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AD 2 2020.1 Legislação Comercial Curso de Administração - CEDERJ Profa. Debora Lacs Sichel Aluna: Vanessa dos Santos Schwan Damasceno Matrícula: 19215060464 Polo: São Gonçalo 1) Brinquedos Planeta Ltda. (consignante) entregou 890 brinquedos à sociedade Corais Formosos Armarinho e Butique Ltda. (consignatária) para que esta os vendesse em Seabra/BA e pagasse àquela o preço ajustado, podendo a consignatária, ao final de seis meses, restituir-lhe os bens consignados. Durante a vigência do contrato, a totalidade dos brinquedos pereceu em razão de enchente que atingiu o estabelecimento da consignatária, sendo impossível sua restituição à consignante. Sem embargo, durante o prazo da consignação e antes da notícia de seu perecimento, a consignante alienou a terceiro os mesmos brinquedos. Sobre o caso apresentado, responda aos itens a seguir: A. Diante da causa apontada para o perecimento dos brinquedos, fica a consignatária exonerada da obrigação de pagar o preço dos brinquedos à consignante? Por motivo de força maior os brinquedos foram impossibilitados de serem vendidos. Mas por se tratar de um contrato estimatório de uma venda em regime de consignação, a consignatária ainda sim precisa honrar a obrigação de pagar o preço dos brinquedos (Art. 535 do Código Civil). B. Na hipótese do enunciado, a consignação dos brinquedos impediria sua alienação pela consignante? No Art. 537 do Código Civil consta que: “O consignante não pode dispor de coisa antes de lhe ser restituída ou de lhe ser comunicada a restituição”. Portanto a consignação dos brinquedos impediria sua alienação pela consignante. 2) A Transportadora Jamanta Reluzente Ltda. sacou duplicata de prestação de serviço lastreada em fatura de prestação de serviços de transporte de caga em favor de Dois Riachos Panificação Ltda. (sacada). A duplicata, pagável em Penedo/AL, foi aceita, mas, até a data do vencimento, 22 de agosto de 2016, não houve pagamento. Consideradas essas informações, responda aos itens a seguir: A. A sacadora poderá promover a execução da duplicata desprovida de certidão de protesto por falta de pagamento e de qualquer documento que comprove a efetiva prestação dos serviços e o vínculo contratual que a autorizou? Sim. De acordo com a Lei nº 5.474/68, os Art 15 (inciso I) e Art 20 (parágrafo 3º) autorizam que a duplicata aceita, independente de protesto ou comprovante da prestação de serviço, possa ser cobrada por meio de ação de execução de título extrajudicial. “A cobrança judicial de duplicata ou triplicata será efetuada de conformidade com o processo aplicável aos títulos executivos extrajudiciais, de que cogita o Livro II do Código de Processo Civil ,quando se tratar: l - de duplicata ou triplicata aceita, protestada ou não” (Lei nº 5.474/68, o Art 15, inciso I). “Aplicam-se à fatura e à duplicata ou triplicata de prestação de serviços, com as adaptações cabíveis, as disposições referentes à fatura e à duplicata ou triplicata de venda mercantil, constituindo documento hábil, para transcrição do instrumento de protesto, qualquer documento que comprove a efetiva prestação, dos serviços e o vínculo contratual que a autorizou” (Lei nº 5.474/68, Art 20, parágrafo 3º). B. A sacadora, no dia 20 de setembro de 2019, informa não ter ainda promovido a cobrança judicial da duplicata. Qual medida judicial você proporia para a realização do crédito? Como já ocorreu a prescrição da pretensão executiva (mais de 3 anos da data do vencimento), a sacadora pode realizar uma ação monitória. “A pretensão à execução da duplicata prescreve: l - contra o sacado e respectivos avalistas, em 3 (três) anos, contados da data do vencimento do título” (Art. 18, inciso I, da Lei no 5.474/68). “A ação monitória pode ser proposta por aquele que afirmar, com base em prova escrita sem eficácia de título executivo, ter direito de exigir do devedor capaz: I - o pagamento de quantia em dinheiro” (Art. 700, inciso I, do CPC). 3) Antônio Carneiro sacou, em 02/12/2012, duplicata de prestação de serviço em face de Palmácia Cosméticos Ltda., no valor de R$ 3.500,00 (três mil e quinhentos reais), com vencimento em 02/02/2013 e pagamento no domicílio do sacado, cidade de Barro. A duplicata não foi aceita, nem o pagamento foi efetuado no vencimento. Em 07/05/2017, o título foi levado a protesto e o sacado, intimado de sua apresentação no dia seguinte. Em 09/05/2017, o sacado apresentou ao tabelião suas razões para impedir o protesto, limitando-se a invocar a prescrição da pretensão à execução da duplicata, tendo em vista as datas de vencimento e de apresentação a protesto. O protesto foi lavrado em 10/05/2017, e Palmácia Cosméticos Ltda., por meio de seu advogado, ajuizou ação de cancelamento do protesto sem prestar caução no valor do título. Com base nas informações acima, responda aos itens a seguir. A. Deveria o tabelião ter acatado o argumento do sacado e não lavrar o protesto? De acordo com o Art. 9º da Lei nº 9.492/97, o argumento do sacado não impede a lavradura do protesto. “Todos os títulos e documentos de dívida protocolizados serão examinados em seus caracteres formais e terão curso se não apresentarem vícios, não cabendo ao Tabelião de Protesto investigar a ocorrência de prescrição ou caducidade” (Art. 9º da Lei nº 9.492/97). B. Com fundamento na prescrição da pretensão executória, é cabível o cancelamento do protesto? Apesar de já ter ocorrido a prescrição da pretensão executiva (mais de 3 anos da data do vencimento), o débito persiste e não é cabível o cancelamento do protesto. “A pretensão à execução da duplicata prescreve: l - contra o sacado e respectivos avalistas, em 3 (três) anos, contados da data do vencimento do título” (Art. 18, inciso I, da Lei no 5.474/68). 4) Olímpio teve seu nome negativado pela emissão de cheque sem suficiente provisão de fundos, apresentado pelo portador ao sacado por duas vezes e em ambas devolvido. O nome do devedor foi inscrito no Cadastro de Emitentes de Cheques sem Fundos (CCF), sem que tenha havido notificação prévia do devedor, acerca de sua inscrição no aludido cadastro, por parte do Banco do Brasil S/A, gestor do CCF. Sentindo-se prejudicado pelos danos morais e materiais advindos da inscrição no CCF, Olímpio consulta seu advogado para que ele esclareça as questões a seguir. A. Houve conduta ilícita por parte do Banco do Brasil S/A? Não, pois de acordo com a Súmula 572-STJ: “O Banco do Brasil, na condição de gestor do Cadastro de Emitentes de Cheques sem Fundos (CCF), não tem a responsabilidade de notificar previamente o devedor acerca da sua inscrição no aludido cadastro, tampouco legitimidade passiva para as ações de reparação de danos fundadas na ausência de prévia comunicação”. B. A devolução do cheque por duas vezes impede o credor de realizar a sua cobrança judicial? A devolução do cheque não impede de realizar cobrança judicial pois o responsável pelo pagamento é o emitente. “O emitente garante o pagamento, considerando-se não escrita a declaração pela qual se exima dessa garantia” (Art. 15 da Lei nº 7.357/85).
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