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Ciência Política - Aula 10

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CIÊNCIA POLÍTICA
A democracia como regime de governo / Aula 10
08.05.2020
Aula 10 - A democracia como regime de governo
PROFESSORA ANA CAROLINA C. BARRETO
Aulas anteriores: A separação dos poderes e as clássicas formas de Estado (Estado Unitário e Estado Federado). As formas
clássicas de governo (Monarquia e República). Os clássicos sistemas de governo (presidencialismo e parlamentarismo).
I. REGIME POLÍTICO
Nome genérico do estudo da estrutura e das instituições utilizadas pelo Estado a fim de determinar a forma como o
poder político será exercido, enfocando mais precisamente os contornos que se dão na relação entre aqueles que
exercem o poder e os demais membros do grupo social.
Regimes: democrático, autoritário e totalitário.
Aula 10 - A democracia como regime de governo
PROFESSORA ANA CAROLINA C. BARRETO
1) A DEMOCRACIA COMO REGIME DE GOVERNO
➢ Regime democrático vem sendo desenvolvido e discutido no decorrer do tempo histórico há 2.500 anos.
demos (povo) e kratos (poder): “governo do povo”
a) A democracia dos Antigos e a Democracia dos Modernos
Termo utilizado por Benjamin Constant, em 1819, para apontar os modelos básicos de organização do modelo político
democrático. Embora em ambas o princípio da legitimidade seja o mesmo, a legitimidade do poder fundada no povo, elas
possuem diferenças estruturais fundamentais.
“democracia dos antigos”: inspirado na Grécia Antiga (democracia ateniense). Possui exercício democrático “direto”, ou seja,
é praticado pessoalmente por aqueles que são reconhecidos como cidadãos, com participação direta dos mesmos. Como
consequência natural, o primeiro limite deste tipo de democracia é que, inevitavelmente, para que se torne viável sua
implantação, o número de cidadãos deve ser reduzido.
Atenas era uma cidade com aproximadamente 400.000
habitantes, sendo que participavam das assembleias
entre 2.000 e 3.000 cidadãos, dos aproximadamente
30.000 que possuíam este status.
Aula 10 - A democracia como regime de governo
PROFESSORA ANA CAROLINA C. BARRETO
"democracia dos modernos”: sistema de controle e limitação com base na transmissão representativa do poder do povo a
seus representantes, que passam a exercer mandatos políticos. Possui a vantagem de possibilitar que as propostas
vencedoras, para que atinjam tal status, tenha que estabelecer algumas concessões a argumentos capitaneados por grupos
perdedores. É que o direito ao dissenso, ou seja, o direito de se opor ao pensamento majoritário na sociedade é uma
prerrogativa das minorias e um pressuposto do regime democrático.
➢ A política é definida por muitos como uma arte de negociação a fim de compatibilizar interesses, é a partir deste dissenso
(próprio das sociedades plurais) que se busca o consenso (arte da negociação).
➢ As deliberações exprimem o quadro de luta e negociação política entre os diversos grupos, de forma ser comum que o
teor das propostas vencedoras exteriorize concessões às propostas advindas de grupos vencidos.
➢ Quase todos os países adotam um sistema misto em que, por vezes, o cidadão é convocado a expressar, pessoalmente,
sua opinião sobre determinados temas. No Brasil, são exemplos de manifestações deste tipo: o plebiscito, o referendo e a
iniciativa popular para elaboração de leis.
Aula 10 - A democracia como regime de governo
PROFESSORA ANA CAROLINA C. BARRETO
b) A democracia: em busca de critérios Definidores
Definir de forma cabal o que é uma democracia é uma tarefa árdua, pois países ditos democráticos utilizam
fórmulas bastante diferenciadas para definirem suas concepções democráticas.
Presidente Abraham Lincoln “Democracia é o poder do povo, pelo povo e para o povo”.
Austin Ranney, Willmoore Kendall: requisitos mínimos para a classificação de um regime democrático: soberania popular,
igualdade política, consulta popular e regra da maioria.
Geovani Sartori: um sistema em que o poder se encontrar distribuído, limitado, controlado e ser exercido rotativamente.
2 valores pilares: a liberdade e a igualdade.
Robert Dahl (cientista político): Participação efetiva, igualdade de voto, entendimento esclarecido, controle do programa de
planejamento, inclusão do maior número de participantes. Estes são critérios ideais e que as sociedades concretas
aproximam-se ou afastam-se do ideal democrático na medida em que aplicam em maior ou menor grau tais critérios.
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PROFESSORA ANA CAROLINA C. BARRETO
Reflexões
• crescente demanda por um tipo de democracia mais participativa: audiências públicas e amicus curiae. Também é
possível destacar as manifestações não institucionalizadas.
• avanço tecnológico nas telecomunicações, mais especificamente da internet, tende a gerar modificações profundas na
relação que o poder público mantém com os cidadãos.
• críticas ao sistema democrático representativo: incapacidade dos políticos de representarem com fidelidade as demandas
dos eleitores e recorrentes casos de corrupção por parte daqueles que deveriam ser os primeiros a zelarem pelo interesse
público, o que gera o fenômeno do abstencionismo e do déficit de confiança nas classes políticas (lembra quando falamos
do fenômeno denominado “politicagem”?).
• Winston Churchill: “democracia é o pior dos regimes com exceção de todos os outros”.
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PROFESSORA ANA CAROLINA C. BARRETO
2) O REGIME DEMOCRÁTICO NO BRASIL
1970: Ao final da década de 70, por pressão dos movimentos sociais na luta por direitos, liberdade e democracia, o país
conquista a anistia através da Lei 6.683 de 28 de agosto de 1979.
1985: Com a anistia de 1979, inicia-se o processo de abertura política, que culmina em 1985, a queda do regime militar e a
Emenda Constitucional nº 25 que convoca eleições para a Assembleia Nacional Constituinte.
1987: Em 1º de fevereiro de 1987, foi instalada a Assembleia Nacional Constituinte, composta por congressistas (senadores e
deputados federais, eleitos no ano anterior), e presidida pelo deputado Ulysses Guimarães, do Partido Movimento
Democrático Brasileiro (PMDB).
1988: Promulgação da Constituição
➢ Representando um avanço em direção à democracia, à sociedade, em seus diversos setores, foi estimulada a contribuir
por meio de propostas para a elaboração da Carta Magna. As propostas formuladas por cidadãos brasileiros seriam válidas
se representadas por alguma entidade (associação, sindicatos, etc.) e se fossem assinada por, no mínimo, 30 mil pessoas.
Diferentes setores da sociedade que procuravam defender seus interesses fizeram pressão por meio de lobbies (grupo de
pressão que exercem influência) e lograram importantes conquistas no texto constitucional.
Aula 10 - A democracia como regime de governo
PROFESSORA ANA CAROLINA C. BARRETO
➢ A Constituição Federal de 1988 é um marco simbólico que reinventa a nossa
cidadania, é o marco da transição democrática.
• Participação popular institucionaliza-se a partir da Constituição de 1988, sua
efetividade já vinha sendo construída no período Pré–Constituição e consolida-
se durante os anos 90.
• Os movimentos sociais mobilizaram-se e participaram ativamente na
elaboração do texto constitucional.
• As mulheres, por exemplo, tiveram seus direitos assegurados e ampliados,
como a licença-maternidade, a introdução da licença-paternidade e a
perspectiva jurídica da igualdade de direitos.
• O movimento em defesa dos direitos de crianças e de adolescentes apresentou
proposta com 1,5 milhão de assinaturas que referendou a emenda popular
responsável pelo artigo 227, base para posterior elaboração do Estatuto da
Criança e do Adolescente. Dessa forma, crianças e adolescentes conquistaram
na lei o status de sujeito de direitos e a primazia no atendimento.
• O crime de racismo foi uma decorrência da Constituição de 1988.
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PROFESSORA ANA CAROLINA C. BARRETO
“PREÂMBULO: Nós, representantes do povo brasileiro, reunidos em Assembleia Nacional
Constituinte para instituir um Estado Democrático, destinadoa assegurar o exercício dos
direitos sociais e individuais, a liberdade, a segurança, o bem-estar, o desenvolvimento, a
igualdade e a justiça como valores supremos de uma sociedade fraterna, pluralista e sem
preconceitos, fundada na harmonia social e comprometida, na ordem interna e
internacional, com a solução pacífica das controvérsias, promulgamos, sob a proteção de
Deus, a seguinte CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL.
TÍTULO I
DOS PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS
Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e
Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como
fundamentos: I - a soberania; II - a cidadania; III - a dignidade da pessoa humana; IV - os
valores sociais do trabalho e da livre iniciativa; V - o pluralismo político.
Parágrafo único. Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes
eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição.
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Art. 2º São Poderes da União, independentes e harmônicos entre si, o Legislativo, o
Executivo e o Judiciário.
Art. 3º Constituem objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil: I - construir
uma sociedade livre, justa e solidária; II - garantir o desenvolvimento nacional; III - erradicar
a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e regionais; IV - promover o
bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas
de discriminação.
Art. 4º A República Federativa do Brasil rege-se nas suas relações internacionais pelos
seguintes princípios: I - independência nacional; II - prevalência dos direitos humanos; III -
autodeterminação dos povos; IV - não-intervenção; V - igualdade entre os Estados; VI -
defesa da paz; VII - solução pacífica dos conflitos; VIII - repúdio ao terrorismo e ao racismo;
IX - cooperação entre os povos para o progresso da humanidade; X - concessão de asilo
político.
Parágrafo único. A República Federativa do Brasil buscará a integração econômica, política,
social e cultural dos povos da América Latina, visando à formação de uma comunidade
latino-americana de nações.”
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PROFESSORA ANA CAROLINA C. BARRETO
➢ Todo cidadão possui direitos políticos garantidos na Constituição Federal de 1988. O principal direito político e o mais
exercido por todos é o direito de votar e ser votado. Porém, a participação da população não se limita ao voto para a
escolha de seus representantes no Poder Executivo e no Poder Legislativo.
➢ A Constituição de 1988 possibilitou a participação dos cidadãos e cidadãs nos rumos da cidade, estado e país. Estão
previstos no artigo 14 da Constituição Federal o plebiscito, o referendo e a iniciativa popular também como direitos
políticos.
➢ Em 1993, a população foi consultada com a realização de um plebiscito sobre o tipo de governo que o Brasil deveria
adotar (presidencialismo, parlamentarismo ou monarquia). O plebiscito é a consulta inicial ao cidadão, sobre como
deve o Poder Legislativo agir em relação a determinado assunto. Essa definição consta da Lei nº 9.709/98, no artigo 2º.
➢ O poder centralizado desde 1930 deu lugar ao processo de participação, descentralização e redesenho do Pacto
Federativo aprovados na Constituição Federal de 1988, que desenhou a unidade nacional e as subnacionais, com
repasse de recursos e autonomia decisória para estados e municípios, dando novo significado ao controle social e à
participação da sociedade civil nas decisões políticas.
➢ A sociedade civil possui importante papel na defesa da garantia desses direitos e precisa fazer valer a sua presença
como ator político nos espaços institucionais de diálogo com o Estado.
Aula 10 - A democracia como regime de governo
PROFESSORA ANA CAROLINA C. BARRETO
➢ https://www.camara.leg.br/internet/agencia/infograficos-html5/constituinte/index.html
➢ https://www.youtube.com/watch?v=XywPfKnZL4E
https://www.camara.leg.br/internet/agencia/infograficos-html5/constituinte/index.html
https://www.youtube.com/watch?v=XywPfKnZL4E

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