Apostila LIBRAS palestra

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APOSTILA 
DE 
 LIBRAS 
 
 
 
Aline Barreiros 
Instrutora de Libras 
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SUMÁRIO 
1. INTRODUÇÃO ................................................................................. 03 
1.1 Legislação de Libras ...............................................................03 
1.2 Lei 10.436/2002 ......................................................................03 
2. LIBRAS PODE SER PARA TODOS .................................................05 
2.1 Conceitos – figura ...................................................................05 
3. HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO DO SURDO NO BRASIL ....................06 
3.1 Quando chegou no Brasil .......................................................06 
3.2 Os surdos no século xx ..........................................................06 
3.3 Conhecendo a Libras .............................................................07 
3.4 Porque Língua de Sinais? ......................................................07 
3.5 Diferença entre Língua Oral e Língua de Sinal ......................07 
3.6 Língua Viva ............................................................................07 
3.7 Língua de Sinais NÃO é universal .........................................08 
4. QUAL A CAUSA DA SURDEZ .........................................................09 
4.1 Pesquisas ...............................................................................09 
5. SISTEMA DE TRANSIÇÃO DA LIBRAS E PONTOS 
GRAMATICAIS................................................................................. 12 
6. ALFABETO MANUAL EM LIBRAS..................................................13 
7. NÚMEROS EM LIBRAS ...................................................................15 
8. SINAIS BANCÁRIOS........................................................................17 
9. CUMPRIMENTOS............................................................................. 24 
10. CALENDÁRIO.................................................................................. 27 
11. FAMÍLIA............................................................................................ 30 
12. SINAIS USUAIS................................................................................ 33 
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13. DOCUMENTOS................................................................................ 41 
14. EXERCÍCIOS.................................................................................... 45 
15. BIBLIOGRÁGIA.................................................................................51 
 
 
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1 - INTRODUÇÃO 
1.1 Legislação de Libras 
 Em cada país possui sua própria língua de sinais, ela não é universal. 
Aqui no Brasil não é diferente, a Língua Brasileira de Sinais (Libras) tem sua 
origem na Língua de Sinais Francesa, sendo reconhecida como uma língua 
com estrutura própria por meio 
1.2 Lei 10.436/2002. 
 De acordo com a LEI Nº 10.436, DE 24 DE ABRIL, DE 2002, a Língua 
Brasileira de Sinais – Libras foi decretada pelo Congresso Nacional e 
sancionada pelo PRESIDENTE DA REPÚBLICA e dispõe dos seguintes 
tópicos: 
 Art. 1º- É reconhecida como meio legal de comunicação e expressão a 
Língua Brasileira de Sinais - Libras e outros recursos 
De expressão a ela associados. 
 Parágrafo único. Entende-se como Língua Brasileira de Sinais - Libras a 
forma de comunicação e expressão, em que o sistema linguístico de natureza 
visual-motora, com estrutura gramatical própria, constitui um sistema linguístico 
de transmissão de idéias e fatos, oriundos de comunidades de pessoas 
Surdas do Brasil. 
 Art. 2º- Deve ser garantido, por parte do poder público em geral e 
empresas concessionárias de serviços públicos, formas institucionalizadas de 
apoiar o uso e difusão da Língua Brasileira de Sinais - Libras como meio de 
comunicação objetiva e de utilização corrente das comunidades surdas do 
Brasil. 
 Art. 3º- As instituições públicas e empresas concessionárias de serviços 
públicos de assistência à saúde devem garantir atendimento e tratamento 
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adequado aos portadores de deficiência auditiva, de acordo com as normas 
legais em vigor. 
 Art. 4°- O sistema educacional federal e os sistemas educacionais 
estaduais, municipais e do Distrito Federal devem garantir a inclusão nos 
cursos de formação de Educação Especial, de Fonoaudiologia e de Magistério, 
em seus níveis médios e superiores, do ensino da Língua Brasileira de Sinais - 
Libras, como parte integrante dos Parâmetros Curriculares Nacionais - PCNs, 
conforme a legislação vigente. 
 Parágrafo único. A Língua Brasileira de Sinais - Libra não poderá 
substituir a modalidade escrita da língua portuguesa. 
 Art. 5º- Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação. 
Brasília, 24 de abril de 2002; 181° da Independência e 114° da República. 
Fernando Henrique Cardoso Paulo Renato Souza. 
 A Libra é determinada como uma língua gestual, por estar associada 
aos sinais que representa. A língua gestual é universal, porém, os significados 
não são os mesmos em todos os países. Os gestos têm mesma representação, 
porém, diferentes significados. Seu aprendizado requer a utilização das mãos 
para trabalhar os sinais e a partir desses movimentos, a combinação deles, 
acontece naturalmente à comunicação com os surdos. 
 A Libra permite a interação entre as pessoas surdas e as ouvintes, 
fazendo com que o surdo obtenha informações de mundo no qual ele vive, 
tornando-o um cidadão com direitos, deveres e responsabilidades. 
 
 
 
 
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2- LIBRAS PODE SER PARA TODOS 
2.1 Conceitos 
 
 
 
 “Muda significa que não faz uso da palavra. As pessoas me vêem como 
alguém que não se utiliza das palavras! É absurdo. Eu as utilizo com as minhas 
mãos. Utilizar a língua de sinais não significa ser muda. Posso falar, gritar, rir, 
chorar, sons saem da minha garganta. Ninguém me cortou a língua. Tenho 
uma voz particular, só isso! 
 Meus olhos podem ouvir e minhas mãos podem falar, escrevo do 
mesmo modo que me exprimo por sinais. 
 Minhas mãos são bilíngües. Meu coração não é surdo a nada neste 
duplo mundo.” 
 (Livro – O Voo da Gaivota – Emmanuelle Laborit) 
 
 
 
 
 
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3 - HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO DO SURDO NO BRASIL 
 O Professor L’epee deu inicio as suas pesquisas ensinando Surdos com 
a estratégia de ensino através da Datilologia (soletrar o alfabeto com sinais), 
gestos, mímicas (classificadores) e contextualização de palavras. 
 Através desta pesquisa foi desenvolvida uma própria linguagem gestual 
para Surdos e começou a ser divulgada mundialmente e assim foi criada a 
primeira escola de Língua de Sinais na França. 
 
3.1 Quando chegou ao Brasil 
 No Brasil teve início no segundo Império, com a chegada do Frances 
HernestHuet, D Pedro II o convidou para vir ao Brasil, tinha interesse na língua 
de sinais pois tinha um neto Surdo, filha da Princesa Isabel. 
 Huet trouxe o alfabeto e a língua francesa de sinais em 26 de Setembro 
de 1857, quando foi fundado o Instituto de Surdos no Rio de Janeiro o INES. 
 Em 1911 o INES, passou a adotar o oralismo puro, seguindo a 
determinação do Congresso de Surdos-Mudos de Milão. Em 1951 passa a 
ministrar curso normal de formação de Professores para Surdo, com duração 
de três anos, sendo o INES para todo o Brasil usando a metodologia voltada 
para o Oralismo. 
3.2 Os surdos no século xx 
 Durante 80 anos foi proibido o uso de sinais, surdo que não se adaptava 
ao oralismo era considerado com retardo mental. Surdo com perda severa e 
profunda não tinham condições orgânica de ser oralizado. 
 As pessoas não queriam sair da sua zona de conforto, e não se 
preparavam para conversar com o surdo, era ele que tinha que se adaptar ao 
ouvinte. Em 1970, a língua de sinais voltou a ser aceita, comunicação total e 
oral e sinalizada ao mesmo tempo. 
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3.3 Conhecendo a Língua Brasileira de sinais - Libras 
 Acreditamosque a história sempre nos faz refletir e entender os fatos 
atuais, que o presente não está descolado do passado, e que a trajetória é 
importante para ser vista como um processo. Nesta tentativa procuramos fazer 
uma síntese da história dos Surdos. 
 Fazer um retrospecto da história da educação dos Surdos, não é uma 
das tarefas mais fáceis, pois trata se de uma história cheias de idas e vindas 
cheias de proibições. 
3.4 Porque Língua de Sinais? 
 As línguas de sinais são naturais, pois surgiram do convívio entre 
pessoas com deficiência auditiva, elas podem ser comparadas a complexidade 
e a expressividade das línguas orais, pois apresentam em sua comunicação os 
tempos de passado e futuro, de concreto ou abstrato, emocional e racional, 
complexo ou simples. 
 Possui regras gramaticais e são totalmente estruturadas. 
3.5 Diferenças entre Língua oral e Língua de sinal 
 As línguas de sinais distinguem -se das línguas orais possui utilizam de 
um meio espacial e oral auditivo, ou seja, na elaboração das línguas de sinais 
precisamos olhar os movimentos que o emissor realiza para entender sua 
mensagem. Já na língua oral precisamos apenas ouvi-lo sem necessariamente 
estar olhando para ele. 
3.6 Língua Viva 
 A língua de sinais está em constante transformação, com novos sinais 
sendo introduzido pela comunidade Surda de acordo com a necessidade. 
 
 
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3.7 Língua de sinal NÃO é universal 
 A língua de sinais não é universal. Cada um a tem sua própria estrutura 
gramatical, e assim, como não temos uma língua oral única, também não 
temos uma língua de sinais. 
 A língua de sinais é a representação da cultura de um povo. Temos no 
Brasil a mesma língua oral, mas línguas de sinais diferentes de acordo com a 
região (regionalismo). 
 Temos na língua oral, palavras diferentes para o mesmo objeto, 
exemplo: Mandioca (São Paulo), Aipim (Rio de Janeiro) e Macaxeira (Norte e 
Nordeste). Na língua de Sinais, a palavra Mãe, e sinalizada de maneira 
diferente no Sul do Sudeste. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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4 – QUAL A CAUSA DA SURDEZ 
 O que significa surdez: É a deficiência auditiva, que pode ser congênita 
ou adquirida. Saiba mais sobre os principais tipos de surdez a seguir: 
Surdez congênita - Na surdez congênita a criança adquire a deficiência 
durante a gestação. Em casos como este, a aquisição da surdez pelo bebê 
pode ser em caso onde: 
✓ Medicamentos tomados pela gestante; 
✓ Doenças adquiridas durante a gestação, como sífilis e 
toxoplasmose; 
✓ Hereditariedade; 
✓ A exposição da mãe a radiações e problemas no parto; 
✓ O fato de a criança nascer antes ou depois do tempo; 
✓ Infecções hospitalares; 
✓ O uso de fórceps para retirar a criança; 
✓ A falta de oxigenação na hora do parto; 
Algumas doenças deixam como sequela à surdez, e se uma gestante for 
contaminada por alguma dessas doenças, a sequela pode afetar o bebê como: 
Rubéola, Toxoplasmose, Sarampo, Sífilis, Herpes, Diabetes, Pressão alta, 
meningite. 
 
4.1 Pesquisas 
Surdez neurossensorial - A surdez que essas doenças causam é a chamada 
surdez de percepção ou neurossensorial. Nesse tipo de surdez ocorre lesão 
nas células nervosas e sensoriais que levam o estímulo do som da cóclea até o 
cérebro. As doenças que atingem a cóclea e o nervo auditivo raramente têm 
tratamento. 
 
 
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O uso de medicamentos ototóxicos (que lesionam o aparelho auditivo) também 
pode levar à surdez. Alguns deles são os antibióticos, aminoglicosídeos e 
salicilatos. Por isso a automedicação não deve ser feita em hipótese alguma. 
Surdez por condução - Quando dizemos que a perda auditiva é por 
condução, isso quer dizer que há algo bloqueando a passagem do som da 
orelha externa até a orelha interna. Ela pode ocorrer pelo rompimento do 
tímpano, excesso de cera que se acumula no canal auditivo, introdução de 
algum material no canal auditivo. 
 Infecção nos ossículos da orelha média também pode causar a surdez 
por condução. Esse tipo de surdez é revertido por medicamentos ou cirurgia. 
Surdez central - Outro tipo de perda auditiva é chamado de surdez central. Ele 
ocorre à medida que envelhecemos e faz parte de um processo natural do 
corpo. Assim como a visão e o coração, o sistema auditivo da pessoa também 
sofre desgaste ao longo dos anos, e a maneira como a pessoa trata os ouvidos 
ao longo da vida influencia bastante na presbiacusia (nome técnico dado à 
surdez por envelhecimento). 
 Como vimos, a surdez pode ser causada por diversos fatores. Em 
alguns casos ela é reversível, em outros, não. Há no mercado aparelhos 
auditivos que amplificam o som, ajudando a pessoa a ouvir melhor. O uso 
destes aparelhos depende da causa da surdez e de indicação médica. 
Como prevenir a perda auditiva. 
✓ Como prevenir a perda auditiva de diversas maneiras: 
 Evitar a exposição a ruídos intensos; se for realmente 
necessário, usar tampões de ouvido; 
✓ Exame pré-natal na gestante pode evitar surdez na criança; 
Vacinação da criança para impedir que tenha contato com 
doenças que deixem sequelas como a surdez; 
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✓ Não tomar remédios ototóxicos sem prescrição médica. 
 
 Mas, caso seja diagnosticada, a perda auditiva pode ser "tratada" na 
maioria dos casos com o uso de próteses auditivas. Por isso, é fundamental 
que as pessoas com suspeita de surdez procurem um otorrinolaringologista. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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5 – SISTEMA DE TRANSCRIÇÃO DA LIBRA E PONTOS GRAMATICAIS 
5.1 A datilologia (alfabeto manual), que é usada para expressar nome de 
pessoas, localidades e outras palavras que não possuem um sinal, será 
representada pela palavra separada, letra por letra, por hífen. Exemplos: M-A-
R-I-A / A-N-A 
5.2 Os verbos: serão apresentados no infinitivo. Todas as concordâncias são 
feitas no espaço. EU QUERER CURSO. 
5.3 As frases obedecerão à estrutura da LIBRAS e não o Português. Ex: VOCÊ 
GOSTAR CURSO? (Você gosta do curso?) 
5.4 Na LIBRAS não há desinência para gênero (masculino e feminino) e 
número. O sinal, representado por palavra da língua portuguesa que possui 
essas marcas, será terminado com o símbolo @ para reforçar a idéia de 
ausência e não haver difusão. Exemplos: AMIG@, MUIT@, TOD@, EL@ 
5.5 Sinal composto que será representado por duas ou mais palavras. 
Exemplo: ZEBRA (cavalo + listras).