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UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA Disciplina: Introdução à Ciência dos Materiais Turma A. 2/2019 Docente: Guilherme Ferreira Alunos: Danielle Alves 17/0101819 Giovanna Lourenço Rodrigues 17/0143619 Natasha Oliveira 18/0128540 Vinícius Tasso 15/0023308 Ensaio de Dureza 1.Introdução A dureza é uma medida da resistência à deformação plástica localizada induzida por indentação mecânica ou abrasão. O ensaio de dureza é muito aplicado para comparar materiais ou mesmo para especificar um material.É possível, por meio de tabelas,obter uma correlação aproximada entre os métodos de determinação de dureza Brinell, Rockwell e Vickers e os valores de limite de resistência à tração. Ensaio de dureza Rockwell: Os ensaios Rockwell constituem o método mais comum para se medir a dureza,pois são simples e não requerem muita habilidade para serem aplicados.Várias escalas diferentes podem ser empregadas a partir de possíveis combinações de vários penetradores e diferentes cargas,o que permite o ensaio de virtualmente todas as ligas metálicas.No Brasil,a norma ABNT NBR NM ISO 6508:2008 trata do ensaio de dureza Rockwell,para as escalas A,B,C,D,E,F,G,H,K e T,e está dividida em 3 partes: Parte 1:Método de ensaio; Parte 2:Verificação e aplicação de máquinas de ensaio; Parte 3:Calibração de blocos de referência. Ensaio de dureza Brinell:Nos ensaios Brinell,assim como nas medições de Rockwell,um penetrador esférico e duro é forçado contra a superfície do metal a ser testado.O diâmetro do penetrador de aço endurecido(ou de carbeto de tungstênio)é de 10,00mm.A carga padrão varia entre 500 e 3000 kg,em incrementos de 500 kg.Durante um ensaio a carga é mantida constante durante um tempo especificado (entre 10 e 30s).Os materiais mais duros requerem cargas maiores. A norma ABNT NBR ISO 6506 – Partes 1 a 4, elaboradas pelo Comitê Brasileiro de Máquinas e Equipamentos Mecânicos (ABNT/CB-004),tratam do ensaio de dureza Brinell. ABNT NBR ISO 6506-1: 2019 – Materiais metálicos - Ensaio de dureza Brinell - Parte 1: Método de Ensaio. Especifica o método para o ensaio de dureza Brinell para materiais metálicos. É aplicável a máquinas de ensaios de dureza fixas e portáteis. ABNT NBR ISO 6506-2: 2019 – Materiais metálicos - Ensaio de dureza Brinell - Parte 2: Verificação e calibração de máquinas de ensaio. Especifica os métodos de verificação direta e indireta das máquinas de ensaios utilizadas para a determinação da dureza Brinell de acordo com a ABNT NBR ISO 6506-1 especificando também quando estes dois tipos de verificação devem ser realizados. ABNT NBR ISO 6506-3: 2019 – Materiais metálicos - Ensaio de dureza Brinell - Parte 3: Calibração de blocos de referência. Especifica um método para a calibração de blocos de referência a serem utilizados na verificação indireta de máquinas de ensaio de dureza Brinell, conforme descrito na ABNT NBR ISO 6506-2. ABNT NBR ISO 6506-4: 2019 – Materiais metálicos - Ensaio de dureza Brinell - Parte 4: Tabela de valores de dureza. Fornece uma tabela de valores de dureza para uso em ensaios em superfícies planas. Ensaio Vickers:Neste ensaio as cargas aplicadas são muito menores do que para os ensaios de Rockwell e Brinell,variando entre 1 e 1000g.A impressão resultante é observada sob um microscópio e medida. Essa medição é então convertida em um número de dureza.Pode ser necessária uma preparação cuidadosa do corpo de prova,para assegurar uma impressão bem definida que possa ser medida com precisão.É uma técnica conhecida como ensaio de microdureza,com base e no tamanho do penetrador. No Brasil a norma NBR ISO 6507-1:2019 especifica o método de ensaio de dureza Vickers para as três faixas diferentes de forças de ensaio para materiais metálicos, incluindo os metais duros e outros carbonetos cementados. 2.Materiais e métodos Materiais: 2.1. Durômetro Zwick/Roell ZHU250; 2.2. Penetrador esférico de carbeto de tungstênio com diâmetro de 2,5 mm; 2.3. Penetrador esférico de aço endurecido com diâmetro de 1/16 in; 2.4. Amostra do aço SAE 1020 utilizado no experimento 1; 2.5. Amostra do aço SAE 1045 utilizado no experimento 1; 2.6. Amostra de liga de alumínio 6101-T6; e 2.7. Amostra de liga de alumínio 7050-T7451. Métodos: Brinell: Foram realizados oito ensaios de Brinell, dois ensaios para cada uma das quatros amostras. O procedimento tem início com a inserção do penetrador, uma esfera de carbeto de tungstênio, e da amostra desejada na máquina. Em seguida, configura-se a máquina para aplicar uma carga de 187,5 kgf, a qual é mantida durante os seis primeiros ensaios, enquanto que nos dois últimos foi utilizada uma carga de 62,5 kgf. Normalmente a carga total é aplicada no material por volta de 10 ou 15 segundos em materiais como aço ou ferro fundido e, para outros materiais, se aplica a carga por pelo menos 30 segundos. Decorrido esse tempo, a máquina retorna dois valores de diâmetro de impressão e o número de Brinell, o qual revela as condições em que o ensaio foi feito apresentando o seguinte formato: [valor da dureza do material] HB [material do penetrador] [diâmetro do penetrador]/ [carga aplicada]. Rockwell tipo B Foram realizados 2 ensaios para uma das amostras disponíveis. Insere-se um penetrador esférico de aço endurecido e a amostra desejada na máquina. Primeiro é aplicada uma carga inicial de 10 kgf, depois uma carga de 100 kgf e, por último, alivia-se a carga. Feito isso, a máquina retorna a diferença de profundidade entre a impressão final e a inicial e também o número de Rockwell, que tem o seguinte formato: [valor da dureza do material] HRB. 3. Resultados 3.1 Brinell 3.1.1 Diâmetros médios das calotas esféricas: Obtém-se o diâmetro médio pela fórmula: dm = 2 d1 + d2 Ensaio 1 - amostra 1: d1 = 933,2 𝜇m ; d2 = 936,64 𝜇m; = 934,92 𝜇mdm Ensaio 2 - amostra 1: d1 = 919,50 𝜇m; d2 = 933,14 𝜇m; = 926,32 𝜇mdm Ensaio 3 - amostra 2: d1 = 1084,58 𝜇m; d2 = 1088,77 𝜇m; = 1086,68 𝜇mdm Ensaio 4 - amostra 2: d1 = 1110,01 𝜇m; d2 = 1100,53 𝜇m; = 1100, 27𝜇mdm Ensaio 5 - amostra 3: d1 = 1158,50 𝜇m; d2 = 1204,18 𝜇m; = 1181,34 𝜇mdm Ensaio 6 - amostra 3: d1 = 1196,33 𝜇m; d2 = 1184,37 𝜇m; = 1190,35 𝜇mdm Ensaio 7 - amostra 4: d1 = 1119,45 𝜇m; d2 = 1072,42 𝜇m; = 1095,94 𝜇mdm Ensaio 8 - amostra 4: d1 = 1136,19 𝜇m; d2 = 1080,55 𝜇m; = 1108,37 𝜇mdm 3.1.2 Dureza do ensaio de Brinell: Cálculo da dureza de Brinell: , onde P é o valor da carga aplicada (em kgf), D é o diâmetro doB H = 2P D (D− − d )√D2 2 penetrador (em mm) e d é o diâmetro médio das impressões (em mm) Assim, encontramos: Ensaio - amostra Número de dureza de Brinell obtido pela fórmula (em MPa) 1 - 1 263.2168721 2 - 1 268.3189253 3 - 2 192.1171878 4 - 2 187.1399201 5 - 3 160.9134167 6 -3 158.3230744 7 - 4 62.90192026 8 - 4 61.419887 3.1.3 Comparando os valores de dureza fornecidos e calculados: Os valores calculados diferem-se bem pouco dos valores fornecidos pela máquina. Valores fornecidos ( )kgfmm 2 Valores calculados ( )kgfmm 2 Erro (%) Ensaio 1 - amostra 1 263,3 263.2168721 0.038 Ensaio 2 - amostra 1 268,4 268.3189253 0.037 Ensaio 3 - amostra 2 192,2 192.1171878 0.052 Ensaio 4 - amostra 2 187,2 187.1399201 0.053 Ensaio 5 - amostra 3 161,0 160.9134167 0.062 Ensaio 6 - amostra 3 158,4 158.3230744 0.063 Ensaio 7 - amostra 4 62,9 62.9019203 0 Ensaio 8 - amostra 4 61,4 61.4198870 0 3.1.4 Média e desvio padrão das durezas fornecidas pela máquina: Amostra 1: média = 265,85; desvio padrão = 3,606244584 Amostra 2: média = 189,7; desvio padrão = 3,535533906 Amostra 3: média = 159,7; desvio padrão = 1,838477631 Amostra 4: média = 62,15; desvio padrão = 1,06060172 3.1.5 Cálculo do limite de resistência à tração a partir da dureza Brinell (para o aço) Para as ligas de aço, pode-se utilizar a seguinte fórmula para converter a dureza de Brinell em Limite de Resistência à Tração: (resultado em MPa)RT 3, 5 B L = 4 × H Assim, temos: Aço 1: LRT(médio) = 917,1825 MPa Aço 2: LRT(médio) = 654,465 MPa 3.2 Rockwell B 3.2.1 Cálculo da média e o desvio padrão das durezas fornecidas pela máquina: Ensaio 1: HRB = 81,1 Ensaio 2 : HRB = 85,9 Média = 83,5 Desvio padrão = 3,344981315 3.2.2 Conversão de dureza de Rockwell em dureza de Brinell: A conversão pode ser feita utilizando a seguinte tabela (contida na norma ASTM E140): Dessa forma, como foram fornecidos 81,1 HRB na primeira leitura , 85,9 HRB na segunda leitura e sendo a média entre os dois valores de dureza de Rockwell dada por 83,5 HRB, infere-se da tabela que o valor de dureza equivalente na escala Brinell seria algo entre 153 HB e 189HB. Sendo o valor médio dado por 162 HB, se aproximarmos 83,5 HRB para 84 HRB. 4. Conclusão 4.1 Com os dados obtidos experimentalmente é possível classificar a natureza de cada material, sendo assim segue abaixo a classificação: Amostra Dureza Brinell média obtida Dureza Brinell na Literatura Classificação Amostra 1 265,85 163 Aço SAE 1045 Amostra 2 189,7 121 Aço SAE 1020 Amostra 3 159,7 150 Liga de alumínio 7050-T7451 Amostra 4 62,15 78 Liga de Alumínio 6101-T6 Os valores obtidos da conversão da dureza brinell para o limite de resistência à tração são diferentes da encontrada na literatura: Aço 1: LRT(médio) = 917,1825 MPa Literatura Aço SAE 1020: 585 MPa Aço 2: LRT(médio) = 654,465 MPa Literatura Aço SAE 1045: 420 MPa Entretanto, o valor é próximo do obtido pelo experimento 1 que foi de 596,4 MPa e 948,5 MPa para os aços 1020 e 1045, respectivamente. A discrepância desses valores encontrados para a literatura se deve ao fato de que todo material possui imperfeições introduzidas durante a sua fabricação e incertezas na caracterização da magnitude das cargas aplicadas durante o experimento. 4.2 De acordo com os valores encontrados para o experimento da dureza Rockwell, o material seria o aço SAE 1045 e o seu valor médio encontrado foi semelhante ao da literatura de 84 HRB. E a conversão do valor da dureza Rockwell para a dureza Brinell difere do resultado no primeiro ensaio, porém é próximo do valor da dureza Brinell na literatura. Com isso, percebe-se que o ensaio de dureza Rockwell é mais preciso que a dureza Brinell pois este método elimina o possível erro de medição que depende do operador.
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