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Perícia Forense I
Aula 7 - Reprodução simulada e impressão
papiloscópica
INTRODUÇÃO
Nesta aula, analisaremos as condicionantes e metodologias necessárias para que seja realizada a reprodução
simulada, com elementos sólidos de valor probante e convincentes.
Além disso, iniciaremos o exame sobre os tipos de impressão papilares encontrados em locais de exame pericial.
OBJETIVOS
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De�nir conceitos, metodologias e planejamento para a realização da Reprodução Simulada.
Analisar os conceitos envolvidos na papiloscopia e iniciar o conceito de identi�cação humana pelas impressões
papilares.
Classi�car as impressões produzidas pelas papilas dérmicas.
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PREMISSA
Leia a reportagem a seguir, publicada no G1-Rio, em 08 de fevereiro de 2017:
Fonte: http://g1.globo.com/rio-de-janeiro/noticia/policia-faz-reproducao-simulada-de-morte-de-embaixador-grego-no-
rj.ghtml (glossário)
A reportagem anuncia a realização de um tipo muito particular de exame pericial, a Reprodução Simulada, que exige
um planejamento especí�co e detalhado por parte do perito criminal.
Esse exame, previsto no CPP, tem por objetivo veri�car a possibilidade do fato infracional ocorrer de determinada
maneira, devendo o perito dirimir eventuais dúvidas que tenham surgido no curso da investigação.
Fonte:
Vamos entender o que é esse exame?
Reprodução Simulada
Começaremos nossa re�exão sobre o tema, abordando uma questão meramente semântica, em que o termo
reconstituição, algumas vezes, é utilizado para se referir ao exame de reprodução simulada.
Contudo, já é consagrado no meio pericial que a expressão reconstituição não representa o trabalho realizado durante
uma reprodução simulada (glossário), uma vez que a palavra reconstituição signi�ca “formar de novo”, “restabelecer”
que, no crime, não seria possível. Desse modo, o trabalho realizado durante o exame limita-se a simular a cena em que
ocorreu o fato e não a reproduzi-lo.
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A reprodução simulada encontra amparo como fundamentação legal, no art. 7º, do Código de Processo Penal, que diz:
Art. 7º do CPP para veri�car a possibilidade de haver a infração sido
praticada de determinado modo, a autoridade policial poderá proceder
à reprodução simulada dos fatos desde que esta não contrarie a
moralidade ou a ordem pública.
O legislador a�rma que a autoridade policial poderá proceder, tornando a reprodução simulada, portanto, um
procedimento facultativo na fase de inquérito policial. Apesar disso, hoje, é amplamente utilizada e requisitada por
promotores de Justiça, magistrados e advogados das partes.
Desse modo, é, por de�nição, corpo de delito facultativo, complementar, misto, que se louva em informações subjetivas
prestadas por pessoas envolvidas no evento a ser apurado (vítimas, indiciados, testemunhas, informantes, autores,
coautores), em que as declarações são confrontadas com os elementos técnicos resultantes do fato.
O art. 13, parágrafo único, do CPPM, completa o conceito, acrescentando que a autoridade policial poderá proceder à
reprodução simulada dos fatos desde que, também não atente contra a hierarquia ou a disciplina militar.
Art. 13 - Parágrafo único. Para veri�car a possibilidade de haver sido a
infração praticada de determinado modo, o encarregado do inquérito
poderá proceder à reprodução simulada dos fatos, desde que esta não
contrarie a moralidade ou a ordem pública, nem atente contra a
hierarquia ou a disciplina militar.
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A reprodução simulada visa veri�car a possibilidade da infração ter sido praticada de determinado modo, objetivando,
também, esclarecer as possíveis obscuridades, omissões ou contradições surgidas durante o procedimento
investigatório, para dirimir dúvidas existentes entre depoimentos, perícias e outras informações con�ituosas.
Atenção!
, É importante que o objetivo central de uma reprodução simulada seja a coleta de dados subjetivos (versões das pessoas
envolvidas), a �m de serem confrontados com os vestígios materiais coletados quando do exame pericial do local do crime., , É
importante também ressaltar que a reprodução simulada requerida sem que anteriormente tenha sido feito o exame pericial no
local do delito, não inviabiliza a realização do exame. Nesse caso, a reprodução simulada será limitada ao confronto de versões,
analisando tecnicamente a possibilidade lógica e física das alegações das partes envolvidas.
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O perito, com a colaboração da autoridade solicitante, deve adotar algumas providências para garantir o bom
desempenho do trabalho de reprodução, como:
Fonte da Imagem:
Ter a posse dos autos, para permitir que sejam compulsados os registros, relatórios, termos de declarações,
depoimentos, e para que sejam identi�cados o local do evento, as pessoas que participaram do fato, as armas, os
instrumentos, os meios utilizados quando da ocorrência etc.
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Fonte da Imagem:
O estudo preliminar do conteúdo dos autos vai propiciar aos peritos criminais o conhecimento necessário das dúvidas
e contradições existentes nos autos.
Fonte da Imagem:
Promover sempre que possível, uma reunião com a autoridade requisitante da perícia, para dirimir quaisquer dúvidas,
porventura, surgidas.
Fonte da Imagem:
Veri�car a existência, ou não, nos autos, de documento contendo quesitações pertinentes ao esclarecimento técnico
do fato. As autoridades requisitantes devem formular quesitos, apontando as contradições e dúvidas deixadas pelos
depoimentos e por outras informações que instruem o inquérito ou processo.
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Fonte da Imagem:
Marcar dia e hora para a realização da perícia. Não cabe à autoridade requisitante marcar a data para a realização do
exame, pois o perito deve conhecer o conteúdo dos autos e planejar a sua execução. Após as providências
preliminares o perito e a autoridade requisitante devem, de comum acordo, marcar a data de sua realização.
Fonte da Imagem:
O perito deve orientar a autoridade solicitante para que providencie reforço policial, a �m de assegurar o perímetro.
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Para o sucesso da realização da reprodução simulada, cabe ao perito e à autoridade solicitante buscar informações
preliminares e atentar para a legalidade do ato e da viabilidade do procedimento técnico, reunindo dados relativos ao
fato.
O planejamento inclui cuidados que devem ser observados, quando da realização da perícia, para que ela possa se
constituir de elementos sólidos de valor probante e apresente resultados convincentes. Entre os cuidados podemos
destacar:
EVITAR A DECORRÊNCIA DE LAPSO TEMPORAL EXCESSIVO
É desejável que a reprodução simulada seja realizada no menor tempo possível entre a data
do fato investigadoe o exame. Desse modo, as chances de que sejam perdidos, esquecidos,
ou simplesmente trocados fatos relevantes ao evento são menores.
NÃO PERMITIR QUE PESSOAS ESTRANHAS AO ATO ACOMPANHEM OS TRABALHOS
RECONSTITUTIVOS
Essas pessoas poderão perturbar a naturalidade do comportamento dos participantes.
Estes deverão agir livremente, sem que sejam sugestionados ou induzidos.
OS ATOS RECONSTITUTIVOS DEVERÃO SER EFETIVADOS NO PRÓPRIO LOCAL DO
EVENTO
Deve-se reproduzir as mesmas condições em que ocorreu o fato, como horário, claridade ou
escuridão natural, condições atmosféricas etc.
A AUTORIDADE SOLICITANTE DEVE PROVIDENCIAR O MATERIAL
Arma, instrumentos, veículos etc., utilizado na prática do feito, assim como a presença das
pessoas que nele atuaram, no local da reprodução, no dia da sua realização. Os policiais que
atuarão como �gurantes devem ser escolhidos de acordo com o biotipo e as características
físicas dos atores da infração que irão representar.
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Para a efetivação da diligência há uma sequência que deve ser adotada:
Fonte da Imagem:
Antes de iniciar o trabalho, o perito deve reunir as pessoas que participarão do ato (seus agentes, membros do
Ministério Público, indiciados, autores, testemunhas, informantes e advogados), para esclarecer que o rito não permite
a interferência de qualquer pessoa que busque desquali�car o que for declarado pelos envolvidos, interrompendo-os.
Contudo, a autoridade requisitante, o promotor, o magistrado, o advogado, se presentes no local, precisam se
posicionar próximos do perito e do depoente, de maneira a ouvir o que falam e ver as cenas que estarão sendo
montadas pela versão.
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Fonte da Imagem:
As pessoas envolvidas no fato, objeto da perícia de reprodução, devem ser ouvidas em separado, colocando-se as
demais distantes do local, em áreas que não possam ouvir ou visualizar o que se passa durante a execução dos
exames. A autoridade policial deverá providenciar o isolamento completo e individual de cada um, sem qualquer tipo de
comunicação externa como celulares e outros.
Fonte da Imagem:
Os peritos devem registrar cena por cena da realização do feito, utilizando os recursos fotográ�cos e de gravação em
vídeo.
Fonte da Imagem:
Dias antes da diligência técnica, se possível, deve o perito comparecer ao local, objetivando conhecer topogra�a e
condições.
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Fonte da Imagem:
Na oitiva das declarações dos envolvidos, o perito deve determinar que cada um informe sua versão do fato,
registrando o posicionamento e possível movimentação da pessoa, evitando interferir no seu depoimento.
O resultado �nal da reprodução simulada é o próprio laudo. A baixo elencamos os principais tópicos que devem
integrar um laudo de reprodução simulada.
PREÂMBULO
Esse é um tópico comum aos demais laudos, devendo constar um cabeçalho com
informações acerca do Instituto de Criminalística, número da ocorrência ou número do
laudo, tipo do exame (laudo de reprodução simulada em local de – homicídio, atropelamento
etc.), data da realização do fato, designação dos peritos, relato de quem fez a requisição.
HISTÓRICO
O histórico é um pequeno relato contendo informações sobre a data em que foi realizado o
exame, o endereço pormenorizado, o horário em que os peritos compareceram ao local,
seguido pelo texto “onde passaram a realizar os exames de reprodução simulada em local
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de homicídio (ou outro), da forma que se segue”.
OBJETIVO DA REPRODUÇÃO SIMULADA
Nesse tópico será relatado o que foi solicitado pela autoridade requisitante, quais as dúvidas
existentes sobre os fatos a serem esclarecidas e os quesitos a serem respondidos.
PROCEDIMENTOS
Serão descritos os procedimentos adotados pelos peritos e será relacionado todos os
pro�ssionais envolvidos na reprodução simulada, começando pela equipe de perícia até o
possível advogado de parte que se faça presente.
DESCRIÇÃO DO LOCAL
Será descrito com minúcias todas as características do local, tais como relevo do terreno, se
área urbana ou rural, se aberta, se possui edi�cações, se em via pública, se existe
iluminação arti�cial, as condições do tempo em que ocorreu o exame, vias de acesso,
acidentes geográ�cos etc.
DAS VERSÕES
Aqui deverá ser relatada a versão de cada ator da infração em subtópicos separados,
contendo todas as informações que ele apresentou durante a reprodução. Nesse tópico, o
perito deverá utilizar sua própria linguagem para relatar a versão. É importante ressaltar que
os peritos devem se restringir ao relato da versão, evitando-se a tendência de fazer
antecipadamente alguma interpretação ou análise dos fatos narrados.
CROQUIS E FOTOGRAFIAS
Nesse tópico será feita uma descrição dos croquis, esquemas e legendas para as
fotogra�as, que geralmente são colocados como peças anexas ao �nal do laudo. Por outro
lado, as fotogra�as, podem ser inseridas na sequência de cada texto.
ANÁLISE DAS VERSÕES
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Nesse tópico os peritos farão um exame de coerência das informações colhidas nas
versões durante a reprodução simulada e os demais elementos de ordem pericial ou
subjetivo que já faziam parte dos autos.
CONCLUSÃO
A conclusão de um laudo de reprodução simulada será um resumo das observações feitas
na análise das versões.
PAPILOSCOPIA: IMPRESSÕES PAPILOSCÓPICAS ENCONTRADAS EM
LOCAIS DE CRIME
A papiloscopia ou datiloscopia é um método de identi�cação policial/judiciário, estruturado em bases cientí�cas e
experimentais, organizados em sistemas precisos, praticáveis e de uso corrente nos órgãos policiais. É o estudo das
papilas dérmicas, em geral existentes no corpo humano. As partes mais importantes para a perícia são:
Vamos examinar os postulados da papiloscopia:
PERENIDADE
Os desenhos formados pelos sistemas de linhas que compõem as impressões digitais,
especialmente aquelas localizadas nas extremidades dos dedos, permanecem os mesmos
desenhos desde o seu aparecimento, ao sexto mês de vida intrauterina, até a decomposição
do corpo, após a morte.
Apesar dos desgastes naturais veri�cados em decorrência da passagem dos anos, bem
como os provocados pelo manuseio cotidiano de substâncias químicas (óleos, graxas,
ácidos, cimentos), que causam danos à epiderme, também conhecidos como estigmas
pro�ssionais, tão logo seja suspenso o manuseio dessas substâncias, os desenhos digitais
a�oram novamente.
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IMUTABILIDADE
Os desenhos papiloscópicos das palmas das mãos, dos plantares, e das extremidades dos
dedos não se modi�cam, nem mesmo patologicamente.
Em determinados casos de queimadura na pele, que levantam uma camada de pele ou
ocasionam o aparecimento de bolhas, tão logo seja recuperada a pele, retornam os mesmos
desenhos.
Cabe salientar que, em determinados cortes produzidos por lâminas a�adas, em que o corte
só atingiu a epiderme (parte super�cial da pele), não deixará cicatriz, assim, não haverá
modi�cação dos desenhos. Contudo, em corte mais profundos, em que a derme é atingida,
�cará cicatriz permanente, pois a derme é a matriz, onde �cam os desenhos que são
exteriorizados pela epiderme.
VARIABILIDADE
Os desenhos papiloscópicos das palmas das mãos, dosplantares, e das extremidades dos
dedos são sempre diferentes de dedo para dedo, de mão para mão, de indivíduo para
indivíduo. Ao longo dos anos, cientistas vêm estudando os desenhos papilares, e consagrou-
se a impossibilidade de dois indivíduos terem os mesmos desenhos digitais com todas as
minúcias existentes em ambas.
INDIVIDUALIDADE
Deste o sexto mês de vida intrauterina, os desenhos digitais começam a se formar nos
fetos. Esses desenhos permanecem por toda a vida e só desaparecem após a morte, com
putrefação do cadáver. Cada pessoa possui desenhos próprios e individuais, quer dizer,
constituem formas inconfundíveis e que servem para identi�car um indivíduo entre milhões
de outros, sem a menor dúvida e sem possibilidade de erros. São diferentes entre membros
de uma mesma família, não se transmite por hereditariedade e são diferentes também entre
os gêmeos.
IMPRESSÕES PLANTARES
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Fonte da Imagem:
Em um local de crime examinado por peritos criminais, nenhum vestígio poderá ser deixado de ser examinado. Nesse
contexto da investigação criminal, se destacam as impressões plantares, também denominadas pegadas.
Fonte:
Pegada é toda marca ou impressão produzida no solo ou em outros suportes (portas, janelas, paredes) pelo pé calçado
ou descalço.
Pegadas
As pegadas podem �car marcadas na terra ou em outras substâncias capazes de receber impressão de pé calçado ou
desnudos (descalço).
Para uma adequada coleta de impressões plantares é preciso que o técnico tenha conhecimento da anatomia do pé.
Esse detalhe é de grande importância, pois ele deverá saber, ao analisar a pegada, se quem a produziu tem algum
defeito físico no pé, além de outras informações relevantes que poderão ser obtidas.
Fonte: Del-Campo (2008)
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A planta do pé, na face inferior, é cavada em forma abobadada e se assenta no solo em três pontos de apoio, conforme
classi�cado na imagem, que são:
Na região do calcanhar Na região externa do pé Na região anterior
Saiba mais
, A podoscopia é a ciência que estuda a planta do pé, tendo por objetivo estabelecer a identidade humana por meio das papilas
dérmicas. As papilas dérmicas que envolvem os pés, principalmente as que �cam sob eles, são grossas e obedecem aos mesmos
postulados da papiloscopia (imutabilidade, variabilidade e perenidade dos desenhos e pontos característicos).
FLUXOGRAMA DAS IMPRESSÕES PLANTARES
A identi�cação humana por intermédio do plantar
No plantar, as extremidades dos artelhos são os que realmente apresentam desenhos os mais variados e, desse modo,
é um elemento de identi�cação assim como os dedos das mãos.
A identi�cação humana por meio da impressão plantar é bastante difícil, porém as pegadas têm alto valor
criminalístico, possibilitando ao perito constatar que o suspeito esteve na cena do crime.
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Classi�cação dos tipos de pés
Das classi�cações apresentadas no �uxograma anteriormente, vimos que existem três tipos: seco e plano, seco e
arqueado, cheio e plano. Ou seja, temos dois pares de características predominantes: ele é cheio ou seco; ele é plano
ou arqueado.
CHEIO E SECOS
A diferença entre eles é que os cheios possuem o dorso elevado e os secos, rebaixado.
PLANOS E ARQUEADOS
Também conhecidos como pés chatos, dizem respeito às plantas dos pés, que se assentam
de forma parelha sobre a superfície de contato, e os arqueados, em face de sua geometria,
descarregam-se em sua parte anterior e posterior.
PRINCIPAIS ANOMALIAS DOS PÉS
Fonte da Imagem:
Pés varus
São aqueles cujas extremidades frontais se apresentam voltadas para dentro e descarregam a maior parte do peso em
suas laterais externas, o que pode estar associado à geometria das pernas, popularmente conhecido como andar de
cowboy.
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Fonte da Imagem:
Pés valgos
Consiste em uma alteração na linha de distribuição de peso na região calcânea, causando uma proeminência do
calcâneo para fora do corpo, que projeta o tendão de Aquiles para a parte interna do corpo, popularmente conhecido
como pés espalhados.
Fonte da Imagem:
Pés digitígrados
Consistem naqueles que deixam suas marcas somente na parte da frente, uma vez que a pisada é realizada com a
parte anterior do pé.
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Fonte da Imagem:
Pés talos
São aqueles cuja geometria arqueada de suas plantas só permite a impressão da parte anterior e posterior dos pés.
Fonte da Imagem:
Pés normais
Produzem pegadas em que é possível observar os três pontos de apoio (região do calcanhar, região externa do pé e
região anterior), com o formato similar ao mostrado na imagem.
Dinâmica da ação do criminoso
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O perito criminal no local de crime, ao encontrar pegadas e examiná-las, veri�cará se são pegadas estáticas ou
dinâmicas. As disposições das pegadas e do sapateado indicam o caminho percorrido pelo criminoso e pela vítima, na
cena do crime.
PEGADAS ESTÁTICAS
Em situações de parada, normalmente, veri�ca-se a presença das pegadas de ambos os pés
posicionados lado a lado, com impressão homogênea e mais profunda do que aquelas
deixadas durante movimentação.
Nas pegadas estáticas (pessoa parada) deve-se veri�car:
• Se os dois pés estão um ao lado do outro. Nesse caso deve-se indagar se houve
interrupção da caminhada. De onde, ou de qual direção veio. Que direção tomou após a
parada;
• Veri�car a presença de pontas de cigarro, palitos de fósforo queimados, latas de
refrigerantes ou cervejas, invólucros de balas, chicletes mascados e outros vestígios
que indiquem permanência;
• Pegadas numerosas, distribuídas de maneira aleatória, poderão indicar nervosismo da
pessoa que ali parou, podendo corresponder a várias hipóteses como o estado
nervosismo e ansiedade da pessoa que produziu as pegadas, indicando sua
locomoção de um lado para outro ou até mesmo em círculos;
• Diversas pegadas em um local não só denotam a parada de uma pessoa na cena, mas
também podem indicar a presença de várias pessoas na cena do crime. Nesse caso,
recomenda-se examinar suas dimensões, profundidades, peculiaridades da pisada, de
onde vieram e para onde vão.
PEGADAS DINÂMICAS
O exame das pegadas fornece características típicas do caminhar de determinadas pessoa.
Quando o indivíduo anda, tem uma direção (sentido) ao longo de uma linha reta, também
chamada de linha de direção, que é a linha da qual a pegada se apresenta simetricamente,
representado pela linha tracejada em azul na imagem a seguir.
• A linha do pé é de�nida como a linha perpendicular às linhas que tangenciam as curvas
da frente e de trás de uma pegada, representada pela linha em preto na Ilustração 2.
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• O ângulo do passo é o ângulo produzido pela continuidade da linha do pé até encontrar
a linha de direção. É a inclinação formada entre a linha de direção e a linha do pé. Para
os homens, costuma variar entre 30º e 32º e nas mulheres entre 26º a 28º.
• O comprimento do passo é de�nido pela medida entre duas pegadas, ou seja, é a
distância compreendida entre o ponto médio do calcanharde uma pegada com o
ponto médio do calcanhar da outra pegada. O comprimento do passo em adultos pode
variar entre 70 a 75 cm. Medidas com 80 cm ou mais sugerem que a pessoa que as
produziu tinha pernas longas ou andava apressadamente, podendo estar correndo,
porém, se ultrapassar o comprimento de 90 cm, provavelmente, quem as produziu
estava correndo.
• Na largura do passo, a medida é realizada da mesma maneira que no comprimento do
passo, contudo, o referencial é o ponto médio das curvas da frente das pegadas. Em
adultos a largura do passo costuma variar entre 40 a 45 cm.
Impressões digitais
Os desenhos das cristas papilares são individuais, com particularidades e as mais completas variedades de �guras
que garantem a sua individualidade, não havendo dois indivíduos com desenhos e características idênticas, mesmo
entre dois dedos da mesma pessoa. Essas impressões são imutáveis, evidenciando-se desde o sexto mês de vida
intrauterina, e permanecendo invariáveis até depois da morte, podendo o desenho individual ampliar-se com o
crescimento, mas nunca mudar.
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Existem vários processos de identi�cação, formulados e estabelecidos ao longo da história por pesquisadores que
utilizaram diferentes métodos e parâmetros, porém o sistema datiloscópico de Vucetich, criado pelo cientista Juan
Vucetich Kovacevich, enquanto trabalhava para a Polícia da província de Buenos Aires, tornou-se o mais e�ciente.
O Sistema de Identi�cação através da Datiloscopia de Vucetich, empregado no Brasil desde 1903, utiliza as impressões
digitais dos dez dedos e realiza uma combinação de letras A, I, E, V e dos números 1, 2, 3 e 4, resultando em um
elevado número de fórmulas datiloscópicas.
Fonte:
As letras são empregadas para representar os tipos fundamentais nos polegares e os números os tipos fundamentais
nos demais dedos.
Os tipos fundamentais de Vucetich são representados, abreviadamente, pelos seguintes símbolos:
Podemos dizer que os desenhos digitais são formados por três sistemas de linhas. A base de todo método de
classi�cação gira em torno desses sistemas, que são:
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Classi�cação do Sistema Vucetich
No Sistema de Vucetich existem quatro tipos de desenhos fundamentais que servem de base para toda a classi�cação
datiloscópica. São eles:
CLASSIFICAÇÃO PRIMÁRIA: ARCO (A)
Descrição: o desenho datiloscópico é composto por linhas mais ou menos paralelas, que
vão de uma extremidade à outra do campo digital (não possuem deltas).
CLASSIFICAÇÃO PRIMÁRIA: PRESILHA INTERNA (I)
Descrição: o datilograma tem um delta à direita do observador, constituído de linhas que,
partindo da esquerda, vão ao centro do núcleo, curvam-se e voltam ou tendem a voltar ao
local de partida, formando uma ou mais laçada de perfeita in�exão.
CLASSIFICAÇÃO PRIMÁRIA: PRESILHA EXTERNA (E)
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Descrição: o datilograma tem um delta à esquerda do observador, constituído de linhas que,
partindo da direita vão ao centro do núcleo, curvam-se e voltam ou tendem a voltar ao local
de partida, formando uma ou mais laçada de perfeita in�exão.
CLASSIFICAÇÃO PRIMÁRIA: VERTICILO (V)
Descrição: o datilograma é composto por dois deltas, um à esquerda e outro à direita do
campo digital, tendo um núcleo de forma diversa e, pelo menos, uma linha livre e curva à
frente de cada delta.
Subclassi�cação dos datilogramas
Classi�cação Primária
Arco
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Fonte da Imagem:
Subclassi�cação: Plano
É o arco desprovido de quaisquer alterações em sua formação, com linhas quase retas ou levemente curvas, paralelas,
que, partindo de um lado da falangeta, fazem uma pequena curvatura no centro e vão terminar do lado oposto.
Fonte da Imagem:
Subclassi�cação: Bifurcado Interno
É aquele que apresenta em uma mesma linha uma bifurcação à direita do observador.
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Fonte da Imagem:
Subclassi�cação: Bifurcado Externo
É aquele que apresenta em uma mesma linha uma bifurcação à esquerda do observador.
Fonte da Imagem:
Subclassi�cação: Angular
Também chamado de pirâmide, é formado por linhas mais ou menos paralelas que vão de uma extremidade a outra do
datilograma e fazem uma ascensão no centro do desenho digital, com curvatura das linhas, em acentuado valor
angular, chegando a se parecer com uma pirâmide ou um triângulo.
Classi�cação Primária
Presilha
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Fonte da Imagem:
Subclassi�cação: Invadida
Possuem algumas linhas que invadem ou tendem a invadir outras linhas normais, formadora de laçada.
Fonte da Imagem:
Subclassi�cação: Dupla
Desenhos digitais em que aparecem duas presilhas distintas, com dois deltas.
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Fonte da Imagem:
Subclassi�cação: Ganchosa
É a presilha cujas laçadas apresentam-se em forma de gancho, com uma in�exão oblíqua ao delta.
Classi�cação Primária
Verticilo
Fonte da Imagem:
Subclassi�cação: Circular
É o verticilo que tem na formação do núcleo pelo menos um círculo livre.
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Fonte da Imagem:
Subclassi�cação: Espiral
É o verticilo que tem na formação do núcleo, linhas que con�guram uma espiral para direita ou para a esquerda.
Fonte da Imagem:
Subclassi�cação: Espiral duplo ou vorticiforme
É o verticilo que tem na formação do núcleo, linhas duplas que con�guram espiral para a direita ou para a esquerda.
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Fonte da Imagem:
Subclassi�cação: Ovoidal
Quando a con�guração do seu núcleo tem a semelhança de uma elipse alongada; pode ser inclinada para a direita ou
para a esquerda.
Fonte da Imagem:
Subclassi�cação: Sinuoso
É o verticilo que tem na formação do núcleo uma ou mais laçadas formadas por linhas sinuosas.
ATIVIDADES
Questão 1: A análise de impressões e marcas deixadas no local de crime é uma das formas de levantamento pericial
realizado pelo perito criminal. Observe a ilustração a seguir e responda o que se pede:
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a) Descreva a possível dinâmica em que ocorreu o fato. Lembre-se de estabelecer a direção adotada pelos
personagens envolvidos antes e após o fato retratado na cena.
Resposta Correta
b) Trace a linha de direção e a linha do pé de cada rastro.
Resposta Correta
c) Represente o ângulo, comprimento e largura dos passos.
Resposta Correta
d) Os comprimentos dos passos mediram valores que variavam entre 90 a 95 cm para um dos personagens. A que
conclusão você chegaria diante dessa informação?
Resposta Correta
Questão 2: Em se falando da Reprodução Simulada em inquérito policial, assinale a alternativa ERRADA:
a) É utilizada para veri�car a possibilidade de haver sido a infração praticada de determinado modo.
b) A reproduçãosimulada dos fatos não poderá ser realizada caso contrarie a moralidade.
c) A reprodução simulada não poderá ser realizada sem que anteriormente tenha sido feito o exame pericial no local do delito.
d) O solicitante dos exames deverá remeter previamente ao perito documento contendo quesitações pertinentes ao
esclarecimento técnico do fato.
e) O perito deve orientar à autoridade solicitante para que providencie reforço policial, a �m de assegurar o perímetro.
Justi�cativa
Questão3: Podemos destacar as seguintes ações que o perito deve adotar para a realização da Reprodução Simulada,
exceto:
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a) Evitar a decorrência de lapso temporal excessivo.
b) Não permitir que pessoas estranhas ao ato (curiosos, representantes da mídia, familiares etc.) acompanhem os trabalhos
reconstitutivos.
c) Os atos reconstitutivos deverão ser efetivados no próprio local do evento.
d) Ouvir as pessoas envolvidas no fato em público e na presença uma das outras.
e) Na oitiva das declarações dos envolvidos, o perito deve evitar interferir no seu depoimento.
Justi�cativa
Questão 4: São postulados da papiloscopia, exceto:
a) Perenidade.
b) Imutabilidade.
c) Legitimidade.
d) Variabilidade.
e) Individualidade.
Justi�cativa
Questão 5: Marque a alternativa INCORRETA sobre o Sistema de Identi�cação por meio da Datiloscopia de Vucetich:
a) Utiliza o sistema decadatilar em que estuda as linhas papilares dos dez dedos.
b) Nesse sistema, as letras são empregadas para representar os tipos fundamentais nos polegares e os números os tipos
fundamentais nos demais dedos.
c) Arco, presilha interna, presilha externa e verticilo são desenhos fundamentais que servem de base para toda a classi�cação
datiloscópica desse sistema.
d) Desenhos digitais são formados por três sistemas de linhas BASILAR, MARGINAL e NUCLEAR.
e) A ausência de delta é uma característica dos datilogramas do tipo verticilo.
Justi�cativa
Questão 6: Sobre as pegadas dinâmicas existentes no local de exame, é correto a�rmar:
a) Linha do pé é a linha da qual a pegada se apresenta simetricamente ao longo de uma linha reta.
b) Linha de direção é de�nida como a linha perpendicular às linhas que tangenciam as curvas da frente e de trás de uma
pegada.
c) Ângulo do passo é o ângulo produzido pela continuidade da linha do pé até encontrar a linha de direção.
d) Largura do passo é de�nido pela medida entre duas pegadas, ou seja, é a distância compreendida entre o ponto médio do
calcanhar de uma pegada com o ponto médio do calcanhar da outra pegada.
e) Comprimento do passo é de�nido pela medida entre duas pegadas, ou seja, é a distância compreendida entre o ponto médio
das curvas da frente das pegadas.
Justi�cativa
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Glossário
REPRODUÇÃO SIMULADA
Corpo de delito facultativo, complementar, misto, que se louva em informações subjetivas prestadas por pessoas envolvidas no
evento a ser apurado.