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CLORIDRATO DE BUPROPIONA 150 MG Darina Rizzardi, Roberta Araujo e Taís Barboza Fórmula Molecular: C13-H18-Cl-NO Nome Químico: 2-(terc-butilamino)-1-(3-clorofenil) propan-1-ona Aminoacetona Aspectos Químicos Disponível no SUS apenas para tratamento da dependência à nicotina e como adjuvante na cessação tabágica. Nome do medicamento genérico consta na lista do RENAME (Relação Nacional de Medicamentos Essenciais). Depressão Para critérios diagnósticos, com base no DSM-5, o quadro caracteriza-se pela existência de cinco ou mais dos seguintes sintomas a seguir, com duração contínua de, no mínimo, 2 semanas e mudança com relação ao status físico e mental prévio. Pelo menos um dos sintomas deve ser humor deprimido ou perda do interesse ou prazer: •Humor deprimido na maior parte do dia, quase todos os dias •Perda ou diminuição significativa do interesse ou do prazer em todas ou quase todas as atividades diárias, quase todos os dias •Perda ou ganho significativo de peso sem causa explícita e/ou redução ou aumento do apetite diário •Insônia ou hipersonia, quase todos os dias •Retardo psicomotor ou agitação, quase todos os dias, observáveis por outras pessoas •Fadiga e/ou perda de energia, quase todos os dias •Sentimentos de culpa e inutilidade excessivas ou inapropriadas, que podem ser delirantes, quase todos os dias •Diminuição na capacidade de concentração ou de pensamento, ou indecisão, quase todos os dias •Pensamentos recorrentes de morte (não somente medo de morrer), ideação suicida, plano específico para realização ou tentativa de suicídio. A depressão é um transtorno com alto impacto social, com importante mortalidade e morbidade e, infelizmente, ainda hoje, subdiagnosticado e subtratado. Surgimento da Molécula A molécula foi desenvolvida na década de 1970, e os primeiros estudos de eficácia datam do início da década seguinte. Inicialmente comercializada nos Estados Unidos em 1985, com o nome de Wellbutrin®, permanecendo menos de um ano no mercado devido a associação com crises de convulsão. Em 1989, após identificada sua toxicidade dose-dependente foi reintroduzida em apresentações com menores doses, sendo atualmente comercializada em comprimidos revestidos de liberação prolongada (XL). Modelos Experimentais Pré- Clínicos: ● Testes em roedores não demonstraram alterações na neurotransmissão serotoninérgica pré-sináptica ou pós-sináptica. A bupropiona e seu metabólito primário, a hidroxibupropiona, diminuíram a recaptação de dopamina e norepinefrina em sinaptossomas de ratos e camundongos. ● Estudos de microdiálise que mediram os níveis de neurotransmissores no núcleo accumbens de camundongos em movimento livre mostraram que as concentrações extracelulares de dopamina e norepinefrina aumentaram em resposta à administração de bupropiona no modelo animal de depressão. Clínicos: ● Realizados dois estudos controlados com placebo, de oito semanas de duração. ○ Dose fixa X Placebo ○ Dose Flexível X Placebo ■ Avaliação Final ● Escala de Avaliação de Depressão de Hamilton ● Impressão Clínica Global de Melhora Farmacocinética - Via oral, com picos de concentração plasmática alcançados após aproximadamente três horas e após uso crônico (exposição à bupropiona pode ser aumentada quando os comprimidos de ação lenta são ingeridos com alimentos). - POSOLOGIA: 150-300 mg/dia - GRÁVIDAS: categoria D de risco na gravidez ; alguns estudos epidemiológicos sobre os resultados da gravidez após a exposição materna à bupropiona no primeiro trimestre têm relatado uma associação com o aumento do risco de algumas malformações congênitas cardiovasculares. - LACTAÇÃO: foi demonstrado que a bupropiona e seus metabólitos são excretados pelo leite materno; portanto, devido às potenciais reações adversas, recomenda-se que mães que estejam recebendo tratamento não amamentem. - CRIANÇAS: não é indicado para menores de 18 anos, pois não foi adequadamente estudado neste grupo de paciente; não é recomendado para menores de 18 anos, já que antidepressivos nessa idade apresentam um maior risco de pensamentos e comportamentos suicidas. Mecanismo de ação A bupropiona é um inibidor seletivo da recaptação neuronal de catecolaminas (norepinefrina e dopamina), com efeito mínimo na recaptação de indolaminas (serotonina) e que não inibe a monoaminoxidase (MAO). O mecanismo exato de ação da bupropiona, assim como o de muitos antidepressivos, é desconhecido. Presume-se que o mecanismo de ação da bupropiona seja mediado por mecanismos noradrenérgicos e/ou dopaminérgicos. Usos clínicos Indicado no tratamento de doenças depressivas ou na prevenção de recaídas e recorrências de episódios depressivos após resposta inicial satisfatória. Indicada principalmente para depressão com características anérgicas: pouca energia, muita sonolência, alteração na concentração e aumento de apetite e consequentemente de peso. A bupropiona também é usada para ajudar a parar de fumar e em TDAH. Efeitos Adversos - Os efeitos adversos principais ocorrem no início do tratamento, principalmente nas duas primeiras semanas, já que tem um efeito ativador, podendo causar agitação e inquietação. - Reações muito comuns (>1/10): insônia, cefaleia, boca seca, transtornos gastrintestinais como náusea e vômito. - Reações comuns (>1/100 e 1≤10): reações de hipersensibilidade, como urticária; anorexia, agitação, ansiedade; tremor, vertigem, transtornos no paladar; transtornos na visão; tinido; aumento da pressão sanguínea (em alguns casos, grave), calor e rubor; dor abdominal, constipação; rash, prurido, sudorese; febre, dor no peito, astenia - Reações incomuns (>1/1000 e ≤1/100): perda de peso; depressão, confusão mental; taquicardia; distúrbios de concentração. Referências 1. MINISTÉRIO DA SAÚDE, DF - 2019, Publicação do RENAME 2020 - Disponível em : https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/relacao_medicamentos_rename_2020.pdf 2. PUBCHEM. Bupropion. Disponível em: https://www.ebi.ac.uk/chebi/searchId.do?chebiId=CHEBI:3219. Acesso em: 06 abr. 2020. 3. DRUGS.COM - Disponível em: https://www.drugs.com/international/bupropion.html. Acesso em: 06 abr. 2020 4. Ficha Técnica sobre medicamentos - http://www.saude.sp.gov.br/resources/ses/perfil/cidadao/homepage-new/outros-destaques/relatorios-te cnicos/cloridrato_bupropiona_-_depressao.pdf?attach=true. Acesso em: 06 abr. 2020. 5. Cavariani, Marilia Martins - Efeitos da bupropiona sobre o comportamento sexual, parâmetros espermáticos e fertilidade de ratos machos e sobre a contratilidade do ducto espermático in vitro - Botucatu, 2013 6. BULA PARA PROFISSIONAIS DE SAÚDE WELLBUTRIN ® XL - LABORATÓRIO GSK 7. BULA PARA PROFISSIONAIS DE SAÚDE BUP ® - LABORATÓRIO EUROFARMA https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/relacao_medicamentos_rename_2020.pdf https://www.drugs.com/international/bupropion.html http://www.saude.sp.gov.br/resources/ses/perfil/cidadao/homepage-new/outros-destaques/relatorios-tecnicos/cloridrato_bupropiona_-_depressao.pdf?attach=true http://www.saude.sp.gov.br/resources/ses/perfil/cidadao/homepage-new/outros-destaques/relatorios-tecnicos/cloridrato_bupropiona_-_depressao.pdf?attach=true
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