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Desenho Técnico Aplicado Material Teórico Responsável pelo Conteúdo: Prof. Dr. Denis Garcia Mandarino Revisão Textual: Prof.ª Dr.ª Selma Aparecida Cesarin Vistas Ortográficas • Introdução; • Escolha das Vistas; • Elementos Repetidos; • Indicação do Diedro; • Tipos de Linhas; • Cotagem do Desenho em Vistas; • Método Diagramático Ortogonal; • Principais Ferramentas do Rhinoceros6, em Português e Inglês, usados na Videoaula desta Unidade. · Apresentar ao(à) aluno(a) as normas específicas da ABNT sobre co- tagem de vistas; · Conceituar as vistas ortográficas advindas da Geometria Descritiva; · Tornar o(a) aluno(a) capaz de representar e interpretar modelos es- paciais por intermédio das projeções; · Apresentar ao(à) aluno(a) as ferramentas para a representação de vistas ortogonais com o auxílio por computador (CAD). OBJETIVO DE APRENDIZADO Vistas Ortográfi cas Orientações de estudo Para que o conteúdo desta Disciplina seja bem aproveitado e haja maior aplicabilidade na sua formação acadêmica e atuação profissional, siga algumas recomendações básicas: Assim: Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte da sua rotina. Por exemplo, você poderá determinar um dia e horário fixos como seu “momento do estudo”; Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar; lembre-se de que uma alimentação saudável pode proporcionar melhor aproveitamento do estudo; No material de cada Unidade, há leituras indicadas e, entre elas, artigos científicos, livros, vídeos e sites para aprofundar os conhecimentos adquiridos ao longo da Unidade. Além disso, você também encontrará sugestões de conteúdo extra no item Material Complementar, que ampliarão sua interpretação e auxiliarão no pleno entendimento dos temas abordados; Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de discus- são, pois irão auxiliar a verificar o quanto você absorveu de conhecimento, além de propiciar o contato com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de troca de ideias e de aprendizagem. Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte Mantenha o foco! Evite se distrair com as redes sociais. Mantenha o foco! Evite se distrair com as redes sociais. Determine um horário fixo para estudar. Aproveite as indicações de Material Complementar. Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar; lembre-se de que uma Não se esqueça de se alimentar e de se manter hidratado. Aproveite as Conserve seu material e local de estudos sempre organizados. Procure manter contato com seus colegas e tutores para trocar ideias! Isso amplia a aprendizagem. Seja original! Nunca plagie trabalhos. UNIDADE Vistas Ortográficas Introdução Este método projetivo é uma das aplicações da Geometria Descritiva, Lingua- gem Gráfica criada por Gaspard Monge. Na Descritiva, considera-se que os ob- servadores, situados no infinito, “imprimem”, nos planos de projeção, as arestas visíveis (linhas contínuas) e invisíveis (linhas tracejadas) dos objetos do espaço, por meio de projeções cilíndricas ortogonais. Na projeção cilíndrica ortogonal, as projetantes são, necessariamente, perpen- diculares aos planos de projeção, o que facilita a determinação da verdadeira gran- deza dos segmentos, áreas e ângulos. Anteriormente, vimos, por exemplo, o desenho em concordância, que nada mais é do que a vista ortogonal de um modelo. Apesar de terem sido criadas no século XVIII, as projeções ortográficas mantêm-se atuais e usadas em larga escala pela En- genharia, Arquitetura, Design, Computação Gráfica e Medicina, entre muitas outras áreas da atividade humana. As vistas ortográficas, também chamadas de vistas or- togonais, substituíram, com vantagens, os desenhos em perspectiva, pois nelas não há partes ocultas, além da rapidez e da eficiência. A perspectiva que acompanha um desenho de vistas é apenas uma ilustração de apoio. A NBR 10067, de 1995, formulada pela ABNT, recomenda que os desenhos sejam feitos na cor preta e que a legenda contenha, se for preciso, o uso de outras cores e explicações a respeito. Os posicionamentos das vistas ortográficas são: vista frontal, vista superior, vista lateral esquerda, vista lateral direita, vista inferior e vista posterior (Figura 1). Importante! No primeiro diedro, as vistas lateral esquerda e lateral direita do modelo ficam nos lados opostos de quem as desenha; isso ocorre porque o observador encara o modelo de frente (Figura 1). Importante! 8 9 Figura 1 – Posição das vistas ortográfi cas no 1º Diedro Fonte: Mandarino, 2016 Escolha das Vistas A vista mais importante de uma peça deve ser desenhada como frontal, sendo recomendado que ela esteja na posição em que é utilizada (Figura 2). Se houver igualdade de importância entre diferentes pontos de vista, cabe ao desenhista esco- lher o que lhe for mais conveniente. 9 UNIDADE Vistas Ortográficas Figura 2 – Escolha da vista frontal de um modelo Fonte: Mandarino, 2016 Para as demais vistas, observam-se os seguintes critérios de seleção: a) O modelo deve ser representado com o menor número possível de vistas; b) A repetição de informações deve ser evitada; c) Vistas que tragam o menor número de linhas tracejadas são preferíveis (Figura 3). Figura 3 – Escolha da vista frontal de um modelo Fonte: Mandarino, 2016 Vistas Auxiliares É possível utilizar as mudanças de plano da Geometria Descritiva na representação de partes que estejam fora dos eixos ortogonais (Figura 4). 10 11 Figura 4 – Vista auxiliar Fonte: Mandarino, 2016 Importante! Repare como a localização dos novos observadores interfere no posicionamento das linhas tracejadas. Importante! Elementos Repetidos No desenho à mão, com o auxílio do instrumental de desenho, é possível simpli- ficar a representação de elementos repetidos. Como os desenhos finais são feitos com o auxílio do computador, essa possibilidade se tornou menos necessária, mas, ainda usual para diminuir o tamanho das imagens e a repetição de cotas que só poluiriam o desenho. Na Figura 5, a cotagem 20 x R23 deve ser interpretada da seguinte forma: os vinte furos presentes nesse modelo têm raio de vinte e três unidades. Figura 5 – Elementos repetidos Fonte: Mandarino, 2016 11 UNIDADE Vistas Ortográficas Detalhes Ampliados Partes muito pequenas podem ser redesenhadas em escala de ampliação, a fim de serem mais bem interpretadas. Para isso, o detalhe deve ser circulado e uma letra maiúscula colocada a seu lado (Figura 6). Figura 6 – Detalhe ampliado cinco vezes Fonte: Mandarino, 2016 Indicação do Diedro É necessário que o ícone que indica em qual diedro ocorreram as projeções esteja presente na folha de desenho, sendo os mais usados: 1º Diedro (DIN, ABNT) ou 3º Diedro (ANSI) (Figura 7). Figura 7 – Ícones de Identificação dos Diedros Fonte: Mandarino, 2016 Tipos de Linhas As linhas de contorno de um desenho devem ser contínuas e largas; as que não forem visíveis, deverão ser grafadas com linha tracejada estreita. As linhas de centro e os eixos de simetria serão desenhados com linha traço-ponto estreita, podendo, a espessura, nesse caso, ser ligeiramente menor do que a da linha tracejada. 12 13 A NBR 6492 e a NBR 8403, aliadas aos estudos da percepção visual, reco- mendam as seguintes espessuras para os diferentes tipos de linhas: a) Linha de contorno: contínua e larga (de 0,4 a 0,6 mm); b) Linha interna: contínua e larga, mais fi na, contudo, do que a linha de contorno (de 0,3 a 0,35 mm); c) Linha invisível: tracejada e estreita (de 0,2 a 0,3 mm); d) Linhas de projeção ou de corte fantasma: traço e dois pontos estreitos – expressa a projeção de pavimentos superiores ou de elementos que estejam acima do plano secante que defi niu a planta baixa, plano esse comumente aplicado a 1,50 m da altura da parede (de 0,2 a 0,25 mm) ; e) Linhas de eixo ou de simetria: traço-ponto estreita (0,2 mm); f) Linha de cota: contínua e estreita (0,2mm); g) Linha auxiliar: contínua e estreita (linhas de auxílio ao desenhista que, além de muito estreitas, podem ser mais claras); h) Linha de indicação e de chamada: contínua e estreita (0,2 mm); i) Linha de interrupção ou de ruptura: contínua e estreita (de 0,2 a 0,25 mm); j) Linha pontilhada: em uma planta de reforma, por exemplo, pode indicar os elementos que serão eliminados; k) Linha de corte parcial: contínua, estreita e à mão livre, entre outras. Observação A espessura da linha pode variar de acordo com a escala do desenho. A rigor, para o Desenho Técnico, as normas da ABNT citam apenas dois tipos de espessuras: largas ou estreitas. Cotagem do Desenho em Vistas Reforçando os princípios apresentados anteriormente, as vistas não devem re- petir informações (redundâncias) e a quantidade de cotas deve ser, sempre que possível, equilibradamente distribuída entre as vistas. Na figura 8, vemos que a vista frontal contém cinco cotas e que a vista superior contém seis cotas, o que evidencia a boa distribuição. Nos desenhos de interiores ou de Arquitetura, o corte da vista superior (planta) deve conter as medidas das larguras e das profundidades, ficando para a vista frontal (fachada) a cotagem das alturas. Recomenda-se que as linhas invisíveis não sejam cotadas. 13 UNIDADE Vistas Ortográficas Figura 8 – Distribuição das cotas entre as vistas Fonte: Mandarino, 2016 Método Diagramático Ortogonal Este método é muito prático para projetos que necessitam exibir a disposição de canalizações em um ambiente. Ele pode, entretanto, ser estendido para outras situações em que seja importante visualizar a configuração atual ou a configuração final de um Projeto (Figura 9). Figura 9 – Método Diagramático Ortogonal Fonte: Mandarino, 2016 14 15 Na Figura 10, o Método Diagramático Ortogonal é mostrado em perspectiva isométrica. É fácil imaginar como esse método pode ser estendido para outras apli- cações, como a passagem de cabos em um palco de shows, cabos de rede e fiação elétrica em um escritório, cabos de áudio e vídeo para salas de reuniões e ambien- tes multimídia, fibra ótica para TV e Internet, cabeamento para sala de jogos com componentes Wi-Fi etc. Figura 10 – Método Diagramático em Perspectiva Isométrica Fonte: Mandarino, 2016 Corte: A representação em corte é um tipo de vista ortogonal, secionada por um ou mais planos, que exibe o interior dos objetos, bem como os materiais de que são compostos. Os cortes e as seções serão objeto de estudo da Unidade 4; Gaspard Monge: Nasceu em Beaune, em 10 de maio de 1746, e morreu em Paris, em 28 de julho de 1818. Foi um matemático francês, cujos grandes feitos foram a criação das Geometrias Descritiva e Diferencial. Atuou como ministro da Marinha, durante a Revolução Francesa, e foi um dos fundadores da Escola Politécnica Francesa. Orgulhava-se de ter retirado a Indústria francesa da estagnação em que se mantinha. A Geometria Descritiva é mais bem estudada na disciplina Expressão Gráfi ca, que faz parte do Curso; Perspectiva isométrica: Tipo de representação que não leva em conta a diminuição pelo distanciamento. Em perspectiva cônica, tudo o que se afasta do observador tende a diminuir. Na isométrica, a ilustração é feita sem essa preocupação e o resultado é satisfatório. Essa modalidade de representação será objeto de estudo da Unidade 5; Verdadeira Grandeza (V. G.): A verdadeira grandeza relaciona-se à descoberta dos tamanhos reais de distâncias, áreas e ângulos. Ex pl or 15 UNIDADE Vistas Ortográficas Principais Ferramentas do Rhinoceros6, em Português e Inglês, usados na Videoaula desta Unidade Para usar os comandos em inglês, basta acrescentar o sublinhado na frente: • Caixa (_Box): cria um caixa. • Criar desenho 2D (_Make2D): cria as vistas ortográficas e a perspectiva de um modelo tridimensional. Menu superior > Cotas > Criar Desenho 2D; • Diferença Booleana (_BooleanDifference): opera a subtração entre elementos sólidos ou superfícies; • Edição de cotas: duplo clique na cota e alterações na caixa de diálogo; • Espelhar (_Mirror): expande o elemento plano para o terceiro eixo (cria volume); • Extrudir (_ExtrudeCrv): expande o elemento plano para o terceiro eixo (cria vo- lume). Por exemplo, uma circunferência, ao ser extrudida, torna-se um cilindro; • Posição das vistas: clique no nome da vista, segure e arraste; • Movimentação do plano da tela: clique, segure e mova o botão da direita; • Movimentação de um elemento do desenho: clique para selecionar, mantenha Alt pressionado e use as setas para movê-lo; • Separar (_Split): separa elementos por meio de um ente cortante; • Tapar buracos planos (_Cap): fecha um modelo que esteja sem uma superfície plana; • Ver (menu superior): é possível alterar o modo de visualização nas vistas. 16 17 Material Complementar Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade: Livros Desenho Técnico e Tecnologia Gráfica FRENCH, T.; VIERCK, C. Desenho Técnico e Tecnologia Gráfica. Porto Alegre: Globo, 2002. Desenho Geométrico CARVALHO, B. Desenho Geométrico. Rio de Janeiro: Ao Livro Técnico, 1967. Leitura Continuity Descripions https://goo.gl/Ufhz3o CAD: Exercícios Técnicos e Criativos https://goo.gl/AFXvQS Documentação do processo criativo https://goo.gl/RKXwpQ 17 UNIDADE Vistas Ortográficas Referências ASSOCIAÇÃO Brasileira de Normas Técnicas – ABNT. Coletânea de normas de desenho técnico e normas de atualização (substituição). São Paulo: SENAI- DTE-DMD, 1995. CRUZ, M. D.; MORIOKA, C. A. Desenho técnico: medidas e representação gráfica. São Paulo: Érica, 2014. MANDARINO, D.; ROCHA, A. J. F. Desenho técnico aplicado. São Paulo: Plêiade, 2016. v. 1 e 2. SILVA, A.; RIBEIRO, C. T.; DIAS, J.; SOUSA. L. Desenho técnico moderno. 4.ed. Rio de Janeiro: LTC, 2014. 18
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