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Apostila de Direito Penal

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•
lU[NJ[VJERS][OADlE SÃo lFRANC][SCO -lP'AR1[
CURSO DJE DlfRJE1[TO
DJ[lRJElfTO PENAlL J[J[J[- "'DAS PlENAS"
lP'lr<odF. lEsp. RONY A. lHflERGlERT
Alu~~::J~
RA: 5~moo,Q8'3.
6° F
2008/2°
Foto da Capa: "Calabouço de Pedra", ih http://www.fotosearch.com.br/BOX244/bxp42036/
H467d HERGERT, Rony Aliberti
Das penas / Rony Aliberti Hergert - SãoPau!o:
USF,2008.
65 p.
Bibliografia.
I. Dosimetria 2. Pena privativa de liberdade
3. Pena restritiva de direitos 4. Pena de multa 5.
Pena substitutiva 6. Regime de cumprimento de
penal. Título. 11. Universidade São Francisco.
L CDU : 343.244"---------'
http://www.fotosearch.com.br/BOX244/bxp42036/
SUMÁRIO
ABREViATURAS I
NOTA EXPLICATIVA .. 11
AGRADECIMENTOS e DEDICATÓRIAS , 111
RESUMO ...•.................................... : : IV
SEÇÃO 1- INTRODUÇÃO 01 .
SEÇÃO 11- PENAS PRIVATIVAS DE LIBERDADE 03
SEÇÃO 111- PENAS RESTRITIVAS DE DIREITOS 13
SEÇÃO IV -- MULTA , 21
SEÇÃO V - APLICAÇÃO DA PENA - CONCEITOS 24
SEÇÃO VI - DOSIMETRIA 28
SEÇÃO VII - CONCURSO DE CRIMES 39
SEÇÃO VIII- SUSPENSÃO CONDICIONAL DA PENA 45
SEÇÃO IX - LIVRAMENTO CONDiCiONAL 49
SEÇÃO X - EFEITOS DA CONDENAÇÃO 52
SEÇÃO XI- REABILITAÇÃO 62
REFER ÊNCIAS .............................•................................................................. 65
",BREVIATURAS
=> - decorrência
@ - copyrighf
S - parágrafo
SS - parágrafos
art. - artigo
arts. - artigos
c.c. - combinado com
CC ~Código Civil
CLT - Consolidação das Leis do Trabalho
CP - Código Penal
CPC - Código de Processo Civil
CPM - Código Penal Militar
CPP - Código de Processo Penal
CPPM - Código de Processo Penal Militar
CRM - Conselho Regional de Medicina
CTB - Código de Trânsito Brasileiro'
ed. - edição .
Edit. - Editora
Ex.: - Exemplo
Lé. - isto é
inc. - inciso
JECrim - Juizado Especial Criminal
LCP -Lei das Contravenções Penais
LEP - Lei de Execução Penal
LI - Lei de Imprensa
MP - Ministério Público
nO- número
OAB - Ordem dos Advogados do Brasil
p. - página
p.ex. - por exemplo
pp. - páginas
RJTACrSP - Revista de Jurisprudência do Tribunal de Alçada Criminal de São Paulo
s. - seguinte
ss. - seguintes
STF - Supremo Tribunal Federal
ST J - Superior Tribunal de Justiça
TSE -Tribunal Superior Eleitoral
v.g. - verbi grafia: por exemplo
vaI. - volume
NOTA EXPLICATIVA
A Reforma Processual Penal de 2008 introduzida pelas Leis 11.689. _ Júri,
11.690 - Provas e 11.719 - Procedimentos Penais, além de inserir transformações na lei
adjetiva, repercutiu em alguns institutos penais, entre. eles a indenização exdelicto,' por
exemplo. Some-se a isto, a nova Lei dos Crimes Hediondos (11.464/07) que permitiu a
. progressão de regime no cumprimento da pena, apesar dos elevados índices exigidos para tal
benefício. Por sua vez, a nova Lei de Drogas (11.343/06) e a nova Lei de Falêncías (11.101/05)
trouxeram novos efeitos extrapenais à condenação, v.g., a cassação para dirigir embarcação
utilizada para o tráfico e a impossibilidade de gerir empresa por mandato, respectivamente.
Tamanha inflação legislativa, não obstante os "elevados intuitos~' e o "primor técnico" do
legislador, se não levaram a desatualização das obras didáticas existentes, tornar.amcada vez. . .
mais difícil ao acadêmico uma visão sistêmica do conjunto normativo, ora objeto de estudo. Dàí
a modesta pretensão da presente Apostila: facilitar ao aluno a compreensão das mudanças
com vistas a precísa operacionalização dos institutos recentemente alterados. O crédito aos
autores, obras e pensamentos encontra-se ao final de cada seção, dispen~aoas, assim,. as .
repetições de nomes parágrafo a parágrafo. Desde já, peço desculpas .pelaseventuais
imperfeições do texto, aceitando com humildade as criticas que possamcabér .aeste trabalho
via e-mail: prof_rony@bol.com.br.
mailto:prof_rony@bol.com.br.
AGRADECIMENTOS
Ao Prof. Dr. Carlos Ferrara, Diretor Acadêmico do Campus-
.Pari, e ao Dr. Rodrigo Ribeiro de Paiva, Diretor Administrativo
do Campus-Pari pelo apoio a esta iniciativa;
Ao Prof. Dr. Cicero Germano da Costa, Coordenador do
Curso de Direito, pelo incentivo a este trabalho;
A Sandra R. Lima e Érica R. Mendes, funcionárias da
Biblioteca, pelo empenho catalográfico dedicado.
DEDICATÓRIA
Aos meus avós (in memoriam) e esposa;
Aos alunos do Curso de Direito do 6° Semestre, turma F.
"As dificuldades crescem à medida que nos aproximamos de
nossos objetivos" _Johann Wolfgang von Goethe
HERGERT, Rony Aliberti. DAS PENAS, Apostila, Curso de Direito, USF, São Paulo, 2008.
RESUMO
A pena é uma sanção aflitiva aplicada pelo Estado, através da ação, ao autor de "
um ilícito penal, comoretribuição à sua infração ao ordenamento, consistente na diminuição de
um bem jurídico. Todavia, é inegável que, mesmo mostrando-se concomitante às idéias de
castigo e defesa social, deve a reprimenda também buscar a ressocialização do condenado,
sem o que, seria ela apenas um instrumento de revanchismo estatal. Vinculada ao principio da
reserva legal, respeitado sempre o contraditório e somente imposta pelo Poder Judiciário, a
sua individualização ao homem delinqüente, verdadeira garantia constitucional, deve,
assegurar-lhe o tratamento mais justo possível.
Palavras-chaves: dosimetria, pena privativa de liberdade, pena restritiva de direitos, pena de
multa, pena substitutiva, regime de cumprimento de pena.
POSITIVO
Sublinhado
POSITIVO
Realce
POSITIVO
Realce
~-----------
i~~~'~
~.sk~~ 'ror. Esp. Rony A. Hergert - Direito Penal III - Das Penas
IDtrQduçj.Q o . . '..
NaE :la a idéia de
cas .Iva-_~ .__ . a sançao
mais freqüentemente aplicada era a morte
e a repressão alcançava não s6 ~
patrimônio, como também os descendentes
do infrator. . .....~,~,v~,,....~D o"r.L
\ '0'0 """"'-"/""'''''
3~) Mistas, a pena.' deve. objetivar,
Simultaneamente, retribUir. e. prevenira
infraçáo. Assim, outras médidas "devem ser
adotadas em relação'aos auto'r'es'de é~imes
tendo em vista a periculosidadéde uns e' ~
inimputabilidade ':;:ie outros (medidas de'
segurança). .
" .. '.
Principias constjtuêió'ri~is.
40) da .Individualização, a lei. deve regular a
individualização da pena de acordo com a
30) da proporcionalidade, a pena deve ser
proporcional ao crime cometido (art. 5°,
XLVI e XLVII, CF).
20) da Intranscendência, a pena não pode
passar da.pessoa do condenado, podendo a
obrigação de reparar o dano e a'decretação
de perdimento de bens ser, nos termos da
lei, estendidas aos sucessores e contra eles
executadas até' o' limite do valor' do
patrimônio transferido (art. 5°, XLV, CF). .
1'0) da Legalidade. não há pemr sem prévia
'cominação legal (art. 5°, XXXIX, CF). A
pena deve estar prevista em lei. vigente à
época da prática'do delito.
4a) Ressocializadora, a sociedade é apenas
defendida na medida que se proporciona a
adaptação do condenado ao meio social,
cumprindo que aquele seja submetido a
tratamento após o estudo de sua
personaIidade. p.íJv.n """!l'-" «f"' ~""""" ~ -,;-, V>~"""
~
Escolas Penais
18) Retribucionista, que tem como
fundamento da 'sanç!Q..Pi!Jla,,'aexigência de
justiça: pune-se o agente porque cometeu o
crime. São idéias de alguns filósofos
pertencentes a esta Escola:
1.1 o castigo (imposto por uma exigência
ética) compensa o mal e dá reparação à
moral _Kant; ,1.2 a pena (razão do direito) anula o crime (P.enaéa-rêtribuiç~oimposta pelo Estado'
(razão do delito) e por' isso é juridica em razão da prática de um ilícito penal e ~p;t
_Hegel. \Consis.t~ na 'privação ?e bens j~rídicos-"l:ti~.,-
A ausência de preocupação com a pessoa ,determmada pela lei, que visa à .#'
do infrator foi o ponto fraco desta Escola.•. .:. ,rea-daptaçãodo criminoso ao convívio social~
,,' >J~r<;:::;:~o::::::,,~:::'';!:::'*AJJ.. ..••.:E!à prevé'nÇãb'em 'relação à prática de .,.j....:..\~~..
28) Utllltansta, qtiÍe tem como fundamento da"l"'''' ..novas transgressões. ~--.'
\\sanção penal ~ um fim exclusivamente ." ' "
. prático: ode prevenção. O crime não seria
causa da pena, mas a ocasião para ser
aplicada. São idéias de alguns filósofos
pertencentes a esta Escola:
1.1 a finalidadedo Estado é a cOl)vivência
humana de acordo com o Direito; sendo
o crime a violação do direito, o Estado
deve impedi-lo por meio da coação.
psiquica (intimidação). ou fisica
(segregação) _Feurebach;
1.2 a pena é um mal tanto para o individuo,
que a ela é submetido, quanto para a
sociedade, que se vê privada de um
elemento que lhe pertence, mas 'que se
justifica pela utilidade _Bentham; .
1.3 a sanção é o meio de defesa social
adaptado à personalidade do
delinqüente _Garófalo;
1.4 a pena não é necessária se houver a
certeza moral de que o delinqüente não
reincida _Romagnosi
1
USF/Pari - Prol. Esp. Rony A. He"gert- Direito Penal IH - Das Penas
Introducão @
Penas Principais
comum, em silêncio, passando-se a outros
benefícios; e o último permitia o livramento
condicional. Ainda hoje, com certas
modificações,é o sis'temaadotado no Brasil.
culpabilidade e os méritos pessoais do
acusado (art. 5°, XLVI, CF).
5°) da Inderrogabilidade, praticado o delito a
imposição deve ser certa e a' pena
cumprida, salvo nas próprias hipóteses em
que alei excepciona, p.ex, prescrição (art.
5°, LlII, CF). .
° . .. _ II _ O ~rt: 32 do CP adotou as seguintes
6 ) da Humamdade, a Imposlçaoda sançao,;~ especlesde penas:
penal\ deve pautar-se pela ressocialização~''f' .. a) privativas de liberdade: reclusão e
do condenado; dai porque, não haverápena ".~.:;;:.:"., detenção (arts. 33 e Sl:i.,CP.);
de morte (l:ialvo em caso de. guerra "'i'"..,..,. b) restritiva de direitos: prestação
declarada); de caráter .perpétuo; de "'I' pecuniária, perda de bens e valores,
trabalhos forçados; cruéis; de banimento; prestação de serviços à comunidade
pois ao preso é assegurado o respeitoà sua' .ou a entidades públicas, interdição
integridade fisica e corporal (art. 5°, XLVII, temporária de direitos e limitação de
XLIX e art. 84, XIX, CF). fim de semana (art.43,.CP);
c) multa (arts. 49 e ss.; CP).
Sistemas Penitenciârios
1°) de Filadélfia, consistia no isolamento
celular' absoluto, com passeio isolado do
sentenciado em um pátio. circular, sem.
trabalho ou visitas, incentivando-sea leitura
da Blblia. Muitas foram as criticas à
severidade do sistema e à Impossibilidade
de readaptação social do condenado por
meio do isolamento.
A legislação penal especial prevê ainda
outras penas: a prisão simpl~s (LCP);a
pena de morte (crimes militares em tempo.
de guerra: traição; espionagem; motim;
deserção; insubordinação); a .prisão militar,
a suspensão de exercício do posto e a
reforma (CPM); a prisão em separado em
regime especial (Lei de Imprensa); a multa
reparatória (CTB); a advertência sobre os
efeitos das drogas e o comparecimento a
programaeducativo (nova Lei de Drogas).
2°) de Auburn, mantinha-se o isolamento
noturno, mas criou-se o trabalho dos presos,
primeiro em suas celas e, posteriormente,
em comum. Sua caracteristica era' o
absoluto silêncio entre os condenados:
regra desumana, que levou aos presos a
criação de uma espécie de alfabeto com às
mãos, prática até hoje existente.
3°) Progressivo, levava-se em conta o
comportamento e aproveitamento do preso,
demonstrados pela boa condula e pelo.
trabalho, estabelecendo-se três períodos ou
estágios no cumprímento da pena. O
primeiro deles, periodo de prova, constava
de isolamento celular absoluto; o outro' se
iniciava com a permissão do trabalho em
@ MlRABETE, Júlio Frabbini, FABBRINI,
Renato N; Manual de Direito Penal, 24" ed., vol.
I, pp. 243/50, Edit. Atlas, São Paulo, 2007 ..
NUCCI, Guilherme de Souza; lndtvidualização
da Pena, 2" ed., pp. 30/44, Edit. RT, São Paulo,
2007.
2
POSITIVO
Realce
POSITIVO
Realce
POSITIVO
Realce
POSITIVO
Realce
POSITIVO
Realce
POSITIVO
Sublinhado
POSITIVO
Sublinhado
POSITIVO
Sublinhado
POSITIVO
Sublinhado
POSITIVO
Sublinhado
POSITIVO
Sublinhado
POSITIVO
Sublinhado
USF/Pori, - Prof. Esp. Rony A. Hergerl- Direilo Penal IH - Das Penas
Penas Privativas de Liberdade @
Introdução
Se, do ponto de vista educativo e
recuperatório, a pena de prisão apresenta
vários defeitos, não se pode, entretanto,
questionar que continua ela a ser único
recurso aplicável para os delinqüentes de
alta periculosidade. A propósito, a própria
Exposição de Motivos do CP assevera que
não há óbice ,ao seu aperfeiçoamento,
quando necessário, bem como, á sua
substituição quando aconselhável.
Estabelece o inciso XLVIII do art. 4° da CF
que "a pena será cumprida em
estabelecimentos distintos, de acordo com
a natureza do delito, a idade e o sexo do
apenado". Assim é que as mulheres estão
sujeitas a um regime especial, cumprindo
pena em estabelecimento próprio. Devem
ser observados os deveres e os direitos
inerentes à condição pessoal da
sentenciada, bem como, no que couber, as
regras referentes às penas privativas de
liberdade (art. 37, CP). Aliás, reza o inciso
,L do art. 5° que "às presidiárias serão
asseguradas condições para que possam
permanecer com seus filhos durante o
período de amamentação". Ademais, o art.
82 da Lei de Execução Penal dispõe que,
além da mulher, o maíor de 60 anos
também deve ser recolhido a
estabelecimento próprio e adequado a sua
condição pessoal.
Espécies de Penas
Privativas de Liberdade
1a) Reclusão, em que se possibilita o
cumprimento nos três regimes (fechado,
semi-aberto e aberto)
2") Detenção, cumprida em regime semi-
aberto ou aberto. Permite-se, porém, no
caso de regressão, que o condenado a
pena de detenção venha a cumpri-Ia em
regime fechado (art. 33, CP e 118, LEP).
3") Prisão Simples, prevista apenas para ,as
contravenções penais e pode ser cumprida nos
regimes semi-aberto ou aberto.
Regimes de Execução da Pena
, Privativa de Liberdade
Como já se disse, a legislação pátria adotou o
Sistema Progressivo para execução da pena
privativa de liberdade (art. 33, ,~~, CP) e, "a
unificação das espécies de,penas privativas não '
impede a individualização na execução da
reprimenda.
o regime de pena é determinado pelo mérito do
condenado e, em sua ,fase inicial, pela
quantidade da pena imposta e pela reincidência.
São eles:
I - Regime Fechado, o cumprimento da pena se
dá em estabelecimento de segurança máxima
ou média _ penitenciária (art. 87, LEP), e o
condenado fica sujeito a trabalho 'no periodo
diurno e a isolamento durante o repouso noturno
,em cela individual com dormitório, aparelho
sanitário e lavatório (art." 88; LEP). São
requisitos básicos da unidade celular:
a) salubridade do ambiente pela concorrência
dos fatores de ,areação, 'insolação e
condicionamento térmico adequado à existência
humana;
b) área mfnima de seis metros quadrados (art.
88; parágrafo único, LEP).
A penitenciária de homens deverá ser
construida em local afastado do centro urbano a
distância que não restrinja a visitação (art. 90,
LEP) e a de mulheres poderá ser dotada de
seção para gestante e parturiente e de creche
com a finalidade de assistir o menor
desamparado, cuja responsável esteja presa
(art. 89, LEP).
Dentro do estabelecimento, o trabáiho será em
comum, na conformidade com as ocupações
anteriores do condenado, desde que
compatíveis com a execução da pena.' O
trabalho e,qerno é permitido em obras públicas,
3
USF/Pari - Prof. Esp. Rony A. Hergert - Direito Penal 111-. Das Penas
Penas privativas de Liberdade @
desde que tomadas as cautelas para evitar
a fuga. O trabalho será sempre
remunerado (art. 39, CP).
Em se tratando de regime fechado,' o
condenado será obrigatoriamente
submetido no inicio do cumprimentada
pena, a exame criminológico de
classificação para individualização da
. execução (art. 34, CP e art. 8°, LEP). O
referido exame poderá ser efetuado,
facultativamente, no condenado submetido
a regime semi-aberto (art. 35, caput, CP e
art. 8°, parágrafo linico, LEP).
Individualizar, na execucão, consiste em
dar a cada preso as oportunidades e os
elementos necessários para lograr a
reinserção social, iniciando-se o processo
com a observação do condenado para
classificação. Assim, além do exame de
personalidade, que deve ser efetuado no
curso do procedimento criminal e que se
refere não só ao passado, mas também ao
futuro, situando o indivíduona escala
ambiental e social, é necessário o exame
criminológico.
Com efeito, a gravidade do fato delituoso
ou as condições pessoais do agente,
determinantes da execução em regime
fechado, aconselham o exame, que se
orientará a fim de conhecer a inteligência,
a vida afetiva e os princípios morais do
preso, para determinar o regime de
semiliberdade ou de prisão-albergue, bem
como a concessão do livramento
condicional, sem que os sentenciados
estejam para tanto preparados, em
flagrante desatenção aos interesses da
segurança social.
o exame criminológico é realizado pela
Comissão Técnica de Classificação' de
cada presidia, que observará a ética
profissional, terá sempre presentes peças
ou informações do processo e poderá
entrevistar pessoas, requisitar de
repartições ou estabelecimentos privados dados
e informações a respeito do condenado e
realizar outras diligências e exames necessários
(art. 9°, LEP). A Comissão 'Técnica de
Classificação s.erá presidida' pelod,i,r;etor do
presldio e composta, no mínimo,.por ddis chefes
de serviço, um psiquiatra, quando se tratar de
condenado à pena privalivade liberdade, um
psicólogo e um assistente social; nos demais
casos (penas restritivas de direito), a Comissão
atuará junto ao Juizo da' Execução e será
integrada por fiscais do Serviço Social (art. 7°,
LEP).
O exame criminológico somente será realizado
após o trânsito em julgado da sentença
condenatória, já que visa à individualização para
a execução da pena privativa de liberdade.
Existe, também, a possibilidade de realização
do exame quando. o entender indispensável o
juiz da execução.
I1 - Regíme Semi-Aberto, a pena deve ser
cumprida em colônia agrícola, industrial ou
similar, podendo ser o condenado alojado em
compartimento coletivo, observados os mesmos
requisitos de salubridade de ambie'nte exigid:os .
na penitenciária (arts, 91 e 92,' LEP). São
requisitos básicos das dependências coletivas: ..
a) a seleção adequada de presos; . .
b) o limite .de capacidade máxima que atenda
aos objetivos de individualização da pena.
É permitido o 1rabalho externo, bem como a
freqüência a cursos supletivos e
profissionalizantes, de instrução. de segundo
grau ou superior (art. 35, CP).
A jurisprudência tem entendido que, na
ausência de vagas no regime semi-aberto, o
condenado deve aguardar a vaga no regime
fechado, O preso no regime intermediário tem
direito, com autorização judicial, à saída
temporária da colônia com a finalidade de visitar
familiares, freqüentar cursos ou participar de
outras atividades relevantes para sua
ressocialização por prazo não superior a 7 dias,
4
USF/Pari - Prof. Esp. Rony A. Hergert - Direito Penal IH _ Das Penas
~s Privativas de Liberdade C!
. renovável quatro vezes por ano (arts. 12,
123 e 124, LEP).
11 Regime Aberto, fundado na
autodisciplina e senso de responsabilidade
do condenado, deverá ele, fora do
estabelecimento e sem vigilância,
trabalhar, freqüentar curso ou exercer
outra atividade autorizada, permanecendo
recolhido durante o repouso noturno e nos
dias de folga na casa do albergado, que
deverá conter, além dos aposentos para os
presos, lugar adequado para cursos e
palestras, instalações para os serviços de
fiscalização e orientação dos condenados
(art. 95, LEP).
o art. 117 da LEP admite, em hipóteses
excepcionais, que o sentenciado cumpra o
regime abelio em prisão-albergue
domiciliar. Nesse caso, o condenado deve
recolher-se à sua residência durante o
período noturno e dias de folga. Essa
forma de prisão domiciliar é admissivel
quando se trata de pessoa maior de 70
anos, condenado acometido de doença
grave, pessoa com filho menor ou doente
mental ou, ainda, quando se trata de
condenada gestante. A jurisprudência tem
admitido também a prisão domiciliar fora
dessas hipóteses quando não existe na
comarca albergue no qual o sentenciado
possa recolher-se.
IV - Regime Disciplinar Diferenciado, não é
um novo regime de cumprimento de pena,
mas sim, um preceito carcerário especial
caracterizado por maior grau de
isolamento do preso e de restrições ao
contato com o mundo exterior, ao qual
poderão ser submetidos os condenados ou
presos provisórios, por deliberação judicial,
como sanção disciplinar, pelo prazo
máximo de 360 dias (sem prejuizo de
. repetição da sanção, em caso de nova
falta grave da mesma espécie, até o limite
de 1/6 da pena aplicada), ou .como medida
preventiva e acautelatória. nas hipóteses de
presos sobre os quais recaem fundadas
suspeitas de envolvimento ou participação em
organizações c.rimiqosas que representem alto
risco para a ordem e a segurança do
estabelecimento penal ou para a sociedade (art.
52, 33 10e 20, LEP) Suas características são as
seguintes:
a) recolhimentciem cela individual;
b) visitas semanais de, no máximo, 2 pessoas,
com duração de 2 horas.(sem contar as
crianças);
c) limitação a 2 horas diárias de sol.
Regime Inicial de Execução da Pena
Privativa de Liberdade
Estão obrigatoriamente sujeitos ao regime
fechado, no.infeio do cumprimento da pena:
a) os condenados pela Lei dos Crimes
Hediondos (Lei na8.072/90); ...
b) os condenados segundo a Lei das
OrganizaçõesCriminosas(Lein09.034/95); .
c) os condenados pelo Crime ôeTortllra (Lei nO
9.455/97); . .'.
d) os condenados à reclusão reincidentes; ou
e) cuja pena seja superior a 08 árias.
Podem iniciar o cumprimento em regime semi-
aberto:
a) os não-reincidentes condenados à pena de
reclusão superior a 4 anos e não excedente a 8
anos (se reincidentes, devem iniciar no regime
fechado). Na fixação do regime inicial o juiz
deve atentar aos critérios descritos no art. 59 do
CP (personalidade do acusado,culpabilidade,
conduta social, circunstâncias e conseqüências
do crime). Assim, o quantum da pena não é um
critério absoluto, sendo possível, por ex., que
alguém seja condenado a 6 anos de reclusão e,
mesmo sendo primário, o juiz fixe o regime
inicial fechado por entender que o acusado tem
péssima conduta social ou que o crime por ele
cometido revestiu-se de determinada
característica que o tornou mais gravoso que o
normal. Não se pode, porém, esquecer o teor da
5
USF'/Pari - Prof. Esp. Rony A. Hergert - Direito PenalllI _ Das Penas
~Priyatiyas de ] ,iberdade ~
Súmula 718/STF: "a opinião do julgador
sobre a gravidade em abstrato do crime
não constitui motivação idônea para a
imposição de regime mais severo que o
permitido segundo a pena aplicada"; bem
como da Súmula 719/STF: "a imposição do
regime de cumprimento mais severo do
que a pena aplicada permitir exige
motivação idônea".
b) ainda de acordo com a Súmula
269/STJ: "É admissivel a adoção do
regime .. prisional semi-aberto aos
reincidentes condenados a pena igualou
inferior a quatro anos se favoráveis as
circunstâncias judiciais".
Devem iniciar o cumprimento em regime
semi-aberto:
a) os condenados reincidentes à pena de
detenção, qualquer que seja sua
quantidade (ainda que reincidente o
condenado, não se lhe pode impor
inicialmente o regime fechado quando
aplicada pena de detenção _ar!. 33, capui,
CP);
b) os não-reincidentes condenados à pena
superior a 4 anos.
Só podem iniciar o cumprimento da pena
em regime aberto os. condenados não-
reincidentes:
a) com pena igualou inferior a 4 anos;
b) por regra especial, a pena de prisão
simples, aplicada nas contravenções, só
.pode ser cumprida em regime semi-aberto
ou aberto.
Não se deve conceder o regime aberto a
condenado estrangeiro, com permanência
irregular no pais, já que não pode
desempenhar ele trabalho remunerado,
pressuposto do beneficio, além de estar
sujeito a expulsão ou deportação.
Quando houver condenação por mais de
um crime, no mesmo processo ou em
processo distintos, .a determinação de
cumprimento será feita pelo resultado da
soma ou unificação das penas, ,observada.
quando for o caso, a detração ou remição (art:
111, LEP).'
Quanto ao regime de prisão-albergue, Rprém, o
sentenciado deverá, preencher os requisitos
previstos na art. 114 da LEP: '..
. a) estar trabalhando ou comprovar a
possibilidadede fazê-lo imediatamente;
b) apresentar, por seus antecedentes ou pelo
resultadodos .exames a que foi submetido,
fundados .indicios de que irá ajustar-se, com
autodisciplina e senso de responsabilidade,ao
novo regime.
Evidentemente, quando se tratar do regime
inicial, não se terá efetuado nenhum exame do
sentenciado, e a opção do magistrado fundar-
se-á apenas nas circunstâncias' judiciais de
fixação da pena (ar!. 59, CP).
Comojá se disse, o regime de prisão aberta em
residênciaparticular (prisão domiCiliar), somente
será admitido se o co'ndenadofor maior de 70
anos, se estiver acometido de doença grave, ou
se tratar de mulher corri filho menor ou
deficiente físico ou mental ou se for gestante
(art. 117, LEP). Entretanto, diante da falta de
estabelecimentos adequados ao cumprimento
da pena em regime aberto, os. tribunais têm
concedidoa prisão em domicílio.
o ingresso do condenado em regime aberto
supõe a aceitação de seu programa e das
condições impostas pelo juiz (art. 113; LEP).
Poderá ser dispensado do' trabalho o
beneficiado com a prisão domiciliar (art. 114,-
.parágrafo único, LEP).
Por depender o regime aberto de requisitos
subjetivos (matéria'de prova), não pode ser ele
concedido em apreciação do pedido de habeas
corpus, a não ser que fique demonstrada, de
pronto" a ilegalidade da imposição do regime
mais severo ao paciente.
Progressão de Regime de Pena
6
USF/Pari - Prof. Esp. Rony A. Hergert - Direito Penal III - Das Penas
Penas privativas de Liberdade Cl
As penas privativas de liberdade devem
ser executadas em forma progressiva de
acordo com o cumprimento de um certo
tanto da pena no regime anterior, mais o
mérito do condenado.
Por mérito do condenado deve-se
entender o seu merecimento, a Sua
aptidão para o regime menos rigoroso;
vale dizer, não somente o ajustamento do
condenado às regras do regime carcerário
em que se encontra, mas também um juizo
sobre a sua capacidade provável de
adaptação ao regime menos restritivo.
Essa avaliação mais abrangente e
aprofundada . dificilmente é apenas
.assegUrada por um mero atestado de bom
comportamento carcerário expedido
somente pelo diretor do presídio; por
vezes, impõe ao juiz da execução a
determinação de realização de diligências
e produção de provas, inclusive p'ericial
(art. 196, LEP e 156, CPP) para a
formação do convencimento acerça. das
condições progressivas.
Com relação ao requisito temporal, os
indices são os seguintes:
a) 1/6 da pena no regime anterior (mais
severo) para a maioria dos crimes;
b) 2/5 da pena no regime anterior (mais
severo), para' os condenados não-
reincidentes em crimes hediondos, por fato
praticado a partir de 29/03/07 (Lei n°
11.464/07);
c) 3/5 da pena no regime anterior (mais
severo), para os condenados reincidentes
em crimes hediondos, por fato praticado a
partir de 29/03/07 (Lei n° 11.464/07).
d) atenção: para os autores de crimes
hediondos praticados antes de 29/03/07, e
assim condenados, prevalece a exigência
de apenas 1/6 de cumprimento da pena no
regime mais severo em razão do princIpio
da lei antiga mais benéfica ultrativa ..
Não existe progressão por ..saltos, ou seja,
iniciado o cumprimento da pena em regime
fechado, o sentenciado deve passar pelo regime
semi-aberto antes de ser colocado no regime
aberto. Não mais se exige parecer da Comissão
Técnica de Classificação e exame criminológico
para a progressão de regime. É imprescindível,
contudo, a oitiva do representante do Ministério
Público e do defensor do condenado para fim de
progressão e, obviamente; a decisão do juiz
deve ser sempre motivada.
Em se tratando de progressão à prisão aberta,
exige-se, . ainda, como dito acima, que o
condenado preencha os requisitos do art. 114
da LEP. Para o condenado por crime contra a
administração pública.é também condição para
a progressão a reparação do.dano causado ou a .
restituição. do produto do ilícito, com os
. acréscimos legaís.
Regressão de Regime de Pena.
É a transferência de um regime para outro mais'
rigoroso. O condenado que cumpre pena em.
regime aberto pode ser transferido para. o
regime semi-aberto ou fechado, e.Q que cumpre
sanção no regime semi-aberto será recolhido a
estabelecimento de segurança máxima ou
média.
Estabelece o art. 118 da LEP, obrigatoriamente,
a regressão para qualquer dos regimes mais
rigorosos quando:
a) o sentenciado pratica fato definido como
crime doloso (para que seja decretada a
. regressão não' é necessária a condenação
transitada em julgado, basta a prática do delito);
b) o condenado praticar falta grave (fuga,
participaçi:lo em rebelião, posse de instrumento
capaz de lesionar pessoas, descumprimento de
deveres). ;
c) o reeducando sofrer nova condenação, cuja
soma com a pena anterior, torna incabível o
regime atual.
7
USF/Pari - Prof. Esp. Rony A. Hergert- Direito PenallII - Das Penas
o Penas Privativas de Liberdade @
Para o condenado que se encontra em
regime aberto, a regressão ocorrerá
também se ele frustrar os fins da execução
da pena (parar de trabalhar, não
comparecer à prisão-albergue etc.) ou se,
podendo, não pagar a pena de multa
cumulativamente .imposta. Nessas
hipóteses e no caso de prática de fato
definido como crime doloso ou falta grave,
deve ser ouvido previamente o condenado.
Essa obrigatoriedade decorre do fato de
que não se exige, no caso da prátioa de
crime doloso, que o albergado já tenha
sido condenado pelo crime superveniente
ao cumprimento da pena no regime aberto.
Deveres do Preso
.Constituem déveres especificos do
condenado: comportamento disciplinado e
cumprimento fiel da sentença; obediência
ao servidor e respeito a qualquer pessoa
com quem. deverá relacionar-se;
urbanidade e respeito no trato com os
demais condenados; conduta oposta aos
movimentos individuais ou coletivos de
fuga .ou de subversão à ordem e. à
disciplina; execução do trabalho, das
tarefas e das ordens recebidas; submissão
à sanção disciplinar imposta; indenização
à vitima ou a seus. sucessores;
indenização ao Estado quando possível,
das despesas realizadas com sua
manutenção, mediante desconto
proporcional da remuneração do trabalho;
higiene pessoal e. asseio da. cela ou
alojamento; conservação dos objetos de
uso pessoal.
Direitos do Preso
De outro lado, a prisão não deve impor
restrições que não sejam inerentes à
própria natureza da pena privativa de
liberdade. Por essa razão, segundo
preceito constitucional, impõe-se a todas
•
as autoridades o respeito à integridade física e
moral do detento ou presidiário (art. 5°, XLIX,
CF). Além disso, estabelecem-se
exaustivamente na lei os direitos do preso:
I - alimentação suficiente e vestuário' .., ..
. . .', _ ,. '"
11- atribuição de trabalho é remuneração;
111-previdência social; ..
IV - constituição de pecúlio;.. . .. . .
V -proporcionalidade. na distribuição do tempo
para o trabalho, o descanso ea recreação;
VI - exercício das atívidades profissionais,
. intelectuais, artísticas e desportivas anteriores,
desde que compatíveis com a execução da
pena;
VII - assistência. material, à saúde, jurídica,
educacional, social e religiosa;
VIII - proteção contra qualquer forma de
sensacionalismo:
IX - entrevista pessoal e reservada com o
advogado;
X - visita do cônjuge, da companheira, de
parentes e amigos em dias determinados;
XI - chamamento nominal;
XII .:..igualdade de tratamento salvo quanto a
exigênciada individualização da pena;
XIII - audiência especial com o diretor do
estabelecimento;
XIV - representação e petição à qualquer
autoridade, em defesa de direito;
.XV - contato com o mundo exterior por meio de
correspondência, de leitura e de outros meios
de informações que não comprometam a moral.
e os bons costumes; .
XVI - atestado depena a cumprir, emitido
anualmente, sob pena da responsabilidade da.
autoridadejudiciária competente...
Somente os direitos previstos nos incisós V, Xe
XV poderão ser suprímidos ou restringidos,
exigindo-se ato motivado do diretor do
estabelecimento. Esses mesmos direitos sofrem
maiores restrições no regime disciplinar
diferenciado.
Trabalho do Preso
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Os que não estão grifados são absolutos.
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Os que não estão grifados são absolutos.
USF/Pal"i - Prof. Esp. Rony A. Hergert- Direito Penal UI _ Das Penas
Penas Pri.ya!iY.as de Liberdade I!")
Impõe-se ao preso o trabalho obrigatório,
remunerado e com as garantias dos
benefícios da Previdência Social (art. 39,
CP). Trata-se de um dever social e
condição de dignidade humana, que tem
finalidade educativa e produtiva. A jornada
normal de trabalho não deve ser inferior a
seis, nem superior a oito horas, com
descanso nos domingos e feriados, em se
.tratando de trabalho interno, e sua
organização, seus métodos e atribuições
es{ão submetidos às normas da LEP.
Tratando-se de regime fechado, o trabalho
serà em Comum dentro do
estabelecimento, na conformidade das
aptidões ou ocupações anteriores do
condenado, desde que compativeis com a
execução da pena, sendo admissível o
',rabalho externo em serviços e obras
')úblicas (art. 34, S 3°, CP). Para o trabalho
externo, exige-se, além disso, o
cumprimento mínimo de 1/6 da pena (art.
37, LEP).
Em regime semi-aberto, o trabalho é
,ealizado em colônia agrícola, industrial ou
~stabelecimento similar, sendo admissível
) trabalho externo, bem como a freqüência
'3 cursos supletivos, profissionalizantes, de
Instrução de segundo grau ou superior (art.
35, CP).
o trabalHo do preso será remunerado,
mediante prévia tabela, não podendo a
emuneração ser inferior a 3/4 do salário
nínimo. A destinação do produto da
-emuneração está prevista na LEP e
deverá atender (art. 29, LEP):
..I) à indenização dos danos causados pelo
;rime, desde que determinados
iudicialmente e não reparados por outros
meios;
J) à assistência à família;
;) a pequenas despesas pessoais;
i) ao ressarcimento ao Estado das
despesas realizadas com a manutenção
lo condenado, em proporção a ser fixada
t
e sem prejuízo da destínação prevista nas letras
anteriores. .' .
Ressa.lvadas outras aplicações legais, será
dep?sltada a parte restante para constituição o
peculto, em. caderneta de poupança ,que será'
entregue ao 'condenado .quando posto em
liberdade.
o condenado, por crime polltico não está
obrigado ao trabalho (art. 200,LEP).
Superveniência de Doença Mental
o condenado a quem sobrevém doença mental
durante .cumprimento da pena. deverá ser
recolhido a hospítal de custódia. e tratamento
psiquíátrico ou, à falta, a outro estabelecimento
adequado. .
Remição
O condenado que cumpre .apena em regime
fechado ou semi-abertopodéâbreviar, peiei.'
trabalho, parte do tempo de exec::uçãoda pena.'
_remição. A contagem do tempo será feita à
razão de um dia de pena por três de trabalho, e
alcançará até mesmo o preso impossibilitado de
prosseguir no trabalho por ter sido vítima de
acidente durante o trabalho prisional (art. 126,
LEP).
o tempo remido deve ser computado como de
pena privativa de liberdade cumprida pelo
condenado e não simplesmente abatido do total
da sanção aplicada. Esse mesmo tempo será
também computado para a concessão' de
livramento condicional e indulto. .
Como um dos objetivos do instituto da remição é
o incentivo ao bom comportamento do
sentenciado e a sua readaptação, prevê a lei
que ele perderá o direito ao tempo remido
quando for punido por falta grave. Nessa
hipótese, começará a ser computado um novo
período a partir da data da infração disciplinar
(art. 127, LEP).
9
USFlPari - Prof. Esp. Rony A. Hergert - Direito Penal 111 - nas Penas'
Penas Priyatjyas de Ljberdade@
Como . cautela. para evitar distorções
comprometedoras à eficiência e ao critério
do instituto, determina-se que a remição
depende de declaração do juiz da
execução, ouvido previamente o MP.
Deverão estar comprovados não só OS
dias de trabalho efetivo do sentenciado
como também a jornada diária não inferio~
a seis horas (art. 33, LEP).
Sendo obrigatório o trabalho do preso e
não o atribuindo o Estado ao' sentenciado,
poderá este ver reconhecida a remição
mesmo não tendo desempenhado a
.atividade laborativa quando esta decorrer
da deficiência do presídio onde cumpre a
pena.
o Projeto de Lei '1.936/07, em tramitação
pelo Congresso, busca introduzir a
remição da pena pelo processo
educacional, em virtude de freqüência e
aproveitamento em curso de qualquer
grau. nivelou modalidade de ensino.
Detração
Detração é o cômputo, na pena privativa
de liberdade e na medida de segurança,
do tempo da prisão provisória cumprida no
Brasil ou no estrangeiro, de prisão
administrativa ou de internação. em
hospital de custódia ou tratamento
psiquiátrico. Vale dizer: se o sujeito
permaneceu preso durante o processo, em
.razão de prisão em flagrante, preventiva
ou qualquer outra forma de prisão
provisória, o tempo de permanência no
cárcere será descontado do tempo da
pena privativa de liberdade imposta na
sentença final. Assim, se alguém foi
condenado a 3 anos e 6 meses e havia
ficado preso por 6 meses aguardando a
sentença, terá de cumprir apenas o
restante da pena, ou seja, 3 anos.
A detração aplica-se qualquer que tenha sido o
regime de cumprimento fixado na sentença
(fechado, semi-aberto ou aberto). Tambérn se
aplica a algumas penas restritivas de direitos
(prestação de serviços à comunidade ou
entidades públicas; interdição temporária de
direitos e limitação de fim de semana) porque
estas substituem a pena privativa de liberdade
. pêlo mesmo tempo aplicado na sentença (art.
55, CP). Suponha-se que uma pessoa ficou
presa 6 meses aguardando a sentença e foi
condenada a 8 meses de detenção, sendo que
o juiz substituiu a pena privativa de liberdade
por prestação de serviços à comunidade (pena
restritiva de direitos). A prestação de serviços
teria de ser feita por 8 meses, mas,
descontando-se o tempo em que o condenado
ficou preso, terá de cumprir apenas os 2 meses
faltantes.
~ incabível a detração quando se impõe a pena
de multa na sentença, até porque o art. 42 do
CP é taxativo e nãó' menCiona". a sua
possibilidade.
Em relação ao sursis, também é.,incabivela
detraçãO porque se trata de pena substitutiVa'
que não guarda proporção com à pena privativa
de liberdade aplicada na sentença. Com efeito,
o sursis é aplicado por um período de 2. a 4
anos para substituir pena privativa de liberdade
não superior a 2 anos. Assim,. se alguém é
condenado a 1 ano de reclusão e o juiz concede
o sursis por 2anos, não pode serdescontado o
tempo de prisão provisória. Veja-se, entretanto,
que se o sursis for revogado a conseqüência
será o cumprimento da pena originariamente.
imposta na sentença (1 ano). Nesse caso,
poderá ser feita a detração.
Quanto à medida de segurança é fácil notar que
o art. 42 do CP admite a detração. O problema é
que na medida de segurança o juiz fixa apenas
o prazo mínimo de seu cumprimento (1 a 3
anos), sendo o. periodo indeterminado
perdurando enquanto não for averiguada,
mediante perícia médica, a cessação da
periculosidade (art. 97, !l 1°, CP). Ora, se a
10
USF/Pari _ Pror. Esp. Rony A. Hergert - Direito Penal UI - Das Penas
Penas Privativas de Liberdade e
pencla médica constatar que não houve
cessação de periculosiàade, o JUIZ
determinará a continuidade da internação
até a próxima pericia e assim
sucessivamente. Como, então, aplicar a
detração? Entende-se que a detração será
aplicada em relação ao prazo mínimo.'
Assim, se na sentença o juiz fixou o prazo
de 1 ano para a realização. da primeira
perícia médica e o sentenciado já havia
ficado preso ou internado provisoriamente
por 3 meses, será esta realizada antes do
prazo (9 meses), descontando-se o
período de internação provisória.
Autorizações de Saída
São benefícios cabíveis aos presos em
regime fechado ou semi-aberto, onde fica
permitida a saída do estabelecimento
penal. Dividem-se em duas espécies:
a) permissão de salda (art. 120, LEP):
cabivel aos presos provisórios ou
condenadoS; concedida pelo diretor do
estabelecimento penal (se negada, pode
ser requeridaao juiz); a saída é realizada
mediante escolta policial, pelo tempo
necessário a finalidade da saída.
Cabim13nto: falecimento ou doença grave
de' cônjuge/companheiro, ascendente,
descendente ou irmão; para tratamento
médico;
b) salda temporária (art. 122, LEP): cabivel
aos presos que cumprem pena em regime
semi-aberto: concedida pelo juiz, ouvído o
MP e a administração penitenciária; a
saida é realizada sem escolta policial, com
tempo limitado a 7 dias, podendo ser
renovado por mais quatro vezes por ano
(máximo de 35 dias). Cabimento: visita à
familia (dia dos pais, mães, natal, ano
novO, Páscoa etc.), freqüência a curso
(supletivo, profissionalizante, segundo
grau, superior) na comarca do juízo da
.execução (nesse caso poderá superar os
35 dias); participação em atividades que
permitam a ressocialização. Condições para
concessão: comportamento adequado do preso;
cumprimento de no mínimo 1/6 da pena imposta
se for primário ou '1/4 da pena, se reincidente;
compatibilidade do benefíciO com os objetivos
da pena.
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USFlPari - Prof. Esp. Rony A. Hérgerl-Direito Penal lU - Das Penas
Penas Privativas de Ljberdade @
Tabela Mnemônica
'.'~
I PENA E QUANTIDADE PERSONALIDADE DO REGIME
CONDENADO
Menor ou igual a 4 anos . nrisão simples Primário .Aberto
Menor ou igual a 4 anos - orisão simnles Reincidente - Serrii-aberto
Menor ou i"ual a 4 anos -'-detenção Primário Aberto
0..ienor oujgual a 4 anos - detenção Reincidente -- Semicaberto
Menor ou igual a 4 anos - reclusão Primário Aberto
Menor ou igual a 4 anos -- reclusão Reincidente Fechado
Maior de 4 e menor ou igual a.8 anOs - prisão Primário ou reincidente Semi -aberto
simples
Maior de 4 e menor ou i"ual a 8 anos, detencão Primário ou reincidente Semi -aberto
Maior de 4 e menor ou igual a 8 anos - reClusão Primário Semi -aberto
Maior de 4 e menor ou igual a 8 anos - reclusão Reincidente Fechado
Maior de 8 anos - orisão simoles Primário ou reincidente Semi.aberto
Maior de 8 anos - detencão Primário ou reincidente Semi-aberto
Maior de 8 anos - reclusão Primário ou reincidente Fechado
Crime hediondo -oualouer oena ou ouantidade Primário ou reincidente Fechado
@ GONÇALVES, Victor Eduardo' Rios; Direito
Penal- Parte Geral, série Sinopses. Jurídicas, voI.
7, 10' ed., pp. 109/21, Edit. Saraiva, São Paulo,
2005.
MlRABETE, Júlio Frabbini, FABBRINl, Renato
N' Manual de Direito Penal, 24" ed., vaI. l, pp.
252170, Edit Atlas, São Paulo, 2007.
12
USFIPari - Prof. Esp. Rony A. Hel"gert - Direito Penal lI! - Das Penas
&naa.Restritivas de Djreitos @
Classificação.
Há, modernamente, uma orientação de
restringir a pena privativa de liberdade aos
casos de reconhecida necessidade e, para
tanto, a penologia procura substitutivos
penais para essa sanção, ao menos no
que se relacione com crimes menos
graves e aos criminosos cujo
encarceramento não é aconselhável. As
penas substitutivas foram denominadas
penas restritivas de direitos e classificadas
no art. 43 do CP em:
I - prestação pecuniária:
" - perda de bens e valores;
III - prestação de serviços à comunidade
ou entidades públicas;
IV - interdição temporária de direitos;
V - limitação de fim de semana.
Recentemente, a nova Lei de Drogas (Lei
nO . 11.343/06) passou a prever a
"advertência sobre os efeitos das drogas" e
a "medida educativa de comparecimento a
programa ou curso educativo" como penas
principais a serem aplicadas ao condenado
por crime relacionado com o consumo de
drogas.
A multa passou .também a ser substitutiva
da pena privativa de liberdade, quando
esta, aplicada; for igualou inferior a um
ano (art. 44, S 2°, CP).
Prestação pecuniária
A prestação pecuniária Oá prevista no art.
12 da Lei nO9.605/98 - Crimes Ambientais)
consiste no pagamento em dinheiro à
vítima, a seus dependentes ou a entidade
pública ou privada com destinação social,
de importãncia fixada pelo juiz da
condenação. Por disposição expressa, não
pode. ser ela inferior a um salário mlnimo
nem superior a 360 vezes esse salário (art.
45, S 1°, CP). O juiz deve fixar 6 quantum
da reprimenda com base apenas nos
dados disponiveis no processo.
Não se confunde a prestação pecuniária com a
pena de multa (originária ou substitutiva), cujo
valor reverte em favor do Estado. Também não
se confunde a pena de prestação com a de
multa reparatória, cominada no art. "297 do
Código de Trânsito Brasileiro, uma vez que esta
somente é cabível quando houver dano material
ao ofendido, causado pelo i1icito, enquanto
aquela é admissível ainda na ausência de
prejulzo individual.
Caso o ofendido venha a propor ação de
reparação civil, ou a execução civil da sentença
condenatória penal transitadà em jUlgado, o
valor referente à prestação pecuniária pago ao
ofendido será .descontado do total da
condenação civil ou penal.
Dispõe o ~ 2° do art. 45 do CP que, se houver
. aceitação do ofendido (beneficiário), da entidade.
pública ou privada com destinação social, a
prestação pecuniária poderá constituir-se, por
decisão do juiz, em prestação de outra natureza,
como, por exemplo, o fornecimento de. cestas
básicas. É obrigatória, pois,. a consulta ao
beneficiário, pelo juiz da execuçllo, para que se
efetue a referida substituição.
Há expressa vedação à substitUiÇão da pena
pelo pagamento de cestas básicas ou por outra
forma de prestaçâo pecuniária em crime que
configure caso de violência doméstica e familiar
contra mulher.
Perda de Bens e Valores.
Constitui, nos termos do ~ 3° do art. 45 do CP,
.no confisco em favor do Fundo Penitenciário
Nacional de quantia que pode atingir até o valor
referente ao prejufzo causado ou do provento
.obtido pelo agente.. ou .. por terceiro, em
conseqüência da prática do crime, prevalecendo
aquele que for maior.
Não se confunda o instituto em análise, que é
pena substitutiva, com a perda em favor da
13
POSITIVO
Realce
POSITIVO
Realce
POSITIVO
Realce
POSITIVO
Realce
USF/Pari - Prof. Esp. Rony A. Hergert - Direito Penal 111- nas Penas
Penas Restritiyas de Dir.rito..s Cl
União, tratada pelo art. 91, 11,do CP, que é
efeito secundário da condenação (aplicado
cumulativamente à pena privativa de
liberdade ou de outra natureza), dos
instrumentos do crime, que consistam em
coisas cujo fabrico, alienação, uso, porte
. ou detenção constitua fato ilícito, ou do
produto do crime ou de qualquer bem ou
valor que constitua proveito' auferido pelo
agente com a prática do fato criminoso.
Prestação de Serviços à Comunidade
ou à Entidades Públicas .
Consiste na atribuição ao condenado de
tarefas gratuitas junto a entidades
assistenciais, hospitais, escolas, orfanatos
ou outros estabelecimentos congêneres,
em programas' comunitários ou estatais
(art. 46, S 2°, CP). Essa pena somente é
admitida quando o réu for condenado a
. pena privativa de liberdade superior a 6
meses. Tal sanção atende às exigências
da retribuição sem degradar ou corromper.
A prestação de serviços à comunidade
aplicada com fundamento na nova Lei de
Drogas deve ser cumprida,
preferencialmente, em programas ou
entidades que se ocupem da prevenção do
consumo ou da recuperação de usuários e
dependentes de drogas (art. 28, S 5°, Lei
11.343/06).
As tarefas devem ser atribuidaspelo juiz
da execução conforme as aptidões do
condenado, sem prejudicar a jornada
norma de trabalho do condenado. A pena
deve ser cumprida à razão de uma hora de
tarefa por dia de condenação à pena
privativa de liberdade substituída. Não há
limitação expressa do número minimo ou
máximo de horas por dia de trabalho,
desde que respeitado, em princípio, o
tempo de duração da pena privativa de
liberdade fixada inicialmente. Em regra,
portanto, deve ter e não pode ultrapassar a
carga de 7 horas semanais. Permite a lei,
porém, que o condenado a pena superior a 1
ano, por sua iniciativa, mas com '0 aval do juiz,
cumpra a pena. em menor tempo, ou seja,
prestando serviços por mais de. 7 horas
semanais. Não lhe é facultado, contUdo, fazê-lo'
de tal forma a que o tempo se reduza a menos
. da metade da pena privativa de liberdade fixáda
inicialmente na sentença.
A pena de prestação de serviços à com(jnidade..é aplicada pelo juiz do processo, mas é o juiz da
execução quem designa a entidade na qual o
sentenciado prestará os serviços (art, 149,
LEP), . devendo tal entidade encaminhar,
mensalmente, ao Juízo das EX$cuções, um
relatórío sobre o compareCimento e o
aproveítamento do condenado (árt. 150, LEP).
Interdição Temporãtia de Direitos
Cabivel às penas' privativas de . liberdade
inferiores a 4 anos nos crimes cometidos sem
violência a pessoa; ou às que seriam aplicadas
. aos autores de crimes culpÚsos, qualquer que
seja a sua quantidade. Não se' confunde nem
implica perda do cargo exercido pelo condenado
esta é efeito da condenação, s6 ocorre
quando a pena aplícada for superior a 4 anos e
deve ser motivadamente declarada na sentença
(art. 92, I, "b", e parágrafo único, CP).
Essa espécie de sanção atinge os interesses
econômicos do condenado sem acarretar os
males representados pelo encarceramento de
curto prazo; bem como, tem maior significado na
prevenção, já que priva o sentenciado da prática
de certas atividades sociais em que se mostrou
irresponsável ou perigoso.
A primeira interdição é a proibição doexercicio
de cargo, função, atividade pública ou mandato
eletivo justifica-se nos casos de infração relativa
ao dever. funcional praticada quando do
cometimento do i1fcito penal. A infidelidade, o
abuso de poder, a violação' do dever funcional
indicam a necessidade de aplicação da referida
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POSITIVO
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USF/Pari -7 Pror. Esp. Rony A. Hergert...: Direito Penal 1I1 _ Das Penas
.penas Restritivas de Direitos @.
pena alternativa quando não for indicada a
pena privativa de liberdade:. Ela não é
apenas a suspensão daquele que exerce o
cargo, função, atividade pública ou
mandato eletivo, mas também a proibição
para aquele' que deixou de exercê~la
(voluntariamente ou não) após a prática do
crime _é uma incapacidade temporária,
portanto.
A nova Lei de Drogas prevê a
possibilidade de determinar o juiz o
afastamento cautelar de suas atividades
do funcionário público denunciado por
crime relacionado com o tráfico de drogas, .
A segunda interdição é aproibigão do
exerCício de profissão, atividade ou ofício
que dependem de habilitação especial, de
licença ou autorização do poder público.
Aplicada tal sanção, o condenado fica
privado de exercer o seu trabalho, pelo
tempo da pena, ainda que esteja habilitado
legalmente para seu exerclcio. Justifica-se
a sua aplicação nos casos daquele que
infringiu as regras essenciais no
desempenho de suas atividades ou
abusando de suas condições profissionais
para a prática do ilícito penal.
Não se confunde essa pena de interdição
com as medidas não penais que acarretem
as mesmas conseqüências (OAB; CRM).
as quais não excluem o processo ou o
cumprimento da pena imposta na ação
penal.
A terceira interdição é a suspensão de
autorização ou de habilitação para dirígir
veículo aplicável exclusivamente' aos
crimes culposos de trãnsito (art. 57, CP), a
qual se justifica tanto no seu aspecto
retributivo quanto preventivo.
Entretanto, os crimes culposos de trãnsito,
cometidos na direção de veiculos
automotores, passaram a ser tipificados no.
Código de Trânsito Brasileiro,estabelecendo-se
para eles, além das penas privativas de
liberdade e multa, a suspensão ou proibição de
se obter a permissão ou habilitação para dirigir
veic~lo automotor. .Destarte, .. tal '; interdição
prevista no Código Penal só poderá ser
aplicada, nos crimes culposos' de trãnsito, em
substituição à pena privativa de liberdade,
quando não se tratar de infração praticada com
veiculo automotor ela continua cominada- ,
assim, para o agente que, habilitado para dirigir
veículo, pratica crime culposo de trânsito na
condição de veículo de tração humana ou
animal.
É desaconselhável a sua aplicação ao motorista
profissional porquanto. com isso se proibiria o
livre exercício de uma profissão da qual o
agente retira o seu sustento; devendo-se optar,
nessa hipótese, pela substituição por outra pena
restritiva de direito ou, conforme .0 caso,
conceder-se a suspensão condicional da pena
(sursis). É preferivel que tal' inabifitação fique
reservada aos casos mais. graves e para
motoristas recalcitrantes no cumprimento das
regras de trãnsito.
A aplicação da pena de . suspensão da
habilitação do Código Penal, oua de suspensão
e proibição de se obter a .perm issão OLi
habilitação para dirigir veículo do' Código de.
Trânsito, não afasta a inabilitação permanente
para dirigir veiculo, quando e$te for utilizado
para a prática de crime doloso. Trata-se, agora,
de efeito da condenação (art. 92, Iil, CP).
A quarta interdição é a proibição de freqUentar
determinados lugares, já existente como uma
das condições obrigat6riasdo sursis especial,
como condição facultativa do livramento
condicional, como condição da suspensão
condicional do processo nos crimes cuja pena
mínima seja igual a 1 ano' e, . como medida
protetiva de urgêncía de natureza cautelar nos
casos de violência doméstica e familiar contra a
mulher.
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USF/Pari -,Prof. Esp; Rony A. Hergel.t - Direito Penal 111- Das Penas
Penas Restritivas de Djreitos ~
A pena não pode ser aplicada de forma
genérica ou imprecisa e o juiz deverá
,especificar expressamente. na sentença
quais os lugares que o sentenciado não
pode freqüentar. Essa fixação deve
. guardar relação com o delito praticado e
com a pessoa do agente, como forma de
prevenir a prática de novo: crime pelo
condenado. O tempo de duração dessa
pena é o mesmo da pena privativa de
liberdade fixada inicialmente. .
Cabe ao juiz da execução comunicar à
autoridade competente a aplicação de
qualquer das penas de interdição
temporária de direitos, com exceção da
proibição de freqüentar determinados
lugares, impondo-se a intimação do
condenado (art. 154, caput, LEP).
A autoridade à qual for comunicada a
.aplicação da pena deverá, em 24 horas,
contadas do recebimento do oficio. do
magistrado, baixar ato a partir do qual a
execução terá seu inicio (art. 154, S 1°,
LEP). Quanto à proibição de exercicio de
profissão, atividade ou oficio e à
suspensão de autorização ou de
habilitação para dirigir veiculo, o juiz da
execução determinará a apresentação dos
documentos que autorizam o exercício do
direito do interditado (art. 154, S 2°, LEP;
art. 293, S 1°. CTB).
A autoridade administrativa deverá
também comunicar imediatamente ao juiz
da execução o descumprimento da pena,
sem prejuizo da comunicação de qualquer
pessoa prejudicada (art. 155, LEP), já que
o descumprimento injustificado da restrição
acarreta a conversão da pena restritiva de
direitos em pena privativa de liberdade (art.
44, ~ 4°, CP).
Limitação de Fim de Semana
Consiste na obrigação de permanecer, aos
sábados e domingos, por 5 horas diárias em
'. ,
casa de albergado ou outro estabeleciniento
adequado, podendo ser ministrado aos
condenados durante essa permanência 'cursos e
palestras, ou atribuídas" a . eles atividades
educativas. Correspol)deráapénas a dois dias
de cada semana do prazo éstipUlado para a
pena privativa de liberdade aplicada inicialmente
pelo juiz na sentença condenatória: .
Caberá ao juiz da execução determinar a
intimação do condenado, 'cientificando-o do
local, dias' e horário em que deverá cumprir a
pena, que terá início a partir da data do primeiro'
comparecimento (art. 151, LEP). O
estabelecimento designado .encaminhará,
mensalmente, ao juiz da execução relatório,
bem assim comunicará, a qualquer tempo, a
ausência ou falta disciplinar do condenado (art.
153, LEP). .
Cominação
As penas privativas de liberdade têm os seus
limites estabelecidos na sanção correspondente
a cada tipo legal. A pena de multa, porém,
prevista em cada tipo légal, tem os limites
fixados no art. 49 e seus parágrafos do CP, e o
mesmo ocorre quando' é aplicada em
substituição à pena privativa de liberdade.
Por sua vez, as penas restritivas dé direitos não
estão cominadas abstratamElRtepara cada tipo
penal, mas são aplicáveis a qualquer deles,
independentementede cominação na parte
especial, em substituição à pena privativa de
liberdade fixada, se atendidos os requisitos
previstos no artigo 44 do CP. Essa substituição,
como já se disse, se dá de tal forma que a
duração da pena restritiva de direitos é a
mesma da pena privativa de liberdade fixada
inicialmente e substituida, não podendo o juiz
dar-lhe duração maior ou menor do que a pena
corporal. Também não pode o juiz fixar
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POSITIVO
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USF/Pari - Pi'of. Esp. Rony A. Hergert- Direito Penal III - Das Penas
Penas Restritivas de Djrejtos ~
. diretamente a pena restritiva de direito,
que, embora autônoma, tem caráter de
pena privativa de liberdade.
Somente após o trânsito em julgado da
sentença que aplicou a pena de prestação
de serviços ou de limitação de fim de
semana é que se determinará, no Juizo da
Execução, a forma de cumprimento dessas
sanções, ajustadas às condições pessoais
do condenado, às caracteristicas do
estabelecimento, da entidade ou do
programa comunitário ou est~tal. Cabe ao
juiz da execução designar entidades ou
programas comunitários ou estatais;
determinar a intimação do condenado e
adverti-lo das obrigações; alterar a forma
de execução; verificar a natureza e a
qualidade dos cursos a serem
administrados; comunicar à autoridade
competente a existência da interdição
temporária de direitos; determinar a
apreensão dos documentos que autorizam
o direito interditado etc.
Permite-se ainda a substituição da pena
privativa de liberdade pela de multa, que
passou. a ser nessa hipótese uma pena
alternativa. Quando for aplicada a pena
privativa de liberdade igualou inferior a um
ano, desde que o sentenciado não seja
reincidente em crime doloso e que as
condições judiciais indiquem ser ela
suficiente, ocorrerá tal substituição. Assim,
a aplicação da pena de multa, nessas
hipóteses, independe de cominação no
tipo penal específico. Outrossim, nada
impede que haja a substituição da pena
privativa de liberdade por multa,
cumulando-a com a pena pecuniária
prevista expressamente no preceito
sancionador. Contudo, a Súmula 171/STJ
enuncia que: "Cominadas
cumulativamente, em lei especial, penas
,:>rivativas de liberdade e pecuniária, é
iefeso a substituição da prisão por multa".
Substituição
A SU?~tituiçãotia pena privativa de liberdade por
restntlva de direitos ou de multa depende da
existência de requisitos de duas ordens:,.
.:'
1") Objetivos (art. 44, caput, ',CP):
No caso de crime culposo, permite-se a
substituição por pena restritiva de direito
qualquer que seja a quantidade da pena
aplicada.
Tratando-se crime doloso, o juiz só poderá
proceder à substituição sec:1 pena privativa de
liberdade aplicada inicialmente Mo for superiOr
a 4 anos, com exceção da pena de prestação de
seNiços à comunidade ou entidades púbicas,
em que ela só é admitida quando a.condenação
for superior a seis meses.
Tratando-se, porém, de condenação por crime
doloso igualou inferiOr a 1..ano, permite-se a
substituição por pena de multa. ..
Havendo concurso de Crimes, a substituição é
possivel quando o total das penas não
ultrapassa o limite mencionado, de 4 anos (com
exceção dos crimes culposos). Quando se trata
de concurso formal ou crime continuado em
iIIcitos dolosos, a substituição deve ser feita por
uma s6 pena restritiva de direito ou multa, mas,
no caso de concurso material, a substituição
poderá ser efetuada por duas ou mais penas
alternativas idênticas (quando os crimes forem
idênticos), ou mesmo por penas substitutivas
diversas (se não o forem). Quando forem
aplicadas penas restritivas de direitos, o
condenado cumprirá simultaneamente as que
forem compa!lveis entre si e sucessivamente as
demais (art, 69, 9 2°, CP). Quando, porém, tiver
sido aplicada pena privativa de liberdàde'sem a
concessão do sursis, por um dos crimes, para
os demais será incabivel a substituição (art. 60,
S 1°, CP).
É proibida a .substituição da pena' quando se
tratar de crime praticado com violência ou grave
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POSITIVO
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USF/Pari - Prof. Esp. Rony A. Hergert- Direito Penal III - Das Penas
Penas Restritivas de Direitos @
ameaça à pessoa, qualquer que seja a
quantidade da pena privativa de liberdade
. imposta (art. 44, I, CP), exceto,
obviamente, quando esta modalidade for
constitutiva do próprio ilícito como nos
casos de lesão corporal, ameaça, para os
quais deve ser permitida a substituição. A
nova Lei de Drogas veda a substituição
nos crimes relacionado com o tráfico de
drogas, entre os quais o de associação
para o tráfico.
2") Subjetivos (art. 44, 11e 111,CP):
o primeiro deles é não ser o cOhdenado
reincidente em crime doloso, ou seja, que
na época do crime não fora condenado em
sentença transitada em julgado por outro
crime doloso, no pais ou no estrangeiro
(art. 63, CP). Referindo-se a lei ao não-
reincidente em crime doloso, podem ser
beneficiados não só aqueles que, embora
condenados anteriormente, praticaram
crime antes do trânsito em julgado da
sentença condenatória pelo delito
precedente, como também os reincidentes
em que um dos crimes, pelo menos, seja
culposo. Também possibilita-se a
substituição àquele que praticou o crime
após cinco anos contados da data do
cumprimento ou extinçâo da pena da
condenação anterior, computado nesse
período de prova da suspensão
condicional da pena ou do livramento
condicional se não ocorreu revogação
desses beneficios (art. 64, I, CP).
Caso o condenado seja reincidente, mas
não em crime doloso, e desde que os
crimes antecedente e posterior não sejam
idênticos, ou seja, previsto no mesmo tipo
penal, a substituição da pena privativa de
liberdade só deve ser concedida se a
medida for socialmente recomendáveL
Essa aferição do juiz a respeito da
suficiência da substituição deve ser
fundamentada nas circunstâncias, não só
do crime a ser apenado, como do precedente
(art. 44, 9 2°, CP).
Por fim, é necessário também que esteja
presente o último pressuposto, ou seja, que a
culpabilidade, os antecedentes, a c.onduta social
e a personalidade do condenado; bem como os
motivos e as circunstâncias, indiquem que a
substituição é suficiente. .
Essas Circunstâncias pessoais são averiguadas
pelos elementos colhidos na instrução criminal.
Caso as provas demonstrem a incompatibilidade
do réu com a convivência social harmônica, os
seus. antecedentes comprometedores, uma
conduta marcada por fatos anti-sociais, a
ausência de profissão definida ou emprego fixo,
a falta de residência determinada; não haverá
sentido na substituição e o juiz deve declinar na
sentença as razOespor que hão a concede.
Opções do Juiz
Nocaso de crime doloso:
1. se aplicada pena privativa de liberdade
igualou inferior a 1 ano, substitui-se por
multa ou por uma restritiva de direitos
(art. 44, 92°, 1" parte,CP);.
2. se aplicada pena privativa de liberdade
igualou inferior a 1. ano e tendo sido
praticado o crime no exerCício de cargo
ou função pública, substitui-se pela pena
de prOibição do exercfcio de cargo,
função, atividade pública ou mandato
eletivo (art. 44, 9 2°, 1"parte, c.c. art. 56,
CP);
3. se aplicada pena privativa de liberdade
igualou inferior a 1 ano e tendo sido o
crime praticado no exercício de profissão,
atividade ou ofício que dependem de
habilitação .especial, de licença ou
autorização do poder público, substitui-se
pela pena de proibição do exercício de
cargo, função, atividade pública ou
mandato eletivo (art. 44,S2°, 1" parte,
c.c. art. 56, CP);
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USF/Parí - Prof. Esp. Rony A. Hergert - Direito Penal UI - rias Penas
Penas Restritivas de Direitos @:
4. se aplicada pena privativa de
liberdade superior a 6 meses e não
excedente a 4 anos, substitui-se
pela pena de prestação de serviços
à comunidade (art. 46, CP).
5. se aplicada pena privativa de
liberdade superior a 1 ano e não
excedente a 4 anos, substitui-se por
uma restritiva de direitos e multa, ou
por duas restritivas de direitos,
desde que a .soma delas não
ultrapasse a duração da pena
originalmente fixada (art. 55, CP);
6. se aplicada pena privativa de
liberdade superior a 1 e não
excedente a 4 anos e tendo sido .praticado o crime no exercicio de
cargo ou função pública, substitui-se
pela pena de proibição do exercTcio
de cargo, função, atividade pública
ou mandato eletivo e multa, ou por
essa interdição e outra' pena
restritiva de direitos (art. 44, S 2°, 2a
parte, CP), desde que a soma delas
não ultrapasse a duração da pena
originalmente fixada (art. 55, CP);
7. se aplicada pena privativa de
liberdade superior a 1 ano e não
excedente a 4 anos e tendo sido o
crime praticado no exercício' de
profissão, atividade ou oficio que
dependem de habilitação especial,
de licença ou autorização do poder
público, substitui-se pela pena de
proibição do exercício de cargo,
função, atividade pública ou
mandato eletivo e multa, ou por
essa interdição e outra pena
restritiva de direitos (art. 44, S 2°, 2"
parte, CP), desde que a soma dela
não ultrapasse a duração da pena
originalmente fixada (art. 55, CP).
No caso de crime culposo:
liberdade imposta a crime culposo pode
ser substituida de acordo com os
mesmos parâmetros previstos para o
crime doloso;
2. se se tratar de crime culposo de trânsito,
desde que não' cometido na direção de
veiculos automotores, permite-se a
substituição de acordo' com essas
mesmas regras, ou, se o agente for
habilitado para dirigir veiculo, a pena de
suspensão de autorização ou habilitação
para dirigir veTculos;
3. se se tratar de crime culposo de trânsito
cometido na direção de veículo
automotor, aplicam-se as regras previstas
no Código de Trânsito Brasileiro, sendo.
que a suspensão ou proibição de se obter
a habilitação para dirigir veiculo
automotor pode ser imposta como
penalidade principal, isolada ou
cumulativamente com outras penalidades
(art. 292, CTB).
Conversão
Não beneficiado com a substituição da
reprimenda em razão da quantidade da pena
privativa de liberdade inicialmente imposta, o
sentenciado poderá obtê-Ia durante a execução
por meio da conversão, 'instituto criado pela Lei
de Execução Penal. .
A conversão somente poderá ser efetuada,
porém, quando for aplicada. pena privativa de
liberdade não superior a 2 anos (art. 180, LEP).
Além desse fator, exige a lei os seguintes
requisitos ainda:
I - o condenado estar cumprindo a pena em
regime aberto; ..
11 _ ter o condenado cumprido pelo menos 1/4
da pena;
111 - os antecedentes e a personalidade do
condenado indicarem ser a convE!rsão
recomendável.
1. não se
trânsito,
tratando
a pena
de crime de
privativa de
Sendo esses os pressupostos para a conversão,
o juiz da execução' não pode negá-Ia com
19
USF/Pal"i - Prof. Esp. Rony A. Hergert - Direito PenalIlI -'-Das Penas.
Penas Restritiyas de Rírejtos Cl .
fundamento nas demais circunstâncias
para a substituiçâo quando da prolaçâo da
sentença (culpabilidade, motivos,
circunstâncias e conseqüências do crime).
A LEP também prevê, por outro lado,
causas de conversão prejudicial
obrigatória. Assim,.a pena de prestação de
serviços à comunidade será convertida
obrigatoriamente em pena privativa de
liberdade quando o condenado (art. 181,
. LEP):
I - não for encontrado por estar em lugar
incerto e não sabido, ou desatender à
intimação por edital;
11 - nâo comparecer, injustificadamente, à
entidade ou programa em que deva prestar
serviço; ,
111 - recusar-se, injustificadamente, a
prestar o serviço que lhe foi imposto;
IV - praticar falta grave;
V - sofrer condenação por outro crime à
pena privativa de liberdade, cuja execução
não tenha sido suspensa.
Caso o sentenciado justifique o seu não-
comparecimento e a sua recusa, a
conversão restará impedida.
Não é possível a conversão, obviamente,
quando se trata de descumprimento de
prestação de serviço à comunidade
aplicada como pena principal, como ocorre
nos casos da nova Lei de Drogas.
A pena de limitação de fim de semana será
convertida quando o condenado não
comparecer ao estabelecimento designado
para o cumprimento da pena, recusar-se a
exercer a atividade determinada pelo juiz
e, nessas hipóteses, não há possibilidade
da justificação pelo condenado, sendo a
conversão obrigatória, mesmo no caso de
não-comparecimento.
De igual sorte, a pena de Interdição
temporária de direitos será convertida
quando o condenado exercer, indevidamente, o
.direito interditado.
No mesmo sentido, com relação à pena de
proibição de freqüentar determinados lugares
que, se infringida, ensejará a sua conVersão
para privativa de liberdade.
Em qualquer das hipóteses de conversão, no
cálculo da pena privativa de .libêrdade a
executar, será deduzido o tempo cumprido da
pena restritiva de direitos. Como única exceção,
obriga-se de acordo com o arte44, S 4°, do CP,
o cumprimento de 1 mês de reclusão ou
detenção, se o saldo a cumprir for inferior a
esse limite temporal.
A conversão, em qualquer das hipóteses, não é
automática, exigindo-se que seja ouvido
.previamente o condenado, que pode justificar o
descumprimento da restrição imposta.
Quando no curso da execução da pena privativa
de liberdade, sobrevier doença mental .ou
perturbação da saúde mental, o juiz de ofício,. a
requerimento do Ministério' Público ou. da
autoridade administrativa, poderá determinar a
substituição da pena por medida de segurança
(art. 183,LEP).
@ MlRABETE, Júlio Frabbini, FABBRlNI, Renato
N; Manual de Direito Penal, 24" ed., vol. I, pp.
270/89, Edit. Atlas, São Paulo, 2007.
20
USF/Pari .. Prof. Esp. Rony A. Hergert - Direito Penal III ~ Das Penas
Multa"
A maior vantagem dessa sanção é não ser
levado o criminoso à prisão por prazo de
curta duração, privando-o do convívio com
a família e de suas ocupações, mesmo.
porque não. seria. suficiente para. a
recuperação do sentenciado e apenas o
corromperia e o aviltaria. Ademàis, a multa
não acarreta despesas ao Estado e vai de
contra-impulso à ganância que ensejou o
ato delitlvo.
Consiste a coima no pagamento ao fundo
penitenciário de quantia fixada na
sentença e calculada em dias-multa,
sendo, no minimo, de 10 e, no máximo, de
360 dias-multa (art. 49, CP). Concedeu-se
ao juiz, assim, a faculdade de fixar a pena
pecuniária de 1/3 do salário mínimo a um
teto de 1.800 salários mensais. '
o valor do dia-multa é fixado .pelojuiz, nao
podendo ser inferior a um trigésimo do
maior salário mínimo mensal vigente ao
tempo do fato, nem superior a cinco vezes
esse salário (art. 49, S 1°, CP). Isso
significa que um dia-multa nunca poderá
ser inferior à remuneração devida por um
dia de trabalho de acordo com o maior
salário mínimo vigente. ao tempo do fato,
nem superior ao quíntuplo da remuneração
por um mês de trabalho, tendo em vista
ainda o mesmo salário.
A atualização do valor da multa será pelos
índices da correçao monetária. A correção
monetária não modifica o valor da multa,
apenas atualiza a sua expressão. A
correção é calcula pelos índices da UFIR
(Lei n° 8.383/91). O termo inicial para
aplicação da correção monetária é o da
data do fato criminoso, que tem por
fundamento a Súmula 43/ST J. a qual
enuncia que a incidência da correção
monetária sobre dívida por àto ilicito é a
"partir do efetivo prejuízo".
Cominação e Aplicação
A multa pode ser uma sanção principal quando
cominada abstratamente .como sanção
específica .a um tipo penal, .alternativa ou
cumulativamente com .a pená privativa de
liberdade.
Em sua fixação, o JUIZ deve atender,
principalmente, à situação econômica do réu
(art. 60, CP). Assim, a situaçiio do patrimônio do
sentenciado, suas rendas, meios de
. subsistência, nivel de gastos ou outros
elementos, serão levados em consideração pelo
magistrado. É claro que, se o condenado viver
exclusivamentedo produto de seu salário, o dia-
multa não deverá ser inferior a sua renda diária.
f:': importante que se frise que a condição-
econômica do réu não é a única a se considerar
na. fixação da coima; a dósimetria da pena
pecuniária deve atender também a outras
circunstâncias, em paralelismo com a penà
privativa de liberdade. Assim, a gravidade do
crime praticado pelo agente e demais
circunstâncias serão úteis para se aferir a
culpabilidade do sentenciado, bem. como a
necessidade da maior prevenção e repressão
penai.
Outrossim,.a incidência dás cauSas. gerais e
especiais de aumento de 'pena previstas nó.
Código Penal também serão .utilizadas no
cálculo da multa. Dessa formà, tratando-se de
tentativa, a penalidade pecuniária deve. ser
também reduzida na mesma. proporção. da
diminuição da pena corporai. Esse critério,
porém, só deve valer para a fixação do número
de dias-multa aplicável ao caso concreto. O
valor de cada dia-multa deve ser fixado levando-
se em conta exclusivamente. a situação
econômica do réu, como a justa retribuição pelo
críme diante das condições pessoais de seu
autor.
Como o dia-multa. é apenas' a unidade de
medida da peria de multa, no momento da
determinação de seu número não. se cuida de
21
--
USF/Pari - ProL Esp. Rony A. Hergert - Direito Penal in - DasPen.s
Mult~e
valores monetários, o que só será feito na
fixação do valor do dia-multa. Portanto,
nada impede que, em face da aplicação de
causas de aumento ou diminuição, .o
quantum final de dias-multa seja fixado de
forma fracionada. Somente quando da
fixação do valor monetário final é que se
devem desprezar as frações de reais (art.
11, CP).
É indispensável que o julgador, ao fixar a
pena pecuniária acima do mínimo legal;.
fundamente a decisão.
Como já se disse, a multa também poderá
ser imposta como pena substitutiva,
independentemente de cominação na
parte especial, quando for aplicad'l. pena
privativa de liberdade igualou inferior a 1
ano e o sentenciado preencher os demais
requisitos exigidos na lei. Nesta hipótese,
não exige a lei equivalência quantitativa
entre a pena de multa substitutiva e a pena
privativa de liberdade substituída, ao
contrário do que ocorre com as penas
restritivas de direitos. Sua fixação é regida
por critérios próprios. .
Pagamento da Multa
Deve a multa ser paga dentro de 10 dias
depois de transitada em julgado a
sentença condenatória (art. 50, caput, CP)
e constitui ela recurso do Fundo
Penitenciário Nacional.
o art. 51 do CP reza que: "Transitada em
julgado a sentença condenatória, a multa
será considerada dívida de valor,
aplicando-se-Ihe as normas da legislação
relativa à divida ativa da Fazenda Pública,
inclusive no que concerne às causas
interruptivas e suspensivas da prescrição",
estas disciplinadas no Código Tributário
Nacional e na Lei de É:xecução Fiscal (Lei
nO 6.830/80).
A requerimento do condenado e conforme as
circunstâncias, o juiz pode permitir, que o
pagamento se realize em parcelas mensais (art.
50, CP). O requerimento deverá ser
apresentado até o término do prazo concedido
para o pagamento da multa, ficando a crJtério'do
juiz, após eventuais diligências para verificar a
real situação econômíca do condenado e ouvido
o Ministério Público, a fixação do número de
prestações (art. 169, 9 1°, LEP). Se o
condenado for impontual ou se melhorar de
situação econõmica, o juiz, de ofício' ou. a
requerimento do MP, revogará' o beneficio,
executando-se a multa ou prosseguindo-se na
execução já iniciada (art. 169,92°, LEP).
Permite-se' a cobrança da multa mediante
desconto 'no vencimento ou salário do
condenado quando foi aplicada isoladamente,
cumulativamente com pena restritiva de direitos
ou foi concedida a suspensão condicional da
pena _sursis (art. 50, S 1°, CP). Na
determinação para o desconto, o juiz deverá
observar o seguinte: '
a) o limite máximo do desconto mensal será o
da quarta parte da remuneração e o minimo o
de um décimo;' .
b) o desconto será feito mediante ordem do juiz
a quem de direito; ,
c) o responsável pelo desconto será intimado a
recolher mensalmente, até o dia fixado pelo juiz,
a importância determinada (art. 168, LEP).
As parcelas em que foi dividida a pena de multa
devem ser corrigidas uma vez que, se a lei nada
dispõs sobre o dia final da correçao, é porque
esta deve incidir até o efetivo pagamento, ou
seja, a quitação final.
Quando a pena de multa .for aplicada
cumulativamente com pena, privativa dê
liberdade e esta estiver sendo executada,
poderá ser cobrada aquela mediante desconto
na remuneração do condenado, observados o
limite e as condições mencionadas (art. 170,
LEP).
22
USF/Pari - Prof. Esp. Rony A. Hergerl- Oi,'eito Penal UI - Das Penas
M\llJ.;,'"
Aplicam-se também as disposições
relativas à cobrança quando o condenado
cumprir a pena privativa de liberdade ou
obtiver livramento condicional sem haver
resgatado a multa, bem como se estiver
em gozo da suspensão condicional da
.pena (art. 170, 99 1° e2°, LEP).
É suspensa a execução da pena de multa
se sobrevém ao condenado doença mental
(arts. 52, CP e 167, LEP).
Impossibilidade de Conversão da Multa
Não há. possibilidade legal de conversão
prejudicial ao condenado ante
inadimplência da pena de multa em outra
sanção. Diga-se o mesmo com relàção a
multa imposta na homologação da
transação penal perante o JECrim.
Quanto à possibilidade de. o condenado
pagar ou não a multa, deve-se estabelecer
a distinção, para efeitos penais, em
solvente e insolvente. Insolvente é o
condenado que não pode efetuar o
pagamento da multa nos .termos
estabelecidos na lei. A insolvência é
absoluta quando o condenado não pode
efetuar o pagamento da multa, mesmo em
prestações, sem prejuizo dos recursos
indispensáveis a sua manutenção e à
família, tanto que o desconto permitido em
lei não deve incidir sobre eles (art. 50, S 2°,
CP). É relativamente solvente o
condenado que não pode efetuar o
pagamento da multa de uma vez, mas
aufere remuneração, vencimento ou
sàlário, em valor tal que permita o.
desconto, sem. prejuízo da manutenção
própria e da família. A solvência do
condenado não é, porém, presumível,
devendo existir prova nos autos dessa
situação para que se possa admiti-Ia como
verdadeira.
,
@ MlRABETE, Júlio Frabbini, FABBRINJ, Renato
N; Manual de Direito Penal, 24" ed., vaI. l, pp.
289/97, Edit. Atlas, São Paulo, 2007 ..
23
USF/P.ri - Pl'Of. Esp. Rony A. Hergert- Direito Penal lU _ Das Penas
~acãQ da Pena. Conceitos Cl
1. Introdução
Nos limites estabelecidos pelo legislador _
mínimo e máximo abstratamente fixados
para a pena - elege o magistrado o
quantum ideal para a reprovação do delito
praticado e prevenção de novas infrações
penais, valendo-se' do seu livre
convencimento (discricionariedade),
embora com fundamentada exposição do
seu raciocínio (juridicamente vinculada).
A fixação da pena alcança não somente a
espécie estabelecida no preceito
secundário (privativa de liberdade ou
multa) como também o regime inicial de
cumprimento da pena privativa de
liberdade e a possibilidade de sua,
substituição por outra modalidade, quando
cabível. Inclui-se, ainda, no processo, a
opção pela suspensão condícional do seu
cumprimento (sursis).
Vale ressaltar, desde logo, que o critério
adotado pelo Código Penal, no art. 68, é o
trifásico, Lé., o juiz deve estabelecer a
pena em três fases distintas: a primeira
leva em consideração a fixação da penÇ!-
base, tomando por apoio as circunstãncias
judiciais do art. 59; em' seguida,. o
magistrado deve aplicar as circunstãnciÇ!s
legais (atenuantes e agravantes dos arts.
61 a 66), para então apor as causas de
diminuição e de aumento (previstas nas
Partes Geral e Especial).
Assim, por pena-base deve-se entender
que é a primeira escolha do juiz no
.processo de fixação da pena, sobre a qual
incidirão as agravantes e atenuantes e, em
seguida, as causas de aumento e
diminuição. A eleição do quantum inicial, a
ser extraido da faixa variável entre o
mínimo e o máximo abstratamente
previstos no típo penal incríminador,
precisamente no preceito secundário, faz-
se em respeito às circunstâncias judicíais,
previstas no art. 59 do CP. Não se trata de
uma opção arbitrária e caprichosa do julgador,'
ao contrário, deve calcar-se nos elementos
expressamente indicados emleí, devidamente
invocadoscomo razões de decidir. 1
Por outro lado, a pena de multa merece
consideração à parte. Como já se disse,' o
critério para ela respeita, contudo, duas fases.
Na primeira, para eleição do número de dias-
multa, o julgador leva em conta os elementos
contidos no art. 59 (circunstâncias judiciais)
quando, então, avaliada

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