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CASOS CONCRETOS CIVIL III.

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CASOS CONCRETOS CIVIL III
CASO CONCRETO 01
01) R: O contrato de plano de saúde, mais do que qualquer outro, deve cumprir sua função social, consolidando os princípios constitucionais de grande competência, como a dignidade da pessoa humana, da solidariedade e da justiça social (arts.1°, III, 3°, I e art.170 CAPUT, respectivamente), sua natureza jurídica trata-se de prestação de serviços fortemente ligados ao estatuto consumerista (Lei 8.078/90), tendo em vista o princípio da especialidade, há cláusulas em sua integra que podem ser tidas como abusivas para o consumidor, uma restrição mais extensa ao tradicional princípio da autonomia da vontade, em muitas situações limitando a liberdade de contratar prevista no art. 421, do CC, de acordo com JOSÉ BRIGIDO PEREIRA JUNIOR1 é um paradigma ao direito brasileiro que visa a liberdade contratual entre as partes bem como assegurar para que as pessoas não sejam lesadas, fato que pode vir a ocorrer levando em conta alguns de seus elementos característicos, quais sejam: a) Quanto aos efeitos: são unilaterais, pois apenas escolhe o tipo de plano, a data e a forma de pagamento, onde apenas uma das partes acorda os termos do contrato, cabendo apenas a aceita-lo; b)Quanto ao sacrifício patrimonial das partes: São onerosos, pois ambas as partes obtêm proveito, ao qual corresponde um sacrifício; c) Quanto aos riscos envolvidos: são aleatórios por natureza, tendo em vista que o cumprimento do contrato é, naturalmente, incerto, dependendo para que aconteça de um evento futuro (doenças, cirurgias, consultas etc.); d) Quanto a formação: são contratos de adesão, pois os contratantes aderem ao modelo de contrato com clausulas previamente confeccionadas, não podendo modifica-las, limitando-se, assim a apenas aceita-las ou não (Principal causa da falta de liberdade contratual); e) Quanto ao momento de execução: são de trato sucessivo, em prestações; débito permanente; ou de execução continuada, os que se cumprem por meio de atos reiterados, são contratos que se protelam no tempo; f) Quanto ao agente: são impessoais, onde a pessoa não é juridicamente relevante para a conclusão do negócio; g) Quanto ao modo: são principais, existem por si só; h) Quanto à forma: é não solene, quando a lei não exige nenhuma forma para o seu aperfeiçoamento (arts. 107 e 109, CC); i) Quanto ao momento do aperfeiçoamento do contrato: consensual, pois tem aperfeiçoamento pela simples manifestação da vontade das partes; j) Quanto à designação: são inominados, contratos que não foram previstos de maneira precisa pela legislação e, portanto, não possuem denominação própria e k) Quanto à previsão legal: são atípicos, contratos que resultam de um acordo de vontades, não tendo, porém, as características e requisitos definidos na lei, fruto da autonomia privada, especificamente classificado como atípico propriamente dito. Contudo, deve-se ler o contrato com minuciosidade para que não haja futuras lesões da parte contratada.
CASO CONCRETO 02
02) R: Responsabilidade pré-contratual é aquela decorrente de momento anterior à formação do contrato, no momento das negociações para a efetivação deste (negociações preliminares), capaz de gerar direitos e obrigações provenientes do princípio da boa-fé objetiva, que determina uma postura leal e sincera no momento das tratativas, isto é, quando feri a confiabilidade e gera danos à parte contrária. É por meio do art. 187 do CC (cláusula geral do abuso de direito) que se configura a responsabilidade pré-contratual, a qual não vem especificada em nosso ordenamento jurídico, a qual dita: "Também comete ato ilícito o titular de um direito que, ao exercê-lo, excede manifestamente os limites impostos pelo seu fim econômico ou social, pela boa-fé ou pelos bons costumes". SÍLVIO DE SALVO VENOSA2 defende a ideia de que responsabilidade pré-contratual é decorrente das promessas não cumpridas ou simples recusa de contratar em momento anterior ao contrato. “Trata-se do que a doutrina costuma denominar dano de confiança, dentro do que se entende por interesse negativo”. Pode ser denominada também de responsabilidade por culpa in contrahendo, ou seja, obrigação de indenizar surgida anteriormente à conclusão do negócio jurídico. Sendo assim a sentença do magistrado fora acertada, pois houve a quebra de uma expectativa legitima da concretização do contrato por conta da fabricante de extrato de tomate, que ofereceu as sementes gratuitamente aos agricultores durante 10 anos para que as plantassem e cultivassem e eles adquirirem a safra em seu tempo oportuno, quando este último quesito não fora cumprido houve a violação da Boa-Fé.
CASO CONCRETO 03
03) R: Caso Mauricio estivesse ciente de tal avaria da suspensão antes da celebração do contrato com Silvio ele teria que restituir os valores referentes ao automóvel mais perdas e danos, entretanto caso este não obtivesse ciência do ocorrido, apenas restituiria o valor recebido juntamente com os gastos contratuais de acordo com o art. 443, do CDC. O Tribunal do Rio Grande do Norte também adota este entendimento:
CONSUMIDOR E PROCESSUAL CIVIL. AÇÃO CIVIL DE REPARAÇÃO POR DANOS MATERIAIS E MORAIS. APELAÇÃO CÍVEL E RECURSO ADESIVO. VÍCIO OCULTO DE VEÍCULO NO TOCANTE AO SISTEMA DE ACIONAMENTO DOS VIDROS ELÉTRICOS E DO ALARME. FURTO DE BENS DE DENTRO DO VEÍCULO. RESISTÊNCIA DA CONCESSIONÁRIA EM RESOLVER O PROBLEMA. RESPONSABILIDADE CIVIL OBJETIVA. INCIDÊNCIA DO ARTIGO 14 DO CDC. DEMONSTRAÇÃO DO NEXO DE CAUSALIDADE. EXISTÊNCIA DO DEVER DE INDENIZAR POR PARTE DA CONCESSIONÁRIA. NECESSIDADE DE INSTALAÇÃO DE UM SISTEMA NOVO DE ACESSÓRIOS QUE SE IMPÕE. DANOS MATERIAIS QUE DEVEM SER REDUZIDOS. DANOS MORAIS ARBITRADOS EM OBEDIÊNCIA AOS PRINCÍPIOS DA RAZOABILIDADE E PROPORCIONALIDADE. APELO DA CONCESSIONÁRIA CONHECIDO E PARCIALMENTE PROVIDO. DESPROVIMENTO DO RECURSO ADESIVO DO AUTOR. SENTENÇA PARCIALMENTE REFORMADA.14 CDC
(47992 RN 2011.004799-2, Relator: Des. Amaury Moura Sobrinho, Data de Julgamento: 07/07/2011, 3ª Câmara Cível)
Assim como o Tribunal de Justiça de Minas Gerais:
EMENTA: EMBARGOS DE DECLARAÇÃO - OMISSÃO - OCORRÊNCIA - DECLARAÇÃO DO ACÓRDÃO - VÍCIOS REDIBITÓRIOS - RESTITUIÇÃO - VALOR RECEBIDO PELO ALIENANTE. Ocorrendo omissão no acórdão embargado, deve ele ser declarado. O art. 443 do Código Civil determina que, constatado o vício oculto, minimamente, o alienante restituirá ao comprador o valor por ele pago. Embargos de declaração acolhidos.  (TJMG - Embargos de Declaração - Cv 1.0035.10.011098-6/002, Relator(a): Des.(a) Gutemberg da Mota e Silva, 10ª CÂMARA CÍVEL, julgamento em 14/05/2013, publicação da súmula em 24/05/2013)
CASO CONCRETO 04
04) R: O devedor poderá entrar em contato com o credor informando tal condição e pleiteará uma revisão contratual pedindo reajuste com base compatível ao seu rendimento, sem indenização, tendo como fundamento o fato superveniente da onerosidade excessiva do contrato, uma vez que não houve previsibilidade deste acontecimento de acordo com os art.478 c/c 480, ambos do CC.
O Tribunal de justiça do Distrito Federal também adota este entendimento:
CIVIL E PROCESSUAL CIVIL. AÇÃO DE REVISÃO CONTRATUAL. CONTRATOS DE MÚTUO BANCÁRIO. PRELIMINARES DE NULIDADE DA SENTENÇA. REJEIÇÃO. MÉRITO: DESCONTOS EM FOLHA DE PAGAMENTO. FATO DO PRINCIPE. NÃO CONFIGURAÇÃO. DANO MORAL. INOCORRÊNCIA. DANOS MATERIAIS. INOVAÇÃO RECURSAL. REPETIÇÃO DE INDÉBITO EM DOBRO. NÃO CABIMENTO. DESCONTOS EM FOLHA DE PAGAMENTO. REDUÇÃO DOS RENDIMENTOS. ONEROSIDADE EXCESSIVA SUPERVENIENTE. LIMITAÇÃO A 30% DA REMUNERAÇÃO. CABIMENTO. HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS. SUCUMBÊNCIA RECÍPROCA.
1.Evidenciado que o provimento jurisdicional exarado na sentença recorrida guarda estrita correlação com o pedido e a causa de pedir, não há como ser reconhecida a nulidade do julgado.
2.Nos termos do artigo 480 do Código Civil e do artigo 6º, inciso V, do Código de Defesa do Consumidor, é cabível a modificação do contrato, com a redução da prestação, ou alteração do modo de cumprimento da obrigação, em caso de onerosidade excessiva.3.Aredução do valor de remuneração mensal em virtude de determinação judicial, embora não possa ser considerado fato do príncipe, constitui circunstância apta a justificar a modificação da forma de pagamento de parcelas de contratos de mútuos bancários, nas hipóteses em que ficar evidenciada a onerosidade excessiva superveniente.
4.Constatado que os valores descontados na folha de pagamento da autora encontravam-se aparados por cláusulas contratuais e que a redução somente foi determinada por força de decisão judicial, em virtude de causa superveniente, não há como ser reconhecido o direito à indenização por danos morais e à repetição em dobro dos valores cobrados acima do limite de 30% (trinta por cento) dos rendimentos mensais.
5. Tendo em vista que, na inicial da demanda, a parte autora, não pleiteou a indenização por danos materiais decorrentes de gastos pessoais, a questão não pode ser examinada em grau de recurso de apelação, sob pena de violação da regra inserta no artigo 517 do Código de Processo Civil.
6. De acordo com o artigo 21, caput, do Código de Processo Civil, Se cada litigante for em parte vencedor e vencido, serão recíproca e proporcionalmente distribuídos e compensados entre eles os honorários e as despesas.
7.Recurso de Apelação e Recurso Adesivo conhecidos. Preliminares rejeitadas. No mérito, recursos não providos.
CASO CONCRETO 05
05) R: Não, o contrato não pode ser resolvido, pois pelo adimplemento substancial do contrato não é possível a busca e apreensão bem como a resolução do contrato por parte do vendedor, pois a mora do presente caso é insignificante quanto as demais parcelas, podendo-se assim, apenas a exigir o pagamento da parcela restante através de ação de cobrança da prestação vencida e o que lhe for devido, de acordo com o art.526, do CC.
Seguem jurisprudências:
DIREITO PROCESSUAL CIVIL E CONSUMIDOR. APELAÇÃO E RECURSO ADESIVO. AÇÃO DE BUSCA E APREENSÃO. SENTENÇA DE IMPROCEDÊNCIA DA BUSCA E APREENSÃO E PROCEDÊNCIA PARCIAL DA RECONVENÇÃO. PRELIMINAR DE DESERÇÃO. IMPERTINÊNCIA. COMPROVAÇÃO DO RECOLHIMENTO DO PREPARO RECURSAL. REGULAR CONSTITUIÇÃO EM MORA DA DEVEDORA. CABIMENTO DO AJUIZAMENTO DA DEMANDA. DEFERIMENTO E CUMPRIMENTO DA MEDIDA LIMINAR. EXERCÍCIO REGULAR DE UM DIREITO DO CREDOR AMPARADO POR DECISÃO JUDICIAL VÁLIDA E EFICAZ. INEXISTÊNCIA DE ATO ILÍCITO CAPAZ DE ENSEJAR DANOS MORAIS INDENIZÁVEIS EM FAVOR DA DEVEDORA. POSTERIOR RECONHECIMENTO DA APLICABILIDADE DA TEORIA DO ADIMPLEMENTO SUBSTANCIAL. CIRCUNSTÂNCIA QUE NÃO TOLHE DO CREDOR O DIREITO DE PERSEGUIR O ADIMPLEMENTO DE SEU CRÉDITO. ALEGAÇÃO DA EXISTÊNCIA DE PRÉVIA TRANSAÇÃO OBSTANDO OS EFEITOS DA MORA DA DEVEDORA. IMPERTINÊNCIA. OBSERVA-SE QUE O CREDOR OPORTUNIZOU A CELEBRAÇÃO DE ACORDO PARA REFINANCIAMENTO DA DÍVIDA. A TRANSAÇÃO NÃO CHEGOU A SER EFETIVADA EM RAZÃO DA RÉ NÃO COMPARECIDO PARA FIRMAR O ACORDO. ALEGAÇÃO DE ABUSIVIDADE DOS ENCARGOS FINANCEIROS APLICADOS AO CONTRATO DE ALIENAÇÃO FIDUCIÁRIA. IMPERTINÊNCIA. JUROS EM PERCENTUAL RAZOÁVEL. POSSIBILIDADE DE SUA CAPITALIZAÇÃO. INEXISTÊNCIA DA COBRANÇA DE COMISSÃO DE PERMANÊNCIA. POSSIBILIDADE DA COBRANÇA DA TARIFA DE CADASTRO. ALIENAÇÃO DO BEM APREENDIDO COM A RESTITUIÇÃO DO VALOR À RÉ. IMPOSSIBILIDADE DE CONTINUIDADE DA BUSCA E APREENSÃO. INVIABILIDADE DE CONVERSÃO DA BUSCA E APREENSÃO EM EXECUÇÃO DEVIDO AO DESCUMPRIMENTO DA NORMA INSCULPIDA NO ART. 784, III, DO CPC/15. CREDOR QUE DEVE BUSCAR A SATISFAÇÃO DO SALDO REMANESCENTE EM AÇÃO PROPRIA. RECURSO DO AUTOR CONHECIDO E PARCIALMENTE PROVIDO. RECURSO DA RÉ CONHECIDO E IMPROVIDO. 
(Classe: Apelação,Número do Processo: 0561095-97.2016.8.05.0001,Relator(a): REGINA HELENA RAMOS REIS,Publicado em: 11/06/2019)
CIVIL E PROCESSUAL CIVIL. APELAÇÃO. AÇÃO DE COBRANÇA C/C PERDAS E DANOS. CONTRATO DE SEGURO AUTOMOTIVO. CANCELAMENTO AUTOMÁTICO INDEVIDO. ATRASO DA ÚLTIMA PARCELA. ADIMPLEMENTO SUBSTANCIAL E BOA-FÉ DO SEGURADO. VENDA CASADA DO SEGURO RESIDENCIAL EVIDENCIADA. DEVOLUÇÃO EM DOBRO. MÁ-FÉ DA ACIONADA. DANO MORAL CABÍVEL. RESPONSABILIDADE CONFIGURADA. SENTENÇA MANTIDA. RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO. 
(Classe: Apelação,Número do Processo: 0535991-74.2014.8.05.0001,Relator(a): LIDIVALDO REAICHE RAIMUNDO BRITTO,Publicado em: 07/08/2018)
CASO CONCRETO 06
06) R: De acordo com o entendimento do eminente jurista Arnoldo Wald3: “Algumas vezes, uma operação pode envolver uma troca e uma compra e venda. Uma pessoa, por exemplo, proprietária de um imóvel, quer transferir o seu direito de propriedade, recebendo um automóvel e determinada quantia em dinheiro. Teremos assim um negócio com traços de compra e venda e de troca. O enquadramento será feito atendendo-se ao caráter principal de uma das duas operações.”
Se a parte principal do negócio for o pagamento em dinheiro, estará sujeito às normas referentes à compra e venda. Se, ao contrário, a troca representar a parte mais expressiva do negócio, aplicáveis ao caso serão as normas a ela atinentes.”. Então não, não desnatura a permuta, pois o valor de 100.000,00 reais apenas complementará o valor do imóvel de Paulo, o objeto principal do contrato fora mantido, objeto esse que detém maior relevância na relação estruturada entre os pactuantes, só descaracterizaria a permuta caso o valor em espécie fosse igual ou superior a 50% que o valor do imóvel tratando-se assim de contrato de compra e venda.
CASO CONCRETO 07
07) R: De acordo com o art. 556, do Código Civil Sônia não poderá revogar antecipadamente a doação a Fernando, tornando assim essa cláusula contratual nula, logo, ela deve propor a ação de revogação da doação pautando-se no artigo 557, inciso II, do CC, a qual dita que podem ser revogadas por ingratidão as doações se atentou contra o doador ofensa física.
Jurisprudências:
AGRAVO REGIMENTAL. AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL. NEGATIVA DE PRESTAÇÃO JURISDICIONAL. CERCEAMENTO DE DEFESA. JULGAMENTO ANTECIPADO DA LIDE SEM PRODUÇÃO DE PROVA PERICIAL. REEXAME DE PROVAS. REVOGAÇÃO DE DOAÇÃO. ATOS DE INGRATIDÃO.
1.- Em matéria marcada por forte substrato fático, como a da configuração ou não de ato de ingratidão de donatário, não é possível concluir se o julgamento antecipado da lide com dispensa da produção de provas, mas realizado com base em cerrada análise dos elementos probatórios, teria implicado cerceamento de defesa, sem revisar os fatos e provas que influenciaram a formação da convicção do julgador. Nessa seara, tem aplicação o princípio da livre convicção motivada, chocando-se contra a Súmula 07/STJ, o recurso especial interposto com o mencionado propósito, 2.- Para a revogação da doação por ingratidão, exige-se que os atos praticados, além de graves, revistam-se objetivamente dessa característica. Atos tidos, no sentido pessoal comum da parte, como caracterizadores de ingratidão, não se revelam aptos a qualificar-se juridicamente como tais, seja por não serem unilaterais ante a funda dissensão recíproca, seja por não serem dotados da característica de especial gravidade injuriosa, exigida pelos termos expressos do Código Civil, que pressupõem que a ingratidão seja exteriorizada por atos marcadamente graves, como os enumerados nos incisos dos arts.
1183 do Código Civil de 1916 e 557 do Código Civil de 2002 (atentado contra a vida, crime de homicídio doloso, ofensa física, injúria grave ou calúnia, recusa de alimentos - sempre contra o doador - destacando-se, aliás, expressamente, quanto à exigência de que a injúria, seja grave, o que também se estende, por implícito à calúnia, inciso III dos dispositivos anotados).
3.- No caso dos autos, ambas as instâncias de origem entenderam, com fundamento na prova dos autos, que a conduta da Ré não poderia ser classificada como "ato de ingratidão" a que se refere a lei como requisito para a revogação da doação. A pretensão recursal voltada à revisão dessa conclusão choca-se frontalmente com a Súmula 07/STJ.
4.- Recurso Especial a que se nega provimento.
(REsp 1350464/SP, Rel. Ministro SIDNEI BENETI, TERCEIRA TURMA, julgado em 26/02/2013, DJe 11/03/2013)
CIVIL. AÇÃO DEANULAÇÃO DE REGISTRO DE DOAÇÃO DE IMÓVEL URBANO. ÚNICO BEM DA DOADORA. INGRATIDÃO DOS DONATÁRIOS. ANULAÇÃO DO REGISTRO. MANUTENÇÃO DA SENTENÇA. DESPROVIMENTO DO APELO.1. Segundo estipula o artigo 555, do Código Civil, a doação pode ser revogada por ingratidão do donatário, ou por inexecução do encargo.2.A prova documental apresentada nos autos, especialmente as comunicações de ocorrências às fls. 118/120, atestam que ocorreu inexecução do encargo, consistente na incumbência dos recorrentes cuidarem da recorrida.
(TJPB - ACÓRDÃO/DECISÃO do Processo Nº 00635509820148152001, 2ª Câmara Especializada Cível, Relator DES. JOSÉ AURELIO DA CRUZ, j. em 28-06-2019)
CASO CONCRETO 08
08) R: Trata-se de contrato de comodato, pois houve o empréstimo gratuito de coisa não fungível, verificado no art. 579, do CC. Nesse caso em questão Henrique por preferência a salvar as obras de sua propriedade antes da de Marcelo, responderá pelo dano ocorrido a obra (quais quer que sejam), ainda que ocorresse por caso fortuito ou força maior de acordo com o art. 583, CC.
Jurisprudência:
DIREITO CIVIL. RECURSO ESPECIAL. COMODATO POR PRAZO INDETERMINADO. BOTIJÕES DE GÁS. NOTIFICAÇÃO EXTRAJUDICIAL. RESTITUIÇÃO DOS BENS EMPRESTADOS. EXTRAVIO. CONVERSÃO EM PERDAS E DANOS. MORA DO COMODATÁRIO. ALUGUEL.
1. Ação ajuizada em 26/02/2009. Recurso especial interposto em 21/09/2016. Julgamento: aplicação do CPC/15.
2. No contrato de comodato por prazo indeterminado, incorre o comodatário em mora quando, apesar de devidamente interpelado pelo comodante, não providencia a restituição do bem emprestado.
3. Constituído em mora, sujeita-se o comodatário ao pagamento de aluguel arbitrado unilateralmente pelo comodante, nos termos do art. 582 do CC/02, ainda que a obrigação principal de restituição da coisa seja posteriormente convertida em perdas e danos, devido ao extravio dos bens objeto do contrato.
4. Nessa hipótese, o aluguel é exigível pelo período compreendido entre a constituição do comodatário em mora e o efetivo adimplemento da indenização.
5. Recurso especial conhecido e provido.
(REsp 1662045/RS, Rel. Ministra NANCY ANDRIGHI, TERCEIRA TURMA, julgado em 12/09/2017, DJe 14/09/2017)
CASO CONCRETO 09
09) R: De acordo com o art.625, inciso III, ainda que o dono se disponha a arcar com o acréscimo do preço, o empreiteiro poderá suspender a obra se as modificações exigidas por Josué, por seu vulto e natureza for desproporcional ao projeto anteriormente aprovado.
Jurisprudência: 
DECISÃO: ACORDAM os Desembargadores da Décima Primeira Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Estado do Paraná, em unanimidade de votos, em conhecer e dar parcial provimento ao Recurso de Apelação 01 e conhecer parcialmente e na parte conhecida dar parcial provimento ao Recurso de Apelação 02. (...) DA POSSIBILIDADE DE RESCISÃO UNILATERAL. AUSÊNCIA DE PROVA DE FALHAS NA EXECUÇÃO PELA EMPREITEIRA, IMPOSSIBLIDADE DE IMPUTAR A RESPONSABILIDADE PELA RESCISÃO DO CONTRATO. Apelação Cível nº 1.579.594-5 fl. 4LUCROS CESSANTES. INDENIZAÇÃO ADMITIDA.RESCISÃO UNILATERAL DO CONTRATO SEM COMPROVAÇÃO DE CULPA DO EMPREITEIRO.INTELIGENCIA DO ARTIGO 623 DO CÓDIGO CIVIL.VALOR DOS LUCROS CESSANTES. INDENIZAÇÃO CALCULADA EM FUNÇÃO DO QUE ELE TERIA GANHO SE CONCLUÍDA A OBRA. INTELIGÊNCIA DO ARTIGO 623 DO CÓDIGO CIVIL. REDUÇÃO CABÍVEL. FIXADO EM METADE DO VALOR LIQUIDO A RECEBER.RECURSO DE APELAÇÃO 01 CONHECIDO E PROVIDO PARCIALMENTE PARA CONDENAR AS APELADAS AO PAGAMENTO DA QUANTIA RETIDA DE 5% E PERMITIR A ENTRADA EMPREITEIRA PARA FAZER A RETIRADA DE EQUIPAMENTOS QUE SE ENCONTREM COM SUA LOGOMARCA.RECURSO DE APELAÇÃO 02 CONHECIDO PARCIALMENTE E NA PARTE CONHECIDA DAR PARCIAL PROVIMENTO PARA REDUZIR O VALOR DOS LUCROS CESSANTES.
(TJPR - 11ª C.Cível - AC - 1579594-5 - Curitiba - Rel.: Lenice Bodstein - Unânime - - J. 08.02.2017)
(TJ-PR - APL: 15795945 PR 1579594-5 (Acórdão), Relator: Lenice Bodstein, Data de Julgamento: 08/02/2017, 11ª Câmara Cível, Data de Publicação: DJ: 1979 01/03/2017)
BIBLIOGRAFIA:
1) https://www.migalhas.com.br/depeso/16458/funcao-social-do-contrato-no-codigo-civil-2002
2) VENOSA, Sílvio de Salvo. Direito Civil. 5ª. Ed, V. II. São Paulo: Atlas, 2005.
3) Direito Civil 3 Contratos em Espécie 19ª edição, Saraiva, pág. 18.

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