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TEORIA DA CONTABILIDADE Milton Campos Aula 1 OBJETIVOS CONTABILIDADE (IUDÍCIBUS) Fornecer aos usuários, independentemente de sua natureza, um conjunto básico de informações que, presumivelmente, deveria atender igualmente bem a todos os tipos de usuários. Deveria ser capaz e responsável pela apresentação de cadastros de informações totalmente diferenciados, para cada tipo de usuário. X OBJETIVOS CONTABILIDADE (IUDÍCIBUS) 1. Utilização de Forma Flexível 2. De acordo com a ênfase de cada usuário 3. De acordo com os princípios de avalição adequado a cada usuário Arquivo Básico Contábil OBJETIVOS CONTABILIDADE (IUDÍCIBUS) BASE: TOMADA DECISÃO USUÁRIO Estudo profundo do modelo decisório de cada tipo de tomador de decisão que se utiliza de dados contábeis: (a) Estabelecer claramente qual a função-objetivo que desejamos maximizar; (b) Coletar e avaliar o tipo de informação utilizada no passado para maximizar a função (c) Prover o modelo preditivo que irá suprir o modelo decisório pra a maximização da função objetivo AICPA ( AMERICAN INSTITUTE OF CERTIFIED PUBLIC ACCOUNTANTS ) “ a função fundamental da contabilidade (...) tem permanecido inalterada desde seus primórdios. Sua finalidade é prover os usuários dos demonstrativos financeiros com informações que os ajudarão a tomar decisões. Sem dúvida, tem havido mudanças substanciais nos tipos de usuários e nas forma de informação que têm procurado. Todavia, esta função dos demonstrativos financeiros é fundamental e profunda. O objetivo básico dos demonstrativos financeiros é prover informação útil para a tomada de decisões econômicos”. CPC 00 (R1) O objetivo do relatório contábil-financeiro de propósito geral é fornecer informações contábil-financeiras acerca da entidade que reporta essa informação (reporting entity) que sejam úteis a investidores existentes e em potencial, a credores por empréstimos e a outros credores, quando da tomada decisão ligada ao fornecimento de recursos para a entidade. Essas decisões envolvem comprar, vender ou manter participações em instrumentos patrimoniais e em instrumentos de dívida, e a oferecer ou disponibilizar empréstimos ou outras formas de crédito. TOMADORES DE DECISÃO Somente um tomador x vários enfoques Diversos Tomadores x Diversos enfoques USUÁRIOS X TIPO DE INFORMAÇÃO Usuário da Informação Contábil Meta que Desejaria Maximizar ou Tipo de Informação mais Importantes Acionista Minoritário Fluxo regular de dividendos Acionista Majoritário ou com grande participação Fluxo de dividendos, valor de mercado de ação, lucro por ação Acionista preferencial Fluxo de dividendos mínimos ou fixos. Emprestadores em geral Geração de fluxos de caixa futuros suficientes para receber de volta o capital mais os juros, com segurança. Entidades Governamentais Valor adicionado, produtividade, lucro tributável. Empregados em geral, como assalariados Fluxo de caixa futuro capaz de assegurar bons aumentos ou manutenção de salários, com segurança; liquidez. Média a alta Administração Retorno sobre o ativo, retorno sobre o patrimônio líquido situação de liquidez e endividamento confortáveis. Fonte: Iudícibus, 2017 MAXIMIZAÇÃO DO FLUXO DE CAIXA A maioria dos usuários estão preocupados com a maximização do fluxo de caixa, seja para garantir retorno do investimento, pagamento de dividendos, garantia de pagamento de empréstimos, dentre outros. DFC x obrigatoriedade (Lei das S/A´s) CONTADOR X USUÁRIOS Governo (Arrecadação) Funcionários (Salários + Benefícios) Bancos (Empréstimos e Financiamentos) Sócios (Retorno Investimento) Administradores (Salários + Benefícios) Clientes (Produtos e Serviços de Qualidade) Fornecedores (Vendas de Insumos) Contabilidade Ferramenta Hábil para apaziguar os conflitos ABORDAGENS DA TEORIA DA CONTABILIDADE São várias as abordagens, não podendo nos ater a uma ou outra especificamente. Temos de analisar os aspectos de cada uma de forma a utilizar o que é necessário para a contabilidade atingir seu objetivo. ABORDAGEM ÉTICA A contabilidade deveria apresentar-se como justa e não enviesada para todos os interessados. Deveria repousar nas noções de verdade e fairness. Ao mesmo tempo em que todos concordam que a Contabilidade deveria ser “verdadeira”, “justa” e “não enviesada”, é muito difícil, como afirma Hendriksen, definir, objetivamente, o que vem a ser “justo”, “verdadeiro” ou “não enviesado”. ABORDAGEM ÉTICA O que é justo ? a. Custo Histórico – Objetivos b. Custo de reposição dos fatores de produção c. Acréscimos nos valores do inventário pelo estocagem antecipada ABORDAGEM ÉTICA PROBLEMA Tendência a não valorar a necessidade de cada usuário, pretendendo apresentar um único conjunto de informações que deveria ser “justo” para todos. Isto, no estágio atual, é praticamente inviável. Justo e não enviesado ABORDAGEM COMPORTAMENTAL As informações contábeis deveriam ser feitas “sob medida”, de forma que os usuários reagissem para tomar a decisão correta . Campos Psicologia, Sociologia e Economia Ênfase maior na forma pela qual os relatórios contábeis são utilizados mais do que ao desenvolvimento lógico dos demonstrativos. Melhor um procedimento empírico que leve a decisões corretas do que um procedimento contábil conceitualmente correto que possa levar a uma decisão ou a um comportamento inadequado. ABORDAGEM COMPORTAMENTAL PROBLEMA Julgamento subjetivo do que é bom ou mau comportamento ou reação. Papel não relevante, embora a tendência pareça ser a de seu uso crescente, principalmente na pesquisa ABORDAGEM MACROECONÔMICA Semelhante à da teoria do comportamento, porém fixa-se em objetivos econômicos definidos. Utiliza-se do approach da teoria do comportamento para atingir determinados fins macroeconômicos. ABORDAGEM MACROECONÔMICA Período de Recessão Relatórios elaborados obedecendo a um conjunto de princípios que favorecessem uma retomada do processo econômico, por meio da distribuição de mais dividendos ou de maiores gastos de capital. Período de Expansão Exagerada (Inflação) Relatórios elaborados obedecendo a um conjunto de princípios que desfavorecessem o investimento. ABORDAGEM SOCIOLÓGICA A contabilidade é julgada por seus efeitos no campo sociológico. É uma abordagem do tipo “bem estar social” (Welfare), no sentido que os procedimentos contábeis e os relatórios emanados da contabilidade deveriam atender a finalidades sociais mais amplas, inclusive relatar adequadamente ao público informações sobre a amplitude e a utilização dos poderes das grandes companhias. ABORDAGEM SOCIOLÓGICA Inglaterra E Grã-Bretanha Aplicação Parcial Disclosure de contribuições para entidades de caridade e organizações políticas. Variações - Contabilidade Social: evidenciação de níveis de emprego, tipos de treinamento, demonstração do valor adicionado. - Contabilidade Ambiental Abordagem Sociológica Esta abordagem está sendo bastante pesquisada na atualidade, dada a amplitude de interesses que procura atingir (sindicatos de empregados, governos etc.). Abarca desde a “accountability” por gastos societários de natureza política até a Contabilidade Social (Laborial, DVA e Ambiental), e a variante institucional e social (que vai muito além das motivações puramente técnicas e formais da Contabilidade, para estudar o caráter simbólico e de legitimação que pode ter, na estrutura social, influenciando-a e sendo por ela influenciada, principalmente dentro das empresas e em seu ambiente mais amplo) Empresa com sistema de informação contábil avantajado Passível de ser considerada pela sociedade como respeitável e digna de confiança Esta abordagem pode ser conceituada como método de identificar, mensurar e comunicar informação econômica, financeira, física e social, a fim de permitir decisões e julgamentos adequados por parte dos usuários da informação. Realça, assim, a noção de relevância, talvez uma daspoucas formas de delimitar a quantidade e a qualidade da informação prestada. Abordagem Sistêmica Abordagem Sistêmica Reconhecimento dos tipos de informação necessária para cada principal usuário da informação contábil X Avaliação da habilidade dos usuários em interpretar a informação adequadamente Usuário X Contabilidade Quantidade X Qualidade Raciocínio Dedução ou Indução Qualquer que seja a abordagem ou a composição de abordagem escolhida para a Contabilidade, poderemos utilizar, no estabelecimento dos princípios e dos procedimentos que irão reger a disciplina, dois tipos de raciocínio: o dedutivo e o indutivo A dedução em Contabilidade. É o processo de iniciar com objetivos e postulados e, destes, derivar princípios lógicos que forneçam as bases para as aplicações práticas ou concretas e seus passos são os seguintes: 1. a formulação de objetivos gerais ou específicos dos relatórios contábeis; 2. a declaração dos postulados de Contabilidade concernentes ao ambiente econômico, político ou sociológico no qual a Contabilidade precisa operar; 3. um conjunto de restrições a fim de guiar o processo de raciocínio; 4. uma estrutura, um conjunto de símbolos ou framework (contexto), no qual as idéias podem ser expressas e sumarizadas; 5. o desenvolvimento de um conjunto de definições; 6. a formulação dos princípios ou declarações gerais de políticas, derivados do processo lógico; e 7. a aplicação dos princípios a situações específicas e o estabelecimento de métodos de procedimentos e normas. Dedução Se qualquer dos postulados ou premissas forem falsos, as conclusões também serão falsas, embora logicamente deduzidas. Dedução - Problema Este processo consiste em obter conclusões generalizantes a partir de observações e mensurações parciais detalhadas. Muitas descobertas no campo da Física e em outras ciências foram possíveis pelo uso do processo indutivo. Em contabilidade, por exemplo, a aplicação da indução seria feita pela observação e análise de informações financeiras relativas a empresas e entidades. Indução Indução ( Influencia da Dedução) Se pudermos localizar relacionamentos recorrentes, poderemos realizar generalizações e formular princípios. Entretanto, algum tipo de raciocínio dedutivo sempre está implícito no raciocínio indutivo; pelo menos, no que se refere à escolha do que observar, está evidenciando noções previamente concebidas do que é ou não relevante. Indução Análise das práticas existentes X Generalizações carentes de confirmações pelo método dedutivo Modelos retirados de empresas (entidades) diferentes Dificuldade de produzir generalizações Estado da Arte (Segundo Iudícibus) Em essência, o estado da arte tal qual se encontra hoje é um “receituário” farmacológico para atender a determinadas necessidades. Muitos procedimentos são considerados válidos, por exemplo, somente porque algumas grandes empresas (ou países) os utilizam. Os métodos dedutivo e indutivo são apresentados como os dois principais na pesquisa contábil, embora outros possam ser aventados. Dedução x Indução Teoria normativa, apoiada mais no dedutivismo, procura, de forma prescritiva, demonstrar como a contabilidade “deveria ser”, à luz de seus objetivos e postulados, que são dados e indiscutíveis. Teoria positiva, que surgiu na década de 60, procura explorar o caminho inverso, ou seja, descrever como a contabilidade é, entender por que é assim e procura prever comportamentos. Usualmente apoiada no método indutivo, procura estabelecer hipóteses que devem ser testadas, antes de chegar a conclusões parciais. Dedução x Indução O objetivo principal da Contabilidade é fornecer informação econômica, física de produtividade e social relevante para que cada usuário possa tomar suas decisões e realizar seus julgamentos com segurança. Isto exige um conhecimento do modelo decisório do usuário e, de forma mais simples, é preciso perguntar ao mesmo, pelo menos, qual é a informação que julga relevante ou metas que deseja maximizar, a fim de delimitarmos o conjunto de informações pertinentes. Embora um conjunto básico de informações financeiras consubstanciadas nos relatório periódicos principais deva satisfazer às necessidades básicas de um bom número de usuários, a Contabilidade ainda deve ter flexibilidade para fornecer conjuntos diferenciados para usuários ou decisões especiais. Isto deveria ser possível sem introduzir traumas no sistema. Resumo Iudícibus Uma vez estabelecidos os objetivos, é preciso verificar a metodologia ou abordagem a ser utilizada. Nossa definição de objetivos, todavia, leva-nos, seguramente, à abordagem sistêmica, embora tenhamos comentado rapidamente várias outras que podem ser de interesse para desenvolvimentos futuros ou servir de base para pesquisas. Todavia, uma apresentação final e formal de uma Teoria deveria ser colocada sob forma dedutiva. A tentativa mais arrojada nesse sentido (de Messich) ainda não teve a acolhida esperada, talvez em parte porque o autor utilizou metodologias quantitativas que não são de domínio corrente dos contadores. Possivelmente, o trabalho de colocar a disciplina em uma roupagem totalmente dedutiva é tarefa demasiadamente complexa para ser desenvolvida por um autor apensas, mas envolveria a participação de vários estudiosos e pesquisadores. Resumo Iudícibus QUEM CRIA A TEORIA? CRIAÇÃO DA TEORIA X ÓRGÃOS NORMATIVOS X PROFISSIONAIS Não são somente os membros do Conselho de Padrões de Contabilidade Financeira (Financial Accounting Standards Board – Fasb) que são obrigados a teorizar, mas também os contadores praticantes que são obrigados, em muitos casos, a exercer seu próprio julgamento a respeito de questões teóricas. As autoridades contábeis não tem condições de prever todas as situações. O QUE SÃO ESCOLHAS CONTÁBEIS? DEFINIÇÃO DE ESCOLHAS CONTÁBEIS (FASB) Escolhas contábeis são feitas em pelo menos dois níveis. Num nível, são feitas pelo Conselho ou por outros organismos com o poder de exigir que as empresas divulguem seus dados de determinada maneira, ou, do ponto de vista negativo, de proibir um método que os organismos considerem indesejável. (...) Também há escolhas feitas no nível da empresa individual. À medida que mais padrões de contabilidade são promulgados, o campo para a escolha individual torna-se inevitavelmente mais limitado. Mas existem atualmente, e sempre existirão, muitas decisões contábeis a serem tomadas pelas empresas, que envolvem uma escolha entre alternativas para as quais nenhum padrão terá sido ainda promulgado, ou uma escolha entre maneiras diferentes de aplicar um determinado padrão. REGULAÇÃO PELOS ÓRGÃOS Devem os órgãos estabelecer diretrizes mais específicas para evitar situações como esta ? Alguns entendem que o mercado se “autorregularia” mas a maioria entende que o caminho é uma regulação por um organismo oficial. Atualmente podemos constatar esta última corrente na uniformização da contabilidade internacional ENFOQUES (HENDRIKSEN) Fiscal Legal Ético Econômicos Comportamental Estrutural FISCAL – PONTOS POSITIVOS Foram importantes para colocar a prática contábil média no nível das melhores empresas de sua época. Isto produziu um aperfeiçoamento das práticas gerais de contabilidade e ajudou a preservar a uniformidade. Abriu vias de discussão das teorias FISCAL – PONTOS NEGATIVOS Qualquer método de depreciação aceitável para fins fiscais também é aceito para fins contábeis, independentemente de obedecer ou não à boa teoria da contabilidade na situação envolvida. O método Ueps deverá ser utilizado para fins de divulgação da dados financeiros se for utilizado na declaração de rendimentos para fins fiscais. Itens que poderiam ser capitalizados, em relatórios financeiros, são lançados como despesa, tal como previsto na declaração de rendimentos, para que a empresa consiga dedução fiscal o mais depressa possível. Como a legislação fiscal não o permite,nenhuma provisão é geralmente feita, nos relatórios financeiros, para despesas futuras de conserto e manutenção, exceto indiretamente, e de maneira ocasional, por meio de depreciação acelerada. ENFOQUE LEGAL No caso das receitas, dizem alguns que uma venda deve ser reconhecida quando a propriedade legal de um bem é transmitida. O problema surge no fato de em conflitos judiciais a transmissão de propriedade ocorrerá quando o tribunal assim o decidir. Ativismo judicial x realidade. Caso de obtenção de lucro com atividades ilícitas x propriedade sobre os bens. ENFOQUE LEGAL DEFINIÇÕES DE LUCRO O Fasb, ao estabelecer um Referencial Conceitual para a Contabilidade, investigou o uso da lei como base dos princípios contábeis. Observou que, em muitas situações, há questões econômicas, além de legais. “Advogados e juízes encaram a propriedade e conceitos correlatos de maneira muito parecida com a qual contadores e empresários encaram ativos, e encontram muitas das mesmas dificuldades.” A diferença entre advogados e contadores é que aqueles estão mais interessados no lucro disponível para pagamento de dividendo, e não em lucro no sentido de aumento de valor ou como medida de eficiência operacional. ENFOQUE ÉTICO O enfoque ético à teoria da contabilidade dá ênfase aos conceitos de justiça, verdade e equidade. É interessante notar que cada um desses conceitos acabou sendo incluído no Referencial Conceitual criado pelo Fasb. Considerações tais como ausência de viés e fidelidade de representação são vista como características necessárias de um sistema contábil confiável. A neutralidade, ou seja, a característica de que a informação não deve receber qualquer colorido de modo a influenciar comportamento em qualquer direção, é um aspecto essencial do estabelecimento de padrões. As considerações éticas, portanto, exercem uma influência ampla em toda a contabilidade. ENFOQUES ECONÔMICOS Devido a problemas como a apropriação de receita, contadores tem procurado, há muito tempo, interpretar conceitos contábeis em termos de conceitos econômicos, trabalhando em três variantes: - Macroeconomia – efeitos na economia caso fosse adotado um critério específico - Microeconomia - Concentração da empresa como entidade econômica, encarando o efeito de suas principais atividades em suas operações com o mercado. - Contabilidade Social-Empresarial – Extensão da Microeconomia para questões atinentes aos aspectos sociais, como meio ambiente. ENFOQUE COMPORTAMENTAL Enfoque nas visões da psicologia e da sociologia no desenvolvimento das teorias da contabilidade. Preocupação residente na relevância da informação transmitida a responsáveis pela tomada de decisões e no comportamento de indivíduos ou grupos diversos em consequência da apresentação de informações contábeis. Perguntas oriundas do enfoque comportamental: - Quem são os usuários das demonstrações financeiras publicadas? - Qual é a natureza da informação específica desejada pelos vários grupos de usuários ? - Podem ser encontradas necessidades comuns de apresentação de demonstrativos genéricos, ou devem ser atendidas necessidades específicas ? - Como reagem os investidores e administradores a procedimentos e relatórios contábeis diferentes ? ENFOQUE ESTRUTURAL Enfoque clássico da contabilidade A maior parte do raciocínio neste enfoque, particularmente no nível local, dá-se por analogia. Procura lidar com os problemas por semelhança. O julgamento a respeito de qual é o momento mais apropriado para reconhecer um evento baseia-se, tipicamente, nos momentos escolhidos para o registro de outros eventos. Os contadores procuram classificar transações semelhantes de maneira similar, ou, mais formalmente, buscam a uniformidade no registro e na divulgação de transações. É apenas quando encontram uma transação que não se encaixa num molde prévio que são obrigados a recorrer a princípios mais fundamentais. ENFOQUE ESTRUTURAL A uniformização é a primeira linha da argumentação. Semelhança à estatística – Agregação de números para chegar a totais e médias. Os contadores devem classificar eventos econômicos corretamente para chegar a demonstrações financeiras que façam sentido. ENFOQUE ESTRUTURAL Definição do Comitê de Terminologia do Instituto Americano de Contadores (American institute of Accountants – AIA), predecessor do Instituto Americano de Contadores Públicos Registrados (American institute of Certified Public Accountants – AICPA) – 1941: A contabilidade é a arte do registro, classificação e sintetização, de maneira significativa e em termos monetários, de transações e eventos que são em parte, de natureza financeira, e de interpretação de seus resultados. Atualmente as definições são mais amplas mas o processo de registro, classificação e sintetização ainda representam o núcleo da contabilidade TIPOS DE ENFOQUE X QUESTIONAMENTOS Tipo de enfoque Questionamentos Fiscal Qual é a situação fiscal ? O que é exigido por lei ? Há alguma regulamentação específico para este setor ? Ético O que é correto ? Esta é uma apresentação justa ? Econômico Que efeito exercerá este procedimento contábil sobre a economia ? Que efeito exercerá este procedimento contábil sobre os acionistas ? O procedimento permite a divulgação completa dos fatos ? Que efeito exercerá sobre outros grupos de interesse ? Comportamental Por que a administração deseja fazer esta escolha ? Estrutural Há alguma regra específica relativamente a esta situação? Qual é a definição de receita? Qual é o princípio contábil geralmente aceito? O que estão fazendo os outros que operam neste sentido ? ENFOQUE X TEORIAS Independente do enfoque faz-se necessário a utilização de forma de raciocínio adequado, o que é atingindo com a analise e aplicação das teorias. Serão apresentadas três forma de Teoria. TEORIAS DA CONTABILIDADE Teoria como Linguagem (Pragmática, Semântica ou Sintaxe) Teoria como Raciocínio (Dedutivo vs Indutivo) Teoria como Decreto ( Descritiva-Positivas ou Prescritivas-Normativas) TEORIA DA LINGUAGEM Perguntas: - Que efeito terão as palavras sobre os ouvintes ? - Que significado terão essas palavras, se houver algum ? - As palavras fazem sentido lógico ? 1ª FORMA DE CLASSIFICAÇÃO DA TEORIA TEORIA DA LINGUAGEM Pragmática Semântica Sintaxe Estudo do efeito da linguagem Estudo do significado da linguagem Estudo da lógica ou gramática da linguagem Orientação da maioria das pesquisas atuais Importante, pois, em termos ideais, a informação financeira possui conteúdo econômico ou físico reconhecido tanto por seus produtores quanto por seus usuários. Importante, pois, idealmente, um dado financeiro está logicamente relacionado a outro. Teorias que enfatizam a semântica consiste em encontrar maneiras de melhorar a interpretação das informações contábeis em termos da observação e da experiência humana. O Fasb, em particular, está sempre procurando livrar o balanço de itens que careçam de conteúdo semântico. Reconhecimentos de vendas, despesas, ativos, passivos são todos de origem sintática. Não há contrapartida semântica que se possa apontar. ENFOQUE X TEORIA DA LINGUAGEM Enfoque comportamental e Econômico = basicamente pragmáticos. Enfoque estrutural = principalmente sintático. 2ª FORMA DE CLASSIFICAÇÃO DA TEORIA TEORIA DA RACIOCÍNIO (HENDRIKSEN) Raciocínio Dedutivo Raciocínio Indutivo Fluem das generalizações a observações específicas. Fluem de observações específicas a generalizações. As aplicações e as regras práticas são deduzidas dos postulados Os princípios são obtidos a partir da melhor prática existente. Objetivos representam uma parte importante do processo dedutivo. Objetivos distintos (financeiro x fiscal) podem exigir estruturas completamente diferentes e resultar em princípios distintos. Usuários distintos apresentam objetivos distintos Postulados falsos podem gerar conclusões falsas 3ª FORMA DE CLASSIFICAÇÃODA TEORIA TEORIA COMO DECRETO Teorias Indutivas e Teorias Dedutivas Prescritivas (Normativas) Descritivas (Positivas) TEORIA COMO DECRETO Tanto as teorias indutivas quanto as teorias dedutivas podem ser descritivas(positivas) ou prescritivas (normativas). As teorias descritivas visam mostrar e explicar quais informações financeiras são apresentadas e comunicadas aos usuários de dados contábeis, e como. As teorias normativas visam recomendar que dados devem ser apresentados; ou seja, procuram explicar o que deve ser, em lugar do que é. As teorias indutivas, por sua natureza, são geralmente positivas; mas, não decorre daí que as teorias dedutivas sejam necessariamente normativas. Pode-se partir de generalizações do que se acha existir e obter daí deduções específicas que visam ser completamente descritivas. TEORIA COMO DECRETO Os teóricos da contabilidade interessam-se por respostas a perguntas dos dois tipos: - o normativo, que visa descobrir a melhor maneira de registrar contabilmente uma transação, e, - o positivo, que procura descobrir como os administradores e outros indivíduos decidem o que é melhor para eles. As respostas a esses tipos de perguntas, juntamente com o esforço para encontrar tais respostas representam o campo da teoria da contabilidade. VERIFICAÇÃO DE TEORIA A verificação pode ser definida como o estabelecimento da plausibilidade ou veracidade de uma teoria. Todas as teorias devem ser logicamente sólidas, mas, além disso, a natureza da sua verificação dependerá da natureza da teoria que esteja sendo verificada. As teorias normativas são julgadas de uma forma e as teorias positivas de outra. VERIFICAÇÃO DAS TEORIAS TEORIAS NORMATIVAS As teorias normativas, incluindo a própria teoria da verificação, são julgadas pela plausibilidade de suas hipóteses. O ideal é que as hipóteses nas quais se baseia uma teoria normativa e os argumentos segundo os quais poderia ser considerada aceitável sejam enunciados claramente na teoria. Outras pessoas seriam capazes, consequentemente, de rejeitar as conclusões normativas rejeitando as hipóteses, mas a base de divergência teria sido bem definida. VERIFICAÇÃO DE TEORIAS TEORIAS DESCRITIVAS - SINTÁTICAS As teorias descritivas são avaliadas de duas maneiras diferentes, dependendo de terem conteúdo empírico ou não. As teorias sintáticas (lógica) são teorias descritivas que não possuem conteúdo empírico são confirmadas apenas pela lógica. Por exemplo, a equação 2(y + 3) = 2y+ 6 é verdadeira por força das regras aceitas da matemática. De maneira semelhante a margem bruta será igual a $ 500 se a receita se a receita for de $ 800 e o custo dos produtos vendidos for igual a $ 300, não por causa de observações empíricas, mas por causa das regras convencionadas em contabilidade. Muitas proposições contábeis situam-se nessa categoria e são verdadeiras apenas por motivos sintáticos. VERIFICAÇÃO DE TEORIAS TEORIAS DESCRITIVAS- SEMÂNTICAS As teorias semânticas (Significado da linguagem), por outro lado, são teorias descritivas que possuem conteúdo empírico. Como visam dizer alguma coisa sobre a realidade, sua validade depende da observação. Por exemplo, a existência de $ 56,23 em caixa pequeno só pode ser verificada mediante observação. A verificação de teorias semânticas pode ser feita por meio de estudos de pesquisa que determinem se os usuários da informação contábil compreendem o significado pretendido pelos produtores da informação, dentro do contexto da teoria relevante. Empírico – Derivado de experimento ou observação da realidade. VERIFICAÇÃO DAS TEORIAS TEORIAS DESCRITIVAS - PRAGMÁTICAS As teorias pragmáticas também são teorias descritivas possuidoras de conteúdo empírico. Ressaltam a utilidade da contabilidade para investidores e outras pessoas. Sua verificação não depende tanto de sua validade como de seu valor para os usuários. Em outras palavras, não se verifica uma teoria pragmática da contabilidade em si mesma, mas seu uso. VERIFICAÇÃO DAS TEORIAS DESCRITIVAS PREDIÇÕES Os testes de teorias descritivas são comumente enunciados sob a forma de predições. O resultado, se o teste for repetido suficientemente para satisfazer aos observadores, será considerado como uma confirma da teoria. VERIFICAÇÃO DAS TEORIAS DESCRITIVAS PREDIÇÕES Vários autores tem discordado dessa descrição do processo científico, entendendo que os cientistas não confirmam ou rejeitam teorias, mas as julgam mais ou menos úteis para suscitar questões que permitam refletir sobre a natureza de nosso mundo, descartando-as quando perdem a validade. VERIFICAÇÃO DAS TEORIAS DESCRITIVAS PREDIÇÕES Outros tem rejeitado um enfoque à verificação baseado puramente em predições, com o argumento de que as predições, particularmente nas ciências sociais, são pouco confiáveis em vista de suas implicações comportamentais. Ex: Predição que um banco vai falir provoca a retirada em massa de recursos e ele fale. VERIFICAÇÃO DAS TEORIAS DESCRITIVAS PREDIÇÕES EM TEORIA CONTÁBIL O uso de predições como principal critério de avaliação da teoria da contabilidade também é complicado pelo fato de que as teorias da contabilidade tipicamente são uma mistura de várias formas de teorização. Sua confirmação, portanto, ocorre em diversos níveis: 1. As hipóteses relativamente ao mundo real devem ser testadas por meio da correspondência entre afirmações e fenômenos observados. 2. A inter-relação das afirmações na teoria deve ser testada em termos de coerência lógica. 3. Se qualquer premissa estiver baseada em juízo de valor, deverá ser aceita ou rejeitada com base em sua correspondência com os juízos de valor do próprio indivíduo. 4. Se a verificação empírica for inconclusiva, as conclusões da teoria ou a hipótese deverão ser sujeitadas a verificação empírica independente. HENDRIKSEN Raciocínio Linguagem 1. Dedução (É logicamente correta ?) 1. Sintaxe (Quais são as regras ?) 2. Indução (Que evidências existem ?) 2. Semântica (O que significa ?) 3. Pragmática (Que efeito terá ?) Teoria Descritiva ou Prescritiva (positiva vs normativa)
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