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Disciplina: Ciência Política Curso: Direito A FILOSOFIA CLÁSSICA GRECO-ROMANA EM PLATÃO, ARISTÓTELES E CÍCERO: Platão O conhecimento na Terra são sombras 427-347 a.C Em 399 a.C. mentor de Platão, Sócrates, foi condenado à morte. Como Sócrates não havia deixando nada escrito, Platão assumiu a responsabilidade de preservar para posteridade o que tinha aprendido com o mestre. Em A república, Platão descreve Sócrates fazendo perguntas sobre as virtudes, ou conceitos morais, a fim de estabelecer definições claras e precisas. Sócrates tinha dito que a “virtude é conhecimento” e que, para agir de maneira justa, por exemplo, você deveria perguntar o que é justiça. O Direito para Platão Em sua visão, o direito consiste na busca de justiça, ou seja, é definido como regra que indica o justo. O princípio fundamental é dar a cada um aquilo que ele merece. Esse princípio deve ser garantido pelo Estado. Como podemos, porém, saber o que cada um merece? Platão considera que o Estado deve se estruturar conforme os três tipos da natureza humana: há pessoas movidas pelo desejo, outras movidas pela coragem e outras pela razão. O desejo caracteriza o “povo”, que trabalha e situa-se no escalão inferior. Depois vêm as pessoas dotadas de coragem, ou seja, os militares, localizados no escalão intermediário. No ápice da hierarquia encontram-se os filósofos, que possuem o dom da razão e devem governar a sociedade. Para Platão o Direito significa, então, dar a cada um aquilo que corresponde à sua natureza e função na sociedade. Para Aristóteles A verdade está no mundo à nossa volta 384-322 a.C Aristóteles começou a escrever suas teorias políticas quando foi preceptor de Alexandre, “O Grande”. Para Aristóteles a política é a ciência mais suprema, a qual as outras ciências estão subordinadas e da qual todas as demais se servem numa cidade. A tarefa da política é investigar qual a melhor forma de governo e instituições capazes de garantir a felicidade coletiva. Embora não tenha proposto um modelo de Estado como seu mestre Platão, Aristóteles foi o primeiro grande sistematizador das coisas públicas. O Estado, para Aristóteles, constitui a expressão mais feliz da comunidade em seu vínculo com a natureza. Segundo Aristóteles é impossível conceber o indivíduo sem o Estado. O homem é um animal social e político por natureza. E, se o homem é um animal político, significa que tem necessidade natural de conviver em sociedade, de promover o bem comum e a felicidade. A pólis grega encarnada na figura do Estado é uma necessidade humana. O homem que não necessita de viver em sociedade, ou é um Deus ou uma besta. Para Aristóteles, toda cidade é uma forma de associação e toda associação se estabelece tendo como finalidade algum bem. A comunidade política forma-se de forma natural pela própria tendência que as pessoas têm de se agruparem. E ninguém pode ter garantido seu próprio bem sem a família e sem alguma forma de governo. Para Aristóteles os indivíduos não se associam somente para viver, mas para viver bem. O direito para Aristóteles O coletivo – bem-geral – deve prevalecer sobre o individual. Justiça tem por base o conhecimento, mas este não é suficiente para o comportamento ético. É necessária a “opção” do homem em fazer o bem voltado para a comunidade. Exemplos: Art.3º Como parte do processo educativo mais amplo, todos têm direito à educação ambiental, incumbindo: I- ao Poder Público, nos termos dos arts. 205 e 225 da Constituição Federal, definir políticas públicas que incorporem a dimensão ambiental, promover a educação ambiental em todos os níveis de ensino e o engajamento da sociedade na conservação, recuperação e melhoria do meio ambiente”. Neste sentido, ser cidadão é muito mais construir a cidadania pela participação política em nome da pólis do que exigir apenas do governante seus direitos. Os limites aos excessos do poder, e de quem o detém, não estão na punição transcendente, mas na felicidade contida na sabedoria de praticar o bem e dedicar-se plenamente à coletividade. Para Aristóteles, o Estado define o que é direito, devendo empregar o critério de justiça. O direito é justo quando protege os interesses gerais da sociedade e, em particular, quando trata de maneira igual as pessoas que se encontram em situação igual. A moral que se vai encontrar é aquela que nos dá consciência de tudo que nos cerca, de igualdade na medida em que somos seres naturais e temos todos os mesmos direitos. Os homens que têm poder e podem usá-lo não se dão conta de como se afastaram da integração com o universo (humildade). É nesta integração que os homens saberão como praticar (ação) o bem e a justiça e terão a dimensão exata de sua fragilidade e o sentido de usar a lei para assegurar a igualdade e o bem-estar de todos os cidadãos, de acordo com as leis da natureza. CÍCERO Pertence à escola filosófica do Estoicismo (visão generalista do direito, predominância da ação sobre o pensamento, opção pela ética). Cícero inaugura no Direito a escola do Jusnaturalismo. Fundamentalmente, a noção do homem juridicamente inserido na área do Direito Natural (direito dos homens). Ainda que neste caso o Direito Natural provenha do reconhecimento do homem como elemento da natureza e na medida em que este reconheça a natureza como infinitamente portadora de forças “de direito”, ainda assim, o que prevalece para a jusfilosofia é a diretiva de que os homens têm direitos a serem alcançados e respeitados independemente do ordenamento jurídico e/ ou dos sistemas de Direito construídos. Nicolau Maquiavel 1469-1527 Política não se confunde com Religião e não deve ser absorvida pela Ética Cristã. A partir de Maquiavel a “Política é uma Ciência”. Maquiavel afirma que, na governabilidade, o que é errado para a ética cristã não é necessariamente errado para a política. Não se pode falar ou questionar que Maquiavel é antiético porque esse questionamento quando parte de valores religiosos não tem relevância na Ciência Política. Assim, Maquiavel cria a autonomia, a liberdade para que os políticos e governantes negociem, façam alianças sem a influência da Igreja. Ele inaugura o chamado Estado Laico. Motivo pelo qual é “perseguido” pela Igreja Católica de seu tempo. Maquiavel queria um país unificado, o que o papa não via com bons olhos, pois o poder da igreja estava exatamente na possibilidade de se envolver nas disputas entre os princípes regionais e arbitrar as discórdias entre as famílias seculares. Daí o sentido maior da obra “O Príncipe”, porque no fundo o que Maquiavel está sugerindo é um “centralismo” do poder que se coloque acima dessas escaramuças e interesses particulares. 2- A Democracia é produto da negociação, pois se assim não for existirá a Tirania. O tirano é aquele que não precisa da Democracia para promover o pensamento dele. Logo, aquele que não é questionado não é democrático. Podemos entender que “O Príncipe” é uma metáfora de Maquiavel contra a organização política da época. Maquiavel questionava que a Igreja se “escondia” atrás dos valores éticos cristãos, porém não evitava como esses argumentos as corrupções, a prevaricação, o assasinato. Laicidade do Estado brasileiro A Constituição brasileira de 1988 instituiu uma divisão entre as religiões e o Estado, consolidando o conceito de Estado laico. O governo instituído não pode favorecer, nem interditar, as atividades das religiões. Além disso, não pode impor uma religião específica aos seus cidadãos, nem discriminá-los em razão de não seguirem a religião majoritária. http://pt.wikipedia.org/wiki/Constitui%C3%A7%C3%A3o_brasileira_de_1988 http://pt.wikipedia.org/wiki/Separa%C3%A7%C3%A3o_Igreja-Estado http://pt.wikipedia.org/wiki/Estado_laico Artigo 5° (Caput). IV- é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato; VIII- ninguém será privado de direitos por motivo de crença religiosa ou de convicção filosófica ou política, salvo se as invocar para eximir-se de obrigação legala todos imposta e recusar-se a cumprir prestação alternativa, fixada em lei. Artigo 19. É vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: I- estabelecer cultos religiosos ou igrejas, subvencioná-los, embaraçar- lhes o funcionamento ou manter com eles ou seus representantes relações de dependência ou aliança, ressalvada, na forma da lei, a colaboração de interesse público. Tal princípio constitucional, o conceito de Estado laico, já é bem antigo no Brasil, tendo sido instituído pela Constituição de 1891. Artigo 72 (Caput) §7°- Nenhum culto ou igreja gozará de subvenção oficial, nem terá relações de dependência ou aliança com o Governo da União ou dos Estados. Maquiavel escreveu uma metáfora, pois se parece que escreve a favor da tirania no “O Princípe”, por outro lado também pode ser entendido como se proteger contra ela. 3-Maquiavel foi cunhado como sendo o autor antiético que defendeu que “Os Fins justificam os Meios”. Mas quando Maquiavel fala dos fins, não é qualquer fim! Refere-se ao que for melhor para a Nação, para o Povo; não o ódio, não a corrupção, é felicidade, paz e justiça. Para obter a identidade, a paz e a justiça para a nação, Maquiavel não apregoou o medo do além, nem o medo dos tiranos, mas a Democracia. Ou seja, se para conseguir manter a Nação unida e protegida, o governante tiver que passar por cima de conceitos éticos cristãos, precisa fazê-lo. O sucesso de um Estado ou de uma nação é o fim supremo. Quem quer que governe o Estado ou a nação deve lutar para assegurar. …sua glória. …o sucesso do Estado. A fim de realizar isso, ele não pode ser limitado pela moralidade. Os fins justificam os meios. 4- A política em Maquiavel é contingencial, circunstancial, produto de forças políticas e sociais que se enfrentam na arena do espaço público. As ditaduras, sejam elas de que tipo forem, se fortalecem na pobreza, recessão, fraqueza, desordem de todo o tipo. A tirania não tem força quando o povo está feliz, quando reina a paz e o bem-estar. Por isso é preferivel fazer o que for necessário para manter a paz e o bem-estar do povo, negociando, fazendo alianças, construindo participação partidária, do que seguir uma ética religiosa que não busca isto no plano social mais imediato, preocupando-se apenas com o plano transcendental. Em essência, este é o sentido maior do sentido dos “fins justificam os meios”. Na história política moderna, por todo o lado existem exemplos de política pragmática e circustancial, onde os fins do Estado justificaram os meios. Por exemplo, em relação ao Brasil, mesmo na República, fatos desse tipo ocorreram: 1- Na passagem do Império para a República, os que se diziam liberais eram mais conservadores e vice-versa, pois a República foi inaugurada para assegurar os privilégios das elites. 2-Dizimou-se a população do Paraguai na Guerra (1864-1870) (mulheres, velhos e crianças foram perseguidos e mortos mesmo depois do Paraguai já ter sido derrotado. 3- Mataram-se todos os revoltosos na insurreição de Canudos (1896- 1897), mesmo sendo um punhado de miseráveis, esfomeados quase completamente desarmados. Maquiavel antecipou muitos dos conceitos e valores que os autores depois dele usaram para justificar e aprimorar o aparelho estatal e controlar o poder soberano do Estado moderno, motivo pelo qual é considerado o “pai” da Ciência Política. O Governante precisa saber agir como uma fera, diz Maquiavel em O Príncipe, e deve imitar as qualidades da raposa, assim como as do leão. O Governante deve ter a ferocidade do leão para amedrontar quem busca destituí-lo. O Governante deve ter a astúcia da raposa para reconhecer ciladas e armadilhas. A abordagem de Maquiavel centra-se na noção da virtú – não na moderna concepção de virtude moral, mas mais próxima da percepção medieval de virtudes como poderes ou funções dos seres, como o poder curativo das plantas ou minerais. Como Maquiavel escreveu sobre as virtudes dos príncipes, elas eram os poderes e funções que diziam respeito ao domínio político. A raiz latina de virtú também se relaciona com “virilidade”, e isso embasou o que Maquiavel tinha a dizer em relação ao próprio príncipe e ao Estado – onde, às vezes, a virtú foi usada para significar “sucesso” e descrever um Estado que devia ser admirado e imitado. Parte da tese de Maquiavel era que um soberano não poderia ser limitado pela moralidade, mas deveria fazer o que for necessário para assegurar sua própria e o sucesso do Estado que governa: uma abordagem que se tornou conhecida como realismo. Mas Maquiavel não argumenta que os fins justificam os meios em todos os casos. Há certos meios que um príncipe sábio deve evitar, porque, embora possam alcançar os fins desejados, deixam-no exposto a ameaças futuras. Os principais meios a serem evitados consistem naqueles que fariam o povo odiar seu príncipe. O povo pode amá-lo e temê-lo – preferivelmente ambos, dizia Maquiavel, embora seja mais importante para um príncipe ser temido do que amado. Mas o povo não deve odiá-lo, pois isso provavelmente levaria à revolta. Da mesma forma, um príncipe que maltrata seu povo desnecessariamente será desprezado – um príncipe deve ter uma reputação por sua compaixão, não pela crueldade. Isso pode envolver punições duras para uns poucos, a fim de alcançar uma ordem social geral que beneficie mais pessoas a longo prazo. Nos casos em que Maquiavel não acredita que os fins justificam os meios, essa regra se aplica somente aos príncipes. A conduta adequada dos cidadãos do Estado não é de modo algum a mesma de um príncipe. Mas mesmo em relação aos cidadãos comuns, Maquiavel desdenhou da moralidade convencional cristã, considerada fraca e imprópria para uma cidade sólida. Thomas Hobbes O Estado deve regular as relações humanas 1588-1679 O estado de natureza é de “guerra”, com “direitos ilimitados”. Hobbes não diz que o Direito Natural não existe, mas que existe e cria muitos problemas para a sociedade, porque nele o homem tem tantos direitos e tão ilimitados que ninguém consegue colocar limites, e uns entram em atrito com os outros porque não conseguem colocar limites nestes direitos, e por isso entram em guerra. O pacto social coloca limites. Por ele, transfere-se toda a soberania para uma pessoa: o soberano. Não se trata de colocar limites em um papel; o povo, ao assinar este papel, deixa de ter soberania, passando-a integralmente para o sobenano. Hobbes dá origem a um Estado absoluto. Monarquia absoluta, traduzindo, dá origem ao Estado moderno didatorial, que não enxerga na sociedade civil a capacidade de colocar limites aos seus direitos. O cidadão transfere todo o seu poder para o Estado lhe dizer, através das leis, como ele deve agir com relação ao outro. No contexto do entendiemento de Hobbes, não conseguimos resolver nossas lides e, por isso, sempre temos que levar os problemas ao Estado. Diz Hobbes que “toda a vez que a sociedade fugir ao Poder, o Poder lhe surgirá à porta”. Para Hobbes, o direito é imposto pelo Estado. Antes da criação do Estado existem os direitos naturais das pessoas: cada um pode fazer aquilo que corresponde aos seus desejos e interesses. Isso gera, porém, conflitos e guerras, miséria e destruição mútua. Em sua visão, mesmo se o direito imposto pelas autoridades do Estado não for justo, os homens devem obedecer, porque assim será garantida a segurança de todos e a prosperidade social. Daí afirmação que a lei é determinada pelo poder que exerce o Estado e não pela verdade do direito natural. Mas isso não significa que Hobbes considera o direito resultado de uma decisão didatorial. A imposição estatal do direito corresponde ao efetivo e racional interesse de todos, sendo ele requisito para evitar conflitos sociais. John Locke 1632-1704 O Estado de natureza é de “liberdade e igualdade”, “paz e harmonia”. Locke, é o “Pai do Liberalismo”. Segundo esse autor contratualista, o Direito deve servir o Estado mínimo; basta nãoalterar os Direitos Naturais no estado de natureza, pois eles são capazes de criar a harmonia e a paz social. Dessa forma, ao fazer o Contrato, além de não mexer nos direitos da natureza, é necessário ainda garantir que referidos direitos possam permanecer no Estado moderno. O liberalismo, ao defender os direitos naturais, diz que o contrato social não deve servir para alterá- los ou aliená-los. É natural que qualquer pacto limite direitos, mas deve pôr a salvo os direitos naturais. De tal forma, o liberalismo de Locke também pode ser entendido como um “libelo” de defesa do homem em relação ao poder do Estado. A autossuficiência política e jurídica dos cidadãos deve ser suficiente para o ordenamento jurídico não sirva à prepotência do Estado. Exemplo: Não é necessário colocar valores morais e conduta ética no texto da lei (Direito Anglo-saxônico), porque é mais uma questão de cultura e educação social do que de normalidade jurídica. Todo o liberalismo é um Estado mínimo (não intervencionista). Sociedade de livre mercado: as pessoas, quando nascem, possuem propriedades e negociam as coisas que têm de forma livre e igual. A grande questão é que, ainda que Locke tenha sido um percursor da liberdade humana frente ao Estado, a premissa de que todos os homens são iguais dentro dessa liberdade de negociar os bens que têm encontra forte crítica já entre os contratrualistas, como Rousseau, pois não pode existir verdadeira democracia e liberdade se as pessoas não possuem as mesmas coisas e bens para negociar. Quem nada tem pode “livremente” negociar em pé de igualdade o quê? Estaria Locke contra o latifúndio e a monarquia? Não necessariamente, mas o que Locke havia percebido antes das grandes revoluções populares eclodirem (Revolução Francesa 1789) é que dificilmente o Estado moderno deixaria de ser influenciado pelas demandas das amplas camadas da população e pelo poder econômico crescente dos comerciantes, industriais e financistas burgueses. Assim, a obra de Locke pode ser entendida como o alicerce teórico jusfilosófico que atende a esses anseios da população e das novas elites emergentes, no sentido de que sua proposta parte de uma visão de estado de natureza de harmonia e paz, uma vez que a liberdade, bem comum máximo, é propriedade inalienável de todos os homens. Desta feita, no estado de natureza, os homens eram iguais na medida em que possuíam a liberdade de trocar seus bens, e, por isso, viviam em paz e bem-estar. Consequentemente, ao passarem para a sociedade civil, o Estado, os homens deveriam impedir que este lhes alterasse os direitos naturais, a liberdade de negociarem livremente seus bens, constituindo assim uma visão de Estado mínimo, administrativo apenas naquilo que a complexidade da vida social exigisse um terceiro. Os fundamentos do liberalismo burguês, até nossos dias, veem o Estado como um “mal necessário”. Para ele, o estado natural do homem primitivo era de paz e felicidade. Locke propõe o “estado de natureza” e o “estado político” que se inicia com o contrato original (social). Locke, ao dispor sobre o estado de natureza, analisa o direito que todos têm de fazer valer a lei natural. É nesse ínterim, e a fim de garantir a paz organizando quem concentra o direito de julgar e castigar aqueles que desrespeitam as leis naturais, que surge o CONTRATO. “Na estrutura clássica do binômio estado de natureza e estado civil e político, Locke começa por reinvistir o estado de natureza de direitos fundamentais: a liberdade, ao trabalho, à propriedade privada, que não é outra coisa senão uma extensão da propriedade que tem cada um seu corpo e do fruto do trabalho de seu corpo. O contrato lockiano tem, então, um objetivo fundamental de preservação: trata-se de garantir estes direitos naturais no direito positivo”. Ao contrário de Hobbes, esse contratualismo de Locke é visto como otimista. O estado de natureza não seria de guerra todos contra todos, mas de liberdade e paz. Ao passar para a vida política, o ser humano não perderia tal liberdade natural, antes caberia ao Estado garanti-la pela lei, que protegeria sua vida e propriedade. Tal liberdade implicaria na desigualdade entre os homens, de acordo com sua capacidade. Mas ficaria para cada um a possibilidade de, pela livre iniciativa, subir na escala social.É o modelo do Estado liberal que chegará até os nossos dias. Jean-Jacques Rousseau O homem nasce livre e por toda parte encontra-se acorrentado1712-1778 O estado de natureza é uma situação de desigualdade. Rousseau diz que não temos coisas iguais, não nascemos com coisas iguais para negociar. O contrato social para Rousseau serve para tentar resgatar a igualdade que nós já não temos desde o estado de natureza. É necessário modificar os direitos naturais, porque em algum momento a servidão se instaurou na sociedade humana. Em Locke: os homens fazem o contrato social e não mexem nos direitos naturais. Portanto, é desejável que o Estado moderno seja um Estado mínimo com uma lei pequena, tendo por príncipio que nascemos iguais, com propriedades iguais para negociar livremente. Em Rousseau: Por que tanta desigualdade no Estado moderno? Resposta: Ou porque o contrato social é feito errado, ou o problema está no estado de natureza. Rousseau opta pela segunda possibilidade. Os homens, no estado de natureza, e a partir de certo momento, tornam-se servis a outros. Assim sendo, diferentemente do liberalismo de Locke, o contrato social deveria buscar a igualdade entre os homens, mesmo antes de falar em liberdade. Exemplo: Na Revolução Francesa, a classe burguesa aliada aos republicanos, inimigos dos latifundiários e do Rei, convenceu o povo a colocar a “cabeça em jogo” e a criar um Estado burguês, com base nos princípios Igualdade, Liberdade e Fraternidade (inspirados na obra de Rousseau). Ao final, a burguesia e outras elites se colocam no poder e o povo e seus revolucionários passam a ser perseguidos quando descobrem que foram enganados e que serviram, e serviriam como mão de obra assalariada, apenas aos propósitos das novas classes que substituiriam a monarquia e os senhores de terras no poder (passa a prevalecer no pensamento de Locke. Quando a Bastilha foi tomada em 1789, os revolucionários franceses levavam na mão o contrato social de Rousseau. Depois de ter teorizado sobre a desigualdade entre os homens, condição instaurada em algum momento do estado de natureza pelos homens em nome da propriedade, o contrato social era a saída para resgatar a igualdade. O mecanismo era um Estado democrático, uma república, que obedecesse à “vontade geral” do povo, cujo papel fundamental era intervir politicamente para estabelecer condições de igualdade social. Assim, para Rousseau, a tarefa mais premente do Estado deveria ser não a conquista da liberdade, mas, primeiramente, da igualdade, pois defendia que os homens são verdadeiramente livres se forem plenamente iguais. Diferentemente de Locke, pois para este a igualdade só se conquistava com a liberdade – de mercado e política. Em Rousseau, a liberdade não é, pois, sinônimo nem garante a igualdade entre os homens. Ao contrário, alcançada politicamente a igualdade material, pela vontade geral popular, a liberdade poderá ser uma realidade para todos. Em contraposição ao “Estado mínimo” de Locke, Rousseau é um dos precursores do Estado “intervencionista”. Este deve intervir na vida social, política e economicamente, visando resgatar a igualdade material entre os homens, condição primeira para efetiva condição de liberdade. Em contraposição ao “Estado mínimo” de Locke, Rousseau é um dos precursores do Estado “intervencionista”. Este deve intervir na vida social, política e economicamente, visando resgatar a igualdade material entre os homens, condição primeira para efetiva condição de liberdade. Obviamente, isto não significa que Jean-Jacques Rousseau defenda um Estado autoritário, mas uma “democracia popular” que comece por priorizara distribuição mais equidistante da riqueza social e questione os privilégios de certas elites. Rejeitando a visão autoritária de Hobbes, que falava de um pacto de sujeição ao Estado, Rousseau entende que o pacto social deve permitir que o povo crie suas próprias leis e não se submeta à vontade dos poderosos. O direito aparece, assim, como produto de uma vontade política de mudança. Os homens, que são desiguais por natureza, divididos em opressores e oprimidos, podem tornar-se iguais graças à criação de um direito igualitário e democrático, evitando que os ricos possam dominar e até “comprar” os pobres. Isso não significa que o direito favoreça sempre socialmente fracos, mas, caso o governo não seja corrupto e o povo realmente influencie suas decisões, o direito garantirá a harmonia social e igualdade. NENHUM PRINCÍPIO DE LEI VÁLIDO PODE SER BASEADO NA FELICIDADE IMMANUEL KANT Kant disse que os governos deveriam se lembrar de que só governam com o consentimento do povo – não o de algumas pessoas, nem da maioria, mas de toda a população. Considera-se também que ninguém poderia se opor a uma lei proposta. Ele acreditava que o importante era que o Estado garantisse a liberdade das pessoas dentro da lei de modo que cada um fique livre para buscar sua felicidade naquilo que julgar melhor, desde que não viole a liberdade e os direitos dos outros sujeitos. Entre os séculos XVI e XVIII sobre direito natural e direito positivo (entende-se, para Kant, direito natural como direito racional). As teorias ditas jusnaturalistas justificavam o fundamento da moral ou do direito no Cosmos ou natureza ou em Deus, enquanto as teorias juspositivistas compreendiam o direito (e consequentemente o Estado) como fruto do arbítrio humano, isto é, criado por um ato de vontade Ora, em Kant não há uma oposição entre natureza humana e vontade ou razão. Há, sim, a oposição entre a condição do homem no estágio sem leis criadas de forma autônoma (entendido anteriormente como estado de natureza) e o estado civil em que as possibilidades de um acordo livre para a coexistência de liberdades várias é dado a priori. Logo, é importante salientar que no estado civil o homem não perdeu a sua liberdade original (como em Rousseau), nem vive em um regime mecânico de limitação recíproca (como determinam os contratualistas ingleses), mas sim que a liberdade, entendida como autonomia e fundada na Razão, tem meios de determinar o acordo (contrato) a partir de uma máxima que expressa um querer universal (e, assim, tanto na relação entre indivíduos quanto entre Estados). - Tudo o que não puder contar como fez, não faça! - Política de paz perpétua entre os Estados – necessidade de paz – projeto de direito para os povos – autonomia Que é esclarecimento? É a saída do homem de sua menoridade. Menoridade esta que é a incapacidade de fazer uso de seu entendimento sem a direção de outro indivíduo. E o culpado dessa menoridade é o próprio indivíduo. TEORIA DO CONHECIMENTO Modelos Básicos: - Empirismo (Hume) o conhecimento está no objeto, sendo que todo os princípios necessário decorrerem da experiência sensível. - Racionalismo (Descartes) o concerto está no sujeito, sendo a experiência controlado pelas regras da razão humana. MODELO DE KANT • conhecimento surge da relação entre sujeito e o objeto. • não conhecemos determinado objeto por aquilo que ele é propriamente, mas o que a nossa razão processo a respeito dele. OBJETO + SUJEITO DIREITO X MORAL Em regra agimos de forma moral (valor interno; próprio da pessoa) e conforme o direito, mas a razão de cada um é diversa. A MORAL KANTIANA – é uma aplicação do imperativo categórico (juízo sintético - a priori - da moral) às máximas subjetivas (interior). DIREITO (a moral se relaciona com o direito) - está embasado na moral e constitui uma aplicação do princípio universal do direito (imperativo categórico - moral) aos fatos que ocorrem em sociedade. - a observância das normas decorre do receio da sanção. - há um Poder institucionalizado para fazer valer a lei. BOA VONTADE (razão) – valor máximo para kant DEVER DE VIRTUDE – Moral – ação moral SANÇÃO – Direito – ação legal pegar o celular - roubo medo de ser pego - celular AÇÃO MORAL Age de tal modo que a máxima da tua ação se possa tornar princípio de uma legislação universal. Razão: agir para todas as pessoas Fórmula da Lei Universal – a pessoa em si Imperativo categórico – moral RAZÃO PURA RAZÃO PRÁTICA não depende dos fenômenos da natureza deveres do homem SER DEVER SER ÉTICA principal dever do homem ESTADO DE DIREITO Pelo Contrato Social, os homens constituem o Estado e o seu ordenamento jurídico, isto é, o Direito. Ao passar do estado natural para o estado civil, o homem abandona sua liberdade natural pela liberdade civil. O contrato social, ao criar o Estado também cria simultaneamente a sociedade civil. “Um Estado (civitas) – diz Kant, na “Metafísica dos Costumes” – é a união de uma multidão de seres humanos submetida a leis de direito” (Kant, Metafísica...p. 155, 2003). Como o Estado é a sociedade civil juridicamente organizada, regulamentada, um implica o outro. Mas não devemos confundir sociedade com sociedade civil, pois uma sociedade pode existir sem um Estado ( o caso dos índios, p. ex.), isto é, no estado de natureza. A concepção do Estado em Kant é a do Estado liberal. Seu primeiro objetivo é o bem comum. E por bem comum entenda-se o bem de cada indivíduo. Sua finalidade é preservar a liberdade individual. Quer dizer, o Estado não é um fim em si próprio, pois tem por finalidade zelar pelos fins de cada indivíduo e dos indivíduos como múltiplos. Seu papel é atuar para que os indivíduos realizem seus próprios fins. Sua tarefa é resolver conflitos e remover obstáculos que possam impedir os homens de realizarem seus fins, de buscarem sua felicidade pessoal. Portanto, a finalidade do Estado kantiano é garantir a livre ação dos indivíduos, preservando seus direitos civis. Se a função do Estado é a constituição jurídica, é bem possível dizer que o estado kantiano é um estado de direito. A expressão ´estado de direito´, com a qual os juristas da segunda metade do século passado [séc. XIX] designaram o estado constitucional moderno, pode ser entendida de diferentes maneiras, mas dois são os significados principais: 1) ´estado de direito´ é o Estado limitado pelo direito, ou seja, o Estado cujo poder é exercido nas formas do direito e com garantias jurídicas pré-estabelecidas; e nessa acepção contrapõe-se ao estado absoluto; 2) ´estado de direito´ é o Estado que tem como função principal e específica a instituição de um estado jurídico, ou seja, de um Estado no qual, segundo a definição kantiana do direito, cada um possa coexistir com os outros segundo uma lei universal. Todos os imperativos ordenam: hipotética ou categoricamente. Os hipotéticos representam a necessidade prática de uma ação possível como meio de alcançar qualquer coisa que se quer ou que é possível que se queira – alcançar um fim – particular! • imperativo categórico é aquele que nos representa uma ação como objetivamente necessária por si mesma, sem relação com qualquer outra finalidade. No caso da ação ser apenas boa como meio para qualquer outra coisa, o imperativo que ordena é hipotético; se a ação é boa em si, então o imperativo é categórico – genérico – universal- abstrato – bem. Ética individual Ética universal – respeito harmonia e liberdade Kant, Fundamentação da Metafísica dos Costumes Crítica da Razão Pura (1781) – Teoria do Conhecimento Em 1781, surge a Crítica da Razão Pura, uma investigação sistemática sobre a possibilidade do conhecimento humano. Nela surge a filosofia transcendental, estruturando uma série de princípios a priori no sujeito que tornam possíveis a experiência dos sentidos. Encontramos a clássica distinção entreos fenômenos, aquilo que aparece, e a coisa em si (o númeno), aquilo que é incognoscível. A questão fundamental é, assim, a possibilidade de juízos que são sintéticos, ou seja, que agregam informações, serem também a priori (ter um valor universal, não contingente). Em razão dessa estrutura transcendental, seria possível, segundo Kant, lidar com o problema da existência ou não de Deus, da alma e do mundo, e também da liberdade. Ideia de uma História Universal de um Ponto de Vista Cosmopolita (1784) Neste breve texto a abordagem histórica é feita a partir da ótica de um “cidadão do mundo”. Kant faz a distinção entre a comunidade civil de um determinado local e a comunidade civil mundial. Para ele, a primeira integra a segunda. Assim, é possível distinguir a história natural, que seria local, da história humana, mais vinculada à comunidade civil mundial. Há um movimento da história humana, que caminha rumo ao progresso e ao aperfeiçoamento moral, inevitável e necessário, através do fio condutor da razão, ou seja, que a história natural é a história natural do progresso da razão. Que é o Esclarecimento (1784) Em um breve escrito, Kant observa que a condição moral não é algo dado, mas uma condição. Seu sentido não pode ser restringido a um saber, pois é a combinação do conhecimento profundo sobre um assunto específico com a autonomia crítica do sujeito do conhecimento. No processo social de formação, todo indivíduo vive uma situação de minoridade natural. O exercício ativo da razão é a condição para que o homem conquiste a sua autonomia, já que cada um possui a capacidade de pensar, superando o medo, a preguiça ou o interesse particular para alcançar essa nova condição. Fundamentação da Metafísica dos Costumes (1785) Nessa importante obra, Kant pretende estabelecer as condições de possibilidade de uma lei moral universal. A ação do homem para se tornar emancipada, deve manifestar a sua autonomia a partir da razão pura prática que identifica as condições a priori de sua vontade. Assim, a divisão da obra é feita da seguinte maneira: Um Prólogo, que justifica o projeto, a sua estrutura e o seu método; A Primeira Seção, que serve de transição do conhecimento moral da razão comum para o conhecimento filosófico; A Segunda Seção, onde ele articula a passagem de uma filosofia moral popular para a metafísica dos costumes; E a Terceira Seção, que almeja dar conta da metafísica dos costumes para a crítica da razão prática pura. Crítica da Razão Prática (1788) - Ética É a segunda das três obras chamadas “críticas”. Trata sobre a sua filosofia moral, como consequência da sua primeira crítica. Nela, Kant busca uma ética que contenha princípios com o caráter de universalidade da ciência. Tida como uma ética formal, ela distingue a sua concepção da eticidade daquelas que lhe precederam, intituladas éticas empíricas. É a formulação racional que engendra os imperativos, que são os pilares que fundamentam a ética formal kantiana. É por isso que ela deve ser universal, ou seja, vazia de conteúdo empírico. Para Kant, a ética deve ser a priori, autônoma, pela interioridade do indivíduo, e categórica. Essa obra está dividida em duas grandes partes: 1) a Doutrina dos Elementos, dividida, por sua vez; 1.1) Analítica da razão pura prática; 1.2) Dialética da Razão pura prática. Parte II: Doutrina do Método. Crítica do Juízo (1790) É conhecida como a terceira crítica, formando uma trilogia com a Crítica da Razão Pura (1781) e a Crítica da Razão Prática(1788). É nela que Kant desenvolve as ideias acerca do juízo estético, sobre o belo e sobre o sublime. Nessa primeira parte da obra, sua concepção reflexiva sobre o sentimento estético procura lidar com o problema da finalidade no ser humano e em suas produções, como na experiência estética. Essa concepção influenciou, sobretudo, o romantismo alemão. A segunda parte destina-se ao juízo teleológico, para estudar o problema da finalidade na natureza. É nela que Kant procura tratar o problema da finalidade no organismo, também através de uma chave reflexiva. Além disso, nela encontramos a questão da finalidade da história e do ser humano — ou das pessoas na história, e os parágrafos finais, em que Kant, apesar de todo o seu esforço, parece evocar novamente a necessidade de se pensar Deus como um fundamento para a reflexão humana. Barão de Montesquieu Quando vou a um país, não examino se há boas leis, mas se as que lá existem são executadas, pois boas leis há por toda a parte. Para Motesquieu a melhor forma de governo é aquela onde prevalecem as leis. Neste sentido, legalidade é sinônimo de democracia, também não podemos dizer que sem leis pode existir democracia. Quando Montesquieu diz que o melhor Estado é aquele onde predomina a Lei, ele está reforçando o liberalismo democrático, portanto, o Estado Democrático de Direito. Montesquieu é importante para o Direito porque ele completa a questão do Contrato Social, dando origem às demais leis e ao ordenamento jurídico que fundamenta a vivência no Estado moderno. http://pensador.uol.com.br/autor/barao_de_montesquieu/ Ele sabia que o Estado moderno haveria de se organizar com bases nas leis e que isso seria tanto mais necessário quanto mais democracia existesse, pois tensões e oposições de forças antagônicas procuram ocupar o espaço público e conquistar a hegemonia política. A resposta a essas indagações, presentes na fundação do Estado- nação moderno desde Maquiavel, foi a criação de partidos políticos. Os partidos têm ideologias, as ideologias refletem oposições de grupos (classes) na sociedade, na medida em que representam os interesses desses grupos. Para o Direito, Montesquieu foi um autor importantíssimo porque desenvolveu e justificou o conceito de que as leis sirvam como base para a democracia. Mas é importante lembrar que embora ele se apoie nas leis como principal base de uma democracia, sabia que nem sempre elas seriam suficientes para mantê-la. Para muitos, Montesquieu é o pai da ideia dos “Três Poderes”, devido à forma como tratou a divisão do poder do Estado. EXECUTIVO- LEGISLATIVO E JUDICIÁRIO – Os três poderes surgiram para dividir o poder concentrado no Soberano. Montesquieu afirma nehum dos Três Poderes é maior ou mais importante do que o outro, ou seja, nenhum tem mais força ou potência para confrontar o outro, pois eles se equivalem. Esta divisão do poder em três partes equidistantes e complementares tem a virtuosidade de garantir a democracia, já que, salvaguardadas suas competências em lei, e juridicamente equivalentes, impossibilitarão a centralização e os excessos do poder em uma única instância. Mas mesmo com essa igualdade e independência de poder, Motesquieu também previu que eles poderiam tentar dominar uns aos outros, ou ao menos teriam vontade de tomar atitude. É o que acontece em países em desenvolvimento, onde normalmente as instituições políticas ainda não estão devidamente consolidadas na vida social e política da Nação. Se perguntar-se por que os limites de cada poder não são invadidos pelos outros, Montesquieu responde dizendo que os três se equivalem, e, portanto, vão se impor. Curiosamente, ele não justifica a resposta com a lei. Mesmo havendo leis que regulam as atribuições de cada poder, a democracia plena acaba se as competências de um poder forem “tomadas” por outro. Assim, o que impediria os poderes de invadirem as atribuições dos outros, seria uma solução “maquiavélica” de confronto entre eles, o fato de todos se confrontarem em pé de igualdade. Essa solução tem o princípio da força de cada um, pois se um poder tentasse dominar o outro, as consequências para ambos seriam mais desastrosas do que benéficas. A democracia, mais uma vez, se reforça na oposição de forças. Outra característica dos Três Poderes de Montesquieu observou foi a de que o Poder Judiciário seria, dos três poderes, o que teria “menos” poder. O motivo disso seria que o poder Judiciário não é formado com base em votação pública e sim em processos seletivostécnicos, ou concursos públicos. Pode não parecer muito, mas esse fato de que os profissionais do Poder Judiciário não são escolhidos pelo povo torna as disputas e “guerrilhas” políticas ineficazes, criando a esse poder características próprias que o diferenciam dos outros. Na verdade, o que Montesquieu quis dizer é que o Judiciário não pode participar da política ideológico- partidária e almejar poder de governo. Montesquieu está tão certo que os três poderes irão se “opor” que a forma como se chegou ao Judiciário (mesmo sendo pelo concurso ou por indicação do Executivo – como no caso brasileiro para Ministro do Supremo Tribunal -, e não pelo voto) não fará diferença, porque irá existir o embate entre os poderes. Ainda que a Lei seja necessária, ela se fortalece quando democraticamente os poderes do Estado se “anulam” na oposição que fazem uns aos outros. Thomas Mores 1478-1535 Quanto ao ordenamento jurídico e à organização e disposição das leis, na ilha de Utopia destaca-se o seguinte: as leis são promulgadas com a finalidade de que cada qual seja advertido de seus direitos e também de seus deveres; as leis não se multiplicam em infinitas disposições normativas pois são em número pequeno e, não obstante, são suficientes às instituições e à sociedade. Dessa forma, essas assertivas expressam e manifestam abertamente a repulsa do autor à burocrática e complexa organização jurídica inglesa do século XVI. Enfatiza-se a necessidade de leis claras e acessíveis ao povo, sobretudo com relação à prática da justiça. As convulções sociais e as nítidas discrepâncias entre a teoria jurídica pregada pelos “autores de direito” e a realidade desprovida de qualquer embasamento legal originam a repulsa de Thomas More. Em Utopia inexistem a excessiva burocracia e a inoperacionalidade do sistema júrídico devido à excessiva quantidade de normas, leis e regulamentos, bem como a grande distância existente entre o povo e a ordem jurídica, sendo esta inteligível e manuseável unicamente por seus técnicos, torna-a pouco democrática. Apesar de distante da consecução do seu escopo, quando More escreveu sua Utopia não tinha, de fato, preocupação com sua implantação efetiva a realidade: a ilha é um lugar inexistente. karl marx A Revolução Francesa de 1789 inaugurou um sistema socioecônomico e político chamado liberalismo. Segundo esse sistema, o Estado não deveria intervir jamais no campo das relações econômicas. O marxismo não é só o materialismo, é uma filosofia do processo histórico de luta de classes: a grande explicação que se contrapõe à sociedade de classes como algo “natural” do século do Iluminismo. A verdadeira luta que se trava é pela posse dos meios de produção. Assim como a burguesia venceu os aristocratas com a Revolução Francesa, será por sua vez vencida pela classe dos trabalhadores se estes se unirem. A infraestura econômica é que decide tudo, o mais é superestrutura como religião, arte, filosofia, direito, moral, política, Estado, Leis, Normas. O poder vem de cima para baixo, dizendo que existe lei e esta tem que ser respeitada. Existe e sempre existiu a luta constante entre interesses opostos. O Estado, as leis e as normas existem para reproduzir o sistema burguês e com isso promover a alienação da consciência das classes. A Revolução Industrial acelerou o processo de alienação do trabalhador, dos meios de produção e dos produtos de seu trabalho. Não é dono dos meios e formas de trabalho e não tem acesso, na maioria das vezes, às mercadorias produzidas. Marx acredita que, pelo fato de o homem ter perdido sua liberdade em função do trabalho, houve uma desvalorização do mundo humano, crescente em razão direta da valorização do mundo das coisas, porque o objeto que o trabalho produz, o seu produto, contrapõe-se-lhe como um ser estranho, ao homem e ao seu próprio trabalho, como um poder independente do produtor. A supremacia política do produtor não pode coexistir com a eternização da escravatura social. Para Marx, os trabalhadores deveriam servir de alavanca para derrubar as bases econômicas em que se fundamenta a existência das classes e, por conseguinte, a dominação de classes. A ciência jurídica não está acima da sociedade. Não é uma ciência autônoma em relação à vida concreta das pessoas; é a vida concreta das pessoas que vai determinar a ciência jurídica A classe burguesa tomou o poder e com isso dita as regras quanto à forma pela qual o direito deverá ser feito, pois como classe hegemônica precisa manter a sociedade civil sob a dominação de sua filosofia ou projeto político. Caso a classe operária venha a ter esse poder, tanto o direito quanto a ciência jurídica farão com que os privilégios sejam voltados para ela (classe operária), pois, neste caso, é ela que terá que manter a sociedade civil sob a dominação de sua filosofia ou projeto político. Havendo a extinção da propriedade privada, deixará de existir o Estado burguês, porque não haverá necessidade de garantir a exploração do homem pelo homem. A dialética é o movimento contraditório cuja contradição leva sempre a um estágio de relações sociais superior de qualidade (homem/mulher; paz/guerra; verdade/mentira; realidade/sonho; aparência/essência). O materialismo histórico dialético, portanto, é que coloca a simultaneidade da matéria e do espírito, e a constituição do concreto por uma evolução concebida como “desenvolvimento por oposições, por contradições, por revoluções”, gerando a evolução em um grau mais alto de qualidade, pela “negação da negação”. É a “ciência das leis gerais do movimento dialético, tanto no mundo exterior, quanto no pensamento humano”. A sociedade é composta de contradições e oposições. Portanto, a luta de classes é incessante. A questão da objetividade só se coloca enquanto consciência crítica. A ciência, assim como a ação política, só pode ser verdadeira e não ideológica se refletir uma situação de classe e, consequentemente, uma visão crítica da realidade. Como o Direito não pode se colocar acima das condições concretas de produção material da existência humana, produção e condições essas históricas e determinadas, o Direito será, sempre, como toda a filosofia que pretende regulamentar a convivência social, produto de seu tempo e da sociedade, como esta produz concretamente. Em algum momento, as condições materiais de vida e as relações sociais que delas derivam se chocam com o aparato do Estado e das Leis Jurídicas que lhes dão substância. Neste momento, ou mudam as Leis e o Estado, ou se entrava o desenvolvimento da sociedade (técnico e filosófico). Assim, a Lei pode e deve ser vista como um aparato capaz de se adaptar, moldar, nas formas de produzir e de viver de cada sociedade, em cada momento dado. HEGEL A realidade é um processo histórico 1770-1831 Dialético é uma palavra grega que significa “arte do diálogo, de convencer, de persuadir ou raciocinar”. Em suma, é um debate de ideias diferentes, chegando a uma conclusão a partir desses pensamentos diversos que, tornam-se um novo conceito que pode ser contrariado novamente. Podemos explicar este pensamento hegeliano dessa maneira: a realidade é composta por nossa mente e a própria consciência não é estática, ou seja, congelada, pois está sempre mudando e desenvolvendo novas categorias e conceitos, que determinam como nós vivemos o mundo. O que faz que o conhecimento sempre seja contextualizado. A dialética se processa em três momentos: 1º tese, que corresponde uma ideia, um pensamento – TIRANIA 2º antítese – um pensamento diferente da tese, uma ideia contrária – LIBERDADE 3º síntese – uma conclusão da tese com a antítese, ou seja, após o debate de ideias chegaria a uma conclusão resumida, no entanto, essa síntese passa a ser uma nova tese para uma dialética – LEI Hegel restabeleceu plenamente a distinção entre Estado e sociedade civil formulada no século XVIII. Hegel afirma que não há Sociedade civil, se não existir um Estado que a construa, e não existe povose não existir o Estado, pois é o Estado que funda o povo e não o constrói. O Estado funda o povo e soberania (poder) do Estado, portanto a sociedade civil é incorporada pelo Estado. Temos como crítica da concepção liberal, individualista da liberdade. O Estado e a sociedade civil são distintos só como conceitos, pois Hegel tem uma concepção organicista do Estado. O bem substancial de um Estado é o seu bem como Estado particular, com seus interesses e sua situação definida, e, também, com as outras circunstâncias particulares que estão ligadas às relações contratuais. Por isso, o comportamento do Governo é um comportamento particular e não o da Providência geral (§ 324s , nota). A finalidade das relações de cada Estado com os outros, bem como o princípio da justiça das guerras e dos tratados, não é, portanto, um pensamento universal (filantrópico), mas a realidade do bem-estar ameaçado em sua definida particularidade. Quando a sociedade civil se encontra num estado de atividade sem obstáculos, pode ser concebida como um progresso contínuo e intrínseco da população e da operosidade. Com a universalização da solidariedade entre os homens, com o acerto entre as técnicas que permitem satisfazê-las, é certo o aumento da acumulação das riquezas, pois essa dupla universalidade produz os maiores ganhos; mas certo é que também aumentam a especialização e a limitação do trabalho particular e, portanto, a dependência e o abandono das classes ligadas a esse trabalho, bem como a incapacidade para sentir e exercer outras faculdades, sobretudo as que se referem às vantagens espirituais da sociedade civil. Quando um grande número de indivíduos desce além do mínimo de subsistência que por si mesmo se mostra como o que é normalmente necessário a um membro de uma sociedade, se esses indivíduos perdem, assim, o sentimento do direito, da legalidade e da honra de existirem graças à sua própria atividade e ao seu próprio trabalho, assiste-se então à formação de uma plebe e, ao mesmo tempo, a uma maior facilidade para concentrar em poucas mãos riquezas desproporcionada A missão da filosofia está em conceber o que é, porque o que é é a razão. No que se refere aos indivíduos, cada um é filho do seu tempo; assim também para a filosofia que, no pensamento, pensa o seu tempo. Tão grande loucura é imaginar que uma filosofia ultrapassará o mundo contemporâneo como acreditar que um indivíduo saltará para fora do seu tempo, transporá Rhodus. Se uma teoria ultrapassar estes limites, se construir um mundo tal como entenda dever ser, este mundo existe decerto, mas apenas na opinião, que é um elemento inconsciente sempre pronto a adaptar-se a qualquer forma. Em certo tempo, falou-se muito da oposição entre a moral e a política, e da exigência de a primeira dirigir a segunda. Apenas devemos mostrar que o bem do Estado tem uma legitimidade muito diferente da do bem dos indivíduos e da substância moral, que o Estado adquire imediatamente a sua existência, quer dizer, o seu direito em algo de concreto e não de abstrato. É esta existência concreta, e não as numerosas ideias gerais consideradas como mandamentos morais subjetivos, que o Estado pode erigir em princípio da sua conduta. A crença na chamada injustiça inerente à política, na chamada oposição entre a política e a moral, está fundada em falsas concepções da moralidade subjetiva, da natureza do Estado e da sua situação do ponto de vista moral subjetivo. O domínio do direito é o espírito em geral; aí, a sua base própria, o seu ponto de partida está na vontade livre, de tal modo que a liberdade constitui a sua substância e o seu destino e que o sistema do direito é o império da liberdade realizada, o mundo do espírito produzido como uma segunda natureza a partir de si mesmo. JOHN STUART MILL Sobre seu corpo e e mente o indivíduo é soberano 1806-1873 Teoria Utilitarista: 1 – O bem último é a felicidade. 2 – Produzir a maior felicidade para o maior número é o que faz uma ação ser correta. PRINCÍPIO DA MAIOR FELICIDADE 1) Um ato ser certo ou errado depende de um único fator: a sua contribuição para a felicidade ou bem-estar. Se um curso de ação previsivelmente produzir mais felicidade do que infelicidade, então é correto. Pelo contrário, se previsivelmente gerar mais infelicidade do que felicidade, então é errado. a) O padrão utilitarista da maior felicidade não se refere apenas à maior felicidade do próprio agente (egoísmo ético); mas sim à maior felicidade no todo, na sua máxima extensão (o que inclui os seres sencientes). Assim, aquilo que importa promover não é a felicidade do próprio agente, mas a felicidade geral ou bem-estar de todos os envolvidos numa determinada acção. b) Sacrificar o bem pessoal só tem sentido se for em prol do bem dos outros, ou seja, se aumentar (ou tender a aumentar) a quantidade total de felicidade. c) O utilitarismo exige que o agente seja imparcial (ou seja, devemos dar a mesma importância à felicidade e bem-estar de todos os indivíduos). d) Mas, por que razão teremos que promover a felicidade geral? i. Existe uma base natural de sentimento para a moralidade utilitarista. ii. Existem sentimentos sociais da humanidade. iii. A natureza humana é constituída de forma a desejar a felicidade geral. HEDOÍSMO A felicidade ou bem-estar de um indivíduo consiste unicamente no prazer (experiências aprazíveis) e na ausência de dor ou sofrimento. A felicidade, entendida como prazer, é intrinsecamente valiosa e constitui o bem supremo. a) Mill defende que alguns tipos de prazeres são qualitativamente superiores a outros. Ou seja, há prazeres intrinsecamente melhores do que outros. E, para vivermos melhor, é preciso dar uma forte preferência aos prazeres superiores, recusando-nos a trocá-los por uma quantidade idêntica, ou mesmo maior, de prazeres inferiores. i. Os prazeres superiores são preferíveis pelas pessoas que tenham uma experiência de ambos os tipos de prazer, pois estes produzem qualitativamente mais felicidade que os prazeres mais baixos. ii. Os prazeres inferiores dizem respeito à satisfação das necessidades primárias (comida, água, sexo, etc…). Os prazeres superiores dizem respeito à satisfação das necessidades mentais sofisticadas (como a leitura, a reflexão e o estudo). iii. Ainda que os prazeres de um porco fossem mais intensos e duradouros do que os de um ser humano, os de um ser humano seriam preferíveis aos de um pouco, pois o porco apenas pode ter prazeres inferiores. iv. O hedonismo de Mill distingue-se do hedonismo de Bentham. Pois, para Bentham o hedonismo é puramente quantitativo, ou seja, o valor de um prazer depende apenas da sua duração e intensidade; enquanto que para Mill o hedonismo é quantitativo e qualitativo, isto é, há prazeres. MAXIMIZAÇÃO DO BEM Se queremos saber se um dado acto é certo ou errado, tudo o que precisamos de saber é em que medida, comparado com actos alternativos, este contribui para a felicidade geral. a) A melhor escolha será aquela que, de um ponto de vista imparcial, mais beneficia e promove a felicidade ou bem-estar de todos os envolvidos numa determinada acção. b) É importante analisar, num determinado acto, qual é o maior benefício. A relação equânime entre governo e Estado foi gradualmente se modificando na noção de liberdade de Mill que posteriormente passou a defender a escolha representativa e periódica dos agentes de Estado de forma a fazer com que estes não diminuíssem suas prerrogativas de liberdade. O autor chega a usar o exemplo norte- americano como objetivo a ser alcançado por acreditar que naquela localidade, normalmente, a vontade do povo era a vontade da maioria, fazendo uma ressalva a necessidade da manutenção dos controles estatais temendo o surgimento de uma tirania da maioria. Algumas das aplicações discutidas no capítulo V do livro Liberdade a obra merece destaque por seu grau de importância nas discussões travadas à época que Mill a produziu. É o caso da escravidão, Mill considerava esta prática ilegal não apenas pelosargumentos já consagrados mas também por aferi-la como um ato permanente, o que violava sua premissa de que o homem não poderia ser livre para não sê-lo. O Casamento é outro exemplo, o autor acreditava que ele era uma situação contratual, porém que exigia modificações contextuais, pois envolvia uma série de expectativas por parte dos agentes; o marido deveria ser visto menos como um “dono” de sua esposa e prover educação à todas as sua crianças. Charles Alexis de Tocqueville O grande objectivo da justiça é substituir a ideia da violência pelo direito. 1805-1859 No início do século XIX empreendeu uma viagem de estudos, para conhecer o sistema penitenciário norte-americano. Acabou se interessando mais pelo funcionamento da democracia americana, publicado em 1835. O livro teve um sucesso difícil de crer, hoje em dia, pois se trata de uma obra densa de teoria política, em que o autor procura estabelecer uma relação entre a cultura e a política americana. Grande parte de seu êxito deveu-se ao prestígio indubitável dos Estados Unidos na Europa. A imagem favorável das instituições americanas contribuiu também para o progresso das ideias republicanas durante o século XIX na América Latina, de modo que, muitos países adotaram, deste lado do Atlântico, o modelo republicano e presidencialista norte-americano, como exceção podemos citar o caso brasileiro que adotou o modelo monárquico entre 1822 e 1889. OS FEDERALISTAS Freios e Contrapesos Começamos com a análise constitucionalismo liberal. Trata-se de uma fase cuja gestão intelectual começou com os iluministas, e que politicamente se inicia com duas grandes revoluções: A Revolução Americana e a Revolução Francesa. Os traços essenciais do constitucionalismo liberal são, por um lado, no plano político, a abolição do absolutismo real, a proclamação dos Direitos do Homem, o aparecimento das Constituições escritas, a adopção (pela primeira vez na época moderna) da República como forma política, o início do parlamentarismo, e o aparecimento dos primeiros partidos políticos. Em 1787, por conseguinte, institui-se a federação, a que nesse momento se chamava União, e elabora-se a Constituição dos EUA, a qual ainda hoje está em vigor, sendo isso a mais antiga Constituição escrita do mundo. Os principais representantes da corrente federalista eram ALEXANDRE HAMILTON, JAMES MADISON que viria a ser o quarto presidente dos EUA e JAY que escreveram inúmeros trabalhos, livros e artigos em defesa do federalismo. No dia 4 de Julho de 1776, era proclamada a independência das 13 colônias americanas (não a independência dos Estados Unidos da América, que só se verificará mais tarde); e assim, as referidas colónias passam a ser 13 Estados soberanos e independentes. Esta Constituição trouxe imensas novidades ao panorama político mundial e pode com justiça ser citada como fonte autónoma de importantes ideias políticas: primeiro, foi a primeira Constituição republicana da era moderna; segundo, foi a primeira Constituição escrita, terceiro, foi a primeira vez que a Constituição instituiu um sistema de garantia judicial de constitucionalidade das leis (até então não havia qualquer controlo da constitucionalidade das leis; com esta Constituição passou a haver, designadamente confiado ao Supremo Tribunal dos Estados Unidos, que ficou a ter o poder de não aplicar qualquer lei do Congresso desde que ela fosse contrária à Constituição); em quarto lugar, foi esta Constituição a primeira que comportou um texto escrito contendo uma declaração de direitos (que dois mais tarde em 1789, ia ser seguida em França pela Declaração do Homem e do Cidadão); quinto, foi a primeira vez que se instituiu um Estado Federal; e sexto, foi a primeira vez que se estabeleceu um sistema de governo de tipo presidencialista. Repare-se bem na quantidade de novidades que, em termos de ciência política, resultaram desta Constituição – e que influenciaram o mundo inteiro.A Constituição americana é aprovada em 1787: dois anos depois, em 1789, estala a Revolução em França. A queda da Bastilha em 14 de Julho de 1789, articulada pelos representantes do Terceiro Estado (burguesia), foi vista como um símbolo de que o Antigo Regime estava acabando. Em 26 de agosto, a Declaração do Direitos do Homem e do Cidadão articulou as ideias de liberdade, igualdade e fraternidade. Da ideia de liberdade nasceu o termo liberalismo, que teve uma expressão política, econômica, social, filósofica e até psicológica. Como liberdade de pensamento, de crença, de correspondência, de ir e vir, de trabalho e de comércio. ESTUDEM!
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