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EXCELENTÍSSIMO SENHOR JUIZ DE DIREITO DA 40ª VARA CÍVEL DA COMARCA DE CURITIBA/PR Processos: xxx LEONARDO, já devidamente qualificado nos autos, por intermédio de seu advogado adiante assinado(procuração em anexo), com endereço profissional sito á Rua xxx, Bairro xxx, na Cidade xxx, Estado xxx, CEP xxx, nos autos da Ação indenizatória movida em face de GUSTAVO, já qualificado nos autos, inconformado com a respeitável sentença de fls xxx, vem muito respeitosamente perante Vossa Excelência interpor RECURSO DE APELAÇÃO ao Egrégio Tribunal de Justiça do Estado do Paraná, apresentando as razões em anexo, assim como o comprovante de recolhimento das custas relativas ao preparo da presente peça recursal. Diante do exposto, requer ainda seja o presente recurso recebido no duplo efeito, com fulcro no artigo 1012, caput do CPC, remetendo os autos à Superior Instância. Nestes termos, Pede deferimento. Curitiba XXX, Data XXX Advogado XXX OAB/UF XXX AO EXCELENTISSÍMO DESEMBARGADOR PRESIDENTE DO EGREGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO PARANÁ RAZÕES DA APELAÇÃO APELANTE: LEONARDO APELADO: GUSTAVO AÇÃO: INDENIZATÓRIA PROCESSO Nº: ... Merece anulação e reforma da respeitável sentença proferida pelo juiz de primeiro grau, pelas razões de fato e direito a seguir expostas. I- DA TEMPESTIVIDADE Em cumprimento ao ordenamento brasileiro e ao Código De Processo Civil, verifica-se que as alegações em questão devem ser consideradas tempestivas, pois foram interpostas dentro do prazo de 15 (quinze) dias conforme determina o art. 1003 §5° do CPC. II – DO CABIMENTO O art. 1009 do Código de Processo Civil Brasileiro estabelece que da sentença caberá o recurso de apelação se a decisão a seu respeito não comportar agravo de instrumento. Desta forma com base no caso em apreço o único instrumento processual cabível é a propositura do recurso em tela. III – BREVE SÍNTESE FÁTICA Gustavo ajuizou, em face de seu vizinho Leonardo, ação com pedido de indenização por dano material suportado em razão de ter sido atacado pelo cão pastor alemão de propriedade do vizinho. Segundo relato do autor, o animal, que estava desamarrado dentro do quintal de Leonardo, o atacara, provocando-lhe corte profundo na face. Em consequência do ocorrido, Gustavo alegou ter gasto R$ 3 mil em atendimento hospitalar e R$ 2 mil em medicamentos. Os gastos hospitalares foram comprovados por meio de notas fiscais emitidas pelo hospital em que Gustavo fora atendido, entretanto este não apresentou os comprovantes fiscais relativos aos gastos com medicamentos, alegando ter-se esquecido de pegá-los na farmácia. Leonardo, devidamente citado, apresentou contestação, alegando que o ataque ocorrera por provocação de Gustavo, que jogava pedras no cachorro. Alegou, ainda, que, ante a falta de comprovantes, não poderia ser computado na indenização o valor gasto com medicamentos. Houve audiência de instrução e julgamento, na qual as testemunhas ouvidas declararam que a mureta da casa de Leonardo media cerca de um metro e vinte centímetros e que, de fato, Gustavo atirava pedras no animal antes do evento lesivo. O juiz da 40.ª Vara Cível de Curitiba proferiu sentença condenando Leonardo a indenizar Gustavo pelos danos materiais, no valor de R$ 5 mil, sob o argumento de que o proprietário do animal falhara em seu dever de guarda e por considerar razoável a quantia que o autor alegara ter gasto com medicamentos. Pelos danos morais decorrentes dos incômodos evidentes em razão do fato, Leonardo foi condenado a pagar indenização no valor de R$ 6 mil. IV - DOS FUNDAMENTOS IV.I – Da Nulidade da Sentença Inicialmente, cabe salientar que o magistrado, ao proferir a sua sentença, além de condenar o apelante ao pagamento de indenização por danos materiais ao apelado, no valor total de R$ 5.000,00, também o condenou ao pagamento de indenização por danos morais decorrentes dos incômodos evidentes em razão do fato, no valor de R$ 6.000,00. Ocorre que em nenhum momento o apelado pleiteou dano moral ao apelante, sendo assim, essa parte da sentença extra petita, uma vez que o juiz concedeu algo distinto do pedido formulado na inicial pelo apelado, isto é, o dano moral em momento algum foi pleiteado pelo apelado em sua exordial. IV.II – Do Nexo de Causalidade Ademais, cabe esclarecer que o animal do apelante apenas avançou no apelado, causando as lesões que este alega ter sofrido, uma vez que o mesmo jogava pedra no animal, tratando-se assim de culpa exclusiva da vítima conforme preceitua o artigo 936, do CC/02, que dispõe que “o dono, ou o detentor, do animal ressarcirá o dano por este causado, se não provar culpa da vítima ou força maior”. Alega ainda o apelado que, em face do ocorrido, gastou R$ 3.000,00 em atendimento hospitalar e R$ 2.000,00 em medicamentos, porém, os gastos com medicamentos não foram comprovados através de notas fiscais, alegando tê-los esquecido de pegá-los na farmácia, sendo assim não há a sua comprovação desses gastos, não há que se falar em indenização dos mesmos. V - DOS PEDIDOS Diante do todo acima exposto requer a este Egrégio Tribunal a) a intimação do Apelado para, querendo oferecer suas contrarrazões; b) seja conheciso o recurso interposto e lhe dê seu provimento no sentido de reformar a sentença proferida pela magistrado de primeiro grau, para julgar improcedente o pedido de indenização pelos danos materiais, recolhecendo assim culpa exclusiva da vítima, e anular a setença que condeu o apelante ao pagamento de danos morais uma vez que tal pedido não foi formulado em sua petição inicial; c) por fim, a condenação ao apelado pelo pagamento das custas processuais e honorários sucumbênciais. Nestes termos, Pede deferimento. Curitiba xxx, Data xxx Advogado XXX OAB/UF xxx
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