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FISIOTERAPIA CARDIOVASCULAR AULA 1 05/03/2020 Morfologia do coração · Sistema Circulatório Conduzir o sangue e a linfa através do corpo; Formado por um sistema de vasos fechados e uma bomba que impulsiona o sangue através destes vasos. Funções: · Levar oxigênio e nutrientes para as células · Retirar gás carbônico e excretas · Regular a temperatura corporal Constituição: · Coração: Bomba que impulsiona o sangue pelo corpo · Sangue: Líquido circulante · Artérias: Vasos que levam o sangue do coração para a periferia (Centrífuga) · Veias: Vasos que trazem o sangue da periferia para o coração (Centrípeta) · Capilares: Vasos que permitem ao organismo trocar substâncias com os tecidos · Generalidades Órgão muscular, cavitário e auto-regulador, em forma de cone invertido, que por suas contrações rítmicas impulsiona o sangue através dos vasos a todas as partes do corpo. · Tamanho no adulto: 12 cm de comprimento / 8 a 9 cm de largura · Peso no adulto: Homem – 280 a 390 gramas Mulher – 230 a 280 gramas Envoltórios · Endocárdio: Lâmina interna, fina, percorre o miocárdio e suas valvas internamente · Miocárdio: Lâmina muscular (estriada cardíaca) · Epicárdio (Pericárdio seroso visceral): Lâmina de revestimento externo Pericárdio: Saco fibroso e inextensível que reveste o coração Lâminas 1. Pericárdio Seroso Visceral ou Epicárdio 2. Pericárdio Seroso Parietal 3. Pericárdio Fibroso · Cavidade Pericárdica: Cavidade localizada entre o pericárdio visceral e o parietal, contém o líquido pericárdico, que lubrifica e desliza as Lâminas · Líquido Pericárdico: líquido claro e límpido de volume de 10 a 30 ml, permitindo a livre movimentação do coração no saco pericárdico. · Localização Mediastino Cavidade formada entre os dois pulmões, ocupando o centro da caixa torácica Limites: · Abertura superior do tórax · Músculo diafragma · Vértebras torácicas · Esterno · Face mediastinal do pulmão direito · Face mediastinal do pulmão esquerdo Divisão do Mediastino · Superior · Inferior: Anterior, Médio, Posterior · Anatomia Externa Faces: · Face esternocostal · Face Diafragmática · Face Pulmonar Margens: · Direita · Esquerda · Inferior · Superior Ápice Base · Anatomia Interna · 4 Câmaras, 2 direitas e 2 esquerdas. · Átrios e Ventrículos. · Átrios: Câmaras de recepção do sangue, encontram-se súpero-posteriores · Ventrículos: Câmaras de ejeção do sangue, encontram-se ínfero-anteriormente · Coração Direito: Sangue Venoso · Coração Esquerdo: Sangue Arterial Aparelho Valvar: · Valva atrioventricular mecânica · Valva atrioventricular biológica · Vasos da Base · Aorta · Tronco pulmonar · Veias cavas (2) · Veia Cava Superior · Veia Cava Inferior · Veias pulmonares (4) · Veia Pulmonar Direita Superior · Veia Pulmonar Direita Inferior · Veia Pulmonar Esquerda Superior · Veia Pulmonar Esquerda Inferior · Circulação pulmonar e sistêmica Circulação Pulmonar (Pequena)- Sangue rico em gás carbônico é enviado do coração para os pulmões, para sofrer o processo de hematose VENTRÍCULO DIREITO – TRONCO PULMONAR – ARTÉRIAS PULMONARES – CAPILARES PULMONARES – VEIAS PULMONARES – ÁTRIO ESQUERDO Circulação Sistêmica (Grande)- Sangue rico em oxigênio é enviado do coração para os sistemas, para ser utilizado por todo o organismo VENTRÍCULO ESQUERDO – AORTA – CAPILARES SISTÊMICOS – VEIAS CAVAS – ÁTRIO DIREITO · Irrigação do miocárdio · Artérias Coronárias · Veias Cardíacas Artérias Coronárias: · Artéria Coronária Direita 1. Ramo do nó sinusal 2. Ramo interventricular posterior 3. Ramo marginal direito 4. Ramo do nó atrioventricular · Átrio direito · Maior parte do ventrículo direito · Face diafragmática do Ventrículo esquerdo · Nó sinusal · Nó atrioventricular (60%) · Artéria Coronária Esquerda 1. Ramo circunflexo 2. Ramo interventricular anterior 3. Ramo lateral 4. Ramo marginal esquerdo · Átrio esquerdo · Maior parte do ventrículo esquerdo · Nó sinusal (40%) Veias Cardíacas · Veia Cardíaca Magna · Veia Oblíqua do Átrio Esquerdo · Veias Cardíacas Mínimas SEIO CORONÁRIO · Complexo estimulante e inervação do coração · TECIDO NODAL- inicia o batimento cardíaco e coordena as quatro câmaras do coração · Nó Sinoatrial · Nó Atrioventricular · Fascículo Atrioventricular · Ramos direito e esquerdo (Feixe de Hiss) · Ramos sub-endocárdicos (Purkinje) Inervação do Coração Fibras Nervosas Autônomas – Plexo Cardíaco · Estimulação Simpática: Fibras pré-ganglionares dos nervos do segmento torácico da medula espinal · Estimulação Parassimpática: Fibras pré-ganglionares do nervo Vago (X) · Ciclo cardíaco Coração como uma BOMBA. Ciclo cardíaco é composto por 4 fases: · Sístole · Diástole · Relaxamento iso-volumétrico · Contração iso-volumétrica A maior parte da ejeção sanguínea, se dá por diferença de pressão entre átrios e ventrículos e entre ventrículos e a pressão vascular Ocorre um intervalo de 120 a 200 milissegundos entre as contrações dos átrios e dos ventrículos Fase 1- Diástole ou Contração Atrial. · Enchimento rápido por diástole ventricular (80% do volume sanguíneo) · Contração dos Átrios Fase 2 – Contração Iso-volumátrica · Aumento da tensão da musculatura ventricular, sem haver mudança de volume Fase 3- Sístole Ventricular · Aumento da pressão dos ventrículos, vencendo a pressão vascular · Aberturadas valvas semi-lunares · Fechamento das valvas atrioventriculares · 70% a 80% do volume é ejetado (esvaziamento rápido) · Contração efetiva do ventrículo (esvaziamento lento) Fase 4 – Relaxamento iso-volumétrico · Cessa o estímulo elétrico no átrio, sem haver mudança de volume Sístole Ventricular PRÉ- CARGA: Força de chegada do sangue (retorno venoso) ao coração · Volume de retorno venoso · Recebimento do sangue Aumento da Pré-Carga: · ICC · Hipervolemia · Hipernatremia PÓS-CARGA: Força de saída do sangue (débito cardíaco) do coração · Ejeção do sangue · Pressão arterial Aumento da Pós-Carga: · Hipertensão arterial · Aumento da resistência vascular periférica · Aumento de FC, PA e DC · BIA – Deflação logo antes da sístole ventricular Carga: força que o coração realiza, para suportar o recebimento (pré-carga) ou efetuar a ejeção do sangue (pós-carga). AULA 2 12/03/2020 Avaliação em Fisioterapia Cardiovascular · Quais são os principais componentes de um histórico cardíaco? É importante que sejam reunidas informações específicas sobre o problema por meio de perguntas-chave sobre o início, a caracterização, a localização, a gravidade, a freqüência e a duração da dor; sintomas associados (p. ex., fadiga, tosse, dispnéia após esforço ou em repouso, claudicação, edema periférico, palpitações, cianose, tontura e síncope); fatores precipitantes e fatores de alívio. · Como iniciar o exame do sistema cardiovascular? Começa por um exame geral, que inclui a avaliação da pele, dos olhos, das artérias, das veias e do precórdio. Seguida da percussão e da ausculta do precórdio. · Como são avaliados os pulsos arteriais periféricos? Bilateralmente; Classifique-os em uma escala de 0 a 4: · 0 ausência de pulso · 1+ pulso diminuído · 2+ pulso normal · 3+ pulso aumentado · 4+ pulso hiperdinâmico · Pulsos alternantes São a alternância entre pulsações fortes e fracas; podem ser identificados quando os pulsos arteriais periféricos são palpados. Ventrículo danificado não consegue contrair-se para um impulso normal. · Pulso Paradoxal É uma variação da pulsação com a respiração. O pulso pode estar mais forte com a expiração e mais fraco com a inspiração. Inspiração diminui o enchimento ventricular direito e esquerdo e, em conseqüência, as contrações ventriculares. A expiração aumenta o enchimento ventricular esquerdo, sendo aumentada a pulsação. Causas: doença pulmonar obstrutiva, asma, embolia pulmonar, choque hipovolêmico e obesidade mórbida. · Quais são os parâmetros hemodinâmicos mais importantes na avaliação cardíaca? · 2· Temperatura, · Pulso, · Respirações e · Pressão Arterial. Outros parâmetros hemodinâmicos importantes são obtidos com um cateter na artéria pulmonar. · Qual é a diferença entre o diafragma e a campânula do estetoscópio? O estetoscópio não deve ter mais de 33 cm, de modo a evitar a redução da alta freqüência de transmissão. O diafragma do estetoscópio é usado para auscultar sons mais altos. A campânula do estetoscópio é usada para auscultar sons mais baixos, como B3 e B4. · Que testes laboratoriais podem oferecer dados adicionais para avaliação cardíaca? Havendo suspeita de isquemia ou necrose do miocárdio, são: · Creatina cinase (CK) e sua isoenzima MB (CK-MB). · A CK aumenta em 4 a 6 horas após o início dos sintomas, atingindo seu máximo em 24 horas. · A CK não é capaz de diagnosticar infarto agudo do miocárdio ou lesão musculoesquelética. · Testes séricos mais específicos para lesão do miocárdio Troponina I e o da troponina T. Esses marcadores seriados aumentam em quatro a seis horas após o início do infarto, atingindo seu pico em 24 horas. TESTE DA CAMINHADA DE 6 MINUTOS • Teste submáximo de avaliação funcional. • Simples, de custo mínimo e bem tolerado pelos pacientes. • Baseado no teste de 12 minutos descrito por Cooper (1968). • Adaptado por Mc Gavin e cols. (1978) para avaliar a tolerância ao esforço físico em DPOC. • Aplicado em ICC por Guyatt e cols. (1985). • Limitações: influenciado pela motivação do paciente e incentivo do examinador Indicações e finalidades Avaliar resposta a intervenção terapêutica Medida de capacidade funcional ICC, DPOC, pré e pós-operatório, hipertensão pulmonar, doença vascular periférica, idoso, outras doenças cardíacas e pulmonares contraindicações Absolutas · Angina instável ou IAM no mês que antecede o teste · História recente de arritmia complexa · Qualquer limitação física ou cognitiva que comprometa o desempenho no teste Relativas FC repouso > 120 bpm PAS repouso > 180 mmHg PAD repouso > 100 mmHg Equipamentos · Cronômetro · 2 cones para demarcar a distância · Cadeira · Papel para anotação · Esfigmomanômetro/Estetoscópio · Frequencímetro de pulso · Fonte de O2 Preparação do paciente · Roupas e calçados adequados · Não suspender a medicação usual · Refeição leve 2 horas antes do teste · Não realizar exercícios vigorosos por 2 horas antes do teste Local · Corredor liso, plano, coberto · Comprimento: 10 metros · Preferência por ambiente hospitalar Realizar duas vezes o teste Instruções ao paciente Para iniciar o teste, o paciente é posicionado em uma das extremidades do circuito e após ouvir o sinal sonoro, começa a caminhar em direção à extremidade oposta, respeitando-se o tempo limite marcado pelo próximo sinal sonoro. No caso do paciente alcançar a extremidade oposta antes do sinal, ele aguarda parado o acionamento do sinal seguinte. Antes do teste · Repouso de 10 minutos · Medidas de FC, PA, FR, Escala de BORG, oximetria de pulso · ECG (se indicado) · Não realizar nenhum tipo de aquecimento BORG: Classificação da percepção subjetiva do esforço Durante o teste · NÃO ACOMPANHAR O PACIENTE!!! · Examinador: não conversar, olhar sempre para o paciente, atenção ao número de voltas Após o teste · Medidas de FC, PA, FR, Escala de BORG, oximetria de pulso · Calcular a distância percorrida Critérios de interrupção · · Dor torácica · Tontura · Cianose · Palidez · Dispnéia excessiva · Fadiga de membros inferiores Medidas de segurança · Local apropriado para rápido socorro · Equipe certificada em BLS e ACLS · O2 e medicações de emergência disponíveis · ATENÇÃO para pacientes em uso crônico de O2 Interpretação · Qual a distância? · O quanto de distância significa melhora clínica importante? Quatro áreas de ausculta · foco mitral – ápice do coração (íctus) – 5º espaço intercostal; · foco aórtico – à direita do esterno – 2º espaço intercostal; · foco tricúspide – à esquerda do esterno – 5º espaço intercostal; · foco pulmonar – próximo à esquerda do esterno – 2º espaço intercostal. AULA 3 19/03/2020 · Papel do fisioterapeuta · Prevenção Primária: Avaliação dos fatores de riscos. · Prevenção Secundária: Diagnostico precoce -> para diminuir a duração ou a gravidade de doenças e sequelas. · Prevenção Terciaria: Avaliar para tentar diminuir o grau de incapacitação, promover a reabilitação e restaurar a função de pacientes com doenças irreversíveis. Anamnese: · Queixa Principal · Identificação do paciente · Hábitos de vida · Antecedentes patológicos · Antecedentes familiares · HDA. Inspeção: · Coloração da pele · Tipo de respiração · Dados subjetivos Exame Físico · FR · IMC · FC · PA · Relação abdômen-glúteos · Ausculta · Meios Diagnósticos em Cardiologia · Exames laboratoriais · Eletrocardiografia – ECG · Prova de Esforço · Ecocardiograma: Registro da atividade elétrica das células cardíacas em um gráfico de voltagem em relação ao tempo. · Raio x · Monitorização ambulatorial da pressão arterial · Cateterismo: Registra a pressão no interior do coração e dos grandes vasos. · Ressonância magnética · Medicina nuclear · Eletrocardiograma Registro da atividade elétrica das células cardíacas em um gráfico de voltagem em relação ao tempo · Tamanho e função das câmaras · Válvulas · Espessuras das paredes e septo · Movimento das paredes · Aorta · Pericárdio · Artéria pulmonar · Trajeto de saída ventricular direita · Lesões comunicantes Doppler: Utiliza a direção e a velocidade do fluxo sanguíneo para avaliar a hemodinâmica cardiovascular Imagem com fluxo em cores: fornece a visualização bidimensional do fluxo sanguíneo Ecocardiograma de contraste · Veias cavas · Cardiopatias congênitas complexas · Radiologia · Cateterismo e angiografia · Ressonância Magnética AULA 4 19/03/2020 Infarto Agudo do Miocárdio O infarto agudo do miocárdio é caracterizado pela interrupção ou diminuição do fluxo de sangue para o coração, levando uma redução da perfusão cardíaca e morte do miocárdio, acarretando portanto uma deficiência do debito cardíaco. · Fatores de risco · Tabagismo · Obesidade · Diabetes · Hipertensão arterial · Níveis altos de colesterol · Estresse · Sedentarismo · Uso de drogas ilícitas · Doenças da aorta · Doenças inflamatórias das artérias coronárias · Fisiopatologia O IAM é resultante da ruptura ou erosão de uma placa aterosclerótica, desencadeando um processo em cascata, o qual reduz de forma crítica o fluxo sanguíneo na artéria coronária por espasmo coronário ou formação de trombo. Desencadeando isquemia cardíaca e por fim necrose e fibrose do tecido. · Manifestações clínicas 75% a 85% dor torácica (irradiada para a mandíbula e para os ombros e braços, mais frequentemente do lado esquerdo do corpo) · Duração > 20 minutos, desencadeado por exercício ou estresse · Com angina prévia, mudança do caráter indica instabilização · Aperto ou queimação no peito · Arritmias · Suor excessivo · Náuseas · Vômitos · Tontura e desfalecimento · Ansiedade e agitação · Diagnóstico Primeira escolha · História clínica detalhada · Exame físico · ECG · Marcadores bioquímicos de lesão miocárdica Segunda escolha · Coronariografia · Tomografia computadorizada · Ressonância nuclear magnética · Cineangiografia ou cateterismo cardíaco · Exames laboratoriais Elevações enzimáticas · Inespecíficas: · creatinoquinases (ck) · Específica · Troponina · Conduta médica não realizada pelo fisioterapeuta MONA · Fibrinólise · Administração de oxigênio por meio de cateter nasal · Nitratos · Ácido acetilsalicílico · Clopidogrel · Analgesia com morfina · Betabloqueadores · Antiarrítmicos profilático · Ponte de safena · Angioplastia Stent - Indicações O vaso ocluído é responsável por uma isquemia silenciosa que coloca em risco uma grande área do miocárdio Vaso é de acesso viável,calibroso e em áreas de não bifurcação A probabilidade de sucesso é > 60% com estimativa de óbito e de infarto menor que 1% e 5%, respectivamente · Reabilitação cardíaca Segue 3 (ou 4)fases; 1 hospitalares e 2 extra hospitalares; Para a indicação dos exercícios mais indicado para cada fase utiliza-se uma medida denominada MET. MET (do inglês “Metabolic Equivalent of Task”) é uma medida para estimar o custo energético da atividade física, independente do peso, em que 1 MET = 3,5ml O2consumido/kg/min. MET relaciona-se com a demanda de O2 pelo Miocárdio. Fases da reabilitação cardíaca · Avaliação inicial do Paciente · Fase 1 Pacientes hospitalizados após o evento cardiovascular como: · Síndrome coronariana aguda ou pós intervenção, · Cirurgia cardíaca de revascularização · Prótese valvular · Inicia desde as 24 h posteriores ao evento agudo. Sinais e sintomas durante exercício na fase 1 Objetivos da reabilitação cardíaca na fase 1 Relata que o tratamento fisioterapêutico na fase hospitalar baseia-se em procedimentos simples, como exercícios metabólicos de extremidades, exercícios respiratórios, exercícios ativos, treino de marcha em superfície plana e com degraus, com isso aumenta a autoconfiança do paciente e diminui o custo e a permanência hospitalar Condutas fisioterapêuticas · Fase 2 Objetivos da reabilitação cardíaca na fase 2 A fase 2 da reabilitação cardíaca é um programa supervisionado para pacientes que receberam alta hospitalar, de exercícios prescritos de forma individual e alternativa de modificação do estilo de vida Condutas fisioterapêuticas · Fisioterapia após IAM Segue a descrição da abordagem hospitalar da fisioterapia em pacientes pós-IAM; A fisioterapia motora deve ser realizada de forma gradual e progressiva, com sessões de curta duração. Segue-se os seguintes passos (STEPS=Equivalente metabólico) STEP 1 - Consumo Calórico = 2 equivalentes metabólicos (METs) Paciente deitado, exercícios respiratórios, exercícios ativos de extremidades, exercícios ativoassistidos de cintura, cotovelos e joelhos; STEP 2 - Consumo Calórico = 2 METs Paciente sentado, exercícios respiratórios associados aos exercícios de membros superiores (MMSS); movimentos diagonais, exercícios de cintura escapular, exercícios ativos de extremidades. Paciente deitado, exercícios ativos de joelhos e coxofemoral, dissociação de tronco/coxofemoral; STEP 3 - Consumo Calórico = 3 a 4 METs Paciente em pé, exercícios ativos de MMSS (movimentos diagonais e circundução), alongamento ativo de membros inferiores (MMII) - quadríceps, adutores, tríceps sural, deambulação: 35 metros (m); STEP 4 - Consumo Calórico = 3 a 4 METs Paciente em pé, alongamento Ativo de MMSS e MMII, exercícios ativos de MMSS (movimentos diagonais e circundução), exercícios ativos de MMII (flexo-extensão e abdução/adução), deambulação: 50m (25m lentos/25m rápidos), ensinar contagem de FC - pulso. STEP 5 - Consumo Calórico = 3 a 4 METs Paciente em pé, alongamento ativo de MMSS e MMII, exercícios ativos de MMSS (dissociados), exercícios ativos de MMII (flexoextensão e abdução/adução), rotação de tronco e pescoço, marcar passo com elevação de joelho, deambulação: 100m (checar pulso inicial e final); STEP 6 - Consumo Calórico = 3 a 4 METs Paciente em pé, alongamento ativo de MMSS e MMII, exercícios ativos de MMSS e MMII (dissociados), associados à caminhada, descer escadas lentamente e retornar de elevador (um andar), deambulação: 165m (medir pulso inicial e final), instruções para continuidade dos exercícios em casa; STEP 7 - Consumo Calórico = 3 a 4 METs Continuação do STEP 6, descer e subir lentamente (um andar). AULA 5 02/04/2020 Insuficiência cardíaca A insuficiência cardíaca (IC) é uma síndrome clínica decorrente da incapacidade do coração em bombear o sangue adequadamente e, quando consegue, faz isso às custas de pressões de enchimento elevadas. · Prevalência e Fatores de risco A IC afeta cerca de 23 milhões de pessoas em todo o mundo, sendo importante causa de mortalidade, inclusive no Brasil. A prevalência vai aumentando com a idade e os principais fatores de risco são hipertensão arterial sistêmica, doença arterial coronariana, doenças valvares, arritmias, miocardites, miocardiopatias e o uso de drogas, incluindo álcool. Realizar o correto diagnóstico e tratamento é fundamental para melhorar a qualidade de vida do paciente e modificar a taxa de mortalidade associada à essa patologia. Os principais fatores de risco para o desenvolvimento de IC são: · Hipertensão arterial sistêmica; · Diabetes; · Dislipidemia; · Obesidade; · Envelhecimento. No Brasil, a principal etiologia da IC é a cardiopatia isquêmica crônica associada à HAS, podendo ser observadas algumas situações especiais de IC em determinada regiões do país, tais como as IC’s associadas à doença de Chagas, à endomiocadiofibrose e à cardiopatia valvular reumática crônica · Tipos de insuficiência cardíaca A IC esquerda é a mais comum e ocorre devido à insuficiência ventricular (dificuldade em bombear ou em relaxar) geralmente. IC direita acontece por conta da insuficiência ventricular direita, na maioria dos casos e a principal causa de insuficiência cardíaca direita é a própria insuficiência esquerda. Contudo, existem outras causas de IC direita, como o cor pulmonale, a hipertensão pulmonar primária e o tromboembolismo pulmonar. É dita IC congestiva (ICC) ou biventricular quando ocorre a insuficiência dos dois lados, normalmente, iniciando pelo lado esquerdo, que, retrogradamente, leva ao acometimento do lado direito. · Fisiopatologia da insuficiência cardíaca A IC pode ser resultado de inúmeras doenças cardíacas e/ou sistêmicas. A causa mais comum é a redução da contratilidade miocárdica (função sistólica alterada), que pode ser originada por Infarto agudo do miocárdio (IAM), fase dilatada da cardiopatia hipertensiva e miocardiopatias. Porém outras causas também são observadas, tais como as condições que interferem no enchimento ventricular (função diastólica alterada), as anormalidades mecânicas, os distúrbios da frequência e do ritmo cardíaco, a cardiopatia pulmonar e os estados de alto débito. Nos adultos, em aproximadamente 69% dos casos, a IC está associada à disfunção sistólica do ventrículo esquerdo. Já nos 40% restantes, a IC está relacionada com a disfunção diastólica, condição que vem sendo mais observada com o aumento da expectativa de vida da população. · Manifestações iniciais da disfunção hemodinâmica (redução no volume de ejeção e elevação das pressões de enchimento ventriculares) Apresentam efeitos em cascata nos reflexos cardíacos e na perfusão e função dos órgãos sistêmicos. Isso estimula respostas compensatórias interdependentes, envolvendo os sistemas cardiovascular e neuro-hormonal, além de alterações na fisiologia renal. As respostas neuro-hormonais consistem basicamente em três mecanismos: liberação de norepinefrina pelos nervos simpáticos do coração (eleva a FC e aumenta a contratilidade do miocárdio e resistência vascular); ativação do sistema renina-angiotensina-aldosterona e liberação do peptídeo natriurético atrial (estes últimos mecanismos responsáveis por ajustar os volumes de enchimento e pressão). · Resposta cardíaca - Mecanismo Frank-Starling Quanto maior for o volume diastólico final, maior será o débito cardíaco e a fração de ejeção. O volume diastólico final alto estira as fibras musculares do coração e essas, por reflexo miogênico, se contarem com mais vigor, mantendo o débito cardíaco Esses mecanismos compensatórios são gerados na tentativa do sistema cardiovascular manter a homeostasia. Inicialmente, eles conseguem manter o bom funcionamento do coração, contudo com o passar do tempo eles prejudicam o coração, causando cardiotoxicidade e remodelamento cardíaco (induz apoptose de miócitos e proliferação de fibroblastos), piorando em longo prazo os sintomas da síndrome. Sendo assim, a terapêuticada insuficiência cardíaca visa inibir esses mecanismos, basicamente, através do bloqueio do neural e do sistema renina-angiotensina-aldosterona. · Apresentação clínica do paciente com IC Os sintomas do baixo débito são: síncope, palpitações, intolerância ao exercício, fadiga. Já os sintomas da síndrome congestiva vão variar de acordo com o coração afetado. A congestão sempre será retrógrada ao coração afetado, se a insuficiência for de ventrículo esquerdo ocorrerá congestão pulmonar, e o paciente poderá apresentar dispneia aos esforços, dispneia paroxística noturna, ortopneia e tosse seca. Se a insuficiência for de ventrículo direito, a congestão será sistêmica e o indivíduo cursará com edema de membros inferiores, turgência de jugular, reflexo hepato jugular, hepatomegalia congestiva e saciedade precoce. 23/04/2020 · Diagnóstico Clínico; Feito por meio da anamnese e exame físico, podendo ser auxiliado pelos exames complementares. Os principais critérios clínicos utilizados na prática são os de Framingham e os de Boston. Critérios de Framingham Os critérios clínicos de Framingham estão divididos em 9 maiores e 7 menores Para diagnóstico de IC são necessários: 2 critérios maiores OU 1 maior + 2 menores. Os critérios menores são aceitos desde que não possam ser justificados por outra causa, como hipertensão pulmonar, DPOC, cirrose, ascite e síndrome nefrótica, por exemplo. Critérios de Boston De acordo com a pontuação, podemos afastar ou confirmar o diagnóstico: · 8 – 12 pontos: diagnóstico de IC definitivo · 5 – 7 pontos: diagnóstico de IC possível · < 4 pontos: diagnóstico de IC improvável Importante: Devemos ter noção de que alguns sinais podem indicar o tipo de insuficiência, por exemplo: No caso da IC DIREITA predominam sinais de congestão sistêmica, tais como: edema de MMII, hepatomegalia, ascite, turgência jugular e refluxo hepatojugular. Já na IC ESQUERDA, os sinais de congestão pulmonar ganham destaque, a saber: crepitações, ortopneia e dispneia paroxística noturna. · Exames Complementares Raio x de tórax É possível observar o aumento do índice cardiotorácico (> 50%), sinais de congestão pulmonar (inversão do padrão vascular – vascularização mais visível nos lobos superiores), derrame pleural. Ecodopplercardiograma É um método muito usado na prática pois orienta quanto ao diagnóstico, etiologia, classificação e prognóstico. Avalia a função ventricular sistólica e diastólica, tamanho e espessura das paredes das câmaras cardíacas e função das valvas. A fração de ejeção (FE) é um dado super importante, que indica a função sistólica do VE e que é determinante no tratamento da IC. Mas é importante lembrar que cerca de 50% das IC possuem FE preservada, por isso uma FE normal não exclui o diagnóstico. · Classificações · Classificação da gravidade dos sintomas segundo a New York Heart Association (NYHA) · Estágios da IC segundo o American College of Cardiology/American Heart Association (ACC/AHA) · Tratamento não-farmacológico Dieta com baixa ingestão de sódio, restrição hídrica (1 a 1,5L) em pacientes com risco Prática de exercício físico com 60 a 85% da frequência máxima obtida no teste de esforço, sob supervisão. de hipervolemia, além de monitoramento do peso corporal · Prognóstico Uma vez instalada, a disfunção ventricular sistólica usualmente progride. A mortalidade dos pacientes com IC ocorre basicamente de forma súbita ou por progressiva falência de bomba. No estudo de Framingham, apenas 25% dos homens e 38% das mulheres sobreviveram 5 anos após o diagnóstico de IC. Essa mortalidade foi 4 a 8 vezes maior que a população geral da mesma idade. A insuficiência cardíaca pode ser crônica e, devido à fatores precipitantes, descompensar (exacerbação aguda de um quadro crônico). Os principais fatores precipitantes são: má adesão ao tratamento, infecções, sobrecarga de volume, embolia pulmonar, isquemia miocárdica, crise hipertensiva e arritmias. O paciente com IC descompensada pode apresentar sinais clínicos de congestão pulmonar e/ou de baixo débito cardíaco e a partir daí são classificados de acordo com a hemodinâmica. · Tratamento Fisioterapêutico · Reabilitação Cardíaca AULA 6 30/04/2020 Doenças valvulares cardíacas Doença ("patia") das válvulas ("valvulo") do coração · Tipos: Estenoses valvares: Estenose Mitral : · Área Valvar Mitral (AVM) normal: 4-6 cm2 · Estenose Mitral: AVM Inf. 2,5 cm2 Fisiopatologia: · Congestão Pulmonar · Hipertensão Arterial Pulmonar (HAP) Etiologia: 95% = Cardiopatia Reumática Crônica História Clínica: · Dispnéia aos esforços · Síndrome do baixo débito · Síndrome de Ortner – Rouquidão ( AE compressão Nervo Laríngeo) Tratamento: Medicamentoso Cirúrgico : “Guidelines do ACC/AHA 1998” · Indicação Inquestionável ( classe I de evidência) ( AVM < 1,5CM2). · Opiniões Favoráveis ( classe IIa de evidência) = EM Grave – HAP Próteses Valvares Bola e gaiola Disco basculante Estenose Aórtica Área Valvar Aórtica normal: 2,5-3,5cm2 Classificação quanto à gravidade · EA Leve : AVAo = 1,5-2,5cm2AVAo = Área Valvar Aórtica Pressórico Médio = 5-30 mmHg · EA Moderada : AVAo = 0,8-1,5cm2 Pressórico Médio = 30-50 mmHg · EA Grave : AVAo = <0,8cm2 Pressórico Médio = > 50 mmHg Etiologia · Degenerativa Calcífica, · Valva Bicúspide Congênita, · Cardiopatia Reumática Crônica. Tratamento · Medicamentosa = “não existe tratamento medicamentoso para a EA sintomática” · Intervencionista = Troca Valvar Estenose Tricúspide Etiologia: Cardiopatia Reumática Crônica, Atresia da Tricúspide Fisiopatologia: Síndrome de congestão sistêmica Gradiente de pressão AD-VD Estenose Pulmonar Fisiopatologia - pós-carga de vd + hipertrofia Geralmente ocorre por defeitos congênitos: · Tetralogia de Fallot, · Síndrome de Williams, · Síndrome de Noonan, Quando significante, a estenose pulmonar é diagnosticada na infância porque ela produz um sopro muito alto. Insuficiências valvares: Insuficiência Mitral É o fluxo retrogrado de sangue, durante a sístole ventricular,devido a uma incompetência do mecanismo de fechamento valvar mitral.Classificação quanto á Gravidade: IM Mínima FR < 20% IM Leve FR = 20-40% IM Moderada FR = 40-60% IM Grave FR > 60% FR = Fração Regurgitante Assintomática - Grau leve Sintomáticas – de Moderado a Severo Fisiopatologia Sobrecarga de Volume · Insuficiência Mitral Aguda: AE POUCO COMPLACENTE Pressão retrógrada pressão de vasos pulmonares Congestão pulmonar · Insuficiência Mitral Crônica: TAMANHO DE AE Etiologia · Degeneração mixomatosa · Doença reumática · Doença isquêmica do miocárdio · Endocardite infecciosa · Rotura espontânea cordoália · Calcificação anular senil Insuficiência Aórtica Insuficiência ou regurgitação Aórtica é a condição em que existe um refluxo de sangue para o VE durante a diástole ventricular Classificação quanto á gravidade: IA Mínima FR < 20% IA Leve FR = 20-40%“FR: fração regurgitante” IA Moderada FR = 40-60% IA Grave FR > 60% Etiologia Valva · Doença reumática · Endocardite infecciosa · Degeneração mixomatosa · Espondilite anquilosante Aorta · Aterosclerose aórtica · S. Marfan · Dissecção aórtica · Aortite sifilítica · Arterite de Takayasu Insuficiência Tricúspide A condição na qual existe um refluxo de sangue do VD para o AD durante a sístole ventricular”. Fisiopatologia: Sobrecarga de volume ao AD” Manifestações Clínicas Sintomas da congestão sistêmica aliados ao baixo débito. Prolapso Mitral Síndrome caracterizada pela proliferação mixomatosa da cúspede que aumenta e a torna proeminente para dentro do átrio na contração sistólica. Causas · Idiopática · Metabolismo anormal de colágeno · Congênito · Osteogênese imperfeita Sintomas · Palpitações · Dispnéia · Ansiedade · Enxaqueca AULA 707/05/2020 Edema Agudo de Pulmão Constitui urgência clínica e motivo freqüente de internação hospitalar; caracteriza-se pelo acúmulo anormal de líquidos no pulmão, isto é, ↑ do líquido extravascular nos pulmões, seja nos alvéolos ou nos espaços intersticiais. O EAP representa o estágio final da congestão pulmonar que ocorre quando a circulação pulmonar já tiver recebido mais sangue do que o coração é capaz de bombear · Etiologia · Causas secundárias a cardiopatias; · Causas secundárias a cardiopatias; · Edema Agudo de Pulmão Cardiogênico: · Insuficiência Cardíaca Congestiva (ICC); · Isquemia miocárdica aguda; · Hipertensão arterial sistêmica; · Valvopatias; · Causas não relacionadas a cardiopatias · SDRA; · Lesão encefálica · Síndrome nefrótica; · Infecções pulmonares; · EAP Cardiogênico É uma forma grave de apresentação das descompensações cardíacas, Constituindo uma emergência clínica que se manifesta por um quadro de insuficiência respiratória de rápido inicio e evolução. Está associado a um elevado risco a vida do paciente, tanto pelo quadro pulmonar agudo como pela doença cardiovascular subjacente. · EAP não cardiogênico O EAP não-cardiogênico é o aumento da permeabilidade por lesão no endotélio e epitélio alveolar. Exemplos: · Injúria da membrana alvéolo capilar; · Inalações tóxicas; SARA; · Embolia pulmonar; · Intoxicações por drogas. · Fisiopatologia EAP O EAP ocorre pelo extravasamento de líquido ao interstício pulmonar; Frente à diminuição da complacência pulmonar, há um aumento do trabalho respiratório, com aumento da freqüência respiratória e redução do volume corrente. Persistindo a transudação, o paciente terá maior dificuldade respiratória; A partir deste ponto há extravasamento de líquidos para o interior dos alvéolos, com a instalação clínica do EAP. O líquido extravasado para o interior dos alvéolos mistura-se com o ar por ocasião dos movimentos respiratórios · Quadro clínico · Débito cardíaco diminuído caracterizado à palpitações, taquicardia, dispnéia, mudanças de cor na pele, tosse, freqüência cardíaca alterada, · Ritmo alterado; confusão mental; Sensação de afogamento · Padrão respiratório ineficaz caracterizado por alterações da profundidade respiratória, dispnéia, ortopnéia relacionado à ansiedade e hipoventilação; · Troca de gases prejudicada caracterizado por agitação, cianose, dispnéia e respiração anormal; · Presença de secreção rósea; · Diagnóstico · Exame Físico: · Palidez cutânea e sudorese fria; · Cianose de extremidades; · Uso da musculatura respiratória acessória; · Taquipnéia; · Estertores em extensão variável do tórax; · Elevações pressóricas · Tratamentos / Objetivos · Melhorar ventilação pulmonar e trocas gasosas; · ↓ o trabalho respiratório; mobilizar e eliminar secreções bronco pulmonares; · Manter decúbito elevado, paciente sentado! São medidas essenciais no tratamento do EAPC, a administração de oxigênio, diuréticos potentes, morfina, além de outras medicações de prescrição médica, o uso de ventilação não invasiva por parte da fisioterapia. *Pressão positiva Ventilação não invasiva: VNI, produz uma melhoria da capacidade respiratória, pulso, diminuição de dispneia, levando a uma mais rápida normalização dos valores de gasimetria e de tensão arterial. Hipertensão Arterial Sistêmica A hipertensão arterial sistêmica é uma condição clínica multifatorial definida como uma pressão arterial sustentada maior ou igual a 140 mmHg sistólica e 90 mmHg diastólica. Está frequentemente associada a alterações de órgãos alvos, alterações metabólicas e altamente relacionada com a mortalidade cardiovascular e cerebrovascular. · Fatores de risco · alta ingestão de sal, · alta ingestão de álcool, · sedentarismo, obesidade · e história familiar, *eventos que estão diretamente associados ao aumento da hipertensão no mundo. · Epidemiologia A hipertensão arterial é um problema de saúde pública no mundo todo. De acordo com a OMS mais de um bilhão de pessoas em todo mundo são hipertensas e cerca de 4 em cada 10 adultos com mais de 25 anos de idade tem hipertensão. Devido ao aumento das taxas de obesidade e o envelhecimento da população, é estimado que um terço da população tenha hipertensão até 2025. Atualmente cerca de 54% dos AVCs e 47% das doenças isquêmicas do coração no mundo são conseqüência da pressão arterial elevada. · Diagnóstico A avaliação inicial do paciente com hipertensão inclui história clínica e exame físico para confirmar a elevação da pressão arterial e identificar os fatores de risco associados, alguma possível causa secundária e avaliar o risco cardiovascular. Cerca de 90% dos pacientes são assintomáticos. Alguns podem apresentar cefaléia e tontura, que nem sempre estão associados a HAS. É fundamental a pesquisa de lesão de órgãos alvo (LOA), como os rins, os vasos e o coração e pesquisa de causas secundárias da hipertensão arterial. · Medição da pa: No consultório: Recomenda-se, pelo menos, a medição da PA a cada dois anos para adultos com PA ≤ 120/80 mmHg, e anualmente para aqueles com PA > 120/80 mmHg e < 140/90 mmHg. Classificação: · Hipertensão: Consultório: PAS ≥ 140 e/ou PAD ≥ 90 mmHg; · Pré-Hipertensão: Consultório: PAS entre 121 e 139 e/ou PAD entre 81 e 89 mmHg; · Hipertensão Estágio 1: PAS 140 – 159 mmHg PAD 90 – 99 mmHg; · Tratamento O tratamento do paciente hipertenso inclui medidas não medicamentosas e uso de anti-hipertensivos, a fim de reduzir a PA e prevenir lesão de órgão alvo. Na maioria dos indivíduos é preconizado os dois tipos de tratamento, já que a adesão das medidas comportamentais a médio e longo prazo costumam ser mínimas. A decisão terapêutica deve ser baseada no nível da PA, presença de fatores de risco, lesão de órgão alvo ou doença cardiovascular. A terapia não farmacológica deve ser tentada por 3 meses nos hipertensos com risco baixo e 6 meses nos hipertensos com risco moderado. É fundamental acompanhar esses indivíduos para avaliar a adesão ao tratamento não farmacológico. É preconizado iniciar o tratamento farmacológico nos casos de falta de adesão ou piora dos níveis pressóricos. · Hipertensos Idosos O mecanismo do aumento da PA mais comum nos idosos é o enrijecimento da parede arterial dos grandes vasos, condição comum nas idades avançadas. Recomenda-se o inicio do tratamento farmacológico em idosos a partir de PAS ≥ 140 mmHg, desde que seja avaliado as condições gerais do indivíduo. · Tratamento não medicamentoso Essa terapia envolve o controle ponderal, medidas nutricionais (controle do consumo de sódio, alimentação com fibras, ácidos graxos insaturados, oleaginosas, laticínios e etc), Prática de atividade física, cessação do tabagismo, Redução do consumo de alcóol e controle do estresse. AULA 8 14/05/2020 Aneurisma da Aorta · Anatomia da Aorta · Aorta ascendente = raiz da Aorta · Óstios coronarianos – artérias coronarianas · Arco aortíco = tronco braquiocefálico · Subclávia D e E / Carótida D e E · Aorta torácica descendente · até o diafragma (20cm) · Aorta abdominal: · borda inferior a 12º vértebra torácica até a bifurcação no nível de L4. · 15 cm · Histologia da Aorta 3 camadas · Íntima · Média · Externa (adventícia) vasa vasorum · Definição · Dilatação irreversível do vaso · Diâmetro transversal excede 1,5 vez · Envolve as 3 camadas · Classificação · Fusiforme: toda circunferência acometida e dilatada; · Sacular: dilatação restrita a uma parede; · Pseudo-aneurisma; dilatação não envolve todas as suas camadas · Considerações 75% dos aneurismas da aorta são assintomáticos e diagnosticados ao acaso; Predisposições: doenças do tecido conectivo (Síndrome de Marfan e Elvis – Daulos) e doenças inflamatórias da aorta. Aneurisma da Aorta Torácica · 6 a 8 indivíduos em cada 100.000 por ano. · Aorta ascendente – 50% dos casos; · Aorta descendente – 40% dos casos; · Aneurismas não tratados: · Ruptura · Paciente morre antes por doenças associadas· 20% estão vivos ao final de 5 anos · Incidência de ruptura proporcional ao tamanho do aneurisma. · Etiologia · Causas mais comuns: · Aterosclerose · Degeneração cística do médio · Fator genético · Quadro Clínico · 1º fase – aneurisma crescendo com o tempo: · Disfagia – compressão do esôfago · Dor lombar – compressão ou corrosão do corpo vertebral · Rouquidão – compressão do nervo laríngeo · Arco aórtico · árvore traqueobrônquica – dispnéia e tosse · Aorta ascedente · Insuficiência da válvula aórtica · 2º fase – expansão aguda das dilatações · Dor · TC · Método pouco invasivo · Informa com precisão – diâmetro do aneurisma, extensão. · Imagem tridimensional – observação das cavidades (pericárdica e pleural) onde está ocorrendo a ruptura. · Estruturas adjacentes · Ecocardiografia com Doppler · Velocidade e sentido do fluxo. · Verificar a presença de trombos – redução do fluxo sanguíneo. · Confirmação da fisiopatologia e auxílio na tomada de decisão terapêutica. · Tratamento Cirúrgico: · Avaliação do risco de ruptura; Pacientes sintomáticos; · Aneurisma da aorta ascendente · Primeira reconstrução bem sucedida: Cooley e De Bakey – 1956 Atualmente: cirurgia discreta por Bentall e Debono – 1968 Substituição por um tubo de Dacron valvulado utilizando prótese metálica. · Reparos endovasculares / endopróteses · Menos invasivo; · Sedação crucial; · Revestimento da artéria doente com o uso de Stents para fixar o revestimento na parede arterial; · Sucesso em 98% dos casos. · Tratamento Fisioterapêutico Pós – Cirúrgico Objetivos: · Melhorar as condições pulmonares; · Promover a reabilitação cardiovascular; · Oferecer uma maior independência física; · Evitar fenômenos tromboembólicos; · Evitar posturas antálgicas; · Oferecer segurança para alta hospitalar; Condutas: · Avaliar as condições do paciente e possíveis complicações; · MHB e MRP; · Educação respiratória; · Atenuar dor; · Orientações para respiração diafragmática; · Padrão ventilatório; · Tosse (Huffing); · Posicionamento no leito; · Cuidados com dreno; Dissecção da aorta É uma emergência médica caracterizada por uma lesão na parede interna da artéria aorta, a maior e mais importante do sistema circulatório. A lesão permite que o sangue invada as camadas mais internas da aorta, forçando um caminho que separa a camada mais interna da camada média. · Epidemiologia · Ocorre em 10 a 20 casos/milhão de habitantes/ano. · Se não tratada, a motalidade é de cerca de 50% em 48 hrs e de 60 a 90% em uma semana. · Mais óbitos que o aneurisma roto de aorta abdominal. Essa condição pode nos casos mais extremos, provocar o rompimento da camada mais externa, o que leva a hemorragia e constitui um quadro grave que precisa de atendimento imediato. O sintoma principal é dor intensa e súbita no tórax. Dependendo da localização da dissecção, a dor pode irradiar para pescoço, costas ou abdômen, dispnéia, tontura e desmaio. O problema é mais incidente em homens a partir dos 60 anos. Hipertensão e arteriosclerose são fatores de risco importantes e estão presentes em 75% dos casos. Trombose Venosa Profunda Trombose venosa profunda é uma doença potencialmente grave causada pela formação de coágulos (trombos) no interior das veias profundas. Na maior parte das vezes, o trombo se forma na panturrilha, ou batata da perna, mas pode também instalar-se nas coxas e, ocasionalmente, nos membros superiores. · Grandes veias da perna · Nivel ou acima do joelho · (v. poplítea, femoral e elíaca) · (vv. cavas superior e inferior) · Epidemiologia · Principal causa de morbimortalidade pós-cirurgia · 10 a 25% evoluem para TEP · Raças negra e caucasiana · Fisiopatologia · Tríade de virchow · Estase venosa · Alterações da coagulação · Hipercoagulabilidade · Fatores de risco Adquiridos · Viagem prolongada · Obesidade · Tabagismo · HAS · Neoplasias malignas Relacionados · Idade avançada · Trauma · Gravidez e puerpério · Imobilização · Cirurgias ortopédicas · Sinais e sintomas · Dor · Edema · Empastamento muscular · Palpação dolorosa · Dor no trajeto venoso · Homans positivo · Cianose · Diagnostico · Exames complementares · D-dímero: Alta sensibilidade/ baixa especificidade · Doppler colorido · Flebografia · TC/RM · Profilaxia - TVP Manter a profilaxia- Ft risco · Tratamento Não farmacológica · Meias elásticas · Compressão pneumática · Deambulação precoce Medicamentosa · Evitar que o trombo aumente ou fragmente · Embolia pulmonar · Troboembolismo recorrente · Heparina fracionada · HBPM · Anticoagulantes orais · Tratamento fase tardia · Compressão elástica · Anticoagulante oral
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