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SISTEMA DE GESTÃO AMBIENTAL E SUA IMPORTANCIA PARA UMA EMPRESA

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FACULDADE DOM LUIZ DE ORLEANS E BRAGANÇA
Rhana Conceição Cruz de Almeida
SISTEMA DE GESTÃO AMBIENTAL E SUA IMPORTANCIA PARA UMA EMPRESA
Ribeira do Pombal
2017
Rhana Conceição Cruz de Almeida
SISTEMA DE GESTÃO AMBIENTAL E SUA IMPORTANCIA PARA UMA EMPRESA
Trabalho apresentado ao curso de bacharel em administração da faculdade Dom Luiz De Orleans e Bragança como requisito Parcial para a obtenção de nota na disciplina de gestão ambiental. 
Prof. Jucinaldo Frazão
Ribeira do Pombal
2017
1. Introdução 
Este artigo foi produzido com o intuito de demonstrar a importância do Sistema de Gestão Ambiental para as empresas, apresentando os requisitos para a sua implantação, seus benefícios, e as prováveis dificuldades encontradas para a execução das medidas, o histórico ambiental e histórico ambiental na empresa, apresentando também o reconhecimento que as organizações certificadas possuem em respeito ao meio ambiente e a sociedade. 
Nos últimos anos, o combate contra os problemas ambientais vem sendo discutido e debatido copiosamente, fazendo com que ganhasse espaço no meio empresarial. No período entre 60 e 70 prevaleceu a noção de que apenas seria necessário atentar-se a eficiência dos processos produtivos, mas, com o passar dos anos, observou-se que essa ideia era um tanto quanto equivocada, pois os impactos que esses processos causavam também mostrou ser algo para se preocupar. Com a globalização o mundo sofreu grandes mudanças entre elas, o avanço na área tecnológica, econômica, entre outras, mas essas transformações trouxeram consigo alguns efeitos desagradáveis que impactaram o meio ambiente e que refletiram diretamente na sociedade, a exemplo o aquecimento global, que provocou mudanças em todo o planeta e fez com que a comunidade buscasse um novo entendimento sobre as mudanças ocorridas e como suaviza-las direcionando a história para um novo rumo. 
Esse pensamento coletivo vem se desenrolando dia após dia, alterando culturas, quebrando paradigmas e obrigando todos a oferecerem sua contribuição para com a saúde do planeta. 
Mesmo sendo o último grupo a integrar a causa, o setor empresarial que, ao constata essas mudanças, começaram a buscar maneiras de atrelar a lucratividade com a sustentabilidade ambiental, administrando empresas produtivas sem provocar danos ao ecossistema. Essas organizações perceberam que seus consumidores preferiam adquirir produtos que não colaborassem com a degradação do planeta e a deixar de utilizar os de empresas que não seguem a mesma linha de consciência ambiental. Mas essa pressão não ficou apenas no âmbito empresarial, pois os governantes também tiveram que fazer sua parte e implantar legislações rigorosas afim de fazer com que as organizações desenvolvessem novos processos menos danosos a natureza. 
A ISO 14001, é um sistema que permite que as organizações estabeleçam normas que permitam avaliar a eficiência dos processos destinados a uma política ambiental a atingir a conformidade com eles e com os demais. Esta norma tem como finalidade a preservação ambiental e a prevenção da degradação do meio com o desenvolvimento socioeconômico. (MOREIRA, 2001, p.86). 
2. Histórico Ambiental 
Segundo Moura (2008), logo após o fim da segunda guerra mundial, durante a reconstrução dos países que foram arrasados pela guerra, a consciência ecológica inicia. Em 72, na cidade de Estocolmo, Suécia, realizou-se a Conferência das Nações Unidas para o Meio Ambiente, 113 países se reuniram para discutir sobre a causa, foi neste mesmo período de 70, que apareceu o conceito de “desenvolvimento sustentável”, neste encontro foi discutido a utilização consciente de recursos naturais de que se tem necessidade, com intuito de garantir uma qualidade de vida saudável hoje, sem que as futuras gerações sejam prejudicadas e possam também usufruir desses mesmos recursos. 
Também na década de 70, foi exigido que os Estados Unidos realizassem um Estudos de Impacto Ambiental (EIA) como forma de avaliação para a permissão ou não, de futuros empreendimentos que sejam potenciais poluidores.
De acordo com Moura (2008), a década de 80 fiou marcada como o período que surgiu as leis reguladoras de atividades industriais à poluição em vários países. 
Nessa década também foi regulamentado com auxílio de audiência pública e aprovado os licenciamentos ambientais, os Estudos de Impacto Ambiental e Relatório de Impacto sobre o Meio Ambiente(EIA-RIMA). A Lei nº 6.938, vigente no Brasil desde 31 de agosto de 1981, que estabeleceu a Política Nacional para o Meio Ambiente, entre as medidas adotadas está à exigência do estudo de impacto ambiental e o respectivo relatório (EIA/RIMA) para a obtenção de licenciamento em qualquer atividade modificadora do meio ambiente. 
Muitos acidentes ocorreram durante a década de 80 que impactaram negativamente o meio ambiente. Em 29 de abril de 1986 na cidade de Chernobyl, na União Soviética, hoje atual Ucrânia, ocorreu um dos piores acidentes nucleares já registrados, a explosão do reator quatro da Usina Nuclear. 
No Brasil também ocorreu um acidente envolvendo radiação. Em setembro de 1987, em Goiânia, uma fonte radioativa utilizada em uma clínica de tratamento de câncer, atualmente desativada, teve o seu descarte inadequado, o objeto em foi levado para um ferro-velho, não sabendo da sua periculosidade o dono do desmanche expôs o material radioativo, Césio-137. Em 24 de março de 1989 no Alasca, ocorreu um vazamento de 11 milhões de litros de petróleo cru do navio-petroleiro Exxon Valdez pertencente a multinacional de petróleo e gás Exxon. Esses são exemplos que demonstravam o quão importante seria a instalação de um modelo para se trabalhar no ramo industrial, e de se ter cuidado com resíduos sólidos sendo estes muitas vezes infectantes e desastrosos com impactos que podem ser sentidos até hoje. Organizações, industriais principalmente, sem a utilização de medidas preventivas e o descarte inadequado de resíduos, podem facilitar a contaminação de recursos naturais e a contaminação direta ou indireta dos seres vivos como um todo. 
Em 1992 entre os dias 3 e 14 de junho, ocorreu na cidade do Rio de Janeiro a Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento sustentável, também conhecido como Cúpula da Terra, Rio 92, ou Eco 92. A Rio 92 trouxe o compromisso com o desenvolvimento sustentável, o tratado da Biodiversidade e o acordo para a eliminação gradual do CFC’s. isso fez da década de 90 o período onde mais se abordou o tema desenvolvimento sustentável.
Nesse mesmo encontro em, 14 de junho de 1992, foi elaborado um documento denominado “agenda 21”, 179 países participantes assinaram se comprometendo a pôr em pratica as propostas que nele contem. Agenda 21, serve como um instrumento de planejamento participativo visando o desenvolvimento sustentável sendo necessária a participação de todas as camadas sociais. 
2.1 A Questão Ambiental na Empresa 
Com as pessoas mais informadas e motivadas para o assunto de consumo consciente e qualidade ambiental, a gestão ambiental começou a ganhar mais importância para as empresas pois tornou-se algo considerado importante por seus clientes. Como visto anteriormente no histórico ambiental, as organizações passaram a se preocupar mais com as questões ambientais, a sociedade começou a cobrar dessas empresas mais competência e ética após os acidentes já mencionados, medidas essas que minimizassem possíveis danos a natureza. 
Com a sociedade mais preocupada com questões ecológicas, de segurança, de proteção e defesa do consumidor, defesa dos grupos minoritários, qualidade dos produtos, as organizações têm sido pressionadas para que haja um melhoramento e aperfeiçoamento em seus procedimentos administrativos e operacionais.
Uma vez entendida a evolução da questão ambiental, sua relação com o ramo empresarial e os principais problemas que afetam a humanidade, pode-se dizer que gestão ambiental é a maneira com que as organizações administram as relações entre suas atividades e o meio ambiente que asabrigam, correspondendo às expectativas das partes interessadas. (Junior, 1998) 
Com isso, muitas empresas passaram a incluir gradualmente na gestão de 
seus negócios a dimensão ecológica, que trazem consigo benefícios tanto econômicos como estratégicos. 
 Os benefícios econômicos podem ser vistos: na economia de custos; devido à diminuição no consumo da água, energia e outros insumos; economia devido o reaproveitamento, venda de resíduos e redução de efluentes; diminuição no número de multas e penalidades por poluição; aumento da participação no mercado devido à inovação dos produtos e menos concorrência. 
Os benefícios estratégicos podem ser vistos: na melhora da imagem das organizações perante a sociedade. portfólio de produtos renovado; crescimento da produtividade; mais comprometimento por parte do pessoal das empresas; melhoria nas relações de trabalho; mais criatividade em relação a novos desafios; melhora no que se diz respeito as relações com os órgãos governamentais, com a comunidade e ambientalistas; acesso garantido ao mercado externo; adequação aos padrões ambientais vigentes.
3. Sistema de Gestão Ambienta
No processo de inserção de gestão ambiental é necessário considerar e avaliar vários pontos, que auxiliaram na hora de tomar decisões em relação a empresa. 
O SGA requer a criação de condutas, exposição de objetivos, gerenciamento de atividades, avaliação de resultados. Sendo também indispensável o abarcamento de diferentes áreas da empresa para tratar das questões voltadas ao desenvolvimento sustentável de modo a incorporar com as tarefas da organização. 
Já no final de 80 e início da década de 90, a gestão ambiental era abordada de forma parcial. Mas, com a globalização o mundo sofreu uma mudança em larga escala, a partir do momento que as organizações empresariais se voltaram ao mercado internacional, esse posicionamento se modificou, ao observar que administrar as questões ambientais como objeto de custo do negócio, as colocava em certa desvantagem, percebeu-se ser preciso encontrar maneiras de equilibrar o crescimento no âmbito empresarial com o comprometimento ambiental e social, fazendo com que desvantagens se tornasse vantagens competitiva.
O ambiente privado, com destaque ao segmento industrial, tem mostrado avanço quanto as problemáticas ambientais. Com o correto gerenciamento das ações, atualmente podem contar como uma oportunidade de ganho de força no meio competitivo dos negócios. 
O SGA que se baseia na norma ISO 14001, tem como objetivo prover as empresas com itens de um Sistema de Gestão Ambiental que se mostre eficaz e eficiente podendo assim, ser inserido aos requisitos para uma boa gestão sem que interfira negativamente, ou seja, auxiliando a alcançar os objetivos ambientais e econômicos da organização. Com isso seu objetivo de forma geral, é equilibrar a proteção ambiental e a prevenção de poluição aliando-se as necessidades socioeconômicas.
3.1 Normas ISO
A ISO é uma organização mundial para normatização (Internacional Organization for Standardization) localizada na cidade de Genebra, Suíça, foi fundada em 1947.
A ISO tem como finalidade, desenvolver e promover normas e padrões mundiais que traduzam o consenso dos diferentes países do mundo de forma a facilitar o comércio internacional. Com 119 países membros. No Brasil a representante e a Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT). Sendo que trabalha com 180 comitês técnicos TC e centenas de subcomitês e grupos de trabalho espalhados pelo país. 
3.2 Certificação ISO 14001 (SGA)
A ISO 14001 é o principal documento das normas padrões ISO 14000, e foi elaborada após a série ISO 9000. Sendo especifico para os elementos mínimos de um SGA efetivo.
A ISO 14001 tem como estrutura a introdução; objetivo; referências normativas; termos e definições; requisitos do sistema de gestão ambiental e orientações para o uso da norma. 
Com a certificação, a empresa passa a ser reconhecida no mercado externo como uma organização preocupada em cumprir a legislação ambiental acordados no ISO 14001, a ganhar mais mercado interno e externo; melhoria na gestão como um todo; redução de riscos judiciais; aumento da clientela ambientalmente conscientes; relevante aumento da satisfação dos clientes de modo geral; estará de acordo à legislação específica de cada país; redução dos custos de produção; melhoria da imagem da empresa perante a sociedade; um processo de produção mais limpa; melhoras no ambiente interno de trabalho. 
A norma ISO 14001 tem suas diretrizes definidas para uso da identificação de um sistema ambiental preciso, seu objetivo é promover as organizações de elementos para um Sistema de Gestão Ambiental eficaz e capaz de interagir com os demais objetivos da organização. 
4. Requisitos 
 Um dos grandes requisitos seria aprendera a conviver em harmonia com o meio ambiente respeitando-o e sabendo desenvolver seus negócios com consciência. A legislação brasileira passou a inserir, como objetivos dessa política pública, atrelando o desenvolvimento socioeconômico, com a preservação do meio ambiente, a preservação e manutenção dos recursos ambientais, com vistas à sua utilização consciente afim de que possa ser usufruído por muitos anos. 
4.1 Dificuldades encontradas na implantação do SGA
Os benefícios só poderão ser alcançados, se os diretores e o alto escalão estiverem comprometidos a causa, e se houver uma fiscalização interna e externa quanto a aplicação e execução das medidas.
As dificuldades na implementação do sistema de gestão ambiental; é que a uma dependência quanto ao comprometimento dos funcionários da organização; pois sem a motivação devida os mesmos não se empenham em cumprir os objetivos; falha na comunicação da alta gestão; falta de treinamento do pessoal; estruturação do setor ambiental da empresa e comprometimento de capital para a área ambiental; cumprir os objetivos e um bom relacionamento com os órgãos ambientais. 
5. Considerações finais
O artigo apresentado teve o intuito de demonstrar o quão importante foi a criação de um Sistema de Gestão Ambiental e a sua implementação nas empresas. Traz também a sua correta aplicação para evitar ou ao menos minimizar possíveis problemas ambientais, que tem como principais contribuições uma melhora continua nas organizações e no ambiente que as cerca. Pontuando a ISO14001 como uma ferramenta que auxilia na transformação de uma empresa ecologicamente correta, fazendo com que seus clientes a vejam como uma organização que oferta produtos limpos. As exigências que estão sendo estabelecidas por escalões maiores da sociedade, fazem com que o setor venha a aprimorar seus modelos para se adequar ao novo panorama. 
Com a implantação do SGA a organização estabelecerá um relacionamento mais estreito com seus clientes e colaboradores, demonstrando assim seu comprometimento com as causas ecológicas e contribuir para uma melhora na qualidade de vida da organização e da sociedade. 
Referências bibliográficas
BRAGA, Célia. Contabilidade ambiental: ferramenta para a gestão da sustentabilidade. São Paulo: Atlas,
2009. 
portal.fslf.edu.br/wp-content/uploads/2016/12/Jailson_Rodrigues.pdf
scielo.br/pdf/gp/v17n1/v17n1a05.pdf 
BARBIERI, Jose Carlos. Gestão Ambiental Empresarial: Conceitos, Modelos e Instrumentos. 
DE ANDRADE, Rui Otávio Bernardes; TACHIZAWA, Takeshy; DE CARVALHO, Ana Barreiros. Gestão ambiental: enfoque estratégico aplicado ao desenvolvimento sustentável. 2. ed. São Paulo: Pearson Education do Brasil, 2002.
DONAIRE, D. Gestão ambiental na Empresa. São Paulo: Atlas, 1999.
DONAIRE, Denis, Gestão Ambiental na Empresa, São Paulo, Atlas, 2006, pg 51, 65, 116, 117. 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L6938.htm
INMETRO. (Brasília). Certificação ISO 14001. Disponível em: <http://www.inmetro.gov.br/gestao14001/> 
JUNIOR, Enio Viterbo. Sistema integrado de Gestão Ambiental. São Paulo. Aquariana. 1998, pg 27, 51, 76.

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