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PARECER ARTICULADO

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PARECER ARTICULADO – M2
Juvenal possui um sítio de 60.000 m², distribuídos em 200m de frente e 300m da frente aos fundos, com localização na região metropolitana de São Paulo. Na propriedade, reside com sua família e com ela produz hortaliças para vender na feira da cidade. A divisa lateral com a propriedade de Francisco tem um riacho de 1m de largura, e do outro lado, com a propriedade de Manoel, é definida com árvores de reflorestamento. Aos fundos, a divisa é feita por mourões de cimento e possui 2/5 da propriedade de Reserva Legal.
A residência de Juvenal, o galpão e o pequeno pomar juntos ocupam 3.000m², situados próximos à entrada do sítio, sendo abastecidos com água de poço raso, que supre também limpeza e a arrumação das hortaliças destinadas à venda, estas ocupam cerca de 2/5 da propriedade e a irrigação é feita por bombeamento da água do riacho.
Primeiramente, é importante que se esclareça quanto à necessidade de providenciar certos documentos, tais como o Cadastro Ambiental Rural (CAR), sendo este obrigatório, conforme preceitua o artigo 29 do Código Florestal (Lei nº 12.651/2012) e artigo 2º, II do Decreto 7.830/2012, consistindo em um registro eletrônico (Sistema de Cadastro Ambiental Rural – SICAR), de abrangência nacional junto ao órgão competente no âmbito do SISNAMA, a fim de integrar informações ambientais de imóveis rurais, construindo um banco de dados para controle, monitoramento, planejamento ambiental e econômico e combate ao desmatamento.
Embora não seja obrigatório, recomenda-se a instituição do Programa de Regularização Ambiental (PRA), que se trata de um conjunto de ações que visam regularizar, recuperar ou compensar Áreas de Preservação Permanente, Reserva Legal ou Uso Restrito, conforme o artigo 9º, caput do Decreto 7.830/12. Seus instrumentos estão dispostos no parágrafo único deste artigo, sendo:
a) inscrição no CAR (condição obrigatória);
b) o termo de compromisso, que se trata de um documento de adesão formal do PRA que contém os compromissos de manter, recuperar ou recompor as áreas em questão;
c) o Projeto de Recomposição de Áreas Degradadas e Alteradas, sendo este um instrumento de planejamento das ações de recomposição contendo metodologias, cronograma e insumos;
d) Cotas de Reserva Ambiental (CRA), quando couber.
O requerimento do PRA traz muitos benefícios ao dono de imóvel rural, pois permite o acesso ao crédito rural garantido e, a partir da assinatura do termo, as sanções ou multas de origem administrativa ficam suspensas, sendo convertidas em serviços de preservação, melhoria e recuperação da qualidade do meio ambiente (artigo 13, parágrafo único do Decreto 7.830/12).
As Cotas de Reserva Ambiental são igualmente recomendadas o seu requerimento, uma vez que, conforme o artigo 44, II do Código Florestal preceitue que é um título nominativo representativo de área com vegetação nativa, existente ou em processo de recuperação correspondente à área de Reserva Legal instituída voluntariamente sobre a vegetação que exceder os percentuais exigidos na Reserva Legal.
Uma vez que o artigo 12, II do Código Florestal estabeleça que a delimitação da Reserva Legal será o equivalente a 20% da área, ou seja, na propriedade de Juvenal, o equivalente a 12.000 m². E considerando que a RL do sítio ocupa 2/5 da extensão, resultando que estão reservados 24.000 m², dando possibilidade para o requerimento de CRA.
Como a área de APP seria o equivalente a 9.000 m² que, somados à área reservada para RL resultariam em 33.000 m², superando, portanto, 50% da área do imóvel. Desta forma, podendo ser aplicado o artigo 15 do Código Florestal que dispõe ser admitido o cômputo da APP na RL, desde que não implique na conversão para o uso alternativo do solo, a área a ser convertida deve estar conservada ou em processo de conservação, isto é, com instituição do PRA, e o proprietário deve ter incluído seu imóvel no CAR.
Ademais, Juvenal precisará da outorga do uso da água, preceituada no artigo 12 da Lei nº 9.433/97 (Política Nacional de Recursos Hídricos), tanto pela captação da água do riacho, pois a finalidade é a irrigação, se tratando de insumo de processo produtivo, quanto pelo uso da água do poço, pois utiliza para a arrumação das hortaliças destinadas à venda, embora o §1º, I do mesmo artigo verse que independem de outorga o uso destinado à satisfação das necessidades básicas. Ora, mesmo que Juvenal utilize a água do poço para tais funções, nelas se inclui função diversa (o arranjo dos vegetais para comercialização).
Juvenal, na hipótese de não incorporar a APP na RL, tem 12.000m² a mais da exigência mínima de RL, isto significa que pode instituir servidão ambiental a algum de seus vizinhos, se necessitarem. A servidão ambiental poderá ser onerosa ou gratuita, temporária ou perpétua (art. 9º-B da PNMA), devendo ser averbado na matricula dos imóveis envolvidos, o contrato de alienação, cessão ou transferência (art. 9º-C da PNMA), juntamente do termo de sua instituição.

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