Buscar

Aula+12+-+Ordem+econômica+internacional+(2)

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 19 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 19 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 19 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Seção 3.4 - Ordem econômica internacional
Profa. Me. Lais Giovanetti
RESUMINDO
Na Seção 3.1, tratamos dos fundamentos e objetivos da ordem econômica, da política urbana, da política agrícola fundiária e da reforma agrária, bem como do sistema financeiro nacional. Em seguida, na Seção 3.2, verificamos as imperfeições do liberalismo, o papel do Estado como agente regulador da economia e suas funções de legitimação e repressão, com objetivo de preservação do sistema capitalista. Posteriormente, na Seção 3.3, estudamos os princípios explícitos da ordem econômica, previstos nos incisos do art. 170 da CF/1988, e os princípios implícitos, decorrentes da interpretação do texto constitucional. Agora, na Seção 3.4, vamos estudar a ordem econômica internacional e sua relação com a soberania, verificando, ainda, a atividade econômica internacional, organizações, acordos relevantes, empresas multinacionais, integração econômica e infrações ao livre-comércio internacional.
A ordem econômica internacional contemporânea está diretamente relacionada às relações econômicas internacionais. É, portanto, importante conhecer o desenvolvimento histórico dos órgãos que regulam e financiam a atividade econômica internacional, além de solucionar litígios e controvérsias no âmbito das relações comerciais. Nesse sentido, você precisa lembrar que a atividade econômica se desenvolve naturalmente, sendo fruto das relações sociais e das necessidades humanas. Por isso, o desenvolvimento tecnológico foi crucial para os mercados, ampliando as fronteiras do comércio.
A partir da expansão das relações econômicas internacionais, os agentes econômicos puderam buscar novos mercados, fora dos limites de seus territórios, gerando “demanda pela regulação da atividade econômica nessa nova perspectiva mundial, o que propõe a criação formal de organismos internacionais e normas de regulação das práticas econômicas internacionais” (DEL MASSO, 2012, p. 296).
Ressalta-se que, desde a Segunda Guerra Mundial, a necessidade de organização e regulação da atividade internacional vem amadurecendo, de maneira que o desenvolvimento econômico equilibrado reduz a possibilidade de conflitos (DEL MASSO, 2012).
Após as atrocidades cometidas na Segunda Guerra Mundial, as relações internacionais foram se tornando cada vez mais reguladas, inclusive no âmbito do comércio. Com isso, busca-se o desenvolvimento equilibrado e sustentável, para que novos conflitos armados não ocorram.
Vamos conhecer os principais elementos da ordem econômic internacional?
A lex mercatoria é um conjunto de normas aplicáveis, decorrentes dos costumes e práticas internacionais, criadas a partir do próprio relacionamento entre os países, possuindo caráter metanacional. Sua aplicação transcende as fronteiras nacionais, sendo importante fonte do Direito, independentemente da existência de regras formais.
No âmbito do Direito Positivo pátrio, destaca-se o art. 4º da CF, que trata dos princípios norteadores das relações internacionais:
Art. 4º A República Federativa do Brasil rege-se nas suas relações internacionais pelos seguintes princípios: I - independência nacional; II - prevalência dos direitos humanos; III - autodeterminação dos povos; IV – não intervenção; V - igualdade entre os Estados; VI - defesa da paz; VII – solução pacífica dos conflitos; VIII - repúdio ao terrorismo e ao racismo; IX - cooperação entre os povos para o progresso da humanidade; X - concessão de asilo político.
Parágrafo único. A República Federativa do Brasil buscará a integração econômica, política, social e cultural dos povos da América Latina, visando à formação de uma comunidade latino-americana de nações.
Como as relações internacionais dependem de normas internacionais, o papel da CF/1988 se limita a apresentar os fundamentos brasileiros nas relações internacionais, manifestando vontade do Estado, que deverá estar de acordo com os tratados celebrados. Logo, é preciso recordar que a ordem internacional é distinta da ordem interna, de maneira que as normas jurídicas tratam apenas das relações sociais no interior do Estado brasileiro.
As operações de câmbio e políticas cambiais também são elementos importantes da atividade econômica internacional, determinando como será a proporção de troca de moedas diferentes (taxas de câmbio) e seu controle, que pode ser fixo ou flutuante.
O fluxo de capitais privados também é relevante, já que a migração do capital pode provocar grandes impactos nas economias, notadamente nos mercados financeiros dos países emergentes, razão pela qual são travadas discussões acerca do controle dos fluxos de capitais externos. Finalmente, destaca-se também a própria regulação do comércio internacional, determinando a dinâmica de possíveis conflitos envolvendo comércio e sistema financeiro. Com isso, o Direito Internacional Econômico é um importante ramo derivado do Direito Econômico e do Direito Internacional, que traz normas estruturantes do comércio internacional, que é bastante dinâmico.
A administração do relacionamento entre os agentes econômicos internacionais é feita pelas organizações internacionais, cada uma no seu âmbito de atuação. Em primeiro lugar, temos a Organização das Nações Unidas - ONU, fundada em 1945.
No comércio internacional, possui relevância a Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento (UNCTAD), que fomenta discussões políticas e desenvolvimento de forma sustentável, além da integração econômica. Tal ente é dotado de personalidade jurídica, sendo vinculado à Assembleia Geral da ONU.
Destacam-se, ainda, a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), que tem como missão o crescimento mundial, o aumento do nível de emprego e a melhoria na qualidade de vida, e o Fundo Monetário Internacional (FMI), criado na Conferência de Bretton Woods de 1944, que visa à promoção do “equilíbrio financeiro internacional, pois a desarmonia e a não expansão às relações econômicas internacionais eram consequência da desorganização financeira mundial” (DEL MASSO, 2012, p. 304). O FMI ficou bastante conhecido nos anos de 1990, com a concessão de empréstimos a países que se comprometiam a agir de acordo com as suas regras, adotando agenda neoliberal, marcada pelas privatizações e responsabilidade fiscal.
Finalmente, temos o Banco Mundial (BIRD), que financia projetos de longo prazo dos países membros do FMI, e o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), que busca o desenvolvimento social e econômico da América, com assistência via capital e cooperação.
Considerando que no plano internacional os acordos são importantes fontes do Direito, você deve conhecer o Acordo de Bretton Woods e o Acordo Geral de Tarifas Aduaneiras e Comércio (GATT). O primeiro foi celebrado ao final da Segunda Guerra Mundial, para cooperação entre os Estados e a reformulação do sistema financeiro internacional. Posteriormente, em 1947, 23 países, inclusive o Brasil, firmaram o GATT, regulando a política aduaneira, baseada no princípio da não discriminação no comércio internacional (cláusula da nação mais favorecida), eliminando-se tratados bilaterais e barreiras alfandegárias. 
Ainda no contexto desse acordo, discussões ideológicas foram travadas, já que os países em desenvolvimento viam o livre comércio como impedimento ao desenvolvimento industrial, adotando políticas protecionistas, enquanto os países desenvolvidos tinham a intenção de ampliar seus mercados consumidores.
Nos anos de 1980 e 1990 foi criada a Organização Mundial do Comércio (OMC), de “personalidade jurídica internacional com competência para regular o comércio internacional de bens e serviços, contando hoje com mais de 140 países associados” (DEL MASSO, 2012, p. 308). Ademais, destaca-se o sistema de solução de controvérsia, que pode conceder autorização para retaliações diante de infrações ao livre-comércio.
Na ordem econômica internacional, as empresas multinacionais ganham cada vez mais destaque, já que o aumento dos limites geográficos representa um número cada vez maior deoportunidades para empreendedores. Assim, “a atividade empresarial antes voltada aos limites nacionais para aquisição, produção e venda dos seus produtos, hoje pode exercê-los em lugares distintos do globo terrestre” (DEL MASSO, 2012, p. 310). O autor ainda destaca que, juridicamente, é difícil tipificar essas empresas, já que podem ter sedes em territórios estrangeiros, pertencendo a grupos empresariais comandados por acionistas controladores.
Outro ponto relevante está relacionado à integração econômica, com a criação de blocos econômicos que apresentam condições para inter-relacionamento dos seus membros e relacionamento com terceiros. Tais blocos podem estar em diferentes estágios de integração, iniciando-se por uma área de livre-comércio, que pode evoluir para uma união aduaneira (com regras comuns para o mercado internacional) e, posteriormente, para um mercado comum, havendo compartilhamento de fatores de produção. No caso de aprofundamento das relações, pode ser criada uma união econômica e monetária, seguida de união política.
O Brasil é membro do Mercado Comum do Sul (MERCOSUL), que busca efetivar o parágrafo único do art. 4º da CF/1988, transcrito anteriormente, integrando e desenvolvendo os povos da América Latina. Trata-se de uma união aduaneira, com livre circulação de bens e serviços, tarifa externa comum, política comum com terceiros e posições coordenadas em fóruns econômicos.
Outro exemplo de bloco econômico é a União Europeia, cujo processo de integração teve início em 1957, se encontrando, atualmente, no quarto estágio de integração. É uma zona de livre-comércio, com ampla circulação de bens, capitais e pessoas, inclusive trabalhadores, incentivando a livre concorrência.
Agora que já conhecemos a ordem econômica internacional, vamos conhecer as principais infrações ao livre-comércio internacional, advindas de decisões governamentais para proteção do mercado interno. Nota-se que tais condutas protecionistas são desleais com o mercado internacional, sendo combatidas pelo Direito.
Primeiramente, temos as barreiras comerciais: em um relacionamento entre países, um dos quais pode ter um produto mais competitivo. Assim, os países menos competitivos impõem barreiras, em nome da segurança nacional, do emprego e do desenvolvimento industrial e tecnológico, para resguardar produtores nacionais, protegendo-se dos bens importados. Tarifas e cotas são exemplos clássicos de barreiras comerciais. Enquanto aquelas agregam impostos seletivos ao custo de um produto, tornando-o menos competitivo, estas fixam quantidade máxima de produtos que podem ser importados.
Ademais, as restrições às exportações também são barreiras, pois um país pode incentivar outro a reduzir suas exportações de maneira voluntária.
Exemplificando
Nos anos de 1980, os EUA incentivaram o Japão a diminuir suas exportações de carros. Não obstante a soberania nacional, os nipônicos aceitaram tais medidas. Os Estados Unidos puderam gerar empregos em seu território, enquanto as montadoras japonesas aumentaram os preços de seus produtos. Estima-se que tais medidas tiveram um custo aos EUA de US$100.000,00 por emprego gerado, já que os consumidores passaram a pagar mais pelos produtos importados.
Em relação às barreiras não tarifárias, o principal exemplo consiste nas regras sanitárias como fundamento para recusa de importações. Nosso país já foi alvo de várias medidas dessa natureza, envolvendo carnes bovinas e suínas, por exemplo.
Sobre as condutas competitivas desleais, estas ocorrem para obtenção de vantagens ilícitas no mercado internacional, principalmente na forma de dumping (pronuncia-se “dampin”) e subsídios. Aquela consiste na venda de produtos abaixo do preço de custo e até mesmo do valor cobrado no mercado interno, com o objetivo de ganhar mercado e prejudicar concorrentes. Os subsídios, ou tarifas compensatórias, são medidas de proteção aos produtores locais, que recebem incentivos para ter maior competitividade, de maneira que o governo passa a arcar com parte dos custos de produção.
Finalmente, temos as medidas de salvaguarda, reguladas pelo Decreto n° 1.448/1995, o qual permite a aplicação daquelas caso haja aumento nas importações de um determinado produto que passe a ameaçar a produção nacional de similares ou concorrentes diretos.

Outros materiais