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prática previdênciária de sucesso

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1
3
ÍNDICE
Dica 1 - Procuração x reconhecimento de firma
Dica 2 - Vistas e cópia sem procuração
Dica 3 - Autenticação de cópia de documentos
Dica 4 - Requerimentos em qualquer agência
Dica 5 - Recusa de protocolo de requerimento por falta de documento
Dica 6 - Retenção de documentos originais
Dica 7 - Acesso à informação
Dica 8 - O atendimento deve ser por escrito, completo e detalhado
Dica 9 - Faça uma procuração específica, não use a procuração do site do INSS
Dica 10 - Tenha um contrato de honorários bem escrito, específico para a 
advocacia previdenciária
Dica 11 - Não retenha documentos originais dos clientes
Dica 12 - Sempre peça a senha eletrônica (CADSENHA) do cliente
Dica 13 - Data da solicitação do agendamento x data do atendimento
Dica 14 - Reafirmação da DER
Dica 15 - Entenda e decore as principais siglas do universo previdenciário
Dica 16 - O Gerente da Agência
Dica 17 - Obrigatoriedade do Prévio Requerimento Administrativo
Dica 18 - Leve um pen drive e/ou CD
Dica 19 - Conheça os nomes das principais telas no Plenus-CV3
Dica 20 - Anote todas as conversas com o cliente
Dica 21 - O direito ao melhor benefício
Dica 22 - A pesquisa externa
Dica 23 - Reconhecimento de união estável para pensão por morte
4
Dica 24 - Seguro-desemprego é benefício previdenciário
Dica 25 - Juízes não podem se recusar a receber advogado
Dica 26 - Advogado pode acompanhar perícia médica
Dica 27 - Contagem inicial do prazo decadencial para revisão de benefício
Dica 28 - Decadência nem sempre é aplicada na revisão de benefícios previ-
denciários
Dica 29 - Suspensão de benefício sem oportunizar defesa
Dica 30 - Tenha bons livros para consulta
Dica 31 - Não menospreze o estudo dos cálculos previdenciários
Dica 32 - Códigos de Contribuição e Código dos Benefícios
Dica 33 - Informações e documentos constantes em base de dados oficiais
Dica 34 - A equação da comprovação do tempo de contribuição
Dica 35 - Documentos aptos a provar tempo de contribuição
Dica 36 - Como provar remuneração ou salário de contribuição
Dica 37 - Prova testemunhal no INSS
Dica 38 - A Justificação Administrativa
Dica 39 - Prova pericial no INSS
Dica 40 - Perícias médicas regulares na aposentadoria por invalidez
Dica 41 - Efeitos da sentença trabalhista perante o INSS
Dica 42 - Atualização ou acerto de dados do CNIS
Dica 43 - Benefício por incapacidade conta como tempo de contribuição, 
carência e salário de contribuição
Dica 44 - Como comprovar atividade rural
Dica 45 - Recolheu com o código / valor / nº de documento / competência 
errado(s). O que fazer?
Dica 46 - Planeje seu atendimento / suas consultas
Dica 47 - Cliente sofreu acidente de trabalho e a empresa não quer emitir CAT
Dica 48 - Rendimentos (não) computados para concessão do Benefício Assis-
tencial de Prestação Continuada (LOAS)
Dica 49 - Dica mágica para sanar (quase) qualquer dúvida
Dica 50 - Deveres e obrigações funcionais do servidor público
5
PREFÁCIO
Trabalhar com Direito Previdenciário é algo incrível. Além de pro-
porcionar uma possibilidade de ganhos financeiros muito alta, permite que 
ajudemos as pessoas em um momento de enorme dificuldade, quando são 
surpreendidas com a negativa daquele benefício tão essencial.
Os advogados e advogadas previdenciaristas transformam a vida dos 
seus clientes e trazem mais justiça social para nossa sociedade a cada be-
nefício conseguido. E nossa recompensa não são somente os honorários 
advocatícios, justos e vitais para nosso sustento, mas também a gratidão e 
o carinho dos clientes.
Fico muito feliz quando recebo e-mails de colegas me contando que 
estão iniciando na carreira previdenciária. Não temo a concorrência (até 
porque o mercado é imenso), pelo contrário! Precisamos de mais advo-
gados engajados e dispostos a lutar com unhas e dentes pelos direitos de 
seus clientes, que, na maior parte dos casos, são pessoas hipossuficientes 
que requerem muita atenção.
Mas nem tudo são flores, não é? Ocasionalmente, trabalhar com o Ins-
tituto Nacional do Seguro Social (INSS) pode ser bem complicado. Muitas 
vezes enfrentamos má vontade de alguns servidores ou, até mesmo, falta de 
conhecimento das prerrogativas dos advogados. É preciso ter muita paciência.
Sei que isso pode ser muito desgastante e até desmotivador. Por isso 
quis ensinar a meus colegas coisas que só aprendi na prática. Conhecendo 
bem a legislação e, em especial, a INSTRUÇÃO NORMATIVA INSS Nº 77 
DE 21.01.2015, é possível contornar a maioria das dificuldades.
6
Neste e-book, trago 50 dicas valiosas que facilitarão bastante a sua 
vida ao atuar tanto perante o INSS quanto perante o Poder Judiciário. 
Trago também algumas dicas bônus da advocacia em geral, pensadas para 
auxiliar o advogado iniciante em suas maiores dificuldades.
7
AGRADECIMENTOS
Primeiramente, agradeço ao meu professor de Filosofia e orientador 
do TCC na faculdade, Prof. Dr. José Carlos Garcia de Freitas, que plantou 
em mim a sementinha de escritora quando, após ler meu TCC e indigna-
do por eu dizer que não queria fazer Mestrado após concluir a faculdade, 
disse: 
“Menina, você precisa escrever para ser lida! 
Ninguém escreve desse jeito!”
Bem, sou teimosa e ainda não acredito que seja a hora de iniciar um 
Mestrado, mas aquilo me deu coragem para criar um blog jurídico (o Adb-
logando) e escrever para ser lida. Graças à internet, milhares de pessoas 
leem meus posts todos os meses.
Agradeço também aos meus amigos e parceiros de projeto do Des-
mistificando o Direito: Lucas, Tiago e Ylena, que enxergaram dentro da mi-
nha alma através dos meus textos e viram o potencial que eu era muito 
despretensiosa para acreditar que tinha. Vocês me ensinaram a transfor-
mar meu hobby em ganha-pão e a viver do que amo fazer.
Obrigada! Se não fosse por vocês, talvez nem meu blog e nem este 
livro existissem.
9
DEDICATÓRIA
Professores são realmente incríveis e fazem totalmente a diferença 
na vida dos seus alunos, cada um a seu modo. Minha mãe me ensinou a ter 
muito respeito por eles desde pequena e, por isso, cresci sentindo uma 
enorme reverência por todos os meus professores.
Por isso, dedico este livro a todos os professores que já passaram por 
minha vida, desde a tia da escolinha até os livre-docentes da faculdade.
Vocês me ensinaram a amar difundir o conhecimento.
11
DICAS BÔNUS
Enquanto estava escrevendo este e-book, cheguei à conclusão de 
que, para o advogado iniciante, é importante trazer algo a mais do que 
somente dicas práticas da advocacia previdenciária, já que as dificuldades 
da carreira não se limitam somente à matéria.
Por isso, preparei algumas dicas bônus que, espero, farão a diferença 
no seu dia a dia!
A) O mercado previdenciário
Só para termos uma ideia, segundo dados do último Anuário Estatís-
tico da Previdência Social (AEPS 2014), de 2009 a 2014 houve um cresci-
mento de 15,6 milhões de contribuintes no Regime Geral de Previdência 
Social (RGPS). Isso representa uma taxa média de crescimento de 5,1% ao 
ano, índice superior à taxa de crescimento anual da população 
(fonte).
A quantidade de contribuintes pessoas físicas em 2014 foi de 71,5 
milhões. Neste mesmo ano, a Previdência Social concedeu 5,2 milhões 
de benefícios. 
Em dezembro de 2014, a Previdência Social mantinha cerca de 32 mi-
lhões de benefícios ativos, que totalizaram R$ 32,6 bilhões nesse mesmo mês.
Além disso, de acordo com o IBGE, seremos uma nação de idosos 
já em 2030 (fonte). Ou seja, a parcela da população com 60 anos ou mais 
será maior do que a de crianças com até 14. Em 2055, idosos já serão 
12
maioria, superando a quantidade de crianças e jovens com até 29 anos. É 
um campo de atuação que não vai parar de crescer tão cedo.
Some a este número imenso de segurados o fato de que émuito 
comum o INSS negar o benefício injustamente ou concedê-lo com valor 
errado. Estima-se que, em cada 10 benefícios concedidos, 8 estejam erra-
dos (fonte). Dessa forma, temos um imenso mercado de atuação para 
o advogado previdenciarista.
Dicas gerais
Essas dicas aplicam-se a qualquer advogado que esteja iniciando na 
advocacia em qualquer área, e não somente no Direito Previdenciário. 
Creio que são importantes porque tenho conhecimento de que muitos 
dos meus colegas têm as mesmas dificuldades que tive no início da carreira.
B) Diminuindo os custos de escritório
A maior dificuldade do advogado iniciante está relacionada, com cer-
teza, aos custos operacionais do escritório, já que o retorno financeiro 
costuma ser demorado por diversos motivos.
Para amenizar esses gastos, tenho algumas dicas valiosas.
1) Espaços de coworking
Coworking é um modelo de trabalho que se baseia no compar-
tilhamento de espaço e recursos de escritório, reunindo pessoas que 
trabalham não necessariamente para a mesma empresa ou na mesma área 
de atuação, podendo inclusive reunir entre os seus usuários profissionais 
liberais e independentes.
Já existem espaços de coworking em muitas cidades do Brasil, e não 
somente nas capitais. O coworking foi importantíssimo para mim por mui-
to tempo.
13
Nesses espaços, é possível alugar um local de trabalho (normalmente 
pago por mês) que você divide com outras pessoas. Outra possibilidade é 
a locação de salas de atendimento que são pagas por hora de uso.
Eu costumava utilizar o coworking apenas para alugar as salas de aten-
dimento, já que trabalhava em casa a maior parte do tempo.
Normalmente, os espaços de coworking oferecem secretária, café, 
água, serviços de cópia e digitalização (tudo pago à parte). Alguns até mes-
mo permitem que forneça o telefone do espaço como o seu telefone pro-
fissional e providenciam o agendamento de suas consultas. É um serviço 
excelente e muito conveniente!
2) “Repúblicas profissionais”
Outra maneira de diminuir consideravelmente seus custos é utilizar 
o sistema de república, que é tão comum na faculdade. Só que, em vez de 
dividir os custos da moradia, você vai dividir os do escritório.
Para isso, procure colegas com os quais se identifique profissional-
mente e montem, juntos, um escritório. Não é preciso fazer uma socieda-
de, apenas uma parceria basta (depende do perfil de vocês).
Este colega pode atuar na mesma área que você (neste caso, será 
necessário combinar muito bem a forma de trabalho para que não haja 
concorrência entre vocês, caso não sejam sócios), ou não.
Para advogados previdenciaristas, recomendo que façam parcerias 
com advogados trabalhistas. É a combinação perfeita!
C) Focar em áreas específicas
O maior erro do advogado iniciante é atuar simultaneamente em di-
versas áreas. Isso é compreensível, já que estamos sem um tostão furado 
no bolso e precisamos pagar as contas. Mas você vai perceber que, a longo 
prazo, esta é uma péssima estratégia.
14
Isso porque você vai despender MUITO tempo para cada nova ação, 
já que não é especialista em nada. Para cada novo cliente que surge, pre-
cisará fazer um longo estudo sobre aquele caso e, mesmo assim, vai se 
sentir inseguro (isso se tem um mínimo de responsabilidade e não é um 
gênio que já saiu da faculdade pronto para tudo, o que não é o caso para a 
maioria de nós, mortais).
Por isso, recomendo que procure especializar-se o quanto antes. 
Foco é a chave do sucesso!
Você perceberá que as coisas começarão a fluir melhor. Vai montar 
sua “coleção” de modelos para cada caso e atenderá melhor os clientes, 
pois saberá quais perguntas fazer e quais documentos requerer. Fará tudo 
com muito mais rapidez e se sentirá mais à vontade, mais confiante e pas-
sará a ser conhecido como especialista naquela área.
Com o tempo, até mesmo seus colegas advogados que não atuam 
nessa área começarão a indicar clientes para você, já que passarão a con-
fiar no seu trabalho.
Ademais, um cliente que você não atende não é, necessariamente, 
um cliente perdido. Faça parcerias! Combine com um colega especialis-
ta em outra área uma porcentagem dos honorários de cada cliente. Este 
mesmo colega pode lhe indicar clientes da sua área. Todo mundo ganha: 
você, seu colega e o cliente, que será melhor atendido.
15
DICA 01 - PROCURAÇÃO X 
RECONHECIMENTO DE FIRMA
A procuração outorgada pelo segurado não precisa, via de regra, de 
reconhecimento de firma. Neste sentido:
IN Nº 77/2015
Art. 501. [...] 
§ 3º Salvo imposição legal, o reconhecimento de firma somente será 
exigido quando houver dúvida de autenticidade do instrumento.
Aconselho-o a orientar seu cliente para que assine a procuração de 
forma idêntica ao documento de identidade que será utilizado no dia do 
16
atendimento. Caso as assinaturas sejam diferentes, provavelmente não vai 
conseguir ser atendido.
17
DICA 02 - VISTAS E CÓPIA SEM 
PROCURAÇÃO
É possível, sem procuração, tirar cópias ou pedir vistas de qualquer 
processo administrativo (exceto matéria de sigilo). Neste sentido:
IN Nº 77/2015 
Art. 697. É assegurado o direito de vistas e cópia de processo ad-
ministrativo, mediante requerimento, aos seguintes interessados:
I – o titular do benefício, o representante legal e o procurador; e
II – ao advogado, em relação a qualquer processo, independen-
temente de procuração, exceto matéria de sigilo.
Obs.: para cópias é preciso agendamento. Para vistas, não (e você pode fazer 
as cópias com o celular).
18
19
DICA 03 - AUTENTICAÇÃO DE 
CÓPIA DE DOCUMENTOS 
Só é dado ao servidor questionar a validade das cópias apresentadas 
se houver indícios de irregularidade. Além disso, documentos podem ser 
autenticados pelo advogado constituído.
Para autenticar qualquer cópia, escreva: “Confere com o original”, 
coloque a data, seu nome completo, nº da OAB e assine (você pode até 
fazer um carimbo com essas informações e só assinar). Não se esqueça de 
levar a procuração.
Mas cuidado! Ao autenticar uma cópia, você se torna responsá-
vel! Ou seja, se, por exemplo, o seu cliente “esquentou” uma carteira de 
trabalho sem o seu conhecimento e você autenticar esta cópia, pode ser 
considerado responsável pela fraude.
IN Nº 77/2015
Art. 677. Equiparam-se aos originais os documentos autenticados 
por:
I – órgãos da Justiça e seus auxiliares;
II – Ministério Público e seus auxiliares;
20
III – procuradorias;
IV – autoridades policiais;
V – repartições públicas em geral;
VI – advogados públicos; e
VII – advogados privados.
§ 1º Na hipótese do inciso VII a autenticação está vinculada ao ad-
vogado privado que conste na procuração, ainda que apresentado 
por seu substabelecido, desde que acompanhado de cópia da car-
teira da OAB.
§ 2º Para fins do disposto no parágrafo anterior, o documento au-
tenticado deverá conter nome completo, número de inscrição na 
OAB e assinatura do advogado.
§ 3º Caso identificado indício de irregularidade nas cópias apresen-
tadas, o servidor poderá exigir a apresentação dos originais para 
conferência.
CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL
Art. 425. Fazem a mesma prova que os originais:
[...]
IV – as cópias reprográficas de peças do próprio processo judicial 
declaradas autênticas pelo advogado, sob sua responsabilidade 
pessoal, se não lhes for impugnada a autenticidade;
Caso identificado indício de irregularidade nas cópias apresentadas, o 
servidor poderá exigir a apresentação dos originais para conferência.
21
DICA 04 - REQUERIMENTOS EM 
QUALQUER AGÊNCIA
Requerimentos de benefícios e serviços podem ser feitos em qualquer 
agência do INSS, independente do endereço do segurado. Neste sentido:
IN Nº 77/2015
Art. 670. O requerimento do benefício ou serviço poderá ser 
apresentado em qualquer Unidadede Atendimento da 
Previdência Social, independentemente do local de seu 
domicílio, exceto APS de Atendimento a Demandas Judiciais – 
APSADJ e Equipes de Atendimento a Demandas Judiciais – EADJ.
Parágrafo único. O INSS poderá, a seu critério, modificar o local 
do atendimento para uma das Unidades de Atendimento do domi-
cílio do interessado, mediante prévia comunicação.
22
DICA 05 - RECUSA DE PROTOCOLO 
DE REQUERIMENTO POR FALTA DE 
DOCUMENTO
Caso, no dia agendado para o seu atendimento, você esteja sem um 
documento necessário para o processamento do pedido, saiba que o fun-
cionário não pode se recusar a protocolá-lo.
Neste caso, o funcionário deve emitir uma carta de exigência so-
licitando a documentação. Neste sentido:
IN Nº 77/2015
Art. 671. Conforme preceitua o art. 176 do RPS, a apresentação 
de documentação incompleta não constitui motivo para 
recusa do requerimento do benefício ou serviço, ainda 
que, de plano, se possa constatar que o segurado não faz jus ao 
benefício ou serviço que pretende requerer, sendo obrigatória a 
protocolização de todos os pedidos administrativos cabendo, se 
for o caso, a emissão de carta de exigência ao requerente.
[...]
23
Art. 678. A apresentação de documentação incompleta 
não constitui motivo para recusa do requerimento de 
benefício, ainda que, de plano, se possa constatar que o segu-
rado não faz jus ao benefício ou serviço que pretende requerer, 
sendo obrigatória a protocolização de todos os pedidos 
administrativos.
§ 1º Não apresentada toda a documentação indispensável ao pro-
cessamento do benefício ou do serviço, o servidor deverá emitir 
carta de exigências elencando providências e documentos ne-
cessários, com prazo mínimo de trinta dias para cumprimento.
A carta de exigência pode ser utilizada para muitas outras coisas. 
Caso queira saber mais, abra a IN Nº 77/2015 no seu navegador e procu-
re pela expressão “carta de exigência” da forma como ensino neste vídeo: 
Como encontrar artigos de lei em segundos.
24
DICA 06 - RETENÇÃO DE 
DOCUMENTOS ORIGINAIS
O INSS não pode reter arbitrariamente a documentação original dos 
segurados. Via de regra, ele deve ficar apenas com cópias dos documentos 
levados pelo segurado, devendo evitar a retenção dos documentos originais.
Apenas em casos excepcionais é permitido ao INSS reter os docu-
mentos das pessoas (por exemplo: documento de difícil leitura cuja cópia 
fique ilegível).
Caso o INSS precise reter algum documento, ele deve, obrigatoriamen-
te, expedir um termo de retenção e restituição, em duas vias, e entre-
gar uma dessas vias para o dono dos documentos ou seu advogado. Exija este 
termo, pois ele é prova de que você entregou documentos ao INSS.
Além disso, o Instituto tem o prazo máximo de cinco dias para de-
volver os documentos retidos.
Neste sentido:
IN Nº 77/2015
Art. 679. Observado o disposto no art. 19 do RPS, as APS, quan-
do necessário, devem manter cópia dos documentos comproba-
25
tórios, devidamente conferidos, evitando-se a retenção dos 
documentos originais.
Parágrafo único. Observada a necessidade de retenção dos docu-
mentos referidos no caput, para subsidiar a análise e a conclusão 
do ato de deferimento ou de indeferimento do benefício, por um 
prazo não superior a cinco dias, deverá ser expedido, obriga-
toriamente, o termo de retenção e de restituição, em duas 
vias, sendo a primeira via do segurado e a segunda do INSS e, em 
caso da identificação de existência de irregularidades, proceder-
-se-á de acordo com o disposto no art. 282 do RPS.
26
DICA 07 - ACESSO À INFORMAÇÃO
Esta dica pode ser aplicada a todos os órgãos públicos, não somente 
ao INSS.
Por vezes, o servidor recusa-se injustificadamente a fornecer docu-
mentos e/ou informações que estão sendo requeridos (exemplos: CNIS, 
telas do Plenus CV3 que contêm informações sobre o segurado, Histórico 
de Créditos etc.). Saiba que todos têm direito a receber dos órgãos públi-
cos informações de seu interesse particular e que devem ser prestadas no 
prazo da lei, sob pena de responsabilidade.
Caso você não consiga a informação ou o documento, é possível im-
petrar habeas data para consegui-los. Ele é livre de custas, mas você preci-
sa da negativa do órgão por escrito. Lembre-se que o habeas data deve ser 
impetrado contra a autoridade coatora, e não contra o INSS.
Abaixo, colaciono alguns artigos sobre o acesso à informação. Ade-
mais, recomendo a leitura completa da Lei de Acesso à Informação (Lei nº 
12.527/2011).
CONSTITUIÇÃO FEDERAL
Art. 5º
[...]
27
XXXIII – todos têm direito a receber dos órgãos públicos 
informações de seu interesse particular, ou de interesse co-
letivo ou geral, que serão prestadas no prazo da lei, sob pena de 
responsabilidade, ressalvadas aquelas cujo sigilo seja imprescin-
dível à segurança da sociedade e do Estado;
[...]
LXXII – conceder-se-á habeas data:
a) para assegurar o conhecimento de informações relativas à pes-
soa do impetrante, constantes de registros ou bancos de dados de 
entidades governamentais ou de caráter público;
b) para a retificação de dados, quando não se prefira fazê-lo por 
processo sigiloso, judicial ou administrativo;
LEI Nº 12.527/2011 – LEI DE ACESSO À INFORMAÇÃO 
(LAI)
Art. 5º É dever do Estado garantir o direito de acesso à informa-
ção, que será franqueada, mediante procedimentos objeti-
vos e ágeis, de forma transparente, clara e em linguagem de fácil 
compreensão. 
Art. 7º O acesso à informação de que trata esta Lei compreende, 
entre outros, os direitos de obter: 
[...]
II – informação contida em registros ou documentos, produzidos 
ou acumulados por seus órgãos ou entidades, recolhidos ou não a 
arquivos públicos;
[...]
28
§ 5º Informado do extravio da informação solicitada, poderá o 
interessado requerer à autoridade competente a imediata aber-
tura de sindicância para apurar o desaparecimento da respec-
tiva documentação. 
§ 6º Verificada a hipótese prevista no § 5º deste artigo, o respon-
sável pela guarda da informação extraviada deverá, no prazo de 10 
(dez) dias, justificar o fato e indicar testemunhas que comprovem 
sua alegação. 
[...]
Art. 11. O órgão ou entidade pública deverá autorizar ou conceder 
o acesso imediato à informação disponível.
[...]
§ 5º A informação armazenada em formato digital será forneci-
da nesse formato, caso haja anuência do requerente.
29
DICA 08 - O ATENDIMENTO DEVE 
SER POR ESCRITO, COMPLETO E 
DETALHADO
Caso você ou seu cliente faça um requerimento verbalmente é de 
praxe que o INSS responda verbalmente (normalmente, com uma negati-
va). No entanto, saiba que isso não é correto. O atendimento e as decisões 
devem ser feitas por escrito e documentadas.
De acordo com a OI (Orientação Interna) Conjunta DIRAR/DIR-
BEN/DIROFL nº 58, de 23.out.2002, o atendimento ao segurado deve-
rá ser completo e detalhado. Toda e qualquer solicitação por parte dos 
segurados deverá ser feita por escrito, protocolada no SIPPS (sistema de 
protocolo do INSS) e instruída com cópia dos documentos necessários, 
numeração, autenticação etc.
IN Nº 77/2015
Art. 691. A Administração tem o dever de explicitamente 
emitir decisão nos processos administrativos e sobre solicita-
ções ou reclamações em matéria de sua competência, nos termos 
do art. 48 da Lei nº 9.784, de 29 de janeiro de 1999.
30
§ 1º A decisão administrativa, em qualquer hipótese, deverá 
conter despacho sucinto do objeto do requerimento administrati-
vo, fundamentação com análise das provas constantes nos autos, 
bem como conclusão deferindo ou indeferindo o pedido formula-
do, sendo insuficiente a mera justificativa do indeferimento cons-
tante no sistema corporativo da Previdência Social.
§ 2º A motivação deve ser clara e coerente,indicando quais os re-
quisitos legais que foram ou não atendidos, podendo fundamentar-
-se em decisões anteriores, bem como notas técnicas e pareceres 
do órgão consultivo competente, os quais serão parte integrante 
do ato decisório.
LEI Nº 9.784/99 – REGULA O PROCESSO ADMINIS-
TRATIVO NO ÂMBITO DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLI-
CA FEDERAL
Art. 5º O processo administrativo pode iniciar-se de ofício ou a 
pedido de interessado.
Art. 6º O requerimento inicial do interessado, salvo casos em que 
for admitida solicitação oral, deve ser formulado por escrito e 
conter os seguintes dados:
I – órgão ou autoridade administrativa a que se dirige;
II – identificação do interessado ou de quem o represente;
III – domicílio do requerente ou local para recebimento de comu-
nicações;
IV – formulação do pedido, com exposição dos fatos e de seus 
fundamentos;
31
V – data e assinatura do requerente ou de seu representante.
Parágrafo único. É vedada à Administração a recusa imotivada de 
recebimento de documentos, devendo o servidor orientar o inte-
ressado quanto ao suprimento de eventuais falhas.
[...]
Art. 48. A Administração tem o dever de explicitamente emitir 
decisão nos processos administrativos e sobre solicitações ou re-
clamações, em matéria de sua competência.
[...]
Art. 50. Os atos administrativos deverão ser motivados, com indi-
cação dos fatos e dos fundamentos jurídicos, quando:
I – neguem, limitem ou afetem direitos ou interesses;
II – imponham ou agravem deveres, encargos ou sanções;
III – decidam processos administrativos de concurso ou seleção 
pública;
IV – dispensem ou declarem a inexigibilidade de processo licitató-
rio;
V – decidam recursos administrativos;
VI – decorram de reexame de ofício;
VII – deixem de aplicar jurisprudência firmada sobre a questão ou 
discrepem de pareceres, laudos, propostas e relatórios oficiais;
VIII – importem anulação, revogação, suspensão ou convalidação 
de ato administrativo.
§ 1º A motivação deve ser explícita, clara e congruente, poden-
do consistir em declaração de concordância com fundamentos de 
anteriores pareceres, informações, decisões ou propostas, que, 
neste caso, serão parte integrante do ato.
32
§ 2º Na solução de vários assuntos da mesma natureza, pode ser 
utilizado meio mecânico que reproduza os fundamentos das deci-
sões, desde que não prejudique direito ou garantia dos interessa-
dos.
§ 3º A motivação das decisões de órgãos colegiados e comissões 
ou de decisões orais constará da respectiva ata ou de termo es-
crito.
33
DICA 09 - FAÇA UMA PROCURAÇÃO 
ESPECÍFICA, NÃO USE A 
PROCURAÇÃO DO SITE DO INSS
No site da Previdência, existe um modelo de procuração que pode 
ser utilizada pelos advogados (você pode encontrá-lo aqui).
No entanto, não recomendo utilizar essa procuração, já que ela ou-
torga poucos poderes, é muito genérica. É preciso que você elabore um 
modelo de procuração específica para causas previdenciárias.
Já houve casos em que precisei de um serviço específico (no caso, fa-
zer a CADSENHA) e o servidor me perguntou: “Tem procuração especí-
fica, Dr.ª?” Antes, respondia que não e perdia meu tempo, mas já aprendi.
34
Elabore uma procuração ad judicia et extra que possa utilizar tanto 
na esfera judicial quanto na esfera administrativa (e peça para seu cliente 
assinar logo umas três vias, porque algumas agências do INSS exigem a 
apresentação de uma procuração para cada atendimento e depois a des-
cartam, por mais absurdo que isso seja).
35
DICA 10 - TENHA UM CONTRATO 
DE HONORÁRIOS BEM ESCRITO, 
ESPECÍFICO PARA A ADVOCACIA 
PREVIDENCIÁRIA
A advocacia previdenciária é muito específica e cheia de peculiarida-
des. Por isso, recomendo não utilizar um modelo genérico de contrato de 
honorários advocatícios.
Ao iniciar na advocacia previdenciária, uma das primeiras coisas que 
deve fazer é elaborar o seu contrato específico para causas previdenciá-
rias. Se for possível, peça um modelo aos colegas que já atuam nesta área. 
Leia o contrato com muita atenção e o adapte às suas necessidades. Com 
o tempo, você vai melhorando o contrato, conforme suas experiências.
Uma cláusula que considero indispensável é a que prevê o destaque 
dos honorários contratuais do montante devido ao cliente.
É muito comum na advocacia previdenciária que os clientes tenham 
“atrasados” para receber (parcelas vencidas e não pagas), que, na esfera 
judicial, são pagas por meio de precatório ou RPV. É possível requerer ao 
juiz que seus honorários sejam destacados deste montante e pagos direta-
mente a você, evitando que você tome “calote” do cliente.
36
Para isso, você deve anexar o seu contrato no processo, nos termos 
do art. 22, § 4º, do nosso Estatuto da Advocacia.
LEI Nº 8.906/94 (ESTATUTO DA ADVOCACIA) 
Art. 22. [...]
§ 4º. Se o advogado fizer juntar aos autos o seu contrato de hono-
rários antes de expedir-se o mandado de levantamento ou preca-
tório, o juiz deve determinar que lhe sejam pagos diretamente, por 
dedução da quantia a ser recebida pelo constituinte, salvo se este 
provar que já os pagou.
37
DICA 11 -NÃO RETENHA 
DOCUMENTOS ORIGINAIS DOS 
CLIENTES
Assim como o INSS, o advogado não deve reter documentos origi-
nais do cliente.
Mas, caso precise reter o documento por qualquer motivo, é impor-
tantíssimo que você tenha um termo de devolução do documento assina-
do pelo seu cliente. Este termo é a prova de que você devolveu a docu-
mentação, evitando que tenha problemas futuros.
Já vi alguns casos em que o advogado teve complicações graves, pois 
foi acusado pelo cliente, perante a OAB, de ter retido seu documento por 
anos. E este advogado não tinha como provar que devolveu o documento! 
Já pensou na dor de cabeça?
38
Portanto, evite reter documentos. Dê preferência a digitalizar tudo o 
que você precisa na primeira oportunidade (se possível, antes ou durante 
a consulta). Além de ocupar menos espaço com papel, você evita aborre-
cimentos.
No artigo “Protocolo de entrega de documentos: você PRECISA re-
quisitar ao seu cliente!”, você encontra um modelo de minha autoria de um 
termo de devolução de documentos.
39
DICA 12 -SEMPRE PEÇA A 
SENHA ELETRÔNICA (CADSENHA) 
DO CLIENTE
CADSENHA é uma senha eletrônica por meio da qual é possível con-
sultar, pela internet, documentos importantes do segurado. O principal, 
e ao qual queremos ter acesso, é o CNIS (Cadastro Nacional de Infor-
mações Sociais). O CNIS possui informações essenciais como vínculos e 
salários de contribuição do segurado.
É possível retirar o CNIS direto em uma agência do INSS. No entan-
to, gosto de poder ter acesso a um novo CNIS sempre que precisar, pois 
as informações daquele papel podem estar desatualizadas.
Ademais, adoro tecnologia e é bom evitar viagens desnecessárias às 
agências do INSS.
IN Nº 77/2015
Art. 491. Mediante senha eletrônica o cidadão poderá ter aces-
so às informações referentes aos dados cadastrais, vínculos, remu-
nerações ou contribuições e eventos previdenciários, constantes 
do CNIS, no sítio da Previdência Social www.previdencia.gov.br, 
40
além de outros serviços que porventura vierem a ser disponibiliza-
dos por este meio.
Parágrafo único. O cadastro da senha será efetuado pelo segura-
do ou seu representante legal, mediante procuração pública ou 
particular, assinando termo de responsabilidade conforme modelo 
Anexo XXXII.
Apesar de o artigo acima mencionar que deverá ser assinado um ter-
mo de responsabilidade, o que nos leva a crer que o cadastro somente po-
derá ser feito presencialmente em uma agência, isso não é mais necessário 
atualmente.
Recentemente, o Governo disponibilizou uma Central de Serviços 
on-line do INSS, na qual é possível fazer o cadastramento da CADSENHA 
de forma remota.
Antes, é precisocadastrar o segurado na Plataforma de Autenti-
cação (atenção, deve ser feito um cadastro para cada cliente). Após pre-
encher todos os dados, aperte o botão “confirmar” e você receberá uma 
senha provisória.
Esta senha provisória deverá ser confirmada ligando-se para 135 (o 
sistema informa tudo em detalhes no processo de cadastramento). Serão 
feitas 5 cinco perguntas que somente o seu cliente conseguirá responder. 
Por isso, é importante que você faça o cadastramento durante a consulta, 
já que não vai conseguir responder as perguntas por seu cliente.
41
DICA 13 - DATA DA SOLICITAÇÃO 
DO AGENDAMENTO X DATA DO 
ATENDIMENTO
Esta dica é muito simples, porém valiosíssima!
Caso você já tenha feito um agendamento de atendimento no INSS, 
já deve ter reparado que pode decorrer um longo tempo entre a data em 
que você solicita o agendamento e a data do efetivo atendimento, certo?
O meu recorde foi de seis meses de espera!
Será que este tempo é perdido? Evidentemente, não.
Neste caso, tanto a DER (Data de Entrada do Requerimento) quanto 
a DIB (Data de Início do Benefício) são fixadas na data de solicitação do 
agendamento.
42
Isso significa que, caso o benefício seja deferido, o segurado irá rece-
ber um valor de “atrasados” (parcelas vencidas e não pagas) desde a data 
de solicitação do agendamento.
Por isso, anote o número de protocolo junto com a data (se agendou 
pelo telefone 135) ou salve muito bem o arquivo gerado (se agendou pela 
internet).
IN Nº 77/2015
Art. 669. Qualquer que seja o canal de atendimento utilizado, será 
considerada como DER a data de solicitação do agenda-
mento do benefício ou serviço, ressalvadas as seguintes hipó-
teses:
I – caso não haja o comparecimento do interessado na data agen-
dada para conclusão do requerimento;
II – nos casos de reagendamento por iniciativa do interessado, ex-
ceto se for antecipado o atendimento; ou
III – no caso de incompatibilidade do benefício ou serviço agenda-
do com aquele efetivamente devido, hipótese na qual a DER será 
considerada como a data do atendimento.
§ 1º Para fins do disposto no inciso III, a DER será mantida sempre 
que o benefício requerido e o devido fizerem parte do mesmo 
grupo estabelecido em cada inciso a seguir, na forma da Carta de 
Serviços ao Cidadão:
I – aposentadorias;
II – benefícios por incapacidade;
III – benefícios aos dependentes do segurado;
IV – salário-maternidade; e
43
V – benefícios assistenciais.
§ 2º A DER será mantida sempre que o INSS não puder atender o 
solicitante na data agendada.
§ 3º No caso de falecimento do interessado, os dependentes ou 
herdeiros poderão formalizar o requerimento do benefício, manti-
da a DER na data do agendamento inicial, hipótese em que, obriga-
toriamente, deverá ser comprovado o óbito e anexado o compro-
vante do agendamento eletrônico no processo de benefício.
§ 4º Aplica-se o disposto neste artigo aos casos de requerimento 
de recurso e revisão.
Obs.: os “atrasados”, na esfera administrativa, são pagos por meio de “PAB” 
(Pagamento Alternativo de Benefícios).
44
DICA 14 - REAFIRMAÇÃO DA DER
E, dentro do mesmo assunto de Data de Entrada do Requerimento, 
é importantíssimo conhecer a Reafirmação da DER, pois isso pode poupar 
muito tempo e facilitar a vida. E ainda vai fazê-lo ficar conhecido por sua 
eficiência. Vejamos: 
IN Nº 77/2015
Art. 690. Se durante a análise do requerimento for verificado que 
na DER o segurado não satisfazia os requisitos para o reconheci-
mento do direito, mas que os implementou em momento poste-
rior, deverá o servidor informar ao interessado sobre a possibili-
45
dade de reafirmação da DER, exigindo-se para sua efetivação a 
expressa concordância por escrito.
Ou seja, se o servidor do INSS, quando estiver analisando o requeri-
mento de um segurado, verificar que na DER ele não tinha tempo de con-
tribuição suficiente para aposentadoria por tempo de contribuição, mas 
que o completou algum tempo depois, ele deverá informar a este segura-
do sobre a possibilidade de reafirmação da DER.
Vou dar um exemplo para ficar mais fácil. O Sr. João solicitou o agen-
damento do seu pedido no dia 08.11.2016 e seu atendimento foi marcado 
para 25.05.2017. A princípio, sua DER é 08.11.2016. Como o Sr. João tem 
contas para pagar, precisou continuar trabalhando, já que não pode ficar 
mais de seis meses sem fazer nada esperando a aposentadoria.
No dia do atendimento, o servidor verificou que, no dia 08.11.2016, o 
Sr. João contava com 34 anos, 11 meses e 15 dias de tempo de contribui-
ção. Ou seja, não poderia se aposentar por tempo de contribuição, cujo 
requisito, para homens, é de 35 anos.
Porém, como ele continuou trabalhando, completou 35 anos de tem-
po de contribuição em 23.11.2016. O Sr. João poderá reafirmar a sua DER 
para 23.11.2016 (que será também a DIB). Dessa forma, além de conseguir 
se aposentar já neste atendimento, irá receber os valores retroativos des-
de 23.11.2016.
Bem melhor do que ter que reagendar e esperar mais seis meses, 
não?
Obs.: no blog Desmistificando, você pode baixar um modelinho genérico de rea-
firmação da DER. Clique aqui: Modelo Genérico de Pedido de Reafirmação da 
DER (judicial).
46
DICA 15 - ENTENDA E DECORE AS 
PRINCIPAIS SIGLAS DO UNIVERSO 
PREVIDENCIÁRIO
Começou a atuar em Direito Previdenciário? Então é bom já se acos-
tumar com as siglas que utilizamos nesta área! São muitas siglas e, se não 
decorar pelo menos algumas, terá dificuldades em entender tanto a docu-
mentação dos seus clientes quanto artigos e livros da matéria.
No site da Previdência tem uma lista imensa de siglas que vou deixar 
linkada aqui: lista de siglas.
Mas, para facilitar a sua vida, vou relacionar aqui as top 20 siglas, que 
devem ser decoradas o mais breve possível:
Sigla Significado
APS Agência da Previdência Social
CAT Comunicação de Acidente de Trabalho
CNAE Classificação Nacional de Atividade Econômica
CNIS Cadastro Nacional de Informações Sociais
CTC Certidão de Tempo de Contribuição
CTPS Carteira do Trabalho e Previdência Social
DAT Data do Afastamento do Trabalho ou Atividade
47
DCB Data da Cessação do Benefício
DDB Data do Despacho do Benefício
DER Data de Entrada do Requerimento
DIB Data de Início do Benefício
DID Data do Início da Doença
DII Data do Início da Incapacidade
DIP Data do Início do Pagamento
MR Mensalidade Reajustada
NB Número de Benefício
NIT Número de Identificação do Trabalhador
PAB Pagamento Alternativo de Benefício
RMA Renda Mensal Atual
RMI Renda Mensal Inicial
48
DICA 16 - O GERENTE DA AGÊNCIA
Caso tenha dificuldade de obter, do servidor, o serviço que quer, 
aconselho-o a chamar o Gerente (ou Chefe) da Agência. Muitas vezes, eles 
têm mais conhecimento e/ou experiência e resolvem a situação.
49
DICA 17 - OBRIGATORIEDADE 
DO PRÉVIO REQUERIMENTO 
ADMINISTRATIVO
Quando dizemos que houve “prévio requerimento administrativo” 
significa que foi apresentado um requerimento (pedido) administrativo ao 
INSS antes do ajuizamento de ação perante o Poder Judiciário.
Esta é uma questão muito discutida, pois alguns entendem que se 
pode formular o pedido diretamente ao Poder Judiciário, sem antes passar 
pela esfera administrativa, enquanto outros acreditam que o prévio reque-
rimento administrativo é obrigatório já que, sem ele, não haveria interesse 
em agir.
O STF pacificou esta discussão com o julgamento do RE 631.240 MG, 
no qual determinou que é sim necessário o prévio requerimento adminis-
trativo. E eu concordo com este posicionamento pois, sem uma negativa da 
Administração, não há pretensão resistida e, logo, não há interesse em agir.
É importantíssimo ler o inteiro teor do acórdão (paraisso, basta clicar 
neste link). Mas, caso não possa fazê-lo, leia pelo menos a ementa abaixo:
50
RECURSO EXTRAORDINÁRIO. REPERCUSSÃO GERAL. PRÉ-
VIO REQUERIMENTO ADMINISTRATIVO E INTERESSE EM 
AGIR.
1. A instituição de condições para o regular exercício do direito de 
ação é compatível com o art. 5º, XXXV, da Constituição. Para se 
caracterizar a presença de interesse em agir, é preciso haver neces-
sidade de ir a juízo.
2. A concessão de benefícios previdenciários depende de reque-
rimento do interessado, não se caracterizando ameaça ou lesão a 
direito antes de sua apreciação e indeferimento pelo INSS, ou se 
excedido o prazo legal para sua análise. É bem de ver, no entanto, 
que a exigência de prévio requerimento não se confunde com o 
exaurimento das vias administrativas.
3. A exigência de prévio requerimento administrativo não deve 
prevalecer quando o entendimento da Administração for notória e 
reiteradamente contrário à postulação do segurado.
4. Na hipótese de pretensão de revisão, restabelecimento ou ma-
nutenção de benefício anteriormente concedido, considerando 
que o INSS tem o dever legal de conceder a prestação mais vanta-
josa possível, o pedido poderá ser formulado diretamente em juízo 
– salvo se depender da análise de matéria de fato ainda não levada 
ao conhecimento da Administração –, uma vez que, nesses casos, 
a conduta do INSS já configura o não acolhimento ao menos tácito 
da pretensão.
5. Tendo em vista a prolongada oscilação jurisprudencial na ma-
téria, inclusive no Supremo Tribunal Federal, deve-se estabelecer 
uma fórmula de transição para lidar com as ações em curso, nos 
termos a seguir expostos.
51
6. Quanto às ações ajuizadas até a conclusão do presente julga-
mento (03.09.2014), sem que tenha havido prévio requerimento 
administrativo nas hipóteses em que exigível, será observado o 
seguinte: (i) caso a ação tenha sido ajuizada no âmbito de Juizado 
Itinerante, a ausência de anterior pedido administrativo não deverá 
implicar a extinção do feito; (ii) caso o INSS já tenha apresentado 
contestação de mérito, está caracterizado o interesse em agir pela 
resistência à pretensão; (iii) as demais ações que não se enquadrem 
nos itens (i) e (ii) ficarão sobrestadas, observando-se a sistemática 
a seguir.
7. Nas ações sobrestadas, o autor será intimado a dar entrada no 
pedido administrativo em 30 dias, sob pena de extinção do proces-
so. Comprovada a postulação administrativa, o INSS será intimado 
a se manifestar acerca do pedido em até 90 dias, prazo dentro 
do qual a Autarquia deverá colher todas as provas eventualmente 
necessárias e proferir decisão. Se o pedido for acolhido adminis-
trativamente ou não puder ter o seu mérito analisado devido a 
razões imputáveis ao próprio requerente, extingue-se a ação. Do 
contrário, estará caracterizado o interesse em agir e o feito deverá 
prosseguir.
8. Em todos os casos acima – itens (i), (ii) e (iii) –, tanto a análise 
administrativa quanto a judicial deverão levar em conta a data do 
início da ação como data de entrada do requerimento, para todos 
os efeitos legais.
9. Recurso extraordinário a que se dá parcial provimento, refor-
mando-se o acórdão recorrido para determinar a baixa dos autos 
ao juiz de primeiro grau, o qual deverá intimar a autora – que alega 
ser trabalhadora rural informal – a dar entrada no pedido admi-
nistrativo em 30 dias, sob pena de extinção. Comprovada a pos-
tulação administrativa, o INSS será intimado para que, em 90 dias, 
52
colha as provas necessárias e profira decisão administrativa, consi-
derando como data de entrada do requerimento a data do início 
da ação, para todos os efeitos legais. O resultado será comunicado 
ao juiz, que apreciará a subsistência ou não do interesse em agir.
(STF, RE 631.240/MG, Rel. Min. Roberto Barroso, data da publica-
ção: 10.11.2014.)
Deve-se destacar quatro pontos:
1) A negativa não precisa ser expressa. Ela pode ser tácita pois, quase sem-
pre, o INSS leva um tempo desproporcional para responder ao requerimen-
to e o segurado não pode ficar esperando ad aeternum a decisão da autarquia.
A negativa tácita ocorre com a omissão da resposta no prazo 
legal. O prazo legal de resposta é de 30 dias + 30 dias justificadamente, 
nos termos do art. 49 da Lei nº 9.784/99:
LEI Nº 9.784/99
Art. 49. Concluída a instrução de processo administrativo, a Admi-
nistração tem o prazo de até trinta dias para decidir, salvo pror-
rogação por igual período expressamente motivada.
Obs.: o prazo de resposta é de 30, e não de 45 dias. O famoso prazo de 45 
dias é para o pagamento do benefício.
LEI Nº 8.213/91 – LBP
Art. 41-A. [...]
53
§ 5º O primeiro pagamento do benefício será efetuado até 
quarenta e cinco dias após a data da apresentação, pelo segu-
rado, da documentação necessária a sua concessão. 
2) Casos de revisão, restabelecimento ou manutenção de benefício não 
exigem prévio requerimento administrativo, já que o INSS tem a obrigação 
de conceder sempre o melhor benefício (a conduta no INSS é interpretada 
como não acolhimento tácito da pretensão).
A exceção será quando forem apresentados fatos novos. Por exem-
plo: após conseguir sua aposentadoria sozinho, o segurado, insatisfeito com 
o valor, consulta um advogado na esperança de melhorar seu benefício. O 
advogado verifica que o cliente trabalhara por um tempo na lide rural e 
sequer mencionou isso no seu processo administrativo.
No caso acima, o advogado deverá fazer o requerimento da revisão 
primeiramente ao INSS (e apresentar provas) para, só depois, partir para 
a via judicial.
3) Quando o entendimento da autarquia for notoriamente contrário 
ao seu pedido, não é necessário o prévio requerimento administrativo. 
Um exemplo famoso é a desaposentação.
4) Não é necessário o exaurimento da via administrativa. Ou seja, 
não é obrigatório recorrer administrativamente após a decisão da autar-
quia.
No entanto, pode ser interessante seguir esta via antes de partir para 
o Judiciário. Muitas vezes, os direitos podem ser conquistados com recur-
sos administrativos. Por isso, recomendo ao colega advogado não despre-
zar os estudos de processo administrativo. Considero a via administrativa 
uma chance a mais de conseguir o benefício.
54
DICA 18 - LEVE UM PEN DRIVE E/
OU CD
Normalmente, os servidores entregam as cópias de processo admi-
nistrativo em formato digital. Algumas agências exigem que o advogado 
leve um CD. Outras, que leve um pen drive.
Algumas agências aceitam pen drive, outras não (por causa de vírus 
de computador). Na dúvida, eu sempre tenho os dois na minha pasta/
bolsa.
IN Nº 77/2015 
55
Art. 698. As cópias poderão ser entregues em meio físico ou 
digital, observando-se que o custo das cópias entregues em meio 
físico será ressarcido pelo requerente, conforme disposto em ato 
específico.
Parágrafo único. Quando o interessado optar pela realização das 
cópias fora da Unidade, deverá ser acompanhado por servidor, 
que se responsabilizará pela integridade do processo.
Obs.: outro motivo pelo qual gosto de ter sempre um pen drive na bolsa é 
para digitalização de documentos nas salas da OAB nos fóruns. As que conheço 
exigem que o advogado leve seu próprio pen drive, e não enviam as cópias por 
e-mail.
56
DICA 19 - CONHEÇA OS NOMES 
DAS PRINCIPAIS TELAS NO 
PLENUS-CV3
Plenus-CV3 ou, simplesmente, Plenus é um software de consulta de 
informações cadastrais dos beneficiários da Previdência Social. Cada tela 
deste programa possui informações importantes para o estudo de caso do 
seu cliente.
Selecionei as principais telas que deve conhecer.
Obs.: se o cliente possui ou possuiu mais de um benefício, vai existir mais de 
cada uma dessas telas (é possível diferenciar por meio do NB – Número do 
Benefício).
INFBEN – Informaçõesde benefícios
Esta tela possui diversas informações gerais sobre o benefício do se-
gurado. É indispensável requerer este documento se o seu cliente já tem 
(ou teve) um benefício.
CONBAS – Dados básicos da concessão
57
Mostra dados básicos da concessão que, às vezes, não estão na carta 
de concessão. É importante principalmente por mostrar o tempo de con-
tribuição e o IRT (Índice de Reajuste Teto).
CONCAL – Memória de Cálculo do Benefício
Com esta tela, obtém-se o critério de cálculo utilizado pelo Sistema 
da Previdência.
REVSIT – Situação de revisão do benefício
Mostra se as principais revisões foram realizadas ou não.
HISCP – Histórico de complementos positivos
Complemento positivo é o pagamento de créditos (atrasados) na via 
administrativa. O HISCP mostra todos os complementos positivos do se-
gurado. 
HISCN – Histórico de complemento negativo 
Mostra os débitos com a Previdência.
HISMED – Histórico de Perícias Médicas
Traz detalhes da perícia médica, como DID (Data de Início da Doen-
ça) e DII (Data de Início da Incapacidade).
CONIND – Consulta Indeferimento
Traz o motivo do indeferimento para um NB específico.
PESNON – Pesquisa por Nome
PESCPF – Pesquisa por CPF
PESNIT – Pesquisa por NIT
Essas telas trazem informações importantes quando você não sabe o 
número do benefício. Também trazem o histórico de números de benefício.
58
Obs.: existe ainda o HISCRE-web (histórico de crédito), que não é uma tela 
do Plenus, mas é muito útil. Este documento contém todos os valores que o 
beneficiário recebeu do INSS desde o início e também os descontos, data de 
pagamento, forma de recebimento, etc
.
59
DICA 20 - ANOTE TODAS AS 
CONVERSAS COM O CLIENTE
Tenha uma ficha do seu cliente (digital, de preferência) e anote TUDO 
(em detalhes) o que você conversar com ele.
Por exemplo: “25.10.2016 – Telefonema realizado para o Sr. Fulano 
para informar sobre andamento do processo. Foi informado “blá-blá-blá”. 
O cliente, então, perguntou por que o processo estava demorando tanto. 
Foi respondido que o processo está com o juiz para decisão”.
Por que é importante documentar isso? Porque os clientes esquecem, 
simples assim (principalmente os mais idosos). Muitos vão reclamar que você 
não liga e não dá informações. Quando isso acontecer, pode refrescar a me-
60
mória do cliente assim: “Lembra, Sr. Fulano, que no dia 25.10.2016 eu liguei 
para o Sr. e falei isso, isso e isso. E o Sr. perguntou aquilo, e eu respondi assim”.
Se possível, grave tudo (mas informe expressamente que a conversa 
está sendo gravada).
61
DICA 21 - O DIREITO AO MELHOR 
BENEFÍCIO
Muitas vezes, um mesmo segurado cumpre os requisitos para a con-
cessão de mais de um tipo de benefício (por exemplo: aposentadoria por 
tempo de contribuição e aposentadoria por idade) ou, dentro de uma 
mesma modalidade, o valor do benefício seria maior se o cálculo fosse 
feito com regras anteriores à da data de entrada do requerimento. 
Por isso, é dever do servidor orientar o segurado de forma a con-
ceder a melhor prestação previdenciária a que ele fizer jus, e não apenas 
analisar o processo administrativo com enfoque no requerimento do se-
gurado.
Por exemplo: vamos supor que, após aprovação de uma reforma 
previdenciária, um segurado faça o requerimento de sua aposentadoria e, 
pelas regras vigentes então, seu benefício seria de R$ 1.500,00. Mas, se for 
constatado que, em data anterior à vigência da reforma, ele já havia cum-
prido os requisitos para a aposentadoria e que esta teria um valor melhor 
pelas regras antigas, o segurado vai ter direito ao cálculo da forma mais 
benéfica. Este é o princípio do melhor benefício.
Neste sentido:
62
ENUNCIADO Nº 5 DO CRPS
A Previdência Social deve conceder o melhor benefício a que o 
segurado fizer jus, cabendo ao servidor orientá-lo nesse sentido.
IN Nº 77/2015
Art. 687. O INSS deve conceder o melhor benefício a que o 
segurado fizer jus, cabendo ao servidor orientar nesse sentido.
Art. 688. Quando, por ocasião da decisão, for identificado que 
estão satisfeitos os requisitos para mais de um tipo de benefício, 
cabe ao INSS oferecer ao segurado o direito de opção, mediante 
a apresentação dos demonstrativos financeiros de cada um deles.
§ 1º A opção deverá ser expressa e constar nos autos.
§ 2º Nos casos previstos no caput, deverá ser observada a seguinte 
disposição:
I – se os benefícios forem do mesmo grupo, conforme disposto no 
art. 669, a DER será mantida; e
II – se os benefícios forem de grupos distintos, e o segurado optar 
por aquele que não requereu inicialmente, a DER será fixada na 
data da habilitação do benefício, conforme art. 669.
[...]
Art. 801. É vedada a transformação de aposentadoria por idade, 
tempo de contribuição e especial, em outra espécie, após o re-
63
cebimento do primeiro pagamento do benefício ou do saque do 
respectivo FGTS ou do PIS.
§ 1º Na hipótese de o segurado ter implementado todas as condi-
ções para mais de uma espécie de aposentadoria na data da entra-
da do requerimento e em não tendo sido lhe oferecido o direito 
de opção pelo melhor benefício, poderá solicitar revisão e alte-
ração para espécie que lhe é mais vantajosa.
§ 2º Os efeitos financeiros, na hipótese do § 1º deste artigo, devem 
ser considerados desde a DER do benefício concedido originaria-
mente, observada a prescrição quinquenal.
APOSENTADORIA – PROVENTOS – CÁLCULO. Cumpre ob-
servar o quadro mais favorável ao beneficiário, pouco importando 
o decesso remuneratório ocorrido em data posterior ao imple-
mento das condições legais. Considerações sobre o instituto do di-
reito adquirido, na voz abalizada da relatora – Ministra Ellen Gracie 
–, subscritas pela maioria.
(STF, RE 630.501/RS, Rel.ª Min.ª Ellen Gracie, data do julgamento: 
21.02.2013.)
64
DICA 22 - A PESQUISA EXTERNA
Pesquisa externa são atividades realizadas por servidor do INSS fora 
da agência, com o intuito de elucidar dúvidas, complementar informações, 
apurar denúncias etc. Nela, poderão ser acolhidos depoimentos e exami-
nados documentos.
Uma das principais utilidades da pesquisa externa é a comprovação de 
trabalho rural ou insalubre. Ela também é utilizada como ferramenta quan-
do restarem dúvidas sobre os documentos apresentados pelo interessado.
Caso seja impossível obter a documentação ou as testemunhas ne-
cessárias, mas seja possível provar os fatos por meio de uma visita do ser-
vidor, requeira a pesquisa externa.
IN Nº 77/2015
Art. 103. Entende-se por pesquisa externa as atividades reali-
zadas junto a beneficiários, empresas, órgãos públicos, entidades 
representativas de classe, cartórios, e demais entidades e profis-
sionais credenciados, necessárias para a atualização do CNIS, o re-
conhecimento, manutenção e revisão de direitos, bem como para 
o desempenho das atividades de serviço social, perícias médicas, 
habilitação e reabilitação profissional, bem como para o acompa-
65
nhamento da execução dos contratos com as instituições financei-
ras pagadoras de benefícios.
§ 1º A pesquisa externa será realizada por servidor do INSS previa-
mente designado por meio de Portaria.
§ 2º Na pesquisa externa poderão ser colhidos depoimentos e 
examinados documentos aos quais a lei não assegure sigilo e que 
visem sanar as dúvidas do solicitante, conforme disposições em ato 
específico.
§ 3º No caso de órgão público poderá ser dispensada a pesquisa 
externa quando, por meio de ofício, restar esclarecido o que se 
pretende comprovar.
§ 4º A pesquisa externa somente será autorizada depois de verifi-
cada a impossibilidade de o interessado apresentar os documentos 
solicitados pelo INSS ou restarem dúvidas nos documentos apre-
sentados.
66
DICA 23 - RECONHECIMENTO DE 
UNIÃO ESTÁVELPARA PENSÃO POR 
MORTE
Não precisa ajuizar o reconhecimento da união estável na Justiça Es-
tadual antes. É possível requerer a pensão por morte diretamente ao INSS 
ou, em caso de negativa da autarquia, na Justiça Federal.
Apesar de ser competência da Justiça Estadual o reconhecimento da 
união estável, o STJ entende que, para fins previdenciários, a Justiça Fede-
ral pode ser competente. Veja:
SÚMULA Nº 32 DO STJ
67
Compete à Justiça Federal processar justificações judiciais destina-
das a instruir pedidos perante entidades que nela têm exclusivida-
de de foro, ressalvada a aplicação do art. 15, II, da Lei nº 5.010-66.
Além disso, pasmem, o INSS sequer reconhece a sentença declarató-
ria de união estável como prova plena da união estável para fins previden-
ciários. Veja:
IN Nº 77/2015
Art. 135. Para fins de comprovação da união estável e da depen-
dência econômica, conforme o caso, devem ser apresentados, no 
mínimo, três dos seguintes documentos:
[...]
§ 3º O acordo judicial de alimentos não será suficiente 
para a comprovação da união estável para efeito de pen-
são por morte, vez que não prova, por si só, a existência ante-
rior de união estável nos moldes estabelecidos pelo art. 1.723 do 
Código Civil.
§ 4º A sentença judicial proferida em ação declaratória de 
união estável não constitui prova plena para fins de com-
provação de união estável, podendo ser aceita como uma das 
três provas exigidas no caput deste artigo, ainda que a decisão judi-
cial seja posterior ao fato gerador.
68
DICA 24 - SEGURO-DESEMPREGO É 
BENEFÍCIO PREVIDENCIÁRIO
O seguro-desemprego não está previsto na Lei de Benefícios (Lei nº 
8.213/91). No entanto, o Regime Geral de Previdência Social – RGPS não 
se esgota na Lei nº 8.213/91 – LBPS, nem no INSS. A situação de desem-
prego involuntário também é uma das modalidades dos denominados 
riscos sociais, estando previsto no art. 201, II, da CF/88. Vejamos:
CONSTITUIÇÃO FEDERAL
Art. 201. A previdência social será organizada sob a forma de 
regime geral, de caráter contributivo e de filiação obrigatória, ob-
servados critérios que preservem o equilíbrio financeiro e atuarial, 
e atenderá, nos termos da lei, a:
[...]
III – proteção ao trabalhador em situação de desemprego invo-
luntário;
O seguro-desemprego tem natureza de benefício previdenci-
ário, sendo custeado pelo FAT (Fundo de Amparo ao Trabalhador) e tem 
69
um reflexo importantíssimo na manutenção da qualidade de segurado e no 
período de graça do cliente.
Primeiramente, o segurado em situação de desemprego involuntário 
tem acrescido 12 meses ao seu período de graça (podendo chegar a um 
total de 24 ou 36 meses, dependendo do caso). E, uma das formas de com-
provar esta situação é pelo recebimento deste benefício. 
LEI Nº 8.213/91 – LBP
Art. 15. Mantém a qualidade de segurado, independentemente de 
contribuições:
[...]
II – até 12 (doze) meses após a cessação das contribuições, o segu-
rado que deixar de exercer atividade remunerada abrangida pela 
Previdência Social ou estiver suspenso ou licenciado sem remune-
ração;
[...]
§ 1º O prazo do inciso II será prorrogado para até 24 (vinte e qua-
tro) meses se o segurado já tiver pago mais de 120 (cento e vinte) 
contribuições mensais sem interrupção que acarrete a perda da 
qualidade de segurado.
§ 2º Os prazos do inciso II ou do § 1º serão acrescidos de 12 
(doze) meses para o segurado desempregado, desde que 
comprovada essa situação pelo registro no órgão próprio do Mi-
nistério do Trabalho e da Previdência Social.
Obs.: Para maiores informações, leia o artigo Manutenção da Qualidade de 
Segurado e Período de Graça (FÁCIL).
70
Em segundo lugar, como o seguro-desemprego é um benefício previ-
denciário, enquanto o segurado o estiver recebendo, mantém a qualidade 
de segurado, mas sem entrar na contagem do período de graça (art. 15, I, 
Lei nº 8.213/91). Esta é uma tese desenvolvida pelos advogados previden-
ciaristas que ainda não está pacificada, mas a considero muito forte e bem 
fundamentada.
LEI Nº 8.213/91 – LBP
Art. 15. Mantém a qualidade de segurado, independentemente de 
contribuições:
I – sem limite de prazo, quem está em gozo de benefício;
Para entender melhor esta tese, leia o artigo linkado acima.
71
DICA 25 - JUÍZES NÃO PODEM SE 
RECUSAR A RECEBER ADVOGADO
Ainda é comum que juízes se neguem a receber advogados pesso-
almente. Felizmente, nunca passei por isso, mas já ouvi diversos relatos 
de colegas que tiveram a terrível experiência de precisarem despachar e 
darem com a cara na porta do gabinete.
No entanto, juízes têm o dever de receber advogados em seu gabi-
nete, a qualquer momento, durante o expediente forense. E isso indepen-
dentemente da urgência do assunto e do que o juiz esteja fazendo.
O Estatuto da Advocacia (Lei nº 8.906/94) estabelece que são direi-
tos do advogado, dentre outros, “dirigir-se diretamente aos magistrados 
72
nas salas e gabinetes de trabalho, independentemente de horário previa-
mente marcado ou outra condição observando-se a ordem de chegada”.
Ante a clareza do texto legal, indiscutível é a conclusão de que qual-
quer medida que condicione, crie embaraço ou impeça o acesso do pro-
fissional advogado à pessoa do magistrado, quando em defesa do interesse 
de seus clientes, configura ilegalidade e pode caracterizar, inclusive, abuso 
de autoridade.
Dessa forma, o CNJ já decidiu que:
1) NÃO PODE o magistrado reservar período durante o expediente fo-
rense para dedicar-se com exclusividade, em seu gabinete de trabalho, 
à prolação de despachos, decisões e sentenças, omitindo-se de receber 
profissional advogado quando procurado para tratar de assunto relacio-
nado a interesse de cliente. A condicionante de só atender ao advogado 
quando se tratar de medida que reclame providência urgente apenas pode 
ser invocada pelo juiz em situações excepcionais, fora do horário normal 
de funcionamento do foro, e jamais pode estar limitada pelo juízo de con-
veniência do Escrivão ou Diretor de Secretaria, máxime em uma Vara Cri-
minal, onde o bem jurídico maior da liberdade está em discussão;
2) o magistrado é SEMPRE OBRIGADO a receber advogados em seu ga-
binete de trabalho, a qualquer momento durante o expediente forense, 
independentemente da urgência do assunto, e independentemente de es-
tar em meio à elaboração de qualquer despacho, decisão ou sentença, ou 
mesmo em meio a uma reunião de trabalho. Essa obrigação se constitui 
em um dever funcional previsto na LOMAN e a sua não observância po-
derá implicar em responsabilização administrativa.
Obs.: você pode ler a íntegra da decisão do CNJ aqui: CNJ reafirma que juiz não 
pode se recusar a receber advogado.
LEI Nº 8.906/94 (ESTATUTO DA ADVOCACIA)
73
Art. 7º São direitos do advogado:
[...]
VIII – dirigir-se diretamente aos magistrados nas salas e gabinetes 
de trabalho, independentemente de horário previamente marcado 
ou outra condição, observando-se a ordem de chegada;
LEI COMPLEMENTAR Nº 35/79 (LOMAN)
Art. 35. São deveres do magistrado:
[...]
IV – tratar com urbanidade as partes, os membros do Ministério 
Público, os advogados, as testemunhas, os funcionários e auxiliares 
da Justiça, e atender aos que o procurarem, a qualquer momento, 
quanto se trate de providência que reclame e possibilite solução 
de urgência.
74
DICA 26 - ADVOGADO PODE 
ACOMPANHAR PERÍCIA MÉDICA
Esta é uma questão que gera muitos conflitos. Muitos mesmo! Advo-
gados entendem que acompanhar a perícia médica é uma forma de garan-
tir que a perícia do seu cliente será bem-feita.
Muitos peritos alegam que o advogado não poderia acompanhar a 
perícia devido ao “sigilo médico”. No entanto, tal sigilo é em benefício do 
paciente, e não do médico! Se o paciente/cliente quiser abrir o sigilo paraseu advogado (ou seja, desde que o advogado esteja munido de poderes 
especiais mediante procuração), poderá acompanhar a perícia.
Note-se que o próprio CFM (Conselho Federal de Medicina), na 
Nota Técnica nº 044/12 do SEJUR, de 06.02.2013, concluiu que:
Pelas razões jurídicas acima expendidas, entendemos que o ad-
vogado, no exercício de sua profissão, tem como direito 
assegurado pelo art. 7º, incs. I, III e VI, letras “c” e “d”, do EOAB, 
Lei 8.906/94 de fazer-se acompanhar de seu cliente, quan-
do solicitado, nos exames periciais em âmbito judicial ou 
administrativo.
Todavia, a atuação do advogado, nestes casos, limitar-se-á a dar 
conforto e segurança jurídica ao periciando com sua pre-
75
sença, não podendo interferir no ato médico-pericial a 
ser realizado, que é de competência exclusiva do médico-perito 
designado para o mister.
Consignamos, também que o exame pericial é um ato médico. 
Assim, na hipótese do médico-perito sentir-se, de alguma forma, 
pressionado por advogado que por ventura esteja acompanhando 
o periciando, assiste-lhe o direito – com fundamento em sua auto-
nomia profissional –, de decidir acerca da presença do profissional 
da advocacia no recinto em que a perícia for realizada, mediante 
explicação por escrito de seus motivos, sob pena de recusa da re-
alização da perícia.
Para as perícias administrativas, o próprio INSS possui um formulário 
de solicitação de acompanhante em perícia médica. Para as perícias judi-
ciais, recomendo que acrescente o pedido de acompanhamento de perícia 
médica na sua petição inicial.
CÓDIGO DE ÉTICA MÉDICA
É vedado ao médico:
Art. 73. Revelar fato de que tenha conhecimento em virtude do 
exercício de sua profissão, salvo por motivo justo, dever legal ou 
consentimento, por escrito, do paciente.
Não vai ser fácil conseguir acompanhar as perícias mas, com um pou-
co de insistência, você consegue.
76
DICA 27 - CONTAGEM INICIAL 
DO PRAZO DECADENCIAL PARA 
REVISÃO DE BENEFÍCIO
Não pretendo discutir longamente, neste tópico, sobre a decadência. 
O foco é o prazo inicial para contagem deste prazo, ok? Recomendo 
complementar esta dica com um belo estudo sobre decadência e prescri-
ção no Direito Previdenciário.
Antes, vejamos o que diz a Lei de Benefícios sobre isso:
LEI Nº 8.213/91 – LBP
77
Art. 103. É de dez anos o prazo de decadência de todo e qualquer 
direito ou ação do segurado ou beneficiário para a revisão do ato 
de concessão de benefício, a contar do dia primeiro do mês 
seguinte ao do recebimento da primeira prestação ou, 
quando for o caso, do dia em que tomar conhecimento da decisão 
indeferitória definitiva no âmbito administrativo.
Dessa forma, a contagem se inicia não na DER ou na DIB, mas no 
primeiro dia do mês seguinte ao que o segurado recebeu a primeira pres-
tação. Consegue perceber a diferença que esta informação pode fazer?
Só para ilustrar, retomemos a “Dica 15
Data da solicitação do agendamento × data do atendimento”. Caso 
se passem seis meses entre a data da solicitação do agendamento e a data 
do efetivo atendimento, tanto a DER quanto a DIB serão fixadas no dia da 
solicitação, certo? Porém, o primeiro recebimento deste benefício só se 
dará seis meses (ou mais!) após esta data.
ATENÇÃO! É a data do efetivo recebimento, e não a da implantação.
Muitas vezes, passam-se anos entre a DER/DIB e a data do primei-
ro pagamento, devido aos recursos administrativos ou processos judiciais. 
Por isso, muita atenção na hora de determinar se decaiu ou não o direito 
de revisão de um cliente!
A forma mais segura de determinar a data do primeiro pagamento é 
requerendo um HISCRE (histórico de crédito) detalhado, desde o início 
do benefício (é importante que frise, desde o início, que você quer o detalha-
do, desde o início, senão vão entregar apenas as informações do último ano).
78
DICA 28 - DECADÊNCIA NEM 
SEMPRE É APLICADA NA REVISÃO 
DE BENEFÍCIOS PREVIDENCIÁRIOS
Uma das primeiras decepções do advogado ao iniciar os estudos de 
Direito Previdenciário é a decadência previdenciária. Ela acaba com a es-
perança de muitos segurados e advogados em verem benefícios melhora-
dos e honorários vultuosos.
No entanto, para a nossa alegria, a decadência não se aplica a toda e 
qualquer revisão! Existem algumas que escapam deste triste fim e eu vou 
enumerá-las nesta dica.
Obs.: os entendimentos abaixo são jurisprudenciais, e não legais, de forma que 
o advogado deve ter cuidado ao informar o cliente sobre seus direitos.
Ausência de deliberação administrativa sobre os fatos
Se o INSS não analisou os fatos em que se baseia o pedido de revi-
são, então não é aplicada a decadência. Por exemplo: tempo especial, 
período de atividade rural e reclamação trabalhista. No caso da 
reclamação trabalhista, o prazo começa a fluir a partir do trânsito em jul-
gado da decisão.
Por exemplo: segurado requereu aposentadoria sem saber que po-
deria considerar o tempo que ele trabalhou na roça para melhorar o valor 
79
do benefício. Não mencionou isso ao INSS e nem juntou prova alguma. 
Ele conseguiu a aposentadoria mesmo sem este tempo e só foi descobrir 
muitos anos depois que o tempo rural poderia melhorar seu benefício. A 
decadência não se aplica neste caso, já que o INSS não analisou e nem se 
manifestou a respeito do tempo rural.
Neste sentido:
PREVIDENCIÁRIO. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. RECUR-
SO ESPECIAL.
APOSENTADORIA POR TEMPO DE SERVIÇO/CONTRIBUI-
ÇÃO. REVISÃO DA RENDA MENSAL INICIAL. CÔMPUTO 
DE TEMPO RURAL. DECADÊNCIA. NÃO OCORRÊN-
CIA.
TEMA NÃO APRECIADO PELA ADMINISTRAÇÃO PREVIDEN-
CIÁRIA QUANDO CONCEDIDO O BENEFÍCIO. EMBARGOS 
DE DECLARAÇÃO DO SEGURADO REJEITADOS.
1. De acordo com os Recursos Especiais Repetitivos 1.309.529/
PR e 1.326.114/SC, incide o prazo de decadência do artigo 103, 
caput, da Lei nº 8.213/1991, instituído pela Medida Provisória 1.523-
9/1997, convertida na Lei nº 9.528/1997, ao benefício concedido 
anteriormente a esse preceito normativo, com termo a quo a con-
tar da sua vigência, isto é, 28.06.1997.
2. É possível afirmar que por ato de concessão deve ser entendida 
toda matéria relativa aos requisitos e critérios de cálculo do benefí-
cio submetida ao INSS no requerimento do benefício, do que pode 
resultar o deferimento ou indeferimento do pleito.
3. No presente caso, a pretensão veiculada consiste na re-
visão da renda mensal inicial do benefício em razão de 
tempo rural não computado, tema não apreciado pela 
Administração. Por isso não há falar em decadência.
80
4. Omissão não verificada quanto ao termo inicial do prazo deca-
dencial, uma vez que, no presente caso, afastou-se por completo 
a decadência para o segurado revisar a renda mensal inicial de seu 
benefício.
5. Embargos de declaração rejeitados.
(EDcl no REsp 1.429.312/SC, Rel. Min. Mauro Campbell Marques, 
Segunda Turma, julgado em 25.08.2015, DJe 03.09.2015.)
PREVIDENCIÁRIO. BENEFÍCIO PREVIDENCIÁRIO. DECA-
DÊNCIA. NÃO OCORRÊNCIA. PRESCRIÇÃO. APLICAÇÃO 
DO ART. 103 DA LEI Nº 8.213/91.
1. Hipótese em que se consignou que “a decadência prevista no 
artigo 103 da Lei nº 8.213/91 não alcança questões que não res-
taram resolvidas no ato administrativo que apreciou o pedido de 
concessão do benefício. Isso pelo simples fato de que, como o pra-
zo decadencial limita a possibilidade de controle de legalidade do 
ato administrativo, não pode atingir aquilo que não foi objeto de 
apreciação pela Administração”.
2. O posicionamento do STJ é o de que, quando não se tiver nega-
do o próprio direito reclamado, não há falar em decadência. In casu, 
não houve indeferimento do reconhecimento do tempo 
de serviço exercido em condições especiais, uma vez que 
não chegou a haver discussão a respeito desse pleito.
3. Efetivamente, o prazodecadencial não poderia alcançar 
questões que não foram aventadas quando do deferimen-
to do benefício e que não foram objeto de apreciação pela 
Administração. Por conseguinte, aplica-se apenas o prazo 
prescricional, e não o decadencial. Precedentes do STJ.
4. Agravo Regimental não provido.
81
(STJ, AgRg no REsp 1.407.710/PR, Rel. Min. Herman Benjamin, jul-
gado em 08.05.2014.)
PREVIDENCIÁRIO. RECURSO ESPECIAL. ART. 103 DA LEI Nº 
8.213/91. NÃO APLICAÇÃO DO PRAZO DECADENCIAL 
AOS PEDIDOS DE REVISÃO QUE ENVOLVEM PERÍ-
ODOS DE TEMPO DE SERVIÇO NÃO EXAMINADOS 
PELA ADMINISTRAÇÃO.
REVISÃO DO BENEFÍCIO DEVIDA, PORQUANTO SE TRATA 
DE PRETENSÃO AINDA NÃO APRECIADA PELA ADMINIS-
TRAÇÃO. PRECEDENTES: AGRG no REsp. 1.491.215/PR, Rel. Min. 
Og Fernandes, DJE 14.08.2015; REsp. 1.429.312/SC, Rel. Min. Mau-
ro Campbell Marques, DJE 28.05.2015; AGRG no AGRG no AREsp 
598.206/PR, Rel. Min. Humberto Martins, DJE 11.05.2015; EDCL no 
REsp. 1.491.868/RS, Rel. Min. Herman Benjamin, DJE 23.03.2015. 
RECURSO ESPECIAL DO INSS A QUE SE NEGA SEGUIMENTO.
1. O prazo decadencial, previsto no art. 103 da Lei nº 
8.213/91, não pode alcançar questões que não foram 
aventadas quando do deferimento do benefício e que, 
portanto, obviamente, não foram objeto de apreciação 
pela Administração.
2. No caso dos autos, o autor busca a revisão do ato de concessão 
de sua aposentadoria, mediante o reconhecimento no período em 
que trabalhou junto às Empresas Rede Ferroviária Federal -– RFF-
SA e Ferrovia Centro-Atlântica S.A., em decorrência de sentença 
homologatória trabalhista transitada em julgado; neste caso, o pra-
zo para a averbação desse tempo de serviço rodoviário e 
para a obtenção dos direitos subjetivos dele decorrentes 
conta-se da data do trânsito em julgado da sentença ju-
82
dicial trabalhista que reconheceu, em favor do Trabalhador, o 
referido tempo de serviço.
3. Como consignado pela Corte de origem, tal período não foi ana-
lisado pela Administração no momento de concessão do benefício, 
uma vez que a DIB é de 1997, enquanto, apenas em 20.08.2011, a 
sentença trabalhista reconheceu o tempo de trabalho que o se-
gurado pretende ver acrescido no cálculo de seu benefício, razão 
pela qual não há que se falar em decadência da pretensão revisio-
nal, uma vez que na data da concessão tal período não foi objeto 
da apreciação da Administração.
4. O reconhecimento do direito à revisão nessas hipóteses visa a 
tornar efetivo o direito à proteção social, assegurando o direito de 
os segurados terem revisados seus benefícios analisando, a RMI 
mais vantajosa, já incorporada ao seu patrimônio jurídico; eventual 
orientação em sentido contrário causaria visível prejuízo ao traba-
lhador, indo por conseguinte, na contramão da interpretação das 
normas do Direito Previdenciário.
5. Recurso Especial do INSS a que se nega seguimento.
(REsp 1.478.735/SE, Rel. Min. Napoleão Nunes Maia Filho, Primei-
ra Turma, julgado em 24.05.2016, DJe 22.06.2016.)
Revisões de reajustamento
Existem algumas revisões que não pretendem recalcular a RMI (Ren-
da Mensal Inicial) do benefício, mas sim rever seus índices de reajuste.
Índices de reajuste são usados para corrigir a inflação e manter o po-
der de compra do benefício e, via de regra, são aplicados uma vez por ano 
(em épocas passadas, em função da inflação, existiam mais de um reajuste 
por ano).
83
Essas revisões não são abarcadas pela decadência. Isso porque a revi-
são não pretende modificar a RMI e, além disso, os índices de reajuste são 
aplicados sempre POSTERIORMENTE ao cálculo do benefício.
Exemplos:
Revisão do art. 58 do ADCT;
Revisão do art. 26 da Lei nº 8.870/94;
Revisão do art. 21, § 3º, da Lei nº 8.880/94;
Revisão do teto das Emendas Constitucionais nº 20/98 e nº 41/2003 
(muito em alta atualmente).
Neste sentido:
PROCESSUAL CIVIL E PREVIDENCIÁRIO. AGRAVO INTERNO 
NOS EMBARGOS DE DECLARAÇÃO NO AGRAVO EM RE-
CURSO ESPECIAL. REVISÃO DE APOSENTADORIA.
ADEQUAÇÃO DO BENEFÍCIO PREVIDENCIÁRIO 
ÀS EMENDAS CONSTITUCIONAIS Nº 20/1998 E Nº 
41/2003. AFASTADA A DECADÊNCIA DO DIREITO À 
REVISÃO NOS MOLDES DO CAPUT DO ART. 103 DA LEI Nº 
8.213/1991. AGRAVO INTERNO DO INSS A QUE SE NEGA 
PROVIMENTO.
1. É firme a orientação desta Corte de que o prazo decadencial, 
previsto no art. 103, caput, da Lei nº 8.213/1991, aplica-se, somen-
te, ao ato de revisão de concessão ou indeferimento de benefício 
previdenciário.
2. Na hipótese dos autos, o autor não busca a revisão do 
ato administrativo, e, sim, a adequação da renda mensal 
inicial aos novos tetos estabelecidos, posteriormente ao 
ato concessório, pelas Emendas nº 20/1998 e nº 41/2003.
84
3. Em situações assim, o STJ assentou o entendimento de que tra-
tando-se de causa superveniente à concessão do benefício, 
onde não se busca corrigir o ato de concessão, somen-
te a adequação dos efeitos da legislação supervenien-
te, não há incidência do prazo decadencial. Precedentes: 
REsp. 1.420.036/RS, Rel. Min. Sérgio Kukina, DJe 14.5.2015 e REsp. 
1.506.092/SC, Rel. Min. Herman Benjamin, DJe 20.3.2015.
4. Não é demais destacar que o INSS, em sua Instrução Normativa 
nº 45/2010, corrobora tal diretriz, ao estabelecer em seu art. 436, 
que não se aplicam às revisões de reajustamento e às estabelecidas 
em dispositivo legal, os prazos de decadência de que tratam os 
arts. 103 e 103-A da Lei nº 8.213/91.
5. Agravo Interno do INSS a que se nega provimento.
(AgInt nos EDcl no AREsp 171.864/PR, Rel. Min. Napoleão Nunes 
Maia Filho, Primeira Turma, julgado em 04.10.2016, DJe 20.10.2016.)
Transformação de benefícios
Existem alguns benefícios que são decorrentes da transformação de 
outros benefícios. Por exemplo:
auxílio-doença → aposentadoria por invalidez;
qualquer aposentadoria → pensão por morte para cônjuge.
Nesses casos, o termo inicial da contagem do prazo decadencial será 
a DIB do segundo benefício, e não a do benefício original.
Por exemplo: João aposentou-se por tempo de contribuição em 
02.05.2000 e faleceu em 16.02.2017, data em que sua mulher, Joana, passou 
a receber pensão por morte. O termo inicial para a contagem da decadên-
cia da pensão por morte será no primeiro dia do mês seguinte ao do re-
cebimento da primeira prestação da pensão por morte (após 16.02.2017).
Neste sentido:
85
PREVIDENCIÁRIO. REVISÃO DE BENEFÍCIO. PENSÃO POR 
MORTE. DECADÊNCIA.
NÃO OCORRÊNCIA. A CONTAGEM DO PRAZO DE-
CADENCIAL PARA REVISÃO DO BENEFÍCIO DE PEN-
SÃO POR MORTE É INDEPENDENTE DO BENEFÍCIO 
QUE LHE ORIGINOU.
I – A pretensão de revisão de benefício previdenciário de pensão 
por morte tem, no cálculo do prazo decadencial, previsto no art. 
103 da Lei nº. 8.213/91, contagem distinta do benefício que lhe ori-
ginou.
II – Tal entendimento deve ser aplicado inclusive nos casos em que 
o beneficiário pretende a revisão da renda mensal inicial do bene-
fício original, o qual já havia decaído para o falecido.
III – A ratio essendi desse entendimento é que, por se tratar de direi-
to personalíssimo, apenas com a titularidade do benefício nasce a 
legitimidade para postular a revisão. Precedentes: REsp 1.600.614/
RS, Rel. Min. Herman Benjamin, Segunda Turma, DJe 02.09.2016; 
EDcl no AgRg no REsp 1.509.085/RS, Rel. Min. Humberto Martins, 
Segunda Turma, DJe 25.06.2015.
III – A alteração do cálculo do benefício original em pedido de re-
visão de pensão por morte, contudo, apenas pode surtir efeitos 
sobre a pensão por morte, não gerando nenhum direito sobre o 
benefício original.
IV – Agravo interno improvido.
(AgInt no REsp 1.547.074/RS, Rel. Min. Francisco Falcão, Segunda 
Turma, julgado em 07.03.2017, DJe 10.03.2017.)
86
Acréscimo de 25%
Não se aplica a decadência ao pedido de acréscimo de 25% previsto 
no art. 45 da Lei nº 8.213/91 sempre que ele não for apreciado no ato de 
concessão ou, se apreciado,

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