Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
CELIANE MENDES DA SILVA GEDSON LIMA DOS SANTOS JUNIOR LUCAS MATHEUS GOMES BARBOSA RELATÓRIO DE CONCRETO I Prática – Moldagem e ruptura de corpos de prova cilíndricos de concreto MACEIÓ, 2020 CELIANE MENDES DA SILVA GEDSON LIMA DOS SANTOS JUNIOR LUCAS MATHEUS GOMES BARBOSA RELATÓRIO DE CONCRETO I Prática – Moldagem e ruptura de corpos de prova cilíndricos de concreto Relatório solicitado pelo Prof. Jonas Rafael Duarte Cavalcante da disciplina Concreto I do curso de graduação em Engenharia Civil, como requisito para a obtenção parcial da nota referente a Medida de Eficiência da 1ª Unidade. MACEIÓ, 2020 1 INTRODUÇÃO O concreto é o segundo material mais utilizado no mundo, entretanto torna-se o primeiro, tomando como base a indústria da construção. Desde as primeiras construções o mesmo exerce papel preponderante nas mais diversas aplicações em que se tem seu uso (SILVA; LIMA, 2018). Com o passar dos anos, as normas técnicas definiram critérios e requisitos mínimos para a durabilidade do concreto e é imprescindível que o engenheiro possua conhecimento básico dos tais. O controle tecnológico do concreto engloba todos os seus componentes segundo a ABNT NBR 12654:2013 – Controle tecnológico de materiais, a qual determina a comprovação de que os materiais empregados na elaboração do concreto atendem aos requisitos exigidos por ela. Dentre as exigências do concreto requeridas para um projeto, pode-se destacar, em especial, a resistência a compressão. O projetista deve especificar o material que possua resistência à compressão, que não se deforme e que assegure boa precisão quando for solicitado a esforços de compressão. A resistência de um concreto é medida através da obtenção do seu fck (Resistência Característica do Concreto à Compressão), dado pela unidade Megapascal (Mpa) Sabe-se que a compressão é um esforço axial que tende a provocar um encurtamento ou até o rompimento do corpo submetido a este esforço. Nos ensaios de resistência compressão do concreto, são produzidos corpos-de-prova submetidos a uma força axial distribuída de modo uniforme em toda seção transversal do corpo- de-prova. É necessário salientar que o ensaio de resistência a compressão possui normas que orientam a sua execução, pois diversos fatores interferem nos resultados, desde a escolha da amostra, moldagem e cura do corpo de prova até a execução da ruptura. Dentre as normas técnicas necessárias para a realização do ensaio pode-se citar a norma da ABNT NBR NM 33:1998 – Concreto - Amostragem de concreto fresco, a norma ABNT NBR 5738:2003 – Concreto - Procedimento para moldagem e cura de corpos--de-prova, e a norma NBR 5739:2018 – Concreto - Ensaio de compressão de corpos de prova cilíndricos, que orienta os critérios e requisitos mínimos para a realização do ensaio de compressão 2 OBJETIVOS 2.1 GERAL Avaliar as propriedades mecânicas do concreto em seus estados fresco e endurecido. 2.2 ESPECÍFICOS • Identificar a trabalhabilidade do concreto; • Realizar a moldagem de corpos de prova cilíndricos de concreto; • Executar ensaios de ruptura à compressão axial e à tração por compressão diametral nos corpos de prova cilíndricos de concreto. 3 METODOLOGIA 3.1 MATERIAIS a) Areia média b) Brita 1 c) Cimento CP II-Z d) Água e) Concha metálica f) Colarinho para preenchimento g) Tronco de cone para abatimento h) Haste de adensamento i) Placa de base para abatimento j) Moldes cilíndricos (d= 10cm ; h= 20cm) k) Balança l) Betoneira m) Retífica n) Prensa hidráulica à compressão 3.2 PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL Inicialmente, definiu-se a dosagem do concreto, traço, o qual foi determinado pelo Prof. Jonas Rafael, o qual utilizou o método da ABCP (Associação Brasileira de Cimento Portland), geralmente utilizado para concretos convencionais. O traço foi mensurado admitindo-se um fcj de 20Mpa. Logo após, prosseguiu-se com a pesagem dos materiais componentes da mistura (água, areia, brita e cimento) em balança hidrostática com precisão de 0,01g. Com isso, prosseguiu-se a fase de produção da mistura utilizando-se da betoneira, primeiramente depositando a brita e metade da água de amassamento, bateu-se por trinta segundos e foram depositados o cimento e a areia com o restante da água, batendo-se por mais um minuto e meio. De acordo com a NBR NM 67 - Determinação da Consistência pelo Abatimento do Tronco de Cone, foi realizado o ensaio para aferir a trabalhabilidade do concreto com base em sua consistência, ensaio este também conhecido como Slump Test. Para a execução do ensaio, preencheu-se o molde com o concreto e o operador posicionou-se com os pés sobre suas aletas, de forma a mantê-lo estável. Em seguida, encheu-se o molde com o concreto produzido, em três camadas, cada uma com aproximadamente um terço da altura do molde compactado. Logo após, foi compactada cada camada com 25 golpes da haste de adensamento, os quais foram distribuídos uniformemente sobre a seção de cada camada. Em seguida, foi feita uma limpeza da placa de base e a retirada do molde do concreto, levantando-o cuidadosamente na direção vertical. Imediatamente após a retirada do molde, realizou-se a medição do abatimento do concreto, onde a haste foi colocada em cima do molde para determinar com uma trena a diferença entre a altura do molde e a altura do eixo do corpo de prova, que dá o resultado do ensaio de abatimento. Após isso, iniciou-se a fase de moldagem dos corpos de prova. Conforme a NBR 5738 – Procedimento para Moldagem e Cura de Corpos de Prova de Concreto, cada molde foi preenchido com duas camadas de concreto e em cada camada foram aplicados 12 golpes com a haste de adensamento. Na camada superior foi feito um rasamento para evitar a presença de vazios e garantir que o concreto esteja compacto. Na prática, devido a impossibilidade de levar os corpos de prova moldados para a cura, pois deve ser esperado um tempo mínimo de 24 horas para sua desmoldagem, foi observado o processo de cura utilizado no laboratório que é a imersão em água saturada com cal. Por fim, devido à mesma razão pela qual não se pôde levar os corpos de prova à cura, também não se tinha idade suficiente para rompê-los. Por isso, para a execução do ensaio de ruptura à compressão e à tração por compressão diametral, utilizou-se de corpos de prova previamente elaborados pelo Prof. Jonas Rafael. Os CPs (corpos de prova) foram levados à máquina retífica a qual, através de um disco adiamantado, realiza a limpeza automática da peça, não sendo permitido exceder a 1cm. O objetivo desse processo é acabar com as irregularidades do corpo de prova para que a carga seja distribuída corretamente na seção transversal e é importante ressaltar que o não cumprimento dessa etapa pode acarretar numa falsa leitura no momento do ensaio. A aparelhagem utilizada para o ensaio de ruptura, conforme a ABNT NBR 5739:2018, foi a prensa hidráulica e os CPs foram centralizados ao máximo para que recebessem a carga uniforme em toda a superfície. No ensaio, a pressão vem de baixo para cima e a força vai aumentando gradativamente. O carregamento cessa quando há uma queda na força, o que indica a ruptura dos CPs. O resultado da carga de ruptura é obtido através da leitura do visor eletrônico da máquina, cujos valores são dados em tonelada-força. Assim, para que se obtenha o fck, que é dado em Mpa (megapascal), deve-se realizar as devidas conversões. Em vista disso, destaca-se que o pascal é a unidade padrão de pressão e tensão no Sistema Internacional de Unidades, sendo a pressão exercida por uma força de 1 newton uniformemente distribuída sobre uma superfície plana de 1 metro quadrado de área, perpendicular à direção da força. Mega Pascal (MPa) = 1 milhão de Pascal. Logo,as cargas em tonelada-força foram transformadas para quilograma-força, multiplicando-se por 1000, sendo também transformadas para newtons multiplicando- se pelo fator de conversão de 9,81. Para transformar as cargas em tensões, as mesmas foram divididas pela área da seção transversal do corpo-de-prova, em m². 4 RESULTADOS E DISCUSSÃO A seguir, serão apresentadas imagens que retratam toda a etapa desenvolvida em laboratório para produção dos corpos de prova. Através do Método ABCP, foi calculado um traço para uma resistência estimada do concreto aos 28 dias de 20 Mpa, nas proporções de: 𝑇𝑅𝐴Ç𝑂 = 1: 1,96: 2,63: 0,51 Na figura abaixo são demonstrados os componentes utilizados na mistura FIGURA 1 – Insumos utilizados no preparo do concreto Fonte: Autores (2020) Na Figura 2 pode-se observar o misturador utilizado para a composição da mistura, sendo este a betoneira, com capacidade para 45 quilos de mistura a cada traço. Figura 2 – Betoneira utilizada para o preparo do concreto Fonte: Autores (2020) Na Figura 3, tem-se o resultado do ensaio de abatimento do tronco de cone, momento exato da desforma do molde troncocônico, em que se realiza a medida da haste até o topo da mistura obtendo-se assim o abatimento. Figura 3 – Slump Test Fonte: Autores (2020) Neste ensaio, foi constatada a queda de 21 cm, sem o uso de aditivo plastificante, sendo assim, o concreto é considerado fluido e com possibilidade de bombeamento. Na figura a seguir, pode-se constatar o resultado do corpo de prova moldado a partir da mistura elaborada. Figura 4 – Corpo de prova cilíndrico de concreto Fonte: Autores (2020) Após a moldagem, prosseguiu-se com o ensaio de ruptura, utilizando-se os corpos de proa disponibilizados pelo Prof. Jonas Rafael. É necessário salientar que estes CPs foram produzidos com o mesmo traço utilizado na prática em questão, todavia, foram rompidos aos 21 dias de idade de cura. Figura 5 – Prensa hidráulica para ensaio à compressão Fonte: Autores (2020) A seguir, apresenta-se o quadro com os resultados obtidos para os corpos de prova ensaiados nos ensaios à compressão axial e à compressão diametral. Quadro 1 – Resultados do ensaio à compressão C.P Ensaio Idade (j dias) Carga (tf) Fcj (Mpa) 1 Compressão axial 21 10,38 12,97 2 Compressão axial 21 10,00 12,49 3 Compressão diametral 21 8,29 10,35 Acerca dos resultados do ensaio à compressão, espera-se ainda o aumento da resistência dos concretos, pois a idade considerada de pico da mesma é aos 28 dias (a considerada resistência característica do concreto – fck), sabendo-se que esta não aumenta significativamente após esta idade. 5 CONCLUSÃO A partir das análises realizadas em laboratório, pôde-se concluir que os corpos de prova não atingiram 100% da resistência esperada, pois os dois primeiros CPs foram rompidos com 21 dias, ou seja, um tempo menor do que o previsto para o rompimento e para que a resistência provável do traço fosse atingida. Entretanto, a peça submetida à compressão diametral obteve um resultado acima do esperado para a categoria. Quanto a isto, sabe-se que fatores como o tempo e a temperatura de cura podem ter influenciado. O objetivo técnico não foi concluído devido ao fato de as resistências obtidas serem levemente abaixo das esperadas, todavia, os corpos de prova que serão rompidos posteriormente podem vir a obter sucesso. Por fim, conclui-se que a prática foi de grande importância e obteve significativo sucesso pedagógico, pois possibilitou aos alunos o conhecimento de todos os critérios e normas para a execução dos ensaios de aferição das propriedades mecânicas do concreto, bem como, a identificação das possíveis causas que podem afetar os resultados encontrados nos ensaios. REFERÊNCIAS ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. “Concreto - Determinação da consistência pelo abatimento do tronco de cone”. NBR NM 67, Rio de Janeiro, 1998. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. “Concreto — Procedimento para moldagem e cura de corpos de prova”. NBR 5738, Rio de Janeiro, 2015. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. “Concreto - Ensaio de compressão de corpos-de-prova cilíndricos - Método de ensaio”. NBR 5739, Rio de Janeiro, 2018. SILVA, Celiane Mendes da; LIMA, Sandovânio Ferreira de. Utilização do agregado proveniente de resíduos de construção e demolição em substituição ao agregado miúdo natural no concreto. Cadernos de Graduação – UNIT/AL: Ciências exatas e tecnológicas, Maceió, v. 5, n. 1, p. 103-116, nov. 2018. Semestral.
Compartilhar