Buscar

Sentidos Especiais

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 17 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 17 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 17 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Sentidos especiais e Homeostasia
Olfação – O sentido do olfato
	
	O estímulo para que possamos sentir cheiros começa no nariz. Partículas odoríferas entram pelas narinas, passam pelo vestíbulo do nariz, atingindo a concha nasal superior. Na parte superior da cavidade nasal, cobrindo a face inferior da lâmina cribriforme do etimóide, encontra-se o epitélio olfatório. O epitélio olfatório ocupa uma área de 5 cm² e possui três tipos de células:
· Os receptores olfatórios: neurônios de primeira ordem da via olfatória. Neurônio bipolar em formato de calículo; cílios olfatórios estendem-se a partir dos dentritos, compondo a região de transdução olfatória; as substância que possuem odor e estimulem os receptores olfatórios são chamadas odoríferas.
· As células de sustentação: células epiteliais colunares da túnica mucosa que reveste o nariz; sustentam, nutrem e isolam eletricamente os receptores olfatórios.
· As células basais: células tronco; produzem novos receptores olfatórios (o tempo de vida de um receptor olfatório é em torno de 1 mês).
No tecido conjuntivo que sustenta o epitélio olfatório encontram-se as glândulas de Bowman, que produzem um muco para umedecer a superfície do epitélio olfatório, dissolvendo os odoríferos para que ocorra a transdução.
Nota: o epitélio nasal e as glândulas de Bowman são inervados por neurônios parassimpáticos dos ramos do nervo facial, que podem estimular as glândulas lacrimais e as glândulas mucosas nasais, justificando a ocorrência de coriza e lágrimas quando há inalação de odores irritantes, como pimenta, cebola, entre outros.
	A via olfatória é composta por cerca de 40 ramos de axônios formando coletivamente os nervos olfatórios direito e esquerdo. A terminação desses nervos ocorre nos bulbos olfatórios (áreas pareadas de matéria cinza localizados abaixo dos lobos frontais do cérebro e laterais à crista etmoidal). Os neurônios do trato olfatório (formado por axônios dos neurônios do bulbo olfatório) dão origem à área olfatória primária, onde ocorre a percepção consciente do cheiro.
Nota: as sensações olfatórias são as únicas sensações que chegam ao córtex cerebral sem fazer sinapses no tálamo. Existem axônios do trato olfatório que se projetam para o sistema límbico e o hipotálamo, contribuindo para respostas emocionais e memórias estimuladas por cheiros.
	O limiar das sensações olfatórias é baixo. Poucas moléculas de determinadas substâncias são suficientes para que odores sejam percebidos no ar. A adaptação aos odores ocorre de maneira razoavelmente rápida, onde os receptores olfatórios se adaptam em 50% no primeiro segundo de estímulo, levando cerca de 1 minuto para adaptação completa a odores fortes.
Gustação – O sentido do paladar
	Gustação é o nome dado ao sentido do paladar. Muito mais simples que a olfação, a gustação apresenta apenas 5 gostos primário (a olfação apresenta mais de 10.000 odores primários): azedo, doce, amargo, salgado e umami (carnoso ou saboroso, tipo aquele que o AJI-NO-MOTO fornece). Apesar de ser um sentido distinto do paladar, o olfato participa ativamente do reconhecimento do gosto, já que uma mesma concentração de substância alimentar estimula cem vezes mais a olfação do que a gustação. Os receptores gustatórios estão localizados nos calículos gustatórios. Os calículos gustatórios são corpos ovais que consistem em três tipos de células epiteliais:
· As células de sustentação: contém microvilosidades que envolvem em torno de 50 células receptoras gustatórias em cada calículo.
· As células receptoras gustatórias: cada célula gustatória possui microvilosidades gustatórias que se projetam pelos poros gustatórios (pequenas aberturas nos calículos gustatórios).
· As células basais: células tronco que produzem células de sustentação. As células de sustentação se desenvolvem em células receptoras gustatórias (possuem uma vida útil de 10 dias).
A língua possui quatro tipos de elevações, dos quais três abrigam os calículos gustatórios, e um contém receptores táteis e nenhum calículo gustatório (papilas filiformes). As papilas que abrigam calículos gustarórios são:
· Papilas circunvaladas: muito grandes, formam uma fileira com formato de V invertido na parte posterior da língua, cada qual abriga de 100 a 300 calículos gustatórios.
· Papilas fungiformes: formato de cogumelo, espalhadas por toda língua, cada qual abriga cerca de 5 calículos gustatórios.
· Papilas folhadas: localizadas em fossetas nas margens laterais da língua, grande parte de seus calículos gustatórios se degenera ainda na infância.
A via gustatória é formada por três nervos cranianos que abrigam os neurônios que inervam os calículos gustatórios:
· Nervo facial: dois terços anteriores da língua.
· Nervo glossofaríngeo: terço posterior da língua.
· Nervo vago: garganta e epiglote (sim, existem calículos gustatórios nestas regiões).
Os impulsos nervosos são propagados por estes nervos cranianos a partir dos calículos gustatórios até o núcleo gustatório no bulbo, projetando-se para o sistema límbico, o hipotálamo e o tálamo. Os impulsos que chegam ao tálamos seguem para a área gustatória primária, no lobo parietal do córtex cerebral, dando origem à percepção consciente do paladar.
O sentido da Visão
	Os olhos são os órgãos responsáveis por perceber e interpretar uma pequena parte das radiações eletromagnéticas propagadas no universo. A visão humana é capaz de perceber uma pequena faixa do espectro eletromagnético:
Localização dos olhos
	Todo ser humano considerado normal possui duas órbitas oculares no crânio. As figuras abaixo apresentam as órbitas direita e esquerda, bem como os detalhes da órbita direita:
Estruturas acessórias do olho	
	O olho possui diversas estruturas acessórias que auxiliam no processo de percepção dos raios luminosos e servem ao propósito de proteção:
· Pálpebras: superior e inferior (sendo a superior mais móvel que a inferior); protegem os olhos de luz excessiva e objetos estranhos e espalham as secreções lubrificantes pelos bulbos dos olhos. Podem ser subdivididas em mais estruturas
· Fissura palpebral: espaço entre as pálpebras superior e inferior. Forma as comissuras lateral (estreita, próxima ao temporal) e medial (mais larga, próxima ao osso nasal). Na comissura medial existe uma pequena elevação avermelhada chamada carúncula lacrimal, que contém glândulas sebáceas e glândulas sudoríferas.
· Tarso: prega espessa de tecido conjuntivo, dá forma e sustentação às pálpebras. O tarso acomoda as glândulas tarsais (secretam um líquido que mantém as pálpebras aderidas uma a outra).
· Túnicas conjuntivas: da pálpebra (reveste a parte interna da pálpebra) e do bulbo (passa da pálpebra para o bulbo do olho, onde recobre a esclera). Acima da esclera, a túnica conjuntiva é vascularizada.
· Cílios: se projetam a partir da margem de cada pálpebra. Protegem o bulbo de objetos estranhos, transpiração e incidência direta de raios solares. Na base do folículo piloso dos cílios estão as glândulas ciliares sebáceas, que liberam líquido lubrificante para os folículos. Quando essas glândulas sofrem uma infecção, incham de maneira dolorosa e apresentam pus (conhecido como terçol). Nota da vovó: para se livrar do terçol, passe a ponta do lençol nos cílios onde encontra-se a inflamação e repita três vezes: “Terçol, terçol, sai na ponta do lençol”.
· Sobrancelhas: atravessam transversalmente a parte superior de cada pálpebra. Protegem o bulbo de objetos estranhos, transpiração e incidência direta de raios solares.
· Aparelho lacrimal: grupo de estruturas que produzem e drenam o líquido lacrimal.
· Glândula lacrimal: secretam o líquido lacrimal. São inervadas por fibras parassimpáticas.
· Ductulos excretores: removem as lágrimas para a superfície da conjuntiva da pálpebra superior.
· Pontos lacrimais: pequenas aberturas nas quais as lágrimas secretadas entram após passarem pela face anterior do bulbo do olho.
· Canalículos lacrimais: levam as lágrimas que entram nos pontos lacrimais para o saco lacrimal.
· Ducto lacrimonasal: recebe as lágrimasdo saco nasal e conduz as mesmas para a cavidade nasal, onde as lágrimas se misturam com o muco.
· Músculos extrínsecos do bulbo do olho: se estendem das paredes das órbitas até a esclera, sendo circundados por um volume de gordura do corpo adiposo da órbita. Seis músculos são responsáveis pela movimentação do olho em quase todas as direções:
· Retos superior e inferior: participam dos movimentos de olhar para cima e para baixo.
· Retos lateral e medial: participam dos movimentos de olhar lateralmente.
· Oblíquos superior e inferior: preservam a estabilidade rotacional.
Anatomia do Bulbo do olho
	O bulbo do olho (BO) tem cerca de 2,5 cm de diâmetro. Consiste basicamente em três camadas:
· Túnica fibrosa: camada superficial do BO. Pode ser subdivida em duas partes:
· Córnea: revestimento transparente que recobre a íris colorida, na região anterior do BO. A córnea é transparente e curva, participando da convergência dos raios de luz para a formação de imagens na retina.
· Esclera: camada de tecido conjuntivo denso. Cobre todo o BO, exceto a córnea. Dá formato ao BO e serve de local de fixação para os músculos extrínsecos. Em sua junção com a córnea encontra-se uma abertura conhecida como seio venoso da esclera, servindo de dreno para o humor aquoso (descrito mais adiante).
· Túnica vascular: chamada também de úvea. É a camada média do BO, composta por três partes
· Corioide: parte posterior da túnica vascular. Reveste a maior parte da face interna da esclera e é altamente vascularizada. A corioide fornece nutrientes para a retina. Devido a alta quantidade de melanina, possui uma cor escura, absorvendo os raios de luz dispersos dentro do BO.
· Corpo ciliar: se estende desde a ora serrata (margem anterior dentada da retina) até quase a junção da esclera com a córnea. Os processos ciliares são protrusões na face interna do corpo ciliar que secretam humor aquoso. As fibras zonulares estendem-se a partir dos processos ciliares e ligam-se á lente (cristalino). O músculo ciliar (banda circular de músculo liso) contrai e relaxa, modificando a tensão das fibras zonulares, alterando o formato da lente.Músculo esfíncter
da pupila
Músculo dilatador
da pupila
· Íris: é a parte colorida do BO. É formada por melanócitos e por fibras musculares lisas e radiais. Sua função principal é a regulação da quantidade de luz que entra na BO através da pupila (abertura no centro da íris). A contração das fibras musculares da íris é controlada por reflexos autônomos, de acordo com o estímulo recebido pelo olho.
· Retina: é a camada mais interna, revestindo os três quartos posteriores do BO. A retina pode ser vista com o auxilio de um oftalmoscópio (é o único lugar em que os vasos sanguíneos podem ser observados diretamente e avaliados) e é o início da via visual. Vários pontos de referência podem ser visualizados:
· Nervo óptico: conjunto de axônios que enviam os sinais das imagens, dando continuidade à via visual. Junto a ele, é possível observar a artéria central da retina e a veia central da retina.
· Disco do nervo óptico: local onde o nervo óptico deixa o BO. O disco do nervo óptico também é conhecido como ponto cego por não apresentar células fotorreceptoras.
· Mácula densa: centro exato da retina no eixo visual do olho.
· Fóvea central: pequena depressão no centro da mácula densa. É a área de maior acuidade visual.
A retina possui dois estratos: um pigmentoso e um nervoso. O estrato pigmentoso é uma lâmina de células epiteliais contendo melanina, para absorção dos raios de luz dispersos. O estrato nervoso é uma parte do encéfalo com múltiplas camadas que processa substancialmente os dados visuais, antes de enviar impulsos nervosos para os axônios que formam o nervo óptico. O estrato nervoso é separado em duas zonas (camadas sinápticas interna e externa) e contém três camadas:
· Fotorreceptora: abriga as células fotorreceptoras cones (sensíveis aos comprimentos de onda coloridos verde, vermelho e azul) e bastonetes (não reconhecem cores, são mais sensíveis que os cones, fornecendo interpretação de radiações mínimas e de pouca intensidade, como quando enxergamos o mundo com a luz da Lua).
· Bipolar: abriga as células bipolares, horizontais e amácrinas. As duas últimas células formam circuitos neurais direcionados lateralmente, modificando os sinais transmitidos ao longo da via, a partir dos fotorreceptores, até as células bipolares e ganglionares.
· Ganglionar: recebem os sinais processados das células bipolares e enviam os impulsos elétricos para os axônios do nervo óptico.
Nota 1: a partir dos fotorreceptores, a informação flui da camada sináptica externa até as células bipolares e dali para a camada sináptica interna, seguindo para as células ganglionares.
Nota 2: na fóvea central não existem bastonetes, porém a região é repleta de cones.
· Lente (cristalino): faz a separação do BO em duas cavidades
· Cavidade do segmento anterior: espaço anterior à lente. Apresenta a câmara anterior (que se encontra entre a córnea e à íris) e a câmara posterior (se encontra posterior à íris e anterior às fibras zonulares e a lente). Ambas as câmaras são preenchidas por humor aquoso, que nutre a lente e a córnea. Este líquido é constantemente drenado para fora dos capilares sanguíneos, nos processos ciliares, na câmara posterior e segue para a câmara anterior, onde é drenado pelo seio venoso da esclera.
· Câmara vítrea: também conhecida como câmara postrema, é grande e fica entre a lente e a retina. Dentro dela encontra-se o humor vítreo, uma substância transparente, semelhante a uma geléia, que mantém a retina pressionada contra a corioide. Diferentemente do humor aquoso, o humor vítreo não é reposto constantemente, sendo formado durante a vida embrionária. Em sua composição existem células fagocíticas que removem fragmentos, mantendo o interior do BO límpido para uma visão sem obstruções.
Nota: a pressão intraocular é produzida principalmente pelo humor aquoso e parcialmente pelo humor vítreo. Uma patologia complicada chamada glaucoma ocorre quando o seio venoso da esclera torna-se incapaz de drenar o humor aquoso que chega a câmara anterior. O acúmulo de líquido na cavidade do segmento anterior empurra a lente para baixo, pressionando a câmara postrema, aumentando a pressão do humor vítreo na retina e no nervo óptico. Esse aumento de pressão interfere na irrigação sanguínea dos vasos que nutrem todos os elementos do BO, lesionando os vasos, o nervo óptico e levando a cegueira. (coloquei essa parte porque o João falou em aula)
A figura ao lado apresenta uma visão geral do Bulbo do olho, apresentando todas as partes descritas acima
Formação de imagens e anomalias da visão
	A formação de imagens nos olhos funciona basicamente como a formação de imagens em uma câmera fotográfica de filme. A luz passa pelo conjunto córnea-cristalino, que funcionam como uma lente convergente, convergindo os raios de luz e formando uma imagem nítida na retina. A córnea é responsável por 75% da convergência dos raios de luz, enquanto que a lente participa com 25% da refração. A lente (cristalino) é “achatada” ou “esticada” de acordo com a necessidade de correção de convergência, para que a imagem formada seja nítida e esteja bem localizada na retina. O ponto próximo é a distância mínima do olho a partir da qual um objeto pode ser focalizado.
	As imagens formadas na retina estão de “cabeça para baixo”. Em algum momento no início de nossas vidas, o encéfalo “aprende” a coordenar as imagens visuais com a orientação dos objetos.
	As anomalias da visão compreendem defeitos relativos à nitidez das imagens formadas. Podem ocorrer em quaisquer elementos que estão envolvidos na formação da imagem, sendo causadas por más formações que impedem a convergência correta dos raios ou alterem o ponto próximo. São elas:
· Astigmatismo: defeito na curvatura da córnea ou na lente. Uma curvatura irregular faz com que as imagens fiquem distorcidas ou “borradas”.
· Presbiopia: é o processo de enrijecimento da lente. A perda de elasticidade impede que a lente acomode-separa focar objetos próximos.
· Miopia: pode ocorrer devido a um formato alongado do BO ou devido a uma lente espessa. Nessa anomalia, as imagens são focadas antes da retina. Pode ser resolvida com o uso de lentes divergentes.
· Hipermetropia: pode ocorrer devido a um formato “achatado” do BO ou a uma lente fina. Nessa anomalia, as imagens são focadas atrás da retina. Pode ser resolvida com o uso de lentes convergentes.
	Uma alternativa para o uso de lentes é a correção cirúrgica do sistema córnea-lente. A cirurgia mais comum é a LASIK. Após a aplicação de um colírio anestésico, um retalho circular é retirado do centro da córnea, permitindo que a parte subjacente seja remodelada com um laser, de maneira muito precisa. O retalho é reposicionado e o olho é ocluído por um dia.
Via visual
Processamento das informações visuais na retina	
Todas a informações que chegam para as células ganglionares são enviadas para o encéfalo por meio do nervo óptico. O nervo óptico é um conjunto de axônios das células ganglionares.
O olho humano possui em torno de um milhão de células ganglionares e cerca de 126 milhões de fotorreceptores. Desta forma as informações provenientes de várias células podem convergir para uma pequena quantidade de neurônios pós-sinápticos ou divergir para uma grande quantidade, tudo depende se a informação será potencializada ou descartada.
Os cones e os bastonetes liberam neurotransmissores que induzem potenciais locais tanto em células horizontais como em células bipolares. Entre 6 e 600 cones formam sinapses com uma única célula bipolar, enquanto que um cone frequentemente forma sinapse com uma única célula bipolar. A convergência que ocorre com os bastonetes aumenta a sensibilidade à luz da visão destas células, porém desfoca um pouco a imagem percebida. Para os cones, a proporção de um para um fornece uma menor sensibilidade à luz, porém produz imagens mais focadas. Toda vez que os bastonetes recebem luz, as células bipolares a eles relacionadas são excitadas. Já para os cones, as células bipolares a eles relacionadas podem ser excitadas ou inibidas.
A participação das células horizontais e amácrinas no processamento das imagens é de suma importância para o controle de contraste da imagem percebida. As células horizontais fazem sinapse com os fotorreceptores e com as células bipolares, enviando sinais inibitórios para as células bipolares laterais aos cones e bastonetes excitados. As células amácrinas fazem sinapses com células bipolares e células ganglionares. Quando excitadas pelas células bipolares, transmitem informação para as células ganglionares. As células ganglionares também podem ser excitadas diretamente por células bipolares que foram diretamente excitadas por um fotorreceptor, caracterizando uma via direta.
Via encefálica e campos visuais
	Os axônios do nervo óptico passam pelo quiasma óptico (ponto de cruzamento dos nervos ópticos, em formato de X). Neste ponto, alguns axônios passam para o lado oposto, enquanto outros permanecem no mesmo lado. Agora fazendo parte do trato óptico, os axônios entram no encéfalo, terminando em três regiões:
· Núcleo do corpo geniculado lateral: no tálamo. A maior parte das fibras nervosas visuais termina aqui. Neste local são formadas sinapses com neurônios que formam as radiações ópticas e se projetam para as áreas visuais primárias.
· Colículo superior: região que controla os músculos extrínsecos do BO.
· Núcleos pré-tectais: controlam os reflexos de acomodação e pupilar.
Tudo o que pode ser visto por um olho compreende seu campo visual. A posição anterior dos olhos dos seres humanos favorece uma visão binocular. A visão binocular é resultado de uma sobreposição parcial dos campos visuais de ambos os olhos. Essa sobreposição possibilita uma percepção de profundidade. O campo visual de cada olho é dividido em duas regiões: a metade nasal ou central e a metade temporal ou periférica. A imagem abaixo mostra de maneira mais detalhada o caminho dos sinais pela via visual. A legenda e a respectiva imagem foram retiradas do Tratado de Anatomia e Fisiologia – Tortora – 12ª edição:
Patologias comuns
	
	Além das patologias citadas no corpo do texto, algumas outras situações comuns podem ser citadas:
· Conjuntivite: é uma inflação na túnica conjuntiva. Pode ser de origem alérgica, viral ou bacteriana. A conjuntivite é extremamente contagiosa, apresenta os sintomas de coceira, vermelhidão e, em alguns casos, pus. Dura de 5 a 7 dias, sendo naturalmente curada. A utilização de medicamentos pode acelerar o processo de cura.
· Catarata: nome dado à opacidade da lente. Pode ocorrer devido a idade (envelhecimento do cristalino), por motivos genéticos, por alguma doença crônica (diabetes) ou maus hábitos de vida (tabagismo) ou, também, por motivos de doença da mãe nos primeiros três meses de gestação (rubéola). A cirurgia para correção da catarata é a substituição da lente natural por uma lente artificial.
Audição – A transdução de ondas sonoras
	A audição é o sentido que nos permite reconhecer e interpretar sons. Esse sentido é intermediado pela orelha. A orelha pode ser dividia em três partes:
· Orelha externa: porta de entrada das ondas sonoras. Formada pela orelha, pelo meato acústico externo e pelo tímpano.
· Orelha média: compreende os ossículos da audição. São eles o martelo, a bigorna e o estribo.
· Orelha interna: onde ocorre a transdução sonora e o controle do equilíbrio.
A orelha está localizada no osso temporal do crânio. Existe uma abertura que forma o meato acústico da orelha externa. No temporal, próximo ao meato, estão os processos mastoide e estilóide. A figura a seguir mostra a localização do temporal no crânio, apontando os acidentes deste osso.
Orelha Externa
	Como apresentado anteriormente, a orelha externa é dividida em três partes:
· Orelha: uma aba de cartilagem elástica com formato semelhante a uma corneta. Sua margem superior é chamada de hélice, enquanto que sua parte inferior é chamada de lóbulo. A orelha fixa-se a cabeça por ligamentos e músculos, captando as ondas sonoras e direcionando-as para o meato acústico externo:
· Meato acústico externo: é a abertura óssea no osso temporal. Caracteriza-se por um tubo curvado com cerca de 2,5 cm de comprimento. Inicia na orelha e termina no tímpano. O meato acústico contem alguns pelos e glândulas ceruminosas (secretam cera de ouvido). A combinação entre pelos e cerume auxilia na proteção contra entrada de poeira e objetos estranhos. A produção de cerume em excesso torna-o impactado e pode atrapalhar na audição, amortecendo os sons. Para retirar o cerume impactado pode-se realizar uma lavagem no ouvido por alguém capacitado ou com um instrumento rombo por um otorrinolaringologista.
· Tímpano: também conhecido como membrana timpânica. É coberto por epiderme e revestido por epitélio cúbico simples. Em sua composição existem células de colágeno, fibras elásticas e fibroblastos. Faz a divisão entre a orelha externa e a orelha média.
Nota: a ocorrência de um rompimento no tímpano pode se dar por pressão de um cotonete, por traumatismo ou por uma infecção na orelha média, sendo curado em um mês.
Orelha média
	Na parte petrosa do osso temporal existe uma cavidade cheia de ar e revestida por epitélio, onde chamamos de orelha média. Separada da orelha externa pela membrana timpânica e da orelha interna pelas janelas do vestíbulo e da cóclea, a orelha média abria os três menores ossos do corpo: os ossículos da audição. Estes pequenos ossos são responsáveis por ampliar as vibrações recebidas pelo tímpano.
· Martelo: o primeiro ossículo. Seu “cabo” está conectado ao tímpano e sua “cabeça” é articulada ao corpo o próximo ossículo, a bigorna.
· Bigorna: o osso central da série. Recebe as vibrações do tímpano por intermédio do martelo, transferindo essas vibrações para a cabeça do estribo.
· Estribo: o último ossículo. Recebendo as vibrações da bigorna, transfere as mesmas para o vestíbulo, encaixando-se na janela do vestíbulo. Abaixo da janela do vestíbulo encontra-se a janelada cóclea, encapsulada pela membrana timpânica secundária.
Dois pequenos músculos ligam-se aos ossículos: o músculo tensor timpânico (que limita o movimento e aumenta a tensão do tímpano) e o músculo estapédio (menor músculo esquelético do corpo humano; evita grandes vibrações no estribo decorrentes de sons muito altos). Os músculos dos ossículos levam uma fração de segundo para responderem aos sons, portanto não conseguem proteger o ouvido médio de sons muito rápidos, como o de um tiro, por exemplo.
Na parede anterior da orelha média existe uma abertura que leva para a tuba auditiva (trompa de Eustáquio). Ela conecta a orelha média com a parte nasal da faringe. Em geral, mantem-se fechada na extremidade faríngea, exceto durante a deglutição e o bocejo, quando se abre para que o ar entre ou saia da orelha média a fim de igualar a pressão interna com a pressão atmosférica. A trompa de Eustáquio também é uma porta de entrada para patógenos que saem do nariz e da garganta para a orelha média, causando inflamações chamadas otites. Inflamações do ouvido médio são muito comuns em crianças, já que a tuba auditiva termina de se desenvolver aos 18 anos. Em crianças, sua angulação entre a nasofaringe e a orelha média é de apenas 10 graus, enquanto que em um adulto, essa angulação é de 45 graus. Dessa forma, a entrada de líquidos e outros corpos estranhos na orelha média é muito mais comum em crianças, ocasionando irritações e inflamações.
Orelha interna
	Também chamada de labirinto, a orelha interna é o local onde ocorre efetivamente a transdução de ondas mecânicas em impulsos elétricos. Além disso, o labirinto é responsável pela manutenção do equilíbrio corporal. Podemos separar a orelha interna em duas grandes partes: o labirinto ósseo e o labirinto membranáceo, estando um dentro do outro.
	O labirinto ósseo é preenchido por perilinfa, circundando o labirinto membranáceo que, por sua vez, é preenchido por endolinfa. O conjunto dos labirintos pode ser dividido em três áreas:
· Canais semicirculares: três arcos ósseos que se projetam formando ângulos praticamente retos entre si. Internamente são chamados ductos semicirculares. Cada um desses arcos é responsável pela análise do movimento craniano em uma direção. Ao final de cada ducto existe uma intumescência chamada ampola.
· Vestíbulo: é a parte central do labirinto ósseo. Dentro dele, o labirinto membranáceo possui dois sacos chamados utrículo e sáculo, conectados por um pequeno ducto.
· Cóclea: em formato de espiral, o osso que forma a cóclea se assemelha a concha de um caracol. Tem dois canais – a rampa do vestíbulo e a rampa do tímpano – preenchidos com perilinfa. Dentro da cóclea, separando as rampas, o labirinto membranáceo dá origem ao ducto coclear, preenchido por endolinfa. Na parte de cima da cóclea, as duas rampas se encontram no helicotrema.
Entre o ducto coclear e a rampa do vestíbulo existe a parede vestibular, e entre o ducto coclear e rampa do tímpano existe a lâmina basilar. Repousando sobre a lâmina basilar encontra-se o Órgão de Corti, contendo em torno de 16.000 células ciliadas – os receptores sonoros. As células ciliadas internas estão organizadas em apenas uma fileira, enquanto que as células ciliadas externas estão organizadas em três fileiras. Estas células fazem sinapses com neurônios sensitivos, enviando informações acústicas para o encéfalo pelo nervo coclear.
A interpretação dos sons
	A sequência de eventos para o início da transdução do som ocorre como explicitado abaixo:
	
Assim, as vibrações mecânicas são transformadas em impulsos elétricos, dando início a via auditiva. Os corpos celulares dos neurônios sensitivos estão localizados nos gânglios espirais. Os impulsos elétricos passam pelos axônios destes neurônios, que formam sinapses com neurônios nos núcleos cocleares no bulbo. Alguns axônios passam por um cruzamento e ascendem em um trato chamado lemnisco lateral, no lado oposto do encéfalo, terminando no colículo inferior do mesencéfalo. Outros axônios dos núcleos cocleares terminam no núcleo olivar superior em cada lado da ponte, seguindo para o colículo inferior. Outros axônios, ainda, seguem pelo lemnisco lateral do mesmo lado. Todos os axônios que saem dos colículos atingem o núcleo geniculado medial e, finalmente, a área auditiva primária do córtex cerebral.
Controle do equilíbrio
	O controle do equilíbrio é no sáculo, no utrículo e nas ampolas dos ductos semicirculares. No sáculo e no utrículo existe uma pequena região chamada mácula, que realiza o controle de equilíbrio estático, sendo responsável pela percepção de acelerações lineares.
	Movimentos de rotação da cabeça são coordenados por uma pequena elevação chamada crista, dentro das ampolas dos ductos semicirculares. A crista interpreta os movimentos de uma pequena massa de material gelatinoso que recobre a recobre. Essa massa é chamada de cúpula.
	Os sinais elétricos seguem pelos neurônios sensitivos, que têm seus corpos localizados nos gânglios vestibulares, sendo transportados, em parte, para os núcleos vestibulares e, os restantes, entram no cerebelo através dos pendúculos cerebelares inferiores.

Continue navegando