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Indexação e Resumo

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Dara Maria

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2019
Indexação e Resumos
Prof.a Fernanda de Sales
1a Edição
Copyright © UNIASSELVI 2019
Elaboração:
Prof.a Fernanda de Sales
Revisão, Diagramação e Produção:
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI
Ficha catalográfica elaborada na fonte pela Biblioteca Dante Alighieri 
UNIASSELVI – Indaial.
Impresso por:
SA163i
 Sales, Fernanda de
 Indexação e resumos. / Fernanda de Sales. – Indaial: UNIASSELVI, 
2019.
 157 p.; il.
 ISBN 978-85-515-0312-6
 
1. Indexação e resumos - Brasil. II. Centro Universitário Leonardo 
Da Vinci.
CDD 025.3
III
apResentação
A principal função da indexação, no âmbito bibliográfico, é a 
representação dos conteúdos contidos nos documentos, para fins de 
recuperação da informação. Esta operação, parece bastante corriqueira: 
folhear um livro, ler alguns trechos específicos deste volume e identificar os 
temas tratados pelos autores. No entanto, não se trata de um procedimento 
técnico simples, uma vez que esta identificação de conteúdo exige “conhecer” 
minimamente as diversas áreas do conhecimento, conhecer conceitos 
presentes nessas mesmas áreas, compreender as relações existentes entre eles, 
traduzir estes conceitos para uma linguagem documentária para que, enfim, 
o usuário possa utilizar este resultado para acessar fisicamente a informação 
desejada. Soma-se às etapas acima mencionadas o fato de a indexação ainda 
depender grandemente da intervenção humana, o que insere ao processo 
certa dose de subjetividade.
O presente material tem o objetivo de apresentar, de maneira 
sistematizada, propostas teórico-metodológicas para minimizar as 
interferências que venham a prejudicar a prática da indexação, levando a 
buscas frustradas por informações em diversos tipos de unidades. Será 
possível conhecer os princípios, as etapas e a relevância da indexação 
dentro do processo técnico biblioteconômico; compreender a relação entre 
os princípios da organização do conhecimento e a indexação; conhecer 
propostas para elaboração de políticas, bem como relacionar esta atividade de 
gestão com os instrumentos que apoiam a prática da indexação, quais sejam, 
os vocabulários controlados. Por fim, será possível, a partir de exercícios, ter 
contato com a prática da indexação e da elaboração de resumos.
A Unidade 1 – Princípios da indexação – é dividida em três tópicos: A 
indexação e a recuperação da informação; etapas práticas da indexação, e a 
tradução. No primeiro tópico, serão apresentadas aproximações conceituais 
acerca da atividade de indexação, bem como as suas subjetividades e 
ferramentas capazes de minimizar as subjetividades enfrentadas pelo 
indexador. O Tópico 2 – Etapas práticas da indexação – trará a normalização 
da atividade e autoatividades capazes de possibilitar ao aluno a compreensão 
da relação entre teoria e prática, com base no proposto pela Associação 
Brasileira de Normas Técnicas e de outros documentos oficiais. O Tópico 3 – 
A tradução – por sua vez, coloca em foco a tradução dos termos extraídos da 
linguagem natural para a linguagem documentária.
A Unidade 2 trata das políticas de indexação. Sua estrutura é a 
seguinte: no Tópico 1, serão tratados os conceitos de linguagem natural 
e de linguagem documentária, bem como suas relações no âmbito da 
biblioteconomia, e, principalmente, no âmbito da organização e da 
IV
Você já me conhece das outras disciplinas? Não? É calouro? Enfim, tanto 
para você que está chegando agora à UNIASSELVI quanto para você que já é veterano, há 
novidades em nosso material.
Na Educação a Distância, o livro impresso, entregue a todos os acadêmicos desde 2005, é 
o material base da disciplina. A partir de 2017, nossos livros estão de visual novo, com um 
formato mais prático, que cabe na bolsa e facilita a leitura. 
O conteúdo continua na íntegra, mas a estrutura interna foi aperfeiçoada com nova 
diagramação no texto, aproveitando ao máximo o espaço da página, o que também 
contribui para diminuir a extração de árvores para produção de folhas de papel, por exemplo.
Assim, a UNIASSELVI, preocupando-se com o impacto de nossas ações sobre o ambiente, 
apresenta também este livro no formato digital. Assim, você, acadêmico, tem a possibilidade 
de estudá-lo com versatilidade nas telas do celular, tablet ou computador. 
 
Eu mesmo, UNI, ganhei um novo layout, você me verá frequentemente e surgirei para 
apresentar dicas de vídeos e outras fontes de conhecimento que complementam o assunto 
em questão. 
Todos esses ajustes foram pensados a partir de relatos que recebemos nas pesquisas 
institucionais sobre os materiais impressos, para que você, nossa maior prioridade, possa 
continuar seus estudos com um material de qualidade.
Aproveito o momento para convidá-lo para um bate-papo sobre o Exame Nacional de 
Desempenho de Estudantes – ENADE. 
 
Bons estudos!
recuperação da informação. O Tópico 2 traz as relações entre as linguagens 
documentárias e as políticas de indexação a partir das ideias de autores do 
núcleo duro da biblioteconomia e da ciência da informação. Já, no Tópico 
3 – Elaboração de políticas de informação – serão apresentados e discutidos 
alguns modelos possíveis para implantação em unidades de informação.
A Unidade 3 – Prática de indexação e resumos – apresenta os diversos 
tipos de resumo, com especial foco aos resumos indicativo e informativo, 
por serem os mais utilizados atualmente. No entanto, são descritos também 
outros tipos de resumos, como o resumo crítico. Também é foco desta unidade 
apresentar vários elementos necessários à escrita de um bom resumo. 
Especialmente, permitirá ao aluno a resolução de uma série de exercícios 
que visam à indexação de documentos e elaboração de resumos.
Boa leitura e bons estudos!
Prof.a Fernanda de Sales
NOTA
V
VI
VII
UNIDADE 1 – PRINCÍPIOS DA INDEXAÇÃO ................................................................................ 1
TÓPICO 1 – A INDEXAÇÃO E A RECUPERAÇÃO DA INFORMAÇÃO ................................... 3
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 3
2 PRINCÍPIOS DA INDEXAÇÃO ........................................................................................................ 3
3 POR QUE INDEXAR? A ORGANIZAÇÃO DO CONHECIMENTO E A INDEXAÇÃO ...... 9
RESUMO DO TÓPICO 1........................................................................................................................ 11
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................. 12
TÓPICO 2 – ETAPAS DA PRÁTICA DA INDEXAÇÃO ................................................................. 13
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 13
2 NORMA BRASILEIRA PARA ANÁLISE DOCUMENTÁRIA .................................................... 14
3 INDEXAÇÃO DE IMAGENS ............................................................................................................. 20
RESUMO DO TÓPICO 2........................................................................................................................ 26
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................. 27
TÓPICO 3 – A TRADUÇÃO .................................................................................................................. 31
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 31
2 INDEXAÇÃO AUTOMÁTICA .......................................................................................................... 32
3 INDEXAÇÃO POR EXTRAÇÃO ......................................................................................................34
4 INDEXAÇÃO POR ATRIBUIÇÃO ................................................................................................... 35
LEITURA COMPLEMENTAR ............................................................................................................... 37
RESUMO DO TÓPICO 3........................................................................................................................ 41
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................. 42
UNIDADE 2 – POLÍTICAS DE INDEXAÇÃO .................................................................................. 45
TÓPICO 1 – FUNDAMENTOS DA POLÍTICA DE INDEXAÇÃO ............................................... 47
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 47
2 POLÍTICA DE INDEXAÇÃO PARA UNIDADES DE INFORMAÇÃO .................................... 47
RESUMO DO TÓPICO 1........................................................................................................................ 52
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................. 53
TÓPICO 2 – LINGUAGEM NATURAL E LINGUAGEM DOCUMENTÁRIA ........................... 55
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 55
2 O QUE SÃO LINGUAGENS DOCUMENTÁRIAS? ..................................................................... 55
LEITURA COMPLEMENTAR ............................................................................................................... 58
3 LINGUAGENS DOCUMENTÁRIAS E SUAS RELAÇÕES COM AS POLÍTICAS DE 
INDEXAÇÃO ......................................................................................................................................... 68
RESUMO DO TÓPICO 2........................................................................................................................ 70
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................. 71
TÓPICO 3 – ELABORAÇÃO DE POLÍTICAS DE INDEXAÇÃO ................................................. 75
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 75
sumáRIo
VIII
2 CARACTERÍSTICAS DA POLÍTICA DE INDEXAÇÃO ............................................................. 75
RESUMO DO TÓPICO 3........................................................................................................................ 87
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................. 88
UNIDADE 3 – INDEXAÇÃO E RESUMOS: PRÁTICA ................................................................... 91
TÓPICO 1 – RESUMOS: TIPOS E FUNÇÕES ................................................................................... 93
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 93
2 CARACTERÍSTICAS DOS RESUMOS ........................................................................................... 93
RESUMO DO TÓPICO 1........................................................................................................................ 98
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................. 99
TÓPICO 2 – PRÁTICA DE INDEXAÇÃO .......................................................................................... 109
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 109
2 POR QUE PRATICAR? ........................................................................................................................ 109
3 A ANÁLISE DOCUMENTÁRIA ........................................................................................................ 109
RESUMO DO TÓPICO 2........................................................................................................................ 115
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................. 116
TÓPICO 3 – PRÁTICA DE ELABORAÇÃO DE RESUMOS .......................................................... 119
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 119
2 ELABORAÇÃO DE RESUMOS ......................................................................................................... 119
LEITURA COMPLEMENTAR ............................................................................................................... 124
RESUMO DO TÓPICO 3........................................................................................................................ 132
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................. 133
REFERÊNCIAS ......................................................................................................................................... 155
1
UNIDADE 1
PRINCÍPIOS DA INDEXAÇÃO
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
PLANO DE ESTUDOS
A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de:
• compreender os princípíos da indexação;
• reconhecer a importância da atividade de indexação nas unidades de 
informação;
• conhecer as etapas da indexação de documentos e de imagens; 
• conhecer as diferentes formas de indexação automática, segundo F. W. 
Lancaster;
• distinguir linguagens naturais de documentária;
• conhecer as possibilidades para a elaboração de uma política de indexação;
• elaborar resumos informativos e indicativos;
• indexar documentos e imagens.
Esta unidade está dividida em três tópicos. No decorrer da unidade você 
encontrará autoatividades com o objetivo de reforçar o conteúdo apresentado.
TÓPICO 1 – A INDEXAÇÃO E A RECUPERAÇÃO DA INFORMAÇÃO
TÓPICO 2 – ETAPAS PRÁTICAS DA INDEXAÇÃO
TÓPICO 3 – A TRADUÇÃO
2
3
TÓPICO 1
UNIDADE 1
A INDEXAÇÃO E A RECUPERAÇÃO DA INFORMAÇÃO
1 INTRODUÇÃO
A indexação, segundo Dias (2007, p. 11), é a “terminologia mais usada 
para designar o trabalho de organização da informação quando realizado nos 
chamados serviços de indexação e resumo. Esses serviços têm por finalidade 
organizar informações”. Deste modo, as unidades de informação, por serem 
as ambiências que mais necessitam a utilização de facilitadores na organização 
de informações, são as organizações nas quais a indexação é profissionalmente 
realizada. 
Indexar é construir índices. No campo da informação, isso significa 
construir índices que referenciem os conteúdos dos documentos. Esta atividade 
faz parte de um conjunto maior de técnicas que visam ao tratamento temático da 
informação. Todas estas técnicas têm por função representar de forma sintética 
e coerente os conteúdos dos itens de uma unidade de informação (livros, 
documentos, imagens, por exemplo). Ou seja, a partir de ações específicas, o 
bibliotecário deve identificar o conteúdo de um item, traduzi-lo em palavras-
chave que sejam coerentes ao usuário, identificar cada um dos itens para que eles 
possam ser encontrados dentro do acervo e, assim, possibilitar a recuperação das 
informações. O ato de traduzir o conteúdo integral em termos que o represente 
coerentemente é o cerne da atividade de indexação. 
Esta unidade se dispõe a caracterizar esta atividade e seus princípios, 
a detalhar suas etapas, a relacioná-la à organização da informação e do 
conhecimento, bemcomo a apresentar os tipos de indexação. É o que segue.
2 PRINCÍPIOS DA INDEXAÇÃO
A indexação é comumente chamada de indexação de assuntos. Esta, 
segundo Lancaster (1997) visa indicar de que trata um documento. O resultado 
da indexação é a construção de termos de indexação. Segundo o autor, os termos 
devem proporcionar uma ideia “bastante razoável sobre o que é tratado” em um 
dado texto (LANCASTER, 1997, p. 5). Vejamos o seguinte exemplo:
Centro de Informação
Compartilhamento de recursos
Catálogos coletivos
Redes em linha
Redes de bibliotecas
UNIDADE 1 | PRINCÍPIOS DA INDEXAÇÃO
4
Esta lista de termos, que representam um dado livro, deve funcionar 
como um minirresumo. Imaginemos um usuário entrando em uma unidade de 
informação para buscar livros e outras fontes de informação, para desenvolver 
uma pesquisa sobre o tema Compartilhamento de dados em Catalogação. 
Este usuário, ao consultar o catálogo da unidade, utilizando termos de busca, 
deve chegar a uma série de itens que tratem do tema referido. Grande parte da 
dificuldade encontrada por bibliotecários, que trabalham com indexação, está na 
subjetividade que é inerente a esta atividade. Como saber se este usuário fará sua 
busca por informação utilizando exatamente os mesmos termos utilizados pelo 
pessoal técnico? Eis a resposta: não há como saber. 
A subjetividade está presente no dia a dia dos indexadores de maneira 
bastante marcante. Isso será tratado mais detalhadamente adiante na Unidade 
2. No entanto, chamamos a atenção para este fato agora para ilustrar algumas 
situações que podem, perfeitamente, ser vivenciadas em um setor de referência 
em uma biblioteca. Vejamos um primeiro exemplo: tomemos o mesmo usuário 
citado anteriormente, aquele que busca fontes para desenvolver uma pesquisa 
sobre o tema Compartilhamento de dados em Catalogação. Se ele faz sua busca 
com termos como “biblioteca”, “recursos informacionais compartilhados”, 
“redes on-line” e “bibliotecas em rede”, ele não encontrará o livro indexado com 
os termos “centro de informação”, “compartilhamento de recursos”, “catálogos 
coletivos”, “redes em linha”, e “redes de bibliotecas”. Isso significa que o usuário 
busca por uma informação que existe nos estoques informacionais da biblioteca, 
mas ela não pode ser recuperada. 
Outra situação é trazida por Dias (2007), que convidou um grupo de 
bibliotecários atuantes como indexadores em bibliotecas especializadas para 
indexar todos eles, mas, separadamente, os mesmos livros. O resultado foi 
analisado e arquivado. Os mesmos bibliotecários foram convidados meses 
mais tarde para indexar os mesmos livros da atividade anterior. Os resultados, 
confrontados com os primeiros, mostraram que um mesmo bibliotecário indexou 
o mesmo livro de formas diferentes. O pesquisador atribuiu esta diferença a 
razões que se aproximam da subjetividade humana, tais como: conhecimento 
sobre o tema, humor e estresse nos dois dias das atividades, falta de atenção, falta 
de interesse na atividade.
Estas duas situações são trazidas à tona para demonstrar que a indexação 
é uma atividade que, em um primeiro momento, pode parecer bastante simples, 
quase mecânica. No entanto, é envolvida de complexidades que são inerentes à 
condição humana, pois envolvem o componente intelectual, portanto, humano.
Especialmente por se reconhecer estas complexidades é que alguns 
princípios são fixados quando da indexação de assuntos. Estes princípios visam 
a amenizar essas complexidades e a trazer o quanto de objetividade for possível 
nos resultados do processo de indexação.
TÓPICO 1 | A INDEXAÇÃO E A RECUPERAÇÃO DA INFORMAÇÃO
5
Os princípios dos quais trataremos a seguir são os seguintes: extensão 
do registro, atinência, e, tradução, propostos por Lancaster (1997); e qualidade 
da análise, interesse do usuário e características do acervo, simplicidade formal, 
coerência e uniformidade, controle da sinonímia, analogia, e, controle da 
ambiguidade, propostos por Mendes e Simões (2002).
O princípio da extensão do registro sugere que quanto mais extensa for a 
representação de um item, mais pontos de acesso serão oferecidos aos usuários. 
Dito de outra forma, quanto mais termos de indexação forem construídos pelo 
bibliotecário sobre um livro, por exemplo, mais chances haverá deste mesmo livro 
ser encontrado pelos usuários em suas buscas realizadas por assunto. Lancaster 
(1997, p. 7) afirma que “na medida que se aumenta a extensão da representação 
[da informação], também se aumenta sua recuperabilidade”.
Para tratar do princípio da atinência, o mesmo autor recorre à Teoria do 
Conceito, cunhada pela alemã Ingetraut Dahlberg, em 1979. Em sua teoria, a 
autora apresenta várias unidades que devem ser reconhecidas sobre um assunto 
para que se possa chegar ao seu conceito mais puro. Assim, a proposta daquele 
autor é que seja realizada uma análise conceitual de um dado item bibliográfico 
para que o resultado de sua indexação tenha atinência, ou seja, seja atinente à 
verdadeira necessidade de informação apresentada pelo usuário. Não se descarta, 
neste processo, a elaboração de resumos para que, a partir deles, seja identificada 
a atinência do conteúdo.
Já para Naves (2001), a atinência é uma fase da análise de assunto (portanto, 
imediatamente anterior à indexação), na qual se inicia um processo linguístico 
complexo. Esta autora concorda, no entanto, que neste processo deve-se proceder 
à identificação de conceitos presentes no texto que está sendo indexado. Ainda há 
a possibilidade de o resultado final da busca pela atinência do texto ser uma frase 
de indexação, com elementos suficientes para a posterior elaboração de uma lista 
de termos. É importante frisar que, apesar destes esforços, nem sempre a exatidão 
esperada é alcançada, especialmente, pelos significados atribuídos aos conceitos 
que podem ser diferentes para autores, bibliotecários indexadores e usuários. 
A tradução envolve a conversão dos elementos encontrados nas etapas 
anteriores em um conjunto de termos de indexação. Estes termos serão os pontos 
de acesso aos itens bibliográficos quando os usuários fizerem sua busca nos 
índices de determinada unidade de informação, utilizando um assunto como 
referência.
Mendes e Simões (2002) apontam como um primeiro princípio da 
indexação a qualidade da indexação, que depende da qualidade da análise, que 
deve ser realizada com fidelidade ao conteúdo total ou parcial do documento, e 
ao que exprime o pensamento do autor. Desta forma, minimiza-se a recuperação 
de informações não pertinentes, ou seja, reduz-se as possibilidades de ‘ruídos’ na 
recuperação da informação.
UNIDADE 1 | PRINCÍPIOS DA INDEXAÇÃO
6
Ainda para as autoras:
esta exigência pressupõe que o indexador desenvolva qualidades 
pessoais como as características de um espírito analítico-sintético; 
em primeiro lugar a objectividade, já que a análise é um campo onde 
o subjectivismo facilmente se insinua; deve possuir, ou propor-se 
adquirir, conhecimentos mínimos da área temática em que se move e 
contará sempre com o apoio regular de obras de referência [...]. Deverá 
notar-se que a utilização simultânea de uma linguagem de indexação 
combinatória, [...] de uma classificação, constitui um grande apoio 
para uma análise correcta, na medida em que, integrando o assunto 
concreto, num âmbito mais vasto, o torna mais claro e facilita a sua 
identificação (MENDES; SIMÕES, 2002, p. 18). 
Como se vê, as subjetividades da indexação também são motivos de 
preocupação para as autoras citadas anteriormente. Por isso, elas defendem o uso 
de linguagens documentárias especializadas em diversas áreas do conhecimento 
para que o trabalho possa resultar objetivo o quanto for possível. 
Aqui, não se pode deixar de mencionar a importância de programas de 
orientações ou de um serviço de referência atuante para que possa ser oferecido 
aos usuários uma educação quanto à consulta nos índices e/ou catálogos das 
bibliotecas, especialmente, pelo fato de não terem eles, osusuários, acesso a essas 
linguagens documentárias, já que se trata de materiais para uso profissional. 
No que tange ao interesse do usuário e das características do acervo, 
as autoras entendem que no processo de indexação, deve-se levar em conta os 
temas que constituam informação pertinente para a comunidade usuária a que 
a unidade de informação atende. Na representação da informação resultante da 
indexação, devem ser escolhidas as formas consagradas no uso corrente do meio a 
que se destinam. E isso também está presente na constituição do acervo, uma vez 
que a coleção de uma biblioteca se desenvolve de acordo com as características 
da comunidade usuária a quem pretende oferecer seus produtos e serviços de 
informação. Outro fato que está relacionado a este aspecto é que o acervo de 
uma biblioteca é sempre o primeiro fundo a ser consultado pelo bibliotecário 
indexador para que se mantenha certa uniformidade na linguagem empregada 
aos termos de indexação. 
As autoras não ignoram o fato de que, nos dias de hoje, os usuários 
podem apresentar um perfil diferente, conseguindo criar estratégias de busca 
diante de um catálogo de biblioteca em função da generalizada disponibilidade 
da informação em redes e através de meios e suportes técnicos acessíveis a um 
número maior nos últimos tempos. Todavia, mesmo assim, os indexadores não 
podem deixar de ter os seus objetivos bem claros e fundamentados para não 
transmitir a responsabilidade da recuperação da informação quase que totalmente 
para os usuários. 
TÓPICO 1 | A INDEXAÇÃO E A RECUPERAÇÃO DA INFORMAÇÃO
7
Ao falarem sobre uma simplicidade formal, Mendes e Simões (2002) 
estabelecem que o termo de indexação deve ser tão simples quanto for possível. 
Aqui, pode-se inferir que o indexador deve possuir grande capacidade de síntese, 
mas, sem que essa característica impeça a elaboração de termos de indexação 
adequados para representar o conteúdo do item.
No que se refere ao princípio da coerência e da uniformidade, espera-se 
que no processo de indexação haja coerência da aplicação dos mesmos princípios 
e da manutenção dos critérios de escolha para a solução de casos análogos. É 
o que as autoras chamam de uma uniformidade intrínseca. Deve-se também 
“manter uma uniformidade exterior, garantindo, para a representação de um 
mesmo conceito, a escolha de um mesmo termo” (MENDES; SIMÕES, 2002, p. 
20). Dito de outra forma, espera-se que os itens de uma dada biblioteca que tratem 
dos mesmos termos em seus conteúdos sejam indexados de forma idêntica, para 
que todos possam ser recuperados em uma mesma busca. Quando, por outro 
lado, estes itens que tratam dos mesmos assuntos estiverem em bibliotecas 
diferentes, espera-se que a indexação seja feita de maneira bastante semelhante. 
As diferenças podem ficar por conta de características diferentes que podem 
aparecer nas diferentes comunidades usuárias. 
Em relação ao controle da sinonímia e à analogia, as autoras são bastante 
diretas: afirmam que para “um mesmo conceito deve escolher-se um único termo 
de indexação (termo preferencial ou descritor), permitindo-se através de uma 
relação de equivalência o acesso pelos seus sinônimos” (MENDES; SIMÕES, 
2002, p. 21). Elas seguem: “em casos de dúvida na aplicação direta dos princípios 
e das normas, procurar-se-á uma solução análoga a alguma já encontrada para 
casos idênticos, fazendo assim valer a coerência e a uniformidade” (MENDES; 
SIMÕES, 2002, p. 22).
UNI
Sinonímia: relação de equivalência entre, pelo menos duas palavras [...]. De 
um lado, permite normalizar a polissemia, indicando que várias palavras, uma vez que 
compartilham significados próximos, expressa-se por meio de um mesmo descritor [termo 
de indexação]. De outro, permite compatibilizar a linguagem dos usuários com a linguagem 
do sistema [biblioteca], funcionando, assim, como operador de sentido (CINTRA et al., 2002).
Por fim, sobre o princípio do controle de ambiguidade tem-se que “a 
escolha dos termos, em qualquer caso [...] deve ser cuidadosamente feita de modo 
que não resulte ambiguidade no momento da pesquisa” (MENDES; SIMÕES, 
2002, p. 22). 
UNIDADE 1 | PRINCÍPIOS DA INDEXAÇÃO
8
UNI
Ambiguidade: entendida como uma possibilidade de comunicação linguística 
prestar-se a mais de uma interpretação (CINTRA et al., 2002).
A transcrição a seguir, apesar de extensa, ilustra bem este cenário:
O caso mais evidente de ambiguidade deve-se a uma falta de controlo 
da polissemia; há que ter um cuidado especial com os homógrafos, 
pois o mesmo termo não pode representar dois conceitos, sob pena 
de provocar «ruído» na informação. Surgem, também, situações 
propícias à ambiguidade quando uma operação booleana é 
realizada no momento da pesquisa, em pós-coordenação, portanto, 
intercepcionando dois conceitos para obter um outro mais específico; 
a norma apresenta um exemplo que se tornou clássico: o produto da 
intercepção entre alimentação e plantas pode conduzir aos conceitos 
diferentes de alimentação de plantas e plantas como alimentação. 
Convém notar que o risco é efectivamente corrido ao nível da análise; 
ao optar por dois conceitos genéricos em vez de um específico, por 
razões muito próprias e expressamente permitidas nas normas, o 
indexador tem que prever as consequências que daí podem advir, 
neste caso os efeitos perniciosos da ambiguidade (MENDES; SIMÕES, 
2002, p. 23, grifo nosso). 
UNI
Polissemia: ocorre quando uma palavra pode comportar mais de um significado, 
“como em ‘Hoje trabalhei muito com ar condicionado’, em que o enunciador tanto pode 
dizer que trabalhou em aparelhos de ar condicionado, quanto em ambiente refrigerado ou 
aquecido por ar-condicionado” (CINTRA et al., 2002, p. 70-71).
Vimos até aqui que a indexação é uma atividade de tratamento temático, 
desenvolvida em unidades de informação, que tem como objetivo identificar e 
representar os conteúdos de itens pertencentes a acervos de bibliotecas. Vimos 
também que esta é uma atividade permeada por complexidades advindas das 
subjetividades a que estão submetidos os elementos da linguagem e a própria 
condição interpretativa que cada pessoa – seja usuário ou bibliotecário – pode ter 
a respeito de um texto. Na continuação, veremos questões relacionadas à prática 
da indexação.
TÓPICO 1 | A INDEXAÇÃO E A RECUPERAÇÃO DA INFORMAÇÃO
9
3 POR QUE INDEXAR? A ORGANIZAÇÃO DO 
CONHECIMENTO E A INDEXAÇÃO
A resposta à pergunta acima poderia ser: para que a recuperação das 
informações seja possível. Uma biblioteca, geralmente, cumpre com seu papel 
se conseguir disseminar as informações que estão em seus acervos. Organiza-se 
informação para que ela se torne acessível. A indexação faz parte deste processo. 
Vejamos como Lima e Alvares (2012, p. 27) caracterizam a Organização do 
conhecimento:
No sentido mais genérico do termo, organização do conhecimento é o 
modo como ele é disposto em assuntos em toda parte onde se deseja a 
sua sistematização ordenada para atingir determinado propósito [...] é 
estudada em outras áreas como Antropologia, Computação, filosofia, 
Linguística, Psicologia, Sociologia, entre outras. 
Na ciência da informação, é a área de estudos voltada às atividades de 
organização, representação e recuperação da informação.
A biblioteconomia também se ocupa da organização da informação e do 
conhecimento, especialmente ao utilizar-se de ferramentas, técnicas e códigos 
que permitem: a) a organização física de um dado acervo; b) a representação dos 
conteúdos contidos nestes acervos; c) recuperação e uso da informação; e d) a 
constituição de novos conhecimentos a partir do acesso e uso de informação que 
produzam sentidos. 
Isto é possível a partir da prática da representação descritiva, que envolve 
a catalogação, e da representação temática, que envolve a análise de assunto, 
a indexação e a classificação. Cardozo Filho e Santos (2012, p. 185) ampliam as 
definições de indexação apresentadas até aqui, atribuindo-lhe a “função técnica 
de analisar documentos para quea informação significativa deles seja traduzida 
com a atribuição de termos selecionados da linguagem natural (utilizada na 
vida diária), ou por símbolos que mediarão a comunicação entre o documento 
e os usuários”. Portanto, temos aqui mais uma resposta à pergunta “para que 
indexar?”: para representar as informações significativas dos documentos. “A 
indexação agrega valor à informação” (CARDOZO FILHO; SANTOS, 2012, p. 
188), uma vez que a torna acessível.
Para além disso, é preciso ter em mente que toda a atividade técnica que 
está no cerne da prática bibliotecária, tem um alcance social relevante. Ao se 
indexar, classificar e catalogar os itens de uma dada biblioteca, é preciso entender 
que há uma ação social importante sendo desenvolvida, pois disponibilizar 
informação para uso garante a sua disseminação e, em última instância, e (não 
garante, mas) permite que o direito à informação como um bem comum seja 
exercido. Informar-se é um ato de cidadania e de participação social. Quando 
uma atividade técnica oferece aos cidadãos diversificados pontos de acesso à 
informação, o papel social da biblioteconomia está sendo ampliado. 
UNIDADE 1 | PRINCÍPIOS DA INDEXAÇÃO
10
É importante que o indexador tenha em mente que seu trabalho vai 
além se uma sala de ‘processamento’. Seu trabalho, de fato, chega na sociedade. 
Imaginemos a situação em que um pesquisador está investigando a cura para 
uma determinada doença e que sua pesquisa depende do acesso a informações 
técnicas específicas a respeito de nutrientes que reagem a vírus ou bactérias. Buscar 
por estas informações num catálogo de uma biblioteca e conseguir recuperá-las 
para o desenvolvimento dos testes necessários pode representar o sucesso da 
descoberta. Ou o insucesso. Imaginemos agora que a indexação realizada nesta 
biblioteca permita que o pesquisador encontre exatamente a informação de que 
necessita para finalizar seus estudos e, garanta assim, a cura de milhares de 
pessoas. Inegável a participação do profissional no processo e o alcance social do 
trabalho técnico. 
Então, podemos mais uma vez ampliar a resposta à pergunta que inicia 
esta subseção: indexa-se para que a sociedade possa se transformar a partir – não 
só, mas também – do acesso a informações pertinentes as suas necessidades.
Veremos no tópico a seguir como se indexa.
11
Neste tópico, você aprendeu que:
• Existem pricípios para a indexação.
• A atividade de indexação nas unidades de informação é de extrema importância 
para a recuperação da informação.
• Existem conceitos acerca da atividade de indexação e muitas subjetividades 
em torno dessa atividade.
• Existem ferramentas capazes de minimizar as subjetividades enfrentadas pelo 
indexador.
RESUMO DO TÓPICO 1
12
1 O que é indexação e qual sua relevância nas unidades de informação?
2 Quais são as principais dificuldades enfrentadas pelos bibliotecários/
indexadores quando da indexação?
 
3 Quais as relações existente entre a indexação e a recuperação da informação?
4 Qual sua percepção acerca da relevância social da atividade de indexação?
AUTOATIVIDADE
13
TÓPICO 2
ETAPAS DA PRÁTICA DA INDEXAÇÃO
UNIDADE 1
1 INTRODUÇÃO
Embora a atividade pareça ser bastante fácil e corriqueira, indexar não 
é apenas folhear um determinado livro e, como que automaticamente, pinçar 
algumas das palavras que se encontram em seu conteúdo. Os itens de um 
documento a serem consultados para o levantamento dos termos de indexação 
devem ser estrategicamente escolhidos para que se possa, a partir deles, extrair 
os conceitos mais significativos do conteúdo e, assim, representá-los mediante os 
termos. É importante lembrar aqui que estes termos de indexação são aqueles que 
os usuários comumente chamam de palavras-chave, ou, dito de outra forma, são 
aqueles termos que estes mesmos usuários usarão para realizar suas buscas por 
informações nos catálogos das bibliotecas.
Por isso há duas questões a se levar em conta: a primeira delas é a 
identificação mais precisa que for possível dos conteúdos, e, a segunda, é a 
representação adequada destes conteúdos de forma que os usuários não deixem 
de recuperar as informações. No primeiro caso, é preciso realizar uma apurada 
análise documentária para levantamento dos conceitos. No segundo, é preciso 
lançar mão do uso de ferramentas que ajudem na tradução destes conceitos em 
termos de indexação. Vejamos este processo na figura a seguir.
Documento
Ação 1:
Análise documentária
- Selecionar partes do livro/
documento para ser 
consultado.
- Identificar nestas partes os 
conteúdos de que trata o 
livro/documento.
Ação 2:
Indexação
- Consultar linguagens 
documentárias que 
apontem melhores formas 
de traduzir o conteúdo em 
termos de indexação.
- Construir os termos de 
indexação.
FIGURA 1 – ANÁLISE DOCUMENTÁRIA E INDEXAÇÃO
FONTE: A autora
UNIDADE 1 | PRINCÍPIOS DA INDEXAÇÃO
14
2 NORMA BRASILEIRA PARA ANÁLISE DOCUMENTÁRIA
No Brasil a atividade de análise documentária é regulamentada pela ABNT 
(Associação Brasileira de Normas e Técnicas) a partir da NBR 12676/1992, que 
propõe métodos para análise de documentos – determinação de seus assuntos e 
seleção de termos de indexação.
A NBR supracitada (que se encontra anexada a esta Unidade 1), “fixa 
as condições exigíveis para a prática normalizada do exame de documento, da 
determinação de seus assuntos e da seleção de termos de indexação” (ABNT, 1992). 
Vejamos, resumidamente algumas definições importantes estabelecidas pela norma:
• Documento – qualquer unidade, impressa ou não, que possa ser catalogada ou 
indexada.
• Conceito – é qualquer unidade de pensamento; tem conteúdo semântico; pode 
ser combinado com outros conceitos; e, ainda, pode variar de acordo com 
diferentes línguas ou culturas.
• Assunto – tema representado num documento.
• Indexar – identificar e descrever o conteúdo de um documento.
• Termo preferido – termo utilizado consistentemente na indexação; também 
chamado de descritor.
• Termo não preferido – sinônimo do termo preferido; não utilizado como termo 
preferido, mas que pode ser apontado como remissiva.
Imaginemos o exemplo ilustrado na figura a seguir:
Documento:
Conceito identificado a partir da Análise 
documentária: 
Trata da Moderna Historiografia brasileira e das 
Ciências Sociais brasileiras. Trata também da 
construção da sociedade brasileira.
Assuntos:
Moderna historiografia brasileira
Ciências sociais no Brasil
História da sociedade 
Termos preferidos:
História do Brasil
Ciências sociais 
Sociedade brasileira
Tradução
FIGURA 2 – ETAPAS DA INDEXAÇÃO, SEGUNDO NRB 12676/1992
FONTE: A autora
TÓPICO 2 | ETAPAS DA PRÁTICA DA INDEXAÇÃO
15
Para que este processo seja realizado com êxito, o proposto pela ABNT é 
que a identificação dos conceitos seja realizada com base no exame do documento. 
Cada tipo de documento deve ser examinado de acordo com suas características 
físicas (impressos ou não impressos). Para livros, especificamente, devem ser 
analisadas as seguintes partes do todo: título e subtítulo, resumo (se houver), 
sumário, introdução, ilustrações, diagramas, tabelas, palavras em destaque e 
referências bibliográficas.
Os documentos não impressos, como é o caso das imagens, e das realias, 
que não possuem em sua composição física tais elementos, pedem outros 
procedimentos, sendo estabelecidos de acordo com suas especificidades e de 
acordo com as políticas de indexação, que veremos mais adiante, na Unidade 2.
No que tange à identificação de conceitos, o item 4.3 da NBR 12676/1992 
sugere que o indexador tente responder a uma série de questões para que possa 
chegar às unidades de sentido. Veja as questões a seguir:
a) Qual é o assunto de que trata o documento?
b) Como se define o assunto em termos de teorias e hipóteses?
c) O assunto contém uma ação, processo ou operação?
d) O documento trata do agente desta ação?
e) O documento se refere a métodos, técnicas especiais?
f) Há um contexto local ou um ambiente especial na discussão?
g)O assunto foi considerado de um ponto de vista interdisciplinar?
Passemos ao entendimento de cada uma destas questões:
Qual o assunto de que trata o documento? Trata-se de uma primeira 
aproximação com o conteúdo. Neste momento, o indexador pode registrar os 
primeiros conceitos identificados. Tomemos como exemplo um dado livro que 
trate sobre o passo a passo de pesquisas científicas. Neste momento, é provável 
que o indexador sugira que o assunto de que trata o livro é Metodologia Científica, 
ou Métodos e Técnicas de Pesquisa.
Como se define o assunto em termos de teorias e hipóteses? Neste 
momento, o sumário e a introdução do livro podem apontar se existe, por exemplo, 
uma ou algumas abordagens teóricas da construção do conhecimento científico: 
positivismo, marxismo, fenomenologia, entre outros. Se tais características forem 
identificadas, o indexador deve apontá-las em seus registros.
O assunto contém uma ação, processo ou operação? Livros de metodologia 
científica, geralmente, apontam várias possibilidades de etapas que constituem 
uma pesquisa. Falam de como essas etapas são distribuídas em processos, como 
elaboração de entrevistas, coleta de dados, transcrição ou de gravação de áudios, 
estabelecimento de formas de organização de dados coletados, para, enfim, se 
procederem às análises. Embora, neste exemplo, estas características possam 
sugerir um movimento, não se trata de responder afirmativamente à pergunta, 
UNIDADE 1 | PRINCÍPIOS DA INDEXAÇÃO
16
pois o conteúdo em si não é tratado com base em um movimento, em uma 
entrevista, em um estudo de caso. O livro traz estes temas como conteúdo, mas 
não como aplicação. 
O documento trata do agente desta ação? Se não há ação, não há agente 
da ação. No entanto, pensemos em outro exemplo. O livro apresenta o resultado 
de uma pesquisa desenvolvida por médicos de uma dada comunidade ribeirinha 
na região norte do Brasil, em que realizaram entrevistas com homens e mulheres 
em idade fértil, questionando-os sobre o acesso a informações relacionadas à 
contracepção e doenças sexualmente transmissíveis. Neste caso, ao responder 
à pergunta anterior, o indexador, diria: “sim! Há uma ação!”. Esta ação seria a 
entrevista. E, os agentes, os médicos (pesquisadores), e os homens e mulheres em 
idade fértil (respondentes, público-alvo da pesquisa). 
O documento se refere a métodos, técnicas especiais? No primeiro 
exemplo, o indexador pode considerar que sim, se o livro de metodologia 
apresentar diversos métodos de pesquisa. Já no segundo exemplo, o da pesquisa 
realizada pelos médicos, a própria entrevista pode ser considerada, além da ação, 
o método.
Há um contexto local ou um ambiente especial na discussão? Parece-
nos pouco provável que o livro de metodologia estabeleça um limite físico ou 
geográfico para o tratamento do conteúdo. Já a pesquisa dos médicos foi realizada 
no norte do Brasil, em comunidades ribeirinhas.
O assunto foi considerado de um ponto de vista interdisciplinar? 
Seria imprudência não considerar a construção do conhecimento científico, 
interdisciplinar por si só. No entanto, temos de nos ater ao CONTEÚDO tratado 
em nosso livro hipotético. Ele trata apenas de metodologia científica. Já no 
segundo exemplo, se formos considerar que a pesquisa tenta identificar possíveis 
pontos de acesso à informação sobre um segundo tem (contracepção e DSTs), 
pode-se considerar que há interdisciplinaridade. Os conteúdos identificados 
seriam: acesso à informação e educação sexual.
Esta norma, que já foi discutida e criticada por estudiosos do campo 
da Informação, pode não ser a única forma de se estabelecer critérios para a 
indexação em uma unidade de informação, mas pode sugerir algumas diretrizes 
importantes para a análise documentária.
Vejamos um exemplo a seguir.
Considere o livro Crítica da Razão Pura de Immanuel Kant. Suas 
informações temáticas são: uma das mais influentes e importantes obras da 
história ocidental. Ela é geralmente referida como a "primeira crítica" de Kant, 
uma vez que essa obra precede a Crítica da Razão. O autor tenta responder a 
três questões fundamentais: Que podemos saber? Que devemos fazer? Que nos 
é lícito esperar? Afirma que os pensamentos filosóficos correntes se utilizavam 
TÓPICO 2 | ETAPAS DA PRÁTICA DA INDEXAÇÃO
17
de "juízos analíticos" a priori, isto é, apenas andavam em círculos sobre 
algum conhecimento, reproduzindo-o com palavras diferentes, chegando a 
conclusões que em nada diferiam daquilo que já estava contido no primeiro 
pensamento, sem produzir, assim, qualquer novo conhecimento a respeito das 
questões sobre as quais eram formuladas. Neste caso, quais seriam as respostas 
às questões seguintes propostas pela NBR 12676:
Qual o assunto de que trata o documento? Filosofia. Crítica.
Como se define o assunto em termos de teorias e hipóteses? Se desenvolve com 
a crítica da razão.
O assunto contém uma ação, processo ou operação? Não.
O documento trata do agente desta ação? Não se aplica.
O documento se refere a métodos, técnicas especiais? Não.
Há um contexto local ou um ambiente especial na discussão? Não.
O assunto foi considerado de um ponto de vista interdisciplinar? Não.
Outro aspecto bastante pertinente ao processo de indexação, e que também 
é tratada pelo documento nacional que orienta a atividade, está relacionado à 
exaustividade e à especificidade às quais o indexador deve estar atento. A 
exaustividade está relacionada ao número de conceitos representados pelos 
termos atribuídos a um documento. Segundo Lancaster (1997, p. 23), a “indexação 
exaustiva implica o emprego de termos em número suficiente para abranger 
o conteúdo temático do documento de modo bastante completo”. Seu oposto 
seria a indexação seletiva, que propõe a utilização de termos que representem 
apenas o conteúdo principal. Veremos mais adiante que estas orientações são 
imprescindíveis ao indexador, por isso devem estar presentes de maneira bastante 
clara na política de indexação da unidade de informação.
Ainda a esse respeito, a NBR 12676/1992 alerta para que a abrangência na 
indexação não seja muito restrita, pois, apesar de ter-se sempre um determinado 
grupo de usuários como suposto público-alvo, sempre é possível que outros 
usuários, pertencentes a um grupo menos especializado, faça uso das mesmas 
informações. Por isso, não é recomendado que se estabeleça um número arbitrário 
de termos a serem empregados para cada item indexado numa unidade de 
informação. É o próprio documento, ou o conteúdo propriamente dito que pode 
nortear essa decisão. “A imposição deste tipo de limite pode levar a alguma perda 
de objetividade na indexação e à distorção de da informação que poderia vir a ser 
de valor na recuperação” (ABNT, 1992, p. 3).
UNIDADE 1 | PRINCÍPIOS DA INDEXAÇÃO
18
No tangente à especificidade, ela é referente ao grau de precisão com que 
um termo de indexação define um conceito, ou dito de outra forma, se refere à certa 
exatidão entre o termo de indexação e o conceito que ele representa. Lancaster 
(1997) acredita que é mais adequado utilizar vários termos mais específicos para 
indicar um conteúdo do que termos muito genéricos que possam não significar 
todos os conceitos de um determinado tema. Ele dá o seguinte exemplo:
se um documento descreve o cultivo de limões, limas e tangerinas, será 
melhor indexado sob estes três termos específicos do que sob o termo 
mais genérico FRUTAS CÍTRICAS, O termo FRUTAS CÍTRICAS será 
usado apenas para artigos de frutas cítricas em geral, e para aqueles 
que tratem de praticamente todas as frutas cítricas (LANCASTER, 
1997, p. 27).
O mesmo autor lembra, de forma bastante positiva, que é preciso ter em 
mente que é possível atingir uma adequada especificidade na indexação a partir 
da combinação de termos. Ele apresenta os seguintes exemplos: 
Literatura Medieval Francesa, indexado sob LITERATURA MEDIEVAL 
e LITERATURA FRANCESA
Bibliotecas Médicas, indexado sob BIBLIOTECAS ESPECIALIZADAS 
e CIÊNCIAS MÉDICAS
LiteraturaCanadense, indexado sob LITERATURA e CANADÁ
Óleo de amendoim, indexado sob ÓLEOS VEGETAIS e AMENDOIM” 
(LANCASTER, 1997, p. 28). 
Evangelista, Simões e Guimarães (2016, p. 59) entendem que “para uma 
recuperação da informação satisfatória, que atenda às carências informacionais do 
utilizador é necessária uma indexação eficaz, que possibilite a triangulação entre 
o conteúdo do documento, a sua representação e a necessidade informacional 
do utilizador”. Eles concordam com as definições já apresentadas até aqui ao 
afirmarem que:
No desenvolvimento deste processo há dois princípios que devem 
ser sempre considerados: a exaustividade e a especificidade. O 
primeiro relaciona-se com o número de assuntos de um documento 
que são selecionados, e que se traduz objetivamente na quantidade de 
termos representativos; o segundo tem a ver com o nível de pormenor 
com o qual um conceito é representado (EVANGELISTA; SIMÕES; 
GUIMARÃES, 2016, p. 59). 
Estes autores abordam um tema de extrema relevância para a qualidade 
de indexação, bem como o exercício imparcial do indexador: a ética. Considera-
se relevante transcrever um excerto de seu trabalho, que, apesar de reconhecida 
extenso, trata do assunto ética na indexação de maneira considerada bastante 
apropriada. Vejamos:
 
Devido a um conjunto de razões, de entre as quais se destaca a 
subjetividade do indexador, em geral a operação de indexação não 
é contextualizada no seu tempo e no seu espaço. Muitas vezes o 
profissional da informação não atende aos aspetos sociais, culturais, 
políticos, a todo um conjunto de valores, princípios, preconceitos 
TÓPICO 2 | ETAPAS DA PRÁTICA DA INDEXAÇÃO
19
e crenças que envolvem o contexto desta operação. A observância 
desta concorrerá, inevitavelmente para o não reconhecimento de 
uma dimensão ética inerente à organização e representação do 
conhecimento. 
A Ética é um domínio no campo da Filosofia que visa a procura 
do bem-estar na convivência em sociedade, ideia que se encontra 
ancorada nos conceitos de bem e de mal, e que tem como objetivo 
uma harmoniosa coexistência social. É seu objeto a moral, que trata 
das ações relacionadas com o binómio bem/mal e que a partir de 
regras baseadas numa delimitação espacio-temporal, determina o 
que se deve ou não se deve fazer em sociedade (MALIANDI, 2004; 
JAPIASSÚ, 2008; GUIMARÃES et al., 2008).
O campo da organização do conhecimento, por sua vez, encontra-
se respaldado num conjunto de valores que são os fundamentos da 
moral, que se destacam em determinada sociedade, num dado espaço 
e num determinado tempo, com o objetivo de disciplinar a convivência 
dos membros que a constituem, buscando o bem-comum (JAPIASSÚ, 
2008; GUIMARÃES et al., 2008).
Dada a sua complexidade e afirmação na sociedade contemporânea, 
as questões relacionadas com a privacidade, a equidade, o acesso à 
informação, o respeito pelo utilizador e o princípio pela garantia 
cultural, têm vindo a ser destacadas como objeto de discussão na 
literatura da área da Ciência da Informação, em trabalhos académicos 
e científicos, desde meados do século XX. É o caso do que foi realizado 
por Guimarães et al. (2008), no qual, entre outras questões relacionadas 
com a ética na indexação, se apontam a especificidade e a exaustividade 
como valores éticos a serem considerados nesta operação. Esta nova 
abordagem leva a que conceitos direta ou indiretamente associados 
aos valores éticos, deixem de ser considerados apenas como simples 
medidas matemáticas usadas para determinar o sucesso ou insucesso 
de um sistema de recuperação de informação, no que se refere ao 
desempenho nos aspetos relacionados com a precisão e/ou revogação 
dos resultados de uma pesquisa, e passem a ser considerados também 
como medidas de natureza qualitativa que, na prática, concorrem para 
uma maior abrangência em termos de heterogeneidade cultural na 
recuperação da informação.
Deste modo, pode inferir-se que a presença da exaustividade e da 
especificidade na representação da informação vai ao encontro 
de um compromisso ético com o utilizador (GUIMARÃES, 2000), 
que está patente no modo como o catálogo de assuntos ou o índice 
evidencia o mais adequadamente possível. A diversidade temática do 
documento (exaustividade) e a profundidade com a qual é abordada 
a realidade que manifesta (especificidade) (EVANGELISTA; SIMÕES; 
GUIMARÃES, 2016, p. 60).
A pesquisa realizada pelos autores citados anteriormente verificou que 
a exaustividade e a especificidade são essenciais na prática de 
indexação, na medida em que agregam valor acrescentado ao 
documento, o que concorre para a existência de pesquisas mais 
consistentes e precisas, contribuindo para a construção de uma ponte 
sólida entre o documento e o utilizador, que se reflete em resultados 
da pesquisa mais eficazes (EVANGELISTA; SIMÕES; GUIMARÃES, 
2016, p. 70).
UNIDADE 1 | PRINCÍPIOS DA INDEXAÇÃO
20
DICAS
Leitura integral da pesquisa citada no link: <http://ojs.letras.up.pt/index.php/
paginasaeb/article/view/1471>, acesso em: 29 abr. 2019, pois os autores colocam em 
evidência a natureza dos processos de organização da informação e destacam a necessidade 
da abordagem da dimensão ética destes na recuperação da informação. E, se, em última 
instância, o que se promove, ao gerir informação, é a consolidação de uma sociedade mais 
igualitária pelo viés do acesso à informação, então, o aspecto ético deve permear todas as 
etapas da elaboração e da oferta de produtos e de serviços de informação.
3 INDEXAÇÃO DE IMAGENS
Hingst (2011, p. 11) concorda com a abordagem dada neste curso até 
aqui para o processo de indexação. Para a autora, “a indexação é um processo 
que requer estudo e aprimoramento constantes”. E, quando a indexação é de 
imagens, “o cuidado com este processo deve ser redobrado, uma vez que existe 
maior complexidade na extração de descritores para este tipo de documento” 
(HINGST, 2011, p. 11).
A autora recorre à literatura para compreender as principais dificuldades 
encontradas ao se fazer indexação de imagens:
A representação documental de itens não-escritos tem, de acordo com 
Guinchat e Menou (1994), problemas relativos a sua natureza e sua forma 
de consulta. Isso se deve ao fato da “multiplicidade das necessidades 
que eles são capazes de responder” (GUINCHAT; MENOU, 1994, p. 
181).
Para Lopes (2006, p. 201), a indexação de fotografias utilizando 
descritores “acrescenta um valor informativo e documental na imagem 
registrada por seus efeitos narrativos e linguísticos, sendo este processo 
de fundamental importância numa base de dados ou num banco de 
imagens constituído por fotografias (HINGST, 2011, p. 19).
Uma das primeiras diferenças entre a indexação de textos para a indexação 
de imagens está nas características apresentadas pelo próprio documento. Uma 
imagem possui aspectos de denotação, que correspondem ao que a imagem é 
de fato, e de conotação, que são os valores atribuídos à imagem pelo indexador 
ou pela comunidade usuária. Quando se observa este princípio da conotação, 
especialmente, infere-se que a indexação das imagens pode estar muito mais 
submetida a questões interpretativas do que um texto, pois a linguagem escrita, 
apesar de apresentar diferentes conceitos em diferentes línguas e culturas, ainda 
possui uma objetividade da qual o indexador pode se valer. Mas, será que todos os 
indexadores chegam a mesma seleção de conceitos ao verem a imagem a seguir?
http://ojs.letras.up.pt/index.php/paginasaeb/article/view/1471
http://ojs.letras.up.pt/index.php/paginasaeb/article/view/1471
TÓPICO 2 | ETAPAS DA PRÁTICA DA INDEXAÇÃO
21
FIGURA 3 – INDEXAÇÃO DE IMAGENS 1
FONTE: <https://www.climatempoconsultoria.com.br/wp-content/uploads/2016/05/outono1-1-
750x420.jpg>. Acesso em: 20 maio 2019.
Pode-se aproveitar a oportunidade para fazermos um rápido exercício.
1 Descreva a forma como você: 
a) identificaria a denotação da Figura 3; 
b) como você identificaria a conotação da Figura 3.
2 Examine mais uma figura. Vejamos:
AUTOATIVIDADEFONTE: <http://1.bp.blogspot.com/-vSW8KN4q2VI/ViZCs6wHsFI/AAAAAAAAA-E/
MCbC6Q7JqYg/s400/trem.png>. Acesso em: 8 maio 2019. 
a) Identifique a denotação desta imagem. 
b) Como você identificaria a conotação desta imagem.
UNIDADE 1 | PRINCÍPIOS DA INDEXAÇÃO
22
3 Examine a figura a seguir:
FONTE: <https://www.donamix.com.br/image/cache/data/Manequim/allegomes--0012-
400x570.jpg>. Acesso em: 8 maio 2019. 
a) Como você identificaria a denotação desta imagem? 
b) Como você identificaria a conotação desta imagem?
4 Examine a figura a seguir:
FONTE: <http://www.olabahia.com.br/wp-content/uploads/2016/05/musica-640x366.jpg>. 
Acesso em: 8 maio 2019.
a) Como você identificaria a denotação desta imagem? 
b) Como você identificaria a conotação desta imagem?
Este rápido exercício mostra o quanto de subjetividade pode haver 
no exercício de indexar imagens. Para que se possa minimizar esta equação, 
estudiosos da área buscam estabelecer alguns critérios. Vejamos:
TÓPICO 2 | ETAPAS DA PRÁTICA DA INDEXAÇÃO
23
Sobre o que deve ser descrito na imagem, Smit (1996, p. 32) afirma que: 
As categorias QUEM, ONDE, QUANDO, COMO e O QUE, utilizadas 
por muitos estudiosos como parâmetros para grande variedade de 
análises de textos, inclusive a documentária, é também preconizada 
para a Análise Documentária da imagem (HINGST, 2011, p. 21).
Quando olhamos para uma imagem e “perguntamos a ela” sobre 
características mais específicas, podemos chegar a respostas (portanto, a termos 
de indexação), mas específicos, e isso atende ao princípio da especificidade, como 
vimos anteriormente. 
1
Voltemos às mesmas imagens e façamos as seguintes perguntas:
AUTOATIVIDADE
FONTE: <https://www.climatempoconsultoria.com.br/wp-content/uploads/2016/05/
outono1-1-750x420.jpg>. Acesso em: 20 maio 2019.
Quem?
Onde? 
Quando?
Como?
O quê?
2
FONTE: <http://1.bp.blogspot.com/-vSW8KN4q2VI/ViZCs6wHsFI/AAAAAAAAA-E/
MCbC6Q7JqYg/s400/trem.png>. Acesso em: 8 maio 2019. 
UNIDADE 1 | PRINCÍPIOS DA INDEXAÇÃO
24
Quem?
Onde? 
Quando?
Como?
O quê?
3
FONTE: <https://www.donamix.com.br/image/cache/data/Manequim/allegomes--0012-
400x570.jpg>. Acesso em: 8 maio 2019. 
Quem?
Onde? 
Quando?
Como?
O quê?
4
FONTE: <http://www.olabahia.com.br/wp-content/uploads/2016/05/musica-640x366.jpg>. 
Acesso em: 8 maio 2019.
Quem?
Onde? 
Quando?
Como?
O quê?
TÓPICO 2 | ETAPAS DA PRÁTICA DA INDEXAÇÃO
25
Hingst (2011) segue na empreitada de entender cada uma das questões, 
criando a partir delas, categorias, e se baseia em Smit (1996) para chegar às 
seguintes características:
a) Na categoria QUEM, deve ser o objeto enfocado: seres vivos, artefatos, 
construções, acidentes naturais, entre outros. Exemplos: duas pessoas; ou, uma 
árvore; ou, um edifício de três andares.
b) Em ONDE é realizada a localização da imagem no espaço geográfico ou espaço 
da imagem. Exemplos: Florianópolis; ou interior de uma farmácia; ou, num 
campo de trigo. 
c) Em QUANDO, busca-se localizar a imagem no tempo cronológico ou 
momento da imagem. Exemplos: 2019; ou, outono; ou, noite. 
d) E, em COMO/O QUE se realiza a descrição de atitudes ou detalhes relacionados 
ao objeto enfocado, quando este é um ser vivo. São exemplos: cavalo correndo, 
criança chorando (SMIT, 1996, p. 32 apud HINGST, 2011, p. 21). 
Manini (2002 apud HINGST, 2011) traz um importante avanço no que 
tange à elaboração destes critérios ao acrescentar a categoria recursos técnicos e 
suas variáveis. A partir desta categoria, pode-se chegar a uma segunda, qual seja, 
a dimensão expressiva.
Os recursos técnicos a serem levantados quando da análise de imagens 
são: efeitos especiais, ótica, tempo de exposição, luminosidade, enquadramento, 
posição da câmera, composição e profundidade de campo.
No critério efeitos especiais, são consideradas variáveis como 
fotomontagem; estroboscopia; alto-contraste; trucagens; esfumação. Em ótica 
as variáveis são: utilização de objetivas (fish-eye, lente normal, grande-angular, 
teleobjetiva); utilização de filtros. Tempo de exposição é o critério em que se 
avaliam as variáveis instantâneo; pose; longa exposição, e outras relacionadas. 
Em Luminosidade devem-se analisar variáveis como: luz diurna; luz noturna; 
contraluz; luz artificial; luz natural. Enquadramento. Critério que avalia 
o enquadramento do objeto fotografado, como vista parcial, vista geral: e, 
enquadramento de seres vivos. Posição da câmera, câmara alta; câmara baixa; 
vista aérea; vista submarina; vista subterrânea; microfotografia eletrônica; 
distância focal. Em Composição verificam-se as variáveis: retrato; paisagem; 
natureza morta, e outros. E, por fim, em profundidade de campo analisa-se se 
há profundidade; se todos os campos fotográficos estão nítidos (diafragma mais 
fechado). (MANINI, 2002, p. 91 apud HINGST, 2011, p. 25).
Macambyra (2019) parece concordar com a necessidade de analisar 
elementos como os citados acima, uma vez que afirma que observar uma fotografia, 
por exemplo, implica identificar não apenas o objeto fotografado, mas também, 
em identificar uma séria de técnicas e de estáticas utilizadas pelo fotógrafo.
26
RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tópico, você aprendeu que:
• Existe uma norma da ABNT que propõem etapas para realizar a análise 
documentária.
• A análise documentária pode ser realizada a partir dos seguintes 
questionamentos:
a) Qual o assunto de que trata o documento?
b) Como se define o assunto em termos de teorias e hipóteses?
c) O assunto contém uma ação, processo ou operação?
d) O documento trata do agente desta ação?
e) O documento se refere a métodos, técnicas especiais?
f) Há um contexto local ou um ambiente especial na discussão?
g) O assunto foi considerado de um ponto de vista interdisciplinar?
• As imagens também podem ser indexadas e que para isso é necessário levar 
em conta a denotação e a conotação que imagem oferece. Também é possível 
responder a perguntas específicas, que possibilitam maior uniformidade no 
resultado da indexação. Estas perguntas são: Quem? Onde? Quando? O que? 
Como?
• Existem recursos técnicos a serem levantados no momento da análise de 
imagens. Eles são: efeitos especiais, ótica, tempo de exposição, luminosidade, 
enquadramento, posição da câmera, composição e profundidade de campo.
27
Passemos agora para mais alguns exercícios para melhor compreensão 
desta prática. Serão apresentadas algumas imagens e delas, algumas questões 
baseadas em todos os critérios apresentados até aqui.
1
AUTOATIVIDADE
FONTE: <https://abrilveja.files.wordpress.com/2016/09/esportes.
jpg?quality=70&strip=info&resize=680,453>. Acesso em: 8 maio 2019. 
Quem?
Onde?
Quando? 
Como?
O quê?
Efeitos especiais?
Ótica?
Tempo de exposição?
Luminosidade?
Enquadramento?
Posição da câmera?
Composição?
Profundidade de campo?
2
FONTE: <https://c.pxhere.com/photos/54/61/sunset_sun_sunlight_sunbeam_fireball_
setting_sun_evening_sun_afterglow-918393.jpg!d>. Acesso em: 8 maio 2019.
https://abrilveja.files.wordpress.com/2016/09/esportes.jpg?quality=70&strip=info&resize=680,453
https://abrilveja.files.wordpress.com/2016/09/esportes.jpg?quality=70&strip=info&resize=680,453
28
Quem?
Onde?
Quando? 
Como?
O quê?
Efeitos especiais?
Ótica?
Tempo de exposição?
Luminosidade?
Enquadramento?
Posição da câmera?
Composição?
Profundidade de campo?
3
FONTE: <https://static.gazetaonline.com.br/_midias/jpg/2019/02/05/050309_ra_8528-
5989420.jpg>. Acesso em: 8 maio 2019. 
Quem?
Onde?
Quando? 
Como?
O quê?
Efeitos especiais?
Ótica?
Tempo de exposição?
Luminosidade?
Enquadramento?
Posição da câmera?
Composição?
Profundidade de campo?
29
4
FONTE: <https://abrilexame.files.wordpress.com/2018/05/2018-05-
01t182503z_1354439875_rc1c4b315590_rtrmadp_3_may-day-france.
jpg?quality=70&strip=info&resize=680,453>. Acesso em: 8 maio 2019.
Quem?
Onde?
Quando? 
Como?
O quê?
Efeitos especiais?
Ótica?
Tempo de exposição?
Luminosidade?
Enquadramento?
Posição da câmera?
Composição?
Profundidade de campo?
5
FONTE: <https://certifiedhumanebrasil.org/wp-content/uploads/2016/10/ovelha-pxb-300x199.jpg>. Acesso em: 8 maio 2019.
Quem?
Onde?
Quando? 
Como?
O quê?
30
Efeitos especiais?
Ótica?
Tempo de exposição?
Luminosidade?
Enquadramento?
Posição da câmera?
Composição?
Profundidade de campo?
31
TÓPICO 3
A TRADUÇÃO
UNIDADE 1
1 INTRODUÇÃO
Cumprida esta etapa de análise documentária das imagens e da seleção 
dos conceitos que são extraídos a partir de todos os critérios apresentados 
anteriormente, passa-se à tradução para os termos de indexação. Veremos a 
importância do uso das linguagens documentárias na indexação na Unidade 
2. No entanto, por ora, veremos um exemplo de como este processo se dá na 
prática. Tomemos a imagem a seguir, faremos a análise utilizando os mesmos 
critérios usados nos exercícios anteriores. A seguir, faremos a tradução de todos 
os elementos com a utilização de uma linguagem documentária. Vejamos.
FIGURA 4 – SALA DE AULA 
FONTE: <https://www.bastidoresdapoliticapb.com.br/wp-content/uploads/2019/01/sala_de_
aula_vazia2_foto-walla_santos-738x355.jpg>. Acesso em: 8 maio 2019. 
Quem? Não é possível identificar.
Onde? Em uma escola, ou sala de aula.
Quando? Não é possível identificar.
Como? Uma sala de aula vazia, com luz acesa e porta aberta.
O quê? Uma sala de aula, ou, carteiras e cadeiras, ou arquitetura de salas de aula, 
ou, iluminação de sala de aula.
Efeitos especiais? Não possui.
Ótica? Não é possível definir.
Tempo de exposição? Não é possível definir.
Luminosidade? Luz artificial.
Enquadramento? Vista parcial de uma sala de aula.
32
UNIDADE 1 | PRINCÍPIOS DA INDEXAÇÃO
Posição da câmera? Em diagonal.
Composição? Retrato.
Profundidade de campo? Possui profundidade. No primeiro plano, veem-
se carteiras brancas e cadeiras azuis, ao fundo veem-se a mesa e a cadeira do 
professor, ambas em cor branca. Ainda ao fundo, veem-se um quadro branco, 
uma porta cinza aberta, uma janela de vidro no alto da parede do lado direito, 
parede branca, com detalhes em vermelho.
Ao consultar o vocabulário controlado do INEP, o Thesaurus Brasileiro 
de Educação, vemos que os termos de indexação autorizados que melhor 
representam estes conceitos são: salas de aula e dependências da escola. 
Exploraremos melhor as possibilidades de utilização de vocabulários 
controlados mais adiante. Neste momento, o exemplo veio apenas ilustrar todas 
as etapas da indexação.
2 INDEXAÇÃO AUTOMÁTICA
A indexação automática é um “processo estudado pelo campo da ciência 
da informação, que investiga a geração, coleta, organização, interpretação, 
armazenamento, recuperação, disseminação, transformação e uso da informação, 
com ênfase particular na aplicação de tecnologias modernas nestas atividades” 
(CAPURRO; HJØRLAND, 2007 apud LAPA; CORREA, 2014, p. 59). Em especial 
a recuperação da informação dá base para uma das correntes de constituição do 
campo da ciência da informação. 
Fazem parte da indexação automática operações matemáticas, linguísticas, 
de programação que visam à seleção de termos de um dado documento pelo 
processamento de seu conteúdo. Há duas formas de se proceder a indexação 
automatizada: por extração e por atribuição. Na indexação automática por 
extração, os termos não são interpretados por terceiros, são extraídos e ordenados 
de acordo com sua frequência em um texto. Já a indexação automática por 
atribuição “consiste numa representação temática por meio de termos selecionados 
de um vocabulário controlado (tesauro ou lista alfabética), onde um programa de 
computador desenvolve para cada termo a ser indexado um “perfil” de palavras 
ou expressões (LAPA; CORREA, 2014, p. 60).
Borges e Lima (2015) nos explicam com clareza este cenário hoje permeado 
por possibilidades em termos de tecnologias de informação e comunicação e nos 
lembram que, mesmo com a inserção de sistemas automático na indexação, ainda 
assim a atividade intelectual do indexador não pode ser desconsiderada. Elas 
explicam que:
TÓPICO 3 | A TRADUÇÃO
33
No âmbito das tecnologias para representação da informação, 
a indexação automática veio como alternativa para resolver os 
problemas da indexação manual, também denominada como 
indexação intelectual, desde a década 1950 com os estudos de H. 
P. Luhn. Embora a indexação automática possa não apresentar 
resultados totalmente satisfatórios, suas soluções podem contribuir 
para significativas melhoras no processo de indexação manual. 
Soluções estas que almejam realizar automaticamente a extração 
inicial de termos (palavras ou expressões) do documento indexado, 
deixando para o profissional o trabalho de selecionar aqueles mais 
adequados para representar seu conteúdo. Além disso, a técnica 
permite a redução da subjetividade, característica inerente à realização 
intelectual da atividade (BORGES; LIMA, 2015, p. 50). 
Faremos a seguir a transcrição de um longo trecho das mesmas autoras, 
em que é possível conhecer o histórico da indexação automática. Segue:
De acordo com os trabalhos de Luhn (1957), e de Baxendale (1958), 
registra-se o início das pesquisas sobre indexação automática baseada 
em frequência de ocorrência de palavras no texto. Baxendale (1958 
apud LANCASTER, 2004) sugere que, em substituição ao processo 
que analisa todo o texto, sejam analisados apenas o “tópico frasal” 
e as “palavras sugestivas”. Seus estudos demonstraram que era 
necessário o processamento apenas da primeira e da última frase de 
cada parágrafo, pois, em 85% das vezes, a primeira frase era o tópico 
frasal e em 7% dos casos a última frase o era. Considera-se como tópico 
frasal a parte do texto que provê o máximo de informações relativas ao 
conteúdo do texto.
Ainda no decorre da década de 1950, desenvolveram-se métodos 
relativamente simples para a construção de índices a partir de 
textos, especialmente utilizando as palavras que ocorrem nos títulos 
dos documentos. O Keyword in Context – KWIC (Palavra-chave no 
Contexto) foi desenvolvido por H. P. Luhn, em 1959, e corresponde 
a um índice rotativo em que cada palavra-chave que aparece nos 
títulos dos documentos torna-se uma entrada do índice. O programa 
reconhece as palavras que não são palavras-chaves, baseando-se em 
uma lista de palavras proibidas, e impede que elas sejam adotadas 
na entrada. O Keyword out of Context – KWOC (Palavra-chave fora do 
Contexto) é um método semelhante ao KWIC, porém, as palavras-
chave que se tornam pontos de acesso são repetidas fora do contexto, 
normalmente destacadas no canto esquerdo da página ou usadas 
como cabeçalhos de assunto.
Além do KWIC e do KWOC, podemos citar o Selective Listing in 
Combination – SLIC (Listagem Seletiva em Combinação), criado por 
J. R. Sharp, em 1966, que organiza a sequência de termos de um 
documento em ordem alfabética e elimina as sequências redundantes, 
e o método Preserved Context Indexing System – PRECIS, criado pelo 
Dr. Derek Austin, em 1968, e que produz o índice impresso baseado 
na ordem alfabética e na alteração sistemática de termos para que 
ocupem a posição de entrada (LANCASTER, 2004). Outro importante 
sistema desenvolvido foi o Nested Phrase Indexing System – NEPHIS 
(Sistema de Indexação de Frase Encaixada), criado por T. C. Craven, 
em 1977, e corresponde a um índice articulado de assunto.
34
UNIDADE 1 | PRINCÍPIOS DA INDEXAÇÃO
De acordo com Garvin (1969 apud SALTON, 1973) e Salton (1973), já na 
década de 1960, percebia-se a intrínseca relação entre processamento 
da informação e aspectos linguísticos. Os esforços deviam ser voltados 
para estudos das propriedades estruturais e semânticas das línguas 
naturais. Contudo, percebe-se que grande parte das metodologias 
linguísticas da época geralmente produzia resultados decepcionantes.
Segundo Salton (1970, 1973) e Swanson (1960), a indexação automática 
apresenta relativos méritos em relação às técnicas manuais. Os 
pesquisadores afirmavam que era possível extrair automaticamente 
de textos palavras-chave relevantes, e que, quando estas eram 
comparadas com aquelas atribuídas por indexadores, constatava-se 
um acordo entre 60 e 80% dos termosatribuídos. A partir da década de 
1970, percebe-se uma intensificação das pesquisas na área, destacando-
se dois dos importantes experimentos do período: (1) desempenho 
do SRI MEDlars, que operava no National Library of Medicine, em 
Washington, e (2) SRI experimental SMART, criado por Gerard Salton 
enquanto trabalhava na universidade de Cornell (SALTON, 1973) 
(BORGES; LIMA, 2015, p. 50-51). 
As formas conhecidas de indexação automática são por extração e por 
atribuição.
3 INDEXAÇÃO POR EXTRAÇÃO 
Segundo Lancaster (1997, p. 231), “na indexação automática por extração 
palavras ou expressões que aparecem num texto são extraídas e utilizadas para 
representar o conteúdo do texto como um todo.” Cabe ao bibliotecário indexador 
a seleção de expressões no texto que pareçam indicar a íntegra do conteúdo. Há 
influência da frequência de ocorrência das palavras e/ou termos no documento 
original. A posição dos termos no documento (se está no título, no sumário, na 
introdução, legendas, ilustrações) também são indicadores de representatividade. 
Textos eletrônicos, muito mais comuns hoje em dia, podem ser submetidos a 
programas façam esta seleção. (LANCASTER, 1997). O autor também fala em 
uma frequência relativa, onde é necessário um cálculo entre a frequência dos 
termos em toda a base de dados, ou seja, em todos os itens indexados. Ele acredita, 
portanto, que a indexação por extração deve levar em conta a frequência absoluta 
e a frequência relativa de palavras ou a combinação de ambas.
Os sistemas baseados em indexação por extração automática cumprem 
as seguintes tarefas: (1) contar palavras num texto; (2) cotejá-las com uma lista 
de palavras proibidas; (3) eliminar palavras não significativas; e (4) ordenar as 
palavras de acordo com sua frequência. (BORGES; MACULAN; LIMA, 2008)
TÓPICO 3 | A TRADUÇÃO
35
4 INDEXAÇÃO POR ATRIBUIÇÃO 
Ao explicar o que é indexação automática por atribuição, Lancaster (1997, 
p. 235) nos lembra que este é o tipo mais comum de indexação realizada por seres 
humanos, mas diz que a melhor maneira de executar esta atividade com emprego 
de computador é desenvolver um perfil de termos ou palavras que costumam 
aparecer com frequência nos “documentos aos quais um indexador humano 
atribuiria a este termo. Esse tipo de perfil, para o termo CHUVA ÁCIDA incluiria 
expressões como CHUVA ÁCIDA, PRECIPITAÇÃO ÁCIDA, POLUIÇÃO 
ATMOSFÉRICA”. Seria uma espécie de vocabulário controlado construído pelo 
bibliotecário indexador e utilizado por ele para futuras indexações de documentos 
aos quais possam ser atribuídos os mesmos termos.
Borges, Maculan e Lima (2008) atentam para uma questão importante nos 
dias atuais: a importância da semântica no processo de indexação automática. 
Ou seja, mais do que considerar a incidência de palavras e termos em um texto, 
é preciso considerar os significados destas palavras, ou, em última instância, é 
preciso que estas palavras representem conceitos. 
Traremos mais um extenso excerto de artigo para esta apostila, por 
ilustrar perfeitamente o cenário em discussão. Trata-se de mais uma explanação 
de Borges, Maculan e Lima (2008). Segue:
A indexação manual vem revelando-se inadequada para minimizar 
a subjetividade inerente à indexação, além de ser caracterizada 
como um processo relativamente moroso e caro. Vários fatores 
podem ser apontados como causa deste problema. O conhecimento 
que o indexador tem sobre o assunto indexado determina o 
grau de consistência atingido. Tem-se, ainda, a dinamicidade do 
conhecimento, que exige do indexador permanente atualização. Outro 
aspecto a considerar, segundo Borko (1977 apud GUEDES, 1994), 
refere-se à inconsistência interindexadores (diferentes indexadores 
atribuindo diferentes termos-índice a um mesmo conceito/documento) 
e intraindexador (o mesmo indexador atribuindo diferentes termos-
índice a um mesmo conceito/documento, em diferentes momentos). 
A possibilidade de o indexador não dominar o idioma do documento 
também é um. Todos os problemas enumerados impulsionaram as 
pesquisas no campo da indexação automática, tornando-o bastante 
abordado pelos pesquisadores da Ciência da Informação. Alguns dos 
resultados dessas investigações apontam alternativas que podem trazer 
soluções interessantes para a área, sobretudo em ambientes digitais.
Segundo Robredo (1982), o processo de indexação automática é similar 
ao processo de leitura-memorização humano, sendo seu princípio 
geral baseado na comparação de cada palavra do texto com uma 
relação de palavras vazias de significado, previamente estabelecida, 
que conduz, por eliminação, a considerar as palavras restantes do 
texto como palavras significativas. Ao ler um texto, não interessam, 
ao indivíduo, as letras, mas a ideia (sic) que elas representam quando 
organizadas em palavras ou em conjuntos de palavras. O olho, janela 
do cérebro, reconhece as palavras significativas e suas associações 
fixando-se nelas um tempo necessário para assegurar a memorização 
das ideias, pulando, praticamente, as palavras não significativas 
(ROBREDO, 1982).
36
UNIDADE 1 | PRINCÍPIOS DA INDEXAÇÃO
Pode-se separar o processo de memorização humana em duas etapas 
principais: (1) memorização temporária e inconsciente, nessa etapa 
há a conservação das palavras significativas passando por uma 
modificação ou aperfeiçoamento das mesmas a partir da detecção de 
novos conceitos significativos; e (2) memorização permanente dos 
conceitos assim trabalhados, à qual se atribui o nome de memória. 
Depois de ocorridas as duas etapas, tem-se, no fim do processo, a 
fixação na memória de uma série de palavras-conceitos-descritores 
que representam as ideias (sic) básicas do documento que acabamos 
de ler (BORGES; MACULAN; LIMA, 2008, p. 183-184). 
Ao se atribuir a atividade de indexação a sistemas automáticos, é preciso 
levar em conta que a semântica deve ser mantida, ou, ao menos, considerada. 
A seleção dos conceitos, por exemplo, deve ser levada em conta para uma 
representação mais adequada dos conteúdos.
Nesta unidade foi possível conhecer definições de indexação, compreender 
seus princípios e etapas e, principalmente, verificar que esta atividade não é simples 
como folhear um livro e buscar, aleatoriamente, termos que estejam contidos em 
seu conteúdo. Mais que isso, é necessário extrair, selecionar conceitos e traduzi-
los de forma que possam alimentar o sistema de informação e, principalmente, de 
maneira que permita a recuperação da informação.
Também foi possível realizar alguns exercícios iniciais que apontaram 
para o uso de algumas técnicas de análise documentária e de indexação que 
visam a minimizar questões subjetivas e interpretativas. 
Na próxima unidade, conheceremos as políticas de indexação e veremos 
o quão importante é o estabelecimento de diretrizes que orientem o trabalho 
do bibliotecário indexador. Veremos como as linguagens documentárias se 
relacionam com essas políticas, bem como a importância do conhecer e utilizar 
vocabulários controlados.
TÓPICO 3 | A TRADUÇÃO
37
LEITURA COMPLEMENTAR
38
UNIDADE 1 | PRINCÍPIOS DA INDEXAÇÃO
TÓPICO 3 | A TRADUÇÃO
39
40
UNIDADE 1 | PRINCÍPIOS DA INDEXAÇÃO
FONTE: <https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/372910/mod_resource/content/1/Norma%20
Brasilena%20Indizacion%20Isidoro%20Gil%20Leiva.pdf>. Acesso em: 20 maio 2019. 
41
RESUMO DO TÓPICO 3
Neste tópico, você aprendeu que:
• A indexação também pode ser automática. 
• A indexação automática pode se dar por extração ou por atribuição. 
• A indexação por extração é aquela em que os termos de indexação são 
retirados do texto, ou seja, são construídos a partir de palavras que aparecem 
no documento original.
• A indexação por atribuição é aquela que deve levar em conta os significados 
das palavras no documento original, e não apenas a incidência delas no texto. 
42
1 Analise os textos a seguir e atribua a eles termos de indexação a partir da 
indexação por extração:
a) As bibliotecas digitais se impõem como umfenômeno que pode vir a 
minorar alguns dos problemas enfrentados pelos que pretendem resolver 
suas necessidades de informação por meio do contexto digital. Entretanto, 
não dispensam a existência das bibliotecas tradicionais, que ao que tudo 
indica ainda terão uma longa vida pela frente, até porque para estas se 
vislumbra, há algum tempo, inclusive, a função de permitir o acesso a 
bibliotecas digitais, para aqueles usuários que não teriam condição de fazê-
lo, de outra forma. As bibliotecas digitais têm muito a aprender com as 
bibliotecas tradicionais, dada a longa experiência acumulada por estas em 
todas as questões que dizem respeito à criação, organização e manutenção 
de conjuntos de estoques de informação: seleção, organização e tratamento, 
análise de consultas, desenvolvimento de estratégias de busca, realização 
de buscas, disseminação. O tratamento da informação, por conseguinte, 
continua necessário no contexto digital, mas depende de uma melhor 
definição da natureza e das características dos vários tipos de bibliotecas 
digitais, para que possa ser feito com eficácia e com eficiência. Ao contrário, 
o que ocorre no momento é uma tendência a tratar a biblioteca digital 
como um fenômeno único, abrangente, a que se poderia aplicar processos 
genéricos que servissem para resolver todas as questões automaticamente, 
bem ao estilo de muito do que se faz no contexto digital, neste momento. 
Mas novos desafios se apresentam para o tratamento da informação, como 
a questão linguística (sic), amplificados pelas facilidades de comunicação 
trazidas pelo contexto digital (DIAS, 2001). 
b) O emprego de aditivos químicos é, sem dúvida, um dos mais polêmicos 
avanços alcançados pela indústria de alimentos. Os corantes artificiais 
pertencem a uma dessas classes de aditivos alimentares e têm sido objeto de 
muitas críticas, já que seu uso em muitos alimentos justifica-se apenas por 
questões de hábitos alimentares. Ainda existem diferentes opiniões quanto 
à inocuidade dos diversos corantes artificiais. Visando, principalmente, o 
controle no uso dos corantes sintéticos, mas tendo em vista que produtos 
coloridos artificialmente são exportados e importados, a análise desses 
aditivos requer métodos eficientes e rápidos para a detecção, identificação 
e quantificação. A cromatografia em papel e em camada delgada, apesar de 
serem técnicas relativamente rápidas, apresentam dados com baixa exatidão 
e precisão. Já na cromatografia líquida de alta eficiência (CLAE) as maiores 
dificuldades encontram-se nas etapas de extração, mas principalmente no 
alto custo do equipamento. A eletroforese capilar apresenta os mesmos 
problemas da CLAE, aliados ao fato de se tratar de uma técnica relativamente 
recente para a análise desse tipo de substância e, portanto, existem poucos 
estudos acerca da determinação e quantificação (PRADO; GODOY, 2003)
AUTOATIVIDADE
43
2 Analise o texto a seguir e atribua a ele termos de indexação, a partir da 
indexação por atribuição:
No dia 12 de maio comemora-se mundialmente o Dia do Enfermeiro, em 
homenagem a Florence Nightingale, um marco da enfermagem que nasceu em 
12 de maio de 1820. Também comemoramos no Brasil, no dia 20 de maio, o dia 
Nacional dos Técnicos e Auxiliares de Enfermagem, em memória do falecimento 
de Ana Neri em 20 de maio de 1880. Maio é o mês das Mães e nada mais justo 
do que falar sobre estas duas mulheres tão valorosas, que foram mães de muitos 
soldados feridos e prestar uma singela homenagem a todos os enfermeiros (as) 
que se entregam de corpo e alma a esta nobre tarefa de cuidar de nossa saúde.
Florence Nightingale – A Dama da Lâmpada – Nasceu em 12 de maio de 1820, 
em Florença, Itália. Em 1845, em Roma, no desejo de tornar-se enfermeira, 
estudou as atividades das Irmandades Católicas e, em 1849, decidiu trabalhar 
em Kaiserswert, Alemanha, entre as diaconisas. Em 1854 foi enfermeira de 
guerra e, durante os combates, os soldados fizeram de Florence o seu anjo da 
guarda, pois de lanterna na mão percorria as enfermarias dos acampamentos, 
atendendo aos soldados doentes. Por este motivo ela ficou conhecida 
mundialmente como A Dama da Lâmpada. Ao retornar da guerra em 1856, 
recebeu um prêmio em dinheiro do governo inglês em reconhecimento ao seu 
trabalho. Ela usou este dinheiro e deu início à Primeira Escola de Enfermagem, 
fundada no Hospital Saint Thomas, em 1859.
Ana Néri nasceu em 13 de dezembro de 1814, na cidade de Cachoeira, na 
Bahia. Em 1864, quando seus dois filhos foram convocados para a Guerra 
do Paraguai (1864-1870), ela não resistiu à separação da família e colocou-
se à disposição do governo para ir à guerra, sendo considerada a primeira 
enfermeira voluntária do Brasil. O seu nome foi dado à primeira Escola de 
Enfermagem oficializada pelo Governo Federal, em 1923. Ana Néri faleceu no 
Rio de Janeiro, em 20 de maio de 1880. 
Origem da profissão
Desde antes de Cristo que a profissão de enfermeiro já era conhecida, mesmo 
sem ter este nome. Eram aqueles homens e mulheres abnegados que cuidavam 
dos doentes, idosos e deficientes, garantindo a sua sobrevivência. Com o tempo, 
estes cuidados de saúde evoluíram e, entre os séculos V e VIII, a Enfermagem 
surgiu entre os religiosos, como um sacerdócio. No século XVI, a Enfermagem 
já começa a ser vista como uma atividade profissional institucionalizada e, no 
século XIX, como Enfermagem moderna na Inglaterra. 
A partir daí, foram definidos padrões para a profissão e a ANA (American 
Nurses Association) definiu que o objetivo principal do trabalho de Enfermagem 
é o de cuidar dos problemas de saúde, educar para saúde, ter habilidades em 
prever doenças e o cuidado do paciente. 
A palavra Enfermeira/o se compõe de duas palavras do latim: “nutrix”, que 
significa mãe, e do verbo “nutrire”, que tem como significados criar e nutrir. 
Essas palavras, adaptadas ao inglês durante o século XIX, se transformaram 
na palavra Nurse que significa Enfermeira. Como vemos, a palavra “mãe” está 
presente até na formação do nome da profissão destes heróis da saúde, que 
muitas vezes nos acompanham desde o nosso nascimento até a nossa morte, 
como verdadeiros anjos guardiões (PEZZA, 2011).
44
45
UNIDADE 2
POLÍTICAS DE INDEXAÇÃO
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
PLANO DE ESTUDOS
A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de:
• compreender limites conceituais e relevância da política de indexação;
• perceber a necessidade da elaboração de políticas de indexação em unida-
des de informação, pois podem se tornar importantes instrumentos que 
minimizam as subjetividades inerentes à indexação;
• estabelecer diferenciações entre linguagem natural e linguagem docu-
mentária;
• estabelecer relações entre as LDs e as políticas de indexação;
• perceber que existem elementos mínimos formadores de uma política de 
indexação, mas que este documento pode ser flexibilizado para atender a 
demandas específicas de diferentes unidades de informação.
Esta unidade está dividida em três tópicos. No decorrer da unidade você 
encontrará autoatividades com o objetivo de reforçar o conteúdo apresentado.
TÓPICO 1 – FUNDAMENTOS DA pOLÍTICA DE INDEXAÇÃO
TÓPICO 2 – LINGUAGEM NATURAL E LINGUAGEM DOCUMENTÁRIA
TÓPICO 3 – ELABORAÇÃO DE POLÍTICA DE INDEXAÇÃO
46
47
TÓPICO 1
FUNDAMENTOS DA POLÍTICA DE INDEXAÇÃO
UNIDADE 2
1 INTRODUÇÃO
As políticas de indexação são instrumentos que definem diretrizes a 
serem adotadas pelos bibliotecários no desenvolvimento de suas atividades de 
indexação. Elas devem levar em conta as características dos itens componentes 
dos acervos, mas também, e especialmente, o perfil da comunidade usuária deste 
acervo.
Já vimos anteriormente que a indexação é uma atividade de cunho técnico, 
temático, e, está estreitamente relacionada à recuperação das informações. Uma 
política de indexação, no entanto, transcende a técnica e pode ser considerada 
um instrumento de gestão de unidades de informação. Isto porque ela direciona 
trabalhos que serão desenvolvidos por parteda equipe bibliotecária. Por se tratar 
de um texto que oficializa um conjunto de ações, deve ser formulado com a 
participação de bibliotecários indexadores e de bibliotecários de outros setores, 
especialmente, dos setores de referência e atendimento, pois nestes setores 
podem ser detectadas dificuldades relatadas pelos usuários quando da busca por 
informação, especialmente, nos catálogos da unidade de informação.
Neste tópico, serão apresentados os fundamentos das políticas de 
indexação e será ressaltada sua relevância enquanto instrumento de gestão de 
unidades de informação, e enquanto necessidade técnica. Veremos que uma 
política de indexação deve estar relacionada a tomadas de decisões que são 
relacionadas especificamente às características do público usuário e à capacidade 
ofertada a este público de recuperação de informação. Também será possível 
compreender que estabelecer uma política de indexação é pensar estratégias e 
critérios para que o sistema de informação desenvolva bem suas atividades de 
representação temática e, consequentemente, de recuperação da informação. Para 
além da política em si, daremos destaque para o uso de linguagens documentárias, 
uma vez que também são facilitadoras do trabalho de indexação.
2 POLÍTICA DE INDEXAÇÃO PARA UNIDADES DE 
INFORMAÇÃO
As autoras Fujita e Rubi (2006) entendem que a indexação é uma das 
atividades mais importantes dentro de um rol de outras atividades desenvolvidas 
em sistemas de informação, dada sua natureza de permitir a recuperação das 
informações. Vejamos: 
UNIDADE 2 | POLÍTICAS DE INDEXAÇÃO
48
A política de indexação dentro de um sistema de informação deve ser 
entendida como uma filosofia pertinente aos objetivos de recuperação 
da informação e não somente como uma lista de procedimentos a 
serem seguidos durante a realização da indexação. Isso nos leva a 
refletir sobre a indexação não somente do ponto de vista do processo, 
da operação técnica, mas sim da biblioteca como uma organização, pois 
a tarefa da indexação só terá sentido uma vez norteada e respaldada 
por essa filosofia. Dessa maneira, estaremos inserindo a indexação no 
contexto administrativo da biblioteca e não a relegando a um contexto 
meramente de cunho técnico, dessa maneira, valorizando-a.
Os sistemas de informação são compostos por partes interligadas 
(inserção de documentos, classificação, catalogação, indexação etc.) 
com objetivo comum de disponibilizar a informação da melhor maneira 
possível. Nota-se, portanto, que a indexação e, por conseguinte, sua 
política, é uma das partes desses sistemas e, como tal, deve integrar 
também o planejamento global dos sistemas de informação como um 
parâmetro de sua administração no contexto gerencial.
Sob o ponto de vista do sistema de recuperação da informação, a 
indexação é reconhecida com sua parte mais importante dentro dos 
procedimentos realizados para o tratamento da informação, pois 
condiciona os resultados das estratégias de busca. Nesse contexto, o 
indexador tem como função compreender o documento ao realizar 
uma análise conceitual que represente adequadamente seu conteúdo, 
de modo que ocorra correspondência entre o índice e o assunto 
pesquisado pelo usuário. Para isso, existem os manuais de indexação 
que devem refletir a política de indexação do sistema de informação 
e a realidade de trabalho do indexador (FUJITA; RUBI, 2006, p. 49). 
A indexação é uma atividade de cunho técnico, que deve ser desenvolvida 
em várias etapas em que decisões importantes devem ser tomadas. Estas decisões 
são relacionadas especificamente às características do público usuário e capacidade 
ofertada a este público de recuperação de informação. Este conjunto de decisões 
devem estar previstas na política de indexação das unidades de informação. Ou, 
seja, uma política de indexação reúne diretrizes administrativas de ações a serem 
instituídas e aplicadas por unidades de informação. Os âmbitos que norteiam 
este documento são: o contexto em que está inserida uma unidade, seu público, 
e sua infraestrutura (a existente e a que se almeja). Rubi (2012) lembra que a 
atividade de indexação em si é pouco valorizada, não sendo considerada uma 
atividade complexa, mas o é, como vimos na Unidade 1 deste curso. O fato de 
a própria indexação não ter visibilidade faz com que as políticas aplicadas a ela 
também não sejam consideradas relevantes. Veremos nesta unidade o quanto de 
equívoco há nestas afirmações. Fujita (2003), citada por Rubi (2012), afirma que a 
política de indexação está inserida em dois contextos:
a) Sociocognitivo do indexador: a política de indexação, as regras e os 
procedimentos do manual de indexação, a linguagem documentária 
para representação e mediação da linguagem do usuário e os 
interesses de busca dos usuários:
b) Físico de trabalho do indexador e dos gerentes – o sistema de 
informação (p. 109).
TÓPICO 1 | FUNDAMENTOS DA POLÍTICA DE INDEXAÇÃO
49
Passemos a uma análise do proposto por Fujita (2003), citado por Rubi 
(2012). No que tange ao contexto sociocognitivo do indexador, pode-se inferir 
que uma política destinada à indexação deve apresentar normas para a realização 
da indexação (exaustividade, especificidade, consistência, revocação, adequação 
etc.). Desta forma, garante-se a uniformização dos trabalhos desenvolvidos pelos 
indexadores. Também deve compreender o uso de linguagens documentárias 
que equalizem, por um lado as subjetividades presentes no momento da 
tradução realizada pelo indexador e, por outro lado, permite compartilhamento 
de informações técnicas produzidas no âmbito da indexação. É importante 
lembrar que estas linguagens documentárias são tesauros, listas de descritores, 
listas de cabeçalhos de assuntos, sistemas de classificação (que, embora não 
tenham originalmente a intenção de indexar, organizarem de forma lógica 
assunto bibliográficos, elas podem nortear o trabalho do indexador no sentido 
de padronizar termos de indexação). Por fim, é preciso considerar o perfil da 
comunidade usuária. Uma biblioteca escolar terá, certamente, a decisão de 
trabalhar com indexação menos exaustiva que uma biblioteca especializada. E 
isto nada tem a ver com maior ou menor capacidade cognitiva dos usuários em 
buscar as informações, mas sim, com as necessidades de informação que eles 
apresentam. 
Já o segundo contexto considerado importante pela pesquisadora, qual 
seja, o físico, considera os recursos que estão à disposição do indexador dentro 
da unidade de informação: ambiente físico, tecnologias, softwares, recursos 
financeiros destinados à compra ou assinatura de linguagens documentárias, 
entre outros.
Muitos foram os trabalhos a respeito das políticas de indexação 
desenvolvidos na segunda metade do século XX. Lancaster (1968) e Fosket (1973) 
são os clássicos. O primeiro autor lembra que, além da exaustividade na indexação, 
o principal aspecto para o desenvolvimento de uma boa política seria a qualidade 
dos documentos adquiridos para tal. Já o segundo autor acredita na capacidade 
da consulta a esmo (ou seja, a indexação deve apresentar boa recuperação de 
informação, revelando a estrutura temática que organiza o sistema), na garantia 
literária (a indexação deve, de fato, representar o conteúdo do documento), e 
na formação do indexador (o bibliotecário que se dedica à indexação deve ter 
aperfeiçoamentos constantes em sua área prática, mas também nas áreas dos 
assuntos dos documentos que indexa) (RUBI, 2012; GUIMARÃES, 2000). A 
respeito desta última observação, é necessário compreender que, atualmente, as 
unidades de informação, com exceção às bibliotecas especializadas ou especiais, 
possuem acervos bastante diversificados em termos de assuntos, o que tornaria 
difícil a especialização do bibliotecário em todos os assuntos, ou, em última 
instância, em todas as áreas do conhecimento humano. É justamente o uso de 
linguagens documentárias que pode facilitar o trabalho de indexação, mesmo que 
o bibliotecário não seja especialista no assuntoque indexa. Vejamos um rápido 
exemplo:
UNIDADE 2 | POLÍTICAS DE INDEXAÇÃO
50
1) Imaginemos um indexador realizando a análise documentária de um dado 
livro. Ele atua numa biblioteca universitária que atende a diversos cursos da 
área de Ciências Humanas, inclusive cursos de licenciatura e pedagogia, em 
suas diversas habilitações. 
2) Ao fazer a leitura técnica da introdução, do sumário, das orelhas e demais 
elementos pré-textuais deste livro, ele constata tratar-se de um livro sobre o 
tema AFASIA. 
3) O indexador tem conhecimento de que se trata de uma patologia. Sabe também 
que esta patologia pode ser indexada tanto no campo da medicina, como no 
campo da educação. Há aí a necessidade de uma tomada de decisão: indexar e 
classificar sob medicina ou educação?
4) O passo seguinte que cabe ao indexador: olhar ao público a quem atende, no 
caso de nosso exemplo, alunos de cursos de licenciatura em diversas áreas das 
ciências humanas e pedagogia. Neste momento, entende que a comunidade 
usuária a quem atende apresenta maiores chances de tratar do tema do ponto 
de vista da Educação.
5) Em seguida, revisita os elementos chave do próprio livro para fazer nova coleta 
de termos importantes à representação temática dele. E, obviamente, para se 
certificar de que a escolha acima é a mais acertada. Encontra então, os seguintes 
termos:
• lesões centrais da afasia; 
• práticas de letramento e afasia;
• domínio da escrita e afasia;
• linguagem e afasia. 
6) De posse dos temas centrais do livro, o indexador, que não é especialista em 
educação, busca auxílio em uma linguagem documentária para traduzir estes 
conteúdos em uma linguagem de Indexação. É política desta biblioteca utilizar 
o Thesaurus Brasileiro da Educação, disponibilizado on-line e gratuitamente 
pelo INEP.
7) Na consulta, o bibliotecário tem acesso às seguintes informações:
 Afasia (TG: Distúrbios da Linguagem)
 Conceituações: "Deficiência que, sem comprometer a capacidade intelectual, 
altera a compreensão ou a produção da linguagem, devido a lesões cerebrais 
ou a traumatismos." (cf. BRASIL. Ministério da Educação e Cultura. Serviço de 
estatística educacional. Cuiabá: SEC/MT; Rio de Janeiro: FENAME, 1981. 144 p.). 
8) Estas informações, confrontadas com os termos elencados pelo bibliotecário 
no passo 5 de nosso exemplo, dão a ele a certeza de que educação é o sistema 
nocional a que pertence o tema Afasia neste livro.
9) Cabe ao bibliotecário, enfim, proceder a tradução.
javascript:mostra_estrutura(%2236397%22,%22abrir%22);
TÓPICO 1 | FUNDAMENTOS DA POLÍTICA DE INDEXAÇÃO
51
ESTUDOS FU
TUROS
Falaremos a respeito mais adiante. Por hora, cumpre-nos explicar que um sistema 
nocional é um sistema linguístico que reúne noções de um dado campo do conhecimento.
Para além deste exemplo, é sempre importante lembrar que a experiência 
de atuação do bibliotecário numa determinada área, dá a ele condições de 
se familiarizar, dia a dia, com os termos especializados desta mesma área. 
Vejamos agora como Fujita (2012, p. 17) relaciona a política de indexação com a 
representação e a recuperação da informação:
A política de indexação não deve ser vista como uma lista de 
procedimentos a serem seguidos, e sim um conjunto de decisões que 
esclareçam os interesses e objetivos de um sistema de informação e, 
particularmente, do sistema de recuperação da informação. A política 
decide não só sobre a consistência dos procedimentos de indexação 
em relação aos efeitos que se necessita obter na recuperação, mas 
principalmente, sobre a delimitação de cobertura temática em níveis 
quantitativos e qualitativos tendo em vista os domínios de assuntos 
e as demandas dos usuários. Isso nos leva a pensar sobre a indexação 
do ponto de vista gerencial e estratégico no contexto de unidades de 
informação, haja vista ter efeitos na entrada e na saída das informações 
do sistema (FUJITA, 2012, p. 17).
Estabelecer uma política de indexação é pensar estratégias e critérios para 
que o sistema de informação desenvolva bem suas atividades de representação 
temática e, consequentemente, de recuperação da informação.
52
RESUMO DO TÓPICO 1
Neste tópico você aprendeu que:
• A indexação é uma atividade de cunho técnico, que deve ser desenvolvida em 
várias etapas em que decisões importantes devem ser tomadas. Estas decisões 
são relacionadas especificamente às características do público usuário e à 
capacidade ofertada a este público de recuperação de informação. Este conjunto 
de decisões devem estar previstas na política de indexação das unidades de 
informação.
• Estabelecer uma política de indexação é pensar estratégias e critérios para que 
o sistema de informação desenvolva bem suas atividades de representação 
temática e, consequentemente, de recuperação da informação.
• O uso de linguagens documentárias pode facilitar o trabalho de indexação, 
mesmo que o bibliotecário não seja especialista no assunto que indexa.
53
AUTOATIVIDADE
Responda às questões a seguir:
1 Quais são as principais características de uma política de indexação?
2 Que relações você consegue estabelecer entre a política de indexação e 
o uso de linguagens documentárias (ou vocabulários controlados) pelo 
bibliotecário responsável pela indexação em uma unidade de informação?
3 Escreva sobre o processo sociocognitivo do indexador.
54
55
TÓPICO 2
LINGUAGEM NATURAL E LINGUAGEM 
DOCUMENTÁRIA
UNIDADE 2
1 INTRODUÇÃO
A biblioteconomia tem, entre muitas responsabilidades, a função de 
formar profissionais que desenvolvam competências e habilidade de organizar 
a informação. Para além de organizar livros, organizar informação. Organizar 
informação significa analisar, reconhecer, selecionar, descrever e representar 
itens dos acervos de unidade de informação para que eles, os itens, possam ser 
armazenados fisicamente de maneira sistematizada, e, especialmente, para que 
sejam encontrados rapidamente pelo bibliotecário e pelo usuário. No entanto, 
antes deste acesso aos conteúdos de um item, o usuário deve ter acesso a 
informações técnicas que representem suas características descritivas e temáticas. 
Ou seja, ao consultar um catálogo (ou índice) em uma biblioteca, ele deve ter 
acesso a tantas informações técnicas.
As linguagens documentárias são ferramentas auxiliares aos bibliotecários 
que tendem a facilitar a identificação dos conceitos e dos conteúdos dos itens 
de um acervo, mesmo que estes conteúdos não sejam sua área de especialidade. 
Por exemplo: um bibliotecário que atua em uma biblioteca especializada nas 
ciências da saúde pode ter dificuldades de, apenas por intuição ou técnica, 
identificar os principais assuntos tratados em um dado livro, a ponto de indexá-
lo de forma inadequada, o que acarretaria na sua não recuperação. O uso de uma 
LD especializada em ciências da saúde pode lhe mostrar possibilidades mais 
adequadas para esta representação. 
Neste tópico veremos que as LD’s são instrumentos através dos quais se 
realiza a representação dos conteúdos dos livros. Também aprenderemos que elas 
são sistemas de comunicação construídos para fins de tratamento documentário e 
que elas são baseadas em sistemas nocionais específicos. E, por fim, destacaremos 
sua importância para a indexação e que, por isso, uma política de indexação deve 
indicar seu uso de acordo com as características dos usuários.
2 O QUE SÃO LINGUAGENS DOCUMENTÁRIAS?
Ao consultar um catálogo, do ponto de vista descritivo, a seleção do 
material que o usuário decidirá utilizar se dará a partir de informações físicas 
do documento, tais como: autor, título, editora, edição, número de páginas, 
presença de ilustrações, tabelas ou quadros, anos de publicação e todas as outras 
UNIDADE 2 | POLÍTICAS DE INDEXAÇÃO
56
que possam dar ao usuário indícios de que aquele material responde às suas 
demandas informacionais. A este conjunto de informações técnicas chamamos 
representação descritiva ou catalogação. A catalogação, como toda atividade 
técnica, é regida por um conjuntode regras e normas que padronizam o trabalho 
desenvolvido pelo bibliotecário. Estas normas são encontradas no Anglo-American 
Cataloguin Rules, segunda edição (AACR2) – ou, Código de Catalogação Anglo-
americana, segunda edição. 
No âmbito da representação temática, que visa à representação não 
mais das características físicas, mas das características de conteúdo dos acervos, 
essas normas também existem e estão dispostas nos códigos de classificação 
bibliográfica, como é o caso dos dois sistemas mais utilizados no mundo, 
Classificação Decimal de Dewey (CDD), e Classificação Decimal Universal (CDU) 
e dos vocabulários controlados, como tesauros. Os sistemas de classificação 
bibliográfica representam a partir de códigos os conteúdos pertinentes ao 
conhecimento humano, o resultado da classificação permite que itens que tratam 
de assuntos semelhantes fiquem dispostos lado a lado, organizados por assunto.
 Já os tesauros auxiliam o bibliotecário/indexador a selecionar termos que 
melhor representem os conteúdos registrados nos livros e em outros suportes 
de informação, respeitando seus significados. O intuito é a utilização de termos 
que venham a coincidir com termos usados pelo usuário quando da busca por 
informação em um catálogo ou índice de biblioteca. Para tanto, estas ferramentas, 
especialmente os tesauros, devem ser elaborados a partir de vastas pesquisas 
conceituais e linguísticas nas áreas que pretendem representar.
Exemplo: imaginemos a criação de um tesauro que represente a área da 
medicina veterinária. Ou seja, um conjunto de possibilidades que auxiliam o 
bibliotecário que atue em unidades de informação, cujo acervo seja, em grande 
parte, especializado nesta área. No entanto, o bibliotecário não é especializado em 
tal área, como não o é em todas as outras que não a própria biblioteconomia. Não 
ser especialista em uma determinada área significa, entre muitas outras coisas, não 
conhecer os conceitos (além de técnicas, procedimentos, autores, história etc.) desta 
área. Por isso, é provável que ele tenha dúvidas quando da indexação. Isso porque a 
indexação é uma prática em que o profissional vai, fatalmente, ter de estabelecer os 
assuntos exatos de que tratam os itens do acervo, além de representá-lo utilizando 
termos específicos desta mesma área que ele não conhece). É claro que o próprio 
item oferece dados importantes ao bibliotecário, como já vimos na Unidade 1, mas, 
nem sempre o item e o conhecimento do bibliotecário sobre o tema serão suficientes 
para que proceda adequadamente a indexação. É nesta hora que ele deve lançar 
mão do auxílio de ferramentas que ajudem nesta representação. 
Estas ferramentas (tesauros, códigos de classificação) são todas 
consideradas linguagens documentárias. Ou seja, um conjunto linguístico 
construído com uma única finalidade de ser utilizada no âmbito do tratamento 
documental, ou seja, com a finalidade de serem utilizadas em bibliotecas e demais 
unidade de informação no tratamento temático. 
TÓPICO 2 | LINGUAGEM NATURAL E LINGUAGEM DOCUMENTÁRIA
57
As linguagens documentárias se diferem da linguagem natural (a que 
usamos cotidianamente) exatamente porque elas são construídas para fins 
técnicos. Essa construção envolve a participação de profissionais diversos e de 
especialidades diferentes. No caso do exemplo acima, de um tesauro de medicina 
veterinária, ele, certamente seria elaborado a partir do trabalho de profissionais 
como: bibliotecários, médicos veterinários, linguistas, cientistas da computação, 
cientistas da informação, entre outros. 
A leitura que segue mostra as diferenças essenciais entre a linguagem 
natural e a linguagem documentária.
UNIDADE 2 | POLÍTICAS DE INDEXAÇÃO
58
LEITURA COMPLEMENTAR
O texto que segue, foi extraído de Cintra et al. (2002) e expressa uma das 
melhores explanações a respeito de linguagens documentárias, suas diferenças 
em relação à linguagem natural, além da importância de sua compreensão para 
a indexação. Trata-se de parte do Capítulo 2 do livro Para entender as linguagens 
documentárias. Vejamos:
LINGUAGEM DOCUMENTÁRIA
NATUREZA, ESPECIFICIDADE E FUNÇÕES
Um rápido retrospecto sobre a área mostra que nas décadas de 50 e 60, 
com o crescimento do conhecimento científico e tecnológico, houve dificuldades 
para armazenar e recuperar informações. A solução foi encontrada com uma 
mudança do enfoque e da conceituação da recuperação da informação. Com 
efeito, foi abandonada a perspectiva preferencial de recuperação bibliográfica e 
normalização classificatória e descritiva, buscando-se a construção de linguagens 
próprias. 
Vem desta época a utilização de Linguagens Documentárias – LDs – 
para a recuperação da informação. Essas linguagens são, pois, construídas para 
indexação, armazenamento e recuperação da informação e correspondem a 
sistemas de símbolos, destinadas a "traduzir" os conteúdos dos documentos. 
Como decorrência desta mudança de conceituação da área, houve grande 
concentração em estudos de Linguística, de Estatística, em especial com vistas à 
automação do tratamento da informação. 
Com os estudos da Linguística esperava-se resolver problemas de 
vocabulário, tendo em vista a construção de instrumentos mais adequados. 
Estes estudos levaram a análise de conteúdo da Linguagem Natural – LN, a 
buscas de métodos de padronização relativos à passagem da LN para a LD, ao 
estabelecimento de mecanismos para a estruturação de campos semânticos, de 
campos associativos e de categorias funcionais. 
A Estatística, por sua vez, foi tomada como instrumento de apoio, tendo 
em vista determinar frequências de descritores, mapeamento de ocorrências, 
análise de citações, o que levou ao desenvolvimento da bibliometria. 
Dentre os vários produtos da sistematização desses estudos surgiram os 
tesauros, construídos em função de campos semânticos. Com efeito, dentro do 
amplo universo da linguagem, as LDs possuem um status muito particular: através 
delas pode-se representar, de maneira sintética, as informações materializadas 
nos textos. 
Tal como a LN, as LDs são sistemas simbólicos instituídos, que visam 
facilitar a comunicação. Sua função comunicativa, entretanto, é restrita a contextos 
documentários, ou seja, as LDs devem tornar possível a comunicação usuário-
sistema. 
Grande parte das discussões teóricas sobre LDs inserem-se no âmbito 
da Análise Documentária que, por sua vez, se define como uma atividade 
metodológica específica no interior da Documentação, que trata da análise, síntese 
e representação da informação, com o objetivo de recuperá-la e disseminá-la.
TÓPICO 2 | LINGUAGEM NATURAL E LINGUAGEM DOCUMENTÁRIA
59
 Nesse contexto, as LDs são, pois, instrumentos intermediários, ou 
instrumentos de comutação, através dos quais se realiza a "tradução" da síntese 
dos textos e das perguntas dos usuários. Esta "tradução" é feita em unidades 
informacionais ou conjunto de unidades aptas a integrar sistemas documentários. 
A formalização das perguntas dos usuários é feita em linguagem do próprio 
sistema. É por esta razão que as LDs podem ser concebidas como instrumentos 
de comunicação documentária. 
Mas, diferentemente da LN, o sistema de relações das LDs não é virtual, 
bem como seus mecanismos de articulação são extremamente precários, face 
àqueles existentes nas línguas, em geral. Bem ao contrário, elementos dessa 
linguagem específica são selecionados de universos determinados e seu sistema 
de relações é construído, sendo indispensável, para utilizá-la, a existência de 
regras explícitas. Por esse motivo, as LDs são linguagens construídas. 
Cada LD específica representa, por outro lado, um ponto de vista 
particular sobre a realidade. Como sistema de relações construído, o significado 
de cada um de seus elementos vai estar diretamente subordinado às definições 
correspondentes aos elementos colocados nas posições superiores do sistema. 
Segundo Gardin, uma LD é um conjunto de termos, providos ou não de 
regras sintáticas, utilizado para representarconteúdos de documentos técnico-
científicos, com fins de classificação ou busca retrospectiva de informações 
(GARDIN et al., 1968).
 Para o autor, uma LD deve integrar três elementos básicos: – um léxico, 
identificado com urna lista de elementos descritores, devidamente filtrados e 
depurados; – urna rede paradigmática para traduzir certas relações essenciais 
e, geralmente estáveis, entre os descritores. Essa rede, organizada de maneira 
lógico-semântica, corresponde a uma organização dos descritores numa forma 
que, Lato Sensu, se poderia chamar classificação; e – uma rede sintagmática 
destinada a expressar as relações contingentes entre os descritores, relações essas 
que só são válidas no contexto particular onde aparecem. 
A construção de "sintagmas" é feita através de regras sintáticas destinadas 
a coordenar os termos que dão conta do tema. Embora na LN haja diferença 
conceitual clara entre léxico, vocabulário, por um lado e nomenclatura e 
terminologia, por outro.
 Nas LDs, por sua vez, é bastante frequente o uso indiscriminado 
destas palavras, o que pode comprometer o próprio conceito de representação 
documentária, na medida em que a cada termo deveria corresponder uma função 
diferente dentro da linguagem.
Entretanto, cada uma destas palavras remete a conceitos específicos, o 
que nos permite dizer que cada uma tem características e funções próprias, fator 
suficiente para impedir sua utilização indiscriminada. 
Embora mesmo nos estudos das ciências da linguagem haja, eventualmente, 
referência a léxico e vocabulário como conjunto de palavras de uma língua ou de 
um autor, de uma arte ou de um meio social, a rigor, léxico designa o conjunto 
das unidades reais e virtuais que formam a língua de uma comunidade, algo 
como um depósito constituído de elementos em estado virtual e de regras que 
permitem a construção de novas unidades, necessárias para a atividade humana 
da fala. 
UNIDADE 2 | POLÍTICAS DE INDEXAÇÃO
60
Já vocabulário se refere ao conjunto das ocorrências que integram um 
determinado corpus discursivo, como uma lista de unidades da fala (DUBOIS 
et al., 1973). Assim, pode-se falar no vocabulário que encontramos no trabalho 
de Cunha, relativamente às ocorrências registradas nos discursos sobre política 
colonial de Adriano Moreira (CUNHA, 1990), ou no vocabulário médico, a partir 
de levantamento em determinadas obras médicas, por exemplo. 
Em termos de LDs, não faz sentido falar nem em léxico, nem em 
vocabulário nas acepções da Linguística, uma vez que esses elementos são 
específicos da LN. As LDs, linguagens construídas que são, com finalidades 
específicas de representação documentária, não são suficientemente articuladas, 
nem se constituem em unidades geradoras de novos elementos. 
Também não integram vocabulários propriamente ditos, porque são 
formadas de palavras preferenciais, combinando palavras de vocabulários 
de determinados domínios e palavras utilizadas pelos usuários. Desta forma, 
englobam vários vocabulários, representativos de vários discursos. Assim, 
quando a palavra vocabulário se refere a LD, deve ser entendida segundo esta 
última acepção, que privilegia urna constituição a partir de origens diferentes. 
Uma nomenclatura, por sua vez, como sugere a própria palavra, diz respeito à 
ação de chamar algo por seu nome.
Assim, se constituem listas de nomes que supõem biunivocidade na 
relação significado-significante (DUBOIS et al., 1973). Talvez se possa melhor 
caracterizar uma nomenclatura como etiquetas que designam coisas ou conceitos 
pré-existentes, como a nomenclatura da química, por exemplo, na qual, 
independentemente de um sistema nocional particular, algo se chama ouro, 
nitrogênio ou potássio. 
Diferentemente de uma nomenclatura, uma terminologia se refere ao 
conjunto de termos de uma área, termos relacionados e definidos rigorosamente 
para designar as noções que lhe são úteis (idem ibidem). Assim, por exemplo, a 
terminologia da Educação Brasileira pode ser encontrada no Glossário de Termos 
em Educação (BRASIL, Ministério da Educação e Cultura, 1980). Trata-se de um 
sistema de termos organizados, estruturados a partir de noções particulares. 
É bom lembrar que todo conhecimento técnico-científico se desdobra 
num universo de linguagem. A linguagem condiciona o conhecimento objetivo, 
determinando os limites de sua formulação (GRANGER, 1974). As linguagens 
construídas exigem formulações de sentido rigorosas, à medida que a própria 
atividade se encontra subordinada à articulação da linguagem. Desse modo, a 
atividade terminológica é parte constitutiva da atividade técnico-científica e diz 
respeito, diretamente, a um conjunto de termos organizados. 
Todas as definições analisadas anteriormente levam-nos a concluir que as 
LDs não se confundem com léxicos, vocabulários, nomenclaturas e terminologias, 
embora incorporem elementos de todos eles. É importante que essa diferenciação 
seja feita para melhor delimitar suas características face da função que devem 
desempenhar na representação da informação documentária. 
A representação documentária é obtida através de um processo que se 
inicia pela análise do texto, com o objetivo de identificar conteúdos pertinentes 
em função das finalidades do sistema – e da representação desses conteúdos – 
numa forma sintética, padronizada e unívoca.
TÓPICO 2 | LINGUAGEM NATURAL E LINGUAGEM DOCUMENTÁRIA
61
A síntese e a representação documentárias advindas do processo de 
análise, podem apresentar-se, geralmente, sob duas formas: o resumo, que é feito 
sem a intermediação de uma LD e o índice, que para maior qualidade, deve ser 
elaborado a partir de uma LD determinada. 
A operação de tradução de textos em LN para uma LD denomina-se 
Indexação. Inerente ao processo de indexação estão operações de classificação. 
As várias fases do processo analítico apresentam uma complexidade 
considerável, pois não se trata de adquirir os documentos e armazená-los numa 
ordem lógica. A documentação é memória, seleção de ideias, reagrupamento de 
noções e de conceitos, síntese de dados. Trata-se de triar, de avaliar, de analisar, 
de "traduzir", de encontrar respostas para necessidades específicas. 
A utilização da LN neste processo leva, seguramente, à incompreensão e 
à confusão, devido a fenômenos naturais como a redundância, a ambiguidade, a 
polissemia e as variações idioletais. 
A condição para se obter resultados positivos na busca de informação 
é que a pergunta e a resposta sejam formuladas no mesmo sistema. Assim, 
é necessário realizar a tradução de uma pergunta feita em LN, para o sistema 
em que foi traduzido o conteúdo do documento, isto é, numa LD unívoca por 
excelência. 
Dito de outro modo, uma LD é utilizada na entrada do sistema, quando o 
documento é analisado para registro. Seu conteúdo é identificado e "traduzido", 
de acordo com os termos da LD utilizada e segundo a política de indexação 
estabelecida. É da mesma forma utilizado à saída do sistema, quando, a partir da 
solicitação da informação pelo usuário, é feita a representação para busca. Assim, 
seu pedido é analisado, seu conteúdo identificado e devidamente "traduzido" nos 
termos da LD utilizada. 
Para realizar tais funções de intermediação, as LDs devem ser construídas 
de tal forma que seja possível o controle sobre o vocabulário. Tal controle é 
necessário para que a cada unidade preferencial integrada numa LD, corresponda 
um conceito ou noção. Essa correspondência só é assegurada por intermédio das 
terminologias de especialidade. 
Vale lembrar que, isoladas, as palavras não têm signifi cado ou têm todos 
os significados possíveis. É só no discurso, ou seja, no uso, que as palavras 
assumem significados parti culares. Como, via de regra, os elementos das LDs 
são desvinculados dos contextos onde aparecem, pode-se correr risco de que as 
palavras que as integram assumam todos ou nenhum significado. Através das 
Terminologias de especialidade, as palavras passam a ser termos, assumindo 
significadosvinculados a sistemas de conceitos determinados. Confere-se, desse 
modo, referência às palavras, que passam a significar, segundo determinados 
sistemas nocionais, assegurando interpretações pertinentes. 
As LDs mais conhecidas são o tesauro e os sistemas de classificação 
documentária (GOMES, 1990). As diferenças entre esses dois tipos de LDs 
reside no maior ou menor grau de reprodução das relações presentes na LN e 
no universo de conhecimento que pretendem cobrir. Os primeiros sistemas de 
classificação bibliográfica conhecidos são de natureza enciclopédica, como a 
CDD – Dewey Decimal Classification, a CDU – Classificação Decimal Universal 
e a LC – Library of Congress, e visam cobrir todo o espectro do conhecimento. 
UNIDADE 2 | POLÍTICAS DE INDEXAÇÃO
62
Sistemas datados posteriormente, as classificações facetadas desenvolvidas pelo 
CRG – Classification Research Group e com base na Colon Classification, de 
Ranganathan, visam domínios particulares. Os tesauros, por seu lado, originaram-
se a partir de tais classificações facetadas com uma preocupação adicional: a do 
controle do vocabulário. 
Historicamente, verifica-se uma contínua progressão das LDs a caminho 
da especialização. Consequentemente, abandona-se a pretensão de cobrir todo o 
universo do conhecimento para voltar-se a domínios cada vez mais específicos. 
Todas as LDs, entretanto, são utilizadas para representar conteúdo dos 
textos, mas não os textos eles mesmos. A função de representação deve ser 
entendida, neste contexto, como sendo de natureza eminentemente referencial: 
as unidades de uma LD devem ser utilizadas como índices relativos a assuntos 
tratados nos textos, não tendo, portanto, a função de substituí-los. 
Os produtos obtidos através da intermediação das LDs são, desse modo, 
generalizantes. Não se representa o texto individual, mas a classe de assunto à 
qual ele se refere. A maior ou menor especificidade do assunto a ser representado 
depende da maior ou menor correspondência da LD ao sistema nocional dos 
domínios de especialidade. Assim, através de um sistema de classificação 
enciclopédico, textos muito específicos são classificados em classes de assunto 
mais gerais; a representação da especificidade dos assuntos de tais textos 
só será possível através de uma LD voltada, especificamente, para o domínio 
correspondente. 
Os estudos das LDs têm avançado, progressivamente, na direção da 
definição dos constituintes e de suas interrelações, gerando várias linguagens, de 
acordo com o domínio de especialidade. Isto, por um lado, permitiu que a área 
fosse se Liberando do monopólio das classificações universais, mas, por outro, 
tem mostrado inúmeros problemas ligados à falta de rigor na construção das 
LDs. Tais problemas se referem: à definição do conjunto de termos que comporá 
a lista de descritores; à organização dos termos numa mesma rede paradigmática 
(árvores classificatórias ou relações verticais) que reunirá tais descritores; ao 
estabelecimento da rede sintagmática (relações horizontais entre descritores 
e mecanismos de sintaxe) que deverá permitir a agilização da recuperação de 
assuntos; à definição das chaves de acesso ao sistema (compatibilização de 
linguagem usuário/sistema). 
FONTE: CINTRA, Ana Maria et al. Para entender as linguagens documentárias. 2. ed. rev. e 
ampl. São Paulo: Polis, 2002. p. 33 – 42.
TÓPICO 2 | LINGUAGEM NATURAL E LINGUAGEM DOCUMENTÁRIA
63
Passemos agora à interpretação de alguns trechos mais relevantes à nossa 
discussão.
 
Trecho 1) Vem desta época a utilização de Linguagens Documentárias – 
LDs para a recuperação da informação. Essas linguagens são, pois, construídas 
para indexação, armazenamento e recuperação da informação e correspondem 
a sistemas de símbolos, destinadas a "traduzir" os conteúdos dos documentos 
(CINTRA et al., 2002, p. 33). 
As décadas de 1950 e 1960, no âmbito da Biblioteconomia e da Ciência 
da Informação brasileiras foram bastante intensas. Vínhamos de um período 
marcado por uma intensa produção científica, resultante do pós-guerra (em 
1945), fenômeno este que ficaria conhecido como explosão da informação. 
Ocorre que a própria guerra, este cenário social lamentável se observado 
a partir de qualquer ângulo, estimula um contexto de produção de tecnologias 
especialmente aplicada à indústria bélica. Essas novas tecnologias surgem a 
partir de pesquisas que demandam grandes quantidades de informação. Além 
disso, novas informações passam a ser produzidas para comunicar à comunidade 
científica as novas descobertas. Também datam deste período histórico a criação 
de algumas tecnologias de comunicação e informação que, mais tarde, dariam 
origem à internet. O período pós-guerra, portanto, é bastante propício à produção 
e consumo de informações.
Então, as décadas seguintes abrem espaço para novas discussões sobre 
o armazenamento, o tratamento e a recuperação de informações. Estudiosos da 
área passam a questionar a possibilidade de melhores ações que tornem acessível 
todo o conhecimento científico e tecnológico produzido e registrado. 
É neste contexto que as linguagens documentárias começam a ser tratadas 
com mais atenção, pois, agora, além de dar apoio às atividades de classificação, 
elas passam a apoiar também as atividades de indexação dos documentos. Isto 
porque existe um novo paradigma na área: mais do que classificar e catalogar 
livros para que as bibliotecas fiquem organizadas, é necessário buscar formas de 
tornar os conteúdos (as informações) acessíveis a partir das buscas elaboradas 
pelos usuários. Começam, então, as construções de LDs.
Trecho 2) Dentre os vários produtos da sistematização desses estudos 
surgiram os tesauros, construídos em função de campos semânticos. Com 
efeito, dentro do amplo universo da linguagem, as LDs possuem um status 
muito particular: através delas pode-se representar, de maneira sintética, as 
informações materializadas nos textos (CINTRA et al., 2002, p. 34).
A LDs são elaboradas para REPRESENTAR conteúdos das diversas áreas 
do conhecimento. A mais conhecida, pode-se afirmar, são os tesauros, um valioso 
instrumento utilizado na organização da informação. Ele é definido por Mota 
(1987 apud TRSITÃO, FACHIN; ALRCON, 2004, p. 161) como “um vocabulário 
UNIDADE 2 | POLÍTICAS DE INDEXAÇÃO
64
de termos relacionados genérica e semanticamente sobre determinada área de 
conhecimento”. Não se trata, portanto, de entender uma tesauro como lista de 
termo. Trata-se de algo mais complexo. Os termos listados são definidos dentro 
de uma dada área do conhecimento, e a cada termo é atribuída uma finalidade, ou, 
dito de outra forma, aponta-se em que situações os termos podem ser utilizados 
pelo indexador, o que equivale a dizer que cada termo traz explicações a respeito 
dos conceitos que pretende representar.
Trecho 3) Tal como a LN, as LDs são sistemas simbólicos instituídos, que 
visam facilitar a comunicação. Sua função comunicativa, entretanto, é restrita a 
contextos documentários, ou seja, as LDs devem tornar possível a comunicação 
usuário-sistema. (CINTRA et al., 2002, p. 33)
Não é muito comum observar bibliotecas que fornecem ao usuário o 
acesso ao usuário aos tesauros que utiliza. Mas é possível. Nos parece viável, uma 
vez que os bibliotecários fazem uso dele exatamente para que o usuário tenha 
sucesso em suas estratégias de busca. Vejamos em um exemplo: imagine que 
uma dada biblioteca utilize um tesauro de Engenharia, e que este tesauro sugere 
o termo “rodovias” para indexar documentos que tratem de vias destinadas ao 
tráfego de veículos que se movem sobre rodas. Este mesmo tesauro oferece como 
termo relacionado e que pode ser utilizado como sinônimo um outro termo: 
autovia. No entanto, um usuário, ao elaborar sua busca no índice desta mesma 
biblioteca, utiliza o termo “estrada”. Haverá aí um sério reído na comunicação, 
que impedirá a recuperação da informação. E é sério, pois este caso exprime uma 
situação em que a informação existe no acervo da Unidadede Informação, mas 
não é utilizado, pois não pode ser acessado.
Por incrível que possa parecer, esta situação é muito mais evidente 
em bibliotecas do que gostaríamos. Portanto, oferecer ao usuário algum tipo 
de orientação quanto aos termos utilizados na hora da indexação, pode vir a 
minimizar estas dificultades que levam à nãorecuperação da informação. O que é 
o mesmo que dizer que a indexação não cumpriu com seu objetivo. 
Trecho 4) A formalização das perguntas dos usuários é feita em linguagem 
do próprio sistema. É por esta razão que as LDs podem ser concebidas como 
instrumentos de comunicação documentária (CINTRA et al., 2002, p. 35). 
Este trecho foi destacado do texto apenas para complementar a análise do 
trecho imediatamente acima. Somente quando existe a recuperação da informação, 
pode-se dizer que houve comunicação documentária. Por isso, é importante que 
as unidades de informação pensem na possibilidade de oferecer aos seus usuários 
orientações quanto ao uso de tesauros ou demais LDs utilizadas internamente, e 
que isso seja também focado nas políticas de indexação desenvolvidas por elas.
TÓPICO 2 | LINGUAGEM NATURAL E LINGUAGEM DOCUMENTÁRIA
65
Trecho 5) uma LD deve integrar três elementos básicos: – um léxico, 
identificado com urna lista de elementos descritores, devidamente filtrados e 
depurados; – uma rede paradigmática para traduzir certas relações essenciais 
e, geralmente estáveis, entre os descritores. Essa rede, organizada de maneira 
lógico-semântica, corresponde a uma organização dos descritores numa forma 
que, Lato Sensu, se poderia chamar classificação; e – uma rede sintagmática 
destinada a expressar as relações contingentes entre os descritores, relações 
essas que só são válidas no contexto particular onde aparecem (CINTRA et al., 
2002, p. 35 - 36). 
Como vimos, em Cintra et al. (2002), uma LD deve ser construída com 
base na existência de três elementos: léxico, rede pragmática e rede sintagmática. 
Veremos a seguir, em exemplos, como se dá essa construção. 
• Léxico: que corresponde ao vocabulário. Se a LD constituída é da área de 
ciências contábeis, então o léxico será formado a partir dos vocábulos existentes 
dentro desta área.
• Rede paradigmática: os vocábulos extraídos de dada área devem estar 
relacionados entre si e devem conter significados dentro desta mesma área. 
Isso é bastante importante. Vejamos: o termo “manga” pode estar presente em 
diferentes LDs. Pode estar em um tesauro de Agrimensura e Agricultura (se o 
conceito deste termo for o da fruta), ou, em um tesauro de Moda (se o conceito 
do termo for e elemento de peças de vestuário), esta rede paradigmática localiza 
os termos dentro de um sistema de noções, portanto, dentro de uma área do 
conhecimento humano.
• Rede sintagmática: exprime que relações existem entre os termos, dentro 
da área. Utilizando nosso termo “manga”, tomemos outro exemplo: em um 
tesauro de Agrimensura e Agricultura, ele, provavelmente, estaria relacionado 
com “Tipos de Solo”, “Calendário agrícola”, “Adubo”, “Condições Climáticas”, 
“Frutas Tropicais”. Já em um tesauro de Moda, estaria relacionado a termos 
como: “Corte e Modelagem”, “Cor”, “Tendência de Moda”, “Camisa”. 
Trecho 6) As várias fases do processo analítico apresentam uma 
complexidade considerável, pois não se trata de adquirir os documentos e 
armazená-los numa ordem lógica. A documentação é memória, seleção de ideias, 
reagrupamento de noções e de conceitos, síntese de dados. Trata-se de triar, 
de avaliar, de analisar, de "traduzir", de encontrar respostas para necessidades 
específicas (CINTRA et al., 2002, p. 39). 
Este trecho nos traz uma noção muito importante a respeito da indexação: 
não indexamos utilizando simplesmente palavras, mas sim, levando em conta 
os conceitos expressos em cada uma dessas palavras. É por isso, inclusive, que 
uma das recomendações mais básicas ao se proceder a análise documentária para 
posterior indexação, é que não se utilize apenas o título do item. Ele, nem sempre 
exprime os conceitos existentes no documento. Dialética do Concreto, nada tem 
que ver com Engenharia ou construção civil, como o termo “concreto” até pode 
sugerir. 
UNIDADE 2 | POLÍTICAS DE INDEXAÇÃO
66
Trecho 7) Todas as LDs, entretanto, são utilizadas para representar 
conteúdo dos textos, mas não os textos eles mesmos. A função de representação 
deve ser entendida, neste contexto, como sendo de natureza eminentemente 
referencial: as unidades de uma LD devem ser utilizadas como índices relativos 
a assuntos tratados nos textos, não tendo, portanto, a função de substituí-los 
(CINTRA et al., 2002, p. 39 - 40). 
Nunca é demais lembrar: indexar é representar, indicar, e não substituir o 
documento original. A indexação deve permitir que o usuário saiba se a informação 
que ele busca, existe ou não nos acervos de uma unidade de informação, e deve 
dar subsídios para que ele decida se quer ou não a acessar definitivamente.
As LDs, portanto, são linguagens construídas para fins de tratamento 
documentário, e constituem-se em ferramentas que auxiliam o bibliotecário na 
atividade de indexação, oferecendo maior adequação na seleção de termos que 
representarão os conteúdos integrais dos documentos. 
Se partimos da concepção de que a Biblioteconomia, enquanto área do 
conhecimento que se estrutura da forma como a conhecemos hoje a partir do 
final do século XIX e meados do século XX, com a responsabilidade de organizar 
acervos para uso, podemos inferir que a unidade de seu desenvolvimento – a 
biblioteca – também deve oferecer serviços que culminem na recuperação e uso da 
informação. Para que este objetivo seja alcançado, é importante que a indexação 
seja realizada de forma que o usuário, ao consultar a base de dados, consiga 
identificar a presença ou não do conteúdo informacional que busca, e que possa 
ter acesso a ele. As LDs são instrumentos que viabilizam e facilitam este processo. 
E o são, porque são constituídas levando em consideração as características dos 
diferentes sistemas nocionais.
A todos os campos do conhecimento corresponde a um conjunto de 
noções específicas, pois as áreas especializadas têm seu universo nocional 
devidamente identificado, a partir de um dado ponto de vista, para que seja 
possível organizá-lo de forma sistemática e inter-relacionada. Por outro lado, a 
ausência do conhecimento do sistema de noções ocasiona a falta de compreensão 
ou a compreensão incorreta das possibilidades de relacionamento entre os termos 
de um dado campo.
As LDs, estabelecidas para controle de vocabulário, são construídas com 
base no sistema nocional do campo a que se dedicam. Por exemplo: um tesauro de 
medicina veterinária é construído a partir de termos, conceitos e significados desta 
área, para apoiar a indexação de documentos também desta área, constitui-se em 
um parâmetro básico para organização documentária e, claro, tem sustentação 
na linguagem. Por isso que a opção pelo não uso de LDs na indexação pode 
comprometer seu resultado, revelando as questões relacionadas ao significado 
e a compreensão de termos específicos. Já a utilização dela – da LD – supõe a 
explicitação da área e a sua organização sistemática (CINTRA et al., 2002).
TÓPICO 2 | LINGUAGEM NATURAL E LINGUAGEM DOCUMENTÁRIA
67
A ISO 1087 (1990 apud CINTRA et al., 2002) estabelece Sistema Nocional 
como um conjunto estruturado de noções que reflete as relações estabelecidas 
entre as noções que o compõem, e no qual cada noção é determinada pela sua 
posição no sistema.
A posição, e, consequentemente, os significados, de cada noção é 
estabelecida de acordo com as relações que existem entre ela e as demais noções. 
Essas relações podem ser hierárquicas ou não-hierárquicas.
Nas relações hierárquicas entre as noções, temos duas formas de 
organização, que são denominadas superordenação e subordinação. A 
superordenação consiste na possibilidade de subdivisão de uma noção 
hierárquica mais alta em um certo número de noções de nível inferior.Já o 
processo de subordinação consiste no processo contrário. Segue exemplo na 
ilustração a seguir:
Relações hierárquicas
Animais
Gato Cachorro
Mamíferos
Leão
SubordinaçãoSupeordenação
FIGURA 1 – SUPERORDENAÇÃO E SUBORDINAÇÃO
FONTE: Cintra et al. (2002, p. 51)
Gato, cachorro e leão são termos que estão subordinados a um termo 
maior, animais. Ambos carregam em si significados que os colocam no mesmo 
sistema nocional. Todavia, para ser gato, ser cachorro, ou ser leão, é preciso ser, 
antes, animal. Ou, dito de outra forma, as características e os conceitos que estão 
presentes no termo ‘gato’ são parecidos com as características e conceitos presentes 
no termo ‘animais’. No entanto, ‘gato’ tem características mais específicas que o 
diferenciam das características gerais de ‘animais’. Um é mais específico que o 
outro, e, portanto, subordinado a ele. Todo ‘gato’ é ‘animal’. Os termos específicos 
são subordinados a termos mais gerais e ambos carregam em si características 
essenciais que os aproximam em uma dada família de termos.
UNIDADE 2 | POLÍTICAS DE INDEXAÇÃO
68
As relações não hierárquicas entre os termos de um dado sistema 
nocional podem também se caracterizar como não hierárquicas. Os termos 
podem ser coordenados (postos lado a lado), uma vez que podem se encontrar 
em um mesmo nível de hierarquia. No exemplo da ilustração anterior é possível 
observar este tipo de relação em relação aos termos ‘gato’, ‘cachorro’ e ‘leão’. 
Todos são mamíferos e, na família do termo ‘mamíferos’ não estão subordinados 
um ao outro. Guardam apenas características essenciais de igualdade e não de 
subordinação.
Todavia, a relação entre termos de um sistema nocional pode também ser 
considerada associativa e, neste caso, será sempre não hierárquica. Ela pode ser 
relação espacial ou temporal, com noções de causa/efeito, produtor e produto, 
etapas de um processo, relações de oposição e contradição. Não são hierárquicas. 
Vejamos alguns exemplos, baseados em Cintra et al. (2002):
• Causa/efeito: tempo seco – doenças respiratórias. 
• Produtor/produto: usineiro – álcool.
• Etapas de um processo: reforma do setor saúde – descentralização.
• Oposição/contradição: reações químicas a frio – reações químicas a calor.
Estudiosos do campo da biblioteconomia e da ciência da informação 
têm se debruçado sobre estas questões para ampliar a compreensão destas 
relações com o intuito de elaborar LDs cada vez mais adequadas à atividade de 
indexação.
3 LINGUAGENS DOCUMENTÁRIAS E SUAS RELAÇÕES 
COM AS POLÍTICAS DE INDEXAÇÃO
Se uma política de indexação estabelece critérios e diretrizes para o 
tratamento temático da informação, parece-nos um tanto evidente que esta 
política tenha que mencionar as orientações quanto ao uso de LDs, já que são elas 
que dão suporte ao desenvolvimento das atividades do indexador.
Neste contexto, os autores Narukawa e Sales (2012) denominam o que 
temos chamado de política de indexação de política de TTI (Tratamento Temático 
da Informação). Para os autores, ela “constitui-se na formalização dos processos, 
procedimentos, instrumentos e toda filosofia profissional subentendida nas 
atividades de tratamento temática da informação que servem como diretriz no 
desenvolvimento dessas atividades” (NARUKAWA; SALES, 2012, p. 158).
Estes mesmos autores recorrem a Gil Leiva (2008), para quem
esta política é entendida como uma forma de realizar a indexação de 
determinada instituição, e, a iniciativa de materializar em guias ou 
manuais os procedimentos adotados para a indexação. É por meio dos 
manuais que novos indexadores serão formados e capacitados (GIL 
LEIVA, 2008 apud NARUKAWA; SALES, 2012, p. 158). 
TÓPICO 2 | LINGUAGEM NATURAL E LINGUAGEM DOCUMENTÁRIA
69
Ao estabelecer uma política de indexação, a equipe de uma unidade de 
informação decidirá pela aplicação de uma linguagem natural ou controlada. 
Também poderá atribuir uma linguagem para cada área de especialidade coberta 
pela unidade, ou decidir pelo uso de uma única linguagem para todas as áreas. 
A política de indexação pode ainda estabelecer a necessidade de adaptações 
quanto a LDs já existentes em outros sistemas de informação para a realidade 
local. Este importante documento pode mencionar ainda se o usuário terá acesso 
às mesmas LDs utilizadas pelos indexadores e, ainda, se esta será disponibilizada 
sob a mesma estrutura de apresentação. Além disso, desta política pode constar 
a intenção de participação em redes de cooperação e compartilhamento de 
informações com outras organizações que utilizem as mesmas LDs (CARNEIRO, 
1985 apud NARUKAWA; SALES, 2012).
Para além disso é importante mencionar lembrar que os sistemas de 
classificação bibliográfica, como a Classificação Decimal de Dewey (CDD) e a 
Classificação Decimal Universal (CDU) também são LDs, pois são linguagens 
construídas com fins de tratamento temático da informação, e, especificamente, 
com fins de individualizar cada item existente em uma unidade de informação, 
dando a eles uma espécie de marca individual, que permite sua identificação em 
meio a centenas ou milhares de outros itens. A escolha por um destes sistemas 
de classificação é também uma decisão bastante importante que está relacionada 
ao tipo de público atendido pela unidade e, consequentemente, relacionada com 
as características do acervo. A justificativa da escolha por um destes sistemas 
também deve constar na política de indexação.
No entanto, estes não são os únicos itens que compõem este documento. 
É o que veremos na sequência.
70
RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tópico, você aprendeu que:
• As LDs são, instrumentos intermediários ou instrumentos de comutação, 
através dos quais se realiza a "tradução" da síntese dos textos e das perguntas 
dos usuários. Esta "tradução" é feita em unidades informacionais ou conjunto 
de unidades aptas a integrar sistemas documentários.
• As LDs são sistemas de sistemas de comunicação construídas para fins de 
tratamento documentário.
• Cada área do conhecimento possui um sistema nocional, ou seja, um sistema 
de noções que são características destas áreas.
• Que as LDs e seus usos são parte importante da indexação e, por isso, parte 
importante da política de indexação.
71
AUTOATIVIDADE
1 Leia o texto a seguir, extraia dele os cinco trechos que você considerar mais 
importantes e comente cada um deles, justificando sua escolha.
CONFIGURAÇÃO DAS LINGUAGENS DOCUMENTÁRIAS
As LDs mais consistentes para a representação documentária dispõem 
de um vocabulário que integra, elementos da linguagem de especialidade e 
das terminologias e, de outro, da LN que é a linguagem dos usuários. Portanto, 
essas unidades constituem o "léxico" dessas LDs, denominadas, diferentemente, 
conforme o sistema e a época, como: palavra-chave, descritor, cabeçalho de 
assunto etc., acompanhadas ou não de uma notação. 
O vocabulário documentário tem por objetivo reunir unidades depuradas 
de tudo aquilo que possa obscurecer o sentido: ambiguidade de vocábulo ou 
de construção, sinonímia, pobreza informativa, redundância etc. Além disso, 
ele é fixado de tal forma que seu uso, bem como suas relações estruturais são 
codificados e não podem mudar ao sabor dos usuários. Assim, chega-se a um 
instrumento relativamente estável, ainda que possa ser modificado. 
Toda LD tem, também, uma sintaxe. Ela é bastante rudimentar nos 
sistemas de classificação bibliográfica e mais desenvolvida nos tesauros, com 
a utilização de operadores booleanos. O esquema sintático de uma LD permite 
a delimitação mais precisa de um assunto, através da combinação de seus 
elementos. Nos sistemas de classificação convencionais não há preocupação com 
o controle do vocabulário: é frequente a utilização de frases, como ocorre, por 
exemplo, na CDU. Já nos tesauros a função de controle está mais presente. Para 
este rim, as LDs incorporam procedimentos para a normalização gramatical e 
semântica. A normalização gramatical se refere à forma de apresentação dos seus 
elementos quantoao gênero (geralmente, masculino), número (uso de singular 
ou plural), grau. A normalização semântica procura garantir a univocidade na 
representação dos conceitos e noções de áreas de especialidade. 
Quanto a sua configuração interna, as LDs são estruturadas de maneira 
lógico-semântica. O conjunto nocional básico é apresentado em hierarquias 
(na vertical), em torno das quais se agregam as unidades informacionais que 
se relacionam horizontalmente, relações não hierárquicas, convencionalmente 
denominadas associativas. Nenhuma unidade pode figurar numa LD sem que 
esteja ligada a uma outra. 
Nas LDs mais modernas – tesauros – os diferentes tipos de relações entre 
as unidades são mais claramente apresentados através de recursos notacionais. 
Já os sistemas de classificação bibliográfica não raras vezes amalgamam, numa 
mesma hierarquia, relações de natureza diferente. 
72
As variações na forma de apresentação das LDs devem-se à maior ou 
menor incorporação dos diferentes tipos de relações existentes entre as palavras 
na LN e entre os termos de especialidade. Tais variações exprimem, também, 
o maior ou menor aprimoramento da função de representação documentária. 
Algumas LD foram construídas visando, principalmente, a organização 
dos documentos nas estantes, sendo que sua função de representação, nesse 
caso, deve ser diferenciada: a representação aqui implícita deve ser entendida 
como a identificação de documentos com classes genéricas de assuntos 
reconhecidos mais ou menos canonicamente. 
A estrutura básica de uma LD é dada através das relações hierárquicas, 
que podem ser genéricas, específicas ou partitivas. [...] O vértice da hierarquia 
é o gênero ou o todo, conforme o caso. As subdivisões sucessivas na hierarquia 
constituem as espécies e/ou as partes, que podem, novamente, se subdividir. 
As relações hierárquicas preveem as unidades superordenadas e as unidades 
subordinadas. Unidades subordinadas ao mesmo vértice, quando no mesmo 
nível da cadeia, denominam-se coordenadas. 
Nos sistemas de classificação bibliográfica a estrutura hierárquica é 
dada pela notação (decimal, no caso da CDD e da CDU). O vértice das cadeias 
hierárquicas é constituído por disciplinas convencionais que se subdividem 
sucessivamente. A indicação dos assuntos é feita através da notação numérica 
ou alfanumérica, conforme o tipo de sistema. 
A organização básica dos tesauros também é hierárquica, existindo 
tantos vértices, que equivalem a classes, quantos forem os aspectos escolhidos 
para organizar o domínio de uma especialidade. Nos tesauros mais modernos 
tais vértices são denominados Top Terms, e não constituem descritores, mas 
identificam as classes escolhidas para reunir os descritores. Via de regra, 
utilizam-se notações numéricas apenas para apresentar as hierarquias básicas 
e suas principais subdivisões. Tais notações, entretanto, raramente são 
utilizadas para descrever o conteúdo dos textos. A ligação lógico-hierárquica 
entre descritores é, no caso dos tesauros, mais clara, uma vez que é identificada 
pelos códigos. TG (Termo Genérico ou Tem10 Geral), TE (Termo Específico). 
Alguns tesauros utilizam, também, os códigos TGP (Termo Genérico Partitivo), 
TEP (Termo Específico Partitivo) para a presentar as relações hierárquicas do 
tipo todo/parte. 
As LDs apresentam, também, unidades que são relacionadas de forma 
não hierárquica. As relações não hierárquicas são normalmente denominadas 
associativas, muito embora não se possa afirmar que as relações hierárquicas 
também não o sejam. É preciso lembrar, entretanto, que as relações hierárquicas 
representam associações entre termos que são mais estáveis, enquanto que as 
relações não hierárquicas expressam outro gênero de proximidade entre os 
termos. Os posicionamentos não hierárquicos indicam a ligação entre termos 
que estão em campos semânticos distintos, porém próximos. Cada termo 
73
relacionado pode se constituir no ponto de partida para uma família de termos 
aparentados. Nos sistemas de classificação bibliográfica os relacionamentos 
não hierárquicos, quando ocorrem, são, erroneamente, "encaixados" 
nas hierarquias. É só nos tesauros que estas relações são explicitamente 
identificadas, através do código TR (Termo Relacionado). Adicionalmente, as 
LDs apresentam relações de equivalência. Este gênero de relacionamento entre 
os termos é utilizado para permitir a entrada no sistema, operando no nível 
da sinonímia e da polissemia. Quase inexistente nos sistemas de classificação 
bibliográfica (os raros casos aparecem no índice de tais códigos), nos tesauros 
essas relações são indicadas pelas expressões USE (Use) e UP (Usado Para). As 
relações de equivalência estabelecem as remissivas, definindo o conjunto dos 
não termos ou não descritores e dos termos ou descritores. A finalidade dessas 
remissivas é encaminhar o usuário para os termos preferidos pelo sistema. 
Constitui-se, desse modo, a chave de acesso ao sistema.
 O conjunto de relações que constitui a estrutura do tesauro é, para 
Gomes (1990, p. 16) "um elemento importante para que ele possa cumprir 
sua função: ela permite ao usuário (indexador ou consulente) encontrar o(s) 
termo(s) mais adequado(s), mesmo sem saber, de início, o nome específico para 
representar a ideia ou o conceito que ele procura. A partir de um termo que o 
usuário conhece, o tesauro, através de sua estrutura, mostra diversos outros 
que podem ser tão oportunos ou mais do que aquele que lhe veio à mente". 
Vale ressaltar, ainda, que no uso das LDs podem ser construídas 
novas relações entre os termos, a partir do conjunto de operadores sintáticos 
disponíveis, como, por exemplo, as add notes, na CDD; + / : ::, no caso da CDU; 
operadores booleanos, no caso dos tesauros. 
Uma vez elaboradas e postas em uso, as LDs mais desenvolvidas, 
como os tesauros, são permanentemente atualizadas, mediante operações de 
supressão de termos em desuso, reagrupamento de descritores em função da 
existência de palavras raramente utilizadas e/ou adição de termos novos. Só 
assim as LDs se mantêm como instrumentos dinâmicos, capazes de incorporar 
os avanços do conhecimento, ou as modificações de significado de termos já 
existentes. 
FONTE: CINTRA et al. Capítulo 2. In: Para entender as linguagens documentárias. 2. ed. rev. 
e ampl. São Paulo: Polis, 2002. 
74
75
TÓPICO 3
ELABORAÇÃO DE POLÍTICAS DE INDEXAÇÃO
UNIDADE 2
1 INTRODUÇÃO
A literatura especializada em biblioteconomia e ciência da informação não 
nos traz bons registros a respeito da importância dada a este texto – política de 
indexação – dentro de unidades de informação. Ao contrário, mostra que muitas 
UI’s, especialmente bibliotecas, não têm demonstrado interesse (ou pelo menos, 
não têm divulgado em canais científicos) em desenvolver tal estrutura. No entanto, 
já vimos no decorrer desta unidade, que se trata de um documento que norteará 
as tomadas de decisão do indexador. E é sempre importante lembrarmos que é a 
indexação que vai permitir a identificação dos conteúdos que existem dentro de 
um dado acervo.
 
É importante compreender que sua elaboração demanda estudos, 
conhecimento sobre o acervo e sobre a política de desenvolvimento de coleções 
adotada pela UI, conhecimento sobre o perfil dos usuários e das demandas 
informacionais da comunidade usuária a que se atende. Por isso, deve ser discutida 
não apenas pelos bibliotecários que indexam, mas por toda a equipe bibliotecária 
e, como veremos adiante, por vezes, por representantes da instituição na qual a 
UI está inserida.
Neste tópico veremos, entre outros temas, que a política de indexação é 
um instrumento de decisão administrativa dentro de unidades de informação e 
que, em linhas gerais, ela estabelece diretrizes para o desenvolvimento adequado 
da indexação. Não deixaremos de destacar, no entanto, que cada biblioteca deve 
estabelecer sua política de indexação de acordo com as demandas apresentadas 
pela sua comunidade usuária, pois é a ela que os serviços são oferecidosem todos 
os tipos de unidades de informação.
2 CARACTERÍSTICAS DA POLÍTICA DE INDEXAÇÃO
A biblioteca é uma organização em constante movimento. Nenhuma 
atividade ou serviço de informação elaborado pode ser pensado isoladamente. 
Isso porque os serviços estão relacionados entre si e todos são constituídos 
tendo como foco as características da comunidade usuária e suas demandas 
de informação. Por isso, o estabelecimento de qualquer diretriz, oferta de novo 
serviço, políticas, como a de desenvolvimento de coleções ou de indexação, só 
podem se edificar sobre dados substanciais acerca das características e do perfil 
da comunidade onde a unidade ou o sistema de informação está inserido.
76
UNIDADE 2 | POLÍTICAS DE INDEXAÇÃO
Em 1985, a bibliotecária Marília Vidigal Carneiro estabeleceu diretrizes 
para uma política de indexação. De certa forma, foi o primeiro trabalho brasileiro 
que ganhou reconhecimento e ainda hoje é citado como uma referência clássica no 
tangente à elaboração deste tipo de texto em bibliotecas. Por isso, nos parágrafos 
a seguir passaremos a analisar o proposto no referido artigo. Levaremos em 
conta que se trata de um documento elaborado em um contexto diferente do 
vivido nos dias atuais, e, na medida do possível, poderemos trazer a proposta 
para o momento que vivemos no século XXI e verificar a necessidade de novas 
problematizações.
A autora coloca como objetivos da política de indexação a definição de 
variáveis e o estabelecimento de princípios e critérios que servirão de guia para a 
tomada de decisões que venham a otimizar o serviço de indexação, racionalizar 
o seu processo, além, de oferecer consistência para as atividades de indexação.
Antes, no entanto, de partir para a elaboração do documento, Carneiro 
(1985) recomenda a identificação da organização na qual a unidade de informação 
está inserida; a identificação da clientela; e a identificação de recursos humanos, 
materiais e financeiros que se tem disponível. 
É importante conhecer os objetivos e atividades da organização para 
a determinação do tipo de serviço e ser implantado e, especialmente para 
identificar a área de interesse em que ela atua. Isso permitirá, segundo a autora, o 
estabelecimento de uma política de seleção adequada. E ela vai adiante e afirma 
que “tipo de organização determinará que sistema de indexação usar, bem como 
os níveis de exaustividade e especificidade exigidos” (CARNEIRO, 1985, p. 223).
A respeito da identificação da clientela, ela destaca que a principal 
finalidade de um sistema de informação é fornecer aos usuários a informação de 
forma e momento exigidos, por isso a identificação deste usuário é essencial. Um 
estudo de usuário, neste caso, é fundamental. Com este estudo é possível obter:
• conhecimento do alcance exigido pelo sistema quanto aos assuntos 
centrais e periféricos e quanto aos níveis de tratamento exigidos;
• o núcleo de um vocabulário que refletirá os interesses do trabalho e 
necessidades de informação da clientela do sistema;
• conhecimento do tipo de resposta exigido do sistema, isto é, se é 
exigência mais revocação, maior precisão, ou ambas ao mesmo 
tempo;
• conhecimento do nível de exaustividade exigida na indexação; o 
nível de sofisticação desejável no sistema [...];
• conhecimento das exigências dos usuários quanto à forma de 
apresentação dos resultados da busca (CARNEIRO, 1985, p. 226). 
Em relação à determinação dos recursos financeiros, materiais e humanos, 
a autora lembra que a disponibilidade de equipamentos influenciará o tipo de 
organização de sistema, bem como a escolha da linguagem de indexação, por 
exemplo. No que tange aos recursos humanos, “quando há carência de pessoal 
deve-se optar por um sistema que exija uma manutenção mínima e um menos 
TÓPICO 3 | ELABORAÇÃO DE POLÍTICAS DE INDEXAÇÃO
77
esforço na indexação, principalmente quando se tem um grande volume de 
documentos a ser indexados” (CARNEIRO, 1985, p. 229). No entanto, é necessário 
lembrar que mesmo em casos como este, é necessário considerar as características 
e demandas da comunidade usuária.
A partir do momento que se tem acesso a estes dados, e, realizadas suas 
análises, aí sim, esta equipe bibliotecária está apta a proceder à elaboração de 
uma política de indexação. E esta deve conter alguns elementos considerados 
essenciais. São eles:
• Cobertura de assuntos.
• Seleção e aquisição de documentos-fonte.
• Nível de exaustividade.
• Nível de especificidade.
• Escolha da linguagem.
• Capacidade de revocação e precisão do sistema.
• Estratégia de busca.
• Tempo de resposta do sistema.
• Forma de saída.
• Avaliação do sistema.
Vejamos o detalhamento de cada um destes elementos propostos por 
Carneiro (1995) para a elaboração de uma política de indexação. 
Cobertura de assuntos: é necessário estabelecer as áreas onde se torna 
necessário um tratamento temático em profundidade e aquelas que podem 
ser tratadas superficialmente. Daí a importância do estudo de usuário, pois ele 
apontará um perfil de demanda informacional. 
Seleção e aquisição dos documentos-fonte. Esse elemento deve levar em 
conta a adequação do nível intelectual é técnico dos documentos ao nível dos 
usuários; domínio, por parte dos usuários, de diferentes línguas, e limitações 
financeiras, que pode implicar as formas de aquisição. 
Nível de exaustividade: em bibliotecas que atendem a um público mais 
geral, como é o caso de bibliotecas públicas, o nível da exaustividade será menor 
do que o exigido para bibliotecas especializadas. Além disso, o tipo de documento 
também poderá determinar o nível de exaustividade. É possível que uma 
unidade de informação defina um nível de exaustividade na indexação para um 
determinado tipo de documento e outro nível para documentos que apresentem 
características mais específicas. 
Nível de especificidade: a autora lembra que um maior nível de 
especificidade na indexação aumenta a taxa de precisão, ao mesmo tempo 
que diminui a de revocação. O que definirá o nível de especificidade serão as 
demandas apresentadas ao sistema de informação. 
78
UNIDADE 2 | POLÍTICAS DE INDEXAÇÃO
Escolha da linguagem: a autora lembra que o uso de linguagem controlada 
pode dispender mais tempo durante a indexação, mas minimizará o tempo gasto 
pelo usuário, ou pelo pessoal do serviço de referência quando da busca pelos 
documentos. Isso porque o uso de uma linguagem controlada permite maior 
consistência na indexação.
Capacidade de revocação e precisão do sistema. A revocação se 
relacionada com a capacidade do sistema em assegurar a recuperação um número 
desejável de itens, enquanto que a precisão está relacionada com a capacidade 
que o sistema de informação tem de impedir a recuperação de documentos não 
relevantes. A política de indexação pode estabelecer os níveis desejados em 
cada busca realizada no sistema. Assim, usuários que estejam envolvidos com 
trabalhos que demandam uma pesquisa bibliográfica mais exaustiva demandarão 
maior revocação do sistema de informação, enquanto que usuários especialistas 
buscarão por informações precisas, preferencialmente, consultando poucos itens.
Estratégia de busca: quem fará a busca? O bibliotecário ou o usuário? Estas 
são as perguntas que este item deve responder. Em um contexto atual, talvez 
esta questão não faça muito sentido, uma vez que em um grande número de 
bibliotecas as rotinas de busca, pesquisa, empréstimo e devolução de materiais são 
totalmente automáticas, o que permite ao usuário maior autonomia no momento 
da busca pela informação. No entanto, na década de 1980, quando o artigo em 
voga foi escrito, esta não era uma realidade. De qualquer forma, esta é ainda uma 
questão pertinente, pois, o uso de LDs, por exemplo, é feito pelo bibliotecário no 
momento da indexação. Todavia, não há garantias de que um usuário procederá 
uma busca utilizando exatamente os mesmos termos propostos pela LD utilizada 
pelo bibliotecário. Por isso, uma política de indexação pode prever a mediação 
do bibliotecáriotambém na hora da busca, ou se ela será delegada ao próprio 
usuário.
Tempo de resposta do sistema: consiste em estabelecer um tempo 
considerado aceitável entre o momento em que o pedido é lançado ao sistema de 
informação e o fornecimento da resposta.
Forma de saída: este elemento deve prever quais formas de respostas 
serão oferecidas aos usuários (lista de itens recuperados, resumos, referências, 
entre outros).
Avaliação do sistema: consiste no estabelecimento de critérios que 
permitam avaliar até que ponto o sistema está satisfazendo as necessidades de 
seus usuários e respondendo a suas demandas informacionais.
Cerca de 20 (vinte) anos mais tarde, Nunes (2004) ao tratar dos mesmos 
elementos em trabalho em que também critica a escassez de estudos e publicações 
(no Brasil) acerca do tema em voga, apresenta certa flexibilidade ao afirmar que
TÓPICO 3 | ELABORAÇÃO DE POLÍTICAS DE INDEXAÇÃO
79
em primeiro lugar, a política de indexação deve ser enunciada 
formalmente num documento oficial da biblioteca ou serviço de 
informação, o que significa dizer que deve ser homologado por sua 
direção. Esta providência assegura sua permanência, continuidade, 
ainda que haja substituição do bibliotecário responsável por sua 
aplicação rotineira. Formalizar não significa sacralizar, pois que a 
política de indexação necessariamente será atualizada conforme se 
alterem as condições institucionais e conforme evolua o conhecimento 
humano, processo que afeta a linguagem natural e, por decorrência, 
as linguagens documentarias. Por si só, estes fatores fazem da política 
de indexação um instrumento dinâmico, em permanente atualização. 
De igual modo, tal atualização deve ser formalizada, assegurando-se 
rumo e consistência as eventuais mudanças, evitando-se que sofram 
demasiado a influência pessoal do bibliotecário transitoriamente 
incumbido de realizar a atividade de indexação.
Em segundo lugar, a política de indexação disporá sobre o tratamento 
que será dado aos diferentes domínios disciplinares cobertos pelo acervo 
da biblioteca – não há por que se indexar com a mesma profundidade 
os assuntos de todas as áreas. Quanto ao processo de indexação 
propriamente dito, é preciso eleger a linguagem de indexação, dentre 
as tantas disponíveis, que será adotada pelo sistema. Contudo, nem 
sempre e possível fazer a indexação utilizando apenas uma linguagem 
de indexação. Por exemplo, um tesauro de meio ambiente somente 
poderá ser utilizado para representar o conteúdo dos documentos 
sobre esse domínio disciplinar. Não se deve esquecer que os tesauros, 
por definição, são linguagens de indexação especializadas. Portanto, 
se o acervo da biblioteca abranger outros domínios disciplinares, será 
necessário recorrer a tantos tesauros quantos necessários forem para 
dar conta da totalidade dos assuntos. O mesmo não ocorre com as 
listas de cabeçalhos de assunto, que geralmente são gerais e vinculadas 
a algum sistema de classificação – e, por isso mesmo, mais populares 
entre bibliotecas públicas e escolares, por exemplo. Esta variedade 
de situações terá que ser cuidadosamente analisada antes de se fazer 
a escolha por uma ou mais linguagens de indexação. O importante 
é que, uma vez feita a escolha, seja a decisão inscrita na política de 
indexação, devidamente fundamentada (NUNES, 2004, p. 57-58).
Rubi (2012) também propõe algumas diretrizes para a elaboração de 
políticas de indexação, mas especificamente, para bibliotecas universitárias. 
Corroborando com demais autores já citados neste texto, esta autora também 
considera que a política de indexação deve ser compreendida como uma ação 
administrativa, relacionada com a filosofia da instituição. Numa biblioteca 
universitária, ela deve ser registrada devido à amplitude da rede de bibliotecas.
Na proposta desta autora, a política deve ser elaborada obedecendo três 
fases: a preparação, o desenvolvimento e a avaliação. A preparação consiste na 
observação dos seguintes aspectos:
• Organização onde está inserida a biblioteca.
• Identificação dos usuários.
• Áreas de interesse, níveis de experiências, áreas de atuação.
• Infraestrutura.
80
UNIDADE 2 | POLÍTICAS DE INDEXAÇÃO
• Recursos financeiros.
• Recursos materiais e físicos.
• Recursos humanos (RUBI, 2012). 
Já na fase do desenvolvimento serão estabelecidas as decisões e diretrizes 
dos trabalhos que envolvem a indexação em si. Os elementos são distribuídos em 
três categorias e cada uma delas apresenta subcategorias. Vejamos:
• Categoria: indexação.
• Subcategorias: capacidade de revocação e precisão do sistema; especificidade; 
exaustividade. Formação do indexador, procedimentos relacionados à 
indexação; manual de indexação (elaboração/utilização). 
• Categoria: linguagem documentária. 
• Subcategorias: escolha da linguagem; consistência/uniformidade; adequação.
• Categoria: sistema de busca e recuperação por assunto.
• Subcategorias: avaliação; campos de assunto do formato MARC; capacidade de 
consulta a esmo. Estratégia de busca; forma de saída dos dados (RUBI, 2012).
Percebemos que a proposta de Rubi guarda semelhanças com a de Carneiro 
(1985), mas inclui novos elementos, frutos da transformação e da evolução do 
campo da biblioteconomia. Destes, o que talvez mais chame a atenção seja o item 
relacionado ao formato MARC. A autora considera importante indicar quais 
campos e subcampos do registro bibliográfico devem ser considerados para a 
construção de um catálogo.
Ainda no âmbito universitário, mas agora em uma vertente mais prática, 
trazemos o exemplo do Sistema de Bibliotecas da Universidade Federal do Rio 
Grande do Sul, que desenvolveu, em 2014, sua política de indexação, também com 
base no proposto por Carneiro (1985), porém com a inserção de outros elementos 
que acompanhem o movimento percorrido pelas bibliotecas e pela própria 
biblioteconomia nos últimos anos, chegando, por fim aos seguintes elementos:
• Público-alvo
• Identificação da instituição
• Processo de indexação
ᵒ Análise conceitual
ᵒ Identificação dos conceitos
ᵒ Tradução
• Elementos da política de indexação
ᵒ Cobertura de assunto
ᵒ Exaustividade
ᵒ Especificidade
ᵒ Linguagem controlada
• Competências e habilidades do bibliotecário indexador
FIGURA 2 – ELEMENTOS DE UMA POLÍTICA DE INDEXAÇÃO
FONTE: A autora 
http://www.ufrgs.br/documenta/manuais-sabi/politicas-e-procedimentos/politica-de-indexacao/politica-de-indexacao-do-sistema-de-bibliotecas-da-universidade-federal-do-rio-grande-do-sul-sbufrgs/publico-alvo#2.2
http://www.ufrgs.br/documenta/manuais-sabi/politicas-e-procedimentos/politica-de-indexacao/politica-de-indexacao-do-sistema-de-bibliotecas-da-universidade-federal-do-rio-grande-do-sul-sbufrgs/identificacao-da-instituicao#2.2
http://www.ufrgs.br/documenta/manuais-sabi/politicas-e-procedimentos/politica-de-indexacao/politica-de-indexacao-do-sistema-de-bibliotecas-da-universidade-federal-do-rio-grande-do-sul-sbufrgs/processo-de-indexacao#2.2
http://www.ufrgs.br/documenta/manuais-sabi/politicas-e-procedimentos/politica-de-indexacao/politica-de-indexacao-do-sistema-de-bibliotecas-da-universidade-federal-do-rio-grande-do-sul-sbufrgs/processo-de-indexacao/analise-conceitual#2.2
http://www.ufrgs.br/documenta/manuais-sabi/politicas-e-procedimentos/politica-de-indexacao/politica-de-indexacao-do-sistema-de-bibliotecas-da-universidade-federal-do-rio-grande-do-sul-sbufrgs/processo-de-indexacao/identificacao-dos-conceitos#2.2
http://www.ufrgs.br/documenta/manuais-sabi/politicas-e-procedimentos/politica-de-indexacao/politica-de-indexacao-do-sistema-de-bibliotecas-da-universidade-federal-do-rio-grande-do-sul-sbufrgs/processo-de-indexacao/traducao#2.2
http://www.ufrgs.br/documenta/manuais-sabi/politicas-e-procedimentos/politica-de-indexacao/politica-de-indexacao-do-sistema-de-bibliotecas-da-universidade-federal-do-rio-grande-do-sul-sbufrgs/elementos-da-politica-de-indexacao#2.2
http://www.ufrgs.br/documenta/manuais-sabi/politicas-e-procedimentos/politica-de-indexacao/politica-de-indexacao-do-sistema-de-bibliotecas-da-universidade-federal-do-rio-grande-do-sul-sbufrgs/elementos-da-politica-de-indexacao/cobertura-de-assunto#2.2http://www.ufrgs.br/documenta/manuais-sabi/politicas-e-procedimentos/politica-de-indexacao/politica-de-indexacao-do-sistema-de-bibliotecas-da-universidade-federal-do-rio-grande-do-sul-sbufrgs/elementos-da-politica-de-indexacao/exaustividade#2.2
http://www.ufrgs.br/documenta/manuais-sabi/politicas-e-procedimentos/politica-de-indexacao/politica-de-indexacao-do-sistema-de-bibliotecas-da-universidade-federal-do-rio-grande-do-sul-sbufrgs/elementos-da-politica-de-indexacao/especificidade#2.2
http://www.ufrgs.br/documenta/manuais-sabi/politicas-e-procedimentos/politica-de-indexacao/politica-de-indexacao-do-sistema-de-bibliotecas-da-universidade-federal-do-rio-grande-do-sul-sbufrgs/elementos-da-politica-de-indexacao/linguagem-controlada#2.2
http://www.ufrgs.br/documenta/manuais-sabi/politicas-e-procedimentos/politica-de-indexacao/politica-de-indexacao-do-sistema-de-bibliotecas-da-universidade-federal-do-rio-grande-do-sul-sbufrgs/competencias-e-habilidades-do-bibliotecario-indexador#2.2
TÓPICO 3 | ELABORAÇÃO DE POLÍTICAS DE INDEXAÇÃO
81
Vejamos, a seguir, como estes elementos estão descritos.
3. PÚBLICO-ALVO. O público-alvo desta Política são os bibliotecários 
indexadores do SBUFRGS. Sua aplicação deve ser feita em conjunto 
com o Manual de Rotinas e Procedimentos de Indexação, com os 
manuais do SABi e com o Padrão para Entradas de Nomes Geográficos 
como Assunto. Também é um instrumento de auxílio aos bibliotecários 
que trabalham com a recuperação da informação. 
4. IDENTIFICAÇÃO DA INSTITUIÇÃO. A Universidade Federal do 
Rio Grande do Sul (UFRGS), com sede em Porto Alegre, capital do 
Estado do Rio Grande do Sul, é uma instituição centenária, reconhecida 
nacional e internacionalmente. Ministra cursos em todas as áreas do 
conhecimento e em todos os níveis, desde o Ensino Fundamental 
até a Pós-Graduação. Nesse contexto a UFRGS tem como missão: 
"[...] a educação superior e a produção de conhecimento filosófico, 
científico, artístico e tecnológico, integradas no ensino, na pesquisa 
e na extensão” (UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDEDO 
SUL, 1995). Tem como visão de futuro: Consolidar seu papel como 
expressão da sociedade democrática e pluricultural, inspirada nos 
ideais de liberdade, de respeito pela diferença e de solidariedade, 
constituindo-se em instância necessária de consciência crítica, na qual 
a coletividade possa repensar suas formas de vida e suas organizações 
sociais, econômicas e políticas (UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO 
GRANDEDO SUL, 1995). São políticas em constante desenvolvimento 
na Universidade a qualificação do seu corpo docente, composto na 
sua maioria por mestres e doutores, a atualização permanente da 
infraestrutura dos laboratórios e bibliotecas, o incremento à assistência 
estudantil, bem como a priorização de sua inserção nacional e 
internacional (UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO 
SUL, 2014). A estrutura da Universidade é composta por: Conselhos 
Superiores; Reitoria; Procuradoria; Pró-reitoras; Superintendências; 
Secretarias; Órgãos Suplementares; Unidades Universitárias e Institutos 
Especializados; Associações e Diretórios Acadêmicos. A Universidade 
está organizada em 4 campi em Porto Alegre (Centro, Saúde, 
Olímpico e Vale) e em outros municípios do Estado do Rio Grande 
do Sul (CECLIMAR, em Imbé, Estação Experimental Agronômica, 
em Eldorado do Sul e Campus Litoral Norte, em Tramandaí). Dentro 
da estrutura da UFRGS, a Biblioteca Central é um órgão suplementar 
vinculado diretamente ao Reitor e Vice-Reitor e, por delegação de 
competência, à Pró-Reitoria de Coordenação Acadêmica. A Biblioteca 
Central coordena tecnicamente o SBUFRGS, que é composto por 
31 bibliotecas setoriais especializadas, uma biblioteca de ensino 
fundamental e médio e uma biblioteca depositária da documentação 
da Organização das Nações Unidas (ONU). Uma função primordial 
do SBUFRGS é prover infraestrutura bibliográfica, documentária e 
informacional para apoiar as atividades da Universidade, centrando 
seus objetivos nas necessidades informacionais do indivíduo, membro 
da comunidade universitária, constituída de alunos de graduação, pós-
graduação, ensino fundamental, ensino médio; docentes e servidores 
técnico-administrativos. Paralelamente ao contexto acadêmico, 
tem compromisso com a sociedade não vinculada à Universidade 
que se efetiva através da prestação de serviços, proporcionando o 
acesso à informação, à leitura e a outros recursos disponíveis que 
são instrumentos de transformação dessa sociedade. As bibliotecas 
do SBUFRGS estão vinculadas administrativamente às Unidades de 
Ensino, possuem acervo próprio e oferecem serviços independentes. 
Apesar da distância física entre elas, da variedade de acervo e de 
82
UNIDADE 2 | POLÍTICAS DE INDEXAÇÃO
usuários, atuam de forma cooperativa no que se refere às políticas 
gerais para o desenvolvimento de coleções, automação dos serviços, 
catalogação e outros. O processamento técnico é descentralizado, 
contudo obedece às políticas do SBUFRGS. Em 1989, foi implantado 
o Sistema de Automação de Bibliotecas (SABi) que atualmente adota 
o software Aleph para gerenciar as atividades e serviços oferecidos 
à comunidade usuária. O Aleph é composto por módulos que, entre 
outras funções, possibilitam o registro e a recuperação de informações 
bibliográficas através do catálogo on-line (UNIVERSIDADE FEDERAL 
DO RIO GRANDE DO SUL, [2014]).
5 O PROCESSO DE INDEXAÇÃO. O processo de indexação consiste de 
três etapas: análise conceitual, identificação dos conceitos e tradução. 
5.1 Análise Conceitual. A análise conceitual é a primeira etapa do 
processo de indexação.
5.1.1 Definição operacional “Análise conceitual é o conjunto de 
procedimentos efetuados com a finalidade de representar o conteúdo 
dos documentos” (CUNHA,1989, p.17). 
5.1.2 Diretrizes. A análise conceitual dos documentos depende 
de uma leitura técnica que garanta que nenhuma informação seja 
negligenciada. Na leitura técnica, as seguintes partes do documento 
devem ser consideradas: a) título e subtítulo; b) resumo; c) sumário; 
d) introdução; e) ilustrações, diagramas, tabelas e seus títulos 
explicativos; f) referências; g) palavras ou grupo de palavras em 
destaque (sublinhadas, impressas em tipos diferentes); e h) conclusão. 
Não indexar por qualquer um destes elementos isoladamente, pois em 
muitos casos eles não representam o conteúdo do documento em sua 
totalidade.
5.2 Identificação dos Conceito. A identificação dos conceitos é a 
segunda etapa do processo de indexação.
5.2.1 Definição operacional. A identificação dos conceitos é a etapa na 
qual o indexador identifica os elementos essenciais na descrição do 
assunto.
5.2.2 Diretrizes. O indexador deve adotar uma abordagem sistemática 
para realizar essa etapa, garantindo assim a fidelidade ao documento. 
Para essa sistematização, a Associação Brasileira de Normas Técnicas 
(1992, p. 2) apresenta questões que contemplam a diversidade de acervo 
e a interdisciplinaridade do assunto, características do SBUFRGS. 
São elas: a) qual o assunto de que trata o documento? b) como se 
define o assunto em termos de teorias, hipóteses, etc.? c) o assunto 
contém uma ação, uma operação, um processo? d) o documento trata 
do agente dessa ação, operação, processo, etc.? e) o documento se 
refere a métodos, técnicas e instrumentos especiais? f) esses aspectos 
foram considerados no contexto de um local ou ambiente especial? 
g) foram identificadas variáveis dependentes ou independentes? h) o 
assunto foi considerado sob um ponto de vista interdisciplinar? [...] 
(ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 1992, p. 2). 
5.3Tradução. A tradução é a terceira etapa do processo de indexação. 
5.3.1 Definição operacional. A tradução é a conversão dos assuntos 
selecionados de um documento num determinado conjunto de termos 
de indexação (SILVA et al., 2014, p. 7-11). 
Vemos que o documento elaborado pelo Sistema de Bibliotecas da 
Universidade Federal do Rio Grande do Sul apresenta dados essenciais para a 
identificação da Política.É atribuída ao documento uma marca específica de a 
que ele serve e a quem se direciona. Seu público-alvo é exclusivamente formado 
por bibliotecários que atuam na indexação.
TÓPICO 3 | ELABORAÇÃO DE POLÍTICAS DE INDEXAÇÃO
83
Podemos perceber que há uma riqueza de informações no item Identificação 
da Instituição. São apresentados elementos como missão, visão e histórico da 
organização. Isso é essencial para a política de indexação, uma vez que este é 
um documento que auxilia a gestão da unidade. E, saber quais são os interesses 
e direcionamentos da instituição onde se está inserido é poder desenvolver um 
trabalho de parceria. Enquanto diretrizes para o uso de vocabulários controlados, 
o documento estabelece o seguinte:
O Catálogo de Autoridades é o principal instrumento para controle 
de entrada de assuntos no SABi. O SBUFRGS não dispõe de um 
vocabulário controlado que contemple todas as áreas do conhecimento. 
Cada biblioteca é responsável pela definição da entrada de assunto 
dos documentos de seu acervo. Ao expressar conceitos por descritores, 
o indexador deve observar as seguintes práticas: 
a) Verificar a existência do descritor no Catálogo de Autoridades: 
• Para descritores já existentes no Catálogo de Autoridades, verificar 
sua pertinência e consistência de acordo com a Política de Indexação. 
• Para descritores que representam novos conceitos, verificar sua 
precisão e aceitabilidade em instrumentos de referência. 
b) Limitar o uso de instrumentos de controle de vocabulário às áreas 
temáticas específicas de cada biblioteca setorial. 
Como exemplo, a biblioteca que utiliza um tesauro de Engenharia 
deve limitar o seu uso para descritores da área de Engenharia. Porém, 
ao indexar um documento de Administração, deve respeitar os termos 
consolidados desta área, e não utilizar o que determina o tesauro de 
Engenharia; 
c) Analisar e definir assuntos comuns a mais de uma biblioteca, que 
gerem dúvidas quanto à definição da sua entrada, mediante negociação 
entre todas as bibliotecas envolvidas (SILVA et al., 2014, p. 11). 
A citação anterior ilustra muito bem uma das funções de uma política de 
indexação: a definição de regras internas. É claro que estas regras devem obedecer 
às normativas estabelecidas pelos organismos que propõem as orientações 
técnicas da biblioteconomia, mas, internamente, cada biblioteca, ou outro tipo de 
unidade de informação, tem autonomia para decidir pelo que melhor atende às 
necessidades da comunidade a quem atende.
A partir da Seção 6 do documento os elementos da política de indexação 
propriamente ditos começam a ser apresentados e descritos.
6.1 Cobertura de Assunto. O conhecimento se desenvolve de modo 
interdisciplinar, mas o foco da representação temática deve estar 
relacionado com as necessidades de informação do público-alvo de 
cada biblioteca. Diante disso, as bibliotecas setoriais do SBUFRGS 
são responsáveis pela formação e desenvolvimento de coleções, 
priorizando os assuntos relativos às áreas do conhecimento por elas 
abrangidas. 
6.2 Exaustividade. A seguir são analisados os tópicos relativos à 
exaustividade.
6.2.1 Definição operacional “Exaustividade corresponde ao número 
de termos atribuídos, em média, a um determinado documento” 
(LANCASTER, 2004, p. 27). 
84
UNIDADE 2 | POLÍTICAS DE INDEXAÇÃO
6.2.2 Diretrizes. Esta Política recomenda o uso de níveis de 
exaustividade, de acordo com os principais tipos de documentos 
existentes nas bibliotecas. 
[...]
a) Para produção Intelectual da UFRGS registrada como folheto, 
utilizar o nível de exaustividade correspondente ao tipo de documento 
(capítulo de livro, artigo de periódico, resumo etc.). 
b) Em caso de registro cooperativo, cada biblioteca poderá acrescentar 
seus próprios descritores, observando as diretrizes desta Política e o 
Manual de Rotinas e Procedimentos de Indexação. 
c) A exaustividade pode variar de acordo com a cobertura de assunto 
de cada biblioteca. Sendo assim:
• Quando o assunto for da área temática da biblioteca, a indexação 
pode ser mais exaustiva. 
• Quando o assunto não for da área temática da biblioteca, a 
indexação pode ser menos exaustiva. 
d) Cada biblioteca deve definir o nível de exaustividade dos tipos 
de documentos que, eventualmente, não estejam contemplados no 
quadro. Para evitar o excesso de descritores em um mesmo registro 
(obra no todo), uma alternativa é a criação de analíticas. Este recurso 
é aplicável para periódicos, anais de eventos e livros compilados 
(com organizador, editor ou coordenador) cujos capítulos tratem de 
diferentes assuntos.
6.3 Especificidade. A seguir são analisados os tópicos relativos à 
especificidade.
6.3.1 Definição operacional. “A especificidade se refere ao grau 
de precisão com que um termo define determinado conceito no 
documento. Ocorre perda de especificidade quando um conceito 
é representado por um termo com significado mais genérico” 
(ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 1992, p. 3).
6.3.2 Diretrizes. Um assunto deve ser indexado sob o termo mais 
específico que o abranja completamente. Por abrangência, entende-
se o uso de termos exatos e não genéricos, pois numa hierarquia de 
assuntos um termo específico está subordinado 
6.4.2 Diretrizes. Esta Política determina o emprego de uma linguagem 
controlada e pós-coordenada por ser a linguagem que combina ou 
coordena os termos no momento da busca. Além disso, é a linguagem 
mais recomendada para sistemas automatizados. Entretanto 
a linguagem pós-coordenada não exclui totalmente o uso de 
subcampos/subcabeçalhos. Num sistema pós-coordenado, aplicam-
se os subcabeçalhos de forma muito parecida com o modo como são 
aplicados nos tradicionais catálogos de assuntos das bibliotecas. Os 
melhores candidatos a subcabeçalhos são aqueles termos que seriam 
potencialmente aplicáveis a muitos dos outros termos do vocabulário 
(LANCASTER, 2004, p. 196). No SBUFRGS esses subcabeçalhos são 
representados nos subcampos x, v, y e z, recursos disponíveis no 
formato Machine Readable Cataloging (MARC). O uso do subcampo 
a (descritor), combinado com os subcampos x, v, y, z, (subdivisão 
geral, forma, tempo e lugar, respectivamente) dentro de critérios 
pré-estabelecidos, não caracteriza pré-coordenação. Este recurso 
pode ser usado para aumentar o nível de especificidade quanto ao 
assunto e quanto aos limites de forma, tempo e lugar, reduzindo as 
falsas associações e qualificando a recuperação da informação. Os 
critérios para o uso desses subcampos estão detalhados no Manual de 
Procedimentos de Indexação (SILVA et al., 2014, p. 12-16). 
TÓPICO 3 | ELABORAÇÃO DE POLÍTICAS DE INDEXAÇÃO
85
Percebemos aqui o registro das diretrizes que devem ser aplicadas na 
atividade de indexação em si. É muito importante destacar que a cobertura do 
assunto é definida de acordo com as características de público usuário e por cada 
biblioteca setorial. Por mais que as bibliotecas sejam estruturadas como rede, a 
política de indexação leva em conta que cada uma das componentes desta rede 
pode carregar em si características muito específicas, a depender das áreas do 
conhecimento humano abrangidas pelos cursos de graduação e pós-graduação. 
Outro cuidado que é possível de ser observado nesta política, é que a cada 
vez que surge uma nova diretriz, há uma conceituação para ela. O documento 
deixa claro o que é exaustividade no âmbito deste sistema de bibliotecas, e, 
somente depois há o estabelecimento do modo da ação. Especialmente no caso da 
exaustividade, as características do documento e da unidade de informação são 
bastante consideradas. Por fim, vemos que Lancaster, estudioso no qual viemos 
embasando-nos desde o início desta disciplina, também é citado no documento 
em tela, o que mostra sua relevância na área.
Para além destes elementos, a instituição apresenta também um rol de 
competências e habilidades esperadas do bibliotecário que vai atuar na instituição 
desenvolvendo atividades de indexação. É o que segue:
7 COMPETÊNCIAS E HABILIDADES DOBIBLIOTECÁRIO 
INDEXADOR
O desempenho das atividades de indexação requer um profissional 
com habilidades e competências específicas. Nesse sentido, com base 
na literatura e na prática diária do bibliotecário, foi identificado o perfil 
desejável deste profissional. Esta Política considera que os seguintes 
fatores são importantes para qualificar o trabalho do bibliotecário 
indexador no SBUFRGS:
a) conhecer as áreas de assuntos tratados;
b) conhecer e aplicar as políticas do sistema;
c) identificar as necessidades informacionais dos usuários;
d) possuir bom nível de concentração e capacidade de interpretação 
de texto; 
e) observar os princípios de imparcialidade e coerência;
f) dialogar e/ou negociar questões de indexação; 
g) participar de capacitações dentro de sua área de atuação.
Além disso, o indexador deve ter consciência de que atua de forma 
cooperativa inserido num sistema e que suas decisões podem interferir 
diretamente na indexação do sistema como um todo (SILVA et al., 
2014, p. 17).
Vejam que é esperado que o bibliotecário deste sistema de bibliotecas 
conheça a fundo os princípios da atividade de indexação, de onde podemos 
inferir a necessidade de constante atualização que atua nestes setores. Chama-
nos a atenção a alínea “a” acima, que aponta que o bibliotecário deve conhecer as 
áreas de assuntos tratados nos documentos que indexa. No item Considerações 
Final da Política de Indexação do SBUFRGS ressalta-se
86
UNIDADE 2 | POLÍTICAS DE INDEXAÇÃO
a importância do diálogo e da negociação entre os bibliotecários de 
uma mesma biblioteca, bem como entre os bibliotecários das demais 
bibliotecas. A exaustividade, a especificidade e a linguagem estão 
sujeitas a avaliação e controle para verificar se as diretrizes estabelecidas 
pela Política de Indexação estão sendo observadas e se os objetivos 
propostos estão sendo alcançados (SILVA et al., 2014, p. 18). 
 A instituição acredita que a observação da política de indexação reduzirá 
as inconsistências desta atividade, além de contribuir para que o bibliotecário 
indexador adote melhores práticas em seu trabalho (SILVA et al., 2014).
Para finalizar este tópico, gostaríamos de uma vez mais, ressaltar a 
importância da elaboração de uma política de indexação nas unidades de 
informação. E um documento como este requer estudo, conhecimento da 
instituição e do processo de indexação em si. Trata-se de registra COMO a 
indexação será realizada em uma dada unidade. Isso faz com que todos os 
membros de uma equipe de processo técnico possam desenvolver igualmente 
sua prática, visando sempre a recuperação da informação.
87
RESUMO DO TÓPICO 3
Neste tópico, você aprendeu que:
• A política de indexação é um instrumento de decisão administrativa dentro de 
unidades de informação.
• A política de indexação estabelece diretrizes para o desenvolvimento adequado 
da indexação.
• Cada biblioteca deve estabelecer sua política de indexação de acordo com as 
demandas apresentadas pela sua comunidade usuária.
• A formação continuada do indexador é essencial para que ele possa efetivar 
mais adequadamente as diretrizes da política.
88
1 Os termos a seguir foram selecionados do sistema nocional da área da 
Medicina. Estabeleça entre eles relações hierárquicas (subordinadas) e não 
hierárquicas.
Área do conhecimento: 
Medicina
Termos: 
Psiquiatria
Residência em Emergência Hospitalar
Unidade de Tratamento Sem-intensivo
Medicina alternativa
Cefaleia
Oncologia
Tratamento de Fraturas com pinos
Doenças coronárias em decorrência de carcinomas
Traumas Ortopédicos
Formação médica
2 Os termos a seguir foram selecionados do sistema nocional da área da 
Artes. Estabeleça entre eles relações hierárquicas (subordinadas) e não 
hierárquicas.
Área do conhecimento: 
Artes
Termos:
Música 
Entalhe em madeira
Artes plásticas
Grécia
Aulas de Artes
Pintura em óleo
Roma
Movimento musical na Tropicália
Artes cênicas
Características de fotografia artísticas
Arte barroca
Capela Cistina
Esculturas em mármore
Teatro satírico
3 Os termos a seguir foram selecionados do sistema nocional da área da 
Engenharia. Estabeleça entre eles relações hierárquicas (subordinadas) e 
não hierárquicas.
AUTOATIVIDADE
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Área do conhecimento: 
Engenharia
Termos:
Engenharia de alimentos
Engenharia civil
Pré-sal
Engenharia marinha
Engenharia sanitária
Projetos de estradas de rodagem
Engenharia de produção
Engenharia de petróleo
Curso superior de engenharia elétrica
Políticas internacionais 
Vigilância em saúde
Engenharia de transportes
Ensino de engenharia
4 Com base nas propostas de política de indexação apresentados neste tópico, 
crie um novo modelo para uma biblioteca especializada em moda. Imagine 
que esta biblioteca atende a um curso superior de moda, com cerca de 350 
alunos e 20 professores. Está localizada em um município que tem boa parte 
da renda gerada pelo setor têxtil. A biblioteca acaba atendendo também a 
usuários advindos deste setor econômico, uma vez que a biblioteca pública 
do município não possui em seu acervo, informações especializadas na área, 
atendendo quase que exclusivamente a alunos advindos do ensino básico. 
Ela tem uma equipe de trabalho composta por bibliotecários e auxiliares de 
biblioteca que dividem tarefas de acordo com seu nível de conhecimento das 
atividades cotidianas. A maior parte de seu acervo é constituído por livros, 
mas também há periódicos especializados, material audiovisual e muitas 
fotografias de desfiles realizados pela própria comunidade acadêmica.
90
91
UNIDADE 3
INDEXAÇÃO E 
RESUMOS: PRÁTICA
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
PLANO DE ESTUDOS
A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de:
• identificar tipos específicos de resumos historicamente desenvolvidos 
por serviços de resumos;
• indexar itens bibliográficos e imagens;
• elaborar resumos dos diversos tipos.
Esta unidade está dividida em três tópicos. No decorrer da unidade você 
encontrará autoatividades com o objetivo de reforçar o conteúdo apresentado.
TÓPICO 1 – RESUMOS: TIPOS E FUNÇÕES
TÓPICO 2 – PRÁTICA DE INDEXAÇÃO
TÓPICO 3 – PRÁTICA DE ELABORAÇÃO DE RESUMOS
92
93
TÓPICO 1
RESUMOS: TIPOS E FUNÇÕES
UNIDADE 3
1 INTRODUÇÃO
Indexar, em linhas gerais, significa indicar, representar. Até aqui, vimos 
que a indexação de uma dada obra é uma atividade inerente ao profissional da área 
da biblioteconomia, que consiste em identificar conceitos e noções que compõem 
os conteúdos desta mesma obra e representá-los(as) em palavras-chave. São estas 
palavras-chave que darão acesso ao usuário aos conteúdos desejados. Agora, 
veremos que existe uma outra forma de também indicar e representar conteúdos: 
a partir de resumos.
Elaborar resumos também requer algumas habilidades do bibliotecário 
uma vez que é necessário identificar, em um dado texto, suas ideias principais 
e selecionar, entre todas as informações contidas nele, as que darão ao usuário a 
condição de decidir se devem ou não acessar o documento original.
Neste tópico aprenderemos a identificar diferentes tipos de resumos 
produzidos por serviços de resumos. Também teremos a oportunidade de aprender 
quais são os elementos essenciais para a elaboração de um bom resumo, o que, 
em última instância, significa elaborar uma ótima representação do texto integral. 
Deveremos frisar que os resumos são representações de documentos e que, ao lê-
los, o leitor deve conseguir decidir-se pelo uso do documento original ou não.
2 CARACTERÍSTICAS DOS RESUMOS
Indexar, como vimos, até agora, é uma atividade inerente ao tratamento 
temático da informação, que visa à recuperação da informação a partir de termos 
que representem as ideias contidas no texto integral. Já o resumo tem a mesma 
função de representar conteúdos, mas deve ser elaboração com mais informações. 
Segundo Lancaster (1997), o resumo é uma representação sucinta do 
conteúdo de um documento. Para o autor, o resumo verdadeiro é um texto criado 
pelo resumidor, no caso, o bibliotecário, e não pelo autor. Este tipo de registropode ser caracterizado de inúmeras formas, inclusive, segundo sua extensão. 
Não existe razão para que os resumos tenham todos a extensão parecida, 
pois são muitos os fatores que influem nesta característica: a extensão do item que 
está sendo resumido; a complexidade do conteúdo; a diversidade do conteúdo; a 
importância do item para o local; custo; finalidade; entre outros. 
UNIDADE 3 | INDEXAÇÃO E RESUMOS: PRÁTICA
94
Os tipos mais comuns de resumos são os denominados resumos indicativos 
e os resumos informativos. O resumo indicativo apenas indica do que trata o 
documento, enquanto que o informativo sintetiza a substância do documento. 
Nos exemplos a seguir, baseados em Lancaster (1997) podemos identificar 
estas diferenças. Vejamos.
Resumo indicativo
Foram realizadas entrevistas telefônicas em 1985 com 655 norte-
americanos selecionados por amostragem probabilística. Expressam-
se opiniões sobre se 1) a formação de um estado palestino é essencial 
para a paz na região, 2) deve ser reduzida a ajuda norte-americana 
a Israel e ao Egito. Os entrevistados indicaram se estavam ou não 
suficientemente informados sobre os vários grupos nacionais da 
região.
Agora, o mesmo documento resumido, só que com base na estrutura 
de resumo informativo:
Entrevistas telefônicas foram realizadas em 1985, com 655 norte-
americanos selecionados por amostragem probabilística, produziram 
estes resultados: a maioria (54 – 56%) acha que deve ser reduzida a 
ajuda norte-americana a Israel e ao Egito; mais de 80% consideram 
importante que os EUA mantenham relações amistosas tanto com 
Israel, quanto com os países árabes. Os Israelenses são o grupo nacional 
mais conhecido e os sírios o grupo menos conhecido (LANCASTER, 
1997, p. 90 - 91). 
Um terceiro tipo de resumo que pode ser citado é o resumo crítico. Ele 
tem características avaliativas. O resumidor exprime, no texto, opiniões sobre 
a qualidade do trabalho por exemplo. O portal Projeto Acadêmico lembra das 
diferenças entre um resumo e uma resenha. Resumo é o tipo de texto que visa 
recapitular ou elaborar uma síntese das ideias principais e secundárias de outro 
texto. Já a resenha é a apresentação de um produto com um parecer, favorável ou 
não, a ele.
O resumo crítico deve ser pensado como uma síntese que auxilie o leitor 
a compreender determinada obra, e, consequentemente, deve dar ao leitor a 
possibilidade de decidir pelo uso ou não do documento integral. Visa extrair, de 
forma coerente, as ideias principais de uma obra, de parte dela, ou de determinado 
texto. O serviço de resumo deve seguir a mesma linha de raciocínio e as ideias 
propostas pelo autor. O enfoque do resumo crítico é uma análise baseada no 
ponto de vista do resumidor, que dá sua percepção sobre as ideias expostas no 
texto original (PORTAL ACADÊMICO, 2019).
O texto do resumo crítico deve partir sempre de uma análise temática, 
por isso é recomendado que ele responda a algumas questões como: qual o 
assunto central do texto? Qual a problematização apresentada? Qual a solução 
apresentada para o problema? Quais os argumentos apresentados para resolução 
da problemática? Também podem constar do resumo os dados bibliográficos mais 
relevantes, passando para as ideias principais, ressaltando os objetivos, resultados 
e métodos, bem como a conclusão a que o texto chega. Não são recomendados 
TÓPICO 1 | RESUMOS: TIPOS E FUNÇÕES
95
elementos que gerem redundância. No resumo crítico é necessário que se faça 
uma análise, um comentário sobre o que foi lido, mostrando porque o leitor deve 
consultar esta obra. É permitido o uso de paráfrases julgadas necessárias para 
expor seu ponto de vista, sua avaliação, seja ela positiva ou negativa (PORTAL 
ACADÊMICO, 2019). Vejamos um exemplo de resumo crítico a seguir.
REFERÊNCIA: FARRARO JÚNIOR, L. A. Encontros e caminhos: formação de 
educadores(as) ambientais e coletivos educadores. Brasília: MMA, 2005. 
Páginas: 263 a 272
RESUMO CRÍTICO
TEMA: A utopia do profissional de educação Ambiental.
Assunto Discutido: As diversas situações desafiadoras encontradas e 
vivenciadas pelo profissional da educação o leva, na maioria das vezes, à muitas 
frustrações e desilusões diante de tantas problemáticas existentes na sociedade 
que o convida na formação de seus indivíduos. A relação com o meio em que 
vive e as peculiaridades das novas sociedades projetam a necessidade de uma 
formação para o educador além das necessidades específicas de cada área 
do conhecimento, a intencionalidade de uma formação interdisciplinar, uma 
vez que tudo deve conduzi-lo à utopia de formação ambiental emergencial, 
já que tudo converge para questões ambientais. Na sua própria formação de 
educador ambiental, o profissional precisa estabelecer ponte de conexão de sua 
formação profissional com sua prática pessoal. Não se pode ensinar o que não 
se transformou em experiência. A educação ambiental é um bem maior do que 
troca de informações e repasse de conhecimento. É algo que, em seu idealismo 
ofereça a formação integral do ser humano. O desafio principal nesse caso, é que 
o profissional educador ambiental promova a integração de diversos tipos de 
saberes, sem deixar que o cotidiano o interpele e atrapalhe o desenvolvimento 
de seu trabalho com princípios e características emancipatórias. 
Conclusão: Dessa forma, é preciso sempre dispor-se de uma autorreflexão 
sobre cada situação vivenciada pelo profissional de educação ambiental, de 
maneira que seja possível estar conectado com as mudanças existenciais da 
atualidade, sejam em cabedais do conhecimento, sejam em atuações diretas nos 
desafios propostos.
Análise Crítica: Base literária muito instigadora, este texto nos leva a uma 
reflexão do educador ambiental, bem como sua introspecção real sobre o 
próprio despertar para a necessidade de se viver educação ambiental em todo 
os aspectos da sociedade atual. Que cada ação direcionada à degradação do 
meio ambiente, deve ser considerada reflexo de uma ação não pensada pelo 
indivíduo. As autoras conseguiram nos trazer muito próximos de um ideal 
que muitas vezes se torna inalcançável pelas demandas socioeconômicas que 
sobrepõem os interesses coletivos.
FONTE: Adaptado de Portal Acadêmico (2019). 
UNIDADE 3 | INDEXAÇÃO E RESUMOS: PRÁTICA
96
Notemos que o exemplo exposto anteriormente mostra a estrutura 
dividida do resumo, dando destaque para cada uma das partes, o que torna o 
exemplo bastante didático, no entanto, não é necessário que em seu resultado 
final que o ressumo seja apresentado com estas divisões, podendo ser redigido 
em um único item.
É Lancaster (1997) que nos apresenta um quarto tipo de resumo: o resumo 
modular. Ele destina-se a ser uma descrição mais completa de determinados 
documentos. Cada resumo consiste em cinco partes: uma citação, uma anotação, 
um resumo indicativo, um resumo informativo e um resumo crítico. Já foram 
bastante utilizados em serviços de resumos e sua primordial finalidade “era 
eliminar a duplicação e o desperdício do esforço intelectual envolvido na 
elaboração, de forma independente, de resumos dos mesmos documentos por 
diversos serviços”, mas não pretende padronizar resumos (LANCASTER, 1997, 
p. 95). 
Lancaster (1997) ainda nos apresenta os resumos chamados de literaturas 
concisas, caracterizadas pelo emprego de enunciados altamente condensados. Os 
resultados dessa condensação podem ser condensados mais uma vez até que se 
chegue ao ponto principal de um documento. “Este tipo de sumarização não é um 
resumo no sentido convencional; no entanto, as literaturas concisas, certamente, 
guardam uma relação com os resumos” (LANCASTER, 1997, p. 94).
O próximo resumo que apresentamos, ainda com base em Lancaster 
(1997), é o minirresumo, que apesar de nos parecer um resumo curto, era, na 
verdade, bastante estruturado e utilizado especificamente em buscas realizadas 
em computadores. Os termos utilizados neste resumo são extraídos de um 
vocabulário controlado e reunidos em uma dada sequência. “Por exemplo, oenunciado “Existe um decréscimo da quantidade de zinco no sangue dos seres 
humanos com cirrose do fígado” seria escrito assim: /DECR/ZINCO/SANGUE/
HUMANOS/CIRROSE/FÍGADO” (LANCASTER, 1997, p. 99).
O último tipo de resumo que nos é apresentado nesta sequência é o 
resumo telegráfico. Ele não é elaborado com frases completas e se assemelha aos 
antigos telegramas, de onde surge sua denominação. 
Quanto às finalidades dos serviços de resumos, cita-se: a facilitação do 
processo de seleção, o esclarecimento acerca de conteúdos escritos em idiomas 
não dominados pelo leitor, e ainda podem ser bastante úteis em serviços de alerta 
oferecidos por bibliotecas.
As características de um bom resumo são brevidade, exatidão e clareza. 
Ele deve ser elaborado a partir de termos contidos no título do documento, sem 
repeti-los depois. Quanto ao seu formato:
TÓPICO 1 | RESUMOS: TIPOS E FUNÇÕES
97
o que deve ser incluído num resumo depende muito, naturalmente, do 
tipo do documento que se tem em mira. Um longo resumo indicativo 
de uma certa espécie de relatório de pesquisa mencionaria os objetivos 
da pesquisa, os procedimentos e de outra natureza adotados, os 
tipos de resultados alcançados [...] e as conclusões do autor quanto 
à importância dos resultados. O tratamento a ser dado em artigo de 
cunho histórico, por outro lado, seria bastante diferente. O resumo, 
por exemplo, daria ênfase à tese ou às conclusões do autor, tomando 
o cuidado de mencionar os períodos, localidades geográficas e 
personalidades envolvidas (LANCASTER, 1997, p. 102). 
O resumo, para que possa ser considerado completo, deva apresentar 
algumas partes essenciais: a referência bibliográfica, o corpo do resumo e 
a assinatura do resumidor, ou, se for o caso, a indicação de que o resumo foi 
elaborado pelo autor.
Lancaster (1997) apresentou o seguinte esquema sobre princípios 
destinados à redação de resumos, publicados pelo Defense Documentation 
Center, de 1968:
Neste esquema tem-se:
1) Resumo informativo, sempre que possível.
2) De 200 à 250 palavras.
3) Utilização da mesma terminológa técnica do documento.
4) Conteúdo com: objetivos, métodos, resultados, validade dos dados, 
conclusões e aplicações.
5) Utilizar algarismos para representar números sempre que possível.
6) Frases curtas.
7) Evitar símbolos e siglas não convencionais, pouco conhecidas.
8) Não utilizar abreviatura incomum.
9) Não apresentar equação, nota de rodapé ou elementos preliminares do 
texto.
10) Nenhum dado de catalogação descritiva.
11) Classificação de sigilo, quando for o caso.
12) Revisão final.
Em função dos elementos apontados no esquema, podemos inferir que 
a utilização deste recurso mostra-se bastante adequado para documentos cujo 
conteúdo apresente conteúdo de caráter técnico e científico. 
98
Neste tópico, você aprendeu que:
• É possível identificar os diferentes tipos de resumos produzidos por serviços 
de resumos.
• Existem elementos essenciais para a elaboração de um bom resumo. 
• Resumos também são representações de documentos e que, ao lê-los, o leitor 
deve conseguir se decidir pelo uso do documento original ou não.
RESUMO DO TÓPICO 1
99
1 A redação de um bom resumo deve atender aos critérios arrolados nas 
opções a seguir, com exceção de uma. Assinale-a.
a) ( ) Evitar reproduzir o vocabulário do autor, ampliando as possibilidades 
de termos de indexação. 
b) ( ) Indicar o que o autor fez e não o que tentou fazer ou o que pretende fazer 
no futuro. 
c) ( ) Omitir informações que o leitor provavelmente já conheça ou não lhe 
interessem diretamente. 
d) ( ) Ser autossuficiente, de modo que o leitor não precise consultar o original 
para entendê-lo. 
e) ( ) Ser o mais breve possível, desde que o sentido permaneça claro e não se 
sacrifique a exatidão. 
2 Com base no esquema para elaboração de resumos, apresentado na Figura 
2 deste tópico, elabore um resumo indicativo e um resumo informativo dos 
textos a seguir:
a) Texto 1: Desmatamento na floresta amazônica brasileira: Principais causas 
e consequências.
Atualmente, é grande o desmatamento na floresta amazônica, que 
vem cedendo espaço para lavouras e pastos, provocando diversos impactos 
ambientais.
A floresta Amazônica ocupa hoje uma área 6,5 milhões de km², 
revestindo nove países da América do sul (Brasil, Bolívia, Peru, Colômbia, 
Equador, Venezuela, Guiana, Suriname e Guiana Francesa) com a maior floresta 
tropical do mundo. Rica em biodiversidade e com uma grande quantidade de 
reserva de água doce, a Amazônia é muito importante tanto para os países em 
que está localizada quanto para o equilíbrio do meio ambiente mundial, mas, 
apesar disso, nas últimas décadas tem sofrido uma devastação gradativa que 
pode comprometer a existência desse importante bioma.
O Brasil possui a maior área dessa floresta, cerca de 85% da floresta 
Amazônica está no território brasileiro e, embora a floresta Amazônica 
brasileira seja o bioma mais preservado do Brasil, os índices de desmatamento 
são alarmantes. Estima-se que de 10% a 30% da área coberta pela floresta 
legal já tenha sido desmatada. Segundo o IBGE, somente entre os anos de 
1997 a 2013 foram desmatados cerca de 248 mil km² da floresta no Brasil, 
que corresponde à, aproximadamente, área do estado de São Paulo. Outras 
estimativas acreditam que no ritmo de exploração atual a Amazônia pode 
desaparecer quase totalmente em 40 anos.
A principal causa do desmatamento da Amazônia é a ocupação de 
áreas de reserva florestal por diversas empresas estrangeiras e nacionais que 
são atraídas para a região por incentivos do governo, que visa dinamizar a 
AUTOATIVIDADE
100
economia da região norte, e que, por falta de fiscalização adequada, acaba por 
desmatar ilegalmente grandes áreas de reserva florestal. Como a região norte 
é a nova fronteira agrícola do país, as atividades econômicas relacionadas ao 
espaço agrário vem sendo as principais responsáveis pelo desmatamento da 
Amazônia.
Assim, em busca de um desenvolvimento econômico que favoreça 
uma pequena parcela da população e que não é revertido em qualidade de 
vida para a população, a floresta amazônica vai dando lugar a pastagens e 
lavouras. Provocando uma série de impactos para o meio ambiente do Brasil 
e do mundo, dentre eles estão:
• A perda de biodiversidade, uma vez que várias espécies de plantas são 
desmatadas. Além disso, algumas espécies de plantas e animais não 
conseguem sobreviver nas pequenas áreas florestais que restam.
• Impactos no ciclo hidrológico da região, uma vez que as árvores exercem 
uma função fundamental no processo de infiltração e percolação da água 
no solo.
• Empobrecimento do solo exposto, que passa a ser mais lixiviado pela água.
• Erosão, já que, em razão da exposição, o solo fica mais suscetível à ação da 
chuva e acaba sendo transportado com mais facilidade.
• Modificação no clima mundial. As árvores são as grandes responsáveis pela 
absorção do gás carbônico da atmosfera, com o desmatamento aumenta-se 
a quantidade de CO2 na atmosfera, impactando assim o clima mundial.
Dessa forma, é extremamente importante conter a ocupação e o 
desmatamento na Amazônia, pois, mais do que o equilíbrio ambiental de um 
bioma, sua preservação contribui com o equilíbrio ambiental mundial.
FONTE: SILVIA, Olímpia Tamires. O desmatamento na Floresta Amazônica brasileira: 
principais causas e consequências. https://alunosonline.uol.com.br/geografia/
desmatamento-na-floresta-amazonica-brasileira.html. Acesso em: 24 abr. 2019.
Resumo indicativo:
Resumo informativo:
b) Texto 2: História da Educação no Brasil: a constituição histórica do campo 
(1880-1970)
Diana Gonçalves Vidal e Luciano Mendes de Faria Filho.
A partir do fim dos anos 1960 e início dos 70, com o surgimento dos 
Programas de Pós-Graduação em Educação no país (o da PUC-Rio, em 1965, 
e da PUC-SP, em 1969, foram os primeiros a se constituir), e dos anos 1980, 
com a criação do Grupo de Trabalho "História da Educação" da Associação 
Nacional de Pós-Graduação ePesquisa em Educação (ANPEd), em 1984, e 
do Grupo de Estudos e Pesquisas "História, Sociedade e Educação no Brasil" 
(HISTEDBR), em 1986, cresceu substantivamente a produção de trabalhos em 
História da Educação no Brasil. Ao mesmo tempo foi-se constituindo uma certa 
identidade, ainda que multifaceta e plural do historiador da educação. No 
entanto, já desde a segunda metade do século XIX, tratados sobre história da 
https://alunosonline.uol.com.br/geografia/desmatamento-na-floresta-amazonica-brasileira.html Acesso em 24.04.2019
https://alunosonline.uol.com.br/geografia/desmatamento-na-floresta-amazonica-brasileira.html Acesso em 24.04.2019
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educação brasileira foram elaborados por médicos, advogados, engenheiros, 
religiosos, educadores e historiadores e circularam no País e no exterior.
A vitalidade da área, percebida nestes últimos trinta anos, tem sido 
objeto de reflexão de pesquisas acadêmicas e de vários balanços efetuados ao 
final de Congressos de História da Educação, como o I Congresso Brasileiro de 
História da Educação e os I a IV Luso-brasileiro de História da Educação; ou 
por encomendas de Grupos de Trabalho, como o GT História da Educação da 
ANPEd e HISTEDBR. Os estudos têm buscado delinear um panorama da atual 
historiografia em educação, destacando temáticas e períodos privilegiados 
pela pesquisa, bem como aportes teóricos mais recorrentes nessa escrita 
disciplinar.
A produção inicial do campo também vem sendo investigada, ainda 
que de maneira esporádica, revelando-se um objeto recente de interesse. 
Pretendendo contribuir para a compreensão histórica da configuração do 
campo da História da Educação no Brasil, sistematizando a bibliografia 
disponível sobre a temática e propondo um novo ordenamento para a análise, 
este artigo almeja perceber matizes dessa escrita concebida como operação 
historiográfica.
HISTÓRIAS DE UMA DISCIPLINA
Debruçar-se sobre a história (ou histórias) da disciplina, no desenho 
de vertentes que a compõem, não é tarefa simples. Implica efetuar escolhas, 
constituir hierarquias, elaborar análises que, ao mesmo tempo que conferem 
uma inteligibilidade à narrativa, instituem um passado (portanto, erigem uma 
memória) para o campo. Elucidar as escolhas feitas e as hierarquias construídas 
não impede os efeitos dessa inversão escriturária, mas oferece ao leitor outras 
chaves de leitura do texto histórico. Nesse sentido, é necessário esclarecer 
inicialmente que as obras utilizadas para este estudo foram selecionadas a 
partir de dois critérios: a) atribuir-se o objetivo de versar sobre a história da 
educação, muitas vezes explícito no título, como, por exemplo, a Pequena 
história da educação, das madres Peeters e Cooman; b) ser reconhecida no 
campo por obra de referência sobre a história educacional, mesmo que o autor 
não a tenha constituído como tal, como acontece com A cultura brasileira, de 
Fernando de Azevedo.
Em segundo lugar, é forçoso dizer que as três vertentes, a seguir 
esboçadas, configuraram-se levando-se em conta os alertas de Certeau 
sobre a operação historiográfica, considerada como uma relação entre um 
lugar, percebido de maneira abrangente como recrutamento, meio ou ofício, 
procedimentos de análise e construção de um texto. O fato de as termos 
distinguido, entretanto, não significa que exaurimos as várias combinações 
que as obras suscitavam. Outras leituras poderiam levar a entrecruzamentos 
diversos e novas classificações. Aliás, algumas mediações aparecem no 
interior mesmo de cada vertente, apontando para outras possibilidades de 
enquadramento dos trabalhos no campo.
Por fim, cumpre explicitar que as operações aqui propostas se fizeram 
tanto mais necessárias na medida em que o entendimento da história da 
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educação como um campo autônomo, apartado da filosofia da educação, 
é fenômeno recente e não de todo consolidado no seio da Pedagogia. Essa 
questão, contudo, será esclarecida com o decorrer da narrativa.
 
PRIMEIRA VERTENTE: A HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO E O INSTITUTO 
HISTÓRICO E GEOGRÁFICO BRASILEIRO
"Le Brésil n'est pas tout à fait en retard sur la civilisation européenne". 
Assim Frederico José de Santa-Anna Nery concluía o artigo "L'instruction 
publique au Brésil", publicado na Revue Pédagogique em 1884. Em vinte 
páginas escritas em francês, o autor, utilizando-se de malabarismos estatísticos, 
empenhava-se em demonstrar a pujança da instrução pública no Brasil que, em 
1877, ostentava uma frequência escolar 12% superior à francesa (de acordo com 
os cálculos do autor). Esse não era o primeiro texto sobre educação brasileira 
elaborado, nem a fórmula de apresentar estatísticas como comprobatórias do 
progresso intelectual, inédita. Antes dessa publicação, os livros O Império 
do Brasil, editados em 1867, 1873 e 1876, sob os auspícios governamentais, 
traziam no capítulo "Cultura intelectual", dados quantificadores da presença 
de alunos nos vários ramos e instituições educacionais e culturais existentes 
no país. Escritas para figurar nas Exposições Universais, as obras eram peças 
de propaganda do Estado Imperial.
As contribuições de Santa-Anna Nery sobre a educação brasileira não 
se restringiram, entretanto, ao artigo citado. Esse paraense, antigo aluno do 
Seminário de Manaus, que após receber as ordens menores no Seminário de 
Saint-Sulpice, em Paris, abandonou a carreira eclesiástica bacharelando-se em 
Letras, em 1867, ficou conhecido pelos livros, redigidos em francês, sobre a 
Amazônia (Les pays des Amazones. L'El-Dorado. Les terres à cahoutchouc. 
Orné de 101 illustrations et de 2 cartes explicatives avec un portrait de 
l'autheur, gravé à l'eau-forte par Robet Kemp. Paris, Bibliothèque des 
Deux-Mondes, 1885) e sobre o folclore brasileiro (Folk-lore brésilien: poésie 
populaire. – contes et légendes. – fables et mythes. – poésie, musique, danses et 
croyances des Indiens; accompagné de douze morceaux de musique. Préface 
du prince Roland Bonaparte. Paris: Perrin, 1889). Organizou, também, a obra 
Le Brésil en 1889 (avec une carte de l'empire en chromolithographie, des – 
ableaux statistiques, des graphiques et cartes. Paris: Charles Delagrave, 1889), 
composta de vários capítulos escritos por colaboradores eminentes, dentre 
eles um sobre instrução pública que assinava, ao lado do barão de Saboia, de 
Louis Cruls e do barão de Teffé. Editado sob os cuidados do Comitê Franco-
Brasileiro para a Exposição Universal de Paris, ocorrida naquele mesmo ano, 
a obra era apresentada por M. Daubrée. Nela, mais uma vez com recurso a 
dados estatísticos, relativos a 1869, 1876, 1882 e 1889, Nery procurava atestar 
o progresso intelectual brasileiro na contabilidade da difusão de escolas 
primárias públicas e na freqüência de alunos, que chegava a avaliar em 300.000.
O primeiro livro voltado exclusivamente a narrar a história da 
educação brasileira, L'Instruction publique au Brésil: histoire et legislation 
(1500-1889), de José Ricardo Pires de Almeida, composto como elogio ao 
Império e publicado já no fim do regime (em 1889), movia-se, da mesma 
103
forma, no âmbito das estatísticas e continha objetivo semelhante: afirmar a 
liderança brasileira em termos educacionais. Mas agora o alvo eram os países 
sulamericanos, em especial a Argentina. Dizia-se o autor constrangido ao 
"dever e quase missão de restabelecer a verdade": "O Brasil é, certamente, 
dentre todos os países da América do Sul, aquele que maiores provas deu 
de amor ao progresso e à perseverança na trilha da civilização". A contenda 
com a Argentina espraiava-se na demonstração da superioridade do regime 
monárquico sobre o republicano.
Dedicado ao conde D'Eu, futuro governante brasileiro na hipótese 
remota de uma manutenção do Império, o livro, redigido em francês, "língua 
universalmente conhecida", de acordo com seu autor, discorria particulamente 
sobre a educação no pós-Independência. A época colonial era abordada 
apenas na Introdução ao volume, indiciando sua pequena relevância, apesar 
de nela se inscrever o esforçoprecursor dos jesuítas, sumariamente descrito 
nas cinco páginas iniciais; as iniciativas pombalinas, narradas nas dez páginas 
seguintes; e o evento fundador da educação no Brasil, a chegada de D. João 
VI, começo de uma verdadeira "constituição da nacionalidade brasileira, 
nacionalidade proclamada em dezembro de 1815".
A instrução pública primária e secundária depois da Independência 
era tratada em duas épocas: até o Ato Adicional, portanto de 1822 a 1834, em 
parcas 10 páginas; e do Ato "aos dias de hoje", ou seja, de 1834 a 1889, em 245 
páginas. A segunda época comportava, ainda, uma divisão interna entre dois 
períodos: de 1834 a 1856 (34 páginas) e de 1857 a 1889 (211 páginas), tomados 
para maior comodidade do leitor e entrecortando a gestão do ministro do 
Império, conselheiro Luiz Pedreira do Couto Ferraz. A análise procedia de 
um levantamento das leis criadas pelo Estado e recorria ao tom encomiástico 
no elogio às ações da família imperial no campo educativo.
Médico, formado no Rio de Janeiro, e estudante de Direito por três anos 
em São Paulo, Pires de Almeida havia sido arquivista da Câmara Municipal e 
adjunto da Inspetoria Geral de Higiene na Corte, onde trabalhara nos serviços 
de arquivo e biblioteca, o que, por certo, muito lhe facilitara o levantamento 
de informações para a elaboração do livro. Sua produção escrita variava 
bastante, versando sobre imigração italiana, economia doméstica, carnaval, 
montepio civil, saneamento de Petrópolis, dentre muitos outros temas. 
Publicou, em 1906, Higiene Moral — homossexualismo (A libertinagem no 
Rio de Janeiro: Estudo sobre as perversões do instinto genital. Rio de Janeiro: 
Laemmert & Co.), onde afirmava que a degradação do homem dava-se pela 
alimentação excitante ou picante, pelo apetite venéreo, pela imaginação 
ardente e, também, pelos bailes populares, os cafés-dançantes e a organização 
das sociedades carnavalescas. A obra servia, para Nunes, como contraponto 
a L'instruction publique au Brésil, na medida em que permitia a Pires de 
Almeida, pelo avesso, retomar o projeto de intelectualidade a que estava 
vinculado e que explicitara nos comentários finais do livro sobre educação: "o 
historiador tem, em qualquer país, o dever de esclarecer o papel de seu país 
no mundo e investigar detalhadamente as questões obscuras que interessem 
às origens nacionais".
104
Membro honorário do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro 
(IHGB), Pires de Almeida partilhava de seus objetivos de coligir, metodizar, 
publicar ou arquivar os documentos necessários para a história e a geografia 
do Império, respeitando uma postura positivista de escrita da história. Tal 
parece ser o móvel da reprodução, em anexo, de documentos citados sobre o 
período colonial e da inclusão de vários excertos de relatórios e de leis no corpo 
de L'Instruction publique au Brésil. Partilhava também do projeto do IHGB 
de "desvendamento do processo de gênese da Nação" brasileira, percebida 
como "continuadora de uma certa tarefa civilizadora iniciada pela colonização 
portuguesa". Nesse movimento de construção identitária da Nação pelo 
IHGB, distinguir-se do outro era necessário, seja internamente apartando-
se dos negros e índios, porque não portadores da noção de civilização; seja 
externamente das repúblicas latinoamericanas, porque ameaças à forma de 
governo monárquico e representação da barbárie. A chegada de D. João VI 
como marco fundador da educação no Brasil, o elogio ao Império, as estatísticas 
circunscritas à população livre, bem como a disputa com a Argentina, na 
escrita de Pires de Almeida engendravam o mesmo padrão narrativo a que se 
entregavam os letrados em torno do IHGB.
Se não podemos afirmar a filiação de Santa-Anna Nery ao IHGB (ou 
ao Institut Historique de Paris, referência ao trabalho historiográfico e à visão 
de história do IHGB, nos primeiros anos de sua criação, de acordo com o já 
citado Manoel Guimarães), como o fizemos para Pires de Almeida, podemos 
destacar a proximidade do discurso de ambos no tocante à descrição e à 
interpretação dos fatos da instrução pública. A ligação clara entre Pires de 
Almeida e o Instituto Histórico, matriz da tradição historiográfica brasileira, 
no entanto, estabelece de maneira inesperada um vínculo entre disciplinas 
que aparentemente dispunham de trajetórias apartadas.
Traduzido para o português somente em 1989, cem anos após sua 
edição original, L'Instruction publique au Brésil não ficou no limbo da 
historiografia educacional brasileira, desconhecido pelos autores nacionais até 
tempos recentes. Ao contrário, referência de boa parte da bibliografia posterior 
sobre história da educação, Pires de Almeida viu-se citado, dentre outros, por 
Júlio Afrânio Peixoto, em Noções de história da educação, de 1933; Primitivo 
Moacyr, A instrução e o Império: subsídios para a história da educação no 
Brasil, 1823-1853, de 1936; Fernando de Azevedo, A cultura brasileira, de 
1943; e Theobaldo Miranda dos Santos, Noções de história da educação, de 
1945. Julgá-lo como um texto "não fundador" de uma narrativa histórica 
em educação, como o fez Nunes, por não ter sido destinado ao ensino nas 
Escolas Normais, parece-nos dissolver sua importância na construção de uma 
tradição historiográfica em educação. Mais sugestivo talvez seja investigar a 
relação entre o IHGB e a escrita da história da educação, indiciada por Pires de 
Almeida, explorando vertentes desse fazer historiográfico.
Moysés Kuhlmann Jr. iniciou tal percurso. Destacou as contribuições 
de Benjamin Franklin Ramiz Galvão na sistematização de fontes para uma 
história da instrução pelo arrolamento de livros e artigos sobre a educação, 
relatórios, memórias, regulamentos e estatutos de escola, conferências e 
discursos, pareceres e projetos de lei, efetuado na classe História Literária e 
105
das Artes do Catálogo que organizou para a Exposição de História do Brasil, 
de 1881. Na coordenação do Livro do Centenário, elaborado agora às portas 
do regime republicano, em 1900, com o intuito de "dar a conhecer as riquezas 
naturais do Brasil e seus progressos em todos os ramos da atividade humana", 
em que José Veríssimo Dias de Matos assinava o capítulo "A instrução e a 
imprensa: 1500-1900". E, por fim, na organização do Dicionário Histórico, 
Geográfico e Etnográfico Brasileiro, publicado pelo IHGB por ocasião do 
centenário da Independência, que apresentava o capítulo 15 sob o título de 
"Instrução pública, notícia histórica de 1822 a 1922", de autoria de M.P. Oliveira 
Santos.
Nessas publicações posteriores à instalação do regime político 
republicano não se alteraram significativamente as propostas de coligir e 
metodizar documentos (inscritas nos Estatutos do IHGB, elaborados em 1839, 
um anos após a criação do Instituto), nem de interpretar a gênese da civilização 
brasileira, ambas caras à tradição narrativa da história gestada pelo IHGB. Na 
esteira de tais preocupações outras obras, dedicadas especificamente à história 
da educação, poderiam ser arroladas, demonstrando a permeabilidade 
da produção historiográfica em educação à visão de história e do fazer 
historiográfico presentes no Instituto.
A publicação do primeiro volume de A instrução e o Império: subsídios 
para a História da Educação no Brasil, 1823-1853, de Primitivo Moacyr, em 1936, 
inaugurou uma vasta obra, que até 1942 foi responsável pelo levantamento 
e compilação de leis, estatutos e regimentos escolares, memórias, relatórios 
e pareceres sobre instrução pública e particular nos vários ramos de ensino 
(primário, secundário, profissional e superior) no Brasil. Ao todo, foram 
editados 15 volumes, três dedicados à Instrução e o Império (entre 1936 e 
1938), três à Instrução e as Províncias (entre 1939 e 1940) e sete à Instrução e 
a República (entre 1941 e 1942), além de dois à Instrução pública no Estado 
de São Paulo (1942) e um à Instrução primária e secundária no município da 
Corte (1942).
O volume inicial da série era prefaciado por Afrânio Peixoto que,estabelecendo uma relação de semelhança entre o trabalho de Moacyr e 
Varnhagen, afirmava o livro como matéria prima de novos estudos em 
educação, posto que: "No Brasil não se pesquisa. Todos tiramos de nós a 
substância de nossos escritos. A história nessas condições é repetição, é 
comentário, é fantasia interpretativa".
Sem introdução ou conclusão, o livro se estendia por 614 páginas, ao 
cabo das quais uma pequena bibliografia relacionava além das Coleções de Leis 
do Reino de Portugal e do Império do Brasil, dos Anais da Assembléia Geral 
Legislativa e dos Relatórios do Ministério do Império, o livro L'instruction 
publique au Brésil, de Pires de Almeida, e os artigos "Cem anos de ensino 
primário (1826-1926)" (In: Centenário do Poder Legislativo), de Afrânio 
Peixoto, e "A instrução pública nos tempos coloniais" (Revista do IHGB), de 
Moreira de Azevedo. Foi publicado pela Cia. Editora Nacional, integrando a 
série V, Brasiliana, da Biblioteca Pedagógica Brasileira, projeto coordenado 
por Fernando de Azevedo para a editora, desde sua criação em 1931 até 1946. 
Os demais volumes editados até 1939, referentes ao Império e às Províncias, 
106
apresentavam características semelhantes, mesmo número aproximado de 
páginas, mesma ausência do autor, que se limitava a compilar documentos, 
mesmo pertencimento à Brasiliana. Os dois volumes sobre a instrução 
paulista diferiam apenas no número de páginas reduzido para em torno de 
250 e incluíam na bibliografia os livros Um retrospecto, de João Lourenço 
Rodrigues, e O ensino em São Paulo, de J. Feliciano de Oliveira. Já os volumes 
relativos à República apresentavam traços diferentes. As páginas mantinham-
se em aproximadamente 200 por volume, o formato abandonara o 12 x 18 cm, 
assumindo o tamanho de 18 x 22,5 cm, a bibliografia ostentava outros títulos, 
como José Veríssimo, A educação nacional. Passava a obra a ser publicada 
pela Imprensa Nacional, sob a orientação do Instituto Nacional de Estudos 
Pedagógicos (INEP) do Ministério da Educação e Saúde, órgão dirigido por 
Manoel Bergström Lourenço Filho, de 1938 (ano de sua criação) até 1946.
A breve caracterização realizada acima suscita desdobramentos. O 
primeiro relaciona-se à vinculação de Primitivo Moacyr ao IHGB, seja pelo 
primado de coligir e metodizar documentos, seja pelo recurso às publicações 
do Instituto e autores a ele ligados na elaboração do texto, seja ainda pelo elogio 
inicial, feito por Peixoto, que situa Moacyr como herdeiro de uma tradição que 
remonta a um dos personagens mais célebres do Instituto, seu antigo secretário, 
Varnhagen. O segundo refere-se à inserção da obra na Biblioteca Pedagógica 
Brasileira e ao acolhimento do projeto editorial pelo INEP, demonstrando a 
inequívoca relação de Moacyr com a área educacional, quer pelo patrocínio 
recebido, quer pela aproximação com os já renomados educadores Azevedo e 
Lourenço Filho, que se estende a Anísio Teixeira. Este último, no Prefácio ao 
volume 3 de A instrução no Império, afirmava:
"Aliás já lhe disse que o primeiro volume me mostrou como esse foi 
— e não será ainda? — o defeito capital dos educadores brasileiros. Estivemos 
todo o tempo com grandes planos gerais, com debates de princípios, chocando 
ideais educativos. E nada de lhes estudar os problemas concretos, de lhes 
analisar as necessidades típicas, de examinar as dificuldades e facilidades 
características de execução, de realização".
As obras repertoriadas acima, entretanto, não foram as primeiras de 
Moacyr. No ano de 1916, havia publicado O ensino público no Congresso 
Nacional: breve notícia. No livro, podia-se identificar a mesma preocupação 
em compilar leis e relatórios constatada anteriormente, no entanto, em curtos 
parágrafos ao início e ao fim do texto, o autor anunciava suas intenções: "a 
opinião pública é talvez injusta quando acusa o Congresso de desapreço às 
cousas do ensino público". Ao longo de 200 páginas Moacyr enumerava as 
iniciativas do governo republicano nos 24 anos de existência (entre 1889 e 
1914), com o fito de oferecer um "modesto subsídio aos homens de boa vontade 
na solução [...] do problema de nosso aparelhamento econômico e, mais, de 
integração nacional".
Advogado, Primitivo fez carreira como funcionário da Câmara dos 
Deputados, desde 1895, quando ingressou como redator de debates, até 
sua aposentaria em 1933. Sua familiaridade com os arquivos parlamentares 
facilitaram-lhe, por certo, a tarefa de compilação efetuada. Tal qual Pires de 
Almeida, apoiando-se numa visão positiva de história, Moacyr, como aquele, 
107
apesar de sua pretendida neutralidade manifestou seus propósitos. Aqui já 
não o elogio ao Império, mas o reconhecimento da importância da função 
parlamentar na organização e constituição da instrução pública.
Os sete volumes d' A Instrução e a República, de Moacyr não foram 
o único investimento do INEP na divulgação de documentos úteis à história 
da educação nacional. Tendo sido constituído com a função, dentre outras, de 
"organizar a documentação relativa à história e à situação atual da educação no 
país", o Instituto deu início em janeiro de 1940 à elaboração dos Subsídios para 
a história da educação brasileira, série composta por onze volumes editados 
entre 1942 e 1951, contendo a relação dos "atos e fatos de maior importância 
na vida educacional do país", de caráter oficial ou iniciativa privada, em todos 
os Estados nos anos de 1940 a 1950. A série, constituída para subsidiar as 
leis orgânicas criadas no governo Vargas, manteve características idênticas 
em todo o período, apesar da edição das citadas leis, entre 1942 e 1946, e de, 
nos anos finais, a direção do Instituto ter sido entregue a Murilo Braga de 
Carvalho. Uma pequena introdução, assinada pelo diretor do INEP, destacava 
os aspectos considerados mais relevantes para a educação no ano. Seguiam-se 
ordenadas por mês, na sequência dos dias, as notícias, intercalando as várias 
unidades federativas.
O INEP dispunha ainda de "prontuários sistemáticos, referentes à 
legislação do governo central, na colônia, no império e na república, e que 
remetem a repertório dessa legislação, desde 1808 a esta data; como dispõe 
também de repertórios da legislação dos Estados". Apesar dos esforços do 
Instituto na compilação e difusão de documentos sobre a educação nacional, ao 
longo dos anos 1950 cresceram as dificuldades para a execução de pesquisas, 
posto que o INEP vinha se transformando em órgão de caráter eminentemente 
legislador. Ao assumir sua direção em 1952, Anísio Teixeira, com o intuito de 
revigorar a investigação sobre a situação do ensino no território nacional, 
dedicou-se a constituir um locus privilegiado de realização de levantamentos 
de dados e análises, subsidiados por cientistas sociais, e de sua divulgação. 
Em 1955 era criado o Centro Brasileiro de Pesquisas Educacionais (CBPE), 
ligado ao INEP e ao Ministério da Educação e Cultura. Nos anos seguintes, a 
ele foram associados cincos Centros Regionais, distribuídos pelos Estados de 
São Paulo, Minas Gerais, Pernambuco, Rio Grande do Sul e Bahia.
Não obstante a ênfase marcadamente sociológica das interpretações, 
foi nesse contexto que se publicaram os livros O ensino em Minas Gerais no 
tempo do Império e O ensino em Minas Gerais no tempo da República, de 
Paulo Krüger Corrêa Mourão (Centro Regional de Pesquisas Educacionais 
de Minas, CRPE-MG), nos anos de 1959 e 1962. O primeiro livro, contendo 
411 páginas, abordava os vários ramos de ensino, apresentando, além da 
legislação, informações sobre as condições do exercício do magistério, como 
salários, métodos de ensino e o que denominava curiosidades (castigos físicos 
e disciplinas), bem como a história dos educandários. O segundo possuía 607 
páginas e divergia do antecessor pela inclusão de uma introdução assinada 
pelo autor, de agradecimentos a autoridades educacionais, dentre elas Abgar 
Renault, naquele momento diretor-geral do CRPE-MG, de um apêndice 
relacionando os estabelecimentos de ensinoem funcionamento no ano de 
108
1959 (possível ano de conclusão da obra). Mantinha, entretanto, a mesma 
organização interna, constituindo o relato por ramos de ensino e pela história 
de instituições escolares.
Mineiro, formado em engenharia e colaborador assíduo da revista do 
Instituto Histórico-Geográfico de Minas Gerais, com textos sobre personalidades 
e fatos históricos, foi, de todos os autores relacionados, o que mais se afastou 
do primado positivista da mera compilação documental. Não apenas porque 
emitiu, embora raros, julgamentos ao longo da obra, como comentários 
sobre o divórcio entre as reformas de 1901 a 1915 e a realidade brasileira, e a 
consideração do movimento de 1930, como revolução nacional, liderada por 
Minas, que punha fim à primeira república; como, principalmente, porque 
permitiu-se a inserção de uma Página de recordação no interior do segundo 
volume, onde narrou, para quebrar a rigidez fria da História, uma lembrança 
de sua infância escolar: a inauguração do Grupo Escolar de Diamantina, em 
1907, pelo então presidente da Província, João Pinheiro, no qual estudou e sua 
mãe foi professora.
O investimento na sistematização de fontes e divulgação de documentos 
para a história da educação não cessou nos anos 1960. Vale ressaltar, aqui, 
a marca que essa disposição para uma história mais próxima à descrição 
documental e vazada principalmente na reprodução da fonte legislativa 
imprimiu, e ainda imprime, em parcela dos trabalhos no campo. Até hoje, o 
campo elabora guias, índices de legislação e edita a íntegra de leis, no âmbito de 
uma escrita acadêmica ou como produto da ação de grupos, no esforço sempre 
renovado de subsidiar a pesquisa. Um exemplo é a Coleção Documentos da 
Educação Brasileira, iniciativa editorial da recém-criada Sociedade Brasileira 
de História da Educação (1999), que objetiva disponibilizar o conjunto das Leis 
e Regulamentos da Instrução Pública das várias Províncias/Estados brasileiros, 
num total previsto de 80 títulos. 
FONTE: VIDAL, Diana Gonçalves; FARIA FILHO, Lucino Mendes de. História da Educação no 
Brasil: a constituição histórica do campo (1880-1970). Rev. Bras. Hist. v. 23. n. 45. São Paulo. 
jul. 2003. http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0102-01882003000100003&script=sci_
arttext. Acesso em: 3 maio 2019.
Resumo indicativo:
Resumo informativo:
http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0102-01882003000100003&script=sci_arttext
http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0102-01882003000100003&script=sci_arttext
109
TÓPICO 2
PRÁTICA DE INDEXAÇÃO
UNIDADE 3
1 INTRODUÇÃO
Indexar é uma atividade que se dá a partir de um processo que envolve 
diferentes etapas. A partir de uma análise documentária, ou seja, a partir de uma 
leitura técnica da obra indexada, são levantados os principais conteúdos contidos 
nela. Só depois essas informações são transformadas em palavras-chave. Este é 
o momento da tradução. No entanto, por se tratar de uma atividade de cunho 
técnico, é importante que algumas regras sejam seguidas. 
A norma NBR 12.676, proposta pela ABNT, é um documento oficial que 
pode ser usado por bibliotecários que realizam indexação. Trata-se de uma norma 
que apresenta algumas questões que, quando respondidas pelo bibliotecário, 
ajuda-o a identificar os conceitos e as noções que, de fato, são essenciais de serem 
representados. 
Neste tópico, teremos a oportunidade de vislumbrar como se dá a prática 
da análise documentária a partir da aplicação desta norma. Além disso, também 
poderemos compreender a formação dos sistemas nocionais das diversas áreas 
do conhecimento.
 
2 POR QUE PRATICAR?
Após todas as discussões teóricas apresentadas até aqui, estas próximas 
duas seções estão reservadas a alguns exemplos de prática de atividades de 
indexação e resumos, uma vez que as técnicas aplicadas ao tratamento temático 
da informação (a exemplo do que acontece também com o tratamento descritivo 
da informação) compõem o chamado núcleo duro da biblioteconomia, ou dito 
de outra forma, fazem parte do que essencial na e para a área. Para além disso, a 
indexação é, nas unidades de informação, uma atividade prática. 
3 A ANÁLISE DOCUMENTÁRIA
Vejamos como realizar a identificação de conceitos dos itens a seguir, 
conforme artigo 4.3 e suas alíneas da NBR 12.676. Os dados forma extraídos de 
elementos pré-textuais dos próprios livros e artigos arrolados a seguir.
110
UNIDADE 3 | INDEXAÇÃO E RESUMOS: PRÁTICA
1 – Quem me roubou de mim? (Fábio de Melo)
Esta obra aborda algumas questões sobre as 
dificuldades das relações humanas. Por meio de 
reflexões filosóficas, textos poéticos e histórias 
reais, o autor convida-nos a um mergulho em 
nossa subjetividade, a fim de nos fazer conhecer 
a nós mesmos e a descobrir como viver e conviver 
melhor não só com as pessoas que nos cercam, mas 
com todos que passam pelo nosso caminho.
a) Qual é o assunto de que trata o documento? 
 Relações humanas, autoconhecimento.
b) Como se define o assunto em termos de técnicas e hipóteses? 
 Não se define a partir de técnicas, mas sim de reflexões.
c) O assunto contém uma ação, um processo?
 Não.
d) O documento trata do agente dessa ação?
 Não se aplica.
e) O documento se refere a métodos, técnicas e instrumentos especiais?
 Não se refere.
f) Foi considerado no contexto de um local ou ambiente específico?
 Não.
g) Foram identificadas variáveis?
 Não nos itens utilizados na análise documentária.
h) O assunto foi considerado sob um ponto de vista interdisciplinar?
 Reflexões filosóficas e textos poéticos, o que pode indicar conteúdo advindo da 
filosofia e da literatura.
2 – Sobre o tempo (Norbert Elias)
O tempo não existe em si, afirma Elias. Não é nem 
um dado objetivo, como sustentava Newton, nem 
uma estrutura a priori do espírito, como queria 
Kant. O tempo é antes de tudo um símbolo social, 
resultado de um longo processo de aprendizagem. 
Norbert Elias convida a refletir sobre um processo 
de aspecto fundamental do “processo civilizador”.
a) Qual é o assunto de que trata o documento?
 Sobre o tempo e o processo civilizador.
b) Como se define o assunto em termos de técnicas e hipóteses? 
 Parece apresentar a hipótese de que o tempo é um símbolo social.
c) O assunto contém uma ação, um processo?
 Não, não apresenta um processo de pesquisa. Apenas mostra que é preciso 
tempo de aprendizagem para entender o tempo como símbolo social.
TÓPICO 2 | PRÁTICA DE INDEXAÇÃO
111
d) O documento trata do agente dessa ação?
 Não se aplica.
e) O documento se refere a métodos, técnicas e instrumentos especiais?
 Não.
f) Foi considerado no contexto de um local ou ambiente específico?
 Não.
g) Foram identificadas variáveis?
 Não.
h) O assunto foi considerado sob um ponto de vista interdisciplinar?
 Sociologia e filosofia.
3 – Raízes do Brasil (Sérgio Buarque de Hollanda)
Uma das obras fundadoras da moderna 
historiografia e das ciências sociais brasileiras. O 
livro pontua, com fina sensibilidade, algumas das 
mazelas de nossa vida social, política e afetiva, entre 
elas a incapacidade secular para separar o espaço 
público do privado, tema dos mais candentes e 
que explica, em parte, a vitalidade das sucessivas 
reedições deste livro.
a) Qual é o assunto de que trata o documento?
 Historiografia e ciências sociais brasileiras. 
b) Como se define o assunto em termos de técnicas e hipóteses? 
 A análise documentária não revelou hipóteses.
c) O assunto contém uma ação, um processo?
 Não.
d) O documento trata do agente dessa ação?
 Não.
e) O documento se refere a métodos, técnicas e instrumentos especiais?
 Não.
f) Foi considerado no contexto de um local ou ambiente específico?
 Brasil, especialmente o âmbito da sociedade brasileira.
g) Foram identificadas variáveis?
 Não.
h) O assunto foi considerado sob um ponto de vista interdisciplinar?
 Não.
Tão importante quanto utilizar a NBR 12.676 para análise de assuntos, 
é compreender a configuração de LDs para que se possa fazer delas o uso mais 
adequado. Este é o objetivo desta prática: estabelecerrelações entre termos de um 
mesmo sistema nocional, para compreender sua estrutura.
Os termos a seguir foram selecionados aleatoriamente a partir do sistema 
nocional da área da educação. A prática consiste em:
112
UNIDADE 3 | INDEXAÇÃO E RESUMOS: PRÁTICA
1) Analisar e compreender o conceito de cada termo. 
2) Organizar os termos dentro de uma estrutura lógica, de maneira subordinada.
3) Relacionar os termos entre si, a partir da concepção hierárquica e da concepção 
não hierárquica.
Sistema Nocional: Educação
Termos:
Ensino superior
Educação especial
Administração de bibliotecas universitárias
Sala de aula
Projeto pedagógico de cursos de pós-graduação
Interação professor-aluno
Déficit de aprendizagem
Ensino-aprendizagem
Especialização em séries iniciais
Educação infantil
Autismo
Conselho de classe
Avaliação
Salas de referência
Reitorias e pró-reitorias
Projetos de incentivo à leitura
Currículo
Passo 1 – Analisar e compreender o conceito de cada termo:
Ensino Superior – estrutura de sistema educativo que engloba graduação e pós-
graduação. Forma pessoa para atuação reflexiva e profissional. 
Educação Especial – modalidade de ensino destinada a compreender demandas 
específicas de aprendizagem apresentadas por educandos e oferecer formação 
adequada.
Administração de bibliotecas universitárias – serviço de gestão de uma unidade 
de informação específica, a biblioteca universitária. Pode representar uma 
coordenação, ou, de forma mais pessoal, um coordenador.
Sala de aula – espaços de aprendizagem comumente encontrado em 
estabelecimentos de ensino em diversos níveis e modalidades. Pode possuir 
diferentes disposições físicas. 
Projeto pedagógico de cursos de pós-graduação – diretrizes pedagógicas que 
estabelecem currículo de um curso de pós-graduação e todas as suas vertentes 
pedagógicas.
Déficit de aprendizagem – desdém de ordem psíquica que dificulta a 
aprendizagem. 
Especialização em séries iniciais – nível específico de ensino que qualifica em 
assuntos relacionados ao tema séries especiais (primeiros anos de formação 
formal).
Conselho de classe – atividade pedagógica que envolve atores de uma escola, cujo 
envolvimento seja cotidianamente desenvolvido em ambientes de aprendizagem, 
como salas de aula.
TÓPICO 2 | PRÁTICA DE INDEXAÇÃO
113
Salas de referência – salas destinadas ao desenvolvimento de atividades na 
educação infantil.
Currículo – documento que norteia os métodos de ensino e que elenca disciplinas 
selecionadas para um dado fim.
Passos 2 – Organizar os termos dentro de uma estrutura lógica, de maneira 
subordinada.
Passo 3 – Relacionar os termos entre si, a partir da concepção hierárquica e da 
concepção não hierárquica) acabam por se fundir na prática:
EDUCAÇÃO
 Educação Especial
 Déficit de aprendizagem
 Currículo
 Sala de aula
 Conselho de Classe
 Ensino Superior
 Admiração de BIBLIOTECAS UNIVERSITÁRIAS
 Projeto pedagógico de cursos de pós-graduação
 Especialização em séries iniciais
 Salas de referência
 Currículo
 Salas de aula 
Todos os termos apresentados são subordinados ao termo mais geral 
EDUCAÇÃO, isto porque todos eles pertencem, neste caso, ao sistema nocional 
desta área. Quando dizemos que os termos são subordinados, significa que o 
termo mais específico que possa haver no sistema ainda será um conceito da área 
da educação. Essa essência não se perde. Ela permanece desde o termo mais geral 
até o mais específico, porque está presente nos conceitos de todos os termos.
Notem que a marcação de parágrafos que antecedem cada termo é 
diferente. Cada novo nível de especificação foi representado, neste exemplo, com 
um novo parágrafo. Isso significa que:
a) Educação Especial e Ensino Superior estão num mesmo nível dentro da área, 
por isso as relações entre os termos é não hierárquica. 
b) Os termos Déficit de aprendizagem, Currículo, Sala de aula e Conselho de 
Classe são subordinados hierarquicamente ao termo Educação Especial, mas 
não entre si. Entre eles a relação é não hierárquica.
c) Os termos Administração de Bibliotecas Universitárias, Projeto Pedagógico de 
cursos de pós-graduação, Currículo e Salas de aula são subordinados ao termo 
Ensino Superior, mas a relação entre eles é não hierárquica.
d) Já esta representação:
 
114
UNIDADE 3 | INDEXAÇÃO E RESUMOS: PRÁTICA
Projeto pedagógico de cursos de pós-graduação
Especialização em séries iniciais
Salas de referência
significa que Salas de aula é um tema tratado dentro de um tema um pouco mais 
geral, que aqui é representado pelo termo Especialização em Séries inicias, que 
por sua vez, é um pouco mais específico que Projeto Pedagógico de cursos de 
pós-graduação.
115
Neste tópico, você aprendeu que: 
• A NBR 12.676, proposta pela ABNT pode ser utilizada nos diversos tipos de 
unidades de informação com fins de realizar uma análise documentária mais 
adequada.
• É indicado ao bibliotecário indexador a utilização de diretrizes quando da 
realização da análise documentária da obra que irá indexar.
• Um sistema nocional obedece a uma estrutura própria, advinda das relações 
dos termos e das noções que caracterizam uma dada área do conhecimento.
RESUMO DO TÓPICO 2
116
AUTOATIVIDADE
Faça a análise documentária dos itens a seguir, conforme artigo 4.3 e suas 
alíneas da NBR 12.676. Os dados foram extraídos de elementos pré-textuais 
dos próprios livros e artigos arrolados a seguir.
1 A construção da pessoa em Wallon e a construção do sujeito em Lacan 
(Alice Beatriz Bastos)
Ao buscar conexões e diferenças entre os autores 
Henri Wallon e Jacques Lacan, o presente estudo 
apresenta novas perspectivas teóricas e discorre 
também sobre algumas implicações educacionais 
de ambas as teorias.
Os Axiomas de Zurique apresentam as regras 
e princípios infalíveis que esses banqueiros 
estabeleceram para diminuir riscos e aumentar 
lucros. É só segui-los e você alcançará resultados 
impressionantes em todos os seus investimentos.
a) Qual é o assunto de que trata o documento?
b) Como se define o assunto em termos de teorias e hipóteses? 
c) O assunto contém uma ação, um processo?
d) O documento trata do agente dessa ação?
e) O documento se refere a métodos, técnicas e instrumentos especiais?
f) Foi considerado no contexto de um local ou ambiente específico?
g) Foram identificadas variáveis?
h) O assunto foi considerado sob um ponto de vista interdisciplinar?
2 Os Axiomas de Zurique (Max Gunther)
a) Qual é o assunto de que trata o documento? 
b) Como se define o assunto em termos de teorias e hipóteses? 
c) O assunto contém uma ação, um processo?
d) O documento trata do agente dessa ação?
e) O documento se refere a métodos, técnicas e instrumentos especiais?
f) Foi considerado no contexto de um local ou ambiente específico?
g) Foram identificadas variáveis?
h) O assunto foi considerado sob um ponto de vista interdisciplinar?
117
3 O corpo fala (Pierre Weil)
O corpo fala – a linguagem silenciosa da comunicação 
não verbal tenta desvendar a comunicação não 
verbal do corpo humano. O livro é indicado para 
profissionais de qualquer área, ou seja, para todo o 
ser humano.
a) Qual é o assunto de que trata o documento?
b) Como se define o assunto em termos de técnicas e hipóteses? 
c) O assunto contém uma ação, um processo?
d) O documento trata do agente dessa ação?
e) O documento se refere a métodos, técnicas e instrumentos especiais?
f) Foi considerado no contexto de um local ou ambiente específico?
g) Foram identificadas variáveis?
h) O assunto foi considerado sob um ponto de vista interdisciplinar?
4 Título: Poderá um avião voar eternamente?
Publicado em: Newsweek, set/1987
Conteúdo: teste realizado no Canadá com protótipo de uma aeronave movida 
a eletricidade, que não precisa de qualquer combustível convencional. A 
eletricidade é transmitida do solo sob a forma de energia de micro-ondas, 
sendo reconvertida em eletricidade por meio de dispositivos instalados no 
avião. Teoricamente, o avião pode permanecer por meses no ar sem piloto. 
Entre suas aplicaçõesincluem-se pesquisa científica, vigilância militar, 
previsão do tempo e transporte de passageiros. Os possíveis riscos das micro-
ondas para a saúde seriam um obstáculo a sua ampla aplicação.
a) Qual é o assunto de que trata o documento? 
b) Como se define o assunto em termos de técnicas e hipóteses? 
c) O assunto contém uma ação, um processo?
d) O documento trata do agente dessa ação?
e) O documento se refere a métodos, técnicas e instrumentos especiais?
f) Foi considerado no contexto de um local ou ambiente específico?
g) Foram identificadas variáveis?
h) O assunto foi considerado sob um ponto de vista interdisciplinar?
5 Título: A erosão e o agricultor
Conteúdo: descreve como o vento, a chuva e a neve derretida podem erodir 
valiosas terras de cultivo, e avalia o volume das perdas agrícolas devidas a 
essas causas na Europa Setentrional. Examina possíveis soluções, a saber, a 
rotação da cultura de grãos com a de gramíneas protetoras do solo e o emprego 
de árvores e terraços como quebra-ventos. 
118
a) Qual é o assunto de que trata o documento? 
b) Como se define o assunto em termos de técnicas e hipóteses? 
c) O assunto contém uma ação, um processo?
d) O documento trata do agente dessa ação?
e) O documento se refere a métodos, técnicas e instrumentos especiais?
f) Foi considerado no contexto de um local ou ambiente específico?
g) Foram identificadas variáveis?
h) O assunto foi considerado sob um ponto de vista interdisciplinar?
119
TÓPICO 3
PRÁTICA DE ELABORAÇÃO DE RESUMOS
UNIDADE 3
1 INTRODUÇÃO
A parte técnica da biblioteconomia, tanto do ponto de vista descritivo, 
quanto temático, é considerado, como vimos anteriormente, o núcleo duro da 
área. É o que faz a biblioteconomia ter as características que tem. E, como toda 
atividade de caráter técnico, a prática é parte indispensável para a compreensão 
mais integral das etapas e processos que compõem essa técnica. Por isso, o que 
propomos neste tópico é a elaboração de resumos.
Não podemos esquecer que resumir é também representar, e, tal qual a 
indexação, ao ler um resumo, um usuário de um dado sistema de informação 
deve conhecer as informações essenciais do texto original e decidir se deve ou 
não consultá-lo. Para tanto, veremos que existem técnicas específicas que nos 
permitem tal resultado.
Neste tópico aprenderemos técnicas que permitirão a elaboração de 
resumos indicativos, informativos, além da compreenção das diferentes formas 
de identificar quais elementos devem estar presentes em um resumo considerado 
adequado à representação do documento original.
2 ELABORAÇÃO DE RESUMOS
Passaremos agora a praticar a elaboração de resumos que, como vimos 
anteriormente, também são importantes formas de representar os conteúdos 
de documentos originais. Veremos nesta unidade como se dá a elaboração dos 
principais tipos de resumos, ainda utilizadados nos dias atuais.
Iniciemos com um resumo indicativo. Vamos ler o texto original e, em 
seguida, elaborar um resumo indicativo.
Extrativismo Mineral no Brasil
Antônio Gasparetto Júnior
O Extrativismo Mineral no Brasil é importante elemento na balança comercial 
do país. Desde o descobrimento do Brasil, nosso país esteve atrelado a 
atividades que envolviam o extrativismo. Este tipo de atividade consiste em 
https://www.infoescola.com/economia/balanca-comercial/
https://www.infoescola.com/historia/descobrimento-do-brasil/
UNIDADE 3 | INDEXAÇÃO E RESUMOS: PRÁTICA
120
obter da natureza os produtos que serão usados para comercialização direta 
ou indireta pelo homem. Ocorrem então três tipos possíveis de extrativismo, o 
animal, o mineral e o vegetal.
O Extrativismo Mineral tem por característica e alteração drástica do ambiente 
onde é promovido. Tal tipo de extrativismo tem por fim o uso direto ou 
indireto. Ele é direto quando, como no caso da água mineral, o produto mineral 
extraído é utilizado em sua forma natural. É considerado indireto, que é o caso 
da maioria dos minerais, quando o produto extraído é destinado a indústrias 
para passar por transformações que darão origens a produtos com maior valor 
agregado. A tecnologia de extração também pode variar entre simples e mais 
complexa.
O Extrativismo Mineral no Brasil é uma importante fonte de recursos para a 
economia do país, já que o Brasil é um dos grandes exportadores de minérios no 
mundo. Por possuir um território amplo, o Brasil desfruta de ampla variedade 
de recursos naturais para utilização interna e comércio externo, entretanto o 
país não é autossuficiente em tudo e, em alguns casos, precisa também adquirir 
tais tipos de produtos. Uma das críticas feitas ao Extrativismo Mineral no Brasil 
é de que vendemos o minério para comprar o produto que é com ele fabricado, 
perdendo assim a possibilidade de utilizar o recurso mineral em território 
nacional para vendê-lo com maior valor agregado.
Considerando a oferta de recursos minerais que o Brasil possui, são vários os 
produtos com importante representatividade para o país. Um deles é o Ferro, 
cuja reserva brasileira representa a sexta maior do mundo e com elevada 
qualidade. Minas Gerais é o grande estado produtor do minério na região do 
Quadrilátero Ferrífero.
Apesar de possuir apenas 1% das reservas mundiais, o Manganês é um 
produto que tem crescido na pauta de exportação nacional e é muito utilizado 
nas siderúrgicas para produção de aço.
O Brasil está em terceiro lugar na produção mundial de Alumínio e possui um 
elevado índice de reciclagem do produto.
Nos estados de Amazonas e Rondônia estão as principais áreas de produção 
de Estanho, minério também utilizado na composição do aço nas indústrias.
Bahia e Pará concentram a produção de Cobre no país, a qual necessita de 
importação por não dispor suficientemente do recurso natural.
Já o Ouro, que no Brasil é encontrado em jazidas e na forma de aluvião, atende 
ao mercado interno e externo. É certo que a quantidade de tal minério produzido 
no Brasil é bem maior do que se tem registrado por conta do extrativismo ilegal.
https://www.infoescola.com/economia/valor-economico-agregado/
https://www.infoescola.com/economia/valor-economico-agregado/
https://www.infoescola.com/minas-gerais/quadrilatero-ferrifero/
https://www.infoescola.com/elementos-quimicos/aluminio/
https://www.infoescola.com/elementos-quimicos/estanho/
TÓPICO 3 | PRÁTICA DE ELABORAÇÃO DE RESUMOS
121
Minas Gerais, Amazonas e Goiás são detentores da produção de Nióbio no 
Brasil. Tal mineral é muito aplicado nas indústrias aeronáutica, naval, espacial 
e automobilística por ser utilizado em ligas metálicas que oferecem resistência 
e leveza.
O Brasil possui quase a totalidade mundial de Quartzo em estado natural. Esse 
minério para a indústria da informática e também eletroeletrônica.
Por possuir um litoral muito extenso, o Brasil desfruta de ampla produção de 
Sal Marinho, sendo que o estado do Rio Grande do Norte é o maior produtor.
O Chumbo é outro minério com baixa produção no Brasil e que necessita de 
importações.
Além de todos esses recursos naturais disponíveis para exportação, o 
Extrativismo Mineral no Brasil ainda conta com o merecido destaque para 
Cimento, Caulim, Diamante, Enxofre, Magnesita, Níquel e Tungstênio.
FONTE: GASPARETTO JÚNIOR, Antônio. Extrativismo no Brasil. 2019. https://www.
infoescola.com/geografia/extrativismo-mineral-no-brasil/. Acesso em: 19 maio 2019. 
Resumo: O Extrativismo Mineral no Brasil é importante elemento na balança 
comercial do país. Tal tipo de extrativismo tem por fim o uso direto ou indireto. 
No Brasil, é uma importante fonte de recursos para a economia, já que o país é 
um dos grandes exportadores de minérios no mundo. São vários os produtos 
com importante representatividade para o país: Ferro, Manganês, Estanho, 
Cobre, Ouro, Nióbio, Quartzo, Sal Marinho e chumbo. Além dos recursos 
naturais disponíveis para exportação, o Extrativismo Mineral no Brasil ainda dá-
se destaque para Cimento, Caulim, Diamante, Enxofre, Magnesita, Níquel e 
Tungstênio.
 
Vale lembrar queé recomendado o uso de frases curtas, sempre que 
possível, o uso de algarismos para números e que não se inclua nos resumos 
informações descritivas, símbolos e siglas não convencionais.
Agora, vejamos a elaboração de um resumo informativo. Segue o texto 
original.
MEC inaugura novos programas de incentivo à leitura 
Associação Brasileira de Livreiros de Livros Escolares
O Ministério da Educação, por intermédio do Fundo Nacional de 
Desenvolvimento da Educação (FNDE), está inaugurando três novos 
programas de incentivo à leitura: Biblioteca Escolar, Biblioteca do Professor e 
Casa da Leitura.
https://www.infoescola.com/elementos-quimicos/niobio/
https://www.infoescola.com/economia/industria-aeronautica/
https://www.infoescola.com/elementos-quimicos/chumbo/
https://www.infoescola.com/elementos-quimicos/enxofre/
https://www.infoescola.com/elementos-quimicos/niquel/
https://www.infoescola.com/elementos-quimicos/tungstenio/
https://www.infoescola.com/geografia/extrativismo-mineral-no-brasil/
https://www.infoescola.com/geografia/extrativismo-mineral-no-brasil/
https://www.infoescola.com/economia/balanca-comercial/
https://www.infoescola.com/economia/balanca-comercial/
https://www.infoescola.com/elementos-quimicos/estanho/
https://www.infoescola.com/elementos-quimicos/niobio/
https://www.infoescola.com/elementos-quimicos/enxofre/
https://www.infoescola.com/elementos-quimicos/niquel/
https://www.infoescola.com/elementos-quimicos/tungstenio/
http://www.abrelivros.org.br/home/index.php/pnbe/5321-mec-inaugura-novos-programas-de-incentivo-a-leitura
UNIDADE 3 | INDEXAÇÃO E RESUMOS: PRÁTICA
122
A Casa da Leitura, inspirada no programa “Mala do Livro”, que foi desenvolvido 
pelo governo do Distrito Federal na gestão democrática e popular de 1995 
a 1998, pretende distribuir no próximo ano 50 mil minibibliotecas para uso 
comunitário. Elas serão instaladas em casas de particulares e gerenciadas por 
associações de moradores.
O programa será executado em parceria com o Ministério da Cultura e com as 
secretarias municipais e estaduais de educação, que receberão as bibliotecas 
contendo os 144 títulos das 24 coleções do acervo do Programa Nacional 
Biblioteca da Escola (PNBE) 2003. Em contrapartida, as secretarias fornecerão 
as caixas para guardar os livros, cujo modelo foi desenvolvido e adaptado 
para esse fim pelo Instituto de Pesquisas Tecnológicas de São Paulo (IPT). As 
secretarias ficarão encarregadas também de remunerar os agentes comunitários 
encarregados de administrar as bibliotecas domésticas. Serão investidos cerca 
de R$ 8 milhões na distribuição de 7,2 milhões de livros, que beneficiarão 50 
milhões de pessoas. A Biblioteca Escolar tem a meta de atender a 2 milhões 
de alunos de 10 mil escolas, com um acervo de 115 obras do PNBE de 1998, a 
serem reeditadas pelo FNDE. No acervo destacam-se livros de ficção e de não 
ficção, com ênfase na formação histórica, econômica e política do Brasil. Para 
a distribuição de 1,2 milhão de livros estima-se o investimento de cerca de R$ 
20 milhões. 
Já a Biblioteca do Professor, ainda sem orçamento definido, pretende beneficiar, 
inicialmente, os 730 mil professores de 1ª a 4ª série do ensino fundamental de 
todas as escolas da rede pública do país. Cada professor receberá dois livros por 
ano, a serem escolhidos por eles próprios, dentre o mesmo acervo da Biblioteca 
Escolar, por meio de formulário ou pela Internet, como acontece no processo de 
escolha do Programa Nacional do Livro Didático, que beneficia a 32 milhões de 
alunos com livros lecionados democraticamente pelos professores. Nos títulos 
disponíveis para os professores encontram-se obras de autores consagrados, 
como Sérgio Buarque de Holanda, Caio Prado Júnior, Darcy Ribeiro, Gilberto 
Freyre, Graciliano Ramos, Jorge Amado, Guimarães Rosa, Mário Quintana, 
Raquel de Queiroz, Carlos Drummond de Andrade, Monteiro Lobato, Ferreira 
Gullar, entre outros. 
Resumo: O Ministério da Educação está inaugurando três novos programas de 
incentivo à leitura: Biblioteca Escolar, Biblioteca do Professor e Casa da Leitura. 
A Casa da Leitura pretende distribuir no próximo ano 50 mil minibibliotecas 
para uso comunitário. A Biblioteca Escolar tem a meta de atender a 2 milhões 
de alunos de 10 mil escolas. No acervo destacam-se livros de ficção e de não 
ficção, com ênfase na formação histórica, econômica e política do Brasil. 
A Biblioteca do Professor pretende beneficiar os 730 mil professores de 1ª a 
4ª série do ensino fundamental de todas as escolas da rede pública do país. 
Cada professor receberá dois livros por ano, por meio de formulário ou pela 
internet. Nos títulos disponíveis para os professores encontram-se obras de 
TÓPICO 3 | PRÁTICA DE ELABORAÇÃO DE RESUMOS
123
Sérgio Buarque de Holanda, Caio Prado Júnior, Darcy Ribeiro, Gilberto Freyre, 
Graciliano Ramos, Jorge Amado, Guimarães Rosa, Mário Quintana, Raquel de 
Queiroz, Carlos Drummond de Andrade, Monteiro Lobato e Ferreira Gullar.
Vale lembrar que para a elaboração do resumo indicativo recomenda-se o uso 
da mesma terminologia do autor, a representação dos objetivos ou finalidades 
da pesquisa, quando houver, bem como sua metodologia e resultados da 
pesquisa. Algarismos devem ser usados para representar números. As frases 
devem, na medida do possível, apresentar-se de forme curta. Deve-se omitir 
símbolos, equações e informações descritivas.
UNIDADE 3 | INDEXAÇÃO E RESUMOS: PRÁTICA
124
LEITURA COMPLEMENTAR
Resumo acadêmico: uma tentativa de definição
Andréa Lourdes Ribeiro1, letras@faminasbh.edu.br
1. Doutora em Estudos Lingüísticos pela Universidade Federal de Minas Gerais 
(UFMG), Belo Horizonte; professora na Faculdade de Minas-BH (FAMINAS), 
Belo Horizonte, e na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).
Introdução
No contexto universitário, verifica-se que o resumo é uma atividade didática 
bastante solicitada pelos professores de inúmeros cursos de graduação. No 
entanto, é comum presenciar também um desencontro entre o que foi pedido 
pelo professor e o que foi produzido pelo aluno. Isso sem mencionar as constantes 
dúvidas de ambos os lados quanto à definição e o processo de produção do 
resumo no meio acadêmico. 
Diante desse panorama, este trabalho busca discutir a noção de resumo, 
considerando sua situação contextual, os agentes envolvidos e as características 
do gênero, tentando lançar algumas luzes sobre a compreensão e produção do 
que denominamos de resumo acadêmico.
I – Um passeio pelo conceito de resumo
Ao pesquisar sobre as práticas de linguagem nos gêneros escolares, Schneuwly 
e Dolz, voltando seus estudos para o nível fundamental de ensino, revelam que 
a cultura do sistema escolar define o resumo como uma representação sintética 
do texto que será resumido, “sendo o problema de escrita reduzido a um 
simples ato de transcodificação da compreensão do texto” (1999, p. 14). Essa é a 
perspectiva encontrada em livros de metodologia científica e afins que orientam 
os universitários quanto ao uso de algumas normas na elaboração de trabalhos 
acadêmicos. Salvador, ao discutir métodos e técnicas de pesquisa bibliográfica, 
define o gênero como “uma apresentação concisa e frequentemente seletiva do 
texto de um artigo, obra ou outro documento, pondo em relevo os elementos 
de maior interesse e importância” (1978, p. 17-19). Com relação aos objetivos, 
baseando-se nas normas da ABNT, o autor classifica o resumo em três categorias, 
relacionadas ao tipo de informação que divulgam: • resumo indicativo, que não 
dispensa a leitura do texto, uma vez que apenas descreve a natureza, a forma e o 
propósito do escrito; • resumo informativo, que contém as principais informações 
apresentadas no TF, dispensando assim a leitura desse; • resumo crítico, também 
chamado de resenha crítica, que formula julgamento sobre o trabalho que é 
resumido. Ainda descrevendo a finalidade do resumo, mas tendo em vista o 
produto final, Salvador define um outro gênero textual: o resumo de assunto. 
Denominado também deestudo de atualização ou estado da questão, como os 
nomes evidenciam, esse gênero tem a função de apresentar uma visão geral de 
TÓPICO 3 | PRÁTICA DE ELABORAÇÃO DE RESUMOS
125
investigações feitas sobre uma determinada questão, com o objetivo de reunir 
conhecimentos sobre o tema que deve ser exposto e também, ainda segundo o 
autor, “sem discussão ou julgamento” (p. 17).
Outros autores bastante consultados no meio acadêmico tais como Severino 
(1986) e Salomon (1971/2001), ambos em consonância com as normas da ABNT, 
adotam a mesma definição e classificação para o resumo. Medeiros (1991) inova 
ao apresentar uma quarta categoria que conjuga duas já existentes:
o resumo indicativo/informativo, que dispensa a leitura do texto-fonte quanto à 
conclusão, mas não quanto aos aspectos tratados. Medeiros também trata de outros 
gêneros textuais que circulam no âmbito acadêmico, tais como o fichamento. O 
autor propõe que o fichamento pode ser realizado pelo estudioso com diferentes 
funções, do que derivam variados tipos de fichas: ficha de indicação bibliográfica; 
ficha de assunto; ficha de transcrição; ficha de resumo; ficha de comentário. De 
acordo com esse autor, a ficha de resumo “apresenta uma síntese das idéias do 
autor” (1991, p. 55). Essa definição confunde-se com a de resumo que o mesmo 
autor oferece. Afinal, não fica claro se a síntese das idéias do autor registra-se 
como um fichamento ou como um resumo.
Entre os autores consultados, verifica-se que sob o rótulo geral de resumo são 
reunidos diferentes gêneros textuais (ou sub-gêneros) – resumo indicativo, 
resumo informativo, resumo crítico ou resenha – que se distinguem na forma e na 
função. As diferentes categorias estabelecidas para o resumo pautadas na ABNT 
acentuam a confusão terminológica, uma vez que as nomenclaturas adotadas 
confundem-se com a denominação dada por outros manuais aos mesmos 
gêneros acadêmicos, como por exemplo: resumo indicativo e fichamento; o 
resumo crítico e resenha. Essa confusão terminológica traz consequências para 
a produção do resumo tanto para o professor como para os alunos que muitas 
vezes não conseguem chegar a um consenso quanto à expectativa um do outro. 
Além disso, as definições apresentadas são de cunho estruturalista e oferecem 
uma visão simplista do processo de produção, uma vez que, de acordo com elas, 
para resumir, bastaria ao leitor descodificar o texto-fonte para depois codificá-
lo sinteticamente. Elas desconsideram o funcionamento discursivo em jogo no 
processo de elaboração do resumo. Por isso, rever o conceito de resumo, a partir 
de perspectivas que tenham como base a teoria da enunciação e que partam da 
noção de gênero, torna-se fundamental.
II – Gênero textual
Segundo a concepção de Bakhtin (1952/1992, p. 279), os gêneros são padrões 
relativamente estáveis de texto, do ponto de vista temático, composicional 
e estilístico, que se constituem historicamente pelo trabalho linguístico dos 
sujeitos nas diferentes esferas da atividade humana, para cumprir determinadas 
finalidades em determinadas circunstâncias. As atividades e expectativas 
comuns, que definem necessidades e finalidades para o uso da linguagem, o 
círculo de interlocutores, que define hierarquias e padrões de relacionamento, a 
UNIDADE 3 | INDEXAÇÃO E RESUMOS: PRÁTICA
126
própria modalidade linguística (oral ou escrita), ligada ao grau de proximidade 
e intimidade dos interlocutores, tudo isso acaba definindo formas típicas de 
organização temática, composicional e estilística dos enunciados.
Os gêneros se realizam empiricamente nas mais diferentes espécies de texto, orais 
ou escritas, que circulam em nosso uso cotidiano e são denominados de receita 
culinária, telefonema, carta, romance, manuais de instrução, bula de remédio, 
lista telefônica, notícias, dentre muitos outros. Para produzir qualquer um desses 
textos, o sujeito aciona, além de suas representações sobre a situação de ação 
linguagem, seus conhecimentos sobre os modelos portadores de valores de uso 
elaborados pelas sociedades anteriores, ou seja, os gêneros indexados disponíveis 
no intertexto (BRONCKART, 1999, p. 137).
Embora qualquer falante da língua portuguesa consiga identificar facilmente 
qualquer dos textos listados anteriormente, isso só é possível porque esses 
gêneros são formas convencionais de enunciados, mais ou menos estáveis, 
histórica e socialmente situadas. No entanto, o aspecto convencional não impede 
a tendência à inovação e à mudança, que confere aos gêneros dinamicidade e 
complexidade variável. Isso porque eles se definem não apenas por propriedades 
linguísticas, mas predominantemente por propriedades funcionais e pragmáticas 
(MARCUSCHI, 2002, p. 19-36).
A tendência à inovação e à mudança gera a necessidade de os gêneros serem 
apreendidos no dia a dia pelos membros de uma comunidade. Isso porque, 
tal como postulou Bakhtin (1952/1992), os gêneros são modelos comunicativos 
utilizados socialmente, que funcionam como uma espécie de padrão global que 
representa um conhecimento social localizado em situações concretas e que nos 
permitem identificar um texto individual como membro de uma classe mais geral. 
Por isso, para Marcuschi (2002, p. 20-21), os gêneros não dependem de decisões 
individuais e não são facilmente manipuláveis, eles operam como geradores de 
expectativas de compreensão mútua, sendo as propriedades inalienáveis dos 
textos empíricos guias que direcionam produtor e receptor.
Uma outra consideração de Marcuschi (2002, p. 21) sobre os gêneros é que esses 
podem apresentar-se bastante heterogêneos com relação à forma linguística. Isso 
porque há muitos casos em que não é a forma que determina o gênero, tal como 
exemplifica o autor, um texto pode ser considerado como um artigo científico se 
publicado numa revista científica, já se o mesmo texto for publicado num jornal 
diário ele passa a ser um artigo de divulgação científica. O que muda não é o 
texto, mas sim sua função e principalmente os seus aspectos sócio-comunicativos. 
Assim, para definir um gênero Marcuschi defende que é preciso considerar os 
papéis dos atores, as funções e objetivos do evento comunicativo e o modelo 
disponível no intertexto. 
Essas considerações atestam que dominar um gênero não é dominar suas 
características linguísticas, mas sim uma forma de realizar linguisticamente objetivos 
específicos em situações particulares de uso (MARCUSCHI, 2002, p. 35-36).
TÓPICO 3 | PRÁTICA DE ELABORAÇÃO DE RESUMOS
127
A perspectiva teórica sócio-interacionista postula que a comunicação humana 
é realizada através de uma forma textual concreta, produto de uma atividade 
de linguagem em funcionamento numa dada formação social. De acordo com 
Bronckart (1999, p. 137), as formações sociais elaboram os diferentes gêneros 
em função de seus objetivos, interesses e questões específicas. Para o autor, as 
formações sócio-discursivas designam “as diferentes formas que toma o trabalho 
de semiotização em funcionamento nas formações sociais” (p. 141). Bronckart, 
tal como Marcuschi (2002), baseando-se também em Bakhtin, postula ainda que, 
se os gêneros são meios sócio-historicamente construídos para realizar objetivos 
comunicativos determinados, “a apropriação dos gêneros é um mecanismo 
fundamental de socialização, de inserção prática nas atividades comunicativas 
humanas” (1999, p. 103). Por isso, para a realização de uma comunicação eficiente, 
é fundamental o conhecimento do gênero envolvido numa determinada prática 
social. Diante desse quadro teórico, podemos considerar o resumo como um 
gênero na medida em que ele é uma realização linguística em funcionamento em 
diferentes instâncias da sociedade atual, entre elas o ensino superior.
III – Gênero resumo
Como os gêneros definem-se predominantemente por propriedades funcionais 
e pragmáticas, é preciso, antes de tecer o conceito de resumo acadêmico, fazer 
uma breve consideração sobre a esfera social na qual esse gênero circula. Também 
é preciso conhecer os estudosatuais sobre o resumo que o redefinem a luz das 
teorias que se fundamentam nas noções bakhtinianas de gênero textual. Diante 
dessas considerações, será realizada em primeiro lugar uma investigação sobre 
o meio de circulação desse gênero, o contexto acadêmico, abordando também os 
papéis dos atores, configurando também as funções e os objetivos desse evento 
comunicativo. Em seguida serão levantadas as contribuições de alguns linguistas 
que se preocuparam em entender o resumo como um gênero textual.
3.1– Contexto acadêmico
Resumir é uma das práticas linguísticas mais frequentes na vida cotidiana. Saber 
resumir textos lidos é uma capacidade necessária, nas sociedades letradas, para 
o desempenho de várias funções e atividades profissionais. Por exemplo: um 
advogado precisa resumir o que leu num processo; um administrador, o que leu 
num projeto; um jornalista, o que ouviu numa entrevista e assim por diante.
O autor baseia esse conceito no de “formação discursiva” desenvolvido por 
Foucault (1969). Resumir é também um saber-fazer necessário ao universo do 
ensino. Schneuwly e Dolz acreditam que o resumo constitui-se num “eixo de 
ensino/aprendizagem essencial para o trabalho de análise e interpretação de 
textos e, portanto, um instrumento interessante de aprendizagem” (1999, p. 15).
Na prática acadêmica, a atividade de resumir é frequentemente solicitada 
pelos professores de ensino superior que propõem a produção de resumos de 
gêneros em circulação no contexto universitário. Esses gêneros caracterizam-
UNIDADE 3 | INDEXAÇÃO E RESUMOS: PRÁTICA
128
se por possuírem um enunciador autorizado pelo meio científico a veicular 
conhecimentos advindos de estudos e pesquisas. Essa autorização, somada 
ao poder da escrita, pode criar para o leitor um efeito de verdade, situando o 
discurso científico num espaço do saber que encontra respaldo na ciência. Como 
lugar de práticas discursivas, o contexto acadêmico também estrutura um saber-
fazer. Nas ciências humanas, o saber no meio acadêmico é um saber de teorias, de 
modelos de outros. A origem desses diferentes saberes e a forma de apropriar-se 
dos mesmos podem ou não se manifestar linguisticamente nos textos teóricos. 
No entanto, tal como aponta Bakhtin (1929/2002) ao referir-se ao discurso 
retórico, o discurso científico não é tão livre na sua maneira de tratar o enunciado 
pelo outro. “Ele tem, de forma inerente, um sentimento agudo dos direitos de 
propriedade da palavra e uma preocupação exagerada com a autenticidade” (p. 
153). Em virtude disso há no meio acadêmico determinações específicas sobre 
como representar o discurso do outro, as regras de citação. Esse fazer obedece a 
convenções normatizadas, no caso do Brasil, pela ABNT (Associação Brasileira de 
Normas Técnicas) (FRANÇA, 2003).
As regras estabelecidas pela ABNT para a citação nos resumos colocam à 
disposição do textualizador duas maneiras de expressar as vozes secundárias em 
seus resumos: a citação direta e a indireta. Tal como apontou Bakhtin (1929/2002, 
p. 147), embora essas formas sejam convencionadas socialmente, elas traduzem 
de maneira ativa e imediata uma apreensão ativa e apreciativa do discurso do 
outro.
Quanto ao funcionamento discursivo da linguagem, adaptando-o às considerações 
de Orlandi (1983), no contexto acadêmico, o estabelecimento da cientificidade 
no discurso pode ser observado em dois pontos: a) a metalinguagem; e b) a 
apropriação do cientista feita pelo aluno. Como a “metalinguagem tem um espaço 
para existir” (ORLANDI, 1983, p. 13), a expectativa no meio acadêmico é que o 
aluno-textualizador empregue as convenções estabelecidas para a linguagem em 
uso nesse contexto, ou seja, que reproduza com suas próprias palavras o saber 
legitimado pela instituição.
Por isso, este trabalho acredita que a origem da voz veiculada no texto-fonte seja 
apontada pelo textualizador, através da referência bibliográfica e até mesmo do 
uso de citações, revelando assim para o professor-avaliador a origem do saber 
veiculado.
Quanto aos parâmetros da situação de ação da atividade didática, o resumo parece 
ter objetivos diferentes para os sujeitos envolvidos no processo comunicativo. 
Para o aluno, o resumo tem como função cumprir uma exigência do professor 
para a obtenção de nota, fonte de estudo, apreensão de conteúdos importantes. Já 
para o professor, o resumo é uma atividade que garante a leitura do texto pedido, 
além de ser um instrumento que possibilita verificar o que o aluno compreendeu 
do que foi lido. Definem-se, dessa forma, os papéis discursivos representados 
pelos sujeitos da produção textual, de um lado o aluno que deve demonstrar 
TÓPICO 3 | PRÁTICA DE ELABORAÇÃO DE RESUMOS
129
que está cumprindo com as exigências da disciplina e que está se apropriando 
dos saberes e do modo de fazer legitimados por essa esfera social; e de outro, o 
professor que tem a função de avaliar o grau dessa apropriação. 
Diante do exposto, produzir um resumo no meio acadêmico requer do sujeito 
um conhecimento do saber que circula nessa esfera e do fazer, prática discursiva 
definida pela comunidade da qual emerge esse gênero. Nessa perspectiva, a 
produção do gênero resumo, mais do que um simples procedimento de ensino-
aprendizagem, é também um modo de inserção nas práticas de formação de 
futuros profissionais.
Vejamos então como o resumo é definido a partir das teorias que o consideram 
como um gênero em funcionamento no interior desse contexto específico.
3.2 – Revendo o conceito de resumo
Como a elaboração de resumo é uma das propostas didáticas mais frequentes 
do meio acadêmico, vários pesquisadores têm se preocupado em definir esse 
gênero. A seguir serão apresentados alguns dos trabalhos que propõem um novo 
conceito para o resumo, partindo das concepções que consideram o texto como 
produto de uma ação de linguagem em um contexto específico.
Enfocando o resumo a partir do seu contexto de produção, Machado (2002), 
adotando as categorias do interacionismo sócio-discursivo de Bronckart (1999), 
acredita que a análise do contexto de produção de um texto é um poderoso auxiliar 
na classificação desse como pertencente ou não a um determinado gênero. Da 
mesma maneira que Bronckart, a autora define o contexto de produção como 
constituído pelas representações interiorizadas pelos agentes sobre o local e o 
momento da produção, sobre o emissor e o receptor considerados do ponto de 
vista físico e de seu papel social, sobre a instituição social onde se dá a interação 
e sobre o objetivo ou efeito que o produtor quer atingir em relação ao seu 
destinatário.
Embora a autora aborde brevemente o resumo no contexto acadêmico, a análise 
dos parâmetros estabelecidos a permite concluir que os resumos são:
Textos autônomos que, dentre outras características distintivas, fazem 
uma apresentação concisa dos conteúdos de outro texto, com uma 
organização que reproduz a organização do texto original, com o 
objetivo de informar o leitor sobre esses conteúdos e cujo enunciador 
é outro que não o autor do texto original, podem legitimamente 
ser considerados como exemplares do gênero resumo de texto 
(MACHADO, 2002, p.150).
Pensando o resumo como atividade didática no ensino superior, Costa Val (1998) 
aborda características do gênero tais como configuração, tamanho e grau de 
explicitude, tratando-as como dependentes do objetivo que o resumidor tem ao 
produzir textos desse gênero. A autora admite inclusive a técnica de simplesmente 
copiar do texto-fonte as idéias principais quando se trata de produzir um registro de 
leitura para uso pessoal, desde que o resumidor articule essas idéias em seu texto.
UNIDADE 3 | INDEXAÇÃO E RESUMOS: PRÁTICA
130
Também abordando o gênero no interior da comunidade acadêmica, as pesquisas 
de Matencio (2003) revelam que, para produzir nesse meio, é preciso estar 
inserido na prática acadêmica, ou seja, não só ter se apropriado de conceitos e 
procedimentos em circulação nessa formação sócio-discursiva, mas também de 
maneirasde referenciar e textualizar esses saberes.
De acordo com essa autora, o resumo é um gênero que pode ser encontrado sob 
diferentes formas nas práticas acadêmicas de acordo com a função que exerce, 
podendo ser agrupado em duas categorias:
• resumos envolvidos no processo de elaboração de pesquisa que têm a função 
de mapear um campo de estudo, integrando a discussão do estado da arte;
• resumos colocados geralmente antes de um texto científico (artigos, dissertações, 
teses), que têm a função de apresentar e descrever o modo de realização do 
trabalho ao qual se refere – são os résumés ou abstracts.
Para a autora, o primeiro tipo de resumo “implica um alto grau de subordinação” 
ao texto-fonte, já que permite ao leitor recuperar as macroproposições desse. Já os 
résumés ou abstracts, contidos no segundo grupo, não se preocupam em descrever 
a estrutura do texto-fonte, mas de enforcar o modo de realização do trabalho 
científico. Para ela (2003, p. 9), esses diferentes resumos poderiam ser entendidos 
como estando num continuum que vai dos que se aproximam mais do texto-fonte 
até aqueles que apenas se referem brevemente a ele.
Há também de acordo com Matencio (2003, p. 9), uma terceira categoria, os 
resumos que são solicitados pelos professores universitários com o propósito 
oferecer aos alunos a apropriação dos conceitos necessários a sua formação e de 
integrá-los às práticas discursivas do meio acadêmico. É nesse contexto que se 
insere o resumo como atividade didática, neste trabalho denominado resumo 
acadêmico. Esse tipo é no continuum proposto pela autora, o que mantém um 
maior grau de fidelidade com relação à configuração do texto lido.
IV – Resumo acadêmico
Diante de todas essas considerações, define-se como resumo acadêmico um texto 
que explicita de forma clara uma compreensão global do texto lido, produzido 
por um aluno-leitor que tem a função demonstrar ao professor avaliador que 
leu e compreendeu o texto pedido, apropriando-se globalmente do saber 
institucionalmente valorizado nele contido e das normas as quais o gênero está 
sujeito. Nessa esfera de circulação, a função do resumo acadêmico é ser um texto 
autônomo, que recupera de forma concisa o conteúdo do texto lido numa espécie 
de equivalência informativa que conserva ou não a organização do texto original. 
Quanto à função, verifica-se que o resumo no contexto acadêmico serve tanto 
ao aluno, como eficiente instrumento de estudo dos inúmeros textos teóricos e 
científicos que tem que ler, quanto ao professor, como instrumento de avaliação 
que permite verificar a compreensão global do texto lido. Além disso, o resumo 
acadêmico pode ser considerado um gênero que proporciona ao aluno a 
TÓPICO 3 | PRÁTICA DE ELABORAÇÃO DE RESUMOS
131
inserção nas práticas acadêmicas, uma vez que através desse gênero ele tem a 
oportunidade de manifestar sua compreensão de textos científicos e exercitar a 
escrita nos moldes acadêmicos.
Referências bibliográficas
BAKHTIN, Mikhail. Estética da criação verbal. São Paulo: Martins Fontes, 1992.
______. Marxismo e filosofia da linguagem. São Paulo: Hucitec-Annablume, 2002.
BRONCKART, Jean-Paul. Atividade de linguagem, textos e discursos: por um 
interacionismo sócio-discursivo. Tradução de Anna Rachel Machado e Péricles 
Cunha. São Paulo: EDUC, 1999.
COSTA VAL, Maria da Graça. Produção de textos com função de registro de 
leitura ou compreensão de texto oral – esquema, resumo e resenha crítica. 
Belo Horizonte: Programa de Inovação Curricular e Capacitação de Professores 
de Ensino Médio. Coordenação da Revisão do Ensino Médio da Secretaria de 
Estado da Educação do Estado de Minas Gerais, 1998. 
FRANÇA, Júnia Lessa. Manual para normalização de publicações 
técnicocientíficas. 6. ed. rev. e ampl. Belo Horizonte: Editora da UFMG, 2003.
MACHADO, Anna Rachel. Revisitando o conceito de resumos. In: DIONISIO, 
Ângela Paiva et al. (Org.) Gêneros textuais e ensino. Rio de Janeiro: Lucerna, 
2002, p. 138-150.
MARCUSCHI, Luiz Antônio. Gêneros textuais: definição e funcionalidade. In: 
DIONISIO, Ângela Paiva et al. (Org.) Gêneros textuais e ensino. Rio de Janeiro: 
Lucerna, 2002.
MATENCIO, Maria de Lourdes Meirelles. Atividades de (re) textualização 
em práticas acadêmicas: um estudo do resumo. In: Scripta, Belo Horizonte: 
PUCMG, v. 1, n. 1, p. 109-122, 1997.
MEDEIROS, João Bosco. Redação científica: a prática de fichamentos, resumos, 
resenhas. São Paulo: Atlas, 1991.
ORLANDI, Eni Pulcinelli. A linguagem e seu funcionamento: as formas do 
discurso. São Paulo: Brasiliense, 1983.
SALOMON, Délcio Vieira. Como fazer uma monografia. 10. ed. São Paulo: 
Martins Fontes, 2001.
SALVADOR, Ângelo Domingos. Métodos e técnicas de pesquisa bibliográfica. 
Porto Alegre: Sulina, 1978.
SCHNEUWLY, Bernard; DOLZ, Joaquim. Os gêneros escolares: das práticas 
de linguagem aos objetos de ensino. Revista Brasileira de Educação, Rio de 
Janeiro, n. 11, p. 5-16, 1999.
SEVERINO, Antônio Joaquim. Metodologia do trabalho científico. 14. ed. São 
Paulo: Cortez, 1986.
FONTE: RIBEIRO, Andréa Lourdes. Resumo acadêmico: uma tentativa de definição. Rev. 
Científica da FAMINAS. v. 2, n. 1, jan./abr. 2006. Disponível em: http://periodicos.faminas.edu.br/
index.php/RCFaminas/article/view/155/138. Acesso em: 20 maio 2019.
http://periodicos.faminas.edu.br/index.php/RCFaminas/article/view/155/138
http://periodicos.faminas.edu.br/index.php/RCFaminas/article/view/155/138
132
Neste tópico, você aprendeu que:
• A elaboração de resumos indicativos se dá a partir da aplicação de uma técnica 
específica que permita a indicação dos temas essenciais de um dado texto.
• A elaboração de resumos informativos, da mesma forma, se dá a partir de 
técnicas que permitam não apenas indicar elementos essenciais de um texto, 
mas que também informam dados específicos como a metodologia utilizada e 
os resultados obtidos, em caso de pesquisas, por exemplo.
• É possível identificar elementos que devem estar presentes em um resumo 
considerado adequado à representação do documento original. 
RESUMO DO TÓPICO 3
133
AUTOATIVIDADE
1 Elabore um resumo indicativo e um informativo para os textos a seguir. 
Texto 1
Desigualdades no uso e acesso aos serviços de saúde entre idosos do 
município de São Paulo
 
Marília Cristina Prado Louvison; Maria Lúcia Lebrão; Yeda Aparecida 
Oliveira Duarte; Jair Lício Ferreira Santos; Ana Maria Malik; Eurivaldo 
Sampaio de Almeida.
INTRODUÇÃO
A transição demográfica e o envelhecimento populacional introduzem grandes 
desafios às políticas públicas, em particular nos grandes centros urbanos. 
Nestes, em especial, convive-se com altos graus de pobreza e desigualdades, 
baixa escolaridade e arranjos domiciliares pouco continentes. Isso gera 
necessidade de intervenções mais rápidas e equânimes, além de respostas 
às novas demandas assistenciais que transcendem os núcleos familiares e os 
possíveis cuidadores, familiares ou não. As doenças que comumente ocorrem 
no envelhecimento ganham maior expressão no conjunto da sociedade. O 
idoso utiliza mais serviços de saúde, as internações hospitalares são mais 
frequentes e o tempo de ocupação do leito é maior se comparado a outras 
faixas etárias.19
Ao medir a utilização dos serviços e estudar sua acessibilidade, pode-
se, indiretamente, avaliar a equidade de um sistema de saúde. Segundo 
Whitehead,22 a equidade em saúde é a superação das desigualdades injustas 
em determinado contexto histórico e social, implicando que necessidades 
diferenciadas da população sejam atendidas por ações governamentais também 
diferenciadas. Nesse sentido, a iniquidade é considerada uma "desigualdade 
injusta", desnecessária, que pode ser evitada, daí sua importância para os 
planejadores e gestores de políticas públicas.
Os indicadores mais adequados para avaliar a existência de desigualdade na 
atenção à saúde devem estimar a chance de os indivíduos obterem tratamento 
quando acometidos por alguma doença ou de receberem cuidados específicos 
de proteção à saúde nos casostradicionalmente recomendados e permitir 
quantificar a contribuição das diferenças entre grupos e no interior deles como 
um índice de desigualdade.3,18
O modelo teórico de utilização de serviços descrito por Andersen1,2 agrupa 
os perfis de consumo em três dimensões: de capacitação, de necessidade e 
de predisposição. Os fatores de capacitação se referem à capacidade de 
um indivíduo procurar e receber serviços de saúde; diretamente ligados às 
134
condições econômicas e à oferta de serviços: renda, planos de saúde, suporte 
familiar, disponibilidade, proximidade e quantidade de serviços ofertados. Os 
fatores de necessidade estão ligados às percepções subjetivas das pessoas e 
ao estado de saúde. Os fatores de predisposição referem-se às características 
individuais que podem aumentar a chance de uso de serviços de saúde como, 
por exemplo, as variáveis sociodemográficas e familiares: idade, sexo, nível 
de escolaridade e raça. Segundo esse modelo, em estudos de desigualdade, o 
acesso é considerado equitativo quando somente a necessidade determina o 
uso.
A Organização Pan-Americana de Saúde coordenou um estudo multicêntrico 
denominado Saúde, Bem-Estar e Envelhecimento (SABE)10 para traçar o perfil 
dos idosos na América Latina e Caribe. Participaram desse estudo a Argentina, 
Barbados, Brasil, Chile, Cuba, México e Uruguai.
O presente estudo teve por objetivo analisar os fatores relacionados à 
determinação e às desigualdades no acesso e uso dos serviços de saúde por 
idosos.
 
MÉTODOS
No Brasil, a população do estudo SABE foi composta pelos idosos residentes, 
no ano 2000, no município de São Paulo.
A amostra total de 2.143 idosos foi composta por dois segmentos: o primeiro, 
resultante de sorteio, correspondeu à amostra probabilística formada por 1.568 
entrevistas. O segundo correspondeu ao acréscimo efetuado para compensar a 
mortalidade na população de maiores de 75 anos e completar o número desejado 
de entrevistas nesta faixa etária, composto por 575 residentes nos distritos em 
que se realizaram as entrevistas anteriores. Para sorteio de domicílios usou-se 
o método de amostragem por conglomerados em dois estágios sob o critério 
de partilha proporcional ao tamanho. Essa amostra foi tomada do cadastro da 
Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD), 1995, composto por 
263 setores censitários sorteados sob o critério de probabilidade proporcional 
ao número de domicílios. O número mínimo de domicílios sorteados no 
segundo estágio foi aproximado para 90. Para complementação da amostra de 
pessoas de 75 anos e mais utilizou-se a localização de moradias próximas aos 
setores selecionados ou, no máximo, dentro dos limites dos distritos aos quais 
pertenciam os setores sorteados.
Os dados foram colhidos simultaneamente, por meio de entrevistas 
domiciliares, feitas com um instrumento constituído por 11 blocos temáticos 
(Projeto SABE10): dados pessoais, avaliação cognitiva, estado de saúde, estado 
funcional, medicamentos, uso e acesso aos serviços, rede de apoio familiar 
e social, história laboral e fontes de ingresso, características da moradia e a 
antropometria e os testes de flexibilidade e mobilidade.
135
A maior parte das entrevistas (88%) foi feita diretamente com o idoso, 
para os demais utilizou-se um proxi-respondente quando o idoso estava 
impossibilitado de responder às questões por problemas físicos ou cognitivos. 
A descrição detalhada da metodologia empregada pode ser encontrada em 
Duarte & Lebrão.10 Foi considerada como variável dicotômica dependente 
a utilização ou não de serviços ambulatoriais nos quatro meses anteriores 
à entrevista. Para a identificação de desigualdades analisou-se a associação 
com a condição socioeconômica, representada pelos quintis de renda total, 
categorizando-os em menor renda (sem renda, primeiro e segundo quintis) e 
maior renda (terceiro, quarto e quinto quintis).
A associação da escolaridade e seguros privados com a renda indicam a 
capacidade de demandar e consumir serviços de saúde. As variáveis de 
predisposição consideradas foram sexo e idade. Como variáveis de necessidade 
de saúde, foram utilizadas a autoavaliação de saúde e a presença de, pelo 
menos, uma doença crônica autoreferida: hipertensão, diabetes e problema 
nervoso ou psiquiátrico, todas como variáveis qualitativas dicotômicas.
O método estatístico utilizado foi o da regressão logística multivariada, por 
passos, procedimento por eliminação (backwards). Baseou-se nas frequências 
ponderadas e a odds ratio (OR), com intervalo de confiança de 95%, ajustada 
mediante análise de regressão logística múltipla.5,8 Foram analisados dados 
da amostra expandida para a base populacional, na qual cada registro tem 
peso específico. Após descrição das frequências ponderadas e ajustadas para 
o efeito do delineamento de amostra complexa, a regressão logística múltipla 
foi utilizada para investigar a associação independente entre a utilização de 
serviços ambulatoriais e cada uma das características socioeconômicas e de 
saúde incluídas no estudo.
O estudo SABE foi aprovado pelo Comitê de Ética da Faculdade de Saúde 
Pública da Universidade de São Paulo e pela Comissão Nacional de Ética em 
Pesquisa (Conep).
 
RESULTADOS
A amostra de idosos obtida no SABE representa o universo populacional de 
836.204 idosos do município de São Paulo no ano 2000, constituída por 58,6% 
de mulheres. Destes, 77,9% eram de pessoas idosas com até 75 anos. Observou-
se que os idosos do sexo masculino (41,4%) distribuíam-se nas faixas etárias 
mais novas, pois 19,2% tinham mais de 75 anos.
A maioria dos idosos era brasileira (91,3%), se declarou branca (70,1%), 
católica (70,9%), morou por mais de cinco anos em zona rural até os 15 
anos (62,6%), foi casada (95,1%), teve filhos (89,9%) e não vivia só (86,8%). 
Com relação à escolaridade, 79,0% frequentaram escola, 78,3% sabiam ler e 
escrever um recado, e 56,5% estudaram de um a quatro anos. Dos que foram à 
escola, 6,1% referiram não saber ler e escrever um recado e dos que referiram 
136
saber ler e escrever um recado, 5,2 % não frequentou a escola. A população 
estudada era em grande parte aposentada (48,7%), da qual 23,5% disseram 
estar trabalhando na semana anterior ao inquérito; 86,3% recebiam algum tipo 
de recurso financeiro e destes, 66,2% tinham outras pessoas que dependiam 
deste recurso, com diferenças entre os sexos; 67,5% deles reconheceram não 
ter recursos suficientes para suas necessidades diárias.
Verificou-se que 46,0% das pessoas idosas autoavaliaram sua saúde como 
excelente/muito boa/boa e 54,0% regular/má. A autopercepção positiva 
de saúde diminui à medida que aumenta o número de doenças referidas. 
Observou-se que 18,6% dos entrevistados referiram apresentar três ou mais 
doenças crônicas concomitantes, sendo hipertensão a mais prevalente (53,3%). 
As comorbidades foram mais predominantes (21,9%) entre as mulheres 
longevas (75 anos e mais).
Quanto à posse de seguro saúde, 41,4% não estavam cobertos por um plano 
e/ou seguro privado de saúde, dos quais 53,4% referiram ter seguro social. 
O tipo de seguro variou de acordo com a renda e a escolaridade e os idosos 
com baixa renda e sem escolaridade dependiam mais do seguro público. 
Os seguros/planos privados não cobriam a totalidade de consultas médicas, 
tinham baixa cobertura de próteses (4,7%) e de medicamentos (1,3%).
Os idosos que tinham seguro privado referiram sua saúde como melhor 
(55,7%) em relação aos que tinham apenas seguro público (40%), apesar 
de apresentarem pequena diferença quanto à presença de pelo menos uma 
doença crônica (77,7% e 76,1%, respectivamente). A maioria (60,2%) dos 
idosos vacinou-se contra gripe nos 12 meses anteriores à entrevista, com 
maior predominância das mulheres (61,3%). Das mulheres, 43,7% relataram 
ter realizado exame citológico para prevenção de câncer ginecológico e 38,9% 
exame de mamografia nos dois anos anteriores à entrevista. Quanto aos 
homens, 40% referiram realização de exame clínico para prevençãode câncer 
de próstata nos dois anos anteriores à entrevista.
Os idosos estudados apresentaram altas taxas de utilização de serviços de 
saúde: 83,3% referiram ter realizado pelo menos uma consulta nos 12 meses 
anteriores à entrevista, dos quais 4,7% referiram pelo menos uma internação 
hospitalar; 64,2% referiram a utilização de serviços de saúde ambulatoriais 
nos quatro meses anteriores à entrevista. Verificou-se que 85,9% dentre os 
idosos que referiram internação hospitalar o fizeram apenas uma vez.
Os principais motivos citados para a não utilização dos serviços, mesmo 
precisando, foram relacionados às questões da gravidade da doença, à 
automedicação e, ainda, à qualidade, distância e custo dos serviços. Quando 
analisados os idosos de menor renda, os motivos citados foram o problema 
não ser grave, distância e qualidade dos serviços de saúde.
137
A Tabela 1 mostra a utilização dos serviços nos quatros meses anteriores 
à entrevista. Em relação aos atendimentos ambulatoriais, não foram 
observadas diferenças entre atendimento público e privado (24,7% e 24,1% 
respectivamente), mas entre o local do atendimento, 14,5% ocorreram em 
hospitais e 33,7% ocorreram em clínicas privadas. Os idosos com menor renda 
utilizaram mais a clínica e os hospitais públicos enquanto os idosos com maior 
renda e mulheres mais novas utilizaram mais os consultórios e hospitais 
privados. As mulheres mais velhas se utilizaram mais de consultórios privados, 
mesmo nas menores rendas; o hospital privado só foi mais utilizado no quintil 
de maior renda. O atendimento domiciliar foi pouco referido tanto por quem 
tinha seguro público quanto privado. Dos que utilizaram os serviços, 40,9% 
realizaram apenas uma consulta e a média de utilização foi de 2,5 consultas 
nos quatro meses anteriores à entrevista. Para a população total, a média foi 
de 1,6 consultas por idoso nos quatro meses anteriores à entrevista.
Com referência à última consulta ambulatorial, observou-se que os tempos 
para agendamento de consulta, ir ao serviço e ser atendido na última consulta 
foram maiores entre os idosos que não frequentaram escola (Tabela 2). Na 
última consulta ambulatorial 66,6% referiram a solicitação de exames, mas 7,4% 
não os realizaram; desses, 2,7% não o fizeram por falta de recursos financeiros. 
Em 62,4% das consultas foram prescritos medicamentos, mas 8,1% referiram 
não os ter conseguido. O pagamento por exames e consultas foi semelhante, 
mas para as internações praticamente não ocorreram desembolsos diretos. 
Na Tabela 3 observa-se que 70% dos medicamentos foram pagos diretamente 
pelo idoso. Na regressão logística, descrita na Tabela 4, observou-se que o 
diagnóstico de doenças crônicas e a autopercepção de uma pior condição de 
saúde foi determinante para o uso de serviços de saúde, independentemente 
de outras variáveis, inclusive da renda, escolaridade e ter seguro saúde 
privado.
https://www.scielosp.org/img/revistas/rsp/v42n4/6846t1.gif
https://www.scielosp.org/img/revistas/rsp/v42n4/6846t2.gif
https://www.scielosp.org/scielo.php?pid=S0034-89102008000400021&script=sci_abstract#tab3
https://www.scielosp.org/scielo.php?pid=S0034-89102008000400021&script=sci_abstract#tab4
138
139
No modelo de regressão final, a frequência à escola continuou como fator de 
proteção, ou seja, ter ido à escola diminui a chance de usar serviços de saúde, 
mesmo na presença de outros fatores. A variável renda isolada foi excluída do 
modelo, sendo utilizada sua interação com escolaridade.
O uso de serviços foi maior em idosos com pior autopercepção de saúde 
(OR=1,92), presença de doenças (OR=2,73), seguro de saúde privado 
(OR=1,57) e sexo feminino (OR=1,55). A presença de diabetes apresentou 
uma associação mais forte (OR=1,50) que as outras doenças. A escolaridade 
apresentou comportamento contrário à renda. Apesar de renda, escolaridade 
e a interação entre elas não terem sido significativas na regressão univariada, 
interação renda e escolaridade (OR=1,40), assim como ter frequentado a escola 
(OR=0,66) foram significativas na regressão multivariada.
 
DISCUSSÃO
A posse de seguro privado é maior na população idosa com maior renda, 
maior escolaridade, menor idade e que apresenta melhor situação de saúde. 
No entanto, evidenciou-se associação entre posse de seguro saúde privado e 
uso de serviços de saúde, o que traduz desigualdades, independentemente 
da temporalidade. Em outras palavras, ter seguro de saúde porque usa 
mais os serviços ou usar mais os serviços porque tem seguro de saúde. As 
desigualdades em saúde com relação à capacidade de acessar os serviços 
identificam o movimento da busca, da capacidade do idoso acessar e usar 
os serviços de saúde conforme sua disponibilidade e necessidade. Essa 
capacidade está diretamente relacionada, além da renda e escolaridade, à 
posse de seguro saúde privado, por considerar a disponibilidade da oferta 
da rede pública e privada. Além disso, outros estudos são importantes no 
sentido de qualificar o uso, pois a maior utilização não está necessariamente 
relacionada a uma melhor atenção à saúde do idoso.
140
As desigualdades socioeconômicas indicam diferentes tempos e formas de 
adoecer e diferentes necessidades e capacidades de procurar e usar serviços 
de saúde. Conforme estudos de desigualdades que utilizaram a base de dados 
do SABE da América Latina,15,21 idosos com pior escolaridade apresentam pior 
estado de saúde em função de piores hábitos maior exclusão e menor nível de 
informação e condições socioeconômicas para acessar serviços precocemente. 
No entanto, o uso de serviços de saúde, maior em quem apresenta pior estado 
de saúde, também sofre a influência da maior ou menor escolaridade.
Assim como na análise dos dados da PNAD 1998 e em outros estudos,11,12 as 
pessoas de menor renda e piores condições de saúde apresentaram menor 
utilização de serviços de saúde. Os dados da PNAD identificam que a cobertura 
por plano de saúde é maior para as pessoas que avaliam seu estado de saúde 
como muito bom e bom e a existência de desigualdades em favor dos mais 
privilegiados. As chances de procurar serviços de saúde aumentam à medida 
que os indivíduos envelhecem e não acumulam anos de estudo.14
No presente estudo, a escolaridade também apresentou um comportamento 
distinto das outras variáveis, a exemplo de que os que frequentaram a escola 
utilizaram menos os serviços. Renda e interação de renda e escola foram 
significativas, ou seja, ter maior renda é determinante do uso mesmo tendo 
frequentado escola. Isso pode indicar que frequentar a escola diminui a 
necessidade do uso dos serviços, protegendo das desigualdades de acesso 
determinadas pela renda. Portanto, observou-se que frequentar escola é, 
independentemente das características de necessidade, um fator de menor 
utilização de serviços de saúde. Nesse sentido, a escolaridade não responde, 
isoladamente, como característica de condição socioeconômica para estudos 
de desigualdades no uso de serviços de saúde.
O fato de a escolaridade também ser determinada em fases mais iniciais da 
vida e não mudar posteriormente pode ser uma desvantagem para utilizá-la 
em estudos de idosos. César & Pascoal4 verificaram que os idosos com até 
quatro anos de escolaridade utilizam prioritariamente os serviços públicos, 
primeiramente o hospital, seguido da clínica pública. Noronha & Andrade,15 
comparando os países do Estudo SABE,10 sugerem a presença de desigualdades 
sociais em todos eles, favorecendo os grupos socioeconômicos privilegiados. 
Esses autores referem ainda que a probabilidade de o idoso reportar um 
melhor estado de saúde é maior entre os mais escolarizados.15
O diagnóstico de doenças crônicas e a autopercepção de saúde como regular 
ou má é determinante para o uso de serviços de saúde, independentemente 
de outras variáveis, inclusive da renda, escolaridade e da posse de seguro 
saúde privado. O diabetes é a doença autoreferida que manteve significância 
na determinação do uso de serviços em contrapartidaà hipertensão e doença 
mental, por exemplo, que perderam força na presença das outras variáveis 
relacionadas. No estudo SABE10 identificou-se uma redução na prevalência 
apenas de diabetes na velhice avançada, indicando ocorrência precoce de 
141
óbitos. Assim, o diabetes apresenta provável maior gravidade e maior 
dependência dos serviços de saúde tanto diagnóstica quanto terapêutica.
A tipologia de uso indica pior acesso à rede ambulatorial no momento de 
maior necessidade, ou seja, para os mais velhos. Os idosos mais pobres 
utilizaram mais a clínica e os hospitais públicos enquanto os idosos mais ricos 
utilizaram mais os consultórios e hospitais privados. A relação direta de uso 
de serviços privados por quem possui seguro privado e de serviços públicos 
por quem não os possui mostra que o tipo de seguro é determinante para o uso 
e é utilizado quando disponível. Observou-se menor uso dos serviços entre 
os homens de 60 a 64 anos, principalmente entre as classes de menor renda. 
Isso pode indicar uma dificuldade de acesso por ainda estarem inseridos no 
mercado de trabalho e a organização dos serviços de saúde não estar voltada 
a essa necessidade.
O maior uso das internações hospitalares nos atendimentos ocorridos nos 
serviços públicos indica prováveis desigualdades no acesso à consulta e, ao 
mesmo tempo, mostra que a capacidade de utilização da rede pública pelo 
idoso pode estar ocorrendo no limite da urgência, do descontrole das doenças 
crônicas e da menor continência familiar às doenças de maior gravidade. 
A frequência de internações está relacionada com a autorreferência de 
doenças crônicas e apresenta pouca associação com renda e escolaridade. 
A desigualdade no acesso é observada, porém menos evidente que no caso 
do uso das consultas ambulatoriais, provavelmente por maior impacto dos 
fatores de necessidade. Entre os que relataram não possuir seguro, nenhuma 
internação foi citada, podendo indicar a total ausência de acesso a serviços 
por esses idosos. A taxa de reinternação de 14,1% nos quatro meses anteriores 
à entrevista é semelhante à observada na população geral, vista na PNAD 
2003, que foi de 20,7%, para as internações ocorridas no último ano.
O presente estudo mostra que os idosos brasileiros apresentam altas taxas 
de utilização de serviços de saúde. O uso de serviços de saúde no último ano 
(83,3%) foi pouco maior que a PNAD 2003 que identificou 79,5% para maiores 
de 65 anos. A população de 60 a 65 anos pode explicar essa diferença, pois 
apresenta alta utilização de serviços de saúde, além do fato de que os dados 
do SABE11 referem-se à cidade de São Paulo.
No município de São Paulo, durante o período do estudo, estava em 
funcionamento o Plano de Assistência à Saúde (PAS) com foco no pronto-
atendimento de urgência e não na estruturação da rede de cuidados às doenças 
crônicas. Não se observa uma reorganização da atenção adequada à mudança 
epidemiológica que tenha ênfase na atenção às doenças crônicas.16 A equidade 
dos sistemas de saúde é um direito do cidadão, que possibilita a igualdade no 
acesso à atenção à saúde, mediante necessidades semelhantes. Em saúde, as 
mesmas necessidades devem pressupor a utilização dos serviços de saúde, 
dadas determinadas condições de acesso. No entanto, observa-se que o acesso 
à saúde tende a ser pior para aqueles em piores condições socioeconômicas.6
142
Em ambos setores, público e privado, é necessário o desenvolvimento de 
modelos de atenção voltados às necessidades dos idosos, que permita 
identificação de demandas, criação de serviços, estabelecimento de redes 
intersetoriais e gestão integrada dos cuidados crônicos.8,20 A efetiva 
implementação de redes de atenção à saúde no Sistema Único de Saúde 
(SUS), com centralidade na atenção básica, permite a ampliação do acesso e o 
uso regular de serviços de saúde com equidade.
Considerando o direito universal à saúde, a redução das desigualdades deve ser 
política pública prioritária e pressupõe ampliação de acesso à rede ambulatorial 
e domiciliar com financiamento adequado, regulamentação e capacitação nos 
seus vários níveis de complexidade, ajustados às necessidades dos idosos, tanto 
na rede pública quanto na rede privada.13 Em política defendida pelo SUS e pela 
Organização Mundial de Saúde (OMS), o fortalecimento da atenção primária 
amplia o acesso e permite aos idosos viverem na sociedade sem pressões para 
institucionalizações em equipamentos sociais e de saúde, o que não interessa 
a ninguém, tampouco à própria sociedade.9 Além disso, é necessário enfrentar 
a fragmentação dos equipamentos de saúde e sociais com estabelecimento de 
redes de atenção integral e com aumento da capacidade de regulação do Estado, 
em busca de uma verdadeira rede de suporte social com foco na equidade e na 
integralidade e que considerem o envelhecimento populacional.17
Em conclusão, a associação de renda, escolaridade, sexo e morbidade referida 
traduz a grande necessidade e a baixa capacidade de utilização de serviços 
de saúde pelos idosos, de acordo com o Modelo de Andersen, e indica 
presença de desigualdades no uso e acesso aos serviços de saúde. A relação 
dos idosos com os serviços de saúde é intensa, podendo traduzir injustiças e 
inadequações que impactam na qualidade de vida dessa população e que, por 
sua vez, depende de políticas públicas integradas e efetivas.
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http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0034-89102008000400021
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0034-89102008000400021
145
Texto 2
SEGURANÇA QUÍMICA, SAÚDE E AMBIENTE – PERSPECTIVAS 
PARA A GOVERNANÇA NO CONTEXTO BRASILEIRO
Carlos Machado de Freitas 
Marcelo Firpo S. Porto 
Josino Costa Moreira 
Fatima Pivetta 
Jorge M. Huet Machado 
Nilton B. B. de Freitas 
Arline S. Arcuri
Introdução 
A Conferência das Nações Unidas para o Meio Ambiente e Desenvolvimento 
(CNUMAD), realizada no Rio de Janeiro (Brasil) em 1992, teve como um 
de seus objetivos o estabelecimento de princípios e compromissos comuns 
entre as diferentes nações que guiassem um desenvolvimento sustentável da 
comunidade global, resultando na Agenda 21 (CNUMAD, 1992). Reconhecendo 
que os países com menor capacidade – institucional e financeira – para 
enfrentá-los são os mesmos que possuem os maiores desafios em termos de 
ameaças à sustentabilidade, foi reconhecido, na Agenda 21, que para alcançar 
os objetivos e as propostas para as ações estabelecidas tornar-se-ia necessário 
um significativo fortalecimento dos esforços nacionais e internacionais. Isto 
incluiria tanto a responsabilidade dos países industrializados em cooperar com 
os países em industrialização para a solução dos problemas referentes ao meio 
ambiente e a sustentabilidade, como uma cuidadosa revisão das prioridades 
e orçamentos visando, progressivamente, internalizar nas economias locais 
os custos da proteção ao meio ambiente (CGG, 1995; FINKELMAN, 1996). 
É exatamente neste contexto que a segurança química, entendida como um 
conjunto de estratégias para o controle e a prevenção dos efeitos adversos 
para o ser humano e o meio ambiente decorrentes da extração, produção, 
armazenagem, transporte, manuseio e descarte de substâncias químicas, 
insere-se na Agenda 21. É reconhecido como um dos muitos e sérios 
problemas essenciais a serem enfrentados globalmente, necessitando-se 
para tanto ampliar não só a colaboração com os governos, mas também 
com inúmeros outros atores não governamentais tais como, por exemplo, 
indústrias, sindicatos, consumidores, organizações não governamentais 
(ONG), grupos de cidadãos, corporações profissionais e instituições 
científicas, transformando-se em um problema não só de governabilidade, 
mais restrita ao papel dos Estados e governos, mas de governança, nos níveis 
internacional e nacionais. 
O Brasil passou, em outubro de 2000, a presidir o Fórum Intergovernamental 
sobre Segurança Química (FISQ) – seu mandato vai até o ano 2003 – 
146
assumindo um papel de liderança internacional no que se refere ao tema. Isto 
exigirá, mais do que nunca, que os setores saúde, trabalho e meio ambiente, 
nas suas diversas vertentes de atuação, assim como inúmeros outros setores 
do governo e atores sociais representando os trabalhadores, os empresários 
e as comunidades e consumidores expostos, sejam capazes de trabalhar de 
forma integrada para que possamos formular propostas amplas e efetivas 
para o enfrentamento dos problemas relacionados à poluição química. 
O desenvolvimento de metodologias integradas, contextualizadas aos 
nossos problemas e participativas, assim como processos decisórios mais 
transparentes e democráticos estão entre os desafios a serem enfrentados. 
A segurança química como tema de preocupação internacional 
A segurança química como tema de preocupação internacional aparece já 
na Conferência Mundial das Nações Unidas sobre Meio Ambiente Humano 
(CNUMH), realizada em Estocolmo (Suécia), em 1972. As recomendações 
dessa conferência conduziram ao estabelecimento em 1980 do Programa 
Internacional de Segurança Química (PISQ), uma joint venture da Organização 
Mundial da Saúde (OMS), da Organização Internacional do Trabalho (OIT) e 
do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA) (ARCURI; 
FREITAS, 2001; PLESTINA; MERCIER, 1996). O objetivo inicial do PISQ 
era prover uma base científica reconhecida internacionalmente, para que os 
diversos países pudessem desenvolver suas próprias medidas de segurança 
química (PLESTINA; MERCIER, 1996). 
Vinte anos após a conferência de Estocolmo, foi realizada em 1992, no Brasil, 
a CNUMAD, que teve como um dos principais documentos aprovados 
a Agenda 21, onde se encontra o Capítulo 19, exclusivamente dedicado ao 
tema. Neste capítulo são apontados os problemas de poluição química em 
grande escala, presentes e futuros, reconhecendo ser a situação mais grave 
nos países em industrialização por conta da: (1) falta de dados científicos para 
avaliar os riscos inerentes à utilização de numerosos produtos químicos e; (2) 
falta de recursos para avaliar os produtos químicos para os quais já se dispõe 
de dados (CNUMAD, 1992). 
Dentre o conjunto de estratégias internacionais fixadas no capítulo 19, foram 
estabelecidas seis áreas programáticas, que são: (1) expansão e aceleração da 
avaliação internacional dos riscos químicos; (2) harmonização da classificação 
e da rotulagem dos produtos químicos; (3) intercâmbio de informações 
sobre os produtos químicos tóxicos e os riscos químicos; (4) implantação 
de programas de redução dos riscos; (5) fortalecimento das capacidades e 
potenciais nacionais para o manejo dos produtos químicos; (6) prevenção do 
tráfico internacional ilegal dos produtos tóxicos e perigosos.
 
Ainda em relação às estratégias internacionais, em 1994 foi criado o FISQ, com 
o objetivo de constituir um novo mecanismo de cooperação entre governos 
para promover a avaliação dos riscos das substâncias químicas e sua gestão 
147
ecologicamente racional, buscando integrar e unificar os esforços nacionais e 
internacionais e, ao mesmo tempo, evitar a duplicação de atividades e gastos 
(IFCS, 1997). Embora se trate de um fórum intergovernamental, é reconhecido 
que as questões relativas à segurança química, particularmente as referentes 
às seis áreas programáticas do Capítulo 19, nãopodem ser levadas a cabo 
somente pelos governos, tornando-se necessária a participação da indústria, 
dos diferentes grupos de interesse não governamentais representando 
comunidades expostas, trabalhadores e organizações intergovernamentais e 
científicas, entre outros. 
Todos estes esforços internacionais referentes à segurança química não 
podem ser compreendidos de modo descontextualizado. Como é observado 
pela Comissão sobre Governança Global (CGG, 1995), o crescimento nas 
quantidades de produtos químicos produzidos tem resultado em níveis de 
poluição em uma escala tal que vem alterando a composição química das 
águas, do solo, da atmosfera e dos sistemas biológicos do planeta, colocando 
em perigo não só o bem-estar, mas também a sobrevivência do planeta. 
Especialmente a partir da II Guerra Mundial, o desenvolvimento tecnológico 
nos processos químicos industriais, impulsionado pela concorrência 
capitalista e a globalização da economia de escala, vem resultando na 
expansão da capacidade de produção, armazenamento, circulação e consumo 
de substâncias químicas em nível mundial. A comercialização de substâncias 
orgânicas em patamar global é um exemplo disto, passando de sete milhões 
de toneladas em 1950 para 63 milhões em 1970, 250 milhões em 1985 e mais 
trezentos milhões no início da década de 90 (KORTE; COULSTON, 1994). 
Segundo o PISQ, existem mais de 750.000 substâncias conhecidas no meio 
ambiente, sendo de origem natural ou resultado da atividade humana (IPCS, 
1992). Cerca de setenta mil são cotidianamente utilizadas pelo homem, e 
aproximadamente quarenta mil em significantes quantidades comerciais (IPCS/
RPTC, 1992). Desse total, calcula-se que apenas cerca de seis mil substâncias 
possuam uma avaliação considerada como minimamente adequada sobre os 
riscos à saúde do homem e ao meio ambiente. Acrescente-se a este quadro 
a capacidade de inovação tecnológica no ramo químico, que vem colocando 
disponível no mercado, a cada ano, entre mil e duas mil novas substâncias. 
Este processo de crescimento do setor químico se encontra estreitamente 
relacionado ao desenvolvimento de uma economia global altamente 
interdependente e iníqua, em que a produção, o comércio e os investimentos 
vêm consolidando um processo de divisão internacional do trabalho, que tem 
conduzido a uma divisão internacional dos riscos e dos benefícios. Enquanto 
cerca de 20% da população mundial, situada principalmente nos países 
industrializados, consomem aproximadamente 80% dos bens produzidos, 
os outros 80%, situados em geral nos países em industrialização, consomem 
apenas 20% (MACNEILL et al., 1992). Na Índia, por exemplo, onde houve 
o acidente químico ampliado mais grave registrado em toda a história da 
148
humanidade (mais de 2.500 óbitos imediatos na cidade de Bhopal, em 1984), 
o consumo de produtos resultantes da tecnologia química era de 1kg per 
capita, enquanto nos países industrializados esse consumo era de 30 a 40kg 
per capita (MURTI, 1991). 
Diante da complexidade e amplitude dos problemas provenientes da 
poluição química ambiental, que vem desafiando cada vez mais a capacidade 
dos governos no que tange à segurança e à saúde dos cidadãos, notadamente 
nos países industrializados, a segurança química converte-se em uma das 
questões globais de governança. Expressa a constatação de que o nosso futuro 
comum depende não somente do crescimento econômico, mas também da 
melhoria da qualidade de vida, sobremodo para as populações mais pobres, 
tendo por base os princípios de universalidade, solidariedade e equidade, 
que devem ser mantidos, além de orientar as decisões e ações sobre segurança 
química nos níveis global e local (CGG, 1995; FILKENMAN, 1996). 
Segurança química e governança no contexto da complexidade e da 
vulnerabilidade 
Conforme é afirmado no relatório da CGG (1995), a mobilização do poder 
coletivo das pessoas para tornar a vida no século XXI mais democrática, mais 
segura, mais sustentável e com equidade é o grande desafio de nossa geração. 
Isto implica a necessidade das nações e da comunidade mundial assumirem 
a grande responsabilidade coletiva que lhes é colocada em relação a estas 
questões, que se encontram intrinsecamente relacionadas e em que a segurança 
deixa de ser a dos Estados, mas passa a ser prioritariamente a das pessoas. 
A segurança química, entendida como um dos tantos e importantes aspectos 
relativos à segurança da saúde, da vida e da proteção ao meio ambiente, 
em virtude das ameaças presentes e futuras, coloca-se neste contexto como 
uma questão de governança, nos níveis global e local, não se restringindo 
aos governos e às inter-relações governamentais. É um desafio ainda maior 
em países como o Brasil, em que as questões concernentes à democracia, à 
segurança, à sustentabilidade e à equidade, fundamentais para a governança, 
se encontram ainda pouco resolvidas e incipientes e, por isso, devem ser 
integradas à questão da segurança química no País. 
A construção de políticas de segurança química nos países em industrialização 
como o Brasil, além de levar em consideração o enfrentamento da 
complexidade e das incertezas referentes à compreensão do problema, as 
quais se ampliam por conta da diversidade e da precariedade dos mesmos, 
deve considerar também os aspectos referentes aos diferentes modos e níveis 
de vulnerabilidades, na busca de construção de conhecimentos e processos 
decisórios mais contextualizados e participativos, nos níveis local e global, 
como pré-requisitos básicos para a governança. 
A noção de complexidade aplicada aos problemas relacionados à poluição 
química implica que não podemos reduzir suas análises a componentes 
149
isolados, como operado pelas abordagens tradicionais da ciência, uma vez 
que implicaria tanto perdas importantes na compreensão dos problemas, 
ampliando as incertezas, como na limitação na formulação de estratégias 
de prevenção e controle de tais riscos (FUNTOWICZ; RAVETZ, 1993). 
Em relação a isto, Funtowicz & Ravetz (1993) distinguem três níveis de 
incertezas. As incertezas técnicas, relacionadas à inexatidão dos dados e das 
análises, e que podem ser gerenciadas por meio de rotinas padronizadas 
adequadas desenvolvidas por campos científicos particulares. As incertezas 
metodológicas, relacionadas à não confiabilidade dos dados e que envolvem 
aspectos mais complexos e relevantes da informação, como valores e 
confiabilidade. Finalmente as incertezas epistemológicas, relacionadas às 
margens de ignorância do próprio conhecimento científico, sendo este nível 
envolvido quando irremediáveis incertezas encontram-se no centro do 
problema (FUNTOWICZ; RAVETZ, 1993). 
Enfrentar as incertezas inerentes ao nosso atual modo científico de avaliar os 
problemas de origem química e compreender o problema de modo amplo 
e sistêmico envolve, então, integrar os múltiplos e simultâneos aspectos 
de diferentes naturezas. Nesta perspectiva, as políticas globais e locais de 
produção, transporte, comercialização, armazenamento, descarte e segurança, 
assim como as direções dadas ao desenvolvimento da tecnologia química 
estarão, simultaneamente e de modo inextricável, interagindo com as emissões 
de substâncias químicas que atingirão solos, águas, atmosfera e cadeia 
alimentar. Estas emissões, mediadas por reações químicas e relações sociais, 
culturais, econômicas e de poder, resultarão tanto nos diferentes níveis de 
contaminação dos seres humanos e ecossistemas, como nos diferentes níveis 
de capacidade de resposta social ao problema. Isto implica que os processos 
decisórios sobre riscos químicos com vistas à governança não podem 
ser realizados tendo-se por base somente as limitadas predições técnico-
científicas, exigindo-se que considerações acerca dos inúmeros aspectos 
apontados, assim como, também, os inerentes valores e interesses em jogo, 
façam parte dos mesmos, complementado os aspectos de políticas públicas 
(FUNTOWICZ; RAVETZ, 1993). Como observam De Marchi & Ravetz (1999), 
muitosdos novos riscos, como os de origem química, combinam extremas 
incertezas com possibilidade de danos extensivos e irreversíveis, exigindo 
novas formas de processos decisórios. 
Para que novas abordagens e novos processos decisórios sejam minimamente 
viáveis, particularmente no contexto dos países em industrialização, devemos 
considerar o conceito de vulnerabilidade (HORLICK-JONES, 1993). Para nós, 
a vulnerabilidade deve ser subdividida em duas, que se inter-relacionam. 
A primeira refere-se à vulnerabilidade populacional (MORROW, 1999) e 
relaciona-se à existência de grupos populacionais vulneráveis, de acordo com 
suas características em termos de status social, político e econômico, etnicidade, 
gênero, incapacidade, idade etc., sendo isto derivado de variadas formas e 
níveis de exclusão social. A segunda refere-se à vulnerabilidade institucional 
(BARRENECHEA, 1998) e relaciona-se ao funcionamento da sociedade em 
150
termos das políticas públicas, processos decisórios e das instituições que 
atuam nos condicionantes estruturais ou pressões dinâmicas que propiciam 
ou agravam as situações e eventos de riscos. No Brasil, consideramos que 
muito ainda deve ser feito, a fim de que a segurança química na sua interface 
com a governança possa ser realizada, especialmente quando se considera 
que no atual contexto o Estado vem sendo continuamente desestruturado, 
tornando-se incapaz de controlar e prevenir os problemas de origem química, 
caracterizando uma vulnerabilidade institucional. Este quadro é agravado 
pelo fato de determinados grupos sociais estarem sendo expostos a substâncias 
químicas em situações sociais e ambientais precárias, caracterizando uma 
vulnerabilidade populacional. 
Nesta perspectiva, a governança só poderá florescer se fundada em um forte 
compromisso com os princípios de equidade e democracia baseados na 
sociedade civil. Os princípios da governança se encontram em consonância 
com as perspectivas da saúde coletiva, devendo orientar as decisões e ações 
para o setor saúde no Brasil, particularmente quando envolvem questões 
ambientais, em que o leque de atores e interesses heterogêneos se amplia. 
Segurança química e governança na realidade brasileira 
O Brasil, dentre outros países em industrialização, como Índia e México, 
sofreu um processo de intensificação de seu crescimento econômico entre os 
anos 60 e 80 mediante grande endividamento externo – se encontra entre os 
países com maior dívida externa –, aumento da participação de indústrias 
multinacionais no processo de industrialização e forte intervenção do Estado 
na economia. Em 1990, dentre os segmentos constituintes do setor industrial, 
o químico representava cerca de 19% da produção do país. De acordo com a 
Pesquisa Industrial Anual do IBGE (Fundação Instituto Brasileiro de Geografia 
e Estatística), ano de 1997, do total da receita líquida de vendas de todo o setor 
industrial brasileiro, a indústria química respondeu por cerca de 22% (IBGE, 
1997) e na atualidade ocupa um lugar de destaque no mundo, encontrando-se 
em oitavo lugar. 
No Brasil, o modelo de desenvolvimento econômico adotado, sustentado 
pela ausência de um sistema político democrático – particularmente entre 
os anos 60 e 80 – e grandes transformações na sociedade, combinando 
concentração de capital, exploração da mão-de-obra e abandono ou omissão 
do poder público no controle e prevenção dos riscos químicos, resultou em 
rápida e desordenada industrialização. Paralelamente, ocorreu um intenso 
e incontrolado processo de urbanização, acompanhado de grande fluxo 
migratório do campo e das regiões mais pobres para os grandes centros 
urbanos, relegando ao plano secundário os problemas sociais, humanos ou 
ambientais (BECKER; EGLER, 1993). Uma das consequências desse processo 
foi o assentamento de parte dessas populações pobres e com baixo nível de 
escolaridade, que migraram do campo na busca de melhores condições de 
vida e trabalho, nas áreas periféricas dos grandes centros urbanos, passando 
151
a viver em condições precárias e sem acesso aos bens e serviços básicos de 
saneamento, saúde e educação. Situação similar, em termos de condições 
precárias de vida e trabalho, ocorreu também para aqueles que ficaram nas 
áreas rurais. O resultado foi a constituição de padrões inferiores de segurança 
e de proteção ambiental e à saúde não só no nível internacional, mas também 
no nível interno dos países de economia periférica, definindo, assim, as áreas 
salubres e seguras e as insalubres e inseguras (BARBOSA, 1992; GUILHERME, 
1987; TORRES, 1993). 
Nas áreas rurais, são bem conhecidos os casos de contaminação por agrotóxicos 
de trabalhadores e de suas famílias, bem como moradores das áreas próximas 
expostos à contaminação ambiental (águas, ar e solos) e da cadeia alimentar, 
num circuito de complexas interações químicas e sociais. Tendo origem também 
nos problemas estruturais resultantes dos modelos de desenvolvimento 
adotados no país, a ausência de uma política de reforma agrária e de oferta 
de trabalhos estáveis contribuiu para fluxos migratórios do campo não só 
para as cidades, mas também para áreas de mineração, caso dos garimpos de 
ouro na região amazônica. Se, por um lado, as atividades de mineração do 
ouro fornecem a maior taxa de empregos da região (10,7%), coexistindo com 
precárias condições sanitárias e um quadro de doenças endêmicas como a 
malária e a leishmaniose, por outro, tais atividades vêm resultando na intensa 
degradação do meio ambiente e profunda desorganização e exclusão social 
(MMA, 1995). Frequentemente, trata-se de atividade ilegal que envolve força 
de trabalho precarizada, não qualificada, móvel e sem direitos trabalhistas 
– algumas vezes envolvendo até o trabalho escravo –, que se organiza em 
núcleos, em torno das minerações, e estabelecem interfaces entre as formas 
de exploração mecanizadas das empresas e as manuais dos garimpeiros. Pelo 
fato de, em grande parte, as técnicas adotadas serem rudimentares, acabam 
por empregar grandes quantidades de mercúrio (Hg), resultando em elevados 
níveis de poluição do ar, sedimentos e águas dos rios, contaminando os 
trabalhadores garimpeiros e de casas de queima. Além destes trabalhadores, 
populações urbanas que vivem próximas a casas de queima e aos garimpos, 
bem como as ribeirinhas, acabam, por interações ambientais e vias diretas ou 
indiretas, sendo contaminadas com metilmercúrio (CÂMARA; COREY, 1993; 
MMA, 1995). 
A complexa trama social que envolve a atividade de mineração do ouro 
se conjuga com a complexidade ambiental associada à capacidade de 
biotransformação do Hg para sua forma mais tóxica – o metilmercúrio. Isto é 
agravado pelas incertezas oriundas tanto da ausência de dados científicos sobre 
o seu comportamento em ambientes tropicais, bem como as relacionadas aos 
problemas que poderão ocorrer com o ciclo do mesmo devido às mudanças 
climáticas globais que poderão contribuir para enriquecer a remobilização e 
bioacumulação deste agente químico. O resultado será o aumento do risco de 
exposição pela exalação deste agente, convertendo-se em bombas químicas 
de tempo (NRIAGU, 1999). 
152
Nos grandes centros urbanos os problemas de origem química se manifestam 
de diversas formas, indo da produção em pequenas indústrias – como no 
caso das fábricas ou reformadoras de baterias – e grandes indústrias do setor 
químico – envolvendo as químicas, petroquímicas e petroleiras –, até o destino 
final dos resíduos químicos. Um dos mais conhecidos e paradigmáticos casos 
de contaminação ambiental por resíduos perigosos envolvendo a combinação 
de vulnerabilidade institucional e populacional é o da Cidade dos Meninos, 
no Município de Duque de Caxias, Rio de Janeiro. Neste local houve, em 
1954, o fechamento de uma fábrica do Ministério da Saúde (MS), ocorrendo 
o abandono de cerca de setecentas toneladas de resíduos da produção de 
HCH (grau técnico) utilizados em campanhas contra a malária. Esta área é 
hoje habitada por cerca de1.500 pessoas e os resíduos foram encontrados 
em todos os segmentos ambientais, nos habitantes e biota locais em níveis 
extremamente elevados (OLIVEIRA et al., 1995). 
Outro sério problema se refere às pequenas fábricas que empregam substâncias 
químicas, muitas de fundo de quintal. Reformadoras de baterias, por exemplo, 
se localizam, em sua quase totalidade, em áreas residenciais e comerciais em 
que vivem populações de baixa renda. Estas indústrias empregam, em geral, 
perto de dez trabalhadores, caracterizados por possuírem baixa escolaridade 
e nenhum tipo de treinamento e informações quanto aos riscos e às atitudes 
de proteção e segurança que deveriam ser tomadas. Suas instalações 
são inadequadas e utilizam um processo de trabalho simples e arcaico, 
provocando a contaminação por chumbo não apenas dos trabalhadores, mas 
atingindo também as áreas em torno e populações circunvizinhas (SILVA; 
MATTOS, 1999). Funcionam com elevados custos marginais, ficando ao 
largo dos programas de incentivos econômicos relacionados a melhorias de 
desempenho ambiental; raramente são alvos de fiscalização pelos órgãos 
públicos que, no atual quadro, se atuassem efetivamente, poderiam acirrar a 
crise social pelo possível fechamento das mesmas, resultando no aumento do 
número de desempregados. 
Diferentemente dos exemplos anteriores, os casos de poluição crônica 
e acidentes nas grandes indústrias têm, frequentemente, envolvido os 
trabalhadores da indústria química, que possuem alto nível de qualificação 
técnica, educação formal e maior capacidade de organização local – pelos 
sindicatos – e nacional e, por conseguinte, maior poder de mobilizações 
e pressões sociais. Apesar dos eventuais limites desta participação, 
algumas experiências ocorridas na década de 90, como a participação 
destes trabalhadores em acordos e comissões nacionais que envolveram e 
vêm envolvendo, de maneira conjunta, representantes das indústrias e do 
governo, como nos casos do benzeno, da norma sobre vasos e caldeiras, 
e ainda sobre a construção de uma legislação nacional sobre os acidentes 
industriais ampliados demonstraram a possibilidade de se produzirem 
processos decisórios mais democráticos e na perspectiva da governança. 
153
Tendo como referência os casos citados, podemos considerar que houve no 
Brasil um crescimento dos problemas relacionados à segurança química em 
uma intensidade e amplitude maior do que a capacidade do Brasil enfrentá-
los. Neste contexto, a reconhecida complexidade socioambiental do Brasil 
associada às vulnerabilidades populacional e institucional, vem, por décadas 
seguidas, propiciando a utilização indiscriminada dos recursos naturais e sua 
contaminação pela coexistência de modos de produção arcaicos com os de 
tecnologia avançada, resultando em diferentes formas e níveis de inserção 
social e poluição química. 
Hoje, a gestão da segurança química no Brasil pelos governos federal, 
estadual ou municipal, vem sendo desenvolvida de maneira ineficiente e com 
pouca integração entre os vários setores e grupos sociais envolvidos, tendo 
como consequências o conflito de competências entre diferentes órgãos dos 
governos, omissões e a falta de capacidade instalada de recursos humanos e 
técnicos, mormente no que se refere à proteção da saúde e do meio ambiente. 
Embora o arcabouço legal disponível possa ser considerado relativamente 
vasto, na prática não se mostra factível frente à contínua desestruturação dos 
órgãos de governo, sendo isto em parte o resultado das descontinuidades das 
políticas públicas e da falta de recursos financeiros para os setores ambiental 
e de saúde. 
No atual contexto, políticas autorregulatórias, como a certificação pela 
norma ISO 14.000 ou programas voluntários como o Atuação Responsável 
da indústria química, correm o risco de substituir de forma inapropriada 
a carência de políticas públicas. Ainda mais quando se considera que, 
com a relativa estagnação econômica das últimas duas décadas, aliada ao 
desemprego estrutural inerente ao modelo de desenvolvimento econômico 
atualmente em vigor, a exclusão social vem se acentuando e reduzindo o 
poder de pressão da sociedade, mesmo dos trabalhadores industriais, um 
importante grupo social de pressão na questão da segurança química e que 
tiveram papel ativo e fundamental em alguns exemplos apresentados, os 
quais minimamente atendiam aos princípios para a governança. 
 
Conclusão 
O Estado no Brasil, tanto quanto em outros países em industrialização, tem 
caminhado em um sério e perigoso processo de deterioração, com crescente 
alienação e indiferença às necessidades e demandas da população. Em um 
contexto como este, Finkelman (1996) observa que se torna premente a 
redefinição do papel do Estado em cada um dos níveis e ações que concernem 
à segurança química, em particular nas áreas que possuem responsabilidades 
mais diretas em relação ao tema, como as instituições que proveem diretamente 
atenção à saúde das populações e as que são responsáveis pelo controle e a 
proteção do meio ambiente. 
154
A segurança química, como um sério problema a ser enfrentado por países 
como o Brasil, coloca a necessidade e o desafio de se constituírem novos 
arranjos societários nos níveis global, regional, nacional e local em busca de 
um modelo de desenvolvimento sustentável que tenha por base a equidade e 
a democracia. Outro desafio é se constituir, concomitantemente, uma ciência 
mais contextualizada na nossa realidade, baseada em abordagens integradas 
e participativas que possam incluir a análise de reações químicas, físicas e 
biológicas combinadas com reações sociais, políticas, culturais, éticas e morais, 
contribuindo para a busca de soluções mais amplas e duradouras. 
A segurança química não é um tema descontextualizado do mundo atual, 
em que a maioria da população do planeta vive excluída dos benefícios da 
modernização/globalização. Esta mesma população, no papel que lhe cabe na 
divisão internacional do trabalho, vem arcando com os riscos de um modelo 
de desenvolvimento iníquo em sua natureza e dinâmica. Poucas tentativas têm 
sido realizadas em anos recentes para retificar tal situação. Ainda que possa se 
considerar que muitos indicadores de progresso social – mortalidade infantil, 
educação, expectativa de vida e nutrição – melhoraram significativamente em 
termos de médias globais, milhões de pessoas no planeta, expostos à poluição 
química, ainda vivem a ausência de água potável e saneamento (CGG, 1995).
 
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https://projetoacademico.com.br/resumo-critico/
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