elétrica ou qualquer outra que tenha valor econômico.
Formas qualificadas(§ 4º do Art.155)
“A pena é de reclusão de 2 (dois) a 8 (oito) anos, e multa, se o crime é cometido:”
Incisos I, II, III e IV.
I - com destruição ou rompimento de obstáculo à subtração da coisa (destruição ou rompimento de obstáculo à subtração da coisa: a violência deve ser contra o obstáculo e não contra a coisa; a simples remoção do obstáculo e o fato de desligar um alarme não qualificam o crime).
II - com abuso de confiança, ou mediante fraude, escalada ou destreza: (abuso de confiança): que a vítima, por algum motivo, deposite uma especial confiança no agente (amizade, parentesco, relações profissionais etc.) e que o agente se aproveite de alguma facilidade decorrente dessa confiança para executar a subtração - ex.: furto praticado por empregada que trabalha muito tempo na casa. (Mediante fraude): é o artifício, o meio enganoso usado pelo agente, capaz de reduzir a vigilância da vítima e permitir a subtração do bem - ex.: o uso de disfarce ou de falsificações; a jurisprudência vem entendendo existir o “furto qualificado” mediante fraude na hipótese em que alguém, fingindo-se interessado na aquisição de um veículo, pede para experimentá-lo e desaparece com ele. (Escalada): é a utilização de via anormal para adentrar no local onde o furto será praticado; a jurisprudência vem exigindo para a concretização dessa qualificadora o uso de instrumentos, como cordas, escadas ou, ao menos, que o agente tenha necessidade de realizar um grande esforço para adentrar no local (transpor um muro alto, janela elevada, telhado etc.); a escavação de túnel é utilização de via anormal; quem consegue ingressar no local do crime pulando um muro baixo ou uma janela térrea não incide na forma qualificada. (Destreza): é a habilidade física ou manual que permite ao agente executar uma subtração sem que a vítima perceba que está sendo despojada de seus bens; tem aplicação quando a vítima traz seus pertences junto a si, pois apenas nesse caso é que a destreza tem relevância (no bolso do paletó, em uma bolsa, um anel, um colar etc.); se a vítima percebe a conduta do sujeito, não há a qualificadora, haverá “tentativa de furto simples”; se a conduta do agente é vista por terceiro, que impede a subtração sem que a vítima perceba o ato, há “tentativa de furto qualificado” pela destreza; se a subtração é feita em pessoa que esta dormindo ou embriagada, existe apenas “furto simples”, pois não é necessário habilidade para tal subtração.
III - com emprego de chave falsa (é a imitação da verdadeira, obtida sem autorização; qualquer instrumento, com ou sem forma de chave, capaz de abrir uma fechadura sem arrombá-la (ex.: grampos, "mixas”, chaves de fenda, tesouras etc.); não se aplica essa qualificadora na chamada “ligação direta”).
IV - mediante concurso de duas ou mais pessoas (basta saber que o agente não agiu sozinho)
§ 4º - A do Art.155
Com emprego de explosivo ou artefato análogo (Lei 13.654/2018)
§ 5º do Art.155 
Constata-se que a qualificadora requer a conjugação do objeto material, com o transporte efetivo do veículo automotor para outro Estado ou mesmo para o Exterior, a fim de que a qualificadora possa subsistir. Vale assinalar que a efetiva transposição do veículo automotor apresenta-se como conditio sine qua non para a ocorrência da espécie da qualificadora.
§ 6º do Art.155
Subtração de semovente domesticável de produção.
§ 7º do Art.155 
Subtração de substância explosiva (Lei 13.654/2018)
O Furto de coisa comum (Art. 156)
A razão da incriminação é de que o agente subtraia coisa que pertença também a outrem. Este crime constitui caso especial de furto, distinguindo-se dele apenas as relações existentes entre o agente e o lesado ou os lesados.
Art. 156 - Subtrair o condômino, co-herdeiro ou sócio, para si ou para outrem, a quem legitimamente a detém, a coisa comum:
Ação penal (§ 1º - Somente se procede mediante representação.)
Sujeito ativo, somente pode ser o condômino, co-proprietário, co-herdeiro ou o sócio. Esta condição é indispensável e chega a ser uma elementar do crime e por tanto é transmitido ao partícipe estranho nos termos do artigo 29 do Código Penal Brasileiro.
Sujeito passivo será sempre o condomínio, co-proprietário, co-herdeiro ou o sócio, não podendo excluir-se o terceiro possuidor legítimo da coisa.
O que difere a conduta do crime de furto de coisa comum do crime do artigo 155 do Código Penal Brasileiro é a subtração de coisa móvel ou mobilizável. É necessário que o agente tenha uma parte ideal da coisa para que possa falar em algo que seja punível, mas não importa qual o montante da sua parte na totalidade da coisa.
Analogias com o reino animal
Não se pode falar em furto em outras espécies de animais que não o homem. O furto exige a consciência da propriedade. Apenas o homem é capaz de chegar a esse nível de abstração, concebendo uma relação entre pessoa e o objeto que transcende o tempo e o espaço, criando uma titularidade que persiste mesmo quando cessa o contato imediato com a coisa. A etologia (estuda o comportamento animal) constata que a subtração de coisa, especialmente alimentos, não é exclusivamente humana, sendo este comportamento exibido por várias espécies de animais. Entretanto este comportamento tem pouca analogia com o furto, por inexistir entre os animais uma possível compreensão da propriedade -- assim, uma criatura que se apropria de algo deixado por um animal, está apropriando-se de res derelicta. 
Roubo (Art.157)
É o ato de subtrair coisa alheia móvel, para si ou para outrem, mediante grave ameaça ou violência a pessoa, ou depois de havê-la, por qualquer meio, reduzido à impossibilidade de resistência.
Grave ameaça: é a promessa de uma mal grave (de morte, de lesões corporais, de praticar atos sexuais contra a vítima de “roubo” etc.); 
Obs: a simulação de arma (ou simulacro) e a utilização de arma de brinquedo constituem “grave ameaça”;
Violência contra a pessoa: caracteriza-se pelo emprego de qualquer desforço físico sobre a vítima a fim de possibilitar a subtração (ex.: socos, pontapés, facada, disparo de arma de fogo, paulada, amarrar a vítima, etc.)
Roubo próprio (caput): 
consuma-se, segundo entendimento do STF, no exato instante em que o agente, após empregar a “violência” ou “grave ameaça”, consegue apoderar-se do bem da vítima, ainda que seja preso no próprio local, sem que tenha conseguido a posse tranquila da coisa.
É um crime complexo, pois atinge mais de um bem jurídico: o patrimônio e a liberdade individual (no caso de ser empregada “grave ameaça”) ou a integridade corporal (nas hipóteses de “violência”).
São sujeitos passivos, o proprietário, o possuidor ou detentor da coisa, bem como qualquer outra pessoa que seja atingida pela “violência” ou “grave ameaça”.
Roubo Impróprio (§ 1º do Art.157)
Na mesma pena incorre quem, logo depois de subtraída a coisa, emprega violência contra a pessoa ou grave ameaça, a fim de assegurar a impunidade do crime ou a detenção da coisa para si ou para terceiro.
No roubo impróprio, agente inicialmente quer apenas praticar um “furto” e, já se tendo apoderado do bem, emprega a violência” ou “grave ameaça” para garantir a impunidade do “furto” que estava em andamento ou assegurar a detenção do bem.
No “roubo próprio” (caput), a “violência” ou “grave ameaça” são empregadas antes ou durante a subtração, pois constituem meio para que o agente consiga efetivá-la.
O “roubo impróprio” consuma-se no exato momento em que é empregada a “violência” ou a “grave ameaça”, mesmo que o sujeito não consiga atingir sua finalidade de garantir a impunidade ou assegurar a posse dos objetos subtraídos.
Causas de aumento da pena (§ 2º do Art.157)
I – revogado (2018)
II - (basta saber que o agente não agiu sozinho; prevalece na jurisprudência o entendimento de que a qualificadora atinge todas as pessoas envolvidas na infração penal)
III - (ex.: roubo a carro-forte, a office-boys que carregam valores para depósito em banco, a veículos utilizados por empresas para carregar dinheiro).
IV - se a subtração for de veículo automotorque venha a ser transportado para outro Estado ou para o exterior.
V - (O agente rouba o carro da vítima, depois de ameaçá-la ou agredi-la, levando-a consigo por alguns quilômetros, após deixando-a em local ermo, a fim de evitar que ela contate com a polícia). Era considerado o “antigo sequestro-relâmpago” até o advento da Lei 11.923/09 - § 3º do Art. 158).
VI - (se a subtração for de substância explosiva – Lei 13.654/2018)
§ 2º - A do Art.157
I – Emprego de arma de fogo.
Dados polêmicos para a majorante - emprego de arma de fogo:
· Se o agente emprega no roubo uma “arma” de brinquedo, haverá a referida causa de aumento? NÃO. Até 2002, prevalecia que sim. Havia a Súmula 174 do STJ afirmando isso (foi cancelada).
· É necessário que a arma utilizada no roubo seja apreendida e periciada para que incida a majorante? NÃO, desde que provado o seu uso no roubo por outros meios de prova.
Se o acusado alegar o contrário ou sustentar a ausência de potencial lesivo na arma empregada para intimidar a vítima, será dele o ônus de produzir tal prova (Art. 156 do CPP).
· Se, após o roubo, foi constatado que a arma empregada pelo agente apresentava defeito, incide mesmo assim a majorante? DEPENDE:
1. Se o defeito faz com que o instrumento utilizado pelo agente seja absolutamente ineficaz, não incide a majorante. Ex: revólver que não possui mecanismo necessário para efetuar disparos.
2. Se o defeito faz com que o instrumento utilizado pelo agente seja relativamente ineficaz, incide a majorante. Ex: revólver que algumas vezes trava e não dispara. Nesse caso, o revólver, mesmo defeituoso, continua tendo potencialidade lesiva.
· O MP que deve provar que a arma utilizada estava em perfeitas condições de uso? NÃO. 
“Cabe ao réu, se assim for do seu interesse, demonstrar que a arma é desprovida de potencial lesivo, como na hipótese de utilização de arma de brinquedo, arma defeituosa ou arma incapaz de produzir lesão” (STJ EREsp 961.863/RS).
· Se, após o roubo, foi constatado que a arma estava desmuniciada no momento do crime, incide mesmo assim a majorante? 
 Não.
“A utilização de arma desmuniciada, como forma de intimidar a vítima do delito de roubo, caracteriza o emprego de violência, porém, não permite o reconhecimento da majorante de pena”. (STJ HC 190.067/MS).
§ 2º - A do Art.157 
II – Destruição com emprego de explosivo.
§ 3º do Art.157 - Qualficadora
I - lesão corporal grave;
II- morte.
Para a concretização dessas qualificadoras o resultado, lesão grave ou morte, pode ter sido provocada dolosa ou culposamente.
Para que se configure o “latrocínio”, é necessário que a morte tenha algum nexo de causalidade com a subtração que estava sendo perpetrada, quer tenha sido meio para o roubo, quer cometida para assegurar a fuga etc. O “latrocínio” é considerado “crime hediondo”.
Não há “latrocínio” quando o resultado agravador decorre do emprego de “grave ameaça” - ex.: vítima sofre um enfarto em razão de ter-lhe sido apontada uma arma de fogo (haverá crime de “roubo” em concurso formal com “homicídio culposo”).
Obs: O crime de roubo pode ser cometido sem violência, como no caso do uso de qualquer meio que reduza a vítima à impossibilidade de oferecer resistência (ex: entorpecente, de sonífero, de estupefacientes etc). 
Nesse contexto enquadra-se o golpe “boa noite cinderela”, configurando crime de roubo cometido sem violência física ou grave ameaça. Configura-se, portanto, com o ato de colocar sonífero na bebida da vítima, levando-a a perda da consciência para, subsequentemente, subtrair seu patrimônio.
Algumas notas interessantes sobre o Roubo:
· A “Trombada” caracteriza furto ou roubo? Depende. Se o objetivo for apenas de Diminuir a Atenção da vítima, será Furto. Se a violência for dirigida contra a vítima para machucá-la, haverá roubo (ex.: derrubar a vítima no chão com violência para lesar seu patrimônio).
· No crime de Roubo, Não pode ser alegado princípio da INSIGNIFICÂNCIA.
· No crime de roubo, haverá causa de aumento de pena ainda que os outros membros sejam inimputáveis, e mesmo que não sejam identificados.
· Na qualificadora do roubo da subtração de veículo automotor transportado para outro Estado ou para o exterior, o veículo DEVE EFETIVAMENTE transpor a fronteira.
Extorsão (Art. 158)
Constranger (obrigar, coagir) 
Conceito de extorsão. O Art. 158 dispõe que extorqüir é constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, com o intuito de obter para si ou para outrem indevida vantagem econômica, a fazer, tolerar que se faça ou deixar de fazer alguma coisa. 
Temos as seguintes elementares: 
Com o intuito de obter para si ou para outrem indevida vantagem econômica, a fazer (ex.: entregar dinheiro ou um bem qualquer, realizar uma obra etc.);
Tolerar que se faça (ex.: permitir que o agente rasgue um contrato ou título que representa uma dívida etc.) 
Deixar fazer alguma coisa (ex.: não entrar em uma concorrência comercial, não ingressar com uma ação de cobrança etc.):
A finalidade do constrangimento é o de obter indevida vantagem econômica, para si ou para outrem (especial fim de agir).
Obs: se o crime for praticado por funcionário público, em razão de sua função, o delito será o de concussão (Art. 316).
A consumação se dá no instante em que a vítima, após sofrer “violência” ou “grave ameaça”, toma a atitude que o agente desejava (faz, deixa de fazer ou tolera que se faça algo), ainda que este não consiga obter qualquer vantagem econômica em sua decorrência.
"A extorsão é muito semelhante ao crime de roubo, oferecendo, inclusive, grande dificuldade prática para definir, in concreto, se determinado fato pode ser classificado como roubo ou como extorsão" BITENCOURT. 
Características que possibilite a distinção entre os dois delitos (extorsão e roubo):
· Característica que se refere à obtenção de indevida vantagem patrimonial, para si ou para outrem, a qual não se restringe a apenas a coisa alheia móvel, mas também a qualquer interesse. 
· No roubo, o autor toma a coisa pessoalmente, naquela, faz com que ela lhe seja entregue ou colocada à sua disposição.
§ 2º - Art. 158 (Extorsão qualificada)
Apenas a “extorsão qualificada pela morte” tem natureza de “crime hediondo” (Lei n. 8.072/90).
§ 3º - Art.158 (Sequestro relâmpago) – acrescentado ao CP através da Lei nº 11.923/09
Extorsão mediante sequestro (Art. 159)
Verifica-se que se trata de modalidade especial do delito de extorsão: muda-se o verbo constranger pelo verbo seqüestrar, de modo que a finalidade é a mesma: obter, para si ou para outrem, indevida vantagem econômica. Ressalte-se que tal vantagem serve como condição ou como preço do resgate do seqüestrado.
Na extorsão mediante seqüestro o momento consumativo ocorre com o seqüestro da vítima, de modo que se torna desnecessária a obtenção de indevida vantagem econômica.
Em sua forma simples, a extorsão mediante seqüestro apresenta como pena in abstrato a reclusão de 8 a 15 anos. Pena esta que poderá ser qualificada de acordo com uma das situações seguintes:
· a pena será de reclusão de 12 a 20 anos, se o seqüestro durar mais de vinte e quatro horas, se o seqüestrado for menor de 18 anos, se o seqüestrado for maior de 60 anos, ou se o crime for cometido por bando ou quadrilha; (A duração do seqüestro por mais de um dia aumenta o sofrimento da vítima, bem como de seus familiares; a lei presume que o menor de dezoito tem sua resistência diminuída em relação ao sujeito ativo do crime; a lei presume que o maior de sessenta anos tem sua resistência diminuída em relação ao sujeito ativo do crime.
· a pena será de reclusão de 16 a 24 anos se do seqüestro cuja finalidade seja a extorsão resultar lesão corporal de natureza grave; 
· a pena será de reclusão de 24 a 30 anos (produz o tipo penal mais severamente punido, in abstrato, no CP)
Minorante (§ 4º- Art.159)
Para a concessão da minorante, são necessários três requisitos: 
· o crime deve ser cometido em concurso de pessoas (Art. 29);
· um dos concorrentes deve denunciar o crime à autoridade;
· a denúnciadeve facilitar a libertação do seqüestrado. 
Trata-se do instituto da delação premiada. Como se pode depreender dos requisitos, o escopo da delação premiada, a despeito do nome que lhe é dado, é o de facilitar a libertação da vítima seqüestrada e punir os demais criminosos, e não o de premiar o delator.
Extorsão indireta (Art. 160)
A extorsão indireta ocorre quando o sujeito ativo exige (ordena) ou recebe (aceita), como garantia de dívida, abusando da situação do sujeito passivo, um documento que pode dar causa a procedimento criminal contra o próprio sujeito passivo ou contra terceiro.
Esse crime pode ser praticado, normalmente, por agiotas, embora para a sua configuração não seja indispensável a existência de usura. É suficiente, em princípio, que o sujeito ativo procure garantir-se, exigindo do devedor documento que possa dar causa a processo criminal contra si ou contra terceiro.
Ex; sujeito necessitando muito de um empréstimo e pretendendo convencer a pessoa que lhe emprestará a quantia de que irá pagar, entrega voluntariamente nas mãos do credor um cheque sem provimento suficiente de fundo. O simples fato do credor aceitar tal oferta já configura o tipo penal, pois sabe que no futuro poderá apresentar o cheque e enquadrar o devedor na figura do estelionato.
Dano (Art. 163)
Destruir (lançar no fogo um livro alheio), inutilizar (furar os olhos de um cão de guarda) ou deteriorar coisa alheia (lançar tinta num quadro artístico).
Obs: a pichação encontra-se hoje definida como crime no Art. 63 da Lei de Proteção Ambiental (Lei 9605/98), desde que atinja “edificação ou monumento urbano”.
Dano qualificado (§ único)
I , II, III e IV.
Obs: atualmente pode se falar em crime de dano quando cometido por sabotagem informática por vírus, desde que o vírus inserido no computador alheio, por qualquer meio, afete seu funcionamento de modo relevante ou destrua alguns de seus programas.
Apropriação indébita (Art. 168)
É um crime que se caracteriza por uma situação de quebra de confiança, uma vez que a vítima, espontaneamente, entrega um objeto ao agente, e este, depois de já estar na sua posse ou detenção, inverte seu ânimo em relação ao objeto, passando a comportar-se como dono (prática de um ato de disposição que somente poderia ser efetuado pelo proprietário).
Obs: Ao contrário do “furto” ou do “estelionato”, na Apropriação Indébita inexiste subtração ou fraude; o agente tem a anterior posse da coisa alheia, que lhe foi confiada pelo ofendido, mas inverte a posse, isto é, passa a agir como se fosse ele o dono da coisa; ao receber o bem o sujeito deve estar de boa-fé, ou seja, ter intenção de devolvê-lo a vítima ou de dar a ele a correta destinação; se já recebe o objeto com intenção de apoderar-se dele comete crime de “estelionato”.
Distinção entre apropriação indébita e estelionato:
Na “apropriação indébita” o dolo surge após o recebimento da posse ou detenção, enquanto no “estelionato” o dolo é anterior - ex.: pego o carro de alguém e falo que vou levá-lo no lava-rápido e sumo como ele, se já tenho o ânimo de levar o carro é “estelionato”, se o ânimo aparece após pegar a coisa é “apropriação indébita”.
Observe que se alguém recebe a posse de um cofre trancado com a incumbência de transportá-lo de um local para outro, e no trajeto arromba-o e apropria-se dos valores nele contidos, comete crime de “furto qualificado” pelo rompimento de obstáculo.
Obs: Se o agente é funcionário público e apropria-se de bem público ou particular (sob a guarda da administração) que tenha vindo a seu poder em razão do cargo que exerce, comete crime de “peculato” (art. 312).
Apropriação de coisa havida por erro, caso fortuito ou força da natureza (Art. 169)
Apropriar-se alguém de coisa alheia vinda ao seu poder por erro, caso fortuito ou força da natureza.
Apropriar-se apossar-se ou tomar como sua coisa que pertence a outra pessoa.
Diferença com o Art.168 nesta situação (Art. 169) a coisa alheia não é dada ao agente do crime em confiança.
Inciso I - Apropriação de tesouro
Inciso II - Apropriação de coisa achada
Obs: Somente existirá a infração penal quando o agente tiver ciência de que se trata de coisa perdida.
Obs: O objeto esquecido por alguém em local público ou de uso público é considerado coisa perdida, mas, se o esquecimento ocorreu em local privado, o apoderamento constituirá crime de “furto”.
Art.170 – causa de diminuição de pena.
ESTELIONATO - Art.171
Induzindo ou mantendo alguém em erro, mediante artifício, ardil ou qualquer outro meio fraudulento.
Obs: A tentativa é possível em várias situações: a) o agente emprega a fraude e não consegue enganar a vítima (nesse caso somente haverá tentativa se a fraude empregada era idônea para enganar a vítima; b) o agente emprega a fraude, engana a vítima, mas não consegue obter a vantagem ilícita visada.
Obs: Ocorre fraude bilateral quando a vítima também age de má-fé no caso concreto.
Obs: No jogo de tampinhas (amarelinha), a destreza do agente não é suficiente para caracterizar o “estelionato”, a não ser que haja fraude, como no caso da retirada da bola usada, escondendo-a entre os dedos.
§ 1º - causas de diminuição da pena
§ 2º - Nas mesmas penas incorre quem:
Disposição de coisa alheia como própria - I
Alienação ou oneração fraudulenta de coisa própria - II 
Defraudação de penhor - III
Fraude na entrega de coisa – IV
Fraude para recebimento de indenização ou valor de seguro - V
Fraude no pagamento por meio de cheque – VI
Obs: É necessário que o agente tenha agido de má-fé quando da emissão do cheque e que ela tenha gerado algum prejuízo patrimonial para a vítima; não há crime a emissão de cheque sem fundos para pagamento de dívida de jogo proibido;
Súmula 521 do STF:
 “o foro competente para o processo e julgamento dos crimes de estelionato, sob a modalidade de emissão dolosa de cheque sem provisão de fundos, é o do local onde se deu a recusa do pagamento pelo sacado”.
Causas de aumento de pena § 3º 
§ 4º - estelionato contra o idoso.
Receptação (Art. 180)
Receptação simples própria (caput, 1ª parte)
- adquirir – significa obter a propriedade, a título oneroso (compra e venda, permuta) ou gratuito (doação).
- receber – obter a posse, ainda que transitoriamente.
- transportar – levar um objeto de um local para outro.
- conduzir – refere-se à hipótese em que o agente toma a direção de um veículo para levá-lo de um local para outro (guiar, dirigir, governar).
- ocultar – esconder, colocar o objeto em um local onde não possa ser encontrado por terceiros.
 É um crime acessório, uma vez que constitui pressuposto indispensável de sua existência a ocorrência de um crime anterior.
A consumação se dá no exato instante em que o agente adquire, recebe, transporta, conduz ou oculta o bem.
O autor, o co-autor ou o partícipe do crime antecedente somente responde por este delito e nunca pela “receptação”, assim, quem “encomenda” um carro para um furtador é partícipe do “furto”, uma vez que influenciou o autor da subtração a cometê-la.
Não descaracteriza a “receptação” o fato de o objeto ter sofrido transformação (ainda que para dinheiro) para depois ser transferido ao receptor, porque a lei refere-se indistintamente a produto de crime.
A “receptação dolosa” pressupõe que o agente saiba, tenha plena ciência da origem criminosa do bem (dolo direto).
Receptação simples imprópria (caput, 2ª parte)
- influir – significa instigar, convencer alguém a fazer alguma coisa.
Receptação qualificada (Art. 180 § 1º )
Em razão do exercício da atividade comercial ou industrial, encontra grande facilidade em repassar o produto da “receptação” a terceiros de boa-fé, que, iludidos pela impressão de maior garantia oferecida por profissionais dessas áreas, acabam sendo presas fáceis. Ex. um comerciante de veículos usados não pode alegar desconhecimento acerca de uma adulteração grosseira de chassi de um automóvel por ele adquirido.
Art. 180 § 2º
Trata-se de “norma penal explicativa ou complementar”, que visa não deixar qualquer dúvida sobre a possibilidadede aplicação da qualificadora a camelôs, pessoas que exerçam o comércio em suas próprias casas ou a qualquer outro comerciante que não tenha sua situação regularizada junto aos órgãos competentes.
Receptação culposa (Art. 180 § 3º)
O agente, em razão de um dos parâmetros mencionados no parágrafo, deveria ter presumido a origem espúria do bem, ou, em outras palavras, de que o homem médio desconfiaria de tal procedência ilícita e não adquiriria ou receberia o objeto.
Ex. aquisição de um veículo sem o respectivo documento ou com falsificação grosseira do chassi. Desproporção entre o valor e o preço de um bem. A pessoa adquire ou recebe um objeto de alguém totalmente desconhecido, que não tinha condições financeiras para possuir o bem oferecido.
Norma penal explicativa (Art. 180 § 4º)
Para a existência da “receptação” é necessário que se prove que houve um crime anterior, independente de prova de autoria dessa infração penal.
Perdão Judicial (Art.180 § 5º 1ª parte)
Ex. Aquisição de bem de pequeno valor. É causa extintiva da punibilidade, não subsistindo qualquer efeito condenatório.
Receptação privilegiada (Art.180 § 5º, 2ª parte) 
“Na receptação dolosa aplica-se o disposto no § 2º do art. 155”.
Receptação agravada (Art.180 § 6º)
Para que a pena majorada possa ser aplicada, todavia, não basta que o agente tenha ciência da origem ilícita, exigindo-se, também, que saiba especificadamente que o patrimônio de uma das pessoas jurídicas mencionadas foi atingido.

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