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Estudos Dirigidos PI (Maio 2020)

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Disciplina: Psicologia Integrada – PI
Profa. Dra. Maria A. dos S. Crisostomo
Estudos dirigidos – Material trabalhado no mês de Maio de 2020
Curso de Psicologia UNIP – CAMPUS SOROCABA
Importante: Este material não poderá ser utilizado fora do propósito a que ele foi construído, ou seja, somente para auxiliar nos estudos dos alunos regulamente matriculados nos 8º e 9º semestres do curso de Psicologia, desta universidade.
Conceito: Psicologia Jurídica – A função do psicólogo no Judiciário 
· Nos processos de separação ou divórcio é preciso definir qual dos ex-cônjuges deterá a guarda dos filhos. Conforme o artigo nº 1.584, do Novo Código Civil, vigente desde janeiro de 2002, nos casos de separação consensual, será observado o que os cônjuges acordarem sobre a guarda dos filhos. 
· Em não havendo acordo, a guarda será atribuída àquele que reunir melhores condições para exercê-la, o que não implica melhores condições econômicas ou materiais, (Lago e Bandeira, 2009, p. 1).
· Altoé (2001, p.1) questiona: “E como saber quem tem melhores condições? 
· Quais os critérios para a avaliação realizada pelos psicólogos?”. 
· A autora afirma que o trabalho do psicólogo na área jurídica não deve se restringir à elaboração de pareceres para que o juiz possa aplicar a lei. 
· Deve, sim, visar à resolução dos conflitos que conduziram a família ao poder judiciário. Conflitos não resolvidos produzirão a reincidência dos problemas que conduziram o caso à Justiça, e o processo tende a prolongar-se por anos, sem redução da dor dos envolvidos.
· Ainda de acordo com Altoé (2001), antes da década de 1990 a função do psicólogo judiciário se restringia à realização de perícias e pareceres. Hoje seu trabalho inclui informação, apoio, acompanhamento e orientação pertinentes aos atendimentos realizados, dado haver preocupação com a saúde mental das pessoas envolvidas.
· Refletir sobre o modelo pericial e articulá-lo à ideia de um trabalho interventivo significa considerar também que o encontro com a(s) pessoa(s) que faz(em) parte de um processo de Vara de Família não é mera condição de aplicação de instrumentos de avaliação que é demandada por um terceiro. 
· Supõe considerar que essas pessoas procuram o Judiciário para resolver conflitos de família porque não encontraram outra forma de lidar com o sofrimento que advém deles, (Suannes, 2008, p. 29). 
· Para esse autor a perícia, entendida como uma forma de avaliação psicológica, deve assumir também um caráter interventivo: “Embora não seja uma instituição de saúde mental, é o Judiciário o lugar que essas pessoas escolheram para tratar, viver e falar da dor da separação, dos rompimentos de vínculos, da desidealização da família e de si mesmas”. (p.36)
Indicações bibliográficas
ALTOÉ, S. E. Atualidade da Psicologia Jurídica. PsiBrasil: Revista de Pesquisadores da Psicologia no Brasil, Juiz de Fora, v. 1, n. 2, 2001. Disponível em: <http://www.estig.ipbeja.pt/~ac_direito/psicologia_juridica.pdf>. Acesso em: 1 jan. 2020.
LAGO, V. de M.; BANDEIRA, D. R. A Psicologia e as demandas atuais do direito de família. Psicologia: ciência e profissão, Brasília, v. 29, n.2, jun. 2009. Disponível em: <http://pepsic.bvspsi.org.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1414-98932009000200007&lng=pt&nrm>. Acesso em: 1 jan. 2020.
SUANNES, C. A. M. A sombra da mãe: um estudo psicanalítico sobre identificação feminina a partir de casos de Vara de Família. 2008. 125 f. Dissertação (Mestrado). Departamento de Psicologia Clínica, PUC, São Paulo, 2008.  Disponível em:<http://www.caf.org.br/paginas/biblioteca/disserta_claudia_suannes.pdf>. Acesso em: 1 jan. 2020.
Exemplo: 
CASO 9[footnoteRef:1]: Investigação da Personalidade – Um caso em Psicologia Jurídica [1: Questão 35 – Enade 2006.] 
Situação: casal recém-divorciado não consegue entrar em acordo com relação à guarda dos filhos, um menino de 5 anos e uma menina de 3 anos. A mãe quer permanecer com os dois filhos com visitas e fins de semana alternados com o pai, mas este quer a guarda das crianças, com o mesmo sistema de visitas e fins de semana alternados, pois julga a mãe negligente com relação às crianças. Esta acredita que isto se deva ao ressentimento dele por ela ter solicitado a separação. Várias conversas foram tentadas e não foi possível chegar a um acordo. O juiz solicita a intervenção de um psicólogo.
O psicodiagnóstico que incluísse entrevistas e métodos projetivos poderia ser mais útil, neste caso, para: 
A. traçar um perfil de personalidade da mãe das crianças que permitisse confirmar ou descartar sua negligência.
B. avaliar a capacidade dos pais de lidar com fatores de sobrecarga emocional. - [CORRETA]
C. traçar um perfil de personalidade do pai mostrando a possibilidade ou o impedimento para cuidar de crianças.
D. definir presença de transtornos depressivos, associados aos comportamentos descritos.
E. relacionar a influência de distúrbios do pensamento sobre a percepção da realidade.
Justificativa e análise das alternativas
A. Alternativa incorreta.
JUSTIFICATIVA. A realização de psicodiagnóstico da mãe com o objetivo de confirmar ou não uma situação de negligência significaria um retrocesso nas possibilidades de atuação do psicólogo judiciário, ou seja, ele estaria atuando apenas como parecerista. Nesse caso, sua atividade se restringiria à elaboração de um documento para que o Juiz aplicasse a lei.
B. Alternativa correta.
JUSTIFICATIVA. A avaliação do estado emocional dos pais e de sua capacidade para suportar a dor causada pelo rompimento é uma atitude adequada por parte do psicólogo. O procedimento que os inclui no processo psicodiagnóstico lhes oferece oportunidade de reflexão e de elaboração de emoções. A proposta é que se procure favorecer a tomada de decisão relativa à guarda dos filhos por meio de diálogo e consenso, descaracterizando essa decisão como vinculada a uma situação de disputa e privilegiando o bem-estar das crianças envolvidas.
C. Alternativa incorreta.
JUSTIFICATIVA. Vide justificativa da alternativa A.
D. Alternativa incorreta.
JUSTIFICATIVA. Não há, no enunciado da questão, nada que sugira a existência de transtornos depressivos associados aos comportamentos descritos.
E. Alternativa incorreta.
JUSTIFICATIVA. No enunciado da questão não é feita nenhuma referência a distúrbios de pensamento que pudessem estar influenciando a percepção da realidade.
Conceito – Testes projetivos são utilizados como instrumentos auxiliares na investigação diagnóstica da personalidade no contexto da Avaliação Psicológica e como subsídio importante para o Psicodiagnóstico Infantil. No trabalho profissional em psicologia, é preciso identificar, selecionar e adequar o uso dos instrumentos de avaliação da personalidade a problemas e contextos específicos, baseados em evidências científicas, de acordo com os princípios da ética profissional.
Exemplo: 
CASO 10: Técnicas Projetivas
Existe uma variedade expressiva de instrumentos de avaliação psicológica gerados para a exploração de diversas variáveis e processos psicológicos. Cada tipo de instrumento oferece atributos positivos e limitações que o psicólogo deve considerar quando o inclui ou exclui de um processo avaliativo. Portanto: 
I – As técnicas projetivas, como instrumentos que geram hipóteses interpretativas, são importantes ferramentas para a identificação de características e traços de inteligência. 
II – As técnicas projetivas identificam sinais e sintomas relacionados a quadros psicopatológicos. 
III – Qualquer avaliação psicológica tem como objetivo fornecer informações, para que, a partir destas, sejam tomadas decisões sobre o indivíduo avaliado. 
IV - Qualquer técnica projetiva pode ser utilizada para investigação da personalidade e da inteligência do sujeito.
 Portanto, é CORRETO apenas o que se afirma em: 
A. I, II, IV
B. II, III e IV
C. I, II e III
D. III e IV
E. II, III [CORRETA]
Justificativa e análise das alternativas incorretas
Afirmativa I: incorreta
JUSTIFICATIVA: embora através da aplicação de uma técnica projetiva seja possível inferir características e traçosde inteligência, estas técnicas não são, via de regra, suficientes para classificações de inteligência.
Afirmativa IV: incorreta
JUSTIFICATIVA: As técnicas projetivas para investigação da personalidade não são necessariamente apropriadas para avaliação da inteligência. 
Conceito – Psicodiagnóstico Interventivo
· De acordo com Milani, Tomael e Greinert (2014), o psicodiagnóstico interventivo é um processo de investigação que inclui intervenções que podem trazer mudanças para o paciente desde as consultas iniciais. 
· A aplicação do psicodiagnóstico interventivo vem sendo utilizada desde a década de 1990. Marília Ancona-Lopez e Mary Santiago são precursoras do psicodiagnóstico interventivo no Brasil na abordagem fenomenológico-existencial, ao perceberem melhoras dos pacientes já durante o processo psicodiagnóstico. 
· Para Evangelista (2016) o psicodiagnóstico interventivo é muito adequado para atender à clientela dos serviços-escola de Psicologia, dado seu caráter investigativo voltado para responder às demandas e necessidades da clientela. 
· Numa perspectiva fenomenológica-existencial, o psicodiagnóstico interventivo vai ser compreendido como mais do que uma coleta de dados para que o psicólogo formule uma compreensão sobre o cliente, já que permite que os clientes formulem uma compreensão sobre si mesmos, contribuindo para a superação do sofrimento que motivou a busca por ajuda.
· Neste sentido, outra dimensão muito importante presente no psicodiagnóstico interventivo é a presença da família em todo o processo, assim como o acesso a outros cenários que contribuam para a construção de hipóteses sobre o que se passa com os clientes, com, por exemplo, visitas à casa e à escola.
Referências: EVANGELISTA, P. O psicodiagnóstico interventivo fenomenológico-existencial grupal como possibilidade de ação clínica do psicólogo. Rev. abordagem gestalt., Goiânia, v. 22, n. 2, p. 219-224, dez. 2016. Disponível em <http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1809-68672016000200014&lng=pt&nrm=iso>. Acesso em 10 jan. 2020.
MILANI, R.G.; TOMAEL, M.M.; GREINERT, R.B.M. Psicodiagnóstico interventivo psicanalítico. Estudos Interdisciplinares em Psicologia, Londrina, v. 5, n. 1, p. 80-95, jun. 2014. Disponível em http://pepsic.bvsalud.org/pdf/eip/v5n1/a06.pdf. Acesso em 10 jan. 2020.
Exemplo: 
CASO 11: Psicodiagnóstico Interventivo
Carolina tem 11 anos e mora com a avó paterna, desde que seus pais se separaram, há 6 anos. O pai e a mãe, depois da separação tumultuada, mudaram-se para outros estados e pouco contato tiveram com a menina. O pai telefona 4/5 vezes no ano e sempre aparece no Natal com muitos presentes para Carolina. Quando está com ela mantém um relacionamento amigável, como se fosse um parente muito distante. A mãe nunca mais viu a menina; apenas conversa por telefone. Passa muito tempo sem ligar, mas às vezes telefona várias semanas seguidas. Manda, pelo correio, presentes para Carolina na data de seus aniversários e no Natal. D. Vanda, a avó, cuida de toda a educação da criança. Recentemente, a mãe voltou e quer ficar com a criança. O pai quando soube se contrapôs e quer levar Carolina para morar com ele. A avó não admite que retirem Carolina de sua casa, afinal foi ela quem praticamente a criou. Neste cenário de brigas, discussões e ameaças, Carolina não quer mais ir à escola, pois tem medo de ser raptada pelos pais e está apresentando enurese noturna. A disputa pela guarda da criança vai ser resolvida na justiça. D. Vanda procura uma psicóloga, sem o conhecimento dos pais da menina, requisitando um laudo psicológico que a favoreça na disputa, uma vez que Carolina não quer morar nem com a mãe nem com o pai. Pretende apresentar o laudo ao juiz, quando for aberto o processo.
Baseados no relato podemos afirmar que:
A. Para que o laudo psicológico seja completo, a psicóloga deve convocar pessoas que tivessem convivido com o casal e a criança e pudessem emitir opiniões mais neutras sobre essas relações. 
B. A psicóloga deveria realizar um psicodiagnóstico da criança, garantindo a presença dos pais. (CORRETA)
C. A psicóloga deve elaborar um laudo com todas as informações colhidas, não só das entrevistas, mas também dos testes aplicados, porque só assim o juiz pode tomar uma decisão adequada ao caso.
D. Não convocar o pai e a mãe, neste caso, não se constitui em falta ética, porque o que importa são as imagens parentais internalizadas e não reais.
E. A psicóloga deve ouvir a menina e seu laudo deve estar baseado nos desejos desta.
Conceito: Coleta de dados em pesquisas sobre representações sociais
· A Teoria das Representações Sociais (TRS), elaborada por Serge Moscovici, dedica-se à produção de saberes sociais no âmbito do cotidiano. 
· Sob essa perspectiva, a ‘Representação Social’ é necessariamente uma representação partilhada socialmente sobre algum (uns) objeto (s) e alguma (s) pessoa (s). 
· A TRS permite a utilização de variada gama de métodos investigativos, desde os questionários fechados até os mais diferentes formatos de entrevistas que possibilitam captar as ideias de determinado grupo de pessoas acerca de seu cotidiano.
· Para realizar pesquisas sobre representações sociais o primeiro passo a ser dado é formular a questão norteadora e o objetivo da investigação para, a partir disso, escolher o instrumento a ser utilizado. 
· As particularidades de uma pesquisa são definidas, também, em função dos conceitos a serem explorados, da população-alvo, do tamanho da amostra (participantes da pesquisa) e dos recursos disponíveis. 
· Também é preciso considerar, de um lado, o instrumento de coleta de dados e, de outro lado, o contexto social onde será utilizado. 
Instrumentos de Pesquisas
· Entre os instrumentos de pesquisa utilizados em ciências humanas incluem-se as entrevistas - estruturadas, semiestruturadas e não estruturadas - e os questionários - auto aplicados em situação coletiva ou em pesquisas realizadas online.
· Nas entrevistas estruturadas, ou fechadas, utiliza-se um roteiro a ser rigorosamente obedecido durante o processo de coleta de informações para garantir homogeneidade no processo de obtenção de dados. É preciso que as perguntas preservem a redação original, sejam formuladas sempre do mesmo modo e obedeçam sempre a mesma sequência.
· As entrevistas semiestruturadas também são realizadas com base em roteiros. Embora o roteiro de entrevista ofereça maior margem de liberdade ao pesquisador para dialogar com o participante, permitindo, inclusive, que ele auxilie no processo de aprofundamento das ideias que surgem no transcorrer da entrevista. O pesquisador deverá permanecer atento ao foco de interesse da pesquisa para evitar desvios do tema proposto.
· Quanto aos questionários auto aplicados em situação coletiva, comumente utilizados em pesquisas online, cabe lembrar que o questionário é o principal instrumento de levantamento de dados por amostragem porque favorece a coleta de todo tipo de informações e reduz a variabilidade das respostas, dada a padronização das perguntas. Sendo assim, os questionários favorecem a coleta de informações objetivas, mas reduzem o acesso a variabilidade e reduzem a complexidade das respostas dos participantes.
· Embora o foco desta questão recaia sobre a coleta de dados, é útil fazer referência a um procedimento de análise de dados coletados. Como os dados não falam por si, para analisá-los é preciso categorizá-los, ou seja, agrupá-los em função de significados comuns. 
· A categorização, classificação dos elementos das mensagens realizada com base em determinados critérios, possibilita sintetizar as comunicações coletadas dando destaque a seus aspectos mais importantes. Dessa forma, embora a entrevista semiestruturada focalize diversos tópicos, estes não constituem categorias de análise. As categorias são extraídas da análise do conteúdo das entrevistas. 
· Assim, é somente após a realização do trabalho de campo, em que o pesquisador tem acesso ao material advindo dos participantes - por meio de questionários ou entrevistas -torna-se possível realizar a etapa de categorização do conteúdo. 
· A categorização, classificação dos elementos das mensagens, realizada com base em determinados critérios, possibilita sintetizar as comunicações coletadas, dando destaque a seus aspectos mais importantes.
Exemplo prático:
· Pesquisas acadêmicas são pautadas por diferentes epistemologias, ontologias, concepções de ciência e, consequentemente, por diferentes teorias. 
· Na questão a seguir serão apresentados exemplos do uso de instrumentos de coleta de dados utilizados para investigar as representações sociais
· Sendo uma desenvolvida em espaço prisional e a outra desenvolvida junto a estudantes universitários: a coleta de dados sobre as representações sociais que dez detentas de uma penitenciária estadual feminina têm do espaço prisional foi realizada por meio de entrevistas semiestruturadas e a coleta de dados sobre representações sociais de universitários sobre o namoro foi realizada por meio de um questionário auto aplicado em situação coletiva, da qual participaram 183 estudantes universitários.
CASO 12[footnoteRef:2]: Pesquisa em Psicologia [2: Questão 14 – Enade 2015.] 
Pesquisa 1: A pesquisa objetivou investigar representações sociais do espaço prisional entre detentas de uma penitenciária estadual feminina. Optou-se pela entrevista semiestruturada como instrumento de coleta de dados. Foram entrevistadas dez detentas, utilizando um roteiro focalizando: dados sociodemográficos; momento do crime; funções da pena; relação familiar antes e depois do encarceramento; vida antes do encarceramento; dia a dia na penitenciária; visão do tratamento recebido; maiores dificuldades da prisão e projetos futuros. (FRINHANI, F.M.D.; SOUZA, L. Mulheres encarceradas e espaço prisional: uma análise de representações sociais. Psicol. teor. prat. [online], v. 7, n.1, 2005) (adaptado)
Pesquisa 2: Os relacionamentos íntimos, dentre eles o namoro, pressupõem a existência de identidades e representações sociais, que são compartilhadas através de comportamentos, normas e valores sociais. Objetivou-se identificar a representação social e a particularização em função da identidade sexual e experiência com o namoro. Para tal, a amostra foi composta por 183 estudantes universitários, com média de idade de 22 anos. Foi utilizado um questionário auto aplicado em situação coletiva. (BERTOLDO, R. B.; BARBARA, A. Representação social do namoro: a intimidade na visão dos jovens. PsicoUSF [online], v. 11, n.2, 2006 (adaptado). 
Estão resumidas, acima, duas pesquisas no campo das representações sociais. A respeito dos instrumentos usados para a coleta de dados nessas pesquisas, avalie as afirmações as seguir.
I. A entrevista semiestruturada, utilizada na Pesquisa 1, diferentemente da entrevista aberta, tem como grande vantagem a possiblidade de se obterem dados já categorizados, o que facilita o processo de análise dos resultados.
II. Dado que há uma relação entre o número de participantes da pesquisa e o tipo de instrumento usado, é correto afirmar que pequenas amostras permitem, como na Pesquisa 1, o uso de instrumentos abertos que captam o fenômeno em maior profundidade.
III. Os questionários autoaplicáveis, como o usado na Pesquisa 2, são comuns nas pesquisas online e permitem a coleta de dados qualitativos e quantitativos.
É correto o que se afirma em:
A. I, apenas.
B. III, apenas.
C. I e II, apenas.
D. II e III, apenas. [CORRETA]
E. I, II e III.
Refletindo sobre o enunciado para melhor compreendê-lo
Esta questão tem por objetivo principal verificar conhecimentos do aluno sobre instrumentos de coleta de dados utilizados em pesquisas. A Pesquisa 1 teve por objetivo investigar representações sociais do espaço prisional entre detentas de uma penitenciária estadual feminina. Nessa pesquisa a coleta de dados foi realizada por meio de entrevistas semiestruturadas com 10 detentas. O roteiro de entrevista focalizou diversos tópicos. Da Pesquisa 2, que teve por objetivo investigar representações sociais compartilhadas em relacionamentos íntimos, particularmente no namoro, participaram 183 estudantes universitários, com média de idade de 22 anos. Foi utilizado um questionário autoaplicado em situação coletiva.
Uma vez descritos esses experimentos, é solicitado ao aluno que avalie três afirmações e assinale a(s) correta(s). Em 1 é afirmado que a entrevista semiestruturada possibilita obter dados já estruturados, o que facilita a análise; em 2 é afirmado que pequenas amostras (como as utilizadas na Pesquisa 1) possibilitam utilizar instrumentos abertos, que captam em maior profundidade o fenômeno estudado e, em 3, é afirmado que os questionários autoaplicáveis (como os utilizados na Pesquisa 2) são comuns em pesquisas realizadas online e possibilitam a obtenção de dados quantitativos e qualitativos. Depois de avaliar as três afirmações, o aluno deverá assinalar a alternativa que contempla a(s) afirmação(ões) correta(s).
Justificativa e análise das afirmações
I. Afirmação incorreta
A entrevista semiestruturada, utilizada na Pesquisa 1, diferentemente da entrevista aberta, tem como grande vantagem a possibilidade de se obterem dados já categorizados, o que facilita o processo de análise dos resultados.
JUSTIFICATIVA. A categorização resultará da análise do material advindo das entrevistas. Portanto os dados não estão previamente categorizados.
II. Afirmação correta
Dado que há uma relação entre o número de participantes da pesquisa e o tipo de instrumento usado, é correto afirmar que pequenas amostras permitem, como na Pesquisa 1, o uso de instrumentos abertos que captam o fenômeno em maior profundidade.
JUSTIFICATIVA. Por envolver um pequeno número de participantes, a amostra utilizada na Pesquisa 1 (10 detentas) possibilita tanto o uso de entrevistas semiestruturadas quanto o de entrevistas abertas, que favorecem uma compreensão mais profunda do fenômeno estudado.
III. Afirmação correta
Os questionários autoaplicáveis, como o usado na Pesquisa 2, são comuns nas pesquisas online e permitem a coleta de dados qualitativos e quantitativos.
JUSTIFICATIVA. Os questionários autoaplicáveis, que na Pesquisa 2 foram utilizados em situação coletiva, também podem ser utilizados nas pesquisas realizadas online. Nas duas situações esse instrumento permite a coleta de dados qualitativos e quantitativos.
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