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VEDAÇÕES E PERDAS DO MANDATO PARLAMENTAR Vedações: art. 54 CF, I e II • Inciso I - a partir da expedição do diploma • Inciso II - a partir do mandato Quanto as possibilidades de perda de mandato, encontradas no art. 55 da CF, podem ocorrer por meio de cassação ou por extinção. • No processo de cassação: art. 55 §2º • Será decidida pela Câmara dos Deputados ou pelo Senado Federal, por maioria absoluta, mediante provocação da Mesa Diretória ou de partido político com representação no Congresso Nacional; • No caso de extinção do mandato, §3º, a sua perda é declarada pela Mesa da respectiva Casa Parlamentar, de ofício ou por provocação de qualquer membro ou partido político com representação; • Em ambos os casos é assegurado ao parlamentar a ampla defesa; • Cassação do mandato: incisos I, II e IV do art. 55; • Extinção do mandato: III, IV e V do art. 55; • A cassação tem natureza constitutiva, a perda do mandato é DECRETADA por voto da maioria absoluta, em razão da falta funcional estabelecida pela lei e punida dessa forma; • A extinção tem natureza declaratória, a perda do mandato se dá por ato que torna inexistente a investidura, assim como os casos onde há renúncia ou morte do parlamentar; • No caso da extinção, a Mesa Diretora apenas reconhece e declara a ocorrência do ato ou fato que provocou o perecimento do mandato; • A votação na cassação deve ser aberta, ou ostensiva (EC 76/2013 – aboliu a votação secreta para casos de perda do mandato parlamentar); • No caso de condenação criminal em sentença transitada em julgado, o entendimento anterior do STF era de que para crimes contra a Administração Pública, a perda do mandato era medida necessária (conduta incompatível com atividade parlamentar); • O entendimento mudou, o STF reconheceu a especialidade do art. 55 §2º, dessa forma, a perda ou não do mandato, nos casos de cassação, é decisão da Casa legislativa a que pertence o parlamentar; • A manutenção do mandato não impede que o condenado cumpra a pena; • Tratando-se da renúncia do parlamentar, quando ocorrer durante o processo de perda do mandato, terá seus efeitos suspensos até as deliberações finais (a renúncia fica sujeita à condição suspensiva, conforme art. 55 § 4º); • Se a decisão for pela perda do mandato, a renúncia não produz efeitos, sendo assim arquivada, caso contrário, produzirá todos os seus efeitos; HIPÓTESES QUE NÃO HÁ PERDA DO MADATO • O art. 56 da CF traz as hipóteses onde o Deputado ou senador não perderá o mandato; • Não perderá o mandato quando for investido no cargo de: ministro de Estado; Governador de Território, Secretário de Estado, do DF, de Território, de Prefeitura de Capital; chefe de missão diplomática temporária; • Além de não perder o cargo (nas hipóteses listadas), ele pode pedir remuneração dos cargos que lhe competem; • O parlamentar não perderá o mandato quando for licenciado pela respectiva casa por motivo de doença, ou para tratar (sem remuneração) de interesse particular, desde que o afastamento não ultrapasse 120 dias por sessão legislativa; • OBS: sistema bicameral: Câmara dos Deputados (interesses populares) e Senado Federal (equilíbrio federativo, representa Estados e o DF); PROCESSO Legislativo • Constitui um conjunto de regras procedimentais, previstas na CF para elaboração das espécies normativas que estão no art. 59 (regulamentado pela Lei Complementar 95/1998 – dispõe sobre elaboração, redação, alteração e consolidação das leis); • As regras do processo legislativo devem ser estritamente observadas sob pena de inconstitucionalidade formal – vício de forma; não obedeceu conforme o previsto na CF; • O controle pode acontecer de forma repressiva ou de forma prévia; • O controle repressivo é realizado pelo Poder Judiciário; • O preventivo é realizado pelas Comissões de Constituição e Justiça das Casas parlamentares ou pelo Poder Executivo, por meio do veto presidencial; • O caput do art. 61 da Constituição traz o que a doutrina chama de iniciativa geral de lei. Ele atribui a competência para a iniciativa de leis ordinárias e complementares, n os casos previstos na Constituição, às seguintes pessoas e órgãos: qualquer membro ou Comissão da Câmara dos Deputados, do Senado Federal ou do Congresso Nacional; Presidente da República; Supremo Tribunal Federal; Tribunais Superiores; Procurador- Geral da República; cidadãos. • Na iniciativa concorrente, a competência para deflagrar o processo legislativo é atribuída a mais de uma pessoa ou órgão; • A competência atribuída a qualquer membro ou Comissão da Câmara dos Deputados, do Senado Federal ou do Congresso Nacional (art. 61) é exemplo de iniciativa concorrente; • A iniciativa para projeto de EC também é concorrente, conforme o art. 60 e seus incisos; • A chamada iniciativa conjunta, por sua vez, presume-se um consenso de vontades, ou seja, a Constituição delega competência para mais de uma pessoa ou órgão deflagrarem, conjuntamente, o processo legislativo. • Exemplo desse tipo de iniciativa era a referente à lei que fixa o subsídio dos Ministros do Supremo Tribunal Federal, correspondente ao teto salarial do funcionalismo público. • A Emenda Constitucional nº 19/1998 estabeleceu que essa iniciativa era conjunta entre o Presidente da República, os Presidentes da Câmara dos Deputados e do Senado e dos Ministros do STF. • No entanto, mais tarde, a Emenda Constitucional nº 41/2003 alterou a regra, determinando que a lei agora é de iniciativa exclusiva da Corte Constitucional, conforme art. 96, II, “b” • O teto do funcionalismo está estabelecido no art. 37, XI, da CF – não estão computados nesse limite as parcelas de caráter indenizatório previstas em lei; • A inciativa parlamentar refere-se à prerrogativa constitucional conferida a todos os membros do Congresso Nacional para iniciarem processo de lei; • A inciativa extraparlamentar refere-se à prerrogativa conferida aos demais legitimados fora do parlamento (Presidente da República, aos Tribunais Superiores, MP e os cidadãos); • Iniciativa privativa (iniciativa reservada ou exclusiva) – somente determinada pessoa ou órgão, de forma exclusiva, pode deflagrar o processo legislativo, sob pena de vício de inconstitucionalidade formal de iniciativa; • É indelegável; • Leis de iniciativa privativa do Presidente da República, § 1º, art. 61; • Leis de iniciativa dos Governadores e Prefeitos devem seguir o modelo federal, respeitando o princípio da simetria e a separação dos poderes; • São de inciativa privativa dos Judiciário as leis sobre as matérias de seu exclusivo interesse, art. 96, II, CF – a iniciativa exclusiva de lei complementar que dispõe sobre o Estatuto da Magistratura é privativa do STF (art. 93, caput); • Em relação aos Tribunais de Contas (art. 73), exercem, ao que couber, as atribuições previstas no art. 96 – propor ao legislativo projetos de lei para a alteração do número de membros, a criação e a extinção de cargos, remuneração dos serviços auxiliares e a fixação do subsídio de seus membros; • Matérias cuja iniciativa de lei regulamentadora privativa da Câmara dos Deputados e do Senado – art. 51 IV e art. 52, XIII; • Cabe privativamente a Câmara e ao Senado a inciativa de lei para a fixação da remuneração de seus respectivos cargos, empregos e funções de seus serviços, observados os parâmetros estabelecidos na lei de diretrizes orçamentárias; • Em nenhuma hipótese citada, a sanção presidencial pode convalidar vício de iniciativa, sendo esse vício formal insanável; PASSO A PASSO 1: Publicação (quem pode propor) • Qualquer deputado ou senador, qualquer comissão da Câmara,do Senado ou do Congresso Nacional, o presidente da República, o Supremo Tribunal Federal, os tribunais superiores, o procurador-geral da República e os cidadãos (iniciativa popular); • Todos os projetos de lei começam a tramitar na Câmara dos Deputados, exceto quando são apresentados por senador ou comissão do senado – nesses casos, começam pelo Senado; • O projeto de lei de iniciativa popular deve ser proposto por pelo menos 1% do eleitorado nacional, distribuído por pelo menos cinco estados. Em cada estado, é preciso haver a assinatura de pelo menos 0,3% dos eleitores. A tramitação é a mesma do projeto de lei ordinária; 2: análise de conteúdo: comissões permanentes • Depois de apresentado, o projeto é distribuído pelo presidente da Câmara dos Deputados para as comissões temáticas que tratam dos assuntos correlatos a ele, até três no máximo. Essas são chamadas “comissão de mérito”, pois analisam o mérito de cada proposta; • A Câmara tem 25 comissões permanentes. Em cada comissão, o projeto é analisado por um relator, que recebe e analisa as sugestões (emendas) dos deputados – ele pode alterar a proposta ou não; • Depois de votado o parecer do relator, o projeto segue para a comissão seguinte; • Se as comissões que analisarão o mérito de determinado projeto forem mais de três, a Câmara dos Deputados cria uma comissão especial para analisar a proposta, para evitar que a tramitação seja muito longa; 3: ANÁLISE DE ADMISSIBILIDADE • As comissões de Finanças e Tributação (CFT) e de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJC) são as últimas a analisar os projetos. • As propostas que criam gastos ou tratam de finanças públicas passam pela CFT, que avalia se estão adequadas ao Orçamento federal. • Todas as propostas passam por último pela CCJC, que avalia se estão de acordo com a Constituição. Essas análises são chamadas de admissibilidade. • Se a CFT ou a CCJC considerarem que a proposta não pode ser admitida, por não estar adequada ao Orçamento ou por ser inconstitucional, ela será arquivada. • Essas duas comissões também podem analisar o mérito dos projetos, caso tenham sido designadas para isso. • A maioria dos projetos em tramitação na Câmara só precisa passar pelas comissões. Ou seja, tem tramitação conclusiva nas comissões. Se forem aprovados por todas elas, vão direto para o Senado – ou para sanção presidencial, se já tiverem passado pelo Senado. Se forem aprovados por algumas e rejeitados por outras, vão para o Plenário; 4: votação no plenário • O quórum (presença mínima) para votar um projeto de lei ordinária é de maioria absoluta, ou seja, 257 deputados. • Para aprovar o projeto, é necessária a maioria simples dos votos, em turno único; • Precisam ser votados no Plenário, entre outros: projetos de lei complementar; de código; de iniciativa popular; de comissão; projetos aprovados pelo Plenário do Senado; projetos em regime de urgência; e projetos que tramitam em caráter conclusivo, mas que tenham recebido pareceres divergentes nas comissões (pela aprovação e rejeição) ou que que tenham sido alvo de recurso para votação em Plenário; 5: destaques • Em geral, os deputados aprovam o texto principal do projeto e “destacam” alguns trechos para votação posterior. Esses trechos são chamados destaques; • Normalmente, essas votações posteriores servem para confirmar ou retirar alguns trechos do texto da proposta. Também podem ser destacadas emendas, para alterar o texto; 6: depois do plenário • Depois da aprovação no Plenário da Câmara, há diversos caminhos possíveis: • Se tiver iniciado a tramitação na Câmara, o projeto segue para o Senado, onde será analisado e votado. Se for alterado, volta para a Câmara, que analisa apenas as alterações, podendo mantê-las ou recuperar o texto original. Em seguida, vai para sanção ou veto do presidente da República; • Se tiver vindo do Senado e for aprovado sem alterações, segue para sanção ou veto do presidente da República. Se for alterado, volta para o Senado, que analisa as mudanças da Câmara, podendo mantê-las ou recuperar o texto original. Em seguida, vai para sanção ou veto do presidente da República; 7: veto • Se o presidente sancionar (ratificar) o projeto, ele se torna lei e é publicado no Diário Oficial da União. Mas o presidente pode vetar uma parte do projeto ou todo ele; • Se vetar alguns trechos, a parte sancionada vira lei, e os vetos voltam para análise do Congresso Nacional (sessão conjunta da Câmara e do Senado); • Se esses vetos forem mantidos, a lei fica como está. Se forem derrubados, os trechos antes vetados passam a integrar a lei;
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