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Aula 07 – Direitos dos Servidores Públicos Matéria: Direito Administrativo Professor: Jonatas Albino do Nascimento Direito Administrativo - Teoria e Questões comentadas Professor Jonatas Albino do Nascimento Professor Jonatas Albino do Nascimento 2 de 120 www.exponencialconcursos.com.br Sumário 1 – Estatutos dos Servidores Públicos ................................................. 3 1.1 – Conceito de Cargos e Funções Públicas ................................................................................ 4 1.2 – Preenchimento de Cargo Público .......................................................................................... 4 1.2.1 – Nomeação, Posse e Exercício ......................................................................................... 5 1.2.2 – Readaptação ................................................................................................................... 7 1.2.3 – Reintegração................................................................................................................... 8 1.2.4 – Aproveitamento ............................................................................................................. 9 1.2.5 – Promoção ....................................................................................................................... 9 1.2.6 – Reversão ....................................................................................................................... 10 1.2.7 – Recondução .................................................................................................................. 11 1.3 – Vacância .............................................................................................................................. 12 1.4 – Remoção .............................................................................................................................. 13 1.5 - Redistribuição ...................................................................................................................... 14 1.6 - Substituição .......................................................................................................................... 15 1.7 – Direitos e Vantagens ........................................................................................................... 16 1.7.1 – Vencimento e remuneração ......................................................................................... 16 1.7.2 – Vantagens ..................................................................................................................... 17 1.7.3 – Direito de Petição ......................................................................................................... 32 2 – Regime Disciplinar ....................................................................... 34 2.1 – Deveres e Proibições ........................................................................................................... 34 2.2 – Penalidades ......................................................................................................................... 36 2.3 – Prescrição ............................................................................................................................ 40 2.4 – Responsabilidade ................................................................................................................ 41 2.5 – Processo Administrativo Disciplinar (PAD) .......................................................................... 42 2.5.1 – Sindicância .................................................................................................................... 43 2.5.2 – Instauração do PAD ...................................................................................................... 45 2.5.3 – Inquérito Administrativo .............................................................................................. 48 2.5.4 – Julgamento ................................................................................................................... 51 2.5.5 – Rito Sumário ................................................................................................................. 53 DIREITOS DOS SERVIDORES PÚBLICOS Direito Administrativo - Teoria e Questões comentadas Professor Jonatas Albino do Nascimento Professor Jonatas Albino do Nascimento 3 de 120 www.exponencialconcursos.com.br 2.5.6 – Revisão do PAD ............................................................................................................. 55 3 – Questões Comentadas ................................................................. 58 3.1 – CESPE ................................................................................................................................... 58 3.2 - FCC ........................................................................................................................................ 82 3.3 – ESAF ..................................................................................................................................... 82 4 – Listas de exercícios ...................................................................... 98 4.1 – CESPE ................................................................................................................................... 98 4.2 - FCC ...................................................................................................................................... 109 4.3 – ESAF ................................................................................................................................... 109 5 – Gabarito ..................................................................................... 118 12– Referencial Bibliográfico11– Gabarito ....................................... 118 6 – Referencial Bibliográfico ............................................................ 120 12– Referencial Bibliográfico ........................................................... 120 Conforme dissemos, o estatuto dos servidores públicos no plano federal é a Lei nº 8.112/90 que estabelece o regime jurídico único. Tal lei se aplica aos ocupantes de cargos efetivos e em comissão que atuem na Administração Direta, autárquica e fundacional no plano federal, ou seja, nas entidades de direito público, seja da Administração Pública Direta ou 1 – Estatutos dos Servidores Públicos Direito Administrativo - Teoria e Questões comentadas Professor Jonatas Albino do Nascimento Professor Jonatas Albino do Nascimento 4 de 120 www.exponencialconcursos.com.br Indireta. Passaremos agora a analisar os seus principais dispositivos que não foram abordados na aula anterior. Já abordamos esse tópico na aula passada. Façamos uma rápida revisão. Segundo a Lei nº 8.112/90, cargo público é o conjunto de atribuições e responsabilidades previstas na estrutura organizacional que devem ser cometidas a um servidor. O conceito de cargo está associado a uma posição na Adminsitração Pública, em que o servidor deve desempenhar determinada função. Um cargo está sempre associado a uma função pública. É possível que exista uma função sem cargo, mas nunca um cargo sem função. O preenchimento do cargo público ocorre por meio do provimento, que é a designação de servidor para ocupar determinado cargo, que pode ser efetivo (cargo efetivo) ou em comissão (cargo em comissão). O provimento pode ser originário ou derivado. É originário quando o preenchimento ocorre com servidor que não possuía nenhum vínculo com a Administração e tem início na classe inicial do cargo. Hoje a única forma originária vigente é a nomeação. Já o provimento derivado ocorre quando o servidor já tinha algum tipo de vínculo com a Administração. Podemos citar como exemplo, a promoção e a recondução,cujos conceitos explicaremos adiante. Cargo Atribuições Responsabilidades Conjunto de 1.1 – Conceito de Cargos e Funções Públicas 1.2 – Preenchimento de Cargo Público Direito Administrativo - Teoria e Questões comentadas Professor Jonatas Albino do Nascimento Professor Jonatas Albino do Nascimento 5 de 120 www.exponencialconcursos.com.br É importante dizer que tanto a ascensão quanto a transferência foram declarados inconstitucionais pelo STF. Tais formas de provimento permitiam que o servidor fosse transferido para outro cargo, com remuneração e atribuições diferentes do cargo por ele ocupado. Não é preciso pensar muito para perceber moralidade questionável (no mínimo) de tais institutos. O servidor que passa a desempenhar determinada função é designado para a mesma, não cabendo confundir o conceito com o provimento, que é o preenchimento de cargo. Vamos estudar agora cada uma das formas de provimento. Única forma de provimento originário, a nomeação ocorre quando o servidor aprovado em concurso público é nomeado para determinado cargo. Notem que se trata de ato unilateral que não gera para o nomeado nenhuma obrigação, mas sim o direito para que tome posse e entre em exercício. No caso de nomeação para cargo em comissão, obviamente não há que se falar em concurso público, pois se trata de ato discricionário da Administração. A posse é o ato pelo qual ocorre a investidura no cargo público. Após a nomeação, o cidadão tem o prazo de trinta dias para tomar posse, ato bilateral que aperfeiçoa o vínculo do servidor com a Administração. Caso o servidor não tome posse, a nomeação é tornada sem efeito, o que não tem nenhum caráter punitivo. Originário Derivado Efetivo Em comissão Provimento Provimento Preenchimento de cargo Designação Desempenho de função 1.2.1 – Nomeação, Posse e Exercício Direito Administrativo - Teoria e Questões comentadas Professor Jonatas Albino do Nascimento Professor Jonatas Albino do Nascimento 6 de 120 www.exponencialconcursos.com.br De forma geral, em se tratando de servidor que esteja, na data de publicação do ato de provimento em licença ou afastado, o prazo de 30 dias será contado do término do impedimento. Segundo a Lei nº 8.112/90, são requisitos básicos para investidura em cargo público (posse): ➢ Nacionalidade brasileira; ➢ Gozo dos direitos políticos; ➢ Quitação com as obrigações militares e eleitorais; ➢ Nível de escolaridade exigido para o exercício do cargo; ➢ Idade mínima de dezoito anos; ➢ Aptidão física e mental. A escolaridade exigida deve ser verificada apenas no ato da posse, segundo o Decreto nº 6.944/00. As atribuições do cargo podem justificar a exigência de outros requisitos estabelecidos em lei. O cidadão pode tomar posse por meio de terceiro desde que este esteja munido de procuração específica. Percebam que é somente com a posse que o cidadão se torna servidor público. Após a posse, o servidor tem quinze dias para entrar em exercício (começar a trabalhar). Se isso não ocorrer, será exonerado do cargo. Nesse caso a exoneração não tem caráter punitivo. No caso de designação para função de confiança, o servidor deve entrar em exercício na mesma data da publicação da designação, salvo impedimento justificado. Para efeitos de contagem de tempo de serviço, a apuração será feita em dias, que serão convertidos em anos, considerado o ano como de trezentos e sessenta e cinco dias. Apesar do cidadão se tornar servidor a partir da posse, só com o início do exercício é que serão constituídas as relações jurídicas para as quais decorram direitos e obrigações para o servidor. Por exemplo, é do início do Nomeação Até 30 dias Posse Direito Administrativo - Teoria e Questões comentadas Professor Jonatas Albino do Nascimento Professor Jonatas Albino do Nascimento 7 de 120 www.exponencialconcursos.com.br exercício que se começa a contar o prazo para aquisição das férias e tempo de aposentadoria. Segundo o art. 18 da Lei nº 8.112/90, o servidor que deva ter exercício em outro município em razão de ter sido removido, redistribuído, requisitado, cedido ou posto em exercício provisório terá no mínimo dez e no máximo trinta dias de prazo, contados da publicação do ato, para a retomada do efetivo desempenho das atribuições do cargo, incluído nesse prazo o tempo necessário para o deslocamento para a nova sede. (CESPE - TJ – TRE - GO – Administrativa/2015) A respeito da Lei n.º 8.112/1990, o item apresenta uma situação hipotética, seguida de uma assertiva a ser julgada. Alice, aprovada em concurso público para o cargo de técnico administrativo de um TRE, precisa acompanhar cirurgia de ente familiar que ocorrerá no mesmo dia em que foi marcada sua posse. Nessa situação, Alice poderá nomear, por procuração específica, alguém que a represente no ato da posse. Comentários. O servidor pode tomar posse por meio de procuração específica. Gabarito: Certo. Forma de provimento derivado prevista no art. 24 da Lei nº 8.112/90, corresponde à investidura do servidor em cargo de atribuições e responsabilidades compatíveis com a limitação que tenha sofrido em sua capacidade física ou mental verificada em inspeção médica. Para preservar os direitos do servidor, a readaptação será efetivada em cargo de atribuições afins, respeitada a habilitação exigida, nível de escolaridade e equivalência de vencimentos e, na hipótese de inexistência de cargo vago, o servidor exercerá suas atribuições como excedente, até a ocorrência de vaga. Máximo 30 dias Mínimo 10 dias 1.2.2 – Readaptação Exercício em Outro Município Direito Administrativo - Teoria e Questões comentadas Professor Jonatas Albino do Nascimento Professor Jonatas Albino do Nascimento 8 de 120 www.exponencialconcursos.com.br Busca-se com tal prática manter o servidor que tenha sofrido alguma limitação (seja ela física ou mental) trabalhando, caso isso seja possível. Com isso ganha tanto a sociedade quanto o próprio servidor. Obviamente, se julgado incapaz para o serviço público como um todo, o servidor que sofreu limitações será aposentado. Prevista tanto na Lei nº 8.112/90 quanto na CF/88, a reintegração ocorre quando é invalidada por sentença judicial ou decisão administrativa a demissão do servidor estável. O servidor será reintegrado e o eventual ocupante da vaga, se estável, reconduzido ao cargo de origem, sem direito a indenização, aproveitado em outro cargo ou posto em disponibilidade com remuneração proporcional ao tempo de serviço. No caso do servidor que a lei chama de “eventual ocupante”, aplica-se o seguinte: extinto o cargo ou declarada a sua desnecessidade, o servidor estável ficará em disponibilidade, com remuneração proporcional ao tempo de serviço, até seu adequado aproveitamento em outro cargo. O servidor reintegrado será ressarcido de todas as vantagens como se nunca tivesse se ausentado do cargo. Notem que reintegração é a reinvestidura do servidor estável no cargo anteriormente ocupado, não sendo possível se falar em reintegração de servidor não estável. Nesse caso (servidor não estável com demissão anulada por decisão judicial ou administrativa), os efeitos para o servidor seriam os mesmos (retorno ao cargo anteriormente ocupado e ressarcimento dos prejuízos), mas não podemos chamar tal ato de reintegração. (CESPE - AJ - TRE – GO - Administrativa/2015) Acerca do regime jurídicos dos servidores públicos civis da União, no próximo item apresenta uma situação hipotética, seguida de uma assertiva a ser julgada. Pedro, analista judiciário, tomou posse no TRE/GO em 10/10/2011; Gilson, outro analista do tribunal, que havia sido demitido do serviço público, foi reintegrado ao cargo, já ocupado por Pedro, em dezembro de 2014. Nessa Reintegração Ocorrepor decisão administrativa ou judicial Possível apenas para servidor estável 1.2.3 – Reintegração Direito Administrativo - Teoria e Questões comentadas Professor Jonatas Albino do Nascimento Professor Jonatas Albino do Nascimento 9 de 120 www.exponencialconcursos.com.br situação, o cargo deve passar a ser novamente ocupado por Gilson, e Pedro deve ser redistribuído. Comentários. Questão interessante. Pedro tomou posse em 10/10/2011 e a reintegração de Gilson ocorreu em dezembro de 2014. Qual é a relevância das datas? Já se passaram mais de três anos e como Pedro ainda está no cargo, a princípio ele deve ser estável. Logo, deve ser reconduzido e não redistribuído. Gabarito: Errado. Como vimos no item anterior, no caso de servidor estável ser reintegrado ao cargo que ocupava, o eventual ocupante pode vir a ser posto em disponibilidade. O aproveitamento nada mais é do que o provimento desse servidor (que estava em disponibilidade) em cargo de atribuições e vencimentos compatíveis com o anteriormente ocupado. Consiste em mais uma forma de provimento derivado na qual o servidor é nomeado para outro cargo dentro da mesma carreira de forma estritamente ascendente. A promoção pode ocorrer tanto por antiguidade quanto por merecimento. A Lei nº 8.112/90 não define promoção, mas é certo que o servidor não pode transitar de uma carreira para outra, uma vez que a promoção ocorre dentro da carreira. Além disso, os cargos que não estão estruturados em carreira também não são abrangidos pelo instituto da promoção. (CESPE - TJ TRE – GO - Administrativa/2015) Acerca de ato administrativo e agentes públicos, julgue o item subsecutivo. Promoção e readaptação são formas de provimento em cargo público. Cargo 1 Cargo 2 Cargo 3 1.2.4 – Aproveitamento 1.2.5 – Promoção Direito Administrativo - Teoria e Questões comentadas Professor Jonatas Albino do Nascimento Professor Jonatas Albino do Nascimento 10 de 120 www.exponencialconcursos.com.br Comentários. Perfeito o item, trouxe as definições legais. Gabarito: Certo. Reversão está prevista no artigo 25 da Lei nº 8.112/90 e corresponde ao retorno à atividade de servidor aposentado. Este retorno pode ocorrer de ofício ou por interesse da Administração Pública. A reversão de ofício é ato vinculado e ocorre quando servidor (estável ou não) aposentado por invalidez for declarado apto ao retorno às atividades. É necessário que junta médica oficial declare insubsistentes os motivos da aposentadoria. A reversão far-se-á no mesmo cargo ou no cargo resultante de sua transformação. Encontrando-se provido o cargo, o servidor exercerá suas atribuições como excedente, até a ocorrência de vaga. Já no caso de reversão por interesse da administração, trata-se de ato discricionário e certos requisitos devem ser obedecidos. São eles: ✓ Servidor tenha solicitado a reversão; ✓ A aposentadoria tenha sido voluntária; ✓ O servidor fosse estável quando da aposentadoria; ✓ A aposentadoria tenha ocorrido nos cinco anos anteriores à solicitação; ✓ Haja cargo vago. O tempo em que o servidor estiver em exercício será considerado para concessão da aposentadoria. 1.2.6 – Reversão Direito Administrativo - Teoria e Questões comentadas Professor Jonatas Albino do Nascimento Professor Jonatas Albino do Nascimento 11 de 120 www.exponencialconcursos.com.br A recondução está prevista tanto na CF/88 (art. 41) quanto na Lei nº 8.112/90. Corresponde à forma de provimento derivado originada na inalibilitação em estágio probatório ou na reintegração de servidor que antes ocupava aquele cargo. Em ambos os casos, para que ocorra a recondução, o servidor deve ser estável no serviço público. No caso de inabilitação em estágio probatório, o servidor estável pode ser reconduzido para o cargo no qual adquiriu estabilidade. Lembram-se que a estabilidade é na Administração e não no cargo? Pois é, a recondução é prova disso. Por exemplo, se um Analista do Banco Central for reprovado em estágio probatório, mas tiver adquirido a estabilidade anteriormente como Agente da Polícia Federal, pode pedir recondução para o cargo de Agente. Encontrando-se provido o cargo de origem, o servidor será aproveitado em outro cargo, desde que de atribuições e vencimentos compatíveis com o anteriormente ocupado. Reversão de ofício Ato Vinculado Aposentadoria é cancelada por junta médica Servidor estável ou não Reversão por interesse da Adminsitração Ato Discricionário Ter se aposentado a no máximo 5 anos Apenas Servidor estável Recondução de Servidor Estável Inabilitação em Estágio Probatório Reintegração de Servidor que antes ocupava aquele cargo 1.2.7 – Recondução Direito Administrativo - Teoria e Questões comentadas Professor Jonatas Albino do Nascimento Professor Jonatas Albino do Nascimento 12 de 120 www.exponencialconcursos.com.br (CESPE – TJ - TRE - GO/Administrativa//2015) A respeito da Lei n.º 8.112/1990, o item apresenta uma situação hipotética, seguida de uma assertiva a ser julgada. Em razão de uma reforma administrativa realizada no âmbito do Poder Judiciário, os cargos ocupados por alguns servidores estáveis de determinado TRE foram extintos, e esses servidores foram colocados em disponibilidade. Nessa situação, o retorno dos servidores à atividade pública poderá dar-se por recondução, caso em que eles passarão a ocupar cargos de atribuições e vencimentos compatíveis com os anteriormente ocupados. Comentários. A banca tenta confundir os conceitos de aproveitamento e recondução. A recondução só ocorre por reprovação em estágio probatório. O retorno poderia se dar por aproveitamento. Gabarito: Errado. A vacância ocorre quando o servidor público desocupa seu cargo, permitindo assim que este seja preenchido por outro. A vacância ocorre tanto em situações em que o vínculo com a Adminstração Pública é rompido, (como no caso da demissão) quanto em casos que ocorra uma mudança nesse vínculo (a exemplo da promoção). De acordo com a Lei nº 8.112/90, temos as seguintes formas de vacância: ✓ Exoneração; ✓ Demissão; ✓ Promoção; ✓ Readaptação; ✓ Aposentadoria; ✓ Posse em outro cargo inacumulável; ✓ Falecimento. A exoneração pode ocorrer a pedido ou de ofício. Nesse último caso, o servidor ocupante de cargo efetivo pode ser exonerado por inabilitação em estágio probatório (se não estável) ou se não entrar em exercício no prazo legal depois da posse. No caso do servidor ocupante de cargo em comissão, a exoneração de ofício ocorre livremente a juízo da autoridade competente. Podemos perceber que a exoneração, em regra, não tem caráter punitivo. Entretanto, atualmente há a possibilidade do servidor ser exonerado 1.3 – Vacância Direito Administrativo - Teoria e Questões comentadas Professor Jonatas Albino do Nascimento Professor Jonatas Albino do Nascimento 13 de 120 www.exponencialconcursos.com.br por insuficiência de desempenho (CF/88, art.41, §1º), o que entendemos ter sim caráter punitivo. Na remoção, ocorre o deslocamento do servidor para exercer suas atribuições em outra localidade, mas no mesmo cargo (não é forma de provimento). Não é necessário que ocorra mudança de município para caracterizar a remoção. A remoção pode ocorrer a pedido ou de ofício. É de ofício quando, por interesse da Adminsitração, o servidor é removido. Já na remoção a pedido, o servidor solicita à Administração sua mudança de localidade e é atendido. Trata-se de ato discricionário. Pode ocorrer também a chamada remoção a pedido, independentemente do interesse da Administração. Nesse caso o servidor solicita, mas, a APU não pode se negar a conceder a remoção, por se tratar de situação prevista em lei. Sãoas seguintes situações previstas no art. 36 da Lei nº 8.112/90: • Para acompanhar cônjuge ou companheiro, também servidor público civil ou militar, de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, que foi deslocado no interesse da Administração; • Por motivo de saúde do servidor, cônjuge, companheiro ou dependente que viva às suas expensas e conste do seu assentamento funcional, condicionada à comprovação por junta médica oficial; • Em virtude de processo seletivo promovido, na hipótese em que o número de interessados for superior ao número de vagas, de acordo com normas preestabelecidas pelo órgão ou entidade em que aqueles estejam lotados. Remoção a pedido de ofício a pedido ind. do interesse da APU 1.4 – Remoção Direito Administrativo - Teoria e Questões comentadas Professor Jonatas Albino do Nascimento Professor Jonatas Albino do Nascimento 14 de 120 www.exponencialconcursos.com.br Em hipótese alguma o instituto da remoção de ofício pode ser utilizada para beneficiar ou prejudicar determinado servidor. (CESPE - AJ - TRE – GO - Administrativa/2015) Pedro, servidor de um órgão da administração pública, foi informado por seu chefe da possibilidade de ser removido por ato de ofício para outra cidade, onde ele passaria a exercer suas funções. Nessa situação hipotética, considerando as regras dispostas na Lei n.º 8.112/1990, julgue o item subsequente. Caso Pedro seja removido por motivação fundamentada em situação de fato, a validade do ato que determine a remoção fica condicionada à veracidade dessa situação por força da teoria dos motivos determinantes. Comentários. A questão, além de nos trazer a matéria ora em tela, aborda a Teoria dos Motivos Determinantes, estudada em Atos Administrativos. Gabarito: Certo. Nos termos do art. 37 da Lei nº 8.112/90, redistribuição é o deslocamento de cargo de provimento efetivo, ocupado ou vago no âmbito do quadro geral de pessoal, para outro órgão ou entidade do mesmo Poder, com prévia apreciação do órgão central do SIPEC, observados os seguintes preceitos: I - interesse da administração; II - equivalência de vencimentos; III - manutenção da essência das atribuições do cargo; IV - vinculação entre os graus de responsabilidade e complexidade das atividades; V - mesmo nível de escolaridade, especialidade ou habilitação profissional; VI - compatibilidade entre as atribuições do cargo e as finalidades institucionais do órgão ou entidade. A redistribuição ocorrerá sempre ex officio para ajustamento de lotação e da força de trabalho às necessidades dos serviços, inclusive nos casos de reorganização, extinção ou criação de órgão ou entidade. 1.5 - Redistribuição Direito Administrativo - Teoria e Questões comentadas Professor Jonatas Albino do Nascimento Professor Jonatas Albino do Nascimento 15 de 120 www.exponencialconcursos.com.br Notem que redistribuição não é forma de provimento. O que ocorre é a movimentação do próprio cargo. Não é necessário que o servidor seja estável. Nos casos de reorganização ou extinção de órgão ou entidade, extinto o cargo ou declarada sua desnecessidade no órgão ou entidade, o servidor estável que não for redistribuído será colocado em disponibilidade, até seu aproveitamento. O servidor que não for redistribuído ou colocado em disponibilidade poderá ser mantido sob responsabilidade do órgão central do SIPEC – Sistema de Pessoal Civil, e ter exercício provisório, em outro órgão ou entidade, até seu adequado aproveitamento. O presente instituto define como deve ocorrer a substituição dos servidores ocupantes de função de direção, função de chefia e ocupantes de cargos de natureza especial. Vejamos o que diz a Lei nº 8.112/90 sobre o tema: “Art. 38. Os servidores investidos em cargo ou função de direção ou chefia e os ocupantes de cargo de Natureza Especial terão substitutos indicados no regimento interno ou, no caso de omissão, previamente designados pelo dirigente máximo do órgão ou entidade. § 1º O substituto assumirá automática e cumulativamente, sem prejuízo do cargo que ocupa, o exercício do cargo ou função de direção ou chefia e os de Natureza Especial, nos afastamentos, impedimentos legais ou regulamentares do titular e na vacância do cargo, hipóteses em que deverá optar pela remuneração de um deles durante o respectivo período. § 2º O substituto fará jus à retribuição pelo exercício do cargo ou função de direção ou chefia ou de cargo de Natureza Especial, nos casos dos afastamentos ou impedimentos legais do titular, superiores a trinta dias consecutivos, paga na proporção dos dias de efetiva substituição, que excederem o referido período. Art. 39. O disposto no artigo anterior aplica-se aos titulares de unidades administrativas organizadas em nível de assessoria.” Remoção •Movimentação do servidor, que continua ocupando mesmo cargo Redistribuição •Movimentação do cargo, que pode ou não estar preenchido 1.6 - Substituição Direito Administrativo - Teoria e Questões comentadas Professor Jonatas Albino do Nascimento Professor Jonatas Albino do Nascimento 16 de 120 www.exponencialconcursos.com.br Segundo a Lei nº 8.112/90, vencimento é a retribuição pecuniária pelo exercício de cargo público, com valor fixado em lei. Já remuneração é o vencimento do cargo efetivo, acrescido das vantagens pecuniárias permanentes estabelecidas em lei. Em termos de doutrina, não há um consenso sobre a nomenclatura das parcelas remuneratórias. No geral, temos o seguinte: Vencimento Básico = Parcela Básica Vencimentos = remuneração = Vencimento Básico + vantagens pecuniárias permanentes. Provimento = prestação pecuniária recebida pelo servidor inativo. Subsídio = parcela remuneratória única, geralmente paga aos agentes políticos Salário = remuneração recebida pelos agentes públicos regidos pela CLT. As parcelas de caráter indenizatório não se enquadram no conceito de permanente e por isso não fazem parte da remuneração. Podemos citar como exemplo de parcela indenizatória a diária. Um caso específico é dos servidores que participam de curso de formação. Em tal situação segundo a Lei nº 9.624/98, fará juz a 50% da remuneração da classe inicial do cargo para o qual foi aprovado. Se já for servidor federal, pode optar pela remuneração deste. Vencimento Vantagens pecuniárias Permanentes Remuneração 1.7 – Direitos e Vantagens 1.7.1 – Vencimento e remuneração Direito Administrativo - Teoria e Questões comentadas Professor Jonatas Albino do Nascimento Professor Jonatas Albino do Nascimento 17 de 120 www.exponencialconcursos.com.br A Lei nº 8.112/90 garante a irredutibilidade da remuneração e que vencimento, a remuneração e o provento não serão objeto de arresto, seqüestro ou penhora, exceto nos casos de prestação de alimentos resultante de decisão judicial. Determina a Lei que, salvo por imposição legal, ou mandado judicial, nenhum desconto incidirá sobre a remuneração ou proventos. As reposições e indenizações ao erário, atualizadas até 30 de junho de 1994, serão previamente comunicadas ao servidor ativo, aposentado ou ao pensionista, para pagamento, no prazo máximo de trinta dias, podendo ser parceladas, a pedido do interessado. O valor de cada parcela não poderá ser inferior ao correspondente a dez por cento da remuneração, provento ou pensão. Já falamos antes, mas não custa repetir. O STF entende que os valores recebidos de boa-fé pelo servidor público que foram pagos erroneamente pela Adminsitração Pública da União não precisam ser devolvidos. As vantagens se dividem em (art. 49. Lei nº 8.112/90) indenizações, gratificaçöes e adicionais. As indenizaçõesnunca se incorporam à remuneração. Já as gratificações e adicionais podem ou não se incorporar. Vejamos cada um dos Itens. Indenizações 1. Ajuda de custo. Tal indenização destina-se a compensar as despesas de instalação do servidor que, no interesse do serviço, passar a ter exercício em nova sede, com mudança de domicílio em caráter permanente, vedado o duplo pagamento de indenização, a qualquer tempo, no caso de o cônjuge ou companheiro que detenha também a condição de servidor, vier a ter exercício na mesma sede. Correm por conta da administração as despesas de transporte do servidor e de sua família, compreendendo passagem, bagagem e bens pessoais. A ajuda de custo é calculada sobre a remuneração do servidor, conforme se dispuser em regulamento, não podendo exceder a importância correspondente a 3 (três) meses. Vantagens Indenizações Gratificações Adicionais 1.7.2 – Vantagens Direito Administrativo - Teoria e Questões comentadas Professor Jonatas Albino do Nascimento Professor Jonatas Albino do Nascimento 18 de 120 www.exponencialconcursos.com.br Será concedida também ajuda de custo àquele que, não sendo servidor da União, for nomeado para cargo em comissão, com mudança de domicílio. O servidor ficará obrigado a restituir a ajuda de custo quando, injustificadamente, não se apresentar na nova sede no prazo de 30 (trinta) dias. Não é concedida nenhuma ajuda de custos na remoção a pedido. À família do servidor que falecer na nova sede são assegurados ajuda de custo e transporte para a localidade de origem, dentro do prazo de 1 (um) ano, contado do óbito. 2. Diárias Nos termos do art. 58 da Lei nº 8.112/90, o servidor que, a serviço, afastar-se da sede em caráter eventual ou transitório para outro ponto do território nacional ou para o exterior, fará jus a passagens e diárias destinadas a indenizar as parcelas de despesas extraordinária com pousada, alimentação e locomoção urbana, conforme dispuser em regulamento. A diária será concedida por dia de afastamento, sendo devida pela metade quando o deslocamento não exigir pernoite fora da sede, ou quando a União custear, por meio diverso, as despesas extraordinárias cobertas por diárias. No caso de servidor cujo deslocamento da sede constituir exigência permanente do cargo não será paga diária. Também não fará jus a diárias o servidor que se deslocar dentro da mesma região metropolitana, aglomeração urbana ou microrregião, constituídas por municípios limítrofes e regularmente instituídas, ou em áreas de controle integrado mantidas com países limítrofes, cuja jurisdição e competência dos órgãos, entidades e servidores brasileiros considera-se estendida, salvo se houver pernoite fora da sede, hipóteses em que as diárias pagas serão sempre as fixadas para os afastamentos dentro do território nacional. Despesa de instalação para ter exercício em nova sede Calculada sobre a remuneração Limitada a 3 meses de remuneração Direito Administrativo - Teoria e Questões comentadas Professor Jonatas Albino do Nascimento Professor Jonatas Albino do Nascimento 19 de 120 www.exponencialconcursos.com.br O servidor que receber diárias e não se afastar da sede, por qualquer motivo, fica obrigado a restituí-las integralmente, no prazo de 5 dias. 3. Indenização de Transporte Conceder-se-á indenização de transporte ao servidor que realizar despesas com a utilização de meio próprio de locomoção para a execução de serviços externos, por força das atribuições próprias do cargo, conforme se dispuser em regulamento. Esta indenização está condicionada a opção pelo próprio servidor e também ao interesse da Administração Pública. 4. Auxílio Moradia Corresponde ao ressarcimento de despesas comprovadamente realizadas por servidor com aluguel ou hospedagem em hotel ou similares no prazo de um mês após a comprovação de despesa pelo servidor. Tal auxílio só será pago a servidor que tenha se mudado do local de sua residência para ocupar cargo em comissão ou função de confiança do Grupo-Direção e Assessoramenteo Superiores – DAS níveis 4, 5 e 6, de Natureza Especial, de Ministro de Estado ou equivalente. Para que seja devido é necessário que (principais itens): ✓ Não haja imóvel funcional no local que possa ser disponibilizado para o servidor; ✓ O cônjuge ou companheiro do servidor não ocupe imóvel funcional; ✓ O servidor ou seu cônjuge ou companheiro não seja ou tenha sido proprietário, promitente comprador, cessionário ou promitente cessionário de imóvel no Município onde for exercer o cargo, incluída a hipótese de lote edificado sem averbação de construção, nos doze meses que antecederem a sua nomeação; ✓ Nenhuma outra pessoa que resida com o servidor receba auxílio- moradia; ✓ O servidor não tenha sido domiciliado ou tenha residido no Município, nos últimos doze meses, onde for exercer o cargo em comissão ou função de confiança, desconsiderando-se prazo inferior a sessenta dias dentro desse período; O valor pago é limitado a 25% da remuneração do cargo em comissão, não podendo ser inferior entretanto a R$ 1.800,00. No caso de falecimento, exoneração, colocação de imóvel funcional à disposição do servidor ou aquisição de imóvel, o auxílio-moradia continuará sendo pago por um mês. Direito Administrativo - Teoria e Questões comentadas Professor Jonatas Albino do Nascimento Professor Jonatas Albino do Nascimento 20 de 120 www.exponencialconcursos.com.br Retribuições, Gratificações a Adicionais. 1. Função de Direção, chefia e assessoramento Ao servidor ocupante de cargo efetivo investido em função de direção, chefia ou assessoramento, cargo de provimento em comissão ou de Natureza Especial é devida retribuição pelo seu exercício cujo valor será estipulado em lei específica. 2. Gratificação Natalina ( 13º) A gratificação natalina corresponde a 1/12 (um doze avos) da remuneração a que o servidor fizer jus no mês de dezembro, por mês de exercício no respectivo ano, sendo que fração igual ou superior a 15 (quinze) dias será considerada como mês integral. A gratificação será paga até o dia 20 (vinte) do mês de dezembro de cada ano. No caso de servidor exonerado, este receberá proporcionalmente aos meses trabalhados e terá por base a remuneração do mês de sua saída. 13º = 1/12 x rem. Dezembro x qtd.meses exercício OBS: mês com 15 dias ou mais se conta como integral. 3. Adicional pelo Exercício de atividades insalubres, perigosas e penosas. O Adicional de insalubridade é devido ao servidor público que entre em contato com substâncias que possam prejudicar a sua saúde. O exemplo clássido é o operador de raio x. Valor Máximo • 25% remuneração Valor Mínimo • R$ 1.800,00 Direito Administrativo - Teoria e Questões comentadas Professor Jonatas Albino do Nascimento Professor Jonatas Albino do Nascimento 21 de 120 www.exponencialconcursos.com.br O adicional de periculosidade é a contraprestração pelo servidor que coloca em risco sua integridade física em razão do desempenho de suas atribuições. Por exemplo, o bombeiro que vive se deparando com situações de risco. Os adicionais de periculosidade e de insalubridade não podem ser acumulados, cabendo ao servidor optar por um deles. A Lei nº 8.270/91 determina que os servidores perceberão adicionais de insalubridade e de periculosidade nos termos das normas legais e regulamentares pertinentes aos trabalhadores em geral e calculados com base nos seguintes percentuais: cinco, dez e vinte por cento, no caso de insalubridade nos graus mínimo, médio e máximo, respectivamente; dez por cento, no de periculosidade. O conceito de penosidade é previsto na Lei nº 8.112/90, artigo 71 e está associado à localidade de exercício do servidor. Aqueles que exercam suas atribuições em zonas defronteira ou em localidades cujas condições de vida o justifiquem. Ocorre que artigo teria sido revogado tacitamente pelo artigo 17 da Lei nº 8.270/91, que por sua vez foi revogado expressamente pela Lei nº 9.527/97, artigo 2º. Entendemos que hoje o adicional de penosidade (ou algo parecido) está previsto na Lei nº 12.855/13, que estabelece o pagamento de R$ 91,00 para os servidores de certas carreiras (não é qualquer servidor federal que tem direito) que atuem em Municípios localizados em região de fronteira e de difícil fixação de efetivo. Tais localidades devem ser definidas por ato do Poder Executivo, o que até o momento não ocorreu. 4. Adicional pela prestação de serviço extraordinário Determina o estatuto federal que o serviço extraordinário será remunerado com acréscimo de 50% (cinqüenta por cento) em relação à hora normal de trabalho. Tal adicional somente será permitido para atender a situações excepcionais e temporárias, respeitado o limite máximo de 2 (duas) horas por jornada. Insalubridade Risco à saúde Periculosidade Risco à integridade física Penosidade Associada à localidade onde o servidor mora Direito Administrativo - Teoria e Questões comentadas Professor Jonatas Albino do Nascimento Professor Jonatas Albino do Nascimento 22 de 120 www.exponencialconcursos.com.br 5. Adicional Noturno O serviço noturno, prestado em horário compreendido entre 22 (vinte e duas) horas de um dia e 5 (cinco) horas do dia seguinte, terá o valor- hora acrescido de 25% (vinte e cinco por cento), computando-se cada hora como cinqüenta e dois minutos e trinta segundos. Em se tratando de serviço extraordinário, o acréscimo de que trata este artigo incidirá sobre a remuneração já com os 50% do serviço extraordinário. 6. Adicional de Férias Independentemente de solicitação, será pago ao servidor, por ocasião das férias, um adicional correspondente a 1/3 (um terço) da remuneração do período das férias. Tal adicional é semelhante ao pago aos trabalhadores em geral. No caso de o servidor exercer função de direção, chefia ou assessoramento, ou ocupar cargo em comissão, a respectiva vantagem será considerada no cálculo do adicional de que trata este artigo. 7. Da Gratificação por Encargo de Curso ou Concurso A Gratificação por Encargo de Curso ou Concurso é devida ao servidor que, em caráter eventual, atue nas seguines atividades: • Atuar como instrutor em curso de formação, de desenvolvimento ou de treinamento regularmente instituído no âmbito da administração pública federal; • Participar de banca examinadora ou de comissão para exames orais, para análise curricular, para correção de provas discursivas, para elaboração de questões de provas ou para julgamento de recursos intentados por candidatos; • Participar da logística de preparação e de realização de concurso público envolvendo atividades de planejamento, coordenação, supervisão, execução e avaliação de resultado, quando tais atividades não estiverem incluídas entre as suas atribuições permanentes; • Participar da aplicação, fiscalizar ou avaliar provas de exame vestibular ou de concurso público ou supervisionar essas atividades. O valor da gratificação será calculado em horas, observadas a natureza e a complexidade da atividade exercida. A retribuição não poderá ser superior ao equivalente a 120 (cento e vinte) horas de trabalho anuais, ressalvada situação de excepcionalidade, devidamente justificada e previamente aprovada pela autoridade máxima do órgão ou entidade, que Direito Administrativo - Teoria e Questões comentadas Professor Jonatas Albino do Nascimento Professor Jonatas Albino do Nascimento 23 de 120 www.exponencialconcursos.com.br poderá autorizar o acréscimo de até 120 (cento e vinte) horas de trabalho anuais. A gratificação somente será paga se as atividades forem exercidas sem prejuízo das atribuições do cargo de que o servidor for titular, devendo ser objeto de compensação de carga horária quando desempenhadas durante a jornada de trabalho. 8. Férias. O servidor fará jus a trinta dias de férias, que podem ser acumuladas, até o máximo de dois períodos, no caso de necessidade do serviço, ressalvadas as hipóteses em que haja legislação específica. Para o primeiro período aquisitivo de férias, serão exigidos 12 (doze) meses de exercício. Nos períodos subsequentes o servidor irá adquirir 30 dias logo no início do exercício. As férias poderão ser parceladas em até três etapas, desde que assim requeridas pelo servidor, e no interesse da administração pública. Em tal caso o servidor receberá o valor adicional (1/3 visto aneriormente) quando da utilização do primeiro período. O pagamento será efetuado até 2 (dois) dias antes do início do respectivo período. O servidor exonerado do cargo efetivo, ou em comissão, perceberá indenização relativa ao período das férias a que tiver direito e ao incompleto, na proporção de um doze avos por mês de efetivo exercício, ou fração superior a quatorze dias, sendo a indenização calculada com base na remuneração do mês em que for publicado o ato exoneratório. As férias somente poderão ser interrompidas por motivo de calamidade pública, comoção interna, convocação para júri, serviço militar ou eleitoral, ou por necessidade do serviço declarada pela autoridade máxima do órgão ou entidade. O restante do período interrompido será gozado de uma só vez. 30 dias por exercício Recebe 1/3 no primeiro período podem ser parcelados em até 3 etapas Direito Administrativo - Teoria e Questões comentadas Professor Jonatas Albino do Nascimento Professor Jonatas Albino do Nascimento 24 de 120 www.exponencialconcursos.com.br No caso de servidor exonerado que tenha pendente o gozo de férias, tanto o STF quanto o STJ caminham no sentido da conversão em dinheiro do valor, uma vez que, como o servidor já foi exonerado, não poderá mais gozar as férias, uma vez que não seria aceitável que o servidor perdesse tal direito. Licenças 1. Licença por Motivo de Doença em Pessoa da Família Poderá ser concedida licença ao servidor por motivo de doença do cônjuge ou companheiro, dos pais, dos filhos, do padrasto ou madrasta e enteado, ou dependente que viva a suas expensas e conste do seu assentamento funcional, mediante comprovação por perícia médica oficial. A perícia poderá ser dispensada se o afastamento for inferior a quinze dias. Apesar do texto da Lei (“poderá”), o entendimento predominante é que a concessão de tal licença é ato vinculado, pois se o servidor cumprir todos os requisitos terá direito à licença. A licença somente será deferida se a assistência direta do servidor for indispensável e não puder ser prestada simultaneamente com o exercício do cargo ou mediante compensação de horário. A cada período de doze meses a licença poderá ser concedida nas seguintes condições: • Por até 60 (sessenta) dias, consecutivos ou não, mantida a remuneração do servidor; • Por até 90 (noventa) dias, consecutivos ou não, sem remuneração. 2. Licença por Motivo de Afastamento do Cônjuge No prazo de 12 meses Licença remunerada até 60 dias Licença não remunerada até 90 dias Direito Administrativo - Teoria e Questões comentadas Professor Jonatas Albino do Nascimento Professor Jonatas Albino do Nascimento 25 de 120 www.exponencialconcursos.com.br Nos termos do artigo 84 da Lei nº 8.112/90, poderá ser concedida licença ao servidor para acompanhar cônjuge ou companheiro que foi deslocado para outro ponto do território nacional, para o exterior ou para o exercício de mandato eletivo dos Poderes Executivo e Legislativo. A licença será por prazo indeterminado e sem remuneração. No deslocamento de servidor cujo cônjuge ou companheiro também seja servidor público, civil ou militar, de qualquerdos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, poderá haver exercício provisório em órgão ou entidade da Administração Federal direta, autárquica ou fundacional, desde que para o exercício de atividade compatível com o seu cargo. 3. Licença para o Serviço Militar Ao servidor convocado para o serviço militar será concedida licença, na forma e condições previstas na legislação específica. Concluído o serviço militar, o servidor terá até 30 (trinta) dias sem remuneração para reassumir o exercício do cargo. 4. Licença para Atividade Política Aqui temos duas situações e tratamentos diferentes. O servidor terá direito à licença, sem remuneração, durante o período que mediar entre a sua escolha em convenção partidária, como candidato a cargo eletivo, e a véspera do registro de sua candidatura perante a Justiça Eleitoral. Já a partir do registro da candidatura e até o décimo dia seguinte ao da eleição, o servidor fará jus à licença, assegurados os vencimentos do cargo efetivo, somente pelo período de três meses. 5. Licença para Capacitação. Após cada qüinqüênio de efetivo exercício, o servidor poderá, no interesse da Administração, afastar-se do exercício do cargo efetivo, com a respectiva remuneração, por até três meses, para participar de curso de capacitação profissional. Entre a escolha em convenção e a véspera do registro da candidatura sem remuneração Do dia do registro da candidatura até o 10º dia depois da eleição com remuneração Direito Administrativo - Teoria e Questões comentadas Professor Jonatas Albino do Nascimento Professor Jonatas Albino do Nascimento 26 de 120 www.exponencialconcursos.com.br Tal licença tem caráter totalmente discricionário, podendo a Administração Pública avaliar a conveniência e oportunidade de concedê-la. Os períodos de licença não são acumuláveis, ou seja, se ficar quinze anos não pode ao final tirar uma licença de 9 meses (3 x 3). (CESPE - ICMBio/2014) No que concerne ao regime jurídico dos servidores públicos civis federais, julgue o seguinte item. A licença para capacitação tem natureza discricionária, é remunerada e pode ser solicitada mesmo durante o período de estágio probatório. Comentários. Na verdade o único erro da questão é informar de que é possível solicitar a licença mesmo durante o período de estágio probatório. Como são exigidos 5 anos, obviamente o servidor já terá passado por essa fase. Gabarito: Errado. 6. Licença para Tratar de Interesses Particulares A critério da Administração (mais uma licença de caráter discricoinário), poderão ser concedidas ao servidor ocupante de cargo efetivo, desde que não esteja em estágio probatório, licenças para o trato de assuntos particulares pelo prazo de até três anos consecutivos, sem remuneração. Tal licença poderá ser interrompida, a qualquer tempo, a pedido do servidor ou no interesse do serviço. 7. Licença para o Desempenho de Mandato Classista É assegurado ao servidor o direito à licença sem remuneração para o desempenho de mandato em confederação, federação, associação de Licença para capacitação Discricionária Até 3 meses Não acumulável Direito Administrativo - Teoria e Questões comentadas Professor Jonatas Albino do Nascimento Professor Jonatas Albino do Nascimento 27 de 120 www.exponencialconcursos.com.br classe de âmbito nacional, sindicato representativo da categoria ou entidade fiscalizadora da profissão ou, ainda, para participar de gerência ou administração em sociedade cooperativa constituída por servidores públicos para prestar serviços a seus membros, observados os seguintes limites: • Para entidades com até 5.000 (cinco mil) associados, 2 (dois) servidores; • Para entidades com 5.001 (cinco mil e um) a 30.000 (trinta mil) associados, 4 (quatro) servidores; • Para entidades com mais de 30.000 (trinta mil) associados, 8 (oito) servidores. Somente poderão ser licenciados os servidores eleitos para cargos de direção ou de representação nas referidas entidades, desde que cadastradas no órgão competente. A licença terá duração igual à do mandato, podendo ser renovada uma única vez no caso de reeleição. Também não pode ser concedida para servidor em estágio probatório. 8. Licença para Tratamento de Saúde Será concedida ao servidor licença para tratamento de saúde, a pedido ou de ofício, com base em perícia médica, sem prejuízo da remuneração a que fizer jus. Sempre que necessário, a inspeção médica será realizada na residência do servidor ou no estabelecimento hospitalar onde se encontrar internado. Inexistindo médico no órgão ou entidade no local onde se encontra ou tenha exercício em caráter permanente o servidor, será aceito atestado passado por médico particular que somente produzirá efeitos depois de recepcionado pela unidade de recursos humanos do órgão ou entidade. A licença que exceder o prazo de 120 (cento e vinte) dias no período de 12 (doze) meses a contar do primeiro dia de afastamento será concedida mediante avaliação por junta médica oficial. A licença para tratamento de saúde inferior a 15 (quinze) dias, dentro de 1 (um) ano, poderá ser dispensada de perícia oficial, na forma definida em regulamento. O prazo máximo para tal licença é de 24 meses, findo o qual será aposentado por invalidez permanente caso não possa retornar ao trabalho ou ser readaptado. O servidor será submetido a exames médicos periódicos, nos termos e condições definidos em regulamento. 9. Licença à Gestante, à Adotante e da Licença-Paternidade Direito Administrativo - Teoria e Questões comentadas Professor Jonatas Albino do Nascimento Professor Jonatas Albino do Nascimento 28 de 120 www.exponencialconcursos.com.br Será concedida licença à servidora gestante por 120 (cento e vinte) dias consecutivos, sem prejuízo da remuneração. Trata-se de ato vinculado, pois a Adminsitração não pode obstar tal direito da servidora. A Lei nº 11.770/08 autorizou a Administração Pública a instituir programa que garanta prorrogação da licença maternidade em mais 60 dias para suas servidoras, a ser concedida logo após a licença- maternidade. No âmbieto da APU Direta, autárquica e fundacional o Decreto nº 6.690/08 instituiu tal benefício. A licença poderá ter início no primeiro dia do nono mês de gestação, salvo antecipação por prescrição médica. No caso de nascimento prematuro, a licença terá início a partir do parto. Já no caso de natimorto, decorridos 30 (trinta) dias do evento, a servidora será submetida a exame médico, e se julgada apta, reassumirá o exercício. Para a situação de aborto atestado por médico oficial, a servidora terá direito a 30 (trinta) dias de repouso remunerado. Pelo nascimento ou adoção de filhos, o servidor terá direito à licença- paternidade de 5 (cinco) dias consecutivos, podendo ser prorrogada por mais 15 dias. Essa possibilidade de prorrogação surgiu com a Lei 13.257/16, que instituiu o Programa Empresa Cidadã. Depois, o Decreto 8.737/16 instituiu o Programa de Prorrogação da Licença Paternidade para os servidores regidos pela Lei nº 8.112/90, regulamentando a possibilidade de prorrogação. Para isso, o servidor deve requerer o benefício no prazo de dois dias úteis após o nascimento ou a adoção. Cumpre-se ressaltar que a licença é aplicável a quem adotar ou obtiver guarda judicial para fins de adoção de criança (considerada até os 12 anos incompletos). Para amamentar o próprio filho, até a idade de seis meses, a servidora lactante terá direito, durante a jornada de trabalho, a uma hora de descanso, que poderá ser parcelada em dois períodos de meia hora. À servidora que adotar ou obtiver guarda judicial de criança até 1 (um) ano de idade, serão concedidos 90 (noventa) dias de licença remunerada. No caso de adoção ou guarda judicialde criança com mais de 1 (um) ano de idade, o prazo será de 30 (trinta) dias. Essa é a redação da Lei nº 8.112/90, que foi considerada inscontitucional pelo STF em 2016, por se tratar de tratamento discriminatório relativo à filiação (RE 778889). Assim, o prazo da licença à adotante será o mesmo da licença maternidade (180 dias), segundo o Pretorio Excelso. Fique atento ao enunciado da questão (que pode delimitar a análise para a redação de lei ou a posição do STF)! Direito Administrativo - Teoria e Questões comentadas Professor Jonatas Albino do Nascimento Professor Jonatas Albino do Nascimento 29 de 120 www.exponencialconcursos.com.br 10. Licença por Acidente em Serviço Será licenciado, com remuneração integral, o servidor acidentado em serviço. Configura acidente em serviço o dano físico ou mental sofrido pelo servidor, que se relacione, mediata ou imediatamente, com as atribuições do cargo exercido. Equipara-se ao acidente em serviço o dano: • Decorrente de agressão sofrida e não provocada pelo servidor no exercício do cargo; • Sofrido no percurso da residência para o trabalho e vice-versa. O servidor acidentado em serviço que necessite de tratamento especializado poderá ser tratado em instituição privada, à conta de recursos públicos. O tratamento precisa ser recomendado por junta médica oficial e constitui medida de exceção, somente sendo admissível quando inexistirem meios e recursos adequados em instituição pública. A prova do acidente será feita no prazo de 10 (dez) dias, prorrogável quando as circunstâncias o exigirem. Vale aqui também o prazo de 24 meses. Se após esse período de licença o servidor não estiver apto a exercer atividades, será aposentado. (CESPE - AJ - TRE – GO - Administrativa/2015) Acerca do regime jurídico dos servidores públicos civis da União, no próximo item apresenta uma situação hipotética, seguida de uma assertiva a ser julgada. Caio, analista judiciário do TRE/GO, está em gozo de licença para tratar de interesses particulares. Nessa situação, a referida licença pode ser interrompida, a qualquer tempo, se for de interesse do tribunal. Comentários. A licença para tratar de interesse particulares é totalmente discricionária e pode ser interrompida a qualquer momento pela APU. • 120 + 60 diasNascimento de criança • 90 dias (STF: 120+60)Adoção de criança com até 1 ano • 30 dias (STF: 120+60) Adoção de criança com mais de 1 ano Direito Administrativo - Teoria e Questões comentadas Professor Jonatas Albino do Nascimento Professor Jonatas Albino do Nascimento 30 de 120 www.exponencialconcursos.com.br Gabarito: Certo. Afastamentos e Concessões A Lei nº 8.112/90 define os seguintes afastamentos: 1. Afastamento para Servir a Outro Órgão ou Entidade Previsto no artigo 93 da Lei nº 8.112, o servidor poderá ser afastado para para exercício de cargo em comissão ou função de confiança e em outros casos previstos em leis específicas. Na primeira hipótese (cargo em comissão e função de confiança), sendo a cessão para órgãos ou entidades dos Estados, do Distrito Federal ou dos Municípios, o ônus da remuneração será do órgão ou entidade cessionária, mantido o ônus para o cedente nos demais casos. 2. Afastamento para Exercício de Mandato Eletivo O regramento para tal caso está previsto no artigo 94 da lei. Já vimos tal situação em tópico anterior. 3. Afastamento para Estudo ou Missão no Exterior Tal afastamento pode ser concedido ao servidor para ausentar-se do País para estudo ou missão oficial, apenas com autorização do Presidente da República, Presidente dos Órgãos do Poder Legislativo e Presidente do Supremo Tribunal Federal. A ausência não excederá a 4 (quatro) anos e, finda a missão ou estudo, somente decorrido igual período, será permitida nova ausência. No caso de afastamento de servidor para servir em organismo internacional de que o Brasil participe ou com o qual coopere, dar-se-á com perda total da remuneração. 4. Afastamento para Participação em Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu no País O servidor poderá, no interesse da Administração e desde que a participação não possa ocorrer simultaneamente com o exercício do cargo ou mediante compensação de horário, afastar-se do exercício do cargo efetivo, com a respectiva remuneração, para participar em programa de pós-graduação stricto sensu em instituição de ensino superior no País. Ato do dirigente máximo do órgão ou entidade definirá, em conformidade com a legislação vigente, os programas de capacitação e os critérios para Direito Administrativo - Teoria e Questões comentadas Professor Jonatas Albino do Nascimento Professor Jonatas Albino do Nascimento 31 de 120 www.exponencialconcursos.com.br participação em programas de pós-graduação no País, com ou sem afastamento do servidor, que serão avaliados por um comitê constituído para este fim. Os afastamentos para realização de programas de mestrado e doutorado somente serão concedidos aos servidores titulares de cargos efetivos no respectivo órgão ou entidade há pelo menos 3 (três) anos para mestrado e 4 (quatro) anos para doutorado, incluído o período de estágio probatório, que não tenham se afastado por licença para tratar de assuntos particulares para gozo de licença capacitação ou para a mesma licença pleiteada nos 2 (dois) anos anteriores à data da solicitação de afastamento. Os servidores beneficiados por esse tipo de afastamento terão que permanecer no exercício de suas funções após o seu retorno por um período igual ao do afastamento concedido. Caso o servidor venha a solicitar exoneração do cargo ou aposentadoria, antes de cumprido o período de permanência previsto deverá ressarcir o órgão ou entidade dos gastos com seu aperfeiçoamento Com relação às concessões temos o seguinte. Sem qualquer prejuízo, poderá o servidor ausentar-se do serviço: I - por 1 (um) dia, para doação de sangue; II - pelo período comprovadamente necessário para alistamento ou recadastramento eleitoral, limitado, em qualquer caso, a 2 (dois) dias; III - por 8 (oito) dias consecutivos em razão de : a) casamento; b) falecimento do cônjuge, companheiro, pais, madrasta ou padrasto, filhos, enteados, menor sob guarda ou tutela e irmãos. Será concedido horário especial ao servidor estudante, quando comprovada a incompatibilidade entre o horário escolar e o da repartição, sem prejuízo do exercício do cargo, exigida a compensação de horário no órgão ou entidade que tiver exercício, respeitada a duração semanal do trabalho. Também será concedido horário especial ao servidor portador de deficiência, quando comprovada a necessidade por junta médica oficial, independentemente de compensação de horário. Tal concessão se aplica também ao servidor que tenha cônjuge, filho ou dependente portador de deficiência física, exigindo-se, porém, neste caso, compensação de horário. Será igualmente concedido horário especial, vinculado à compensação de horário a ser efetivada no prazo de até 1 (um) ano, ao servidor que desempenhe atividade que receba Gratificação por Encargo de Curso ou Concurso, que explicamos anteriormente. Direito Administrativo - Teoria e Questões comentadas Professor Jonatas Albino do Nascimento Professor Jonatas Albino do Nascimento 32 de 120 www.exponencialconcursos.com.br Ao servidor estudante que mudar de sede no interesse da administração é assegurada, na localidade da nova residência ou na mais próxima, matrícula em instituição de ensino congênere, em qualquer época, independentemente de vaga. Tal benefício estende-se ao cônjuge ou companheiro, aos filhos, ou enteados do servidor que vivam na sua companhia, bem como aos menores sob sua guarda, com autorização judicial. Esse conceito de “congênere” tem sido interpretadopelo STF da seguinte forma: Se o servidor era matriculado em institução privada na localidade de origem tem direito de se matricular em institução privada na localidade de destino, o mesmo valendo para as instituições públicas. (CESPE - ICMBio/2014) Acerca do regime dos servidores públicos federais, julgue o item. O servidor beneficiado por afastamento para realizar programa de mestrado ou de doutorado no país deverá permanecer no exercício de suas funções após seu retorno por período igual ao do afastamento concedido, ficando impedido de solicitar exoneração ou aposentadoria antes de cumprido o período de permanência no exercício de sua função. Comentários. Caso o servidor venha a solicitar exoneração do cargo ou aposentadoria, antes de cumprido o período de permanência previsto, deverá ressarcir o órgão ou entidade dos gastos com seu aperfeiçoamento. Gabarito: Errado. Pessoal, como vimos o conteúdo é bastante extenso. Vamos terminar o item de servidores públicos junto com improbidade administrativa, na próxima aula. São temas bastante próximos, uma vez que só falta o regime disciplinar. O direito de petição corresponde ao direito de pedir. De forma efetiva, é o direito do qual dispõe o servidor de peticionar (pedir, solicitar) junto ao Poder Público sobre os seus direitos. A principal fonte legislativa no âmbito federal é a Lei nº 8.112/90 nos artigos 104 a 115. É assegurado ao servidor o direito de requerer aos Poderes Públicos, em defesa de direito ou interesse legítimo. O requerimento será dirigido à autoridade competente para decidi-lo e encaminhado por intermédio daquela a que estiver imediatamente subordinado o requerente. Simplificando o texto, você servidor público deve encaminhar o seu requerimento ao seu chefe direto que então deve encaminhá-lo à autoridade competente. 1.7.3 – Direito de Petição Direito Administrativo - Teoria e Questões comentadas Professor Jonatas Albino do Nascimento Professor Jonatas Albino do Nascimento 33 de 120 www.exponencialconcursos.com.br Cabe pedido de reconsideração à autoridade que houver expedido o ato ou proferido a primeira decisão, não podendo ser renovado. O requerimento e o pedido de reconsideração deverão ser despachados no prazo de 5 (cinco) dias e decididos dentro de 30 (trinta) dias. Caberá recurso: I - do indeferimento do pedido de reconsideração; II - das decisões sobre os recursos sucessivamente interpostos. O recurso será dirigido à autoridade imediatamente superior à que tiver expedido o ato ou proferido a decisão, e, sucessivamente, em escala ascendente, às demais autoridades. A diferença entre recurso e reconsideração é que a reconsideração é avaliado pela própria autoridade que proferiu a decisão enquanto o recurso é julgado pela autoridade imediatamente superior à que tiver expedido o ato ou proferido a decisão. O prazo para interposição de pedido de reconsideração ou de recurso é de 30 (trinta) dias, a contar da publicação ou da ciência, pelo interessado, da decisão recorrida. O recurso poderá ser recebido com efeito suspensivo, a juízo da autoridade competente. Em caso de provimento do pedido de reconsideração ou do recurso, os efeitos da decisão retroagirão à data do ato impugnado. O direito de requerer prescreve: I - em 5 (cinco) anos, quanto aos atos de demissão e de cassação de aposentadoria ou disponibilidade, ou que afetem interesse patrimonial e créditos resultantes das relações de trabalho; II - em 120 (cento e vinte) dias, nos demais casos, salvo quando outro prazo for fixado em lei. O prazo de prescrição será contado da data da publicação do ato impugnado ou da data da ciência pelo interessado, quando o ato não for publicado. Direito de requerer sobre demissão, cassação, aposentadoria, disponibilidade ou que afetem interesse patrimonial e créditos • 5 anos para prescrição Demais casos • 120 dias para prescrição Direito Administrativo - Teoria e Questões comentadas Professor Jonatas Albino do Nascimento Professor Jonatas Albino do Nascimento 34 de 120 www.exponencialconcursos.com.br O pedido de reconsideração e o recurso, quando cabíveis, interrompem a prescrição. São fatais e improrrogáveis os prazos expostos nesse tópico, salvo motivo de força maior. O que será estudado nesse tópico está presente na Lei nº 8.112/90, mais especificamente nos artigos 116 a 182. Vamos lá. Esse tópico é bem decoreba, porém muitos dos incisos são óbvios. Começaremos com o artigo 116, que determina que são deveres do servidor: I - exercer com zelo e dedicação as atribuições do cargo; II - ser leal às instituições a que servir; III - observar as normas legais e regulamentares; IV - cumprir as ordens superiores, exceto quando manifestamente ilegais; (nesse caso nasce para o servidor o dever de representar contra o superior) V - atender com presteza: a) ao público em geral, prestando as informações requeridas, ressalvadas as protegidas por sigilo; b) à expedição de certidões requeridas para defesa de direito ou esclarecimento de situações de interesse pessoal; c) às requisições para a defesa da Fazenda Pública. VI - levar as irregularidades de que tiver ciência em razão do cargo ao conhecimento da autoridade superior ou, quando houver suspeita de envolvimento desta, ao conhecimento de outra autoridade competente para apuração; VII - zelar pela economia do material e a conservação do patrimônio público; VIII - guardar sigilo sobre assunto da repartição; IX - manter conduta compatível com a moralidade administrativa; X - ser assíduo e pontual ao serviço; XI - tratar com urbanidade as pessoas; XII - representar contra ilegalidade, omissão ou abuso de poder. 2 – Regime Disciplinar 2.1 – Deveres e Proibições Direito Administrativo - Teoria e Questões comentadas Professor Jonatas Albino do Nascimento Professor Jonatas Albino do Nascimento 35 de 120 www.exponencialconcursos.com.br A representação de que trata o item XII será encaminhada pela via hierárquica e apreciada pela autoridade superior àquela contra a qual é formulada, assegurando-se ao representando ampla defesa. O descumprimento dos deveres acarreta infração disciplinar. A Lei estabelece que a advertência será aplicada por escrito nos casos de inobservância de dever funcional previsto em lei, regulamentação ou norma interna, que não justifique imposição de penalidade mais grave. Com relação às proibições temos os seguintes itens: • Proibições que acarretam a penalidade de advertência: 1 - ausentar-se do serviço durante o expediente, sem prévia autorização do chefe imediato; 2 - retirar, sem prévia anuência da autoridade competente, qualquer documento ou objeto da repartição; 3 - recusar fé a documentos públicos; 4 - opor resistência injustificada ao andamento de documento e processo ou execução de serviço; 5 - promover manifestação de apreço ou desapreço no recinto da repartição; 6 - cometer a pessoa estranha à repartição, fora dos casos previstos em lei, o desempenho de atribuição que seja de sua responsabilidade ou de seu subordinado; 7 - coagir ou aliciar subordinados no sentido de filiarem-se a associação profissional ou sindical, ou a partido político; 8 - manter sob sua chefia imediata, em cargo ou função de confiança, cônjuge, companheiro ou parente até o segundo grau civil; 9 - recusar-se a atualizar seus dados cadastrais quando solicitado; • Proibições que acarretam a penalidade de suspensão Descumprimento do dever Infração disciplinar Punição será a advertência, salvo pena específica Direito Administrativo - Teoria e Questões comentadas Professor Jonatas Albino do Nascimento Professor Jonatas Albino do Nascimento 36 de 120 www.exponencialconcursos.com.br10 - cometer a outro servidor atribuições estranhas ao cargo que ocupa, exceto em situações de emergência e transitórias; 11 - exercer quaisquer atividades que sejam incompatíveis com o exercício do cargo ou função e com o horário de trabalho; • Proibições que acarretam a penalidade de demissão 12 - participar de gerência ou administração de sociedade privada, personificada ou não personificada, exercer o comércio, exceto na qualidade de acionista, cotista ou comanditário (tal proibição não se aplica na participação nos conselhos de administração e fiscal de empresas ou entidades em que a União detenha, direta ou indiretamente, participação no capital social ou em sociedade cooperativa constituída para prestar serviços a seus membros nem no gozo de licença para o trato de interesses particulares, observada a legislação sobre conflito de interesses). 13 - receber propina, comissão, presente ou vantagem de qualquer espécie, em razão de suas atribuições; 14 - aceitar comissão, emprego ou pensão de estado estrangeiro; 15 - praticar usura sob qualquer de suas formas; 16 - proceder de forma desidiosa; 17 - utilizar pessoal ou recursos materiais da repartição em serviços ou atividades particulares; • Probibições que acarretam a penalidade de demissão e incompatibiliza o ex-servidor para nova investidura em cargo público federal, pelo prazo de 5 (cinco) anos. 18 - valer-se do cargo para lograr proveito pessoal ou de outrem, em detrimento da dignidade da função pública; 19 - atuar, como procurador ou intermediário, junto a repartições públicas, salvo quando se tratar de benefícios previdenciários ou assistenciais de parentes até o segundo grau, e de cônjuge ou companheiro; As penalidades previstas em lei são (art. 127 da Lei nº 8.112/90): I - advertência; II - suspensão; III - demissão; 2.2 – Penalidades Direito Administrativo - Teoria e Questões comentadas Professor Jonatas Albino do Nascimento Professor Jonatas Albino do Nascimento 37 de 120 www.exponencialconcursos.com.br IV - cassação de aposentadoria ou disponibilidade; V - destituição de cargo em comissão; VI - destituição de função comissionada. Segundo a lei, na aplicação das penalidades serão consideradas a natureza e a gravidade da infração cometida, os danos que dela provierem para o serviço público, as circunstâncias agravantes ou atenuantes e os antecedentes funcionais. Podemos perceber do mandamento acima que o poder disciplinar é discricionário, obviamente dentro dos limites estabelecidos em lei. Tal discricionariedade se justifica na determinação da penalidade e não quanto ao dever de punir, que deve sempre ser cumprido. O ato de imposição da penalidade mencionará sempre o fundamento legal e a causa da sanção disciplinar. É importante dizer que o servidor público tem assegurado o direito do contraditório e ampla defesa, garantido constitucionalmente. Penalidade mais branda • Advertência Penalidade média • Suspensão Penalidade mais Grave • Demissão • Cassação de aposentadoria e disponibilidade • Destituição de cargo em comissão ou função comissionada Fatores a serem considerados na aplicação das penalidades natureza e gravidade da infração danos gerados circunstâncias atenuantes e agravantes antecedentes funcionais Direito Administrativo - Teoria e Questões comentadas Professor Jonatas Albino do Nascimento Professor Jonatas Albino do Nascimento 38 de 120 www.exponencialconcursos.com.br ➢ Advertência Por ser a mais branda de todas as penalidades, a advertência será aplicada por escrito e terá seu registro cancelado, após o decurso de 3 (três) anos de efetivo exercício, se o servidor não houver, nesse período, praticado nova infração disciplinar. A ação disciplinar prescreverá em 180 (cento e oitenta) dias, quanto à advertência. ➢ Suspensão A suspensão será aplicada em caso de reincidência das faltas punidas com advertência e de violação das demais proibições que não tipifiquem infração sujeita a penalidade de demissão, não podendo exceder de 90 (noventa) dias. Será punido com suspensão de até 15 (quinze) dias o servidor que, injustificadamente, recusar-se a ser submetido a inspeção médica determinada pela autoridade competente, cessando os efeitos da penalidade uma vez cumprida a determinação. Quando houver conveniência para o serviço, a penalidade de suspensão poderá ser convertida em multa, na base de 50% (cinqüenta por cento) por dia de vencimento ou remuneração, ficando o servidor obrigado a permanecer em serviço. É importante salientar que não se trata de aplicar a penalidade de multa: a penalidade continua sendo de suspensão, mas ao invés do servidor deixar de trabalhar ele apenas paga a multa, o que muitas vezes é mais interessante para a Administração Pública. Durante o período de suspensão, o servidor não recebe remuneração e nem tal período é contado como tempo de serviço para qualquer efeito. A suspensão terá seu registro cancelado, após o decurso de 5 (cinco) anos de efetivo exercício, se o servidor não houver, nesse período, praticado nova infração disciplinar. A ação disciplinar prescreverá em 2 (dois) anos, quanto à suspensão. aplicada por escrito registro cancelado após 3 anos ação prescreverá em 180 dias Direito Administrativo - Teoria e Questões comentadas Professor Jonatas Albino do Nascimento Professor Jonatas Albino do Nascimento 39 de 120 www.exponencialconcursos.com.br ➢ Demissão Penalidade extremamente gravosa. Os casos que ensejam a aplicação dessa pena são definidos em lei. Por isso trata-se de ato vinculado: ocorrendo a situação definida em lei, o servidor deve ser demitido. Esse é o entendimento da AGU (Advocacia Geral da União) que estabeleceu em pareceres tal pensamento, no âmbito do Poder Executivo Federal. Ocorre que o STJ (Superior Tribunal de Justiça) considerou ilegal os pareceres da AGU, que retiravam qualquer discricionariedade na análise do caso concreto de situação sujeitas à demissão. E o que faremos na nossa prova? Bem, recomendamos ler a questão com cuidado para verficar se o entendimento que está sendo adotado é o do STJ ou da AGU. Caso isso não baste para encontrar a resposta, recomendamos que seja adotado o posicionamento da AGU para concursos do Executivo Federal. Já citamos as proibições que podem ensejar a aplicação de tal penalidade. Além disso, a demissão ser aplicada nos seguintes casos: I - crime contra a administração pública; II - abandono de cargo; III - inassiduidade habitual; IV - improbidade administrativa; V - incontinência pública e conduta escandalosa, na repartição; VI - insubordinação grave em serviço; VII - ofensa física, em serviço, a servidor ou a particular, salvo em legítima defesa própria ou de outrem; VIII - aplicação irregular de dinheiros públicos; Suspensão máximo 90 dias pode ser convertida em multa reincidência de penalidades sujeitas a advertência e outras que não as de demissão (residual) registro é cancelado após 5 anos Direito Administrativo - Teoria e Questões comentadas Professor Jonatas Albino do Nascimento Professor Jonatas Albino do Nascimento 40 de 120 www.exponencialconcursos.com.br IX - revelação de segredo do qual se apropriou em razão do cargo; X - lesão aos cofres públicos e dilapidação do patrimônio nacional; XI - corrupção; XII - acumulação ilegal de cargos, empregos ou funções públicas; A demissão ou a destituição de cargo em comissão, nos casos dos itens IV, VIII, X e XI transcritos acima implicam a indisponibilidade dos bens e o ressarcimento ao erário, sem prejuízo da ação penal cabível. Não poderá retornar ao serviço público federal o servidor que for demitido ou destituído do cargo em comissão por infringência dos itens I, IV, VIII, X e XI. Configura abandono de
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