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UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO CENTRO DE EDUCAÇÃO E HUMANIDADES FACULDADE DE EDUCAÇÃO FUNDAÇÃO CECIERJ /Consórcio CEDERJ / UAB Curso de Licenciatura em Pedagogia – Modalidade EAD Avaliação Presencial 1 (AP1) – 2020.1 Disciplina: Geografia na Educação 2 Coordenadora (o): Lincoln Tavares Silva Aluno(a): Raíla Lara dos Santos Matrícula: 17112080413 - Polo: Três Rios 1) Leia o texto da reportagem e responda ao que se pede: Como a reforma agrária vem se dando até agora no Brasil André Cabette Fábio 10 de jan de 2019 (atualizado 11/01/2019 às 19h12) Adotando medidas, o governo Bolsonaro determinou a paralisação da reforma agrária no Brasil, mas a suspendeu um dia após a informação repercutir. No dia 8 de janeiro de 2019, a ONG Repórter Brasil revelou o teor de três memorandos internos aos quais teve acesso. Eles haviam sido distribuídos no dia 3 de janeiro a servidores do Incra .O primeiro deles determinava a paralisação, sem prazo, dos processos de aquisição, desapropriação e qualquer outra forma de obtenção de terras para a reforma agrária no Brasil. A mesma medida paralisava os 1.700 processos em curso para titulação de territórios quilombolas no Brasil. O documento foi assinado pelo ex-diretor do Incra, Clovis Figueiredo Cardoso, ligado ao MDB do Mato Grosso e indicado durante o governo Temer. Também assinado por Cardoso, outro documento determinava que as superintendências regionais do Incra disponibilizassem, até o dia 9, a relação de todos os imóveis que poderiam ser destinados à reforma agrária. E um terceiro reforçava a ordem de suspender os processos de compra e desapropriação em andamento, exceto nos casos daqueles que tramitavam na Justiça. Ele ressaltava que a determinação valia para áreas da Amazônia Legal, e fora assinado por Cletho Muniz de Brito, diretor de ordenamento da estrutura fundiária do Incra. A informação foi repercutida por veículos de mídia. O contexto do vaivém A justificativa presente no primeiro memorando que paralisava a reforma agrária era de que os processos seriam suspensos até que a nova estrutura do Incra fosse definida pelo governo. Em nota à Repórter Brasil, o Incra reforçou a justificativa, afirmando: «conforme consta no corpo do próprio documento, os processos foram sobrestados enquanto não se define a nova estrutura do Incra».As instituições responsáveis pela política fundiária têm sido foco de uma série de alterações sob o governo Bolsonaro. Ligado desde 2016 à Casa Civil, o Incra foi transferido para o Ministério da Agricultura. A medida provisória explicita que a responsabilidade sobre concessão de títulos de terras quilombolas e a reforma agrária passa para o Ministério da Agricultura. Anteriormente sob a pasta da Justiça, a Funai passou para o Ministério da Mulher, Família e Direitos Humanos, e perdeu o poder de demarcar terras indígenas. A prerrogativa também foi transferida para o Ministério da Agricultura. A pasta vem sendo comandada por Tereza Cristina, que é ex-presidente da bancada ruralista na Câmara dos Deputados. O Ministério da Agricultura também ganhou uma nova Secretaria de Assuntos Fundiários, com a responsabilidade de lidar com políticas fundiárias, inclusive com a reforma agrária. Fonte: adaptado de: https://www.nexojornal.com.br/expresso/2019/01/10/Como-a-reforma-agr %C3%A1riavem-se-dando-at%C3%A9-agora-no-Brasil. a) A questão agrária no Brasil envolve a disputa de diferentes atores sociais. A partir da leitura da reportagem e dos textos existentes nos materiais didáticos da disciplina, identifique dois atores presentes na reportagem e dois outros não citados na mesma, que mantém conflitos entre si na disputa pela propriedade da terra no campo. Incra, MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra), concentração fundiária (Latifúndio), Disputas Políticas. b) Indique e explique pelo menos um dos interesses de dois (02) dos atores identificados por você na questão anterior. Incra- promover as desapropriações por interesse social para fins de reforma agrária. MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) é um dos mais importantes movimentos sociais do Brasil, tendo como foco as questões do trabalhador do campo, principalmente no tocante à luta pela reforma agrária brasileira. 2) Um dos temas que mais tem afligido a população mundial diz respeito à propagação de doenças e vírus no mundo atual em escala planetária. Vários fatores podem influenciar tal transmissão, mas há fatores sociais e ambientais que podem atuar como inibidores ou facilitadores da propagação de doenças. Após ler a reportagem, apresente explicações para o que se pede, em sequência, na questão: A justificativa presente no primeiro memorando que paralisava a reforma agrária era de que os processos seriam suspensos até que a nova estrutura do Incra fosse definida pelo governo. Em nota à Repórter Brasil, o Incra reforçou a justificativa, afirmando: «conforme consta no corpo do próprio documento, os processos foram sobrestados enquanto não se define a nova estrutura do Incra».As instituições responsáveis pela política fundiária têm sido foco de uma série de alterações sob o governo Bolsonaro. Ligado desde 2016 à Casa Civil, o Incra foi transferido para o Ministério da Agricultura. A medida provisória explicita que a responsabilidade sobre concessão de títulos de terras quilombolas e a reforma agrária passa para o Ministério da Agricultura. A prerrogativa também foi transferida para o Ministério da Agricultura. A pasta vem sendo comandada por Tereza Cristina, que é ex-presidente da bancada ruralista na Câmara dos Deputados. O Ministério da Agricultura também ganhou uma nova Secretaria de Assuntos Fundiários, com a responsabilidade de lidar com políticas fundiárias, inclusive com a reforma agrária. Uma análise sobre o corona vírus Para entender as possibilidades de o coronavírus se espalhar pelo Brasil, o Nexo conversou com o especialista em biossegurança Edison Durigon, que é professor titular de virologia do Instituto de Ciências Biomédicas da USP. Segundo ele, o clima quente do país dificulta a transmissão. O que esse vírus tem de diferente dos demais coronavírus? Os quatro tipos de coronavírus que circulam entre humanos e que infectam principalmente crianças, mas também adultos, são responsáveis por resfriados e gripes leves. Eles não são muito graves. Dos sete tipos existentes de coronavírus, pelo menos dois, que são o beta e o alfa, infectam morcegos, e o morcego atua quase como um reservatório desse vírus. Não fica doente, mas transmite o vírus. Pode passar para outros mamíferos e inclusive para nós, humanos, e foi isso o que aconteceu na China. O surto começou num mercado que vendia animais silvestres, inclusive morcegos. A transmissão desse vírus por morcego se dá pelas fezes. Elas criam uma quantidade grande de vírus, com aerossol que as pessoas inalam, ou manipulam e pegam o vírus. Pela primeira vez estamos vendo esse novo tipo de vírus passar para os humanos. Por que isso aconteceu só agora? Edison Durigon: É uma coincidência da natureza. Esse vírus já deveria existir há bastante tempo nos morcegos. Qual a chance de um morcego infectar um humano? É muito pequena. Morcegos vivem em cavernas, em árvores. Como a transmissão acontece pelas fezes, e tem que ser em quantidade grande, o contato de humanos com fezes de morcego é muito raro. Agora, imagine um mercado que deve capturar morcegos e vender. Esses morcegos ficam em gaiolas. A quantidade de fezes passa a ser grande. Provavelmente o que aconteceu foi que um morcego ou uma colônia deles estava infectada com esse coronavírus. Um começou a passar para o outro e aí foi. A infecção do vírus para o homem depende de que as células humanas tenham um receptor para esse vírus. O que é esse receptor? É uma proteína que o vírus reconhece. Quando essa proteína que o vírus reconhece no morcego é o mesmo de um humano, ele passa a transmitir para humanos. Qual o risco de uma epidemia desse tipo no Brasil? Edison Durigon: É uma pergunta difícil,mas esse vírus é tipicamente de clima frio. Ele transmite rapidamente em clima frio. A gente sabe disso porque, em 2003, houve uma epidemia de Sars causada por um outro coronavírus, também vindo da China, na mesma época do ano, e causou uma pneumonia bastante grave, uma mortalidade maior do que essa. A taxa de infecção era menor, mas a mortalidade era mais alta, e morriam indivíduos jovens. Por quê? Nós estamos no verão nessa época. Esse vírus não se propaga bem em clima quente. Agora, aconteceu a mesma coisa. Começou na China, no inverno, está se espalhando em países que estão no inverno. Talvez a gente tenha um caso ou outro aqui, importado. O indivíduo que veio da China ou de algum país em que se infectou, vai ser tratado aqui, internado aqui. Mas acho que o risco de uma epidemia acontecer aqui, agora, ainda é baixa, por conta do clima. Fonte: adaptado de: https://www.nexojornal.com.br/expresso/2020/01/29/Por-que-o-clima-no- Brasildificulta-a-transmissão-do-coronavírus a) Com base na reportagem, apresente e caracterize duas condições climáticas e ambientais existentes no Brasil que dificultam a propagação de algumas doenças que vêm preocupando o mundo, tais como aquelas retratadas na reportagem. Clima mais quente e seco, como no Nordeste, podem ser aliados na contenção de algumas doenças, principalmente doenças respiratórias. b) Apesar da situação climática favorável, no que diz respeito a não proliferação de algumas doenças, as condições sociais em nosso país têm facilitado a propagação de outras doenças que dificilmente se espalham em países cujas desigualdades sociais são menores. Aponte pelo menos uma das doenças que mais têm afetado a população brasileira, cuja propagação decorre fundamentalmente de aspectos sociais típicos de países em desenvolvimento. Explicite também um dos fatores sociais que facilitam a propagação da doença citada por você. A doença de Chagas, a tuberculose, a esquistossomose, a e as diarreicas são doenças que afetam a população brasileira, devido a construções de baixa qualidade, esgoto a céu aberto e contato diário com ambientes sem higiene essas são situações que deixam a população mais vulnerável a essas enfermidades. 3) As duas reportagens a seguir também retratam temas que dizem respeito a preocupações socioambientais em nosso país. Neste caso, o contexto retratado é o das cidades brasileiras, principalmente as grandes cidades. Após ler os trechos elencados, forneça explicações para o que se pede. As maiores chuvas nas capitais brasileiras desde 1990 Gabriel Zanlorenssi e Lucas Gomes12 de fev de 2020 (atualizado 12/02/2020 às 17h40) Mês de janeiro de 2020 em Belo Horizonte foi o mais chuvoso já registrado em uma capital brasileira nos últimos 30 anos. A cidade de Natal foi a que registrou maior volume em dois dias consecutivos. Fonte: https://www.nexojornal.com.br/grafico/2020/02/12/As-maiores-chuvas-nascapitaisbrasileiras-desde-1990 Cidades brasileiras precisam se adaptar o mais rápido possível ao clima cambiante As enchentes de Belo Horizonte e São Paulo são a ponta mais recente do iceberg climático que está a atingir as cidades brasileiras. Despreparadas, estas estão ameaçadas por chuvas cada vez mais fortes e mais frequentes. As chuvas que caíam uma vez a cada 10, 20 anos, agora acontecem a cada 5 anos ou menos. Daniela Chiaretti, no Valor, lembra que um trabalho do INPE de 2010 indicava que a temperatura média em São Paulo já tinha aumentado entre 2°C a 3°C, o suficiente para a cidade perder sua famosa garoa. A matéria compara as «enchentes surpresas» daqui com práticas adotadas mundo afora para exatamente reduzir o risco e os prejuízos com as chuvas nas cidades brasileiras. Em Moçambique, a prefeitura de Pemba e Nacala mapearam as zonas de risco de desabamentos e enchentes e só autorizam novas construções em função desses riscos. Na Filadélfia, nos EUA, a prefeitura sabe que os primeiros milímetros de chuva determinam o tamanho do estrago. Em Bangladesh, a perda anual da criação de galinhas pelas enchentes foi reduzida com a introdução da criação de patos. Chiaretti conversou com Sergio Margulis e Natalie Untersell, responsáveis pelo melhor trabalho sobre impactos climáticos em todo o país, trabalho que traz um conjunto importante de medidas de prevenção e adaptação, o Brasil 2040. Margulis diz que «se cortar gases-estufa é missão dos governos federais, a adaptação é local. É preciso começar logo: desentupir bueiros, melhorar a drenagem, plantas árvores, limpar córregos, educar a população a não jogar lixo no chão. Implementar um plano e pensar em obras estruturantes. O que não é possível é não fazer nada e apenas esperar pela próxima calamidade». ClimaInfo, 13 de fevereiro de 2020. Fonte: https://climainfo.org.br/2020/02/12/cidades-brasileiras-precisam-se-adaptar-o-maisrapidopossivel-ao-clima-cambiante/ a) Diante do processo de urbanização existente no Brasil, indique 4 fatores que agravam os impactos das chuvas torrenciais típicas do verão, afetando a vida da população residente nas grandes cidades. Desmatamento, Poluição, Construções em áreas de risco, assoreamento do leito dos rios. 4) A reportagem que segue trata da questão industrial no Brasil Terça-feira, 23 de julho de 2019 Dentre 30 países, Brasil lidera ranking de desindustrialização precoce O levantamento do Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi) relacionando dados de 30 países ao longo de 50 anos identificou no Brasil a terceira maior retração industrial. O Brasil está atrás apenas de Austrália e Reino Unido que se afastaram da indústria como consequência da elevação de renda per capita, diferente do país sul-americano que passa a liderar o ranking de desindustrialização precoce. Em 2016 a Organização das Nações Unidas (ONU) já alertava sobre o processo de desindustrialização precoce no Brasil ao identificar pouco mais de 10% do PIB brasileiro no setor industrial, enquanto que na década de 70 a indústria correspondia a quase 30 pontos percentuais do montante nacional, fomentando grande parte dos postos de trabalho e do desenvolvimento econômico no país. Tendência Mundial Foi a Conferência das Nações Unidas para o Comércio e Desenvolvimento (Unctad) que chancelou as reformas liberalizantes promovidas pelo Fundo Monetário Internacional (FMI) e pelo Banco Mundial (BM) enquanto aceleradoras do processo global de desindustrialização, sendo esta chamada de precoce no Brasil essencialmente por não atingir toda sua potencialidade produtiva manufatureira, regredindo ao concentrar forças na produção de commodities principalmente da agricultura em vez de proporcionar investimento tecnológico na indústria de serviços com valor agregado. Enquanto tendência mundial, a desindustrialização tem ocorrido em países como Austrália e Reino Unido acompanhada da elevação de renda e do PIB per capita – sendo tal elevação um propulsor do distanciamento do consumo de bens por parte da população e migração para o consumo de serviços – A qual exige potencial tecnológico para acompanhar o enriquecimento, como Japão, EUA e Europa experimentaram ao fim do século XX com o avanço principalmente das tecnologias de comunicação. Brasil em Desmonte Os dados do estudo realizado pela Iedi consideram valores reais até o fim de 2017, mas vale recordar que apesar do crescimento de 1,1% do setor industrial no ano seguinte, 2019 já acumula queda de 0,7% do setor nos primeiros cinco meses do ano, evidenciando a tendência de desindustrialização incorporada pela economia brasileira. Diferente da Austrália e Reino Unido, o Brasil não acompanhou o processo de desindustrialização ao longo das décadas com aumento do PIB per capita ou investimento tecnológico, colocando em risco um dos setores que mais concentra mão de obra direta e indiretamente no país às oscilações do mercado internacional, cenário ainda mais grave quando acumula quase 14 milhões de desempregados. Com retração de longo prazo do produto manufatureiro real per capita e sem condições de amadurecimento industrial,o país ainda perde potencial econômico para investir em avanços tecnológicos destinados à formação e capacitação de mão de obra qualificada à indústria 4.0 e à produção de serviços dinâmicos de alto valor agregado, responsáveis por substituir o setor da indústria tradicional em países desenvolvidos, tal como os EUA. Passado que se Repete Recentemente, uma carta assinada por dez ex-ministros da Ciência e Tecnologia deflagrou a intensificação da crise tecnológica que o Brasil passa, ainda mais com o contingenciamento das Universidades Públicas, responsáveis pela vasta parcela da produção científica nacional e, consequentemente, pela garantia do avanço e amadurecimento econômico do país. Com limitação de avançar tecnologicamente e retração na indústria atual, observa-se um ciclo que parte do empenho tardio no processo de industrialização do Brasil, passa pela ausência de investimento tecnológico por parte do Estado para produção de bens de valor agregado e se consolida na dependência econômica de produção de commodities. Sem investimentos reais em tecnologia, o Brasil se condena ao retrocesso e deflagra um futuro de submissão às potências desenvolvidas, na margem da economia e na contramão da melhoria das condições de vida do povo. Ergon Cugler é pesquisador da Universidade de São Paulo. Fonte: http://www.justificando.com/2019/07/23/dentre-30-paises-brasil-lidera-rankingdedesindustrializacao-precoce/ A) Após a leitura, apresente explicações que justifiquem tratar o processo de industrialização no Brasil como tardio, dependente, concentrado e, conforme a reportagem, sujeito agora a se desindustrializar precocemente. O processe de industrialização no Brasil foi tardia pois não foi atingida toda sua potencialidade produtiva manufatureira, regredindo ao concentrar forças na produção de commodities principalmente da agricultura em vez de proporcionar investimento tecnológico na indústria de serviços com valor agregado. E tendo o Brasil a limitação de avançar tecnologicamente e retração na indústria atual, observa-se um ciclo que parte do empenho tardio no processo de industrialização do Brasil.