camarao_marinho2014_I

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CARCINICULTURA 
Cultivo de camarões marinhos 
 
Profa. Lidia M. Y. Oshiro 
UFRRJ/DPA 
Carcinicultura ou carcinocultura 
• Dentro da aquicultura, a Carcinicultura é 
considerada uma das principais atividades, 
devido ao elevado valor econômico (FAO, 
2012). 
• Produção mundial de camarões atualmente – 8 
milhões de toneladas – 50% cultivado em 
cativeiro. 
• 82% da produção mundial - países do sudeste 
asiático. 
• Camarões de água doce – contribuem com 8 a 
10% de todo camarão cultivado. 
1. Histórico 
• 1933 – 1º reprodução artificial – Marsupenaeus japonicus = 
Penaeus japonicus 
• Década de 70 - tentativas de cultivo de camarão por empresas 
privadas e órgãos governamentais em diferentes Estados: RJ - pela 
companhia Souza Cruz; RN- pela EMPARN; SC- pela ACARPESC; 
• Em 1976 e 78 - com recursos da SUDENE, a EMPARN cultivou 
com sucesso pós - larvas do camarão Marsupenaeus japonicus; 
• 1975 - Primeira fazenda comercial de camarão marinho (CIRNE), 
transformou uma salina em viveiros extensivos (M. japonicus), mas 
tarde chamada de CBA. 
• 1986/1995 – fracasso comercial dos cultivos experimentais com 
espécies asiáticas e dos esforços de mais de uma década com 
espécies nativas. 
• A partir de 1996 – introdução do camarão do Pacífico Litopenaeus 
vannamei – permitiram o desenvolvimento da indústria camaroneira 
do Brasil e sua expansão. 
 
 
 
2. Espécies Cultiváveis e nativas 
• Farfantepenaeus brasiliensis 
– N e NE até SC 
• Farfantepenaeus paulensis – 
Macaé (RJ) até Rio Grande 
(RS) 
• Litopenaeus schmitti – toda a 
costa brasileira 
• Farfantepenaeus subtilis – 
Amapá - Sergipe 
• Farfantepenaeus notialis – 
Amapá - Bahia 
• Litopenaeus vannamei – 
Equador e sul do México 
Litopenaeus vannamei Boone - 
Camarão Branco do Pacífico 
 
3. Morfologia Externa 
4. Características Bioecológicas 
• Sexo / dimorfismo sexual 
• Reprodução 
• Ciclo de vida 
 
Reprodução - Maturação gonadal 
Peixoto et al., (2005) e Nazari et al., (2007) - Análises histológica, morfométrica 
e bioquímica das gônadas de fêmeas abladas de F. paulensis, estabeleceram 
cinco estágios de desenvolvimento. 
Desenvolvimento larval 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Ovo 
 Nauplio 
Protozoea ou 
Zoea 
Misis 
Pós-larva 
Jovem 
Adulto 
13-14h 
(6) 
(3) 
(2/3) 
(20/22) 
5 dias 
40 dias 
(6 cm) 
36h 
5 dias 
Alimentação 
 
Hábitos 
 
Ciclo de vida 
 
5. Método de Cultivo 
 
• Obtenção de pós-larvas 
• Engorda 
 
Obtenção de Pós-larva 
• Captura no ambiente natural 
• Fêmeas ovadas 
 - Captura 
 - Maturação em cativeiro 
• Eclosão 
• Larvicultura 
 
• Desvantagens da captura de pós-larvas 
 
• Sazonalidade na disponibilidade das pós-larvas 
 
• Captura de indivíduos de diferentes espécies 
 
• Diferença de idade e tamanho entre os indivíduos 
 
• Captura e introdução - formas larvais e juvenis de 
predadores ou competidores nos viveiros 
 
 
• Construção da Unidade de maturação 
 
• Animais selvagens - fecundidade e qualidade dos 
nauplios; 
 
• Plantéis de reprodutores em cativeiro - garante a 
disponibilidade de reprodutores. 
 
• Casais de reprodutores – indução ao acasalamento sob 
condições controladas de laboratório 
 
• Maturação dos ovários das fêmeas - manipulação de 3 
fatores : o endócrino, o nutricional e o ambiental. 
• Manipulação endrócrina 
 - ablação unilateral do pendúnculo ocular 
 - maior frequência no desenvolvimento 
 dos ovários 
 - maior nº de acasalamentos e desovas 
 
• Manipulação ambiental – controle rígido de 
temperatura (27-30ºC) e salinidade (33-35) 
 
• Manipulação nutricional 
 - dieta rica em proteínas e ácidos graxos poli-
insaturados essenciais. 
 - Alimentos frescos + ração artificial específica, 
rica em proteínas, lipídios, vitaminas e minerais 
 - 4,5% da biomassa total 
 
• Desenvolvimento gonadal 
 
• Checagem do acasalamento (télico aberto e 
télico fechado) 
 
• Inseminação artificial 
 – necessidade urgente de produção de náuplios 
(inverno) 
 
 – perda do macho doador. 
 
• Produção constante de larvas – pós-larvas 
 - melhor planejamento de produção e estocagem de 
pós-larvas nos viveiros 
 
 - maior regularidade na produção de camarão comercial. 
• Engorda 
 
 Extensivo → 5 camarões/m²; 
 Semi-intensivo → 25- 30 camarões/m². 
 
• Densidade inicial: entre 20-25/m²; 
• Peso médio inicial: menos de 1g; 
• Peso médio final: 12-14g; 
• Duração final: de 3 a 4 meses; 
• Alimentação: Ração Comercial. 
 
• Despesca 
 
• Sistema bifásico: 
 Viveiros berçários (0,5 a 0,8 ha) – 50-200 Pls/m² → 40 dias; 
 Viveiros definitivos (20 ha) – 100 dias. 
 
 
Evolução do desempenho da 
carcinicultura brasileira (1998 – 2010) 
- Obtenção da maior produtividade do mundo 
 6084 kg/ha/ano. 
 Produção de total de 90 100 ton 
 
- Superou a produtividade de países tradicionais - 
 Equador, Honduras, Panamá e México 
 
 - Cultivos intensivos - densidade 40 pl/m2 
 
- Produção de camarões com 12 g - 3 ciclos ao ano. 
 
 - Nordeste – 91% dos produtores nacionais. 
 
- Exportação 
 35% EUA (camarão s/ cabeça) 
 62% países europeus (camarão inteiro). 
 
 
 
 
Em 2003: 
 
 
 2000/2003 – trajetória de crescimento – apesar da redução de 
preços nos mercados internacionais, compensavam com 
desvalorização da moeda nacional. 
 
 
 2004/2005 – diminuição da produção em 15,8% e 27,9% 
 
 - processo de dumping – pelos pescadores americanos 
 
- disseminação do vírus da Mionecrose Infecciosa no nordeste (IMNV). 
 
- Produção – 65 000 toneladas (2005) 
 
 
Apesar da crise – contribui com mais de 40% de todas as 
exportações totais. 
 
 
 
Evolução do destino de camarão cultivado no 
Brasil: 2003-2010 
Estratégias para manter a produção – 
fase de consolidação 
 
Isca viva - Produção - + de 500 mil PL de 
Farfantepenaeus brasiliensis e Farfantepenaeus 
paulensis 
 
• Policultivo 
• Camarão + plantas halófitas (Salicórnias) – efluentes 
de viveiros na irrigação das plantas; 
• Reduz impacto ambiental 
• Planta – alimentação de rebanho e humana (saladas) 
• Planta – óleo comestível e biodiesel 
 
Estratégias para manter a produção – 
fase de consolidação 
• Camarão + Tilápias 
• Ainda não há popularização do sistema 
• Poucas opções de comercialização (mercado interno e 
externo) 
• Experimentos bem sucedidos 
 
• Sistemas heterotróficos ou de bioflocos 
• Cultivo ultra-intensivo (Tailândia) 
• Engorda – altas densidades (150 ind/m2) 
• Renovação “zero” da água 
• Produtividade superior a 18 ton/ha/ciclo 
 
Desafios enfrentados pela atividade 
atualmente: 
 
 
Para o restabelecimento da competitividade do camarão brasileiro: 
 
• aumento da produção 
• a retomada de investimentos 
• o retorno da competitividade no cenário internacional 
 
• Utilização de sistemas fechados 
• pouca renovação de água 
• Utilização de viveiros menores. 
 
• A carcinicultura na última década, conseguiu superar problemas de 
ordem técnica e econômica para finalmente alcançar escala industrial 
 
 
Dados da carcinicultura nacional (Panorama 
de Aquicultura – n.137 –mai/jun 2013) 
 
Dados da carcinicultura 
nacional 
 
Dados da carcinicultura 
nacional