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CAPÍTULO
O que você irá ver nesse capítulo:
11 
1. INTRODUÇÃO AO ESTUDO DA MECÂNICA DOS SOLOS
O solo, além se servir como apoio para as construções, recebendo suas 
cargas, pode também ser usado como material de construção, a exemplo 
dos aterros para base de estradas e as barragens de terra. 
Quando comparado a outros materiais como o aço e o concreto, por 
exemplo, o solo é um material diferenciado. Por ser natural, suas carac-
terísticas variam em função de sua origem e formação, encontrando-se 
tipos diversos para diferentes regiões, sem contar a própria heteroge-
neidade dos maciços terrosos, que já o destaca dos materiais fabricados 
pelo homem. Além disso, o solo não apresenta estrutura contínua, sendo 
Origem e formação 
dos solos 1
Introdução ao estudo da mecânica dos solos
Intemperismo e erosão
Ciclo das rochas
Classificação dos solos quanto à origem e formação
Solos residuais x sedimentares
Solos lateríticos
Solos orgânicos
Solos brasileiros
Textura, estrutura e composição mineralógica dos solos
Textura e estrutura
Composição mineralógica
Quadro esquemático
Quadro resumo
Questões comentadas
Referências bibliográficas
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CAPÍTULO 1
12 
composto por partículas sólidas, ar e/ou água em seus vazios. Seu com-
portamento é regido pelo movimento dos grãos entre si, o que dificulta a 
aplicabilidade das teorias convencionais neste caso.
Foi necessário então que fosse desenvolvida uma ciência específica 
para o estudo dos solos na engenharia, iniciada por Karl Terzaghi. A me-
cânica dos solos baseia-se na mecânica dos sólidos, na maioria das vezes 
simplificando-se a situação estudada para tornar possível o estudo, como 
será visto ao longo dos capítulos seguintes. São necessários, ainda, conhe-
cimentos de geologia, química e física, além de observações de laborató-
rio e campo, que validam as teorias adotadas.
Primeiramente, será tratada a origem dos solos, juntamente com seu 
processo de formação, seguida do estudo da estrutura e classificação dos 
solos em grupos. Conhecendo melhor o material em questão, pode-se 
partir para seu estudo em termos da engenharia propriamente dita, que 
analisa seu comportamento para as diferentes situações impostas nas 
obras.
Antes de dar início ao estudo da origem e formação dos solos é neces-
sária a definição de solo e rocha do ponto de vista da engenharia, visto 
que o conceito de solo pode ter diferentes conotações para cada área do 
conhecimento. Na geotecnia é adotada a da NBR 6502/95 - Solos e rochas, 
que o define como “material proveniente da decomposição das rochas 
pela ação de agentes físicos ou químicos, podendo ou não ter matéria or-
gânica”. 
A mesma norma define rocha como “Material sólido, consolidado e 
constituído por um ou mais minerais, com características físicas e mecâni-
cas específicas para cada tipo”. A rocha que origina certo solo é chamada 
de rocha-mãe.
2. INTEMPERISMO E EROSÃO
O processo de transformação de rocha em solo ocorre graças aos pro-
cessos intempéricos, resultantes da dinâmica externa da Terra e responsá-
veis pelas modificações físicas e químicas do material rochoso que aflora 
na superfície terrestre. O intemperismo pode ser de origem física, quí-
mica ou biológica, como descrito na tabela 1.1, e, segundo Toledo et al. 
(2009), é influenciado pelo relevo (do qual dependem a infiltração e dre-
ORIGEM E FORMAÇÃO DOS SOLOS
13 
nagem da água), fauna e flora locais (remobilização do material e matéria 
orgânica para as reações químicas), resistência da rocha ao desgaste e do 
tempo de exposição a estes agentes, além do fator mais relevante, o clima, 
através da temperatura e precipitação.
Tabela 1.1 – Tipos de intemperismo
Intemperismo Descrição Exemplos
Químico
Decomposição dos minerais 
que compõem a rocha através 
de reações químicas.
Hidratação, carbonatação e 
hidrólise.
Físico
Desintegração física e mecâni-
ca das rochas, sem a alteração 
química dos elementos que a 
compõem.
Variações de temperatura, 
alívio de pressões, congela-
mento, cristalização de sais.
Biológico
Decomposição da rocha pela 
ação de seres vivos.
Esforço mecânico provocado 
pelas raízes de árvores ou 
substâncias liberadas por bac-
térias ou fungos que reagem 
com seus componentes.
Os diferentes tipos de intemperismo ocorrem simultaneamente; o in-
temperismo físico reduz o tamanho das partículas, enquanto o químico 
e biológico provocam a alteração física da rocha e de suas propriedades 
químicas. Assim, quanto mais exposto às intempéries na superfície, mais 
modificações o solo sofrerá, logo o solo superficial é mais intemperizado 
e o mais profundo, menos.
Já a erosão, cujo conceito é habitualmente confundido com o de intem-
perismo, consiste no processo de desgaste, transporte e deposição (sedi-
mentação) do material. Portanto, o intemperismo é parte deste processo. 
A erosão linear pode ser classificada de acordo com sua intensidade: os 
sulcos são identificados pelas marcas feitas pela água que percorre o solo; 
as ravinas são cavidades maiores abertas no terreno; e as mais profundas 
são as voçorocas (ou boçorocas), que podem atingir o lençol freático.
CAPÍTULO 1
14 
Figura 1.1 – Sulcos, ravinas e voçorocas (adaptado de Karmann, 2009)
Figura 1.2 - Exemplos de ravinas (a) e voçoroca 
(b) (Culturamix, 2013) 
3. CICLO DAS ROCHAS
Na natureza ocorre o processo contínuo de formação de rochas e so-
los através do ciclo das rochas (ou ciclo rocha-solo). A rocha é formada, e, 
quando exposta às intempéries da superfície, sua estrutura é quebrada 
e a mesma sofre alterações químicas e em sua mineralogia, formando os 
solos. A deposição dos solos em camadas provoca um aumento de tem-
peratura e pressão, ligando seus grãos, resultando na formação de rochas 
sedimentares. Em outras palavras, os sedimentos sofrem um conjunto de 
processos físicos e químicos, chamado de diagênese, que resulta na for-
mação das rochas.
ORIGEM E FORMAÇÃO DOS SOLOS
15 
As rochas metamórficas surgem como resultado do contínuo aumen-
to de temperatura e pressão, o que pode ocorrer tanto com as rochas se-
dimentares como com as rochas ígneas. Acontece em diferentes graus: 
quanto maior a profundidade, maiores a temperatura e pressão, resultan-
do em maiores mudanças de textura e composição mineralógica.
As rochas ígneas são as formadas pelo resfriamento do magma terres-
tre e dividem-se em duas categorias: rochas ígneas extrusivas (ou vulcâ-
nicas), que são a formadas na superfície terrestre, através do resfriamento 
brusco do magma, que origina rochas pouco cristalizadas (os minerais 
não tem tempo o suficiente se desenvolver antes da cristalização, ou seja, 
da união dos componentes na massa rochosa) como o basalto; ou rochas 
ígneas intrusivas (ou plutônicas), quando o magma é resfriado lentamen-
te no interior da Terra, gerando rochas bem cristalizadas (os minerais têm 
tempo de se desenvolver antes da cristalização), a exemplo do granito.
Figura 1.3 – Exemplos de rochas: arenito, sedimentar (a), mármore, metamórfica (b) 
e granito, ígnea (c) (Press et al., 2006)
(a ) (b) (c)
CAPÍTULO 1
16 
Figura 1.4 – Ciclo das rochas (Além das aulas, 2015)
4. CLASSIFICAÇÃO DOS SOLOS QUANTO À ORIGEM E 
FORMAÇÃO
Os solos podem ser agrupados a partir de diferentes critérios, como 
será visto no capítulo 3. Aqui, será tratada a divisão de acordo com o pro-
cesso de origem e formação. 
4.1 Solos residuais x sedimentares
A depender do seu processo de formação, o solo pode ser residual, se 
permanecer em seu local de formação, ou sedimentar, se tiver sido trans-
portado.
A ocorrência dos solos residuais depende da velocidade de decom-
posição da rocha-mãe, que deve ser maior que a velocidade de transporte 
por agentes externos. O clima quente e úmido típico de regiões tropicais 
ORIGEM E FORMAÇÃO DOS SOLOS
17 
favorece as reações químicas para a intemperização da rocha-mãe, po-
dendo ser encontradas camadas muito espessas (da ordem de dezenas de 
metros) de solo residual em condições de relevo favoráveis.Suas características são herdadas da rocha-mãe, sendo guardadas suas 
estruturas reliquiares no solo residual jovem. O solo residual maduro já se 
apresenta em tal nível de intemperização que já não guarda mais as carac-
terísticas do material de origem, sendo facilmente confundido com o solo 
coluvionar (transportado), que costuma cobrir o maciço residual.
Trata-se de um solo heterogêneo, cujas propriedades podem variar 
para diferentes pontos (nas direções horizontal e vertical), podendo-se 
encontrar diferentes granulometrias, colorações, composições mineraló-
gicas, pesos específicos, resistências etc. Apresentam grãos angulosos, di-
ferentemente dos sedimentares, cujo transporte torna-os arredondados. 
Fazendo-se um corte no solo podem-se visualizar todas as camadas do 
perfil, de acordo com o grau de intemperismo:
Figura 1.5 - Camadas de um solo residual
CAPÍTULO 1
18 
Tabela 1.2 – Camadas de um perfil de solo residual
Camada Características
Solo residual maduro
Solos mais homogêneos e que já não guardam as características da 
rocha-mãe. Material mais intemperizado.
Solo residual jovem (ou sa-
prolito/solo saprolítico)
Matriz de solo com alguns blocos de rocha alterada (matacões). Ain-
da guarda as características da rocha-mãe. Solo mais heterogêneo.
Rocha alterada
Camada pouco intemperizada, com alguns pontos de solo. Rocha 
fraturada.
Rocha sã Rocha formadora (ou rocha-mãe), não intemperizada.
Já os solos sedimentares são divididos de acordo com o agente de 
transporte:
Tabela 1.3 – Solos sedimentares de acordo com o agente de transporte
Tipo Características
Solos aluvionares
Solos transportados pela água, cuja textura dependerá da velocidade. 
Divididos em pluviais, fluviais e marinhos.
Solos eólicos
O agente de transporte é o vento. Ocorre com os solos mais finos, já 
que os grãos maiores são mais pesados. Assim, possuem uma granulo-
metria aproximadamente uniforme.
Solos coluvionares
Transportados pela ação da gravidade, costumam ser heterogêneos, já 
que esta age em partículas de diversos tamanhos. No caso dos mate-
riais acumulados no pé encostas (predominando os blocos e lascas de 
rocha), dá-se o nome de tálus.
Solos glaciais
Comuns em regiões temperadas, são formados pelos deslocamentos 
das geleiras e pela ação da gravidade.
4.2 Solos lateríticos
Os solos de evolução pedogênica são resultado de transformações fí-
sico-químicas em seu local de formação ou deposição. Nesta categoria, 
englobam-se os solos lateríticos, típicos de regiões tropicais, cuja ação 
alternada de períodos de altas temperaturas com chuvas intensas geram 
materiais de fração argila composta por argilominerais do grupo da cau-
linita e rica em óxidos e hidróxidos de ferro e alumínio, que os proporcio-
nam sua coloração avermelhada.
ORIGEM E FORMAÇÃO DOS SOLOS
19 
Estes solos geralmente se apresentam em campo com alto índice de 
vazios e não saturados, porém, quando compactados apresentam alta ca-
pacidade de suporte, sendo comumente usados em obras rodoviárias no 
Brasil.
4.3 Solos orgânicos
Como insinua o nome, os solos orgânicos são ricos em matéria orgâ-
nica, fruto da decomposição de plantas e animais. São identificados em 
campo por sua coloração escura e um odor forte característico. Apresen-
tam alta compressibilidade e baixa capacidade de suporte. 
No Brasil, em regiões litorâneas e margens de rios e lagos, podem ser en-
contradas as turfas, que se destacam pela presença de restos vegetais. São 
solos com grande capacidade de absorção de água e muito deformáveis.
4.4 Solos brasileiros
Como o Brasil se situa em uma região tropical úmida, o clima é um fa-
tor dominante em sua formação. Há diversos tipos de solos no país, que 
foram divididos em 14 grandes grupos pela EMBRAPA (Empresa Brasileira 
de Pesquisa Agropecuária), levando em conta as características morfoló-
gicas como: textura, estrutura, cor, espessura de horizontes, características 
químicas, físicas e mineralógicas.
Tabela 1.4 – Tipos de solos brasileiros de acordo com a EMBRAPA (Toledo et al., 2009)
Solo Características
Neossolo
Solo pouco evoluído, com ausência de horizonte B. Predominam as característi-
cas herdadas do material original.
Vertissolo
Solo com desenvolvimento restrito; apresenta expansão e contração pela 
presença de argilas 2:1 expansivas.
Cambissolo Solo pouco desenvolvido, com horizonte B incipiente.
Chernossolo
Solo com desenvolvimento médio; atuação de processos de bissialitização, 
podendo ou não apresentar acumulação de carbonato de cálcio.
CAPÍTULO 1
20 
Solo Características
Luvissolo
Solo com horizonte B de acumulação (B textural), formado por argila de ativi-
dade alta (bissialitização); horizonte superior lixiviado.
Alissolo
Solo com horizonte B textural, com alto conteúdo de alumínio extraível; solo 
ácido.
Argissolo
Solo bem evoluído, argiloso, apresentando mobilização de argila da parte mais 
superficial.
Nitossolo
Solo bem evoluído (argila caulinítica - oxi-hidróxidos), fortemente estruturado 
(estrutura em blocos), apresentando superfícies brilhantes (cerosidade).
Latossolo
Solo altamente evoluído, laterizado, rico em argilominerais 1:1 e oxi-hidróxidos 
de ferro e alumínio.
Espodossolo
Solo evidenciando a atuação do processo de podzolização; forte eluviação de 
compostos aluminosos, com ou sem ferro; presença húmus ácido.
Planossolo
Solo com forte perda de argila na parte superficial e concentração intensa de 
argila no horizonte subsuperficial.
Plintossolo
Solo com expressiva plintitização (segregação e concentração localizada de 
ferro).
Gleissolo
Solo hidromórfico (saturado em água), rico em matéria orgânica, apresentando 
intensa redução dos compostos de ferro.
Organossolo Solo essencialmente orgânico; material original constitui o próprio solo.
5. TEXTURA, ESTRUTURA E COMPOSIÇÃO 
MINERALÓGICA DOS SOLOS
Como afirma Pinto (2006), a primeira diferença entre os solos a se no-
tar é o tamanho dos grãos. A textura de um solo é dada pelo tamanho e 
distribuição dos seus grãos, podendo-se observar partículas de diversos 
tamanhos. No Brasil, é adotada a divisão proposta pela NBR 6502/95, que 
será apresentada no capítulo 3. Na mecânica dos solos separam-se as fra-
ções grossa (pedregulho e areia) e fina (silte e argila) do solo pela abertura 
de 0,074 mm (ou 0,075) da peneira nº 200.
A estrutura do solo é formada pelo arranjo dos seus grãos, o que irá in-
fluenciar seu comportamento, assim como sua composição mineralógica, 
herdada da rocha-mãe.
ORIGEM E FORMAÇÃO DOS SOLOS
21 
5.1. Textura e estrutura
5.1.1. Solos grossos
Engloba os pedregulhos e areias. A maioria das suas partículas é visível 
a olho nu, sendo também chamado de solos granulares. As forças gravita-
cionais, que os proporcionam arranjos mais simples, definem seu compor-
tamento mecânico e hidráulico, que está condicionado principalmente à 
sua compacidade. Seus grãos podem apresentar formato angular ou arre-
dondado. O que influencia diretamente seu comportamento mecânico (já 
que nesse tipo de solo predominam as forças de contato), que depende 
do arranjo das partículas de um solo. Assim, dois solos com as mesmas 
proporções de tamanho de partículas não necessariamente apresentarão 
o mesmo comportamento, já que cada um terá seu arranjo. 
Figura 1.6 – Partículas arredondadas (a) e angulares (b) (Holtz and Kovacs, 1981)
(a)
(b)
CAPÍTULO 1
22 
5.1.2. Solos finos
Os siltes e argilas são solos finos, o primeiro sendo considerado como uma 
transição entre as areias e argilas, é um solo fino com comportamento de-
finido por forças gravitacionais. As argilas têm estrutura definida pela água 
presente no solo e ação das forças de superfície (elétricas e de Van Der Waals).
Seu comportamento é associado à sua consistência e grau de ativida-
de do argilomineral presente em sua estrutura. Os argilominerais são en-
contrados, em sua maioria, na fração argila do solo, podendo também ser 
vistos na fração silte, influenciando o comportamento de ambas. Não é 
possívelobservar suas partículas a olho nu e seus grãos apresentam for-
mato lamelar (duas das suas dimensões são consideravelmente maiores 
que a terceira).
Sua estrutura é resultado das forças de atração e repulsão que ocorrem 
quando há proximidade entre as partículas. As forças de atração se devem 
às ligações secundárias que atraem materiais próximos e forças de Van 
Der Waals, enquanto as de repulsão surgem por conta das suas cargas elé-
tricas negativas, quando há contato entre as camadas duplas. Como con-
sequência, a estrutura dos solos argilosos pode ser floculada, quando as 
partículas apresentam contato face-aresta ou dispersa, quando o contato 
é face-face. Apresentam macroporos e microporos em sua estrutura, cujos 
espaços vazios podem ser preenchidos por água.
ORIGEM E FORMAÇÃO DOS SOLOS
23 
Figura 1.7 – Estruturas floculada (a) e (b) e dispersa (c) (Pinto, 2006)
5.2. Composição mineralógica
Os solos grossos são formados por aglomerações de diferentes mine-
rais, sendo mais comum a ocorrência de um único. São formados basica-
mente por silicatos, entre eles o feldspato, quartzo, mica, calcita e gibsita. 
São encontrados frequentemente minerais do grupo do feldspato, co-
nhecido como o mineral mais atacado da natureza; do quartzo (único mi-
neral que não se decompõe), que gera solos predominantemente areno-
sos; e da mica (biotita – mica preta, e muscovita – mica branca são os mais 
comuns), lembrados por seu brilho e facilidade de separação em lâminas 
finas (hábito laminar), e de baixa resistência a depender do seu grau de al-
teração, além de ser útil para isolamentos térmicos e elétricos (muscovita).
Como os solos arenosos apresentam baixa ou nenhuma cimentação 
(ou coesão, que funciona como uma cola entre os grãos), e geralmente 
apresentam alta permeabilidade (o que facilita o carreamento das partícu-
las pela água) estes serão erodidos com mais facilidade que os argilosos.
Os siltes podem ser formados por diferentes minerais em diversos es-
tados de alteração, ou seja, sua composição mineralógica é bem diversi-
ficada.
A fração argila se diferencia dos siltes e areias, pois são formados por 
argilominerais. São originados pela decomposição de minerais primá-
rios, como os feldspatos. Como sua fragmentação ocorre com maior faci-
lidade que no quartzo, suas partículas apresentam menores dimensões.
Os argilominerais merecem uma atenção especial, pois apresentam es-
trutura complexa e comportamento diferenciado, principalmente quando 
se trata da presença de água dissolvida (livre). Sua estrutura é composta 
por folhas de tetraedros de silício com átomos de oxigênio dispostos nos 
(a ) (b) (c)
CAPÍTULO 1
24 
vértices (ligação covalente) e octaedros de alumínio com hidroxilas nos 
vértices. 
A estrutura de um argilomineral pode ser formada por uma folha te-
traédrica e uma octaédrica (estrutura 1:1), a exemplo do grupo da caulini-
ta, ou por um octaedro disposto entre duas folhas de tetraedros (estrutura 
2:1), como ocorre nos grupos da esmesctita e ilita. As ligações de folhas 
formam camadas, ligadas nas estruturas 1:1 por pontes de hidrogênio ou 
oxidrilas e nas estruturas 2:1 por cátions.
Figura 1.8 – Exemplos de estrutura 1:1 - caulinita (a) e 2:1 - 
ilita (b) (adaptado de Craig, 2004)
As ligações entre camadas da caulinita são mais fortes que as dos ar-
gilominerais com estrutura 2:1, resultando em partículas de tamanhos 
consideravelmente maiores e, consequentemente, menores superfícies 
específicas (área de todas as partículas de um conjunto em uma unidade 
de massa. É inversamente proporcional ao tamanho das partículas). Os ar-
gilominerais do grupo das esmectitas, por exemplo, apresentam superfí-
cies específicas consideravelmente maiores que os do grupo da caulinita.
O comportamento dos argilominerais é diversificado e dependerá da 
sua estrutura química. Os grupos de argilominerais mais vistos na nature-
za são os da caulinita, ilita e esmectita.
(a) (b)
ORIGEM E FORMAÇÃO DOS SOLOS
25 
Atividade
• Caulinita: formada por silicatos hidratados de alumínio. A ligação 
entre suas camadas, realizada por pontes de hidrogênio, é relativa-
mente forte, impedindo a passagem de água para o interior de sua 
estrutura. Assim, é o grupo mais estável em presença de água, apre-
sentando baixa atividade. Sua estrutura é 1:1.
• Ilita: unidade fundamental formada por três folhas, com estrutura 
2:1. O potássio é o responsável pela ligação de suas camadas, que é 
mais estável que no caso da esmectita, apresentando menor ativida-
de que esta, mas maior que a caulinita.
• Esmectita: a união entre suas camadas é fraca, facilitando a entrada 
de água. Devido a sua maior superfície específica e maior disponi-
bilidade de cargas elétricas superficiais, solos com alto teor de argi-
lominerais deste grupo (a exemplo da montmorilonita) são de alta 
atividade, se expandindo na presença de água e contraindo quando 
secos. Estrutura também 2:1. 
26 
QUADRO ESQUEMÁTICO
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27 
QUADRO RESUMO
Palavras-chave Descrição
Rocha-mãe Rocha a partir da qual foi originado um solo.
Intemperismo
Conjunto de processos físicos, químicos e biológicos sofridos por 
uma rocha, resultando em sua decomposição.
Erosão
Processo de desgaste, transporte e deposição do material rochoso 
e terroso. Responsável pelo modelamento da superfície terrestre.
Rochas sedimentares
Rochas formadas por sedimentos (que podem incluir matéria or-
gânica).
Rochas metamórficas
Rochas que surgem da alteração de rochas pré-existentes, quando 
alteradas as condições às quais estão submetidas.
Rochas ígneas
Também chamadas de rochas magmáticas, são formadas pela soli-
dificação do magma.
Solos residuais
Solos que, depois de formados, permanecem em seu local de 
origem.
Solos sedimentares Solos que foram transportados do seu local de origem.
Solos lateríticos
Solos de evolução pedogênica típico de regiões tropicais, rico em 
óxidos e hidróxidos de ferro e alumínio.
Textura
Distribuição dos tamanhos e formas das partículas que formam um 
solo.
Estrutura
Agrupamento ou arranjo dos grãos, formando uma configuração 
específica.
Minerais
Partículas sólidas, resultantes de processos físico-químicos, que 
integram as rochas e solos. Possuem estrutura ordenada, formato 
e composição química específica. Minerais primários: compostos 
cristalinos (estrutura interna ordenada) pertencentes a vários com-
postos químicos. Minerais secundários: formados pela alteração de 
minerais primários. 
Argilominerais
Minerais secundários resultantes da alteração de minerais primá-
rios, compostos basicamente por silicatos hidratados de alumínio.
28 
QUESTÕES COMENTADAS
01 (ENGENHEIRO CIVIL – TRF 2ª REGIÃO – CONSULPLAN - 
2017) 
Os solos apresentam-se, quanto à sua formação, de formas variáveis e o 
uso possível para estes solos dependem de um bom entendimento do 
contexto geológico da área do projeto. Quanto à formação dos solos, assi-
nale a alternativa INCORRETA.
 Ⓐ Em geral, os intemperismos químicos e físicos ocorrem conjuntamente.
 Ⓑ O intemperismo químico causa tanto a redução de tamanho como a 
alteração química da rocha-mãe.
 Ⓒ Solos residuais, também chamados de solos fluviais, são aqueles trans-
portados por rios ou cursos d’água.
 Ⓓ O intemperismo físicodos solos envolve a redução de tamanho sem 
que haja alteração da composição original da rocha mãe.
GRAU DE DIFICULDADE
Alternativa A: CORRETA. Os intemperismos físico e químico costumam 
ocorrer simultaneamente, uma vez que os processos na natureza ocorrem 
incessantemente e ao mesmo tempo. Uma rocha pode ser decomposta 
pela ação conjunta de uma variação de temperatura (intemperismo físico) 
e hidratação (intemperismo químico, ocorre quando a presença de água 
causa a expansão de certos minerais componentes da rocha, fraturando-
-a), por exemplo. 
Alternativas B e D: CORRETAS. O intemperismo físico apenas desa-
grega as partículas, sem alteração dos componentes químicos da rocha, 
sendo esta uma função do intemperismo químico, que quebra a estrutura 
química da rocha de origem, formando outros minerais.
Alternativa C: INCORRETA. Os solos residuais são os que permanecem 
no seu local de origem. Os solos fluviais são classificados como sedimen-
tares (ou transportados). 
02 (ENGENHEIRO CIVIL – AERONÁUTICA – EAOEAR – 2017) 
Segundo a classificação dos solos, qual é o tipo de solo em que a deterio-
ração da rocha é mais rápida que o transporte de suas partículas?
29 
QUESTÕES COMENTADAS
 Ⓐ Eólico
 Ⓑ Residual
 Ⓒ Aluvionar
 Ⓓ Sedimentar
GRAU DE DIFICULDADE
Alternativas A, C e D: INCORRETAS. Os solos citados nas letras A e C são 
sedimentares, sujeitos a diferentes agentes de transporte (vento e água, 
respectivamente). Os depósitos de solos sedimentares são formados pelo 
transporte de suas partículas através de diferentes agentes, ou seja, a de-
terioração da rocha é mais lenta que o transporte de suas partículas.
Alternativa B: CORRETA. Nos solos residuais, a deterioração das partícu-
las é mais rápida que o seu transporte, o que é muito comum em regiões 
tropicais, cujo clima quente e úmido favorece as reações químicas para o 
desgaste do material rochoso.
03 (PROFESSOR/ENGENHARIA CIVIL – IFTO – 2017) 
Em relação à classificação dos solos, é incorreto afirmar.
 Ⓐ Solos residuais são originados do processo de intemperização de ro-
chas pré-existentes, no qual ele se encontra sobre a rocha que lhe deu 
origem.
 Ⓑ Nas regiões tropicais, os solos encontrados são os lateríticos, saprolíti-
cos e transportados.
 Ⓒ Solo laterítico é típico da evolução de solos em clima quente, com regi-
me de chuvas moderadas a intensas. Apresenta elevada concentração de 
ferro e alumínio na forma de óxidos e hidróxidos, motivo de sua coloração 
avermelhada.
 Ⓓ Solos coluvionares são solos transportados pela gravidade, pela água 
dos rios e pelo vento.
 Ⓔ A fração argila dos solos lateríticos é constituída de argilominerais do 
grupo das caulinitas e de óxidos e hidróxidos de ferro e/ou alumínio, o que 
confere a estrutura poros e agregações altamente estáveis.
GRAU DE DIFICULDADE
30 
QUESTÕES COMENTADAS
Alternativa A: CORRETA. Como o solo residual permanece em seu lo-
cal de origem, este cobre a sua rocha-mãe, se apresentando em camadas, 
sendo a mais próxima à superfície a mais intemperizada.
Alternativa B: CORRETA. Além dos solos residuais, os transportados 
também são encontrados nas regiões tropicais, normalmente cobrindo o 
solo residual.
Alternativas C e E: CORRETAS. As afirmativas estão certas. A estabilida-
de do solo laterítico o torna uma boa opção para base de estradas, muito 
usado no Brasil.
Alternativa D: INCORRETA. Os solos coluvionares são os transportados 
apenas pela ação da gravidade. Os solos transportados pela água dos rios 
são os aluvionares (fluviais) e os transportados pelo vento são os eólicos.
04 (PERITO CRIMINAL/ENGENHARIA CIVIL – SDS/PE – CESPE – 2016) 
A decomposição de rocha por ações físicas e químicas
 Ⓐ Não influencia as propriedades do solo de origem.
 Ⓑ Produz solo com características de argila com alta plasticidade, caso a 
rocha seja constituída predominantemente por quartzo.
 Ⓒ Produz solo classificado, pela origem, como aluvionar, caso ele se apre-
sente, na natureza, em horizontes com grau de intemperização decres-
cente.
 Ⓓ Intensifica-se em regiões de climas tropicais, como é o caso do Brasil.
 Ⓔ Produz solo considerado bem graduado, cuja granulometria apresenta 
partículas predominantemente com mesmo diâmetro.
GRAU DE DIFICULDADE
Alternativa A: INCORRETA. As propriedades do solo de origem serão 
influenciadas pelos intemperismos químico e físico.
Alternativa B: INCORRETA. Rochas constituídas predominantemente 
por quartzo geram solos predominantemente arenosos.
Alternativa C: INCORRETA. O solo que se apresenta na natureza em ho-
rizontes com grau de intemperização crescente é o residual.
Alternativa D: CORRETA. As altas temperaturas e chuvas intensas do cli-
ma tropical contribuem para a decomposição das rochas.
Alternativa E: INCORRETA. O solo produzido apresentará grãos de di-
ferentes diâmetros. Além disso, o solo bem graduado é o que apresenta 
31 
QUESTÕES COMENTADAS
grãos de diversos diâmetros, no qual os grãos menores cobrem os espaços 
entre os maiores, proporcionando a este melhor desempenho, como se 
verá no capítulo 3.
05 (ENGENHEIRO CIVIL – DPE/SP – FCC – 2010) 
Considerando a influência da argila e suas propriedades físicas na consti-
tuição do solo, é correto afirmar que:
 Ⓐ Solos argilosos são favoráveis à ocorrência de erosão, ao contrário dos 
solos siltosos que se agregam facilmente a outros minerais por terem par-
tículas pequenas e finas, que favorecem a agregação, aumentando sua 
resistência à erosão.
 Ⓑ Argilas que adsorvem água na sua estrutura reduzem de volume, o que 
melhora a coesão dos materiais e a agregação do aterro.
 Ⓒ Solos siltosos e micáceos são favoráveis à execução dos procedimentos 
de terraplenagem, devido à presença dos minerais laminares associados 
às argilas expansivas.
 Ⓓ Solos lateríticos apresentam elevada resistência a erosão, devido à ele-
vada coesão argolo-minerais e também pela presença de óxidos de ferro 
e alumínio que funcionam como cimento.
 Ⓔ A coesão é resultante de forças internas, de natureza mecânica, e do 
distanciamento entre os grãos − quanto maior mais coeso, sendo ainda 
diminuída com o aumento da umidade.
GRAU DE DIFICULDADE
Alternativa A: INCORRETA. Solo argilosos, que possuem grãos meno-
res, o que favorece a agregação, resistem mais à erosão que os siltosos.
Alternativa B: INCORRETA. Argilas que adsorvem água (o que depen-
derá do argilomineral presente) se expandem.
Alternativa C: INCORRETA. Os solos siltosos e micáceos apresentam 
baixa resistência mecânica, não sendo favoráveis aos procedimentos de 
terraplenagem.
Alternativa D: INCORRETA. A cimentação presente nos solos lateríticos, 
que funciona como uma espécie de cola, proporciona boa resistência à 
erosão.
32 
QUESTÕES COMENTADAS
Alternativa E: CORRETA. A coesão é favorecida pela aproximação dos 
grãos, e não pelo distanciamento.
06 (ENGENHEIRO CIVIL – IFPI – 2012) 
Com relação à origem e formação dos solos, analise as assertivas abaixo:
I. Os solos são formados a partir da decomposição da rocha mater, por 
desintegração mecânica ou decomposição química, sendo que esses 
processos atuam simultaneamente;
II. Os Siltes são formados a partir da decomposição química da rocha 
mater, sendo a hidratação e a carbonatação, juntamente com a água, 
os principais agentes de decomposição;
III. Independente do processo de formação dos solos (desintegração 
mecânica ou decomposição química), em nenhum dos casos há alte-
ração química ou mineralógica da rocha de origem;
IV. As argilas representam o último produto do processo de decompo-
sição química.
Estão corretos os itens:
 Ⓐ II e III
 Ⓑ I, II e III
 Ⓒ I, III e IV
 Ⓓ II e IV
 Ⓔ I e IV
GRAU DE DIFICULDADE
Assertiva I: CORRETA. Os solos são formados pela desintegração me-
cânica (física) e química da rocha-mãe. O intemperismo biológico age de 
forma a facilitar os processos citados.
Assertiva II: INCORRETA. Um solo é siltoso pela granulometria, inde-
pendentemente da composição mineralógica. Além disso, a hidratação e 
a carbonatação são processos de decomposição,sendo o agente a água.
Assertiva III: INCORRETA. No processo de formação dos solos, as com-
posições química e mineralógica da rocha-mãe são modificadas.
33 
QUESTÕES COMENTADAS
Assertiva IV: CORRETA. As argilas são o último produto da decompo-
sição química, pois apresentam os menores grãos, sendo necessária uma 
maior quebra do material rochoso para serem obtidas.
Resposta: E.
07 (ENGENHEIRO CIVIL – MPE/SP – VUNESP – 2016) 
As voçorocas são o estágio mais avançado da erosão linear, que ocorre 
com o aprofundamento das ravinas até a interceptação do lençol freático 
e as camadas ainda mais inferiores, intensificando a velocidade de carre-
amento de partículas do solo. Entre os tipos de solos mais propensos ao 
desenvolvimento desse processo erosivo, estão:
 Ⓐ os organossolos
 Ⓑ os solos litólicos
 Ⓒ as areias quartzosas
 Ⓓ os solos aluviais
 Ⓔ os luvissolos
GRAU DE DIFICULDADE
Alternativas A, B D e E: INCORRETAS. Ver comentário na alternativa C.
Alternativa C: CORRETA. As areias quartzosas são mais propensas a 
voçorocas por não apresentarem (ou apresentarem quase insignificante) 
coesão, o que as torna mais susceptíveis ao intemperismo e à erosão. Os 
organossolos (solos orgânicos) estão geralmente cobertos por vegetação, 
que protege o solo da erosão, os solos litólicos são apresentam blocos de 
rocha, o que os tornam mais resistentes à formação de voçorocas, enquan-
to os aluviais (transportados por água corrente) podem ser qualquer tipo 
de solo, podendo apresentar susceptibilidade à erosão ou não. Os luvis-
solos são constituídos por material mineral, sendo solo argiloso de alta 
atividade apresentando cimentação, o que exclui esta alternativa.
34 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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S.; Brito, S. N. A. (ed.). São Paulo: ABGE, 1998. 
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Rio de Janeiro, 1995. 
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Jersey. 1981.
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Solos I. Universidade Federal da Bahia.
10. PINTO, C. S. Curso Básico de Mecânica dos Solos. 367 f. 3ª Ed. São Pau-
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11. PRESS, F.; GROTZINGER, J.; SIEVER, R.; JORDAN, T. H. Para Entender a Ter-
ra. Tradução: MENEGAT, R. (coord.). 4a edição. Porto Alegre: Bookman, 
2006.
12. TOLEDO, M. C. M.; OLIVEIRA, S. M. B.; MELFI, A. J. Intemperismo e for-
mação do solo. In: Teixeira, W. et al. (coord.). Decifrando a Terra. 2ª ed. 
São Paulo: Companhia Editora Nacional, 2009.

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