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UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ CURSO DE GRADUAÇÃO EM LETRAS INGLÊS- FORMAÇÃO PEDAGÓGICA FELIPE MARTINS ALVES MATRICULA:201902620518 PESQUISA E ANÁLISE DE PRÁTICAS PEDAGÓGICAS NA ESCOLA INCLUSIVA CURVELO 08/06/2020 OBJETIVOS: Relacionar conteúdos trabalhados ao longo da disciplina com o cotidiano escolar e a prática pedagógica refletindo sobre os desafios e as possibilidades do educador atuar na construção de uma escola inclusiva. Observar as barreiras físicas, atitudinais e comportamentais que impedem ou dificultam o processo de inclusão na escola analisada e sobre como atuar para a superação dessas dificuldades INTRODUÇÃO TEÓRICA: Presenciamos desde os anos finais do século passado, a certeza de que não há mais como compactuar com práticas sociais que intensificam os processos de exclusão social. E é neste contexto que se instala a discussão sobre inclusão, cujo movimento busca denunciar e repudiar essa sociedade excludente: se inserindo num movimento de caráter internacional, na busca de uma sociedade mais igualitária e mais justa, a qual não restrinja as oportunidades das pessoas ao poder econômico de cada um. [...] Portanto, a questão da inclusão e exclusão, antes de tudo, é uma questão política”. (OLIVEIRA, 2003, p. 34). Do ponto de vista educacional, o processo de inclusão deve ser capaz de atender a todos, indistintamente, sendo capaz de incorporar as diferenças no contexto da escola, o que exigirá a transformação de seu cotidiano e, certamente, o surgimento de "novas formas de organização escolar, audaciosas e comprometidas como uma nova forma de pensar e fazer educação" (OLIVEIRA, 2004, p. 109). Assim, a proposta de uma educação inclusiva coloca-nos frente a este grande desafio: transformar a escola da atualidade. Diante de tal contexto, toda a equipe escolar está sendo solicitada a repensar seu papel diante das transformações que caracterizam esse momento em que os alunos com deficiência de fato começam a entrar e permanecer na escola. Embora não seja um momento especial para o nosso país, mas sim um momento de integração e reestruturação mundial, onde se busca a formação de um indivíduo com várias competências e que possa compreender sua realidade e refletir sobre ela. Dessa forma o professor é solicitado a promover a integração dos grupos a partir da conscientização e aceitação das diferenças individuais, da valorização de cada pessoa, da convivência dentro da diversidade humana, estando atento com a principal tarefa proposta atualmente, que é educar a todos respeitando a diversidade. No entanto ainda nos deparamos com um modelo de formação de professores basicamente centrado na transmissão de conhecimentos técnicos, com a preocupação, por exemplo, de seguir os conteúdos dos livros e apostilas. Esse seria o modelo da escola tradicional. Esse modelo tradicional desenvolvido nos dias atuais, muitas vezes contribui, para a exclusão dos alunos que dele não se beneficiam. O modelo de educação que fora observado ao longo dos anos é baseado na atuação pedagógica tradicional, presente nas décadas de 40 a 80 do século passado, mas que ainda se encontra presente em muitas práticas educativas, sem conseguir fazer com que os alunos se apropriem dos conteúdos, obtendo, de tal forma, uma aprendizagem que lhe faça sentido e que possa ser usada nas exigências sociais cotidianas. Esse modelo que formou médicos, arquitetos, engenheiros, dentre outros profissionais, agora não consegue mais ensinar e garantir que todos os alunos aprendam. Pode-se considerar que não era um modelo para todos, visto que, naquela escola não estavam pessoas com deficiência, hiperativos, filhos de famílias desestruturadas, enfim, todos os alunos considerados minoria. Na época se alguns alunos especiais conseguiam acesso a uma classe comum, sempre que se percebia que eles “davam trabalho”, ou eram considerados “alunos problemas”, eram encaminhados para classes especiais, onde muitas vezes abandonavam a escola. No início do século XX, já era evidente que as escolas não poderiam continuar convivendo com relações pedagógicas tão autoritárias. Dessa forma, a concepção de escola “tradicional” começa a ruir, a ser demolida, graças a diferentes contribuições científicas. As atuais proposições dos governos ampliam as matrículas. Os alunos deficientes já estão nas escolas, mas por mais esforços que alguns educadores tenham feito, há muita dificuldade em mudar a cultura dessa escola elitista, autoritária, herdada do século XIX, onde são usadas todas as práticas para afastar os alunos que apresentam discrepância, diferenças em relação ao padrão estabelecido do acesso ao saber e permanência nas escolas. As adaptações curriculares se constituem, portanto, como possiblidades educacionais de atuar frente as dificuldades de aprendizagem dos alunos. Pressupõe que se realize a adaptação do currículo regular, quando necessário, para torná-lo apropriado as peculiaridades dos alunos com necessidades especiais. Não um novo currículo, mas um currículo dinâmico, que seja passível de ampliação, afim de que atenda a todos os educandos. Dessa forma, as adaptações curriculares implicam em planificação pedagógica e ações docentes fundamentadas em critérios que definem o que o aluno deve aprender, como e quando aprender, e quais as formas de organização do ensino mais eficientes para o processo de aprendizagem. As Adaptações Curriculares são providências que devem ser implementadas para atender às necessidades educacionais de cada aluno, inclusive às necessidades educacionais especiais, de forma a favorecer-lhes o acesso ao conhecimento e seu uso funcional, na administração de sua própria vida, e no processo de transformação da sociedade. O currículo para uma escola inclusiva, entretanto, não se resume apenas a adaptações feitas para acomodar os alunos com deficiências ou demais necessidades especiais. A escola inclusiva demanda uma nova forma de concepção curricular, que tem que dar conta da diversidade do seu alunado. Ferreira (2003), utilizando-se da Declaração de Salamanca UNESCO (1994), considera escola inclusiva aquela que “reconhece e satisfaz as necessidades diversas dos seus alunos, adaptando-se aos vários estilos e ritmos de aprendizagem, de modo a garantir um bom nível de educação para todos”. De acordo com o INES (Instituto Nacional de. Educação de Surdos) as adaptações de currículo constituem criar condições físicas, ambientais e materiais para o aluno, na sua unidade escolar de atendimento; propiciar os melhores níveis de comunicação e interação com as pessoas com as quais convive na comunidade escolar, favorecer a participação nas atividades escolares; propiciar o mobiliário, equipamentos específicos necessários e salas adaptadas; fornecer ou atuar para a aquisição dos equipamentos e recursos materiais específicos necessários: próteses auditivas, treinadores da fala, software educativo, entre outros; adaptar materiais de uso comum em sala de aula: slides, cartazes, entre outros; adotar a Língua Brasileira de Sinais - LIBRAS (no processo ensino-aprendizagem e avaliativo), além de material escrito e computador. Na escola pesquisada e analisada, existem algumas ferramentas para garantir a inclusão de pessoas com necessidades especiais. Pode se citar, como exemplo, a sala de recursos para deficientes auditivos e intelectual. A Sala de recursos é uma das formas de atendimento a alunos que necessitam da educação especial para atender suas necessidades específicas nas áreas das deficiências: intelectual, sensorial, física e visual. Essa forma de atendimento vista completar, enriquecer, sanar dúvidas e dar suporte pedagógico no processo de desenvolvimento cognitivo dos alunos. Atende aprendizes elegíveis para a Educação especial, que frequentam classes comuns, na mesma Unidade Escolar ou em outra pertencente a mesma diretoria de Ensino. Os alunos são matriculados nas classes regulares e inscritos na Sala de Recursos para serem beneficiados por estratégias e atividades diversificadas, que devem ser criteriosamente elaboradaspelo professor. O atendimento na Sala de Recursos tem uma periodicidade variável dependendo do ritmo e da necessidade dos educandos. O horário de funcionamento da sala poderá ser flexível, alternando os períodos. A escola oferecerá este atendimento sempre em período inverso ao que os alunos frequentam a classe comum. O horário, a lista de inscrição dos alunos, as condições e a programação de trabalho devem estar registradas na secretaria da escola e o desempenho dos mesmos através de relatórios ou fichas descritivas. Há ainda, na escola, a implementação do Atendimento Pedagógico Especializado (APE) que tem por objetivo melhorar a oferta da educação especial, na rede estadual de ensino, viabilizando-a por uma reorganização que, favorecendo a adoção de novas metodologias do trabalho, leve a inclusão do aluno em classes comuns do ensino regular. No entanto, ainda faltam importantes ferramentas a serem construídas afim de garantir de fato, a inclusão dos alunos com necessidades especiais. Estão, como exemplo, sendo realizadas obras para garantir uma melhor mobilidade e conforto dos alunos cadeirantes, e de outros alunos que apresentam outras condições físicas especiais. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS: Os materiais e métodos empregados para elaboração do presente relatório, foram a pesquisa de materiais didáticos e autores que discorram a respeito da inclusão de pessoas com necessidades especiais na escola atual e necessidade de construção de uma escola inclusiva, além de pesquisa sobre como se dá o processo de educação inclusiva no site de uma Escola Estadual do Estado de São Paulo. CONCLUSÃO: Sabe-se que o tema da educação inclusiva ainda é muito delicado na educação, visto que muitas escolas contam com diversas fragilidades tais como: salas com muitos alunos, dificuldades de adaptações de mobiliário e postural, falta de recursos provindos do governo estadual afim de atender necessidades específicas dos alunos com necessidades especiais e ausência de diálogo entre professores e pais de alunos. A escola atual ainda necessita flexibilizar o currículo, adaptando-o as necessidades e realidades de cada estudante. Embora não seja uma tarefa fácil, principalmente quando se faltam recursos estaduais, se constitui em passo essencial na construção da aprendizagem desses alunos. Portanto, pode se dizer que, a escola inclusiva representa o caminho para contemplar a diversidade no contexto escolar, mediante a necessidade de construção de uma escola que atenda as reais necessidades de cada aluno, ou seja, atuando de forma que atende as necessidades específicas de cada estudante e criando espaços agradáveis de convivência. Os desafios a serem enfrentados são muitos, a capacitação e flexibilização dos professores e o diálogo entre todos os segmentos da comunidade escolar são fundamentais nesse processo. BIBLIOGRAFIA: FREIRE, P. Pedagogia da indignação: cartas pedagógicas e outros escritos. São Paulo: Editora UNESP, 2000. FERREIRA, J. R. Políticas públicas e a universidade: uma avaliação dos 10 anos da Declaração de Salamanca. In: OMOTE, S. Inclusão: intenção e realidade. Marília, SP: Fundepe Publicações, 2004 OLIVEIRA, A. A. S. Educação especial: a questão das oportunidades educacionais da pessoa com deficiência. 1996. 197 f. Dissertação (Mestrado em Educação Especial) Universidade Federal de São Carlos, São Carlos, 1996. OLIVEIRA, A. A. S. Educação inclusiva: concepções teóricas e relato de experiência. In: MARQUEZINE, M. C. et al. (Org.). Inclusão. Londrina, PR: EDUEL, 2003.