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1Agricultura de Precisão na Aplicação de Defensivos Agrícolas » Programa Agricultura de Precisão Agricultura de Precisão na Aplicação de Defensivos Agrícolas » Módulo 1: Piloto automático Ficha técnica 2015. Serviço Nacional de Aprendizagem Rural de Goiás - SENAR/AR-GO INFORMAÇÕES E CONTATO Serviço Nacional de Aprendizagem Rural de Goiás - SENAR/AR-GO Rua 87, nº 662, Ed. Faeg, 1º Andar: Setor Sul, Goiânia/GO, CEP: 74.093-300 (62) 3412-2700 / 3412-2701 E-mail: senar@senargo.org.br http://www.senargo.org.br/ http://ead.senargo.org.br/ PROGRAMA AGRICULTURA DE PRECISÃO PRESIDENTE DO CONSELHO ADMINISTRATIVO José Mário Schreiner TITULARES DO CONSELHO ADMINISTRATIVO Daniel Klüppel Carrara, Alair Luiz dos Santos, Osvaldo Moreira Guimarães e Tiago Freitas de Mendonça. SUPLENTES DO CONSELHO ADMINISTRATIVO Bartolomeu Braz Pereira, Silvano José da Silva, Eleandro Borges da Silva, Bruno Heuser Higino da Costa e Tiago de Castro Raynaud de Faria. SUPERINTENDENTE Eurípedes Bassamurfo da Costa GESTORA Rosilene Jaber Alves COORDENAÇÃO Fernando Couto de Araújo IEA - INSTITUTO DE ESTUDOS AVANÇADOS S/S Conteudistas: Renato Adriane Alves Ruas e Juliana Lourenço Nunes Guimarães TRATAMENTO DE LINGUAGEM E REVISÃO IEA: Instituto de Estudos Avançados S/S DIAGRAMAÇÃO E PROJETO GRÁFICO IEA: Instituto de Estudos Avançados S/S 3Agricultura de Precisão na Aplicação de Defensivos Agrícolas » Olá, seja bem-vindo ao Curso Agricultura de Precisão na Aplicação de Defensivos Agrícolas! Este curso faz parte do Programa Agricultura de Precisão do Senar-GO e foi elaborado para desenvolver a sua formação nas técnicas da Agricultura de Precisão. Pois bem, estas técnicas podem balizar a tomada de decisão do produtor agrícola em praticamente todas as etapas da agricultura, inclusive na etapa de aplicação de defensivos. A agricultura de precisão tem contribuído substancialmente com a melhoria da qualidade nos tratamentos químicos do solo e, consequentemente, proporcionado melhor eficiência, rentabili- dade e sustentabilidade ao agronegócio. Fonte: Shutterstock. Introdução ao curso 4Agricultura de Precisão na Aplicação de Defensivos Agrícolas » Dentre as melhorias observadas nos pulverizadores, por exemplo, pode-se destacar o uso do piloto automático. Este visa à manutenção do alinhamento correto durante o deslocamento do pulverizador, evitando falhas na distribuição do defensivo. O piloto automático pode atuar iso- ladamente ou em associação com mapas de variabilidade espacial ou temporal, permitindo a realização de aplicações localizadas e a taxas variáveis dos defensivos pela área de acordo com a distribuição das pragas, doenças e plantas daninhas. Além do uso de mapas de variabilidade, a aplicação de defensivos a taxa variável também pode trabalhar com sensores. O sensoriamento remoto pode ser utilizado para detectar alvos como pragas, doenças e plantas daninhas e assim aplicar os insumos a taxa variável em tempo real. Isso pode ser feito com os conhecimentos específicos sobre o espectro eletromagnético, que permite identificar e diferenciar os alvos a serem atingidos. Fonte: Shutterstock. O sensoriamento também é importante para verificar a vazão das pontas dos pulverizadores, a velocidade de trabalho e as articulações que controlam a altura das pontas. Para tanto, devem- se empregar procedimentos corretos para a regulagem e calibração dos pulverizadores. Nos equipamentos mais sofisticados, é fundamental conhecer as técnicas de regulagens e calibração destes sensores. 5Agricultura de Precisão na Aplicação de Defensivos Agrícolas » Na aplicação de defensivos agrícolas, é fundamental, ainda, conhecer e tomar os devidos cuida- dos para evitar desperdício antes, durante e depois da aplicação. Essas perdas ocorrem devido a diversos fatores, e contribuem para a redução da eficiência das pulverizações em geral. Além de comprometer a segurança ambiental, aplicações mal feitas podem causar intoxicações ao operador, que deve estar extremamente atento aos cuidados com segurança. Portanto, a partir de agora, você vai começar a construir conhecimentos sobre os seguintes con- teúdos: • tecnologias e equipamentos da Agricultura de Precisão associados à aplicação de defensivos agrícolas; e • contribuições dessas técnicas para reduzir perdas nas pulverizações e impactos causados ao meio ambiente e ao operador. 6Agricultura de Precisão na Aplicação de Defensivos Agrícolas » Módulo 1 » Piloto automático Fonte: Shutterstock. A utilização do sistema de piloto automático em operações de aplicação de defensivos agrícolas surgiu a partir da dificuldade operacional de manter a qualidade no deslocamento da máquina durante a condução manual. Isso proporcionava erros comuns na aplicação, tais como o surgi- mento de faixas com sobreposição (aplicação excessiva) ou desprovidas (aplicação escassa) de defensivos agrícolas, o que reduz a eficiência da operação. Desta forma, o sistema de piloto automático surge como uma importante ferramenta para o aumento da precisão no deslocamento da máquina e, consequentemente, da eficiência da apli- cação. Neste módulo, você terá oportunidade de conhecer este assunto em detalhes. Atenção! Sempre que finalizar a leitura do conteúdo de um módulo, você deve retornar ao Ambiente de Estudos para realizar a atividade de apren- dizagem. Siga em frente e tenha um bom curso! 7Agricultura de Precisão na Aplicação de Defensivos Agrícolas » Aula 1 A importância do piloto automático na aplicação de defensivos agrícolas Nas últimas décadas, as propriedades rurais vêm sofrendo profundas mudanças em seu sistema produtivo. A agricultura tem se tornado cada vez mais competitiva, exigindo práticas que ga- rantam a eficiência produtiva e preservem a viabilidade econômica da atividade. Os produtores devem atentar ao controle dos custos de produção e, ao mesmo tempo, atender à legislação ambiental, que se tornou mais rígida em áreas agricultáveis. Este cenário impulsionou grandes avanços no desenvolvimento de novas tecnologias, que, como consequência, fez com que a produção agrícola evoluísse. Assim, a aplicação de defensivos agrí- colas, uma atividade que é realizada inúmeras vezes ao longo do ciclo das culturas, passou por várias inovações a fim de aumentar a eficiência no uso dos produtos. Estas inovações foram implementadas através da utilização racional dos defensivos agrícolas, de pontas de pulverização adequadas a cada tipo de aplicação, e por meio do uso de pulveriza- dores de maior porte. Dentre as tecnologias embarcadas que proporcionam maior eficiência e rendimento operacional, destaca-se o sistema de piloto automático. Assim, espera-se que, ao final desta aula, você seja capaz de: • reconhecer a importância da manutenção do alinhamento correto dos pulverizadores; • ecompreender as técnicas de controle de sobreposição entre as passadas do pulverizador. Tópico 1 Técnicas de orientação para pulverização Na pulverização convencional, uma das maiores dificuldades encontradas pelos operadores é fa- zer com que a máquina fique dentro do alinhamento preciso, mantendo assim a mesma distância entre as passadas. Isso ocorre devido à grande largura útil da faixa de aplicação, e das dificulda- des de diferenciar a faixa que já recebeu aplicação da área que ainda não recebeu. Pulverização Aplicação de líquidos em pequenas gotas. 8Agricultura de Precisão na Aplicação de Defensivos Agrícolas » Desta forma, por mais experiente que seja o operador, muitas vezes ocorre sobreposição de pulverização em algumas áreas, enquanto outras faixas ficam sem aplicação. Isso proporciona um prejuízo direto ao produtor rural devido ao gasto desnecessário com o pro- duto, seja porque ocorre sobreposição ou pela redução da produtividade da lavoura. Mas como são estes prejuízos? Acompanhe dois exemplos. Sobreposição da pulverização No caso de sobreposição, podem-se atingir níveis tóxicos à cultura que comprometam o seu desenvolvimento, ocasionando perdasgeradas pelo gasto com o produto e pela redução da produtivida- de. Faixas sem aplica- ção do herbicida Neste caso, as plantas daninhas competem com a cultura, geran- do redução na produtividade da lavoura. Muitas vezes, torna-se necessário realizar uma nova pulverização para proporcionar um controle eficiente das plantas daninhas, aumentando ainda mais o custo de produção da lavoura. Fonte: Plantio Direto <http://www.plantiodireto.com.br/?body=cont_int&id=915>. Para tentar diminuir este problema, quando trabalham manualmente (sem orientação por saté- lite, portanto) os produtores utilizam algumas técnicas de orientação e demarcação das áreas pulverizadas, tais como: 9Agricultura de Precisão na Aplicação de Defensivos Agrícolas » • contagem de número de ruas e deslocamento da máquina na entrelinha da lavoura, de forma que em cada manobra se salte o número de linhas correspondentes à largura de aplicação do pulverizador; e • marcação por bandeiras de forma semelhante ao sistema de aplicação aérea (as bandeiras ou estacas são colocadas no início e ao final da rua para a demarcação da faixa de pulveriza- ção) e o operador trabalha em linha reta e orientado pelas bandeiras. Em todos os casos, a eficiência na orientação da máquina depende da habilidade do operador. Por mais cuidadoso que ele seja, ainda assim haverá faixas sem aplicação, com sobreposição de produto ou com maior pisoteamento da cultura, devido aos limites dos recursos utilizados para orientação. Também poderá haver variabilidade na vazão da pulverização gerada pela incons- tância da velocidade de deslocamento da máquina. Pisoteamento Termo usado para o efeito negativo de compressão indesejada no solo das lavouras, causado pelo pneu das máquinas ou pela invasão de rebanho de gado na área de cultivo, por exemplo. Neste sentido, o piloto automático surge como um recurso para o aumento da precisão no direcionamento da máquina durante a aplicação, pois se trata de um sistema de direcionamento automático via satélite. O piloto automático realiza o deslocamento da máquina em linha reta ou em curva, de acordo com o terreno, de forma bastante precisa, garantindo a exatidão das distâncias entre as pas- sadas. Desta forma, o operador somente necessita realizar as manobras de cabeceira, ficando disponível para acompanhar a qualidade da operação, na tela do monitor de aplicação. 10Agricultura de Precisão na Aplicação de Defensivos Agrícolas » Fonte: Stara <www.stara.com.br>. A utilização do piloto automático na pulverização de defensivos agrícolas dispensa a utilização de pessoas ao longo do talhão para demarcar o limite da área que deve ser pulverizada na pas- sagem seguinte. Esta prática não é aconselhada, mesmo utilizando EPIs, pois sempre há riscos de contaminação do trabalhador. Em linhas gerais, as principais vantagens dos pilotos automáticos estão enumeradas no quadro a seguir. Redução • de erros entre as passadas pela substituição do operador no direcionamento durante as operações mecanizadas; • de estresse do trabalhador, aumentando o nível de satisfação do operador em serviço; • do pisoteamento da cultura e da compactação do solo pelas passadas do pulverizador na área. 11Agricultura de Precisão na Aplicação de Defensivos Agrícolas » Aumento • do rendimento operacional, já que o sistema permite trabalhar com velocidades maiores do que aquelas praticadas na orientação manual; • da precisão na distância entre as passadas, evitando qualquer tipo de faixa com sobrepo- sição ou sem aplicação; • da eficiência econômica da atividade, através da otimização do uso dos insumos e au- mento da produtividade. Melhorias Gerais • tornar-se viável trabalhar sob condições de baixa visibilidade, possibilitando o aumento do número de horas trabalhadas com a adoção de pulverizações noturnas; • a operação pode iniciar em qualquer ponto da lavoura; • é possível utilizar o mesmo rastro em pulverizações futuras de forma precisa. Desta forma, o piloto automático é mais uma ferramenta dentro do sistema de agricultura de precisão que visa aumentar a eficiência técnica e econômica da atividade agrícola, além de au- mentar a responsabilidade ambiental na aplicação de defensivos agrícolas. Saiba Mais Que tal visualizar um pouco dessa eficiência técnica e econômica por meio de um simulador? Existem alguns simuladores no mercado, entre eles o Best of PLM, um game de simulação utilizado pela New Holland para demonstrar as vantagens no uso de técnicas de Agricultura de Precisão (ou Precision Land Management – PLM). Vale a pena prestar atenção no gráfico ao fim do vídeo, quando o jogo estima o percentual de sobreposição de produtos no terreno, o desperdício de insumos e de combustível, além de outros dados financeiros. Assita ao vídeo Best of PLM - https://www.youtube.com/watch?v=CPw_ l6ZoVkk&feature=youtu.be ou https://goo.gl/VC2gdJ https://www.youtube.com/watch?v=CPw_l6ZoVkk&feature=youtu.be 12Agricultura de Precisão na Aplicação de Defensivos Agrícolas » Recapitulando No sistema de pulverização convencional, o operador utiliza alguns recursos de orientação, po- rém, por mais experiente e habilidoso que ele seja, em muitos casos haverá faixas com sobre- posição ou sem aplicação do produto, o que pode aumentar o custo de produção e reduzir a produtividade da lavoura. No cenário atual, onde cada vez mais o produtor busca otimizar seu sistema produtivo, o sistema de piloto automático surge como uma ferramenta importante para aumentar a viabilidade da atividade agrícola. Ao utilizar este sistema de orientação da máqui- na via satélites, consegue-se maior precisão das distâncias entre as passadas do pulverizador, maior rendimento operacional pela possibilidade de trabalho noturno, maior velocidade de des- locamento, maior conforto para o trabalhador, entre outras vantagens. Enfim, a utilização do piloto automático tende a aumentar a eficiência técnica e econômica da atividade agrícola, e a reduzir o risco de contaminação ambiental durante a aplicação de defensivos agrícolas. 13Agricultura de Precisão na Aplicação de Defensivos Agrícolas » Aula 2 Partes constituintes do piloto automático Na aula anterior, você teve oportunidade de conhecer a principal função do sistema de piloto automático: aumentar a eficiência na aplicação de defensivos agrícolas. Para garantir o sucesso na utilização deste sistema, é importante que o operador seja qualificado e conheça em detalhes as partes constituintes do aparelho, bem como as funções de cada uma delas. O conhecimento minucioso deste sistema também contribui para a escolha do sistema que melhor atende às necessidades do produtor. Portanto, ao final desta aula, espera-se que você seja capaz de: • reconhecer os componentes do piloto automático; • diferenciar as funções das partes constituintes do piloto automático. Tópico 1 Funcionamento do piloto automático Como já visto, o piloto automático é um sistema que determina o direcionamento da máquina durante seu deslocamento. Ele pode ser parte integrante de tratores (ou pulverizadores autopro- pelidos) e proveniente de fábrica, ou ainda pode ser adquirido como acessório à parte, para ser acoplado em um trator comum. O piloto automático faz o auto esterçamento da máquina agrí- cola, através de um sistema de barra de luzes acoplado ao sistema de direção do equipamento. Autopropelidos Chama-se autopropelida a máquina que se desloca por um meio próprio de propulsão. No caso, um pulverizador autopropelido é um equipamento diferente de um trator equipado com um pulverizador. Esterçamento Ato de conduzir o volante para um lado ou para o outro. 14Agricultura de Precisão na Aplicação de Defensivos Agrícolas » O sistema de piloto automático cria linhas virtuais paralelas à esquerda e à direita, e garante o paralelismo entre as passadas de forma precisa e automática, evitando falhas ou sobreposições. Este mecanismo é similar ao da barra de luzes. Barra de luzes Você pode saber mais a respeitocursando o material 4 – Agricultu- ra de Precisão na Semeadura. Acesse, caso ainda não o tenha feito! A diferença é que o sistema de piloto automático apresen- ta maior precisão do que a barra de luzes, já que o acio- namento da direção é automático, feito com atuadores conectados ao volante ou à barra, ou diretamente ao sis- tema hidráulico da direção, dessa forma, o direcionamen- to da máquina não depende da ação do operador. O piloto automático faz um traçado exato na lavoura, podendo ser operado em retas, curvas ou em áreas de pivô central, e muitas vezes, o operador só é responsável pelo comando da direção para fazer as manobras de cabeceiras. As partes constituintes do piloto automático podem so- frer pequenas variações de acordo com o fabricante e com o tipo de atuador utilizado. Para maior esclarecimen- to, o produtor ou o operador devem sempre consultar o manual do modelo empregado. De todo modo, as partes comumente utilizadas neste sistema serão vistas a seguir. Fonte: Senar-GO Tópico 2 Antena ou receptor GNSS Para a orientação da máquina por sinais GNSS, é utilizada uma base fixa RTK, de coordenadas conhecidas, que, através de ondas de rádio UHF, se comunica com um receptor móvel, insta- lado no alto do trator ou do pulverizador autopropelido. A base fixa é utilizada para corrigir as informações de posicionamento enviadas pelos satélites repassando-as ao receptor móvel, que processa e armazena os dados em tempo real. 15Agricultura de Precisão na Aplicação de Defensivos Agrícolas » Fonte: Oliveira, 2009. Neste sistema, a precisão no direcionamento da máquina é bastante grande, apresentando er- ros menores do que cinco centímetros. Estes erros aumentam de acordo com o acréscimo da distância entre a base fixa e o receptor móvel, e com a existência de impedimento entre eles ou qualquer estrutura que possa interferir na comunicação. Você conhecerá mais sobre o uso da base RTK na próxima aula. Tópico 3 Monitor do controlador O monitor do controlador do piloto automático é o local em que o operador faz a inserção de informações importantes para a operação e acompanha os dados da pulverização. Deve se ter muito cuidado na inserção dos dados, pois uma informação equivocada pode comprometer todo o resultado da pulverização. 16Agricultura de Precisão na Aplicação de Defensivos Agrícolas » Informações e configurações mais importantes • largura da faixa útil de aplicação; • criação do talhão; • criação da linha A-B na primeira passada; carregar e salvar corretamente os dados etc. O que o operador consegue acompanhar durante o processo • a área pulverizada; • a linha virtual de deslocamento do pulverizador; • a barra de luzes; • alertas a respeito da pulverização etc. O sistema do controlador eletrônico é responsável por processar as informa- ções durante o desloca- mento da máquina, e enviar o comando para os atuado- res alterarem o sentido de deslocamento de acordo com a necessidade, sendo as informações apresenta- das na tela do monitor. Fonte: Jacto <www.jacto.com.br>. 17Agricultura de Precisão na Aplicação de Defensivos Agrícolas » Tópico 4 Atuadores Os atuadores, também chamados de pilotos, são os equipamentos que substituem o trabalho do operador no controle da direção, alterando o sentido de deslocamento da máquina sempre que necessário, para manter o sentido de orientação correto. Os atuadores utilizados no sistema de piloto automático são classificados em integrados e uni- versais, sendo que o segundo tipo se divide em elétrico e eletromecânico. Piloto Automático Universal O piloto automático universal consiste basicamente em um mecanismo de atuação fixado na barra de dire- ção próximo ao volante. É um sistema que apresenta menor custo de aquisição e, por este motivo, é bas- tante utilizado pelos produtores. Pode ser comprado e instalado em máquinas que não possuem um siste- ma de piloto automático integrado, sendo compatível com grande quantidade de máquinas. Recomenda-se, porém, realizar um estudo de viabilidade antes da aquisição do esquipamento. Piloto Automático Universal Elétrico Fonte: <http://dikengineering. com/unipilot>. É constituído por um motor elétrico fixado na coluna de direção por meio de um suporte universal. Esse su- porte permite que sejam feitos ajustes, de modo que a extremidade do motor fique em contato com o volan- te, movimentando-o para que o trator siga o alinha- mento determinado. Desta forma, o eixo do motor elétrico gira nos dois sentidos, fazendo com que o volante da máquina vire para a direita ou para a esquerda. Para adequado fun- cionamento, o contato entre o volante o motor elétri- co do piloto deve proporcionar bom atrito, sob pena de haver deslizamento, e consequente perda na trans- missão do movimento. 18Agricultura de Precisão na Aplicação de Defensivos Agrícolas » Eletromecânico Fonte: Oliveira, 2009. É constituído basicamente por uma estrutura formada pelo mecanismo de atuação conectado diretamente ao eixo central do volante. Nesse caso, a montagem consiste na substituição do volante original do trator por essa estrutura, que possui uma unidade de coman- do responsável por receber as coordenadas vindas do controlador e atuar diretamente na coluna de direção do trator, realizando os ajustes a fim de manter o ali- nhamento programado. Uma das vantagens desse tipo de piloto é que ocupa pouco espaço na cabine e não limita a visibilidade do operador quanto às informações no painel do trator. Além disso, permite que a funcionalidade telescópica do volante seja mantida. Folgas no sistema de direção podem comprometer o desempenho do funcionamen- to desses dois tipos de automação. Piloto Automático Integrado Fonte: Trible <www.trimble.com>. Consiste no controle do direcionamento do rodado da máquina feito por uma série de componentes eletrôni- cos e hidráulicos integrados no seu sistema de direção. Proporciona maior precisão do que o sistema univer- sal, uma vez que o tempo de resposta é menor, retor- nando ao sentido de deslocamento ideal mais rapida- mente. Apresenta um custo de aquisição superior aos outros tipos de pilotos. 19Agricultura de Precisão na Aplicação de Defensivos Agrícolas » Além dos componentes apresentados anteriormente, o piloto automático integrado também apresenta o sensor de posição e o sensor de ângulo das rodas. Sensor de posição O sensor de posição identifica e corrige o erro de posicionamento da máquina durante o descolamento em áreas inclinadas, como a base de um terraço. Sensor de rodas O sensor do ângulo de rodas age identificando o ângulo das rodas dianteiras da máquina durante o deslocamento. Todas as informações geradas pelos sensores são enviadas ao con- trolador, que transmite os comandos para o piloto automático. Além disso, a válvula de direção hidráulica, responsável por executar a mudança no sentido de deslocamento, é acoplada diretamente no sistema hidráulico da direção. O sensor de ângulo das rodas dianteiras identifica a direção das rodas e comunica-a ao controlador, que envia uma corrente elétrica para a válvula de direção hidráulica para mudar o sentido de deslocamento, executando a curva para a direita ou para a esquerda. Fonte: Verion <http://www.agriculturaverion.com.br/aplicacoes/8-piloto-automatico>. http://www.agriculturaverion.com.br/aplicacoes/8-piloto-automatico 20Agricultura de Precisão na Aplicação de Defensivos Agrícolas » É importante destacar que o trabalhador pode intervir na direção sempre que necessário em todos os sistemas de piloto automático. O simples fato de o operador mudar a direção do volante desarma o sistema de piloto au- tomático. Também há um interruptor que o operador pode usar para acio- nar ou desativar o piloto automático no momento em que desejar. Outros componentes também são bastante comuns nos sistemas de piloto automático, tais como, conectores, chicotes de fiação, pen drive, buzina, entre outros. Recapitulando Nesta aula, vocêestudou como o sistema de piloto automático possibilita ganho de eficiência durante a aplicação de defensivos agrícolas. O conhecimento dos componentes do piloto au- tomático e de suas funções é importante para que o operador possa intervir e acompanhar a operação de forma correta. Os componentes mais importantes no piloto automático são: • a antena ou receptor GNSS, que recebem os sinais de satélite e reconhecem o posicionamen- to da máquina em seu deslocamento com extrema exatidão; • o monitor controlador, responsável pela configuração e apresentação das características da operação, bem como da emissão de comandos para orientar o deslocamento durante a apli- cação; e • o atuador, que pode ser o piloto automático universal ou o piloto automático integrado. O primeiro pode ser o piloto elétrico, que é acoplado diretamente no volante, ou o piloto ele- tromecânico, que atua no eixo da coluna de direção. Outros componentes também são importantes para um eficiente funcionamento do piloto auto- mático, tais como, conectores, chicotes de fiação, pen drive, buzina, entre outros. Saiba Mais Que tal assistir a um exemplo de processo que utiliza um pulverizador autopropelido com o sistema de piloto automático integrado? Trata-se de um modelo Otmis, da Jacto. <https://www.youtube.com/watch?v=IWnx1lrlwCk> ou <http://goo.gl/mYbqzg> 21Agricultura de Precisão na Aplicação de Defensivos Agrícolas » Aula 3 Operação com piloto automático Você já estudou que o sistema de piloto automático proporciona grande eficiência nas aplica- ções de defensivos agrícolas. Porém, o sucesso desta aplicação é dependente da qualidade e da capacidade do operador de atender corretamente às recomendações técnicas. Alguns cuidados e configurações são necessários e devem ser feitos de forma correta. Além disso, a regulagem do pulverizador é essencial para garantir as condições de funcionamento necessárias. A calibração do pulverizador e dos equipamentos do piloto automático, por sua vez, é determinante para o controle da qualidade da aplicação. Portanto, espera-se que ao final desta aula você seja capaz de: • aplicar procedimentos de regulagem e calibração de pulverizadores equipados com piloto automático; • compreender a configuração dos componentes do piloto automático. Tópico 1 Sistema RTK Para trabalhar com piloto automático nas aplicações de defensivos agrícolas, é importante se orientar através do sistema RTK (Posicionamento Cinemático em Tempo Real), utilizando uma base fixa de coordenadas conhecidas que, através de ondas de rádio UHF, envia informações (dados) para um receptor móvel. Este receptor, instalado na parte mais alta do trator ou do pul- verizador autopropelido, faz o processamento dos dados de localização em tempo real. A base RTK pode ser instalada em uma antena fixa na propriedade ou sobre uma base de tripés montada próxima à área da pulverização. O piloto automático habilitado com o sistema RTK mantém o paralelismo entre as linhas com altíssima precisão, proporcionando erros menores do que cinco centímetros durante seu deslocamento. Isso é possível porque o esterçamento das rodas dianteiras está diretamente associado ao sistema de piloto automatizado da máquina. 22Agricultura de Precisão na Aplicação de Defensivos Agrícolas » Fonte: Adaptada de John Deere <www.deere.com.br>. Para operar e administrar essas tecnologias, é importante que o operador esteja capacitado e que domine os conceitos, as aplicações e a operação desses equipamentos. Tópico 2 Controladores de piloto automático Em geral, os monitores que controlam o piloto automático também são capazes de realizar di- versas outras tarefas como aplicações a taxas variáveis, controle de seções e operações com função DGPS. Os controladores do piloto automático podem variar de acordo com a marca e com o modelo, porém alguns procedimentos de configuração são comuns a todos eles. É impor- tante que se consulte o manual para observar os detalhes desses procedimentos. O operador deve inserir alguns dados e realizar algumas configurações na tela do monitor de controle da aplicação. Além de ligar corretamente o equipamento, criar ou carregar trabalho, nomear o arquivo, criar a rota de deslocamento etc., alguns dados e configurações merecem destaque e devem ser fornecidas independentemente do modelo utilizado. 23Agricultura de Precisão na Aplicação de Defensivos Agrícolas » Realizar a regulagem e a calibração do pulverizador é de extrema importân- cia para garantir a uniformidade e a eficiência na aplicação. O fornecimento dos dados da calibração no monitor do controlador do piloto automático tam- bém é de grande importância. Desta forma, o controlador entende os valores reais obtidos na calibração como sendo valores de referência, ou seja, valores conhecidos, fazendo a regulagem para mais ou para menos, de acordo com cada situação no decorrer da aplicação. O operador deve ser capacitado e orientado a realizar as seguintes operações. Calibração das Seções de Pulverização 1. Abasteça o tanque com uma quantidade suficiente de água; 2. Acelere o trator e fixe uma rotação de 540 RPM na tomada de força; 3. Com o comando no modo manual, abra todas as seções de pulveri- zação; 4. Ajuste no manômetro a pressão desejada; 5. Feche uma seção de pulverização e verifique no manômetro se houve alteração da pressão; 6. Se houver alteração, ajuste novamente a pressão desejada; 7. Repita a operação nas demais seções de pulverização. A pressão na barra deverá ficar constante, independentemente do número de se- ções ou bicos fechados. 24Agricultura de Precisão na Aplicação de Defensivos Agrícolas » Ajuste da vazão de calda desejada 1. No modo manual, indique no monitor o valor da vazão desejada; 2. Em seguida configure a vazão para o modo automático; 3. O sistema vai entender a vazão de referência e manter este volume constante; 4. A vazão deve ser compatível com: o tipo de ponta utilizada, a veloci- dade de deslocamento e a pressão de trabalho. Por isso, é importante atentar para as recomendações técnicas estabelecidas. Por exemplo: uma pressão muito baixa pode proporcionar o fechamento da válvula antideriva, interrompendo a vazão; por outro lado, uma pressão muito alta proporciona gotas muito finas, com grande potencial de deriva. Checagem da programação de calibração 1. É necessário ajustar a programação de acordo com as condições reais de trabalho de cada aplicação; 2. No menu função calibração da vazão, veja o valor da vazão registrada no monitor; 3. Com o trator em funcionamento a 540 RPM na TDF, e utilizando um copo graduado, colete a vazão de alguns bicos da barra, faça a média e veja se confere com a vazão do monitor; 4. Caso a vazão real seja diferente, é necessário fornecer este valor no monitor e salvar. Checagem da constante velocidade 1. Marque uma distância de 50 metros no campo, percorra-a na veloci- dade de trabalho utilizada e determine o tempo necessário para per- correr esta distância; 2. Calcule a velocidade de deslocamento da máquina, insira no monitor e salve. 25Agricultura de Precisão na Aplicação de Defensivos Agrícolas » Constantes dos segui- mentos da barra 1. Forneça o valor da largura de cada seguimento da barra. Esta largura corresponde à quantidade de bicos multiplicados pelo espaçamento entre eles; 2. Caso você altere a quantidade de bicos na barra, é necessário alterar o valor da constante dos seguimentos, para o controlador entender a largura útil de pulverização da barra. Teste dos sen- sores e motor elétrico 1. No menu teste, forneça o modelo de máquina utilizado; 2. Na opção função, selecione sensor de roda e, com a máquina em movimento, confira o resultado do funcionamento dos sensores das duas rodas do pulverizador; 3. Na opção função, selecione sensor de vazão e, com o pulverizador funcionando, confira o funcionamento do sensor de vazão; 4. Na opção função, selecione motor elétrico, coloqueno modo automá- tico, acione as teclas mais (+) e menos (-) e confira se o motor elétrico se movimentou. Em caso positivo, o motor está normal; 5. Na opção função, selecione sensor de nível e observe a informação “com água” ou “sem água”. Se estas mensagens aparecerem, o sen- sor está funcionando normalmente; 6. Quando o volume de calda no tanque baixar para 150 l, aparecerá um alerta para reabastecê-lo. 26Agricultura de Precisão na Aplicação de Defensivos Agrícolas » Recomenda- ções técnicas 1. O fornecimento dos dados corretos é fundamental para o funciona- mento eficiente do sistema eletrônico. Seguindo as recomendações técnicas, é possível otimizar o uso dos produtos e evitar desperdícios; 2. Além disso, em cada aplicação, verifique a calibragem dos pneus, pois este fator afeta o número de voltas registradas pelo sensor de roda; 3. É fundamental que o medidor de vazão seja limpo a cada vez que o tanque do pulverizador for reabastecido. Esta limpeza é importante para que a precisão da leitura da vazão se mantenha correta. Faça a limpeza com o auxílio de um pincel, água limpa e sabão neutro; 4. Os filtros da saída do tanque, da barra e dos bicos devem ser limpos diariamente ou com a maior frequência possível, para evitar entupi- mento e obstrução do fluxo da calda, causando desuniformidade na aplicação; 5. A limpeza dos bicos deve ser feita com o auxílio de um pincel ou es- cova, nunca utilize a boca. Funcionando manualmen- te 1. Em caso de falha no sistema eletrônico, escolha a opção de funciona- mento manual e continue o trabalho até o reparo do sistema; 2. Dessa forma, é necessário acompanhar as informações da aplicação no monitor do controlador e realizar os comandos manualmente. Deriva/antideriva A “deriva de pulverização” é o termo usado para as gotas do in- grediente que não são aplicadas na área-alvo. Os equipamentos antideriva são voltados para o controle da aplicação de líquidos por meio de fatores como tamanho da gota, taxa de aplicação, altura do bico de pulverização, velocidade da operação, entre outros. Você vai se aprofundar neste assunto no Módulo 5. 27Agricultura de Precisão na Aplicação de Defensivos Agrícolas » Recapitulando Para garantir a precisão no deslocamento do pulverizador, é necessária a utilização do sistema RTK, constituído por uma base fixa próxima da área de pulverização, e por um receptor móvel, instalado na máquina. Este receptor determina a localização da máquina em tempo real e com precisão de cinco centímetros. A inserção de dados e a calibração do controlador da aplicação são de extrema importância, uma vez que a inserção de dados errados pode provocar o insuces- so de toda a aplicação. O operador deve estar capacitado e ser instruído a realizar periodicamen- te a regulagem e a calibração do pulverizador. Os dados da calibração devem ser fornecidos ao controlador, para que ele reconheça os dados de referência e consiga ajustar automaticamente as doses desejadas durante a aplicação. As configurações completas do controlador são encon- tradas em seu manual, devendo ser utilizadas sempre que necessário. Nas próximas páginas, você vai encontrar a atividade de aprendizagem para verificar os conhe- cimentos construídos ao longo deste módulo. Não esqueça que você deve entrar no Ambiente de Estudos para registrar as respostas no sistema, que também vai liberar o próximo módulo de conteúdo! Siga em frente e aproveite bem a atividade! Saiba Mais Para você ver na prática como são feitas as configurações anteriormente descritas, aces- se os vídeos a seguir. Eles são referentes a funções básicas do monitor dos controladores OTMIS 1100 Jacto (<https://www.youtube.com/watch?v=sP_FRpU4G3g> ou <https://goo. gl/n3Wglo>) e TOPPER 4500 Stara (<https://www.youtube.com/watch?v=YEAFYu5iiXI> ou <https://goo.gl/6UMivJ>), modelos mais comumente utilizados nos sistemas de piloto au- tomático. Acesse já! https://www.youtube.com/watch?v=sP_FRpU4G3g https://www.youtube.com/watch?v=YEAFYu5iiXI 28Agricultura de Precisão na Aplicação de Defensivos Agrícolas » Atividade de aprendizagem Você chegou ao final do Módulo 1 do Curso Agricultura de Precisão na Aplicação de Defensivos Agrícolas. A seguir, você realizará algumas atividades relacionadas ao conteúdo estudado neste módulo. Lembre-se que as repostas devem ser registradas no Ambiente de Estudos, onde você também terá um feedback, ou seja, uma explicação para cada questão. 1. Considerando o que você estudou sobre a importância do piloto automático na aplicação de defensivos agrícolas, assinale a alternativa correta: a) Na pulverização convencional, muitas vezes ocorre sobreposição de pulverização em al- gumas áreas, gerando prejuízo para os produtores. b) Na pulverização convencional a máquina é direcionada pelo piloto automático. c) O piloto automático diminui a precisão no direcionamento da máquina durante a aplica- ção de defensivos agrícolas. d) As técnicas de orientação e demarcação por bandeiras ou por contagem de número de linhas são técnicas utilizadas na agricultura de precisão. 2. Você estudou sobre as partes constituintes do piloto automático. Agora, analise as seguintes afirmações e marque a alternativa correta: a) A configuração do monitor do controlador da aplicação é feita de forma automática na agricultura de precisão. b) Com a utilização de uma antena fixa e de um receptor GNSS móvel instalado na máquina, é possível ter uma precisão muito boa no deslocamento da máquina, entre 25 e 50 cm. c) No sistema de piloto automático universal, o piloto hidráulico é acoplado diretamente nas rodas dianteiras da máquina, realizando o seu direcionamento automático. d) O piloto automático integrado é o que apresenta maior acurácia no deslocamento da má- quina. 29Agricultura de Precisão na Aplicação de Defensivos Agrícolas » 3. De acordo com o que você estudou sobre a operação com piloto automático na aplicação de defensivos agrícolas, analise as opções e assinale a alternativa correta: a) O receptor móvel do sistema RTK gera os mapas de aplicação durante a pulverização do talhão. b) A limpeza dos filtros do pulverizador deve ser feita a cada três meses. c) Antes do início da pulverização é necessário conferir se a vazão do pulverizador confere com o valor de referência do controlador. d) A pressão de trabalho não necessita ser ajustada antes da pulverização, pois não tem in- fluência sobre a operação. 1Agricultura de Precisão na Aplicação de Defensivos Agrícolas » Programa Agricultura de Precisão Agricultura de Precisão na Aplicação de Defensivos Agrícolas » Módulo 2: Mapas de variabilidade para aplicação de defensivos agrícolas Ficha técnica 2015. Serviço Nacional de Aprendizagem Rural de Goiás - SENAR/AR-GO INFORMAÇÕES E CONTATO Serviço Nacional de Aprendizagem Rural de Goiás - SENAR/AR-GO Rua 87, nº 662, Ed. Faeg, 1º Andar: Setor Sul, Goiânia/GO, CEP: 74.093-300 (62) 3412-2700 / 3412-2701 E-mail: senar@senargo.org.br http://www.senargo.org.br/ http://ead.senargo.org.br/ PROGRAMA AGRICULTURA DE PRECISÃO PRESIDENTE DO CONSELHO ADMINISTRATIVO José Mário Schreiner TITULARES DO CONSELHO ADMINISTRATIVO Daniel Klüppel Carrara, Alair Luiz dos Santos, Osvaldo Moreira Guimarães e Tiago Freitas de Mendonça. SUPLENTES DO CONSELHO ADMINISTRATIVO Bartolomeu Braz Pereira, Silvano José da Silva, Eleandro Borges da Silva, Bruno Heuser Higino da Costa e Tiago de Castro Raynaud de Faria. SUPERINTENDENTE Eurípedes Bassamurfo da Costa GESTORA Rosilene Jaber Alves COORDENAÇÃO Fernando Couto de Araújo IEA - INSTITUTO DE ESTUDOS AVANÇADOS S/S Conteudistas: Renato Adriane Alves Ruas e Juliana Lourenço Nunes Guimarães TRATAMENTO DE LINGUAGEM E REVISÃO IEA: Instituto de Estudos Avançados S/S DIAGRAMAÇÃO E PROJETO GRÁFICO IEA: Instituto de Estudos Avançados S/S 3Agricultura de Precisão na Aplicação de Defensivos Agrícolas » Módulo 2 » Mapas de variabilidade para aplicação de defensivos agrícolas Fonte: Farm Works Mapping Software<www.ascommunications.co.uk>. Uma situação interessante nas lavouras ocorre quando o manejo localizado das infestações cau- sadas pelas pragas, doenças e plantas daninhas reduz as doses de defensivos. Isto proporciona inclusive benefícios econômicos e ambientais. Para que esse manejo se torne operacional, é necessário que sejam elaborados mapas de varia- bilidade que indiquem a forma de distribuição das infestações no espaço e no tempo dentro das lavouras. Exatamente como isso ocorre é o que veremos neste módulo. Vamos lá? Atenção! Sempre que finalizar a leitura do conteúdo de um módulo, você deve retornar ao Ambiente de Estudos para realizar a atividade de apren- dizagem. Siga em frente e bons estudos! 4Agricultura de Precisão na Aplicação de Defensivos Agrícolas » Aula 1 Tipos de mapas de variabilidades para aplicações de defensivos Como primeira informação, importante ter clareza do que são mapas de variabilidade e da dife- rença entre eles. Acompanhe! Mapas de Variabilidade Espacial Mapas de Variabilidade Temporal Os mapas de variabilidade espacial me- dem informações de cada subárea de cul- tivo, podem ser empregados em qualquer tipo de infestação e fornecem informa- ções valiosas para a tomada de decisão referente ao início do controle químico a taxa variável. Já os mapas de variabilidade temporal apresentam informações acumuladas de outras safras para a mesma subárea, e po- dem fornecer dados importantes sobre a dinâmica das infestações, sobretudo das plantas daninhas, acerca das quais as pes- quisas têm obtido melhores resultados. Este tipo de mapa requer mais estudo para explicar melhor o comportamento de certas doenças e insetos que atacam as lavouras a médio e longo prazo. De qualquer forma, é necessário que se conheçam os principais tipos de mapas empregados nas aplicações de defensivos, a fim de auxiliar na tomada de decisão sobre o melhor controle localizado a ser adotado. Portanto, ao final desta aula, espera-se que você tenha desenvolvido a habilidade de reconhecer os tipos de mapas de variabilidades mais usados nas aplicações a taxas variáveis de defensivos agrícolas. Tópico 1 Manejo e Variabilidade Uma das principais premissas da Agricultura de Precisão é o manejo localizado com base na variabilidade dos solos e das lavouras. Assim, podemos deduzir o quão importante é a correta interpretação destes mapas de variabilidade, já que é a partir dessa análise que as decisões são tomadas. 5Agricultura de Precisão na Aplicação de Defensivos Agrícolas » Os mapas representam a digitalização das características de interesse de uma área, e abrem espaço para uma série de análises. Inicialmente, a maioria dos estudos de variabilidade se restringia a análises de produtividade em relação à fertilidade dos solos. Entretanto, nem toda a variação na produtividade pode ser explicada apenas pela qualidade química dos solos. É possível que essa variação esteja também relacionada a outros fatores. Exemplos de fatores não relacionados à variabilidade do solo • o ataque das pragas (insetos); • doenças causadas por micro-organismos (como fungos e bactérias); • ocorrência de plantas daninhas. Quando não forem adequadamente controlados, esses fatores podem cau- sar redução de até 100% na produtividade das lavouras em geral. Para reduzir essas perdas, o que se verifica com frequência na prática é o uso de defensivos agrí- colas em área total. Para atingir o alvo, normalmente empregam-se elevadas doses e volumes de calda. Nesse caso, sugere-se uma demanda média da aplicação de defensivos na área. Entretanto, o que se sabe atualmente? Sabe-se que tanto as pragas quanto as doenças e as plantas da- ninhas distribuem-se de forma variável pela lavoura, podendo ser manejadas de forma localizada. Assim, além do impacto econô- mico positivo que a otimização das aplicações localizadas pode gerar, deve-se destacar também a importância ambiental que essa prática proporciona, uma vez que poderão ser reduzidas quantida- des consideráveis de produtos depositados no solo. 6Agricultura de Precisão na Aplicação de Defensivos Agrícolas » Deve-se ressaltar que a tomada de decisão sobre o emprego do controle químico deve estar atrelada ao manejo integrado, que, em síntese, define técnicas de amostragem e também estabelece os níveis de danos econômi- cos, que são utilizados como parâmetro para a definição do momento de iniciar o controle. Essa é uma área do conhecimento que, apesar dos diversos avanços obtidos nos últimos tem- pos, ainda não conta com definições de níveis de danos para diversas pragas, doenças e plantas daninhas que atacam as lavouras. Para tanto, o mapeamento visando à definição de estratégias de aplicação de defensivos é muito importante e, em princípio, todos os tipos de mapas de variabilidade podem ter alguma impor- tância para essa operação. Em geral, os mapas podem ser agrupados em mapas de variabilidade espacial e temporal, e apresentam distinções entre si quanto à forma de tratar de pragas, doen- ças ou plantas daninhas. Tópico 2 Mapas de variabilidade espacial Acompanhe a seguir as principais características dos mapas de variabilidade espacial. Os mapas de variabilidade espacial retratam a intensidade da dis- tribuição do ataque das pragas, doenças e plantas daninhas e per- mitem a intervenção pontual de modo a reduzir os danos causados nas lavouras. Geralmente, eles são apresentados na forma de iso- linhas, que indicam uma superfície contendo pontos agrupados de mesmo valor. O que se visualiza é uma tendência da média geral das observa- ções feitas no campo através da análise de áreas com maiores e menores concentrações, indicadas por faixas de cores. A escolha das cores deve ser feita com base em critérios representativos do fenômeno estudado. Nesse caso, sugere-se que maiores concen- trações se apresentem em cores vermelhas mais intensas, reduzin- do a tonalidade para cores mais suaves como verdes, amarelas ou azuis à medida que a concentração diminui. 7Agricultura de Precisão na Aplicação de Defensivos Agrícolas » Quando indicam a intensidade do ataque em si, esses mapas são denominados mapas de condição, e são importantes para a to- mada de decisão sobre o tipo de manejo a ser realizado. A partir deles, faz-se um estudo das quantidades de defensivos que de- verão ser aplicadas em cada área gerando, assim, os mapas de recomendação. Estes mapas digitalizados são inseridos nas memórias dos mo- nitores existentes nos pulverizadores equipados com tecnologia para aplicação a taxa variável. Os monitores comandam atuadores responsáveis por abrir ou fechar, totalmente ou parcialmente, vál- vulas que controlam a vazão das pontas, sobre as áreas de maior e menor infestação, respectivamente. Fonte Icones Shutterstock Tópico 3 Mapas de variabilidade temporal Agora, veja quais são as principais características dos mapas de variabilidade temporal. Os mapas de variabilidade temporal têm grande importância para a predição de futuras interferências das pragas, doenças e plan- tas daninhas nas lavouras. Alguns trabalhos apontam que áreas com elevada infestação, sobretudo de plantas daninhas, possuem elevada probabilidade de serem novamente infestadas no futuro. Isso ocorre devido às estruturas de propagação que se instalam em certa faixa de solo e iniciam o processo de reprodução, estimu- ladas pelas práticas agrícolas convencionais. Um exemplo típico e um dos mais estudado é o das plantas dani- nhas que, após passarem pelo estado de reprodução, lançam suas sementes no solo e criam um banco de sementes em reboleiras que pode germinar a cada novo preparo da área, mantendo cer- ta estabilidade na ocorrência das mesmas manchas durante anos seguidos. 8Agricultura de Precisão na Aplicação de Defensivos Agrícolas » Já as pragas possuem maior mobilidade em relação às doenças e plantas daninhas, e podem se apresentar tanto em reboleiras quanto em distribuição mais uniforme pela área. Nesse caso, ava- riabilidade temporal ocorre com maior frequência e a elaboração dos mapas deve ser feita em menor espaço de tempo a fim de mo- nitorar mais adequadamente o comportamento das infestações. Fonte ícones Shutterstock 0 - 202 202 - 404 404 - 606 606 - 808 808 - 1010 1010 - 1212 1212 - 1414 1414 - 1616 1616 - 1616 Sementes de Commenlina benglalensis/m 100 0 100 200m sentido do tráfego de máquinas N 0 S L 2 Fonte: Shiratsuchi, L. S.; Cristoffoleti, P. J; Fontes, J. R, 2003. Os mapas de variabilidade espacial para análise de doenças nas lavouras são bons para a pre- dição de ataques que podem ser severos, sendo bons indicativos para a entrada do controle químico corretivo e preventivo na área. Nesse caso, recomenda-se que o mapa seja elaborado o mais rápido possível, a fim de tratar do problema com antecedência. 9Agricultura de Precisão na Aplicação de Defensivos Agrícolas » Por outro lado, estes mapas ainda não fornecem informações precisas so- bre alguns pontos, por exemplo, eles não oferecem definições dos padrões de ocorrência no espaço e ao longo do tempo, para que se possa estabelecer uma estratégia de manejo a longo prazo pela agricultura de precisão. Isso ocorre, basicamente, por causa do dinamismo da disseminação dos fungos e bactérias, que pode acontecer naturalmente, devido aos fatores climáticos, ou através da ação humana, como a movimentação das máquinas pelas lavouras, que acabam transportando os micro-organismos de um lado para o outro. Fonte: <http://www.smartbiotecnologia.com.br/site/> Recapitulando Nesta aula, você viu que os mapas de variabilidade espacial e temporal referentes às infestações das pragas, doenças e plantas daninhas são a base para a aplicação de defensivos agrícolas a taxa variável. Os mapas de variabilidade espacial fornecem informações pontuais que permitem a distribuição de doses e volumes de calda de defensivos específicos para cada intensidade da mancha de infestação, proporcionando economia e redução do impacto ambiental normalmen- 10Agricultura de Precisão na Aplicação de Defensivos Agrícolas » te causado pelas aplicações de defensivos. Nesse sentido, devem-se observar os conceitos do manejo integrado, e os pulverizadores devem ser adequadamente equipados com dispositivos para o manejo localizado. Já os mapas de variabilidade temporal são mais empregados para o estudo do comportamento de bancos de sementes de plantas daninhas, sobretudo pela maior facilidade de predição da ocorrência das infestações ao longo dos anos. Aula 2 Elaboração de mapas de variabilidade A elaboração dos mapas de variabilidade para aplicação de defensivos requer adoção de técni- cas de amostragens específicas de acordo com cada infestação. A técnica de amostragem ado- tada deve operar de forma veloz, tendo em vista a intensidade do ataque das pragas, doenças e plantas daninhas, além de ser de fácil execução e de baixo custo. É importante que se conheçam as principais formas de coleta de informações e o seu processamento, a fim de se fazer uso da técnica mais adequada para cada situação e obter mapas confiáveis. Assim, espera-se que ao final desta aula você esteja apto a: • identificar as formas de coleta de dados para elaboração de mapas de variabilidade; e • aplicar técnicas de geoestatística para elaboração de mapas de variabilidade. Tópico 1 Técnicas de amostragem e infestações A aplicação localizada de defensivos agrícolas requer a elaboração de mapas confiáveis e que demonstrem a variabilidade das infestações das pragas, doenças e plantas daninhas. Para tanto, a coleta de dados visando à elaboração de tais mapas deve ser feita de forma criteriosa, além de ser necessário dispor de informações específicas, como você verá a seguir. 11Agricultura de Precisão na Aplicação de Defensivos Agrícolas » Conhecimentos necessários para coleta de dados • Níveis de infestação. • Grau de contagiosidade. • Espécies presentes. • Intensidade. • Modo de reprodução. Geralmente, essas infestações ocorrem em reboleiras devido a aspectos relacionados à biolo- gia, ou a fatores que proporcionam maior agregação em certas partes da lavoura como fertilida- de e umidade do solo, topografia, produtividade da lavoura, trânsito de máquinas e bordaduras. Fonte: SHIRATSUCHI, L. S.; MOLIN, J.P; CRISTOFFOLETI, P. J, 2004. <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0100-83582004000200014>. 12Agricultura de Precisão na Aplicação de Defensivos Agrícolas » A fim de mapear as áreas infestadas, devem-se adotar técnicas de amostra- gem que proporcionem mapeamento rápido devido ao dinamismo das infes- tações. A amostragem também deve ser simples e realizada no momento ade- quado, de acordo com as indicações do manejo integrado. O manejo integrado define as técnicas mais adequadas para obtenção de informações para cada tipo de infestação. De modo geral, podem-se adotar três técnicas de amostragem de acordo com o deslocamento pela área: caminhamento em grade de amostragem, caminhamento no contorno das manchas e deslocamento das máquinas pelo campo. A seguir, essas três técnicas serão descritas em detalhes. Tópico 2 Caminhamento em grande mostragem A amostragem pelo caminhamento em gra- de consiste na divisão da área em unidades de tamanhos regulares, podendo variar de 2 x 2 m até mesmo 2000 x 2000 m, depen- dendo do grau de detalhamento desejado, e das condições operacionais e financeiras disponíveis para realizar a amostragem. Quanto maior a distância entre os pontos amostrais, menor será a confiabilidade do mapa, uma vez que pequenas manchas po- derão ser ignoradas e resultar em grandes infestações em curto espaço de tempo. Fonte: Mapa, 2009. Dentro de cada grade amostral podem ser feitas avaliações quantitativas e qualitativas. Veja. Avaliação Quantitativa A avaliação quantitativa consiste na contagem de todas as espécies de plantas, insetos ou plantas atacadas existentes na malha. Trata-se de uma amostragem que proporciona o levantamento de grande quantida- de de informação. Entretanto, é muito demorada e possível de ser empre- gada apenas em pequenas áreas ou com pequena infestação. Grade regular (grid) sobreposta na área Inverso da distância ou Krigagem 13Agricultura de Precisão na Aplicação de Defensivos Agrícolas » Avaliação Qualitativa Na avaliação qualitativa, registra-se apenas a presença de uma espécie ou de um grupo de espécies na malha. Está é mais rápida e permite le- vantar informações sobre a diversidade de espécies infestantes, porém, não informa sobre a severidade das infestações. Pode-se também adotar tabelas de referência com escalas de intensidade de ataque para inferir o nível de dano causado à lavoura. Depois de processado, um mapa de variabilidade temporal da infestação de plantas daninhas ficaria como o exemplo a seguir. Fonte: Monquero, Silva, Hirata, Martins, 2011. <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0100-83582011000100013>. Tópico 3 Caminhamento no contorno das manchas Consiste no deslocamento feito por um operador pelo perímetro das manchas com o auxílio de receptor de sinal GNSS para georreferenciar a área infestada. Em cada mancha realiza-se a iden- tificação das espécies presentes e o estádio de desenvolvimento. Para amostragens em áreas muito extensas, geralmente utiliza-se um veículo para facilitar o deslocamento. 14Agricultura de Precisão na Aplicação de Defensivos Agrícolas » georreferenciar Atribuir coordenadas de localização a determinado objeto.Você pode aprofun- dar seus conhecimentos sobre georreferenciamento e orientação por satélite no segundo curso deste programa, “Sistemas de Orientação por Satélite”. Uma característica dessa avaliação é que se torna possível determinar o total das áreas ocupadas apenas por manchas individuais ou pelo total delas, sen- do uma informação importante para análise temporal de evolução das infes- tações. É um método muito empregado para amostragem de plantas daninhas,pois é menos trabalhoso do que outros métodos, é rápido e de fácil implementação, resultando em maior economia na aplicação de herbicidas. Entretanto, os contornos das reboleiras podem ser de difícil visualização se as plantas daninhas ainda estiverem pequenas ou muito distantes entre si, dificultando a delimitação do perímetro. Reboleiras Pequena área com intensa infestação de pragas, doença ou plantas daninhas, que prejudica o desenvolvimento da cultura. Tópico 4 Deslocamento das máquinas pelo campo É possível realizar o mapeamento de áreas infestadas por pragas, doenças e plantas daninhas acompanhando o deslocamento das máquinas agrícolas durante as operações, por exemplo, de subsolagem, adubação, aplicação de defensivos e colheita. Confira a seguir as etapas. 15Agricultura de Precisão na Aplicação de Defensivos Agrícolas » Registro Durante o deslocamento da máquina, o operador registra a presença da reboleira no recep- tor de sinal GNSS e, ao final, tem-se o mapa da distribuição da infestação pela área. Quando realizada juntamente com as operações mais iniciais, da fase de implantação da lavoura, como subsolagem e adubações de cobertura, essa técnica permite a definição de estratégias de controle mais rapidamente, evitando possíveis prejuízos com a redução da produtividade das lavouras. Porém, os estádios de desenvolvimento iniciais podem não apresentar infes- tações, que surgirão somente mais tarde. Verifica-se atualmente que diversas amostragens são feitas durante o deslocamento das colhedoras. Nesse caso, pode-se verificar a presença de reboleiras com maior nitidez, tornando o registro mais fácil. Entretanto, nesse caso, o prejuízo causado pela interferência na lavoura já foi estabelecido, o que é uma desvantagem. Captura de imagens Diversas empresas têm proposto a obtenção de imagens aéreas retiradas a partir de unida- des móveis de voo de baixa altitude, conhecidas como drones. Eles são capazes de se deslo- car por grandes extensões territoriais e obter imagens georreferenciadas de boa qualidade. Essa mesma técnica também pode ser utilizada através de imagens obtidas por satélites, normalmente a maiores custos, ou então por sensoriamento remoto. Coleta de Dados e Processamento Após a coleta dos dados, deve-se realizar o seu processamento empregando softwares espe- cíficos. De modo geral, esses softwares associam a informação registrada ao local de onde ela foi extraída. Assim, a qualidade da coleta dos dados no campo é fundamental para a elaboração de mapas confiáveis. Nessa etapa, são executados procedimentos matemáticos que identificam a semelhança de valores vizinhos, de modo a formar um agrupamento de valores. Trata-se da geoestatística que, diferentemente da estatística clássica, processa os dados de acordo com a dependência espacial entre eles. Drones Pequenos equipamentos para voos não tripulados que ope- ram por controle remoto. 16Agricultura de Precisão na Aplicação de Defensivos Agrícolas » Na prática, quando se visualiza um mapa de variabilidade com várias man- chas, o limite entre elas indica que, a partir daquele ponto, as amostras cole- tadas no campo são diferentes entre si, ou seja, não apresentam mais depen- dência no tempo ou no espaço. Uma informação valiosa que também pode ser extraída desses mapas é a definição da distância que poderá ser adotada entre a coleta das amostras, visando à elaboração de outros mapas para estudo da mesma infestação naquela área. Com o avanço da informática na agricultura, atualmente diversas máquinas são equipadas com softwares capazes de elaborar mapas de variabilidade com rapidez e boa confiabilidade. Nesse caso, é muito importante o operador ser devidamente treinado para lidar com os recursos ofe- recidos pelo programa. Recapitulando Nesta aula, você viu como a elaboração dos mapas de variabilidade para aplicação de defensi- vos requer a adoção de técnicas de amostragem específicas, de acordo com as características da infestação das pragas, doenças e plantas daninhas. Dentre as principais formas de amostragens destacam-se: caminhamento em grade de amostragem, caminhamento no contorno das man- chas e deslocamento das máquinas pelo campo. Para todas as formas de amostragem, deve-se georreferenciar o local de onde a informação é extraída. Muitas empresas têm oferecido no mercado pequenas aeronaves comandadas por controle remoto capazes de retirar imagens georreferenciadas visando à elaboração de mapas. O processamento das informações obtidas, associadas ao georreferenciamento, é executado por técnicas de geoestatística, que forma grupos com valores de amostragens semelhantes en- tre si, criando, assim, os mapas de variabilidade. 17Agricultura de Precisão na Aplicação de Defensivos Agrícolas » Aula 3 Aplicações de defensivos a taxas variáveis Você já estudou que uma das principais contribuições da aplicação de defensivos a taxa variável é reduzir a quantidade de produtos aplicados na agricultura, o que proporciona economia de gastos. Os pulverizadores equipados com essa tecnologia realizam a distribuição dos produtos de forma localizada sobre os alvos a partir de informações das manchas apresentadas nos ma- pas de variabilidade, ou mesmo sobre alvos mais individualizados, localizados em tempo real por câmeras, a depender da sofisticação do equipamento. Diferentemente das outras operações a taxa variável, os pulverizadores podem fazer aplica- ções a taxa variável baseando-se em mapas de recomendação georreferenciados, ou utilizando sensores para aplicações em tempo real. Para funcionar adequadamente, os equipamentos de pulverização a taxa variável devem atender aos padrões de comunicação entre as interfaces oferecidas pelos diferentes fabricantes. Assim, espera-se que ao final desta aula você seja capaz de: • reconhecer equipamentos utilizados nas aplicações a taxas variáveis; e • aplicar procedimentos de configurações de equipamentos utilizados nas aplicações a taxas variáveis. Tópico 1 Taxa variável e eficiência Você sabia que, no geral, a eficiência da aplicação de defensivos é baixa? Isso ocorre porque, normalmente, aplicam-se doses acima daquelas que realmente seriam ne- cessárias para realizar o controle, a fim de compensar as perdas que acometem a aplicação. Dentre essas perdas, podem-se destacar aquelas causadas pelas condições climáticas inade- quadas durante a aplicação que, a depender da condição, pode espalhar os produtos aplicados para locais distantes dos alvos. Por considerar que as pragas, doenças e plantas daninhas possuem distribuição uniforme pela área, aplica-se o mesmo volume de calda em concentração constante do produto. Dessa forma, em alguns locais há aplicações em excesso e em outros, aplicação carente. 18Agricultura de Precisão na Aplicação de Defensivos Agrícolas » Dessa forma, um dos desafios da pulverização a taxa variável é melhorar a eficiência da pulverização no resultado final do processo. Como melho- rar a eficiên- cia da pulve- rização? Atualmente, podem ser empregadas algumas técnicas, como a aplicação a taxa variável para distribuir os defensivos de acordo com a necessidade de cada subárea. Para tanto, é necessário que o equipamento seja capaz de se localizar no campo, aumentando ou diminuindo a quantidade de produto a ser aplicado quando passar por subáreas de maior ou menor necessidade, respectivamente. Nesse aspecto, a aplicação de defensivos difere das demais operações pelo fato de poder ser realizada de duas formas distintas. Baio e Antuniassi, 2011. <http://www. agencia.cnptia.embrapa.br/Reposi- torio/1622_000fkl0f2ta02wyiv80s- q98yqf7fpgf0.pdf> A primeira forma baseia-se no prévio mapeamento geor- referenciado do ataque das pragas, doenças e plantas daninhas, o que permite a elaboração do mapa de reco- mendação ou aplicação. Esses mapas são utilizados para comandar a aplicação localizada dos defensivos sobre os alvos à medida que o pulverizador, devidamente equipa- mento com sistema de determinaçãode posicionamento por satélite, se desloca pela área. Os pulverizadores mais sofisticados operam com pilotos automáticos que se orien- tam por satélites de navegação empregando sinais com correção RTK. Fonte: Adaptada de Geo Agri <http:// www.geoagri.com.br/Produtos. aspx?idSubCategoria=8c17b0c5-8c- 11-47fc-b173-bd820a8d2e5c>. A outra forma se baseia no uso de câmeras digitais ou sen- sores que detectam o alvo de forma instantânea, e enviam uma mensagem para atuadores responsáveis pela dosa- gem e aplicação localizada sobre os alvos, tudo em uma única passada do pulverizador. Essa técnica será descrita em maiores detalhes nas aulas seguintes. 19Agricultura de Precisão na Aplicação de Defensivos Agrícolas » Portanto, utilizando-se mapas ou sensores, é possível realizar variações tanto no volume de cal- da aplicado como na dose do defensivo. Dois componentes dos pulverizadores são muito impor- tantes nesse ajuste: o comando de pressão e a bomba. Conheça-os a seguir. Tópico 2 Comando de pressão O comando é constituído por uma válvula de três vias, uma que recebe a calda, outra que a envia para a barra de pulverização, e outra que faz com que a calda retorne para o tanque de pulverização. Quando esta úl- tima via é total ou parcialmente fechada, a calda se direciona em maior quantidade para a barra, aumentando a pressão e o volume aplicado. Fonte: <http://www.adventurepulv.com.br/loja/pro- duto/Comando-jacto-4-vias.html>. É importante ressaltar que quanto maior a pressão na barra de pulverização, menor é o tamanho das gotas, o que pode acarretar em maior deriva. Para reduzir o volume aplicado, deve-se, por- tanto, abrir a via de retorno para o tanque de pulverização reduzindo a quantidade de calda que vai para barra. O comando pode apresentar um número maior de vias em função da quantidade de seções existentes na barra de pulverização. De todo modo, existem diferenças entre os mo- delos convencionais e mais modernos. Acompanhe! Pulverizadores Convencionais Em geral, determinam uma posição para a válvula do comando, que mantém a mesma vazão das pontas, independentemente de eventuais variações na velocidade de trabalho. Nesse caso, o volume de calda aumenta e diminui quando a velocidade diminui e aumenta, respec- tivamente. 20Agricultura de Precisão na Aplicação de Defensivos Agrícolas » Pulverizadores Modernos Possuem comandos que ajustam automaticamente o retorno da calda para o tanque, varian- do a vazão das pontas de acordo com a velocidade de trabalho, visando à manutenção do volume de calda por hectare constante. Fonte: <http://www.tecnomark.ind.br/produtos.php?id=smartSprayerCom>. Esses comandos também podem atuar ajustando o retorno dentro de uma mesma velocidade de trabalho, consequentemente, eles alteram o volume aplicado, de acordo com a demanda do mapa de recomendação, praticando a aplicação a taxa variável. Tópico 3 Bomba Os pulverizadores autopropelidos, em geral, utilizam bomba centrífuga, diferentemente dos pul- verizadores tratorizados que operam, em sua quase totalidade, com bomba de pistão pelo fato de necessitarem de alta pressão. 21Agricultura de Precisão na Aplicação de Defensivos Agrícolas » Características dos autopropelidos • Necessitam da bomba centrífuga, pois deslocam-se normalmente em maiores velocida- des e, dessa forma, devem deslocar maior volume de calda. • Nesse caso, o acionamento da bomba é realizado por motor hidráulico de rotação variá- vel pelo fluxo hidráulico. • A vazão que a bomba desloca é ajustada de acordo com a rotação, assim, quando se de- seja vazão máxima, a bomba deve ser operada com a máxima rotação. Tópico 4 Interface ISOBUS Tendo em vista que os exemplos de tecnologia vistos anteriormente são considerados bastante viáveis para aplicação de defensivos, o que se vê são diversas empresas investindo em vários equipamentos para aprimorar a aplicação a taxa variável. Para você ter uma ideia, em meados da década de 2000, já havia no mercado vários pulverizadores com diferentes interfaces entre os sistemas eletrônicos e o operador, o que dificultou o entendimento da apresentação das infor- mações e, por vezes, impossibilitou a comunicação entre os componentes eletrônicos. Pensando nisso e em diminuir a complexidade dessas interfaces, foi criado o Protocolo de comu- nicação denominado ISOBUS (Padrão ISO 11783). O termo ISO se refere à International Organiza- tional for Standardization, e o termo BUS se refere ao barramento que sugere uma padronização entre as conexões físicas das partes que compõem os sistemas eletrônicos dos pulverizadores, baseada em um sistema chamado CAN (Controller Area Network). 22Agricultura de Precisão na Aplicação de Defensivos Agrícolas » Fonte: Adaptada de Tejeet, 2009. Atualmente, essa é uma necessidade identificada pela indústria de pulverizadores e de máquinas agrícolas em geral, pelo fato de terem que oferecer tecnologias que possam ser compartilhadas por vários equipamentos, aumentando a versatilidade da aplicação de seus produtos. Em geral, a configuração desses componentes eletrônicos pode ser feita de dois modos: básico e avançado. Configuração básica Utilizada para a entrada de dados rotineiros de aplicação, quando se deseja pulverizar gran- des extensões uniformes. Configuração avançada Permite a entrada de dados que eventualmente sejam necessários para alterar alguma in- formação da configuração básica. Como acontece na maioria dos microcomputadores, em caso de inserção de dados equivocados, pode-se retornar à configuração básica por meio da opção “reset”. 23Agricultura de Precisão na Aplicação de Defensivos Agrícolas » Recapitulando Nesta aula, você pôde ver que as aplicações de defensivos a taxas variáveis podem ser realiza- das com a detecção dos alvos em tempo real, seguida da dosagem do produto e da aplicação localizada em uma única passada do pulverizador. Atualmente, a forma mais usual é a utilização de mapas georreferenciados de aplicação, que são inseridos na memória das unidades de co- mandos dos sistemas de pulverização. O ajuste no volume de calda pode ser feito pelo comando que regula a pressão da barra de pulverização. Nos pulverizadores autopropelidos, essa variação também pode ocorrer ao variar a rotação da bomba centrífuga. Nas próximas páginas, você vai encontrar a atividade de aprendizagem para verificar os conhe- cimentos construídos ao longo deste módulo. Não esqueça que você deve entrar no Ambiente de Estudos para registrar as respostas no sistema, que também vai liberar o próximo módulo de conteúdo! Siga em frente e aproveite bem a atividade! 24Agricultura de Precisão na Aplicação de Defensivos Agrícolas » Atividade de aprendizagem Você chegou ao final do Módulo 2 do Curso Agricultura de Precisão na Aplicação de Defensivos Agrícolas. A seguir, você realizará algumas atividades relacionadas ao conteúdo estudado neste módulo. Lembre-se que as repostas devem ser registradas no Ambiente de Estudos, onde você também terá um feedback, ou seja, uma explicação para cada questão. 1. Considerando os tipos de mapas de variabilidade utilizados para aplicação de defensivos apresentados nesta aula, marque a alternativa correta. a) A aplicação localizada dos defensivos agrícolas requer a correta interpretação de mapas de produtividade. b) Os mapas de variabilidade espacial para controle localizado de doenças ainda precisam ser mais bem estudados para que possibilitem a definição de estratégias de manejo a longo prazo. c) Os mapas de variabilidade temporal de plantas daninhas permitem a predição de infesta- ções futuras pela intensidade do banco de sementes. d) Os mapas de variabilidade espacial e temporal fornecem informações precisas e a tomada de decisão deve ser desvinculada dos princípios do manejo integrado. 2) Considerando as formas de elaboração de mapas de variabilidade descritas nesta aula, aponte a alternativa correta. a) A elaboração do mapa de variabilidade visando à aplicaçãode defensivos deve ser feita em uma lavoura no final do seu ciclo. b) As técnicas de amostragem para elaboração de mapas de variabilidade são padronizadas para todos os tipos de infestações. c) A técnica de amostragem por grade amostral quantitativa permite a análise de muitas informações, porém sua execução é muito demorada. 25Agricultura de Precisão na Aplicação de Defensivos Agrícolas » d) As técnicas de geoestatística adotam os mesmos princípios da estatística clássica para a elaboração dos mapas de variabilidade. 3. Considerando a aplicação de defensivos a taxa variável descrita nesta aula, determine a al- ternativa correta. a) A aplicação de defensivos é uma operação eficiente e não se adequa às operações a taxas variáveis. b) Aplicações de defensivos a taxas variáveis são realizadas apenas por meio de mapas geor- referenciados, como ocorre com as demais operações. c) A variação do volume de calda pode ser feita por ajustes no comando de três vias, ou na rotação da bomba centrífuga nos pulverizadores autopropelidos. d) Os sistemas eletrônicos dos pulverizadores foram desenvolvidos inicialmente de forma padronizada, facilitando a comunicação entre os diferentes sistemas eletrônicos. 1Agricultura de Precisão na Aplicação de Defensivos Agrícolas » Programa Agricultura de Precisão Agricultura de Precisão na Aplicação de Defensivos Agrícolas » Módulo 3: Sensores utilizados na aplicação de defensivos agrícolas em tempo real Ficha técnica 2015. Serviço Nacional de Aprendizagem Rural de Goiás - SENAR/AR-GO INFORMAÇÕES E CONTATO Serviço Nacional de Aprendizagem Rural de Goiás - SENAR/AR-GO Rua 87, nº 662, Ed. Faeg, 1º Andar: Setor Sul, Goiânia/GO, CEP: 74.093-300 (62) 3412-2700 / 3412-2701 E-mail: senar@senargo.org.br http://www.senargo.org.br/ http://ead.senargo.org.br/ PROGRAMA AGRICULTURA DE PRECISÃO PRESIDENTE DO CONSELHO ADMINISTRATIVO José Mário Schreiner TITULARES DO CONSELHO ADMINISTRATIVO Daniel Klüppel Carrara, Alair Luiz dos Santos, Osvaldo Moreira Guimarães e Tiago Freitas de Mendonça. SUPLENTES DO CONSELHO ADMINISTRATIVO Bartolomeu Braz Pereira, Silvano José da Silva, Eleandro Borges da Silva, Bruno Heuser Higino da Costa e Tiago de Castro Raynaud de Faria. SUPERINTENDENTE Eurípedes Bassamurfo da Costa GESTORA Rosilene Jaber Alves COORDENAÇÃO Fernando Couto de Araújo IEA - INSTITUTO DE ESTUDOS AVANÇADOS S/S Conteudistas: Renato Adriane Alves Ruas e Juliana Lourenço Nunes Guimarães TRATAMENTO DE LINGUAGEM E REVISÃO IEA: Instituto de Estudos Avançados S/S DIAGRAMAÇÃO E PROJETO GRÁFICO IEA: Instituto de Estudos Avançados S/S 3Agricultura de Precisão na Aplicação de Defensivos Agrícolas » Módulo 3 » Sensores utilizados na aplicação de defensivos agrícolas em tempo real Fonte Shutterstock Você já ouviu falar em radiação? Essa tecnologia utilizada em exames de saúde é também res- ponsável pelo sensoriamento remoto, e tem diversas aplicações para a distribuição de defen- sivos. Uma delas é a detecção de alvos como pragas, doenças e plantas daninhas visando à aplicação a taxa variável em tempo real. Mas como isso acontece? Essa detecção se dá por meio da interação verificada entre a radiação emitida pelo objeto de estudo, e sensores capazes de captar as ondas eletromagnéticas dessa radiação. O princípio básico dessa técnica é que todo corpo com temperatura acima de zero grau emite certa radiação em um comprimento de onda e frequência que são específicos para aquele corpo. Pois bem, neste módulo veremos como tudo isso funciona e de que maneira esta técnica contri- bui para o sucesso da operação. Atenção! Sempre que finalizar a leitura do conteúdo de um módulo, você deve retornar ao Am- biente de Estudos para realizar a atividade de aprendizagem. 4Agricultura de Precisão na Aplicação de Defensivos Agrícolas » Siga em frente e faça bom proveito! Aula 1 Sensoriamento na aplicação de defensivos agrícolas Com o uso da tecnologia da radiação, torna-se possível identificar e diferenciar os objetos em estudo, conhecendo suas características espectrais. Uma das vantagens dessa tecnologia está no ganho de tempo obtido entre a detecção do problema, e as tomadas de decisão relativas ao volume de calda e à dose mais adequada a ser utilizada no tratamento. Portanto, seus objetivos específicos para essa aula são: • reconhecer as técnicas utilizadas para aplicação de defensivos em tempo real; e • executar procedimentos de aplicação de defensivos agrícolas em tempo real. Tópico 1 Uso e aplicação das técnicas de sensoriamento O uso do sensoriamento remoto na Agricultura de Precisão proporciona algumas vantagens, se comparado com as técnicas de mapeamento georreferenciado, pelo fato de permitir a obtenção de grande quantidade de informações, algumas invisíveis a olho nu, em pequeno espaço de tem- po, podendo também retomar a coleta de dados com maior frequência. Para a aplicação de defensivos agrícolas, existe um grande potencial de uso dessa técnica, uma vez que se trata de uma operação que visa atingir alvos específicos e por vezes, de difícil visua- lização. Além disso, é uma operação que requer cuidados especiais pelo fato de que, quando realizada de forma indevida, pode gerar elevado impacto ambiental. As técnicas de sensoriamento remoto podem auxiliar tanto na redução das doses de defensivos aplicados, como também na otimização da aplicação, de modo a realizá-la apenas sobre os alvos. espectrais Capacidade de absorver, transmitir e refletir a radia- ção de acordo com as características químicas, físicas e morfológicas de cada objeto/ser. 5Agricultura de Precisão na Aplicação de Defensivos Agrícolas » Todos os corpos são constantemente atingidos por algum tipo de radiação e, estando a uma temperatura acima de zero grau, emitem radiação eletromagnética como resultado das ativi- dades atômicas das moléculas que os compõem. Cada corpo tem um comportamento especí- fico, e é isso que permite identificar e diferenciá-los de acordo com o tipo de onda eletromag- nética detectada, uma vez que a reflectância é diferente para cada tipo de objeto ou fenômeno estudado. O que são ondas eletromagné- ticas? As ondas eletromagnéticas diferem uma das outras pela forma como são produzidas, e também de acordo com o seu comprimento e com a fre- quência gerada por elas, que vai desde as ondas de rádio, que são as menores, até aquelas de maior frequência, que são as ondas gama. Essa faixa de frequência constitui o chamado espectro eletromagnético, que é a distribuição das radiações eletromagnéticas conhecidas em função do comprimento de onda. O espectro eletromagnético foi dividido em três regiões, com denominações específicas de acor- do com as fontes e tipos de processos envolvidos na geração da radiação: • ultravioleta (UV); • visível (VIS); • infravermelho (IR). Em geral, os comprimentos de ondas são medidos em unidade como nanômetro (1nm = 0.000000001 m) e em Gigahertz (1 Ghz = 1.000.000.000 de ciclos por segundo) ou Megahertz (1 MHz = 1.000.000 de ciclos por segundo). reflectância Relação entre o fluxo de radiação que incide numa superfície e o fluxo de radiação que é refletido. 6Agricultura de Precisão na Aplicação de Defensivos Agrícolas » Fonte: <http://labcisco.blogspot.com.br/2013/03/o-espectro-eletromagnetico-na-natureza.html>. Mas o que essas ondas têm em comum com o sensoriamento remoto? As ondas eletromagnéticas localizadas na faixa do chamado “espectro visível” (que vai do comprimento de onda de aproximadamente 350 a 700 nm) permitem, por exemplo, que o olho humano possa perceber a diferença entre as cores (cada cor possui um comprimento de onda). Os demais comprimentos de ondas podem ser “visualizados” apenas com a ajuda de dispositivos adequados para a sua detecção. Com o intuito de desenvolver estes equipamentos, as pesquisas científicas avançaram muito nos últimos anos, beneficiando também a agricultura de precisão através dos sensores criados. 7Agricultura de
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