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ESPÉCIES Conceitualmente, a letra de câmbio é um título de crédito abstrato, no qual corresponde a documento formal, proveniente de relação ou relações de crédito, entre duas ou mais pessoas. Normativamente aplica se a Convenção de Genébra – lei uniforme sobre letras de câmbio e notas promissórias. Decreto n. 2.044/2008, também conhecido como Lei Interna (LI), e Decreto n. 57.663/66 (Lei Uniforme). Podemos afirmar que haverão sujeitos na relação jurídica substancial: uma, designada como sacador, que dá ordem de pagamento pura e simples, à vista ou a prazo, a outrem, denominado sacado, a seu favor ou de terceira pessoa (tomador ou beneficiário), no valor e nas condições nela constantes. Neste sentido, a letra de câmbio é uma ordem de pagamento, no qual o sacador emite a ordem, para que o sacado pague e o tomador se beneficie. O saque autoriza o tomador a procurar o sacado para, ocorridas determinadas condições, poder receber a quantia no título, e vincula o sacador ao pagamento da letra de câmbio. Na hipótese em que o sacado não pague o valor mencionado na letra de câmbio ao tomador, poderá o tomador cobrar o valor do sacador, na medida em que este, ao praticar o saque, tornou-se codevedor. Se o sacador não assinar, deverá ser representado por procurador nomeado por instrumento público com poderes especiais. Podemos elencar requisitos da letra de câmbio, que deverão estar completamente no momento do saque, nos termos do artigo 3º do Decreto n. 2.044/2008:a) a expressão letra de câmbio; b) o mandado de pagar a quantia; c) o nome do sacado; d) o lugar do pagamento; e) o nome do tomador; f) local e data do saque; e g) assinatura do sacador. Há que destacar, O sacado apenas terá a obrigatoriedade ao pagamento da letra de câmbio, quando houver expressa concordância de sua obrigação por meio do aceite que se dá pela assinatura do sacado no anverso do título ou no verso acompanhado da expressão aceito. Ainda, poderá haver a aceitação limitativa, no qual o sacado aceita pagar apenas uma parte do valor do título, mas também poderá ocorrer a cláusula de proibição de aceite. Os títulos “à ordem” são aqueles cuja circulação ocorre mediante endosso e os “não à ordem” circulam mediante a transmissão de crédito. Portanto, o endosso é o ato cambiário que opera a transferência do crédito representado por um título “à ordem”. A cláusula “à ordem” é tácita. Assim, para que um título de crédito TÍTULO DE CRÉDITO título de crédito espécies http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/116139/lei-uniforme-de-gen%C3%A9bra-decreto-57663-66 http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/856311/decreto-2044-08 http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/116139/lei-uniforme-de-gen%C3%A9bra-decreto-57663-66 http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/116139/lei-uniforme-de-gen%C3%A9bra-decreto-57663-66 http://www.jusbrasil.com.br/topicos/17442892/artigo-3-do-decreto-n-2044-de-25-de-marco-de-2008-do-municipio-de-ponta-grossa http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/856311/decreto-2044-08 seja considerado “à ordem” e, portanto, transferível por endosso, basta que não esteja denominada cláusula “não à ordem. Por vezes poderá surgir a figura do aval, que podemos sintetizar ato pelo qual uma pessoa, denominada avalista, garante o pagamento de um título em favor do devedor principal ou de um coobrigado, em que somente se caracterizará da assinatura do avalista no anverso e com a denominação "por aval". No tocante ao vencimento, poderá ser à vista, assim como poderá ser a certo termo da data, a certo termo da vista ou a dia certo. Para efeito de contagem de prazo, dia útil é o dia em que há expediente bancário. Poderão ocorrer situações em que a letra de câmbio pode ser protestada: o protesto por falta de aceite, falta de data de aceite e falta de pagamento. O protesto por falta de aceiteserá em face do sacador, não podendo ser extraído contra o sacado, que não aceitou o título, ao passo que, não havendo o aceite do título, não estará vinculado à obrigação. Protestado, o sacado será intimado para que compareça e aceite o título. Em relação ao protesto por falta de data de aceite e ao protesto por falta de pagamento, o protestado é o sacado. Caso precise ler os artigos 22º e 28º da lei uniforme (o professor citou na aula) A nota promissória contém uma promessa de pagamento com a presença de dois intervenientes fundamentais, o emitente (aquele que cria o documento) e o beneficiário do crédito, ao contrário da letra de câmbio, na qual se observa a presença de três intervenientes: beneficiário, sacado (aquele que é indicado para pagar) e o sacador (aquele que emite uma “ordem” de pagamento a um sacado para que pague certo o valor ao beneficiário). Contudo é importante destacar que na nota promissória a promessa é feita diretamente pelo devedor, a favor de um beneficiário. Ao contrário da letra de câmbio, na qual sacado da ordem ao sacado para efetuar o pagamento a um beneficiário, sendo que o sacado não é obrigado a acatar ordem que lhe foi dada pelo sacador, assim o ultimo não se obriga diretamente nesse título de credito, por sua responsabilidade vai ser subsidiaria ao não aceito pelo sacado. A partir disso, verifica-se que a nota promissória o credito vai ser estabelecido em função da subscrição do título de credito, o que não ocorre na letra de cambio em que o crédito existe antes da própria criação do título. Bem como não há que se falar em aceite neste instrumento creditório como ocorre na letra de cambio, vez que é o devedor que se obriga pessoalmente à satisfação do credito, não existindo uma ordem a terceiros, mas uma promessa de pagamento direta do devedor. Os princípios que são aplicados a este título de credito são: o da cartularidade, este princípio não aceita que bases como a madeira ou metal sejam instrumentos sério a consolidar um direito creditório, bem como mostra que a assinatura de próprio punho, sendo fundamental, a não possibilidade de grafia no modo de perfuração ou relevo, o mais importante é que o credito esteja documentado em uma base para receber as demais declarações cambiaria e para que ao final tenha-se um adimplemento nos moldes da legislação aplicável; o princípio da autonomia, a nota promissória é um título autônomo, ou seja, cada declaração cambial lançada na cártula enseja um direito próprio, bem como há um desligamento com a causa original de emissão do título no que tange aos portadores futuros, somente admitindo exceções entre credor e devedor originário, ou em caso de má-fé do portador; e por último o princípio da abstração, ou seja, cuja estrutura conceitual nenhuma papel possui o negócio de base, aquele que fundamentou a sua criação, dessa forma o título em sua condição e qualidade de declaração unilateral da vontade, guarda em tese, autonomia em relação ao negócio originário. Para que uma cártula seja considerada nota promissória deve atender a certos requisitos legais, pois ao contrario estará despida de cambiaridade, não lhe permitindo dispor das benesses oferecidas por um título de crédito, valendo apenas como um meio de comprovar uma relação de crédito e débito. A cártula da nota promissória deverá conter certos requisitos considerados essenciais, sendo que sua falta poderá invalidar o documento como título de credito. Primeiramente serão analisados os requisitos essenciais separadamente, para ao final comentar os não essenciais de forma conjunta. Quando em uma nota promissória na qual seu criador omita algum requisito, principalmente se essencial, leva invalidação do instrumento creditório, pois todos os requisitos devem estar presentes não no momento da emissão do documento, mas a validade ou invalidade é apurada no momento em que o título é exigido, contudo pode ser o título confeccionado com acertos requisitos em branco a serem preenchidos sem abusoaté o momento da satisfação, seja judicial ou extrajudicial. E se caso houve abuso de preenchimento caberá ao devedor ingressar judicialmente exigindo indenização, seja ela material ou moral, dependendo do dano causado. Considerado pelo legislador pátrio como um Título de Crédito, a Duplicata é uma ordem de pagamento emitida em razão de uma compra e venda (Duplicata Mercantil) ou de uma prestação de serviços (Duplicata de Prestação de Serviços). Em outras palavras, a Duplicata é classificada pela doutrina como um Título de Crédito de Natureza Causal, pelo fato de sua emissão estar relacionada à Mercancia ou à Prestação de Serviços. Nessa toada, por esse Título de Crédito ser, obrigatoriamente, um título à ordem, ele circulará por Endosso (beneficiário de Título de Crédito à ordem transfere sua propriedade a terceiro, com todos os direitos nele incorporados, tornando-se coobrigado pelo aceite – quando couber – e pagamento, salvo cláusula ou disposição legal em contrário). Em outras palavras, a Duplicata jamais circulará por cessão de crédito (Título não à ordem). No que se refere ao Aceite (ato cambiário acessório, formal, literal, unilateral pelo qual o sacado – pessoa indicada para acatar com a ordem de pagamento – se obriga a efetuar o pagamento nas condições estabelecidas no Título à data do vencimento, tornando-se obrigado cambiário principal e direto), ele é obrigatório. Na Duplicata o Aceite, como supramencionado, independe da vontade do sacado, que poderá recusá-lo, somente, em determinadas hipóteses previstas em lei, a saber: 1) Recusa do Aceite na Duplicata Mercantil: Por conta de avaria ou não recebimento das mercadorias, quando não expedidas ou não entregues por sua conta e risco ou por conta de vícios, defeitos e diferenças na qualidade ou na quantidade das mercadorias. 2) Recusa do Aceite na Duplicata de Prestação de Serviços: Refere-se à não correspondência com os serviços efetivamente contratados ou com vícios ou defeitos na qualidade dos serviços prestados. Por falta de aceite, de devolução ou de pagamento, o protesto será tirado, conforme o caso, mediante apresentação da Duplicata, da Triplicata, ou, ainda, por simples indicações do portador, na falta de devolução do Título. No tocante a Triplicata, ela representa segunda via da Duplicata e poderá ser emitida quando essa última for perdida ou extraviada. Insta observar que no Protesto (ato formal e solene pelo qual se prova a inadimplência e o descumprimento de obrigação originada em Títulos e outros documentos de dívida) por falta de devolução, o vendedor não estará mais na posse do Título. Dessa forma, o Protesto dar-se-á por simples indicação, pois o portador não possuirá o Título para apresentar para o tabelião (exceção do Princípio da Cartularidade ou Titularidade). O fato de não ter sido exercida a faculdade de protestar o Título, por falta de Aceite ou de Devolução, não elide a possibilidade de Protesto por falta de pagamento. Por fim, vale pontuar que o portador que não tirar o Protesto da Duplicata, em forma regular e dentro do prazo da 30 (trinta) dias, contado da data de seu vencimento, perderá o direito de regresso contra os endossantes e respectivos avalistas. A nota promissória deve atender aos requisitos defi-nidos pelos arts. 75 e 76, observar os artigos 77 e 78 também. O cheque é um dos tipos de títulos de crédito amplamente utilizado nas relações comerciais brasileiras. É um instrumento que permite a circulação de riquezas, estabelecendo uma relação baseada, inclusive na boa-fé, entre o emitente e o sacado. Este dispositivo representa uma ordem de pagamento que tem sido amplamente utilizada na realização de acordo comerciais, uma vez que representa o compromisso do emissor de realizar um pagamento ao sacado. Uma das modalidades mais amplamente utilizada de cheque é o cheque pós-datado, o qual representa uma promessa de pagamento futura. Essa modalidade de utilização não possui amparo legal, porém, é o modelo mais utilizado nas relações comerciais. Isso porque o cheque pós-datado permite o parcelamento de débito ou a aquisição de um produto ou serviço cujo pagamento será realizado posteriormente. Permite a movimentação de compra e venda fomentando o comércio brasileiro. Torna-se necessário realizar essa discussão, pois o cheque é um título de crédito que representa uma ordem de pagamento permitindo a realização de negócios entre emitente e sacado. Este tipo de negócio, com a utilização de cheque é bastante utilizado no país como forma de concretização de negócios, permitindo a aquisição de bens ou serviços e ainda movimentando a economia e os negócios em todo país. A lei nº 7.357, de 2 de setembro de 1985 foi promulgada para regular o uso dos cheques e ainda hoje é utilizada. Em seu primeiro artigo esta lei define os requisitos necessários à emissão deste título de crédito. A lei de cheques determina, ainda, que o mesmo é uma ordem de pagamento à vista, logo, é vedada qualquer disposição em contrário contida neste título. Esta é a previsão do artigo 32 da lei em questão: “Art. 32. O cheque é pagável à vista. Considera-se não-estrita qualquer menção em contrário.” (BRASIL, 2015:1460). Fábio Ulhoa Coelho prescreve que O cheque é uma ordem de pagamento à vista, sacada contra um banco e com base em suficiente provisão de fundos depositados pelo sacador em mãos do sacado ou decorrente de contrato de abertura de crédito entre ambos. O elemento essencial do conceito de cheque é a sua natureza de ordem à vista, que não pode ser descaracterizada por acordo entre as partes. Qualquer cláusula inserida no cheque com o objetivo de alterar esta sua essencial característica é considerada não escrita e, portanto, ineficaz (Lei. 7.357, de 1985 – Lei do Cheque, art. 32.) (COELHO, 2015:275) Contudo, o cheque é comumente utilizado de forma contrária ao que prevê o artigo 32, sendo utilizado como ordem de pagamento futura, ou seja, o cheque é admitido para concretização de negócios tendo por base a boa-fé uma vez que o emissor o faz pós-datado, o que não há amparo legal para tal. Desta forma, o cheque ao ser utilizado como forma de pagamento futuro, é denominado como cheque pós-datado. Assim, o cheque representa a concessão de crédito, que a movimentação de riquezas no país. O cheque é um título abstrato e revela-se como uma mera declaração unilateral, que é realizada pelo emitente. Para Fran Martins, um cheque é visto “[...] como uma ordem de pagamento, à vista, dada a um banco ou instituição assemelhada, por alguém que tem fundos disponíveis no mesmo, em favor próprio ou de terceiro”.[9] (MARTINS, 2010:237). É necessário entender que a pessoa que emite um cheque está emitindo uma ordem de pagamento para uma instituição bancária ou financeira, a favor de um terceiro. O cheque é um título de credito abstrato, que não tem origem num tipo específico de negócio, revelando-se como mera declaração unilateral, feita pelo emitente, da existência do débito anotado, e a ordem para que seja saldado por uma instituição na qual, presumivelmente, o emitente tem valores bastantes ou crédito suficiente para fazer frente ao saque. Trata-se, aqui, de uma ordem de pagamento e não apenas de uma promessa de pagamento. Logo, o cheque é um documento importante para a circulação de riquezas no país. A Lei n° 7.357/85 estabeleceu os critérios obrigatórios para o cheque, tais como a denominação “cheque” expressa no título; a ordem de pagar quantia determinada; o nome do banco ou instituição financeira, o sacado; a indicação de lugar de pagamento, data e do lugar de emissão; assinatura do emitente que é o sacador ou do mandatário (art. 1°). O cheque possui rigor cambial em sua forma, conteúdo e execução judicial. Sobre sua emissão, o cheque pode ser emitido ao portador, à ordem ou nominalmente. No primeiro tipo, não há identificaçãode um beneficiário e no segundo tipo, à ordem traz na cártula a indicação do beneficiário ou dos beneficiários, permitindo que se faça o pagamento a outrem, à ordem do beneficiário que está nomeado no cheque. O beneficiário endossa em branco, passando o cheque que estava à ordem para um portador. No tipo nominal, o emissor deve indicar o beneficiário, que pode ser uma pessoa ou empresa. Este tipo de cheque só pode ser compensado com a identificação do beneficiário ou de quem ele indicar no verso do cheque, o chamado endosso. Pode haver ainda a modalidade de cheque cruzado onde os cheques ao portador e os nominais podem ser cruzados, o que permite o pagamento do mesmo mediante depósito em conta corrente, para cruzar o cheque, basta apenas incluir dois traços paralelos em diagonal na frente do documento. E tem ainda o cheque administrativo, onde o emissor é o sacado, isto é, o próprio banco, é uma espécie de cheque avulso para aqueles que não possuem talão, então a instituição bancária emite em nome do indicado pelo cliente e o valor é descontado da conta do emissor. O cheque é mais comumente utilizado como forma de pagamento pós-datado, ou seja, representando uma ordem de pagamento futura. Este meio de utilização é comum nas relações comerciais, mas não encontra autorização legal, tendo em vista que sua função é representar uma ordem de pagamento à vista. Contudo, encontra amparo na jurisprudência que acredita que o acordo estabelecido entre emitente e tomador gera uma obrigação baseada na boa-fé.
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