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Revisão para Prova de CP - Direito 1ª Unidade 2019

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Disciplina: Ciência Política
Curso: Direito
A FILOSOFIA CLÁSSICA
GRECO-ROMANA
EM PLATÃO, ARISTÓTELES E CÍCERO:
Platão 
O conhecimento na Terra são sombras 427-347 a.C
Em 399 a.C. mentor de Platão, Sócrates, foi condenado à morte. Como
Sócrates não havia deixando nada escrito, Platão assumiu a
responsabilidade de preservar para posteridade o que tinha aprendido
com o mestre.
Em A república, Platão descreve Sócrates fazendo perguntas sobre as
virtudes, ou conceitos morais, a fim de estabelecer definições claras e
precisas. Sócrates tinha dito que a “virtude é conhecimento” e que,
para agir de maneira justa, por exemplo, você deveria perguntar o que
é justiça.
O Direito para Platão
Em sua visão, o direito consiste na busca de justiça, ou seja, é definido
como regra que indica o justo. O princípio fundamental é dar a cada
um aquilo que ele merece. Esse princípio deve ser garantido pelo
Estado. Como podemos, porém, saber o que cada um merece?
Platão considera que o Estado deve se estruturar conforme os três
tipos da natureza humana: há pessoas movidas pelo desejo, outras
movidas pela coragem e outras pela razão. O desejo caracteriza o
“povo”, que trabalha e situa-se no escalão inferior. Depois vêm as
pessoas dotadas de coragem, ou seja, os militares, localizados no
escalão intermediário.
No ápice da hierarquia encontram-se os filósofos, que possuem o dom
da razão e devem governar a sociedade.
Para Platão o Direito significa, então, dar a cada um aquilo que
corresponde à sua natureza e função na sociedade.
Para Aristóteles
A verdade está no mundo à nossa volta 384-322 a.C
Aristóteles começou a escrever suas teorias políticas quando foi
preceptor de Alexandre, “O Grande”. Para Aristóteles a política é a
ciência mais suprema, a qual as outras ciências estão subordinadas e da
qual todas as demais se servem numa cidade.
A tarefa da política é investigar qual a melhor forma de governo e
instituições capazes de garantir a felicidade coletiva.
Embora não tenha proposto um modelo de Estado como seu mestre
Platão, Aristóteles foi o primeiro grande sistematizador das coisas
públicas.
O Estado, para Aristóteles, constitui a expressão mais feliz da
comunidade em seu vínculo com a natureza. Segundo Aristóteles é
impossível conceber o indivíduo sem o Estado.
O homem é um animal social e político por natureza. E, se o homem é
um animal político, significa que tem necessidade natural de conviver
em sociedade, de promover o bem comum e a felicidade.
A pólis grega encarnada na figura do Estado é uma necessidade
humana. O homem que não necessita de viver em sociedade, ou é um
Deus ou uma besta. Para Aristóteles, toda cidade é uma forma de
associação e toda associação se estabelece tendo como finalidade
algum bem.
A comunidade política forma-se de forma natural pela própria
tendência que as pessoas têm de se agruparem.
E ninguém pode ter garantido seu próprio bem sem a família e sem
alguma forma de governo.
Para Aristóteles os indivíduos não se associam somente para viver, mas
para viver bem.
O direito para Aristóteles
O coletivo – bem-geral – deve prevalecer sobre o individual. Justiça
tem por base o conhecimento, mas este não é suficiente para o 
comportamento ético. É necessária a “opção” do homem em fazer o 
bem voltado para a comunidade. 
Exemplos: 
Art.3º Como parte do processo educativo mais amplo, todos têm
direito à educação ambiental, incumbindo:
I- ao Poder Público, nos termos dos arts. 205 e 225 da Constituição
Federal, definir políticas públicas que incorporem a dimensão
ambiental, promover a educação ambiental em todos os níveis de
ensino e o engajamento da sociedade na conservação,
recuperação e melhoria do meio ambiente”.
Neste sentido, ser cidadão é muito mais construir a cidadania pela
participação política em nome da pólis do que exigir apenas do
governante seus direitos. Os limites aos excessos do poder, e de quem o
detém, não estão na punição transcendente, mas na felicidade contida
na sabedoria de praticar o bem e dedicar-se plenamente à coletividade.
Para Aristóteles, o Estado define o que é direito, devendo empregar o
critério de justiça. O direito é justo quando protege os interesses gerais
da sociedade e, em particular, quando trata de maneira igual as pessoas
que se encontram em situação igual.
A moral que se vai encontrar é aquela que nos dá consciência de tudo
que nos cerca, de igualdade na medida em que somos seres naturais e
temos todos os mesmos direitos. Os homens que têm poder e podem
usá-lo não se dão conta de como se afastaram da integração com o
universo (humildade).
É nesta integração que os homens saberão como praticar (ação) o bem e
a justiça e terão a dimensão exata de sua fragilidade e o sentido de usar
a lei para assegurar a igualdade e o bem-estar de todos os cidadãos, de
acordo com as leis da natureza.
CÍCERO
Pertence à escola filosófica do Estoicismo (visão generalista do direito,
predominância da ação sobre o pensamento, opção pela ética).
Cícero inaugura no Direito a escola do Jusnaturalismo.
Fundamentalmente, a noção do homem juridicamente inserido na área
do Direito Natural (direito dos homens). Ainda que neste caso o Direito
Natural provenha do reconhecimento do homem como elemento da
natureza e na medida em que este reconheça a natureza como
infinitamente portadora de forças “de direito”, ainda assim, o que
prevalece para a jusfilosofia é a diretiva de que os homens têm direitos a
serem alcançados e respeitados independemente do ordenamento
jurídico e/ ou dos sistemas de Direito construídos.
Nicolau Maquiavel 1469-1527
Política não se confunde com Religião e não deve ser absorvida pela
Ética Cristã. A partir de Maquiavel a “Política é uma Ciência”. 
Maquiavel afirma que, na governabilidade, o que é errado para a ética
cristã não é necessariamente errado para a política. Não se pode falar
ou questionar que Maquiavel é antiético porque esse questionamento
quando parte de valores religiosos não tem relevância na Ciência
Política.
Assim, Maquiavel cria a autonomia, a liberdade para que os políticos e
governantes negociem, façam alianças sem a influência da Igreja. Ele
inaugura o chamado Estado Laico. Motivo pelo qual é “perseguido”
pela Igreja Católica de seu tempo.
Maquiavel queria um país unificado, o que o papa não via com bons
olhos, pois o poder da igreja estava exatamente na possibilidade de se
envolver nas disputas entre os princípes regionais e arbitrar as
discórdias entre as famílias seculares. Daí o sentido maior da obra “O
Príncipe”, porque no fundo o que Maquiavel está sugerindo é um
“centralismo” do poder que se coloque acima dessas escaramuças e
interesses particulares.
2- A Democracia é produto da negociação, pois se assim não for
existirá a Tirania. O tirano é aquele que não precisa da Democracia
para promover o pensamento dele. Logo, aquele que não é
questionado não é democrático. Podemos entender que “O Príncipe”
é uma metáfora de Maquiavel contra a organização política da época.
Maquiavel questionava que a Igreja se “escondia” atrás dos valores
éticos cristãos, porém não evitava como esses argumentos as
corrupções, a prevaricação, o assasinato.
Laicidade do Estado brasileiro
A Constituição brasileira de 1988 instituiu uma
divisão entre as religiões e o Estado, consolidando o
conceito de Estado laico. O governo instituído não
pode favorecer, nem interditar, as atividades das
religiões. Além disso, não pode impor uma religião
específica aos seus cidadãos, nem discriminá-los em
razão de não seguirem a religião majoritária.
http://pt.wikipedia.org/wiki/Constitui%C3%A7%C3%A3o_brasileira_de_1988
http://pt.wikipedia.org/wiki/Separa%C3%A7%C3%A3o_Igreja-Estado
http://pt.wikipedia.org/wiki/Estado_laico
Artigo 5° (Caput).
IV- é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato;
VIII- ninguém será privado de direitos por motivo de crença religiosa ou
de convicção filosófica ou política, salvo se as invocar para eximir-se de
obrigação legala todos imposta e recusar-se a cumprir prestação
alternativa, fixada em lei.
Artigo 19. É vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos
Municípios:
I- estabelecer cultos religiosos ou igrejas, subvencioná-los, embaraçar-
lhes o funcionamento ou manter com eles ou seus representantes
relações de dependência ou aliança, ressalvada, na forma da lei, a
colaboração de interesse público.
Tal princípio constitucional, o conceito de Estado laico, já é
bem antigo no Brasil, tendo sido instituído pela Constituição
de 1891.
Artigo 72 (Caput)
§7°- Nenhum culto ou igreja gozará de subvenção oficial, 
nem terá relações de dependência ou aliança com o Governo
da União ou dos Estados.
Maquiavel escreveu uma metáfora, pois se parece que escreve a favor
da tirania no “O Princípe”, por outro lado também pode ser entendido
como se proteger contra ela.
3-Maquiavel foi cunhado como sendo o autor antiético que defendeu
que “Os Fins justificam os Meios”. Mas quando Maquiavel fala dos fins,
não é qualquer fim! Refere-se ao que for melhor para a Nação, para o
Povo; não o ódio, não a corrupção, é felicidade, paz e justiça. Para obter
a identidade, a paz e a justiça para a nação, Maquiavel não apregoou o
medo do além, nem o medo dos tiranos, mas a Democracia. Ou seja, se
para conseguir manter a Nação unida e protegida, o governante tiver
que passar por cima de conceitos éticos cristãos, precisa fazê-lo.
O sucesso de um Estado ou de uma
nação é o fim supremo.
Quem quer que governe o 
Estado ou a nação deve
lutar para assegurar.
…sua glória.
…o sucesso do 
Estado.
A fim de realizar isso, ele não
pode ser limitado pela
moralidade.
Os fins justificam os meios.
4- A política em Maquiavel é contingencial, circunstancial, produto de
forças políticas e sociais que se enfrentam na arena do espaço público.
As ditaduras, sejam elas de que tipo forem, se fortalecem na pobreza,
recessão, fraqueza, desordem de todo o tipo. A tirania não tem força
quando o povo está feliz, quando reina a paz e o bem-estar. Por isso é
preferivel fazer o que for necessário para manter a paz e o bem-estar do
povo, negociando, fazendo alianças, construindo participação partidária,
do que seguir uma ética religiosa que não busca isto no plano social
mais imediato, preocupando-se apenas com o plano transcendental. Em
essência, este é o sentido maior do sentido dos “fins justificam os
meios”.
Na história política moderna, por todo o lado existem exemplos de
política pragmática e circustancial, onde os fins do Estado justificaram os
meios. Por exemplo, em relação ao Brasil, mesmo na República, fatos
desse tipo ocorreram:
1- Na passagem do Império para a República, os que se diziam liberais
eram mais conservadores e vice-versa, pois a República foi inaugurada
para assegurar os privilégios das elites.
2-Dizimou-se a população do Paraguai na Guerra (1864-1870)
(mulheres, velhos e crianças foram perseguidos e mortos mesmo depois
do Paraguai já ter sido derrotado.
3- Mataram-se todos os revoltosos na insurreição de Canudos (1896-
1897), mesmo sendo um punhado de miseráveis, esfomeados quase
completamente desarmados.
Maquiavel antecipou muitos dos conceitos e valores que os autores
depois dele usaram para justificar e aprimorar o aparelho estatal e
controlar o poder soberano do Estado moderno, motivo pelo qual é
considerado o “pai” da Ciência Política.
O Governante precisa saber agir como uma fera, diz Maquiavel em
O Príncipe, e deve imitar as qualidades da raposa, assim como as do 
leão.
O Governante deve ter
a ferocidade do leão
para amedrontar quem
busca destituí-lo.
O Governante deve ter a 
astúcia da raposa para
reconhecer ciladas e 
armadilhas.
A abordagem de Maquiavel centra-se na noção da virtú – não na
moderna concepção de virtude moral, mas mais próxima da percepção
medieval de virtudes como poderes ou funções dos seres, como o
poder curativo das plantas ou minerais.
Como Maquiavel escreveu sobre as virtudes dos príncipes, elas eram os
poderes e funções que diziam respeito ao domínio político. A raiz latina
de virtú também se relaciona com “virilidade”, e isso embasou o que
Maquiavel tinha a dizer em relação ao próprio príncipe e ao Estado –
onde, às vezes, a virtú foi usada para significar “sucesso” e descrever
um Estado que devia ser admirado e imitado.
Parte da tese de Maquiavel era que um soberano não poderia ser
limitado pela moralidade, mas deveria fazer o que for necessário para
assegurar sua própria e o sucesso do Estado que governa: uma
abordagem que se tornou conhecida como realismo. Mas Maquiavel
não argumenta que os fins justificam os meios em todos os casos. Há
certos meios que um príncipe sábio deve evitar, porque, embora
possam alcançar os fins desejados, deixam-no exposto a
ameaças futuras.
Os principais meios a serem evitados consistem naqueles que fariam o
povo odiar seu príncipe. O povo pode amá-lo e temê-lo –
preferivelmente ambos, dizia Maquiavel, embora seja mais importante
para um príncipe ser temido do que amado.
Mas o povo não deve odiá-lo, pois isso provavelmente levaria à revolta.
Da mesma forma, um príncipe que maltrata seu povo
desnecessariamente será desprezado – um príncipe deve ter uma
reputação por sua compaixão, não pela crueldade. Isso pode envolver
punições duras para uns poucos, a fim de alcançar uma ordem social
geral que beneficie mais pessoas a longo prazo.
Nos casos em que Maquiavel não acredita que os fins justificam os
meios, essa regra se aplica somente aos príncipes. A conduta adequada
dos cidadãos do Estado não é de modo algum a mesma de um príncipe.
Mas mesmo em relação aos cidadãos comuns, Maquiavel desdenhou da
moralidade convencional cristã, considerada fraca e imprópria para uma
cidade sólida.
Thomas Hobbes 
O Estado deve regular as relações humanas
1588-1679
O estado de natureza é de “guerra”, com “direitos ilimitados”. Hobbes
não diz que o Direito Natural não existe, mas que existe e cria muitos
problemas para a sociedade, porque nele o homem tem tantos direitos
e tão ilimitados que ninguém consegue colocar limites, e uns entram em
atrito com os outros porque não conseguem colocar limites nestes
direitos, e por isso entram em guerra.
O pacto social coloca limites. Por ele, transfere-se toda a soberania para
uma pessoa: o soberano. Não se trata de colocar limites em um papel; o
povo, ao assinar este papel, deixa de ter soberania, passando-a
integralmente para o sobenano.
Hobbes dá origem a um Estado absoluto. Monarquia absoluta,
traduzindo, dá origem ao Estado moderno didatorial, que não enxerga
na sociedade civil a capacidade de colocar limites aos seus direitos. O
cidadão transfere todo o seu poder para o Estado lhe dizer, através das
leis, como ele deve agir com relação ao outro.
No contexto do entendiemento de Hobbes, não conseguimos resolver
nossas lides e, por isso, sempre temos que levar os problemas ao Estado.
Diz Hobbes que “toda a vez que a sociedade fugir ao Poder, o Poder lhe
surgirá à porta”.
Para Hobbes, o direito é imposto pelo Estado. Antes da criação do
Estado existem os direitos naturais das pessoas: cada um pode fazer
aquilo que corresponde aos seus desejos e interesses. Isso gera,
porém, conflitos e guerras, miséria e destruição mútua.
Em sua visão, mesmo se o direito imposto pelas autoridades do Estado
não for justo, os homens devem obedecer, porque assim será
garantida a segurança de todos e a prosperidade social. Daí afirmação
que a lei é determinada pelo poder que exerce o Estado e não pela
verdade do direito natural.
Mas isso não significa que Hobbes considera o direito resultado de
uma decisão didatorial. A imposição estatal do direito corresponde ao
efetivo e racional interesse de todos, sendo ele requisito para evitar
conflitos sociais.
John Locke
1632-1704
O Estado de natureza é de “liberdade e igualdade”, “paz e
harmonia”. Locke, é o “Pai do Liberalismo”. Segundo esse autor
contratualista, o Direito deve servir o Estado mínimo; basta nãoalterar os Direitos Naturais no estado de natureza, pois eles são
capazes de criar a harmonia e a paz social.
Dessa forma, ao fazer o Contrato, além de não mexer nos direitos da
natureza, é necessário ainda garantir que referidos direitos possam
permanecer no Estado moderno. O liberalismo, ao defender os
direitos naturais, diz que o contrato social não deve servir para alterá-
los ou aliená-los. É natural que qualquer pacto limite direitos, mas
deve pôr a salvo os direitos naturais. De tal forma, o liberalismo de
Locke também pode ser entendido como um “libelo”
de defesa do homem em relação ao poder do Estado.
A autossuficiência política e jurídica dos cidadãos deve ser suficiente
para o ordenamento jurídico não sirva à prepotência do Estado.
Exemplo: Não é necessário colocar valores morais e conduta ética no
texto da lei (Direito Anglo-saxônico), porque é mais uma questão de
cultura e educação social do que de normalidade jurídica.
Todo o liberalismo é um Estado mínimo (não intervencionista).
Sociedade de livre mercado: as pessoas, quando nascem, possuem
propriedades e negociam as coisas que têm de forma livre e igual. A
grande questão é que, ainda que Locke tenha sido um percursor da
liberdade humana frente ao Estado, a premissa de que todos os
homens são iguais dentro dessa liberdade de negociar os bens que
têm encontra forte crítica já entre os contratrualistas,
como Rousseau, pois não pode existir verdadeira democracia e
liberdade se as pessoas não possuem as mesmas coisas e bens para
negociar. Quem nada tem pode “livremente” negociar em pé de
igualdade o quê?
Estaria Locke contra o latifúndio e a monarquia?
Não necessariamente, mas o que Locke havia percebido antes das
grandes revoluções populares eclodirem (Revolução Francesa 1789) é
que dificilmente o Estado moderno deixaria de ser influenciado pelas
demandas das amplas camadas da população e pelo poder econômico
crescente dos comerciantes, industriais e financistas burgueses.
Assim, a obra de Locke pode ser entendida como o alicerce teórico
jusfilosófico que atende a esses anseios da população e das novas elites
emergentes, no sentido de que sua proposta parte de uma
visão de estado de natureza de harmonia e paz, uma vez que a
liberdade, bem comum máximo, é propriedade inalienável de todos os
homens. Desta feita, no estado de natureza, os homens eram iguais na
medida em que possuíam a liberdade de trocar seus bens, e, por isso,
viviam em paz e bem-estar.
Consequentemente, ao passarem para a sociedade civil, o Estado, os
homens deveriam impedir que este lhes alterasse os direitos naturais, a
liberdade de negociarem livremente seus bens, constituindo assim uma
visão de Estado mínimo, administrativo apenas naquilo que a
complexidade da vida social exigisse um terceiro. Os fundamentos do
liberalismo burguês, até nossos dias, veem o Estado como um “mal
necessário”.
Para ele, o estado natural do homem primitivo era de paz e felicidade.
Locke propõe o “estado de natureza” e o “estado político” que se inicia
com o contrato original (social). Locke, ao dispor sobre o estado de
natureza, analisa o direito que todos têm de fazer valer a lei natural.
É nesse ínterim, e a fim de garantir a paz organizando quem concentra
o direito de julgar e castigar aqueles que desrespeitam as leis naturais,
que surge o CONTRATO.
“Na estrutura clássica do binômio estado de natureza e estado civil e
político, Locke começa por reinvistir o estado de natureza de direitos
fundamentais: a liberdade, ao trabalho, à propriedade privada, que
não é outra coisa senão uma extensão da propriedade que tem cada
um seu corpo e do fruto do trabalho de seu corpo. O contrato lockiano
tem, então, um objetivo fundamental de preservação: trata-se de
garantir estes direitos naturais no direito positivo”.
Ao contrário de Hobbes, esse contratualismo de Locke é visto como
otimista. O estado de natureza não seria de guerra todos contra
todos, mas de liberdade e paz.
Ao passar para a vida política, o ser humano não perderia tal
liberdade natural, antes caberia ao Estado garanti-la pela lei, que
protegeria sua vida e propriedade. Tal liberdade implicaria na
desigualdade entre os homens, de acordo com sua capacidade. Mas
ficaria para cada um a possibilidade de, pela livre iniciativa, subir na
escala social.É o modelo do Estado liberal que chegará até os nossos
dias.
Jean-Jacques Rousseau
O homem nasce livre e por toda parte encontra-se 
acorrentado1712-1778
O estado de natureza é uma situação de desigualdade. Rousseau diz que
não temos coisas iguais, não nascemos com coisas iguais para negociar.
O contrato social para Rousseau serve para tentar resgatar a igualdade
que nós já não temos desde o estado de natureza. É necessário
modificar os direitos naturais, porque em algum momento a servidão se
instaurou na sociedade humana.
Em Locke: os homens fazem o contrato social e não mexem nos direitos
naturais. Portanto, é desejável que o Estado moderno seja um Estado
mínimo com uma lei pequena, tendo por príncipio que nascemos iguais,
com propriedades iguais para negociar livremente.
Em Rousseau: Por que tanta desigualdade no Estado moderno?
Resposta: Ou porque o contrato social é feito errado, ou o problema
está no estado de natureza. Rousseau opta pela segunda
possibilidade. Os homens, no estado de natureza, e a partir de certo
momento, tornam-se servis a outros. Assim sendo, diferentemente
do liberalismo de Locke, o contrato social deveria buscar a igualdade
entre os homens, mesmo antes de falar em liberdade.
Exemplo: Na Revolução Francesa, a classe burguesa aliada aos
republicanos, inimigos dos latifundiários e do Rei, convenceu o povo
a colocar a “cabeça em jogo” e a criar um Estado burguês, com base
nos princípios Igualdade, Liberdade e Fraternidade (inspirados na
obra de Rousseau).
Ao final, a burguesia e outras elites se colocam no poder e o povo e
seus revolucionários passam a ser perseguidos quando descobrem que
foram enganados e que serviram, e serviriam como mão de obra
assalariada, apenas aos propósitos das novas classes que substituiriam
a monarquia e os senhores de terras no poder (passa a prevalecer no
pensamento de Locke.
Quando a Bastilha foi tomada em 1789, os revolucionários franceses
levavam na mão o contrato social de Rousseau. Depois de ter
teorizado sobre a desigualdade entre os homens, condição instaurada
em algum momento do estado de natureza pelos homens em nome da
propriedade, o contrato social era a saída para resgatar a igualdade.
O mecanismo era um Estado democrático, uma república, que
obedecesse à “vontade geral” do povo, cujo papel fundamental era
intervir politicamente para estabelecer condições de igualdade social.
Assim, para Rousseau, a tarefa mais premente do Estado deveria ser
não a conquista da liberdade, mas, primeiramente, da igualdade, pois
defendia que os homens são verdadeiramente livres se forem
plenamente iguais. Diferentemente de Locke, pois para este a
igualdade só se conquistava com a liberdade – de mercado e política.
Em Rousseau, a liberdade não é, pois, sinônimo nem garante a
igualdade entre os homens. Ao contrário, alcançada politicamente a
igualdade material, pela vontade geral popular, a liberdade poderá ser
uma realidade para todos. Em contraposição ao “Estado mínimo” de
Locke, Rousseau é um dos precursores do Estado “intervencionista”.
Este deve intervir na vida social, política e economicamente, visando
resgatar a igualdade material entre os homens, condição primeira para
efetiva condição de liberdade.
Em contraposição ao “Estado mínimo” de Locke, Rousseau é um dos
precursores do Estado “intervencionista”. Este deve intervir na vida
social, política e economicamente, visando resgatar a igualdade
material entre os homens, condição primeira para efetiva
condição de liberdade.
Obviamente, isto não significa que Jean-Jacques Rousseau defenda
um Estado autoritário, mas uma “democracia popular” que comece
por priorizara distribuição mais equidistante da riqueza social e
questione os privilégios de certas elites.
Rejeitando a visão autoritária de Hobbes, que falava de um pacto de
sujeição ao Estado, Rousseau entende que o pacto social deve
permitir que o povo crie suas próprias leis e não se submeta à vontade
dos poderosos.
O direito aparece, assim, como produto de uma vontade política de
mudança. Os homens, que são desiguais por natureza, divididos em
opressores e oprimidos, podem tornar-se iguais graças à criação de
um direito igualitário e democrático, evitando que os ricos possam
dominar e até “comprar” os pobres. Isso não significa que o direito
favoreça sempre socialmente fracos, mas, caso o governo não seja
corrupto e o povo realmente influencie suas decisões, o direito
garantirá a harmonia social e igualdade.
NENHUM PRINCÍPIO DE LEI VÁLIDO PODE SER BASEADO NA FELICIDADE
IMMANUEL KANT
Kant disse que os governos deveriam se lembrar de que só governam com o 
consentimento do povo – não o de algumas pessoas, nem da maioria, mas de toda a 
população. Considera-se também que ninguém poderia se opor a uma lei proposta. Ele
acreditava que o importante era que o Estado garantisse a liberdade das pessoas dentro
da lei de modo que cada um fique livre para buscar sua felicidade naquilo que julgar
melhor, desde que não viole a liberdade e os direitos dos outros sujeitos. 
Entre os séculos XVI e XVIII sobre direito natural e direito positivo (entende-se, para Kant,
direito natural como direito racional). As teorias ditas jusnaturalistas justificavam o
fundamento da moral ou do direito no Cosmos ou natureza ou em Deus, enquanto as teorias
juspositivistas compreendiam o direito (e consequentemente o Estado) como fruto do
arbítrio humano, isto é, criado por um ato de vontade
Ora, em Kant não há uma oposição entre natureza humana e vontade
ou razão. Há, sim, a oposição entre a condição do homem no estágio
sem leis criadas de forma autônoma (entendido anteriormente como
estado de natureza) e o estado civil em que as possibilidades de um
acordo livre para a coexistência de liberdades várias é dado a priori.
Logo, é importante salientar que no estado civil o homem não perdeu
a sua liberdade original (como em Rousseau), nem vive em um
regime mecânico de limitação recíproca (como determinam os
contratualistas ingleses), mas sim que a liberdade, entendida como
autonomia e fundada na Razão, tem meios de determinar o acordo
(contrato) a partir de uma máxima que expressa um querer universal
(e, assim, tanto na relação entre indivíduos quanto entre Estados).
- Tudo o que não puder contar como fez, não faça!
- Política de paz perpétua entre os Estados –
necessidade de paz – projeto de direito para os
povos – autonomia
Que é esclarecimento?
É a saída do homem de sua menoridade. Menoridade
esta que é a incapacidade de fazer uso de seu
entendimento sem a direção de outro indivíduo. E o
culpado dessa menoridade é o próprio indivíduo.
TEORIA DO CONHECIMENTO
Modelos Básicos:
- Empirismo (Hume) o conhecimento está no objeto, sendo que todo os princípios
necessário decorrerem da experiência sensível.
- Racionalismo (Descartes) o concerto está no sujeito, sendo a experiência controlado
pelas regras da razão humana.
MODELO DE KANT
• conhecimento surge da relação entre sujeito e o objeto.
• não conhecemos determinado objeto por aquilo que ele é propriamente, mas o que a
nossa razão processo a respeito dele.
OBJETO + SUJEITO
DIREITO X MORAL 
Em regra agimos de forma moral (valor interno; próprio da pessoa) e conforme o direito,
mas a razão de cada um é diversa.
A MORAL KANTIANA – é uma aplicação do imperativo categórico (juízo sintético - a priori
- da moral) às máximas subjetivas (interior).
DIREITO
(a moral se relaciona com o direito)
- está embasado na moral e constitui uma aplicação do princípio universal do direito
(imperativo categórico - moral) aos fatos que ocorrem em sociedade.
- a observância das normas decorre do receio da sanção.
- há um Poder institucionalizado para fazer valer a lei.
BOA VONTADE (razão) –
valor máximo para kant
DEVER DE VIRTUDE – Moral – ação moral SANÇÃO – Direito – ação legal
pegar o celular - roubo medo de ser pego -
celular
AÇÃO MORAL
Age de tal modo que a máxima da tua ação se possa tornar princípio de uma
legislação universal.
Razão: agir para todas as pessoas
Fórmula da Lei Universal – a pessoa em si Imperativo categórico – moral
RAZÃO PURA RAZÃO PRÁTICA 
não depende dos fenômenos da natureza deveres do homem
SER DEVER SER
ÉTICA
principal dever do homem
ESTADO DE DIREITO
Pelo Contrato Social, os homens constituem o Estado e o seu ordenamento jurídico, isto
é, o Direito. Ao passar do estado natural para o estado civil, o homem abandona sua
liberdade natural pela liberdade civil. O contrato social, ao criar o Estado também cria
simultaneamente a sociedade civil. “Um Estado (civitas) – diz Kant, na “Metafísica dos
Costumes” – é a união de uma multidão de seres humanos submetida a leis de direito”
(Kant, Metafísica...p. 155, 2003). Como o Estado é a sociedade civil juridicamente
organizada, regulamentada, um implica o outro. Mas não devemos
confundir sociedade com sociedade civil, pois uma sociedade pode existir sem um
Estado ( o caso dos índios, p. ex.), isto é, no estado de natureza. A concepção do Estado
em Kant é a do Estado liberal. Seu primeiro objetivo é o bem comum. E por bem comum
entenda-se o bem de cada indivíduo. Sua finalidade é preservar a liberdade individual.
Quer dizer, o Estado não é um fim em si próprio, pois tem por finalidade zelar pelos fins
de cada indivíduo e dos indivíduos como múltiplos. Seu papel é atuar para que os
indivíduos realizem seus próprios fins. Sua tarefa é resolver conflitos e remover
obstáculos que possam impedir os homens de realizarem seus fins, de buscarem sua
felicidade pessoal.
Portanto, a finalidade do Estado kantiano é garantir a livre ação dos indivíduos,
preservando seus direitos civis. Se a função do Estado é a constituição jurídica, é bem
possível dizer que o estado kantiano é um estado de direito. A expressão ´estado de
direito´, com a qual os juristas da segunda metade do século passado [séc. XIX] designaram
o estado constitucional moderno, pode ser entendida de diferentes maneiras, mas dois são
os significados principais:
1) ´estado de direito´ é o Estado limitado pelo direito, ou seja, o Estado cujo poder é
exercido nas formas do direito e com garantias jurídicas pré-estabelecidas; e nessa acepção
contrapõe-se ao estado absoluto; 2) ´estado de direito´ é o Estado que tem como função
principal e específica a instituição de um estado jurídico, ou seja, de um Estado no qual,
segundo a definição kantiana do direito, cada um possa coexistir com os outros segundo
uma lei universal.
Todos os imperativos ordenam: hipotética ou categoricamente.
Os hipotéticos representam a necessidade prática de uma ação
possível como meio de alcançar qualquer coisa que se quer ou que é
possível que se queira – alcançar um fim – particular!
• imperativo categórico é aquele que nos representa uma ação como
objetivamente necessária por si mesma, sem relação com qualquer
outra finalidade. No caso da ação ser apenas boa como meio para
qualquer outra coisa, o imperativo que ordena é hipotético; se a
ação é boa em si, então o imperativo é categórico – genérico –
universal- abstrato – bem.
Ética individual Ética universal – respeito
harmonia e liberdade
Kant, Fundamentação da Metafísica dos Costumes
Crítica da Razão Pura (1781) – Teoria do Conhecimento
Em 1781, surge a Crítica da Razão Pura, uma investigação sistemática sobre a
possibilidade do conhecimento humano. Nela surge a filosofia transcendental,
estruturando uma série de princípios a priori no sujeito que tornam possíveis a
experiência dos sentidos. Encontramos a clássica distinção entreos fenômenos,
aquilo que aparece, e a coisa em si (o númeno), aquilo que é incognoscível. A
questão fundamental é, assim, a possibilidade de juízos que são sintéticos, ou
seja, que agregam informações, serem também a priori (ter um valor universal,
não contingente). Em razão dessa estrutura transcendental, seria possível,
segundo Kant, lidar com o problema da existência ou não de Deus, da alma e do
mundo, e também da liberdade.
Ideia de uma História Universal de um Ponto de Vista Cosmopolita (1784) 
Neste breve texto a abordagem histórica é feita a partir da ótica de um
“cidadão do mundo”. Kant faz a distinção entre a comunidade civil de um
determinado local e a comunidade civil mundial. Para ele, a primeira integra
a segunda. Assim, é possível distinguir a história natural, que seria local, da
história humana, mais vinculada à comunidade civil mundial. Há um
movimento da história humana, que caminha rumo ao progresso e ao
aperfeiçoamento moral, inevitável e necessário, através do fio condutor da
razão, ou seja, que a história natural é a história natural do progresso da
razão.
Que é o Esclarecimento (1784)
Em um breve escrito, Kant observa que a condição moral não é algo dado,
mas uma condição. Seu sentido não pode ser restringido a um saber, pois é
a combinação do conhecimento profundo sobre um assunto específico
com a autonomia crítica do sujeito do conhecimento. No processo social de
formação, todo indivíduo vive uma situação de minoridade natural. O
exercício ativo da razão é a condição para que o homem conquiste a sua
autonomia, já que cada um possui a capacidade de pensar, superando o
medo, a preguiça ou o interesse particular para alcançar essa nova
condição.
Fundamentação da Metafísica dos Costumes (1785)
Nessa importante obra, Kant pretende estabelecer as condições de
possibilidade de uma lei moral universal.
A ação do homem para se tornar emancipada, deve manifestar a sua
autonomia a partir da razão pura prática que identifica as condições a priori de
sua vontade. Assim, a divisão da obra é feita da seguinte maneira:
Um Prólogo, que justifica o projeto, a sua estrutura e o seu método;
A Primeira Seção, que serve de transição do conhecimento moral da razão
comum para o conhecimento filosófico;
A Segunda Seção, onde ele articula a passagem de uma filosofia moral popular
para a metafísica dos costumes;
E a Terceira Seção, que almeja dar conta da metafísica dos costumes para a
crítica da razão prática pura.
Crítica da Razão Prática (1788) - Ética
É a segunda das três obras chamadas “críticas”. Trata sobre a sua filosofia moral,
como consequência da sua primeira crítica.
Nela, Kant busca uma ética que contenha princípios com o caráter de
universalidade da ciência. Tida como uma ética formal, ela distingue a sua
concepção da eticidade daquelas que lhe precederam, intituladas éticas
empíricas. É a formulação racional que engendra os imperativos, que são os
pilares que fundamentam a ética formal kantiana. É por isso que ela deve ser
universal, ou seja, vazia de conteúdo empírico. Para Kant, a ética deve ser a priori,
autônoma, pela interioridade do indivíduo, e categórica. Essa obra está dividida
em duas grandes partes:
1) a Doutrina dos Elementos, dividida, por sua vez;
1.1) Analítica da razão pura prática;
1.2) Dialética da Razão pura prática. Parte II: Doutrina do Método.
Crítica do Juízo (1790)
É conhecida como a terceira crítica, formando uma trilogia com a Crítica da Razão
Pura (1781) e a Crítica da Razão Prática(1788).
É nela que Kant desenvolve as ideias acerca do juízo estético, sobre o belo e sobre o sublime.
Nessa primeira parte da obra, sua concepção reflexiva sobre o sentimento estético procura
lidar com o problema da finalidade no ser humano e em suas produções, como na
experiência estética. Essa concepção influenciou, sobretudo, o romantismo alemão. A
segunda parte destina-se ao juízo teleológico, para estudar o problema da finalidade na
natureza. É nela que Kant procura tratar o problema da finalidade no organismo, também
através de uma chave reflexiva. Além disso, nela encontramos a questão da finalidade da
história e do ser humano — ou das pessoas na história, e os parágrafos finais, em que Kant,
apesar de todo o seu esforço, parece evocar novamente a necessidade de se pensar Deus
como um fundamento para a reflexão humana.
Barão de Montesquieu
Quando vou a um país, não examino se há boas leis, mas se as que lá existem são
executadas, pois boas leis há por toda a parte.
Para Motesquieu a melhor forma de governo é aquela onde
prevalecem as leis. Neste sentido, legalidade é sinônimo de
democracia, também não podemos dizer que sem leis pode existir
democracia. Quando Montesquieu diz que o melhor Estado é aquele
onde predomina a Lei, ele está reforçando o liberalismo democrático,
portanto, o Estado Democrático de Direito.
Montesquieu é importante para o Direito porque ele completa a
questão do Contrato Social, dando origem às demais leis e ao
ordenamento jurídico que fundamenta a vivência no Estado moderno.
http://pensador.uol.com.br/autor/barao_de_montesquieu/
Ele sabia que o Estado moderno haveria de se organizar com bases nas
leis e que isso seria tanto mais necessário quanto mais democracia
existesse, pois tensões e oposições de forças antagônicas procuram
ocupar o espaço público e conquistar a hegemonia política.
A resposta a essas indagações, presentes na fundação do Estado-
nação moderno desde Maquiavel, foi a criação de partidos políticos.
Os partidos têm ideologias, as ideologias refletem oposições de grupos
(classes) na sociedade, na medida em que representam os interesses
desses grupos.
Para o Direito, Montesquieu foi um autor importantíssimo porque
desenvolveu e justificou o conceito de que as leis sirvam como base
para a democracia. Mas é importante lembrar que embora ele se apoie
nas leis como principal base de uma democracia, sabia que nem sempre
elas seriam suficientes para mantê-la.
Para muitos, Montesquieu é o pai da ideia dos “Três Poderes”, devido à
forma como tratou a divisão do poder do Estado. EXECUTIVO-
LEGISLATIVO E JUDICIÁRIO – Os três poderes surgiram para dividir o
poder concentrado no Soberano.
Montesquieu afirma nehum dos Três Poderes é maior ou mais
importante do que o outro, ou seja, nenhum tem mais força ou potência
para confrontar o outro, pois eles se equivalem. Esta divisão do poder
em três partes equidistantes e complementares tem a virtuosidade de
garantir a democracia, já que, salvaguardadas suas competências em
lei, e juridicamente equivalentes, impossibilitarão a centralização e os
excessos do poder em uma única instância.
Mas mesmo com essa igualdade e independência de poder, Motesquieu
também previu que eles poderiam tentar dominar uns aos outros, ou ao
menos teriam vontade de tomar atitude.
É o que acontece em países em desenvolvimento, onde normalmente
as instituições políticas ainda não estão devidamente consolidadas na
vida social e política da Nação. Se perguntar-se por que os limites de
cada poder não são invadidos pelos outros, Montesquieu responde
dizendo que os três se equivalem, e, portanto, vão se impor.
Curiosamente, ele não justifica a resposta com a lei.
Mesmo havendo leis que regulam as atribuições de cada poder, a
democracia plena acaba se as competências de um poder forem
“tomadas” por outro.
Assim, o que impediria os poderes de invadirem as atribuições dos
outros, seria uma solução “maquiavélica” de confronto entre eles, o
fato de todos se confrontarem em pé de igualdade. Essa solução tem o
princípio da força de cada um, pois se um poder tentasse dominar o
outro, as consequências para ambos seriam mais desastrosas do que
benéficas. A democracia, mais uma vez, se reforça na oposição de
forças.
Outra característica dos Três Poderes de Montesquieu observou
foi a de que o Poder Judiciário seria, dos três poderes, o que teria
“menos” poder. O motivo disso seria que o poder Judiciário não é
formado com base em votação pública e sim em processos
seletivostécnicos, ou concursos públicos. Pode não parecer muito,
mas esse fato de que os profissionais do Poder Judiciário não são
escolhidos pelo povo torna as disputas e “guerrilhas” políticas
ineficazes, criando a esse poder características próprias que o
diferenciam dos outros. Na verdade, o que Montesquieu quis dizer
é que o Judiciário não pode participar da política ideológico-
partidária e almejar poder de governo.
Montesquieu está tão certo que os três poderes irão se
“opor” que a forma como se chegou ao Judiciário (mesmo
sendo pelo concurso ou por indicação do Executivo – como
no caso brasileiro para Ministro do Supremo Tribunal -, e não
pelo voto) não fará diferença, porque irá existir o embate
entre os poderes. Ainda que a Lei seja necessária, ela se
fortalece quando democraticamente os poderes do Estado se
“anulam” na oposição que fazem uns aos outros.
Thomas Mores
1478-1535
Quanto ao ordenamento jurídico e à organização e disposição das leis,
na ilha de Utopia destaca-se o seguinte: as leis são promulgadas com a
finalidade de que cada qual seja advertido de seus direitos e também
de seus deveres; as leis não se multiplicam em infinitas disposições
normativas pois são em número pequeno e, não obstante, são
suficientes às instituições e à sociedade.
Dessa forma, essas assertivas expressam e manifestam abertamente a
repulsa do autor à burocrática e complexa organização jurídica inglesa
do século XVI.
Enfatiza-se a necessidade de leis claras e acessíveis ao povo, sobretudo
com relação à prática da justiça. As convulções sociais e as nítidas
discrepâncias entre a teoria jurídica pregada pelos “autores de direito” e
a realidade desprovida de qualquer embasamento legal originam a
repulsa de Thomas More.
Em Utopia inexistem a excessiva burocracia e a inoperacionalidade do
sistema júrídico devido à excessiva quantidade de normas, leis e
regulamentos, bem como a grande distância existente entre o povo e a
ordem jurídica, sendo esta inteligível e manuseável unicamente por seus
técnicos, torna-a pouco democrática.
Apesar de distante da consecução do seu escopo, quando More
escreveu sua Utopia não tinha, de fato, preocupação com sua
implantação efetiva a realidade: a ilha é um lugar inexistente.
karl marx
A Revolução Francesa de 1789 inaugurou um sistema socioecônomico
e político chamado liberalismo. Segundo esse sistema, o Estado não
deveria intervir jamais no campo das relações econômicas.
O marxismo não é só o materialismo, é uma filosofia do processo
histórico de luta de classes: a grande explicação que se contrapõe à
sociedade de classes como algo “natural” do século do Iluminismo.
A verdadeira luta que se trava é pela posse dos meios de produção.
Assim como a burguesia venceu os aristocratas com a Revolução
Francesa, será por sua vez vencida pela classe dos trabalhadores se
estes se unirem. A infraestura econômica é que decide tudo, o mais é
superestrutura como religião, arte, filosofia, direito, moral, política,
Estado, Leis, Normas. O poder vem de cima para baixo, dizendo que
existe lei e esta tem que ser respeitada.
Existe e sempre existiu a luta constante entre interesses opostos. O
Estado, as leis e as normas existem para reproduzir o sistema burguês
e com isso promover a alienação da consciência das classes.
A Revolução Industrial acelerou o processo de alienação do
trabalhador, dos meios de produção e dos produtos de seu trabalho.
Não é dono dos meios e formas de trabalho e não tem acesso, na
maioria das vezes, às mercadorias produzidas.
Marx acredita que, pelo fato de o homem ter perdido sua liberdade em
função do trabalho, houve uma desvalorização do mundo humano,
crescente em razão direta da valorização do mundo das coisas, porque
o objeto que o trabalho produz, o seu produto, contrapõe-se-lhe como
um ser estranho, ao homem e ao seu próprio trabalho, como um poder
independente do produtor.
A supremacia política do produtor não pode coexistir com a
eternização da escravatura social. Para Marx, os trabalhadores
deveriam servir de alavanca para derrubar as bases econômicas em
que se fundamenta a existência das classes e, por conseguinte, a
dominação de classes.
A ciência jurídica não está acima da sociedade. Não é uma ciência
autônoma em relação à vida concreta das pessoas; é a vida concreta
das pessoas que vai determinar a ciência jurídica
A classe burguesa tomou o poder e com isso dita as regras quanto à
forma pela qual o direito deverá ser feito, pois como classe
hegemônica precisa manter a sociedade civil sob a dominação de sua
filosofia ou projeto político. Caso a classe operária venha a ter esse
poder, tanto o direito quanto a ciência jurídica farão com que os
privilégios sejam voltados para ela (classe operária), pois, neste caso,
é ela que terá que manter a sociedade civil sob a dominação de sua
filosofia ou projeto político.
Havendo a extinção da propriedade privada, deixará de existir o
Estado burguês, porque não haverá necessidade de garantir a
exploração do homem pelo homem.
A dialética é o movimento contraditório cuja contradição leva sempre
a um estágio de relações sociais superior de qualidade
(homem/mulher; paz/guerra; verdade/mentira; realidade/sonho;
aparência/essência). O materialismo histórico dialético, portanto, é
que coloca a simultaneidade da matéria e do espírito, e a constituição
do concreto por uma evolução concebida como “desenvolvimento por
oposições, por contradições, por revoluções”, gerando a evolução em
um grau mais alto de qualidade, pela “negação da negação”.
É a “ciência das leis gerais do movimento dialético, tanto no mundo
exterior, quanto no pensamento humano”.
A sociedade é composta de contradições e oposições. Portanto, a luta
de classes é incessante. A questão da objetividade só se coloca
enquanto consciência crítica. A ciência, assim como a ação política, só
pode ser verdadeira e não ideológica se refletir uma situação de
classe e, consequentemente, uma visão crítica da realidade.
Como o Direito não pode se colocar acima das condições concretas de
produção material da existência humana, produção e condições essas
históricas e determinadas, o Direito será, sempre, como toda a
filosofia que pretende regulamentar a convivência social, produto de
seu tempo e da sociedade, como esta produz concretamente.
Em algum momento, as condições materiais de vida e as relações sociais
que delas derivam se chocam com o aparato do Estado e das Leis
Jurídicas que lhes dão substância. Neste momento, ou mudam as Leis e
o Estado, ou se entrava o desenvolvimento da sociedade (técnico e
filosófico).
Assim, a Lei pode e deve ser vista como um aparato capaz de se adaptar,
moldar, nas formas de produzir e de viver de cada sociedade, em cada
momento dado.
HEGEL
A realidade é um processo histórico 1770-1831
Dialético é uma palavra grega que significa “arte do diálogo, de convencer, de persuadir ou
raciocinar”. Em suma, é um debate de ideias diferentes, chegando a uma conclusão a partir
desses pensamentos diversos que, tornam-se um novo conceito que pode ser contrariado
novamente.
Podemos explicar este pensamento hegeliano dessa maneira: a realidade é composta por 
nossa mente e a própria consciência não é estática, ou seja, congelada, pois está sempre 
mudando e desenvolvendo novas categorias e conceitos, que determinam como nós 
vivemos o mundo. O que faz que o conhecimento sempre seja contextualizado.
A dialética se processa em três momentos:
1º tese, que corresponde uma ideia, um pensamento – TIRANIA
2º antítese – um pensamento diferente da tese, uma ideia contrária –
LIBERDADE
3º síntese – uma conclusão da tese com a antítese, ou seja, após o debate de
ideias chegaria a uma conclusão resumida, no entanto, essa síntese passa a ser
uma nova tese para uma dialética – LEI
Hegel restabeleceu plenamente a distinção entre Estado e sociedade civil formulada no
século XVIII. Hegel afirma que não há Sociedade civil, se não existir um Estado que a
construa, e não existe povose não existir o Estado, pois é o Estado que funda o povo e
não o constrói. O Estado funda o povo e soberania (poder) do Estado, portanto a
sociedade civil é incorporada pelo Estado. Temos como crítica da concepção liberal,
individualista da liberdade. O Estado e a sociedade civil são distintos só como conceitos,
pois Hegel tem uma concepção organicista do Estado.
O bem substancial de um Estado é o seu bem como Estado particular, com seus
interesses e sua situação definida, e, também, com as outras circunstâncias
particulares que estão ligadas às relações contratuais. Por isso, o
comportamento do Governo é um comportamento particular e não o da
Providência geral (§ 324s , nota). A finalidade das relações de cada Estado com
os outros, bem como o princípio da justiça das guerras e dos tratados, não é,
portanto, um pensamento universal (filantrópico), mas a realidade do bem-estar
ameaçado em sua definida particularidade.
Quando a sociedade civil se encontra num estado de atividade sem obstáculos, pode ser
concebida como um progresso contínuo e intrínseco da população e da operosidade. Com a
universalização da solidariedade entre os homens, com o acerto entre as técnicas que
permitem satisfazê-las, é certo o aumento da acumulação das riquezas, pois essa dupla
universalidade produz os maiores ganhos; mas certo é que também aumentam a
especialização e a limitação do trabalho particular e, portanto, a dependência e o abandono
das classes ligadas a esse trabalho, bem como a incapacidade para sentir e exercer outras
faculdades, sobretudo as que se referem às vantagens espirituais da sociedade civil.
Quando um grande número de indivíduos desce além do mínimo de subsistência que por si
mesmo se mostra como o que é normalmente necessário a um membro de uma sociedade,
se esses indivíduos perdem, assim, o sentimento do direito, da legalidade e da honra de
existirem graças à sua própria atividade e ao seu próprio trabalho, assiste-se então à
formação de uma plebe e, ao mesmo tempo, a uma maior facilidade para concentrar em
poucas mãos riquezas desproporcionada
A missão da filosofia está em conceber o que é, porque o que é é a razão.
No que se refere aos indivíduos, cada um é filho do seu tempo; assim
também para a filosofia que, no pensamento, pensa o seu tempo. Tão
grande loucura é imaginar que uma filosofia ultrapassará o mundo
contemporâneo como acreditar que um indivíduo saltará para fora do seu
tempo, transporá Rhodus. Se uma teoria ultrapassar estes limites, se
construir um mundo tal como entenda dever ser, este mundo existe
decerto, mas apenas na opinião, que é um elemento inconsciente sempre
pronto a adaptar-se a qualquer forma.
Em certo tempo, falou-se muito da oposição entre a moral e a política, e da
exigência de a primeira dirigir a segunda. Apenas devemos mostrar que o bem do
Estado tem uma legitimidade muito diferente da do bem dos indivíduos e da
substância moral, que o Estado adquire imediatamente a sua existência, quer
dizer, o seu direito em algo de concreto e não de abstrato.
É esta existência concreta, e não as numerosas ideias gerais consideradas como
mandamentos morais subjetivos, que o Estado pode erigir em princípio da sua
conduta. A crença na chamada injustiça inerente à política, na chamada oposição
entre a política e a moral, está fundada em falsas concepções da moralidade
subjetiva, da natureza do Estado e da sua situação do ponto de vista moral
subjetivo.
O domínio do direito é o espírito em geral; aí, a sua
base própria, o seu ponto de partida está na
vontade livre, de tal modo que a liberdade constitui
a sua substância e o seu destino e que o sistema do
direito é o império da liberdade realizada, o mundo
do espírito produzido como uma segunda natureza a
partir de si mesmo.
JOHN STUART MILL 
Sobre seu corpo e e mente o indivíduo é soberano 1806-1873
Teoria Utilitarista:
1 – O bem último é a felicidade.
2 – Produzir a maior felicidade para o maior número é o que faz uma ação ser correta. 
PRINCÍPIO DA MAIOR FELICIDADE
1) Um ato ser certo ou errado depende de um único fator: a sua contribuição para a
felicidade ou bem-estar. Se um curso de ação previsivelmente produzir mais felicidade do
que infelicidade, então é correto. Pelo contrário, se previsivelmente gerar mais infelicidade
do que felicidade, então é errado.
a) O padrão utilitarista da maior felicidade não se refere apenas à maior felicidade do
próprio agente (egoísmo ético); mas sim à maior felicidade no todo, na sua máxima extensão
(o que inclui os seres sencientes). Assim, aquilo que importa promover não é a felicidade do
próprio agente, mas a felicidade geral ou bem-estar de todos os envolvidos numa determinada
acção.
b) Sacrificar o bem pessoal só tem sentido se for em prol do bem dos outros, ou seja, se
aumentar (ou tender a aumentar) a quantidade total de felicidade.
c) O utilitarismo exige que o agente seja imparcial (ou seja, devemos dar a mesma
importância à felicidade e bem-estar de todos os indivíduos).
d) Mas, por que razão teremos que promover a felicidade geral?
i. Existe uma base natural de sentimento para a 
moralidade utilitarista.
ii. Existem sentimentos sociais da humanidade. 
iii. A natureza humana é constituída de forma a 
desejar a felicidade geral.
HEDOÍSMO
A felicidade ou bem-estar de um indivíduo consiste unicamente no prazer
(experiências aprazíveis) e na ausência de dor ou sofrimento. A felicidade,
entendida como prazer, é intrinsecamente valiosa e constitui o bem supremo.
a) Mill defende que alguns tipos de prazeres são qualitativamente superiores a
outros. Ou seja, há prazeres intrinsecamente melhores do que outros. E, para
vivermos melhor, é preciso dar uma forte preferência aos prazeres superiores,
recusando-nos a trocá-los por uma quantidade idêntica, ou mesmo maior, de
prazeres inferiores.
i. Os prazeres superiores são preferíveis pelas pessoas que tenham uma experiência de 
ambos os tipos de prazer, pois estes produzem qualitativamente mais felicidade que os 
prazeres mais baixos.
ii. Os prazeres inferiores dizem respeito à satisfação das necessidades primárias 
(comida, água, sexo, etc…). Os prazeres superiores dizem respeito à satisfação das 
necessidades mentais sofisticadas (como a leitura, a reflexão e o estudo).
iii. Ainda que os prazeres de um porco fossem mais intensos e duradouros do que os 
de um ser humano, os de um ser humano seriam preferíveis aos de um pouco, pois o 
porco apenas pode ter prazeres inferiores.
iv. O hedonismo de Mill distingue-se do hedonismo de Bentham. Pois, para Bentham
o hedonismo é puramente quantitativo, ou seja, o valor de um prazer depende apenas da 
sua duração e intensidade; enquanto que para Mill o hedonismo é quantitativo e 
qualitativo, isto é, há prazeres.
MAXIMIZAÇÃO DO BEM
Se queremos saber se um dado acto é certo ou
errado, tudo o que precisamos de saber é em que
medida, comparado com actos alternativos, este
contribui para a felicidade geral.
a) A melhor escolha será aquela que, de um ponto de
vista imparcial, mais beneficia e promove a felicidade
ou bem-estar de todos os envolvidos numa
determinada acção.
b) É importante analisar, num determinado acto, qual
é o maior benefício.
A relação equânime entre governo e Estado foi
gradualmente se modificando na noção de liberdade de
Mill que posteriormente passou a defender a escolha
representativa e periódica dos agentes de Estado de forma
a fazer com que estes não diminuíssem suas prerrogativas
de liberdade. O autor chega a usar o exemplo norte-
americano como objetivo a ser alcançado por acreditar que
naquela localidade, normalmente, a vontade do povo era a
vontade da maioria, fazendo uma ressalva a necessidade
da manutenção dos controles estatais temendo o
surgimento de uma tirania da maioria.
Algumas das aplicações discutidas no capítulo V do livro
Liberdade a obra merece destaque por seu grau de importância
nas discussões travadas à época que Mill a produziu. É o caso da
escravidão, Mill considerava esta prática ilegal não apenas pelosargumentos já consagrados mas também por aferi-la como um
ato permanente, o que violava sua premissa de que o homem
não poderia ser livre para não sê-lo. O Casamento é outro
exemplo, o autor acreditava que ele era uma situação contratual,
porém que exigia modificações contextuais, pois envolvia uma
série de expectativas por parte dos agentes; o marido deveria ser
visto menos como um “dono” de sua esposa e prover educação à
todas as sua crianças.
Charles Alexis de Tocqueville
O grande objectivo da justiça é substituir a ideia da violência pelo
direito. 1805-1859
No início do século XIX empreendeu uma viagem de estudos, para
conhecer o sistema penitenciário norte-americano. Acabou se
interessando mais pelo funcionamento da democracia americana,
publicado em 1835.
O livro teve um sucesso difícil de crer, hoje em dia, pois se trata de uma
obra densa de teoria política, em que o autor procura estabelecer uma
relação entre a cultura e a política americana. Grande parte de seu êxito
deveu-se ao prestígio indubitável dos Estados Unidos na Europa.
A imagem favorável das instituições americanas contribuiu também para
o progresso das ideias republicanas durante o século XIX na América
Latina, de modo que, muitos países adotaram, deste lado do Atlântico, o
modelo republicano e presidencialista norte-americano, como exceção
podemos citar o caso brasileiro que adotou o modelo monárquico entre
1822 e 1889.
OS FEDERALISTAS
Freios e Contrapesos
Começamos com a análise constitucionalismo liberal. Trata-se de uma
fase cuja gestão intelectual começou com os iluministas, e que
politicamente se inicia com duas grandes revoluções: A Revolução
Americana e a Revolução Francesa. Os traços essenciais do
constitucionalismo liberal são, por um lado, no plano político, a abolição
do absolutismo real, a proclamação dos Direitos do Homem, o
aparecimento das Constituições escritas, a adopção (pela primeira vez
na época moderna) da República como forma política, o início do
parlamentarismo, e o aparecimento dos primeiros partidos políticos.
Em 1787, por conseguinte, institui-se a federação, a que nesse
momento se chamava União, e elabora-se a Constituição dos EUA, a
qual ainda hoje está em vigor, sendo isso a mais antiga Constituição
escrita do mundo.
Os principais representantes da corrente federalista eram ALEXANDRE
HAMILTON, JAMES MADISON que viria a ser o quarto presidente dos
EUA e JAY que escreveram inúmeros trabalhos, livros e artigos em
defesa do federalismo.
No dia 4 de Julho de 1776, era proclamada a independência das 13
colônias americanas (não a independência dos Estados Unidos da
América, que só se verificará mais tarde); e assim, as referidas colónias
passam a ser 13 Estados soberanos e independentes.
Esta Constituição trouxe imensas novidades ao panorama político
mundial e pode com justiça ser citada como fonte autónoma de
importantes ideias políticas: primeiro, foi a primeira Constituição
republicana da era moderna; segundo, foi a primeira Constituição
escrita, terceiro, foi a primeira vez que a Constituição instituiu um
sistema de garantia judicial de constitucionalidade das leis (até então
não havia qualquer controlo da constitucionalidade das leis; com esta
Constituição passou a haver, designadamente confiado ao Supremo
Tribunal dos Estados Unidos, que ficou a ter o poder de não aplicar
qualquer lei do Congresso desde que ela fosse contrária à Constituição);
em quarto lugar, foi esta Constituição a primeira que comportou um
texto escrito contendo uma declaração de direitos (que dois mais tarde
em 1789, ia ser seguida em França pela Declaração do Homem e do
Cidadão); quinto, foi a primeira vez que se instituiu um Estado Federal;
e sexto, foi a primeira vez que se estabeleceu um sistema de governo
de tipo presidencialista.
Repare-se bem na quantidade de novidades que, em termos de ciência
política, resultaram desta Constituição – e que influenciaram o mundo
inteiro.A Constituição americana é aprovada em 1787: dois anos
depois, em 1789, estala a Revolução em França.
A queda da Bastilha em 14 de Julho de 1789, articulada pelos
representantes do Terceiro Estado (burguesia), foi vista como um
símbolo de que o Antigo Regime estava acabando.
Em 26 de agosto, a Declaração do Direitos do Homem e do Cidadão
articulou as ideias de liberdade, igualdade e fraternidade. Da ideia de
liberdade nasceu o termo liberalismo, que teve uma expressão política,
econômica, social, filósofica e até psicológica.
Como liberdade de pensamento, de crença, de correspondência, de ir e
vir, de trabalho e de comércio.
ESTUDEM!

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