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*de acordo com o horário de Brasília 2020 PROVA DE LINGUAGENS, CÓDIGOS E SUAS TECNOLOGIAS E REDAÇÃO PROVA DE CIÊNCIAS HUMANAS E SUAS TECNOLOGIAS 1 Este CADERNO DE QUESTÕES contém 90 questões numeradas de 01 a 90 e a Proposta de Redação, dispostas da seguinte maneira: a. as questões de número 01 a 45 são relativas à área de Linguagens, Códigos e suas Tecnologias; b. Proposta de Redação; c. as questões de número 46 a 90 são relativas à área de Ciências Humanas e suas Tecnologias. 2 Confira se o seu CADERNO DE QUESTÕES contém a quantidade de questões e se essas questões estão na ordem mencionada na instrução anterior. Caso o caderno esteja incompleto, tenha qualquer defeito ou apresente divergência, comunique ao aplicador da sala para que ele tome as providências cabíveis. 3 Escreva e assine seu nome nos espaços próprios do CARTÃO-RESPOSTA com caneta esferográfica de tinta preta. 4 Não dobre, não amasse nem rasure o CARTÃO-RESPOSTA, pois ele não poderá ser substituído. 5 Para cada uma das questões objetivas, são apresentadas 5 opções identificadas com as letras , , , e . Apenas uma responde corretamente à questão. 6 Marque no CARTÃO-RESPOSTA a opção de língua estrangeira. 7 Use o código presente nesta capa para preencher o campo correspondente no CARTÃO-RESPOSTA. 8 Com seu RA (Registro Acadêmico), preencha o campo correspondente ao código do aluno. Se o seu RA não apresentar 7 dígitos, preencha os primeiros espaços e deixe os demais em branco. 9 No CARTÃO-RESPOSTA, preencha todo o espaço destinado à opção escolhida para a resposta. A marcação em mais de uma opção anula a questão, mesmo que uma das respostas esteja correta. 10 O tempo disponível para estas provas é de cinco horas e trinta minutos. 11 Reserve os 30 minutos finais para marcar seu CARTÃO-RESPOSTA. Os rascunhos e as marcações assinaladas no CADERNO DE QUESTÕES não serão considerados na avaliação. 12 Somente serão corrigidas as redações transcritas na FOLHA DE REDAÇÃO. 13 Quando terminar as provas, acene para chamar o aplicador e entregue este CADERNO DE QUESTÕES e o CARTÃO-RESPOSTA / FOLHA DE REDAÇÃO. 14 Você poderá deixar o local de prova somente após decorridas duas horas do início da aplicação e poderá levar seu CADERNO DE QUESTÕES ao deixar em definitivo a sala de provas nos últimos 30 minutos que antecedem o término das provas. 15 Você será excluído do Exame, a qualquer tempo, no caso de: a. prestar, em qualquer documento, declaração falsa ou inexata; b. agir com incorreção ou descortesia para com qualquer participante ou pessoa envolvida no processo de aplicação das provas; c. perturbar, de qualquer modo, a ordem no local de aplicação das provas, incorrendo em comportamento indevido durante a realização do Exame; d. se comunicar, durante as provas, com outro participante verbalmente, por escrito ou por qualquer outra forma; e. portar qualquer tipo de equipamento eletrônico e de comunicação durante a realização do Exame; f. utilizar ou tentar utilizar meio fraudulento, em benefício próprio ou de terceiros, em qualquer etapa do Exame; g. utilizar livros, notas ou impressos durante a realização do Exame; h. se ausentar da sala de provas levando consigo o CADERNO DE QUESTÕES antes do prazo estabelecido e / ou o CARTÃO-RESPOSTA a qualquer tempo. LEIA ATENTAMENTE AS INSTRUÇÕES SEGUINTES Simulado On-line Ensino Médio – 1ª série – Prova I EXAME NACIONAL DO ENSINO MÉDIO – VOLUME 2 LINGUAGENS, CÓDIGOS E SUAS TECNOLOGIAS Questões de 01 a 45 Questões de 01 a 05 (opção inglês) QUESTÃO 01 Dengue is complicated in that it consists of various types – type 1, 2, 3 and 4. The symptoms in all four types are the same: headache, muscular and joint pains, fever, diarrhea and vomiting. Besides four types, the disease comes in three forms: classic, mild and hemorrhagic (which may result in dengue shock syndrome). A person who gets type 1 will be immune to type 1 in the future; this is also true of the other types. However, the catch is that each time a person who has already had dengue is infected by a new type, there is a tendency for the disease to be worse. And as a person is infected by different types over a period of time, the possibility of getting the worst kind of dengue, hemorrhagic, increases. Although most types and forms of dengue may be painfully uncomfortable, recovery is normal within two weeks. Hemorrhagic dengue, on the other hand, can be fatal. PIMENTEL, Carolina. Disponível em: <http://agenciabrasil.ebc.com.br>. Acesso em: 23 jan. 2018. [Fragmento] A dengue é uma doença infecciosa muito comum no Brasil, especialmente no período chuvoso. O texto informa que A. a enfermidade tem três formas distintas, as quais podem levar o paciente à morte. B. os pacientes já infectados pelo tipo 1 da doença tornam-se imunes à forma hemorrágica. C. as formas da doença vão se abrandando até que o indivíduo infectado adquira imunidade. D. os sintomas do tipo 3 incluem dores de cabeça, musculares e nas juntas, diarreia, febre e vômito. E. a doença pode causar dor e desconforto, embora a recuperação seja certa em no máximo duas semanas. QUESTÃO 02 Time lords: the clocks that rule our world The best clocks now lose only a second every 300 million years – and the minuscule differences in their time-keeping is changing the world we live in. Time is money – and never was this clearer than at 09:59:59.985 Eastern Time, on 3 June 2013. Due to a glitch in its time-keeping, the news agency Reuters accidentally released trading data just 15 milliseconds early. The result was $28 million of transactions, as robot traders started dealing before others could get a look in. I8ØB QCK8 Technology has now reached a stage where even the tiniest discrepancies can be of huge cost, pushing us towards a new era of time-keeping. The most accurate clocks can tick for more than 300 million years without losing a beat – and that is by no means the limit. Those time lords can influence everything from the financial markets to your car’s GPS. They may even allow us to test the substance of the universe itself. Disponível em: <http://www.bbc.com>. Acesso em: 19 fev. 2015. O texto fala sobre a importância dos relógios no mundo moderno. Ao chamar algumas dessas ferramentas de “time lords”, o autor busca mostrar como elas são indispensáveis para A. a veracidade das informações. B. os estudos astronômicos. C. as práticas mercantis. D. o controle de tráfego. E. o rigor jornalístico. QUESTÃO 03 Photographie retouchée Starting this week, you might see a new label on commercial photographs of models in French publications: photographie retouchée, or “touched-up photograph”. That’s because a new French law is requiring images of models that have been digitally altered to say as much. As former Minister of Health, Marisol Touraine, who initiated the legislation, explains: “It is necessary to act on body image in society to avoid the promotion of inaccessible beauty ideals and prevent anorexia among young people”. Touché, Touraine: over 600,000 people in France are indeed affected by eating disorders like anorexia. Now, if only we could get a label in other publications warning us of les informations retouchées – fake news, perhaps? Disponível em: <https://blog.oxforddictionaries.com>. Acesso em: 10 out. 2017. [Fragmento] O texto aborda uma alteração na legislação francesa que obriga as publicações do país a A. apontar a quantidade de alterações realizadas em fotos. B. validar junto ao Ministério da Saúde as fotos retocadas. C. utilizar imagens que retratem diferentes tipos de corpo. D. divulgar campanhas estatais de prevenção à anorexia. E. indicar a existência de retoques em fotos de modelos. 7ZWG EM 1ª SÉRIE – VOL. 2 – 2020 LCT – PROVA I – PÁGINA 3BERNOULLI S ISTEMA DE ENSINO QUESTÃO 04 Brazilian Carnival becomes a kissing competition Carnival season is a time forbig street parties in the Brazilian city of Rio de Janeiro. But drink and samba music take a back seat to competitive kissing. With some revellers hoping to snog 10, 20 or 30 strangers in a single session. “People don’t usually go around kissing everyone because society is judgmental, but it’s different during Carnival,” says 18-year-old Isabela Melo. Street parties, or “blocos”, are seen as the one chance to enjoy a bit of fun before Lent begins on Ash Wednesday. “Everyone makes fun of you if you don’t kiss anyone,” says Jarbas Biagi, a 27-year-old dressed in fairy wings. “You get extra points if you manage to kiss a girl through the window on a passing bus... but basically it’s quantity, not quality.” Disponível em: <http://www.bbc.co.uk>. Acesso em: 19 fev. 2015. O texto aborda um comportamento social exibido nas festas de Carnaval nas ruas brasileiras. Na reportagem, a principal razão apresentada pelas pessoas para tal comportamento é a A. competitividade dos foliões. B. pressão da sociedade. C. natureza carnal da festa. D. iminência da quaresma. E. influência do álcool. QUESTÃO 05 California Governor signs vaccine exemption law California Governor Jerry Brown on Tuesday signed a bill that prevents parents in the state from seeking vaccine exemption for their children on the basis of philosophical and religious beliefs. “The science is clear that vaccines dramatically protect children against a number of infectious and dangerous diseases,” Brown said in a statement. “While it’s true that no medical intervention is without risk, the evidence shows that immunization powerfully benefits and protects the community.” The law will be one of the strictest in the country, and will require preschool and kindergarten-age children to receive essential vaccines that safeguard against illnesses such the measles, mumps, rubella, chickenpox, poliovirus and whooping cough. Under the law certain exemptions are still permitted. A family has the right to forgo vaccines for documented medical reasons, such as if the child has allergies and immune deficiencies. Disponível em: <http://www.newsweek.com>. Acesso em: 23 jan. 2018. [Fragmento] O texto informa sobre uma nova lei sancionada pelo governador do estado estadunidense da Califórnia. Essa lei tem o objetivo de A. eliminar a necessidade de imunização contra o sarampo, a caxumba e a catapora. B. obrigar a realização de testes de avaliação de riscos antes da vacinação. C. tornar gratuito o acesso às vacinas fundamentais para a fase da infância. D. isentar os pais de vacinarem seus filhos em função de questões religiosas. E. impor a vacinação de crianças contra doenças infectocontagiosas. XORF 3TØV LCT – PROVA I – PÁGINA 4 EM 1ª SÉRIE – VOL. 2 – 2020 BERNOULLI S ISTEMA DE ENSINO LINGUAGENS, CÓDIGOS E SUAS TECNOLOGIAS Questões de 01 a 45 Questões de 01 a 05 (opção espanhol) QUESTÃO 01 ¿Por qué los gatos de tres colores son siempre hembras? Si te encuentras con un gato de pelaje con tres colores, es casi 100% seguro de que se trate de una gata. La respuesta al por qué de este fenómeno se encuentra en los cromosomas. El color del pelaje de los gatos es una característica ligada a los cromosomas sexuales (X y Y). Las hembras tienen dos cromosomas X y los machos uno X y uno Y. El color negro y el anaranjado se encuentran solo en el cromosoma X, mientras que el color blanco es codificado por un gen independiente, no ligado al sexo. Cada cromosoma X puede expresar uno distinto (anaranjado y negro) y a la vez se puede expresar el blanco, haciendo que una gata pueda presentar los tres colores en su pelaje, y dando como resultado un gato que es conocido como gato cálico. En el caso de los gatos machos, al tener un solo cromosoma X, en condiciones normales solo pueden ser totalmente anaranjados, totalmente negros, blancos-negros, blancos-anaranjados o tonos intermedios como resultado de la mezcla de ellos. Disponível em: <http://biologiaya.com>. Acesso em: 29 jan. 2017. O texto informativo em questão discorre a respeito das cores dos gatos. De acordo com essas informações, A. as gatas monocolores e tricolores possuem os cromossomos X e Y. B. os tons alaranjados, pretos e brancos estão presentes em todos os felinos. C. as cores da pelagem dos animais estão ligadas às características hormonais. D. os cromossomos XX combinados são responsáveis pela pelagem tricolor das gatas. E. os cromossomos das fêmeas aumentam a possibilidade de pelagem da cor branca. QUESTÃO 02 Disponível em: <http://bloglemu.blogspot.com.br/2013/08/el-parque-nacional-africano-hogar-de.html>. Acesso em: 10 dez. 2014. A campanha SOS Virunga, da ONG WWF, é direcionada A. às autoridades africanas, para exigir providências concretas contra a destruição do habitat dos gorilas. B. às empresas petrolíferas, para criticar suas ações de degradação ambiental nas áreas de preservação. C. aos criadores da campanha, para enfatizar a sua preocupação com a exploração de petróleo no lar dos gorilas. D. aos leitores da campanha, para incentivar ações de mobilização para a conservação do habitat dos gorilas. E. aos responsáveis pelos gorilas, para alertá-los da necessidade de deslocá-los para um lugar onde não haja petróleo. VVZH WVHA EM 1ª SÉRIE – VOL. 2 – 2020 LCT – PROVA I – PÁGINA 5BERNOULLI S ISTEMA DE ENSINO QUESTÃO 03 Aunque hacer deberes parece que mejora el aprendizaje de los alumnos de secundaria de acuerdo con los estudios realizados con los datos PISA, estos mismos estudios sugieren también que los deberes refuerzan las desigualdades en el sistema educativo porque no todos los niños cuentan con las mismas condiciones materiales y apoyo para hacerlos en casa. Sin embargo, esta no parece ser la principal preocupación de quienes se oponen a ellos en España, según los datos recogidos en el estudio Ulises realizado por MyWord. Entre los encuestados que opinan que los niños de 9 a 12 años, en general, no deberían hacer deberes, salvo en algunas ocasiones, las críticas que concitan mayor acuerdo son que los deberes no dejan tiempo para hacer otras cosas que consideramos valiosas para el desarrollo de nuestros hijos, como tocar un instrumento, bailar, jugar, leer (74%), o actividades deportivas que contrarrestan el sedentarismo y la creciente tendencia a la obesidad infantil (63%). Frente a ello “solo” el 40% de los que se oponen a los deberes en esas edades están de acuerdo con que “los deberes generan injusticias porque los alumnos que cuentan con ayuda en casa, ya sea de sus padres o de profesores particulares, tienen ventaja respecto a aquellos que no disponen de ese apoyo”. De hecho, el coste de oportunidad de los deberes, es decir, lo que los niños dejan de hacer por culpa de ellos, son también la principal crítica que les hacen los partidarios de que los niños de 9 a 12 años hagan deberes todos o casi todos los días: un 26% de ellos creen que quitan tiempo para actividades creativas, y un 19% para hacer deporte, frente solo a un 17% que creen que aumentan la desigualdad. Disponível em: <http://www.20minutos.es>. Acesso em: 14 mar. 2017. Com base nos dados do PISA, os resultados da pesquisa Ulises indicam que a realização de deveres de casa não é considerada por todos como benéfica para o estudante. O inconveniente apontado mais vezes pelos opositores ao dever de casa é que essa prática A. dificulta a realização de atividades lúdicas e culturais. B. promove a competição entre as crianças nas escolas. C. incrementa o problema da obesidade infanto-juvenil. D. acirra as desigualdades já existentes entre as crianças. E. prejudica o desenvolvimento de atividades criativas. QUESTÃO 04 Cómo fotografiar bien la hora azul La hora azul es uno de los mejores momentos del día para hacer fotografías, ya que las luces de la ciudad se compensan con la luz natural que va cogiendo tonalidades azules y los colores se saturan.Podemos presenciarla todos los días en 2 ocasiones: antes del amanecer y después del atardecer. Si eres principiante, recomiendo que comiences con la hora azul del anochecer, ya que es más fácil de identificarla. Cuando se esconde el Sol, el cielo poco a poco se oscurecerá, encenderán las luces de la ciudad y desde ese instante hasta que el cielo se ponga completamente negro es lo que dura la hora azul. Por la mañana en cambio es todo lo contrario.Comienza BLR3 ELAH minutos antes de que apaguen las luces de las calles, antes de que salga el Sol. En estas dos ocasiones, la duración de este momento fotogénico dura pocos minutos de modo que es conveniente tener bien pensada la fotografía que queremos realizar para aprovechar al máximo el poco tiempo que disponemos para hacer fotos. Disponível em: <http://naturpixel.com>. Acesso em: 16 jan. 2017. [Fragmento] De acordo com o texto, a hora azul A. começa no período matutino e dura até o entardecer. B. configura-se como um dos melhores momentos para se fotografar em função da luz. C. pode ser vista em três momentos do dia: pela manhã, ao meio-dia e à noite. D. esconde o Sol, uma vez que o céu fica completamente escuro. E. caracteriza-se como o período de uma hora em que o céu encontra-se complemente azul. QUESTÃO 05 Sefarditas o la melancolía de ser judío español El nombre de Sefarad, como es denominada España en lengua hebrea, despierta en gentes de Estambul o de Nueva York, de Sofía o de Caracas, el vago recuerdo de una casa abandonada precipitadamente bajo la noche. Por eso muchas de estas gentes, descendientes de los judíos españoles expulsados en 1492, conservan las viejas llaves de los hogares de sus antepasados en España. Se ha escrito que jamás una nación ha tenido unos hijos tan fieles como ellos, que después de quinientos años de exilio siguen llamándose “sefarditas” (españoles) y mantienen celosamente el idioma “sefardita” y las costumbres de sus orígenes. En la cocina y en los lances de amor, en las fiestas y en las ceremonias religiosas, los sefarditas viven todavía la melancolía de ser españoles. CORRAL, P.; ALCALDE, J. Sefardíes o la melancolía de ser judío español. Disponível em: <http://sefaradilaculturasefardi.blogspot.com>. Acesso em: 17 fev. 2012 (Adaptação). A formação do Estado espanhol é consequência do encontro de vários povos, entre eles os judeus, expulsos da Espanha em 1492. O autor do texto, ao vincular o caráter melancólico da identidade sefardita, destaca a A. conservação de um modo de vida próprio da nação da qual eles foram desmembrados. B. fidelidade à língua hebraica que era falada pelos seus antepassados na Península Ibérica. C. lealdade por eles demonstrada às autoridades que os baniram dos territórios castelhanos. D. manutenção feita pelos judeus das casas que possuíam na Espanha, no final do século XV. E. observação das tradições impostas aos judeus nas cidades ocidentais para onde migraram. 9QD1 LCT – PROVA I – PÁGINA 6 EM 1ª SÉRIE – VOL. 2 – 2020 BERNOULLI S ISTEMA DE ENSINO QUESTÃO 06 Expressões Idiomáticas Expressões idiomáticas ou idiomatismo são expressões que se caracterizam por não identificar seu significado através de suas palavras individuais ou no sentido literal. Não é possível traduzi-las em outra língua e se originam de gírias e culturas de cada região. Nas diversas regiões do país, há várias expressões idiomáticas que integram os chamados dialetos. Disponível em: <www.brasilescola.com>. Acesso em: 24 abr. 2010 (Adaptação). O texto esclarece o leitor sobre as expressões idiomáticas, utilizando-se de um recurso metalinguístico que se caracteriza por A. influenciar o leitor sobre atitudes a serem tomadas em relação ao preconceito contra os falantes que utilizam expressões idiomáticas. B. externar atitudes preconceituosas em relação às classes menos favorecidas que utilizam expressões idiomáticas. C. divulgar as várias expressões idiomáticas existentes e controlar a atenção do interlocutor, ativando o canal de comunicação entre ambos. D. definir o que são expressões idiomáticas e como elas fazem parte do cotidiano do falante pertencente a grupos regionais diferentes. E. preocupar-se em elaborar esteticamente os sentidos das expressões idiomáticas existentes em regiões distintas. QUESTÃO 07 Ave a raiva desta noite A baita lasca fúria abrupta Louca besta vaca solta Ruiva luz que contra o dia Tanto e tarde madrugada. LEMINSKI, P. Distraídos venceremos. São Paulo: Brasiliense, 2002 [Fragmento] No texto de Leminski, a linguagem produz efeitos sonoros e jogos de imagens. Esses jogos caracterizam a função poética da linguagem, pois A. objetivam convencer o leitor a praticar uma determinada ação. B. transmitem informações, visando levar o leitor a adotar um determinado comportamento. C. visam provocar ruídos para chamar a atenção do leitor. D. apresentam uma discussão sobre a própria linguagem, explicando o sentido das palavras. E. representam um uso artístico da linguagem, com o objetivo de provocar prazer estético no leitor. NDMO T4L1 QUESTÃO 08 LUSCAR. Cartum. Nesse cartum, o artista lança mão do recurso da intertextualidade para construir o texto. Esse recurso se constitui pela presença de informações que remetem a outros textos. O emprego desse recurso no cartum revela uma crítica A. à qualidade da informação prestada pela mídia brasileira. B. aos altos níveis de violência no país veiculados pela mídia. C. à imparcialidade dos telejornais na veiculação de informações. D. à ausência de critérios para divulgação de notícias em telejornais. E. ao incentivo da mídia a atos violentos na sociedade. QUESTÃO 09 Não domino a verdade. Nem sequer a conheço. Escrevo sobre aquilo que não sei, para poder ficar sabendo. A grande diferença entre a literatura de imaginação criadora – a poesia, o romance, o conto – e a literatura de ensaio, de crítica, é que nesta se escreve sobre o que se sabe, ao passo que na primeira se escreve sobre o desconhecido, não se tem a menor ideia do sentido daquilo que se pretende dizer. SABINO, F. Martini seco. São Paulo: Ática, 1989. A diferença entre texto literário e não literário estabelecida no fragmento de Fernando Sabino baseia-se, principalmente, na relação do escritor com os fatos da vida cotidiana. Nesse sentido, o texto literário diferencia-se pelo discurso A. inventivo sobre a realidade, sem necessidade de haver coerência com aspectos factuais. B. calcado na representação da realidade, que busca fidelidade pela linguagem descritiva. C. subversivo em relação à realidade, a fim de criticar contextos históricos específicos. D. desvinculado da realidade, a qual é mero pano de fundo para a criação imaginária. E. incoerente com a realidade, caracterizando-se pelo compromisso com a fantasia. 2OZ8 NO2J EM 1ª SÉRIE – VOL. 2 – 2020 LCT – PROVA I – PÁGINA 7BERNOULLI S ISTEMA DE ENSINO QUESTÃO 10 LAERTE. Disponível em: <http//claudiagiron.blog.terra.com.br>. Acesso em: 08 set. 2011. Na tira, o recurso utilizado para produzir humor é a A. transformação da inércia em movimento por meio do balanço. B. universalização do enunciador por meio do uso da primeira pessoa do plural. C. polissemia da palavra balanço, ou seja, seus múltiplos sentidos. D. pressuposição de que o ócio é melhor que o trabalho. E. metaforização da vida como caminho a ser seguido continuamente. QUESTÃO 11 A bondade que nunca repreende não é bondade: é passividade. A paciência que nunca se esgota não é paciência: é subserviência. A tolerância que nunca replica não é tolerância: é imbecilidade. Autoria desconhecida. Disponível em: <http://www.icp27.com.br>. Acesso em: 10 maio 2011. A frase que propõe a mesma lógica observada na sequência de enunciados anterior é: A. A generosidade que nunca cobra não é generosidade: é benevolência. B. A liberdade que nunca se limitanão é liberdade: é independência. C. A gentileza que nunca se endurece não é gentileza: é amabilidade. D. A sabedoria que nunca se desestabiliza não é sabedoria: é onisciência. E. A serenidade que nunca se desmancha não é serenidade: é apatia. QUESTÃO 12 Disponível em: <www.hortifruti.com.br>. Acesso em: 03 abr. 2017. A publicidade utiliza diversas estratégias para atingir seu público-alvo. Na propaganda apresentada, por meio da intertextualidade, depreende-se que esse recurso foi explorado a fim de dar ao consumidor a A. clareza e objetividade na apresentação dos produtos anunciados. B. garantia de boa procedência, dando destaque ao nome da empresa. C. confiança de que o produto é incomparável, utilizando o humor. D. segurança da qualidade dos produtos, equiparando-os a estrelas de cinema. E. ideia de respeito à natureza, trazendo produtos livres de agrotóxicos. WPVN XZMZ LWØX LCT – PROVA I – PÁGINA 8 EM 1ª SÉRIE – VOL. 2 – 2020 BERNOULLI S ISTEMA DE ENSINO QUESTÃO 13 Era uma vez Um rei leão que não era rei. Um pato que não fazia quá-quá. Um cão que não latia. Um peixe que não nadava. Um pássaro que não voava. Um tigre que não comia. Um gato que não miava. Um homem que não pensava... E, enfim, era uma natureza sem nada. Acabada. Depredada. Pelo homem que não pensava. Laura Araújo Cunha CUNHA, L. A. ln: KOCH, l. V.; ELIAS, V. M. Ler e escrever: estratégias de produção textual. São Paulo: Contexto, 2011. São as relações entre os elementos e as partes do texto que promovem o desenvolvimento das ideias. No poema, a estratégia linguística que contribui para esse desenvolvimento, estabelecendo a continuidade do texto, é a A. escolha de palavras de diferentes campos semânticos. B. negação contundente das ações praticadas pelo homem. C. intertextualidade com o gênero textual fábula infantil. D. repetição de estrutura sintática com novas informações. E. utilização de ponto final entre termos de uma mesma oração. QUESTÃO 14 Do Pós-modernismo como adaptação ao mercado Há uma tendência daquilo que se apresenta como Pós-modernismo que é importante indagar de perto: trata-se da adaptação de grande parte daqueles que se apresentam como escritores às condições institucionais dominantes e ao mercado, o que significa que não produzem senão simples objetos de consumo, ao nível de qualquer outro artigo de supermercado. Essa adaptação vem negar a anti-institucionalidade (que não é apenas característica do Modernismo, mas daquilo que, na sequência de Baudelaire, se designa como modernidade literária) em nome da acessibilidade da literatura, e de outros tipos de discurso, ao grande público, o que corresponde à negação máxima de qualquer dimensão inconformista. Aquilo a que se chama de “grande público” só pode ser composto por gostos esclerosados, pelo que há de mais resistente à mudança, e por conseguinte pelo que há de mais antiartístico, a negação do movimento. Aquilo que se destina ao grande público é a espetacularização, que esteriliza ao colocar a diversão como substituta da estranheza, tornando-se eficaz na relegação do humano para o nível mais triste da vida animal – a domesticação. LOPES, Silvina Rodrigues. Literatura, defesa do atrito. Belo Horizonte: Chão da Feira, 2012 (Adaptação). 287N BHYX No fragmento de texto anterior, a autora apresenta uma reflexão sobre o papel da literatura em sua relação com o mercado. Para ela, a arte – e, mais especificamente, a literatura – deve A. atender às exigências do grande público consumidor. B. resistir a essa mercantilização, pois é anti-institucional. C. ser acessível e se dirigir ao maior número possível de leitores / consumidores. D. ser adaptada à cultura do espetáculo, característica da pós-modernidade. E. ser pensada como um objeto semelhante aos que se encontram no supermercado. QUESTÃO 15 Futebol de rua Pelada é o futebol de campinho, de terreno baldio. Mas existe um tipo de futebol ainda mais rudimentar do que a pelada. É o futebol de rua. Perto do futebol de rua qualquer pelada é luxo e qualquer terreno baldio é o Maracanã em jogo noturno. Se você é brasileiro e criado em cidade, sabe do que eu estou falando. Futebol de rua é tão humilde que chama pelada de senhora. Não sei se alguém, algum dia, por farra ou nostalgia, botou num papel as regras do futebol de rua. Elas seriam mais ou menos assim: DO CAMPO – O campo pode ser só até o fio da calçada, calçada e rua, rua e a calçada do outro lado e – nos clássicos – o quarteirão inteiro. O mais comum é jogar-se só no meio da rua. DA DURAÇÃO DO JOGO – Até a mãe chamar ou escurecer, o que vier primeiro. Nos jogos noturnos, até alguém da vizinhança ameaçar chamar a polícia. DA FORMAÇÃO DOS TIMES – O número de jogadores em cada equipe varia, de um a setenta para cada lado. DO JUIZ — Não tem juiz. DO INTERVALO PARA DESCANSO — Você deve estar brincando. VERISSIMO, L. F. In: Para gostar de ler: crônicas 6. São Paulo: Ática, 2002. [Fragmento] Nesse trecho de crônica, o autor estabelece a seguinte relação entre o futebol de rua e o futebol oficial: A. As regras do futebol de rua descaracterizam o futebol de campo, uma vez que entre as duas práticas não há similaridades. B. As condições materiais do futebol de rua impedem o envolvimento das pessoas e o caráter prazeroso desta prática. C. O futebol de rua expressa a possibilidade de autoria das pessoas para a prática de esporte e de lazer. D. O futebol de rua é necessariamente um futebol de menor valor e importância em relação ao futebol oficial. E. A ausência de regras formalizadas no futebol de rua faz com que o jogo seja desonesto em comparação com o futebol oficial. UORS EM 1ª SÉRIE – VOL. 2 – 2020 LCT – PROVA I – PÁGINA 9BERNOULLI S ISTEMA DE ENSINO QUESTÃO 16 Disponível em: <www.petba.org.br>. Acesso em: 08 nov. 2011. A unidade de sentido de um texto se constrói a partir daquilo que é dito, daquilo que não é dito, a partir do modo de se dizer, dos motivos, das aparências, do contexto. Nesse sentido, a partir da leitura do anúncio, depreende-se que A. a referência à proibição de beber no trânsito é feita a partir da intertextualidade entre a placa de trânsito, que normalmente remete à ideia de proibição, tendo ao fundo a imagem de uma garrafa. B. a relação estabelecida entre a frase “novo sinal de trânsito” e a parte não verbal permite estabelecer um público-alvo específico, ou seja, pessoas envolvidas com o álcool. C. o adjetivo “novo”, seguido do substantivo “sinal” empregado no anúncio, remete à ideia de que agora existe uma nova placa de trânsito que deve ser respeitada pelos motoristas. D. o anúncio tem uma finalidade específica interrelacionada, nesse caso, à ideia de persuadir as pessoas a não consumirem bebidas alcoólicas, pois elas fazem mal à saúde. E. a conexão estabelecida entre a placa de trânsito e a imagem da garrafa é construída com o objetivo de evidenciar quais são os motivos que levam as pessoas a não ingerirem bebida alcoólica enquanto estão dirigindo. QUESTÃO 17 Capítulo IX – A Ópera [...] Vinha aqui jantar comigo algumas vezes. Uma noite, depois de muito Chianti, repetiu-me a definição do costume, e como eu lhe dissesse que a vida tanto podia ser uma ópera, como uma viagem de mar ou uma batalha, abanou a cabeça e replicou: – A vida é uma ópera e uma grande ópera. O tenor e o barítono lutam pelo soprano, em presença do baixo e dos comprimirás, quando não são o soprano e o contralto que lutam pelo tenor, em presença do mesmo baixo e dos mesmos comprimirás. Há coros a numerosos, muitos bailados, e a orquestração é excelente... ASSIS, M. Dom Casmurro. São Paulo: Martin Claret, 2013. 268A 9CAH Ao afirmar que “a vida é uma ópera”, a personagem constrói uma metáfora que utiliza a imagem de vozes masculinas, tenor e barítono, e vozes femininas, soprano e contralto, para representar A. as conquistas árduas que permitemassociar a vida a uma batalha. B. os papéis sociais que transformam a vida em mera representação. C. as celebrações que definem a vida como ocasião de divertimento. D. os perigos enfrentados pelo indivíduos em sua trajetória de vida. E. os conflitos de relacionamento experienciados pelo ser humano. QUESTÃO 18 TEXTO I MICHELANGELO. Pietà. 1499. Mármore. 174 195 cm. TEXTO II Pietà Essa Mulher causa piedade Com o filho morto no regaço Como se ainda o embalasse. Não ergue os olhos para o céu À espera de algum milagre, Mas baixa as pálpebras pesadas Sobre o adorado cadáver. Ressuscitá-lo ela não pode, Ressuscitá-lo ela não sabe. Curva-se toda sobre o filho Para no seio guardá-lo, Apertando-o contra o ventre Com dor maior que a do parto. Mãe, de Dor te vejo grávida, Oh, mãe do filho morto! MILANO, D. Pietà. In: Poesia e prosa. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1979. O diálogo que o poema de Dante Milano estabelece com a escultura de Michelangelo sugere A. humanização da figura feminina sagrada. B. exagero da condição psicológica materna. C. inversão do papel materno da figura bíblica. D. sátira da relação entre a mãe e o filho morto. E. ironia à simbologia por trás da morte de Cristo. OJTF LCT – PROVA I – PÁGINA 10 EM 1ª SÉRIE – VOL. 2 – 2020 BERNOULLI S ISTEMA DE ENSINO QUESTÃO 19 BROWNE, D. Disponível em: <http://humorf1.info>. Acesso em: 26 nov. 2015. (*) Goulache – prato húngaro típico feito com carnes de porco e vaca (*) Helga – esposa de Hagar Considerando as falas das personagens e o contexto em que estão inseridas, o humor existente na tirinha decorre do(a) A. objetividade presente na pergunta de Eddie Sortudo no primeiro quadrinho. B. estranhamento de Hagar pelo pedido pouco convencional de Eddie Sortudo. C. ingenuidade na primeira fala de Hagar, que ajuda o amigo mesmo sem entendê-lo. D. insensibilidade na fala de Hagar à situação que enfrenta Eddie Sortudo. E. sarcasmo presente na pergunta feita por Hagar no segundo quadrinho. QUESTÃO 20 Cuitelinho Cheguei na beira do porto Onde as ondas se espáia As garça dá meia volta E senta na beira da praia E o cuitelinho não gosta Que o botão de rosa caia, ai, ai, ai Aí quando eu vim de minha terra Despedi da parentaia Eu entrei no Mato Grosso Dei em terras paraguaia Lá tinha revolução Enfrentei fortes bataia, ai, ai, ai A tua saudade corta Como aço de navaia O coração fica aflito Bate uma, a outra faia Os óio se enche d’água Que até a vista se atrapaia, ai, ai, ai Folclore recolhido por Paulo Vanzolini e Antônio Xandó. Disponível em: <http://letras.terra.com.br>. Acesso em: 29 dez. 2011. A canção Cuitelinho é um tema folclórico recolhido por músicos e gravado por inúmeros artistas. Para demarcar a origem popular da canção, pode-se recorrer a marcas presentes na letra coletada, como a A. repetição da interjeição “ai, ai, ai”. B. existência de traços da oralidade. C. simplicidade do cenário interiorano. D. referência a aspectos da natureza. E. presença da temática da saudade. SIXG WV15 EM 1ª SÉRIE – VOL. 2 – 2020 LCT – PROVA I – PÁGINA 11BERNOULLI S ISTEMA DE ENSINO QUESTÃO 21 E-mail no ambiente de trabalho T. C., consultor e palestrante de assuntos ligados ao mercado de trabalho, alerta que a objetividade, a organização da mensagem, sua coerência e ortografia são pontos de atenção fundamentais para uma comunicação virtual eficaz. E, para evitar que erros e falta de atenção resultem em saias justas e situações constrangedoras, confira cinco dicas para usar o e-mail com bom senso e organização: 1. Responda as mensagens imediatamente após recebê-las. 2. Programe sua assinatura automática em todas as respostas e encaminhamentos. 3. Ao final do dia, exclua as mensagens sem importância e arquive as demais em pastas previamente definidas. 4. Utilize o recurso de “confirmação de Ieitura” somente quando necessário. 5. Evite mensagens do tipo “corrente”. Disponível em: <http://noticias.uol.com.br>. Acesso em: 30 jul. 2012. [Fragmento] O texto apresenta algumas sugestões para o leitor. Esse caráter instrucional é atribuído, principalmente, pelo emprego A. do modo verbal imperativo, como em “responda” e “programe”. B. das marcas de qualificação do especialista, como “consultor” e “palestrante”. C. de termos específicos do discurso no mundo virtual. D. de argumentos favoráveis à comunicação eficaz. E. da palavra “dica” no desenvolvimento do texto. QUESTÃO 22 Lisboa, 14 de março de 1916. Meu querido Sá-Carneiro: Escrevo-lhe hoje por uma necessidade sentimental – uma ânsia aflita de falar consigo. Como de aqui se depreende, eu nada tenho a dizer-lhe. Só isto – que estou hoje no fundo de uma depressão sem fundo. O absurdo da frase falará por mim. [...] Pode ser que se não deitar hoje esta carta no correio amanhã, relendo-a, me demore a copiá-la à máquina, para inserir frases e esgares dela no «Livro do Desassossego». Mas isso nada roubará à sinceridade com que a escrevo, nem à dolorosa inevitabilidade com que a sinto. [...] De que cor será sentir? Milhares de abraços do seu, sempre muito seu Fernando Pessoa. PESSOA, F. Carta a Mário de Sá-Carneiro, 14 mar. 1915. In: SIMÕES, J. G. Vida e Obra de Fernando Pessoa: História de uma Geração. Amadora: Dom Quixote, 2017. [Fragmento] EHCE Ø996 Na carta, o poeta Fernando Pessoa escreve ao também poeta Mário de Sá-Carneiro. Depreende-se que a motivação para a escrita do texto é o(a) A. sentimento de tristeza e solidão que faz o autor ansiar por se comunicar com o amigo. B. reflexão sobre a importância de escrever, reler o conteúdo e transcrevê-lo para enviar. C. informação sobre o livro que o remetente está escrevendo simultaneamente à carta. D. questionamento sobre o ato de sentir, cuja resposta será esperada pelo remetente. E. descrição objetiva das intenções e ocupações do remetente para o dia seguinte. QUESTÃO 23 Talvez a nordestina já tivesse chegado à conclusão de que a vida incomoda bastante, alma que não cabe bem no corpo, mesmo alma rala como a sua. Imaginavazinha, toda supersticiosa, que se por acaso viesse alguma vez a sentir um gosto bem bom de viver – se desencantaria de súbito de princesa que era e se transformaria em bicho rasteiro. Porque, por pior que fosse sua situação, não queria ser privada de si, ela queria ser ela mesma. Achava que cairia em grave castigo e até risco de morrer se tivesse gosto. Então defendia-se da morte por intermédio de um viver de menos, gastando pouco de sua vida para esta não acabar. Essa economia lhe dava alguma segurança pois, quem cai, do chão não passa. Teria ela a sensação de que vivia para nada? Nem posso saber, mas acho que não. Só uma vez se fez uma trágica pergunta: Quem sou eu? Assustou-se tanto que parou completamente de pensar. LISPECTOR, C. A hora da estrela. Rio de Janeiro: Rocco, 1998. p. 31. A prosa modernista de Clarice Lispector evoca a subjetividade atormentada de seres humanos, cujos sentimentos de melancolia e inadequação são constantes. No fragmento, as impressões do narrador desvelam que a personagem A. revolta-se com a rotina de sofrimentos e com o contexto de miséria em que vive. B. percebe-se como um ser para quem o amor e a felicidade são desnecessários. C. recusa-se a acreditar na morte como um castigo para as criaturas ambiciosas. D. surpreende-se diante da impossibilidade de definição da própria identidade. E. defende-se dos desejos que tornariam sua vivência cotidiana mais digna. DAER LCT – PROVA I – PÁGINA 12 EM 1ª SÉRIE – VOL. 2 – 2020 BERNOULLI S ISTEMA DE ENSINO QUESTÃO 24 Disponível em: <www.humortadela.com.br>. Acesso em: 20 set. 2011. Conflitos de interação ajudam a promover o efeito de humor. No cartum, o recurso empregado para promover esse efeito é a A. intertextualidade, sugerida pelos traços identificadores do homem urbano e do homemrural. B. ambiguidade, produzida pela interpretação da fala do locutor a partir da variedade do interlocutor. C. conotação, atribuidora de sentidos figurados a palavras relativas às ações e aos seres. D. negação enfática, elaborada para reforçar o lamento do interlocutor pela perda da estrada. E. pergunta retórica, usada pelo motorista para estabelecer interação com o homem do campo. QUESTÃO 25 O peru de Natal O nosso primeiro Natal de família, depois da morte de meu pai acontecida cinco meses antes, foi de consequências decisivas para a felicidade familiar. Nós sempre fôramos familiarmente felizes, nesse sentido muito abstrato da felicidade: gente honesta, sem crimes, Iar sem brigas internas nem graves dificuldades econômicas. Mas, devido principalmente à natureza cinzenta de meu pai, ser desprovido de qualquer lirismo, duma exemplaridade incapaz, acolchoado no medíocre, sempre nos faltara aquele aproveitamento da vida, aquele gosto pelas felicidades materiais, um vinho bom, uma estação de águas, aquisição de geladeira, coisas assim. Meu pai fora de um bom errado, quase dramático, o puro-sangue dos desmancha-prazeres. ANDRADE, M. In: MORICONI, I. Os cem melhores contos brasileiros do século. São Paulo: Objetiva, 2000. [Fragmento] 3WXQ WWSB No fragmento do conto de Mário de Andrade, o tom confessional do narrador em primeira pessoa revela uma concepção das relações humanas marcada por A. distanciamento de estados de espírito acentuado pelo papel das gerações. B. relevância dos festejos religiosos em família na sociedade moderna. C. preocupação econômica em uma sociedade urbana em crise. D. consumo de bens materiais por parte de jovens, adultos e idosos. E. pesar e reação de luto diante da morte de um familiar querido. QUESTÃO 26 Saudosa maloca Se o senhor não tá lembrado Dá licença de contá Que acá onde agora está Esse adifício arto Era uma casa veia Um palacete assobradado Foi aqui seu moço Que eu, Mato Grosso e o Joca Construímos nossa maloca Mas um dia, nós nem pode se alembrá Veio os homis c’as ferramentas O dono mandô derrubá Peguemos tudo as nossas coisas E fumos pro meio da rua Apreciá a demolição Que tristeza que nós sentia Cada táuba que caía Doía no coração BARBOSA, A. Saudosa maloca. In: Adoniram Barbosa. Os mimosos colibris / Saudade da maloca. LP. 1951. [Fragmento] No texto em questão, há a utilização de um registro linguístico que não corresponde à norma-padrão da língua. Considerando o contexto retratado, o registro empregado A. confere um tom mais leve, beirando ao relato de humor contido na letra da canção. B. configura um erro por não se adequar à situação comunicativa apresentada. C. distancia-se da forma usual da língua, chegando a dificultar sua compreensão. D. permite a inferência do nível educacional em que o eu lírico se insere. E. prejudica a aceitabilidade do texto, já que desprestigia a mensagem emitida. 4BDN EM 1ª SÉRIE – VOL. 2 – 2020 LCT – PROVA I – PÁGINA 13BERNOULLI S ISTEMA DE ENSINO QUESTÃO 27 FOLHA DE S. PAULO, 20 ago. 2010. A produção do sentido em um texto decorre de relações entre diferentes fatores, como o contexto, as intenções dos interlocutores, o veículo em que a mensagem é publicada, além de recursos verbais e não verbais, responsáveis, muitas vezes, pela materialização da coesão e coerência do texto. O sentido da charge anterior, considerando que ela foi publicada no período pré-eleitoral de 2010, é construído por meio A. do contexto extratextual, já que ela não faria sentido sem as informações sobre o período de publicação. B. do elemento não verbal, uma vez que a charge é um gênero que necessariamente depende das imagens. C. de elementos verbais, uma vez que há um jogo de palavras que garante o humor na crítica apresentada. D. do diálogo dos personagens, pois ele explicita a tentativa de manipulação das pesquisas pelos políticos. E. das intenções do autor do texto, visto que há uma caracterização dos personagens como representantes políticos. QUESTÃO 28 Murar o Medo O medo foi um dos meus primeiros mestres. Antes de ganhar confiança em celestiais criaturas, aprendi a temer monstros, fantasmas e demônios. Os anjos, quando chegaram, já era para me guardarem. Os anjos atuavam como uma espécie de agentes de segurança privada das almas. Nem sempre os que me protegiam sabiam da diferença entre sentimento e realidade. Isso acontecia, por exemplo, quando me ensinavam a recear os desconhecidos. Na realidade, a maior parte da violência contra as crianças sempre foi praticada, não por estranhos, mas por parentes e conhecidos. Os fantasmas que serviam na minha infância reproduziam esse velho engano de que estamos mais seguros em ambiente que reconhecemos. Os meus anjos da guarda tinham a ingenuidade de acreditar que eu estaria mais protegido apenas por não me aventurar para além da fronteira da minha língua, da minha cultura e do meu território. O medo foi, afinal, o mestre que mais me fez desaprender. Quando deixei a minha casa natal, uma invisível mão roubava-me a coragem de viver e a audácia de ser eu mesmo. No horizonte, vislumbravam-se mais muros do que estradas. Nessa altura algo me sugeria o seguinte: que há, neste mundo, mais medo de coisas más do que coisas más propriamente ditas. COUTO, M. Disponível em: <http://www.miacouto.org>. Acesso em: 03 jan. 2017. [Fragmento] No excerto, para tratar o medo na sociedade contemporânea, o autor Mia Couto A. refere-se a sentimentos vivenciados da infância à vida adulta. B. reflete ironicamente sobre a importância de sentir medo. C. reconhece que no mundo existe, de fato, muito a se temer. D. compreende passivamente o significado do medo para adultos. E. enfoca fatos históricos para justificar seus temores pessoais. HYJB 9X1X LCT – PROVA I – PÁGINA 14 EM 1ª SÉRIE – VOL. 2 – 2020 BERNOULLI S ISTEMA DE ENSINO QUESTÃO 29 Seca d’água É triste para o Nordeste o que a natureza fez mandou 5 anos de seca uma chuva em cada mês e agora, em 85 mandou tudo de vez. A sorte do nordestino é mesmo de fazer dó seca sem chuva é ruim mas seca d’água é pior. Quando chove brandamente depressa nasce o capim dá milho, arroz, feijão mandioca e amendoim mas como em 85 até o sapo achou ruim. [...] Meus senhores governantes da nossa grande nação o flagelo das enchentes é de cortar o coração muitas famílias vivendo sem lar, sem roupa e sem pão. ASSARÉ, P. Digo e não peço segredo. São Paulo: Escritura, 2001. p. 117-118. Esse é um fragmento do poema “Seca d’água”, do poeta popular Patativa do Assaré. Nesse fragmento, a relação entre o texto poético e o contexto social se verifica A. por meio de metáforas complexas, ao gosto da tradição poética popular. B. de maneira idealizada, deturpando a realidade pela sua formulação amena e cômica. C. de forma direta e simples, que dispensa o uso de recursos literários, como rimas e figurações. D. de modo explícito, mediada por oposições, como a apresentada no título. E. na preocupação maior com a beleza da forma poética que com a representação da realidade do Nordeste. 8P38 QUESTÃO 30 Inscrição para uma lareira A vida é um incêndio: nela dançamos, salamandras mágicas Que importa restarem cinzas se a chama foi bela e alta? Em meio aos toros que desabam, cantemos a canção das chamas! Cantemos a canção da vida, na própria luz consumida... QUINTANA, M. Poesia completa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 2005. A metáfora em “A vida é um incêndio”, no contexto do poema de Mário Quintana, sugere que a vida é A. luminosa e inconsistente. B. emotiva e devastadora. C. intensa e passageira. D. alegre e abrangente. E. bela e acolhedora. QUESTÃO 31 Logo todos na cidade souberam: Halim se embeiçara por Zana. As cristãs maronitas de Manaus, velhas e moças, não aceitavam a ideia de ver Zana casar-se com um muçulmano. Ficavam de vigília na calçada do Biblos, encomendavamnovenas para que ela não se casasse com Halim. Diziam a Deus e ao mundo fuxicos assim: que ele era um mascate, um teque-teque qualquer, um rude, um maometano das montanhas do sul do Líbano que se vestia como um pé rapado e matraqueava nas ruas e praças de Manaus. Galib reagiu, enxotou as beatas: que deixassem sua filha em paz, aquela ladainha prejudicava o movimento do Biblos. Zana se recolheu ao quarto. Os clientes queriam vê-la, e o assunto do almoço era só este: a reclusão da moça, o amor louco do “maometano”. HATOUM, M. Dois irmãos. São Paulo: Cia. das Letras, 2006. [Fragmento] Dois irmãos narra a história da família que Halim e Zana formaram na segunda metade do século XX. Considerando o perfil sociocultural das personagens e os valores sociais da época, a oposição ao casamento dos dois evidencia A. as fortes barreiras erguidas pelas diferenças de nível financeiro. B. o impacto dos preceitos religiosos no campo das escolhas afetivas. C. a divisão das famílias em castas formadas pela origem geográfica. D. a intolerância com atos litúrgicos, aqui representados pelas novenas e ladainhas. E. a importância atribuída à ocupação exercida por um futuro chefe de família. 5JME A1FF EM 1ª SÉRIE – VOL. 2 – 2020 LCT – PROVA I – PÁGINA 15BERNOULLI S ISTEMA DE ENSINO QUESTÃO 32 Cantora afirma que não faz questão de lançar moda, mas gosta de estar “bonitona” e de se vestir bem Em entrevista concedida a um jornal televisivo, a cantora Adele disse que gosta de estar bonitona quando se veste, mas é profissional: “não faço questão de lançar moda. Música é para os ouvidos, não para os olhos. Vocês nunca vão me ver cantando de biquíni”. Com edição de imagens rápidas, cujos trechos da entrevista exclusiva se mesclavam com os de clipes, e texto cheio de adjetivos, o jornal disse que a fuga de Adele para o sofrimento é colocar na partitura das músicas todo seu rancor. O rompimento de dois namoros deu origem aos álbuns 19 (2008) e 21 (2010): “é o meu jeito de superar a dor... funcionou”. Disponível em: <www.jb.com.br>. Acesso em: 30 set. 2011 (Adaptação). As declarações da cantora ao jornal expressam sua opinião a respeito do comportamento dos artistas. Suas palavras sugerem que A. a mídia rejeita uma imagem artística elaborada para atender às cobranças do público e para explorar a sensualidade. B. uma cantora competente constrói sua carreira pelo desempenho vocal, sendo pouco relevante o figurino usado em apresentações. C. uma pessoa pública está atenta às últimas tendências do mundo fashion, pois o vestuário de grife agrega valor à sua personalidade. D. uma plateia exigente despreza o exibicionismo e valoriza o ídolo comedido e desligado das tendências da moda. E. a artista oculta o seu estado de espírito valendo-se de regras ditadas por um grupo e de um figurino excêntrico. QUESTÃO 33 Disponível em: <https://valimpublicidade.com>. Acesso em: 20 abr. 2017. BZPY IØHL A publicidade anterior explora a função metalinguística da linguagem, uma vez que A. usa palavras num texto essencialmente imagético. B. sugere a leitura involuntária do código linguístico. C. vende um produto enquanto vende um espaço. D. utiliza o próprio texto para se dirigir ao público. E. divulga um espaço para um texto publicitário. QUESTÃO 34 É papel da escola, em algum momento, chamar a atenção para o fato de que há diferenças entre as diversas formas de falar e o que elas significam: pessoas urbanas não falam como as rurais, jovens não falam como idosos, mulheres não falam como homens. Um modo de apresentar-se como jovem é falar como um jovem. Outro, vestir-se como tal. Mas a escola não precisa ensinar algumas das formas de falar, porque as pessoas as aprendem ao natural. O que a escola precisa ensinar é fundamentalmente a escrita. O padrão é uma exigência da sociedade, em muitos casos, e a escola deve incluir práticas que levam o aluno a escrever como se espera em cada campo. Mas, para fazer isso, não é necessário tachar outras maneiras de falar de erradas ou de feias. Aliás, esse comportamento, mais do que revelar preconceito, revela ignorância do que seja uma língua. POSSENTI, S. Língua, que bicho é esse? In: Carta Capital, 03 jun. 2011. Disponível em: <http://www2.cartacapital.com.br>. Acesso em: 25 jan. 2012 (Adaptação). Sabe-se que nenhuma língua é uniforme. Dessa forma, a variação linguística é um fenômeno natural, ao qual todas as línguas estão sujeitas. Em seu texto, Sírio Possenti relaciona a variação linguística com o papel desempenhado pela escola ao destacar o(a) A. desinteresse da escola em exercer a função de informar os estudantes sobre a existência das diferentes variedades linguísticas na sociedade. B. existência de um modo peculiar de falar entre os jovens, o qual deve ser privilegiado na escola como autêntica manifestação desse grupo de falantes. C. necessidade de a escola ensinar a norma-padrão, sem desconsiderar ou discriminar maneiras de falar que sigam outras normas. D. contraste do ensino das modalidades escrita e falada, que não são tratadas da mesma maneira nas aulas de Língua Portuguesa. E. inconveniência de falar sobre diferentes formas de falar na escola, evitando o aprofundamento da escrita na norma-padrão. G3ØR LCT – PROVA I – PÁGINA 16 EM 1ª SÉRIE – VOL. 2 – 2020 BERNOULLI S ISTEMA DE ENSINO QUESTÃO 35 Perder a tramontana A expressão ideal para falar de desorientados e outras palavras de perder a cabeça É perder o norte, desorientar-se. Ao pé da letra, “perder a tramontona” significa deixar de ver a estrela polar, em italiano stella tramontana, situada do outro lado dos montes, que guiava os marinheiros antigos em suas viagens desbravadoras. Deixar de ver a tramontana era sinônimo de desorientação. Sim, porque, para eles, valia mais o céu estrelado que a terra. O Sul era região desconhecida, imprevista; já o Norte tinha como referência no firmamento um ponto luminoso conhecido como a estrela Polar, uma espécie de farol para os navegantes do Mediterrâneo, sobretudo os genoveses e os venezianos. Na linguagem deles, ela ficava transmontes, para além dos montes, os Alpes. Perdê-la de vista era perder a tramontana, perder o Norte. No mundo de hoje, sujeito a tantas pressões, muita gente não resiste a elas e entra em parafuso. Além de perder as estribeiras, perde a tramontana... COTRIM, M. Língua Portuguesa, n. 15, jan. 2007. Nesse texto, o autor remonta às origens da expressão “perder a tramontana”. Ao tratar do significado dessa expressão, utilizando a função referencial da linguagem, o autor busca A. apresentar seus indícios subjetivos. B. convencer o leitor a utilizá-la. C. expor dados reais de seu emprego. D. explorar sua dimensão estética. E. criticar sua origem conceitual. QUESTÃO 36 TEXTO I XLI Ouvia: Que não podia odiar E nem temer Porque tu eras eu. E como seria Odiar a mim mesma E a mim mesma temer. HILST, H. Cantares. São Paulo: Globo, 2004. [Fragmento] TEXTO II Transforma-se o amador na cousa amada Transforma-se o amador na cousa amada, por virtude do muito imaginar; não tenho, logo, mais que desejar, pois em mim tenho a parte desejada. CAMÕES. Sonetos. Disponível em: <http://www.jornaldepoesia.jor.br>. Acesso em: 03 set. 2010 [Fragmento] 8BØF KDJ2 Nesses fragmentos de poemas de Hilda Hilst e de Camões, a temática comum é A. o “outro” transformado no próprio eu lírico, o que se realiza por meio de uma espécie de fusão de dois seres em um só. B. a fusão do “outro” com o eu lírico, havendo, nos versos de Hilda Hilst, a afirmação de que o eu lírico odeia a si mesmo. C. o “outro” que se confunde com o eu lírico, verificando-se, porém, nos versos de Camões, certa resistência do ser amado. D. a dissociação entre o “outro” e o eu lírico, porque o ódio ou o amor se produzem no imaginário, sem a realização concreta. E. o “outro” que se associa ao eu lírico, sendo tratados,nos textos I e II, respectivamente, o ódio e o amor. QUESTÃO 37 NQ.- As mulheres perdem sangue todos os meses, né? Como é que se chama isso? INF.- Aqui pra nós é tudo menstruação né? INQ.- Isso. Tem algum nome mais folclórico, mais popular... Que a gente falava quando era mais mocinha... Hoje eu tô do quê? O que que veio pra mim...? INF.- (risos) Aí não..., antigamente a gente, quando tava menstruada lá muito, nos anos de guaraná de rolha, né (risos) INQ.- Guaraná de rolha é bom! INF.- A gente falava assim: “Ixe, eu tô de chico” (risos) que eu achava o máximo, né! INQ.- É isso mesmo. No meu tempo também. INF.- Aí que horror né. Agora cê fala menstruação é mais assim delicado né! (risos). PAIM, M. M. A emergência de identidade social de faixa etária do projeto Atlas Linguístico do Brasil (Projeto ALIB). Revista Voos – Revista Polidisciplinar Eletrônica da Faculdade Guairacá, Guarapuara, v. 4, ed. 1, p. 25, 2012. Disponível em: <www.revistavoos.com.br>. Acesso em: 24 jan. 2014. O texto em questão é parte de uma entrevista feita por uma linguista com uma informante a fim de checar particularidades da variedade linguística usada pela entrevistada. Depreende-se do texto que a variante linguística diretamente relacionada à faixa etária manifesta-se no plano A. formal, já que a informante usa uma variedade informal da língua em oposição à variedade formal usada pela inquisidora. B. histórico, pois a informante explica que o sentido de um termo pode variar de acordo com o contexto e a época. C. lexical, visto que a informante percebe que, na atualidade, o uso de determinado termo é mais aceitável que o de outro. D. semântico, porque a informante reconhece que se podem atribuir diferentes sentidos a um mesmo termo. E. sintático, uma vez que a informante emprega regras gramaticais diferentes das regras da norma-padrão. YBFH EM 1ª SÉRIE – VOL. 2 – 2020 LCT – PROVA I – PÁGINA 17BERNOULLI S ISTEMA DE ENSINO QUESTÃO 38 Negra bonita Negra bonita de vestido azul e branco Sentada num banco de segunda de trem Negra bonita o que é que você tem? Com a cara tão triste não sorri pra ninguém? Negra bonita É seu amor que não veio Quem sabe se ainda vem Quem sabe perdeu o trem Negra bonita não fique triste não Se seu amor não vier Quem sabe se outro vem Quando se perde um amor Logo se encontra cem Você uma negra bonita Logo encontra outro bem. Quem sabe se eu sirvo Para ser o seu amor Salvo se você não gosta De gente da sua cor Mas se gosta eu sou o tal Que não perde pra ninguém Sou o tipo ideal Pra quem ficou sem o bem... JORGE, José Guilherme de Araújo. Antologia da Nova Poesia Brasileira. 1 ed. Rio de Janeiro: Editora Vecchi, 1948. No poema do pintor, poeta e ator Solano Trindade, percebe-se a existência de uma interlocutora – Negra bonita – com a qual o sujeito poético dialoga. Esse diálogo, que se inicia em tom de conselho, adquire uma conotação sedutora ao longo do poema. O sujeito poético declara sua intenção afetiva explicitamente em: A. “Com a cara tão triste não sorri pra ninguém?” B. “Sou o tipo ideal” C. “Negra bonita de vestido azul e branco” D. “Quando se perde um amor” E. “Negra bonita não fique triste não” QUESTÃO 39 Adeus, Lou Reed, príncipe da escuridão O rock como nós o conhecemos não existiria se não fosse por Lou Reed. Em meados dos anos 1960, quando Reed conheceu John Cale, Sterling Morrison e Moe Tucker e juntos montaram o Velvet Underground, o rock era jovem – tinha 15 ou 16 anos – e, basicamente, rural e adolescente. Rock era música de caipiras enfezados, fossem negros como Little Richard ou brancos como Jerry Lee Lewis e Elvis Presley. V1YH WXTO O primeiro disco do Velvet, o mitológico Velvet Underground & Nico, de 1967 – o disco da banana – inventou o rock urbano. Enquanto os hippies contemplavam viagens psicodélicas e balançavam as cabeças ao som da lisergia de “Sgt. Pepper’s”, Reed e sua trupe criavam a trilha sonora de metrópoles cinzas, sujas e perigosas, em canções sombrias sobre heroína, prostitutas, gigolôs e masoquistas. BARCINSKI, A. Disponível em: <http://andrebarcinski.blogfolha.uol. com.br>. Acesso em: 12 nov. 2013. Em seu texto em homenagem a Lou Reed, um dos ícones do rock da segunda metade do século XX, o autor o considera o príncipe da escuridão, porque sua obra A. contestava o estilo psicodélico de paz e amor dos hippies. B. influenciava o comportamento das bandas de heavy metal. C. refletia a vida sombria e cinzenta das grandes cidades. D. representava o espírito enfezado dos jovens da época. E. tinha como tema central sua posição suja e depressiva. QUESTÃO 40 Mas que talento tinha para a crueldade. Ela toda era pura vingança, chupando balas com barulho. [...] Na minha ânsia de ler, eu nem notava as humilhações a que ela me submetia: continuava a implorar-lhe emprestados os livros que ela não lia. [...] Disse-me que eu passasse pela sua casa no dia seguinte e que ela o emprestaria. Até o dia seguinte eu me transformei na própria esperança da alegria: eu não vivia, eu nadava devagar num mar suave, as ondas me levavam e me traziam. [...] Chegando em casa, não comecei a ler. Fingia que não o tinha, só para depois ter o susto de o ter. Horas depois abri-o, li algumas linhas maravilhosas, fechei-o de novo, fui passear pela casa, adiei ainda mais indo comer pão com manteiga, fingi que não sabia onde guardara o livro, achava-o, abria-o por alguns instantes. Criava as mais falsas dificuldades para aquela coisa clandestina que era a felicidade. A felicidade sempre iria ser clandestina para mim. Parece que eu já pressentia. Como demorei! Eu vivia no ar… Havia orgulho e pudor em mim. Eu era uma rainha delicada. [...] Não era mais uma menina com um livro: era uma mulher com o seu amante. LISPECTOR, Clarice. Felicidade clandestina. In: Felicidade clandestina. Rio de Janeiro: Rocco, 1998. Na passagem transcrita, a apresentação das personagens por meio de uma voz em primeira pessoa, que se sustenta pelo fio de sua memória, revela a construção de uma narrativa com A. adjetivação excessiva da cena. B. caráter metalinguístico acentuado. C. expressividade poética forte. D. sequência temporal linear rígida. E. sobriedade na escolha do léxico. M8HU LCT – PROVA I – PÁGINA 18 EM 1ª SÉRIE – VOL. 2 – 2020 BERNOULLI S ISTEMA DE ENSINO QUESTÃO 41 Nem tudo o que parece... Ele a beijou com volúpia e imaginava o que viria. Ela já sabia, pois um dia já foi Paulo, codinome Sofia. BURGOS, N. Disponível em: <http://autoressaconcursosliterarios.blogspot.com.br>. Acesso em: 03 maio 2017. O miniconto de Névio Burgos, mesmo conciso, mantém elementos comuns ao gênero épico, como A. discurso indireto livre valorizador de emoções de personagens. B. ações de personagens ambientadas num espaço psicológico. C. personagens antagonistas em busca de um mesmo objetivo. D. trama com conflitos desenvolvidos em um tempo cronológico. E. foco narrativo de terceira pessoa com linguagem rebuscada. QUESTÃO 42 BROWNE, C. Disponível em: <http://www.etecjosedagnoni.com.br>. Acesso em: 14 dez. 2016. Para que o sentido de um texto seja estabelecido, fatores linguísticos, semânticos e pragmáticos são fundamentais na textualidade. Na tirinha anterior, a construção do humor é gerada pela quebra de expectativa, já que A. a mensagem transmitida pelo emissor estava implícita, embora o interlocutor não a tenha compreendido adequadamente. B. a atitude do receptor faz alusão ao comportamento de muitos leitores em restaurantes, aproximando-os do autor do texto. C. o receptor não acessou seu conhecimento prévio para compreender a mensagem, interrompendo a comunicação iniciada. D. o conflito de interesses entre os interlocutores fica claro quando o receptor não se esforça para entender a mensagem. E. a intenção do emissor é inadequada à situação, cujas circunstâncias fazem com que o receptorsurpreenda os leitores. QUESTÃO 43 [...] A minha mãe estava sempre ao meu lado, uma mulher frágil e feroz, ensinando-me a recear o mundo e os seus perigos inumeráveis: A realidade é dolorosa e imperfeita – dizia-me – é essa a sua natureza e por isso a distinguimos dos sonhos. Quando algo nos parece muito belo, pensamos que só pode ser um sonho e então beliscamo-nos para termos a certeza de que não estamos a sonhar – se doer é porque não estamos a sonhar. A realidade fere, mesmo quando, por instantes, nos parece um sonho. Nos livros, está tudo o que existe, muitas vezes, em cores mais autênticas, e sem a dor verídica de tudo o que realmente existe. Entre a vida e os livros, meu filho, escolhe os livros. AGUALUSA, J. E. O vendedor de passados. Rio de Janeiro: Gryphus, 2004. p. 34. A organização da literatura em gêneros segue critérios de acordo com características semelhantes de forma e conteúdo. No trecho do romance de Agualusa, pode-se reconhecer o gênero A. dramático, pois nota-se a presença do trágico na dificuldade do personagem de enfrentar a realidade. B. lírico, pois percebe-se o anseio do narrador em expressar os sentimentos e as ideias do seu mundo interior. C. narrativo, pois o narrador-personagem, ao trazer à tona o seu passado, acaba evidenciando sua visão de mundo. D. metalinguístico, pois a preocupação do narrador é evidenciar a importância dos livros na sua existência. E. épico, pois o personagem apresenta a imagem da mãe como uma pessoa feroz, que age de maneira heroica. DEWØ MV89 KV9I EM 1ª SÉRIE – VOL. 2 – 2020 LCT – PROVA I – PÁGINA 19BERNOULLI S ISTEMA DE ENSINO QUESTÃO 44 Toda mensagem a ser transmitida foca em um elemento específico da comunicação, dependendo do objetivo do texto. No processo comunicativo do texto anterior, veiculado no Dia Mundial do Meio Ambiente, houve a preocupação em destacar o A. emissor, porque a função emotiva é utilizada para alertar sobre o perigo de enchentes. B. receptor, pois as pessoas são convocadas a refletirem sobre uma das causas da poluição. C. código, pois é utilizada no texto uma linguagem que seja compreensível para qualquer pessoa. D. mensagem, pois o texto verbal é o responsável pela clareza da informação da campanha. E. canal de comunicação, pois o cartaz é o suporte que possui maior alcance. QUESTÃO 45 Cunha! O Porsche de Jesus! Buemba! Buemba! Macaco Simão urgente! O esculhambador-geral da República! Três dias de horário de verão! E continuo sem noção! Que hora é hoje? Meio-dia pras quatro. [...] E atenção! Semana Cunha! O melhor, o Porsche do Cunha está registrado na empresa chamada Jesus.com. E com o adesivo: “Propriedade de Jesus”. [...] Jesus jamais iria imaginar que iria virar laranja. [...] E o tuiteiro Beto Comentando revela a Oração do Cunha: “Em nome do Porsche, do Fusion e do Espírito SUV, Amém”. O cara é um Corolla. O Cunha não é carola, é Corolla! [...] E adorei a declaração do Cunha: “Não renuncio. Não ganho nada com isso”. Até pra renunciar o cara quer ganhar algum? Rarará! [...] DEUS NOS ACUNHA! SIMÃO, J. Disponível em: <http://www1.folha.uol.com.br>. Acesso em: 31 out. 2015. [Fragmento] A mistura dos registros formal e informal é muito comum em contextos jornalísticos de cunho humorístico. No texto de José Simão, há marca de coloquialidade em: A. “Três dias de horário de verão! E continuo sem noção!” B. “‘Não renuncio. Não ganho nada com isso.’” C. “o Porsche do Cunha está registrado na empresa chamada Jesus.com.” D. “Jesus jamais iria imaginar que iria virar laranja.” E. “E com o adesivo: ‘Propriedade de Jesus’.” 7ØB8 KBJ7 LCT – PROVA I – PÁGINA 20 EM 1ª SÉRIE – VOL. 2 – 2020 BERNOULLI S ISTEMA DE ENSINO PROPOSTA DE REDAÇÃO A partir da leitura dos textos motivadores e com base nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija texto dissertativo-argumentativo em modalidade escrita formal da Língua Portuguesa sobre o tema “Combate ao preconceito contra portadores de HIV / aids”, apresentando proposta de intervenção que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista. TEXTO I HIV é a sigla em inglês do “Vírus da Imunodeficiência Humana”. Causador da aids, ataca o sistema imunológico, responsável por defender o organismo de doenças. Ter o HIV não é a mesma coisa que ter a aids. Há muitos soropositivos que vivem anos sem apresentar sintomas e sem desenvolver a doença. Mas podem transmitir o vírus a outros pelas relações sexuais desprotegidas, pelo compartilhamento de seringas contaminadas ou de mãe para filho durante a gravidez e a amamentação. Por isso, é sempre importante fazer o teste e se proteger em todas as situações. BRASIL. Disponível em: <http://portalsaude.saude.gov.br>. Acesso em 04 dez. 2017 (Adaptação). TEXTO II De 1980 a junho de 2017, foram identificados 882 810 casos de aids no Brasil. O país tem registrado, anualmente, uma média de 40 mil novos casos de aids nos últimos cinco anos. A distribuição proporcional dos casos de aids, identificados de 1980 até junho de 2017, mostra uma concentração nas regiões Sudeste e Sul, correspondendo cada qual a 52,3% e 20,1% do total de casos; as regiões Nordeste, Norte e Centro-Oeste correspondem a 15,4%, 6,1% e 6,0% do total dos casos, respectivamente. Nos últimos cinco anos (2012 a 2016), a região Norte apresentou uma média de 4,2 mil casos ao ano; o Nordeste, 8,8 mil; o Sudeste, 16,3 mil; o Sul, 8,5 mil; e o Centro-Oeste, 2,8 mil. BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Vigilância. Boletim Epidemiológico – Aids e IST. Disponível em: <http://www.aids.gov.br>. Acesso em: 04 dez. 2017. [Fragmento] TEXTO III Art. 1º – Constitui crime punível com reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa, as seguintes condutas discriminatórias contra o portador do HIV e o doente de aids, em razão da sua condição de portador ou de doente: I – recusar, procrastinar, cancelar ou segregar a inscrição ou impedir que permaneça como aluno em creche ou estabelecimento de ensino de qualquer curso ou grau, público ou privado; II – negar emprego ou trabalho; III – exonerar ou demitir de seu cargo ou emprego; IV – segregar no ambiente de trabalho ou escolar; V – divulgar a condição do portador do HIV ou de doente de aids, com intuito de ofender-lhe a dignidade; VI – recusar ou retardar atendimento de saúde. BRASIL. Lei nº 12 984, de 2 de junho de 2014. Disponível em: <http:// www.planalto.gov.br>. Acesso em 04 dez. 2017. [Fragmento] TEXTO IV BRASIL. Disponível em: <http://portalsaude.saude.gov.br>. Acesso em 04 dez. 2017 (Adaptação). TEXTOS MOTIVADORES INSTRUÇÕES PARA A REDAÇÃO 1. O rascunho da redação deve ser feito no espaço apropriado. 2. O texto definitivo deve ser escrito à tinta, na folha própria, em até 30 linhas. 3. A redação que apresentar cópia dos textos da Proposta de Redação ou do Caderno de Questões terá o número de linhas copiadas desconsiderado para efeito de correção. 4. Receberá nota zero, em qualquer das situações expressas a seguir, a redação que: 4.1. tiver até 7 (sete) linhas escritas, sendo considerada “texto insuficiente”. 4.2. fugir ao tema ou que não atender ao tipo dissertativo-argumentativo. 4.3. apresentar parte do texto deliberadamente desconectada com o tema proposto. 4.4. apresentar nome, assinatura, rubrica ou outras formas de identificação no espaço destinado ao texto. SKXØ EM 1ª SÉRIE – VOL. 2 – 2020 LCT – PROVA I – PÁGINA 21BERNOULLI S ISTEMA DE ENSINO CIÊNCIAS HUMANAS E SUAS TECNOLOGIAS Questões de 46 a 90 QUESTÃO 46 Sete bilhões de habitantes Charge publicada no Diário do Pará – 03 nov. 2011. No dia 31 de outubro de 2011, foi oficializada a marca de 7 bilhões de habitantes no planeta Terra, segundo os especialistas em demografia. Na ocasião desse acontecimento, a charge utilizando o símbolo daOrganização das Nações Unidas (ONU) foi publicada para criticar as(os) A. condições de vida de parte da população mundial consideradas distantes dos padrões de dignidade estabelecidos por organismos internacionais. B. nações de menor expressão que ainda gravitam em espaços periféricos nas discussões estabelecidas na Assembleia Geral da ONU. C. órgãos de integração de Estados que são incapazes de lidar com temas como a paz mundial e a redução dos arsenais de armas de destruição em massa. D. movimentos isolados de combate à fome que são impedidos de discutir problemas presentes na agenda do novo milênio. E. níveis baixos de escolaridade responsáveis pela incompreensão da importância da marca atingida pela humanidade. QUESTÃO 47 A democracia só poderia ter sido inventada em uma atmosfera em que o povo, como um todo, tivesse um forte sentimento de sua própria independência de julgamento e, consequentemente, exigisse o direito de controlar seus próprios destinos. Esse sentimento de liberdade está bem de acordo com o que vimos dos primeiros filósofos e médicos jônicos que tentaram explicar o mundo em termos humanamente inteligíveis. JONES, P. O Mundo de Atenas. São Paulo: Martins Fontes, 1997. Com base no texto, o principal elemento da cultura ateniense que colaborou para o desenvolvimento da democracia foi o(a) A. atuação comercial. B. ausência de censura. C. cultivo da tolerância. D. defesa do individualismo. E. valorização da autonomia. OZNØ HF5K QUESTÃO 48 TEXTO I Nos anos 1970, o alemão Arno Peters apresenta ao mundo um tipo de projeção aparentemente mais correta do globo terrestre, destacando os países do Hemisfério Sul; em contraposição à projeção de Mercator que, por distorcer as áreas nas latitudes mais altas, daria maior importância às potências mundiais. (SEEMANN, 2003) TEXTO II Pereira, Santos e Carvalho (1993) defendem a Projeção de Peters usando os argumentos dele próprio, que diz que nenhum lugar em sua projeção aumenta ou diminui, apenas representa as dimensões corretas dos continentes e oceanos. OLIVEIRA, F. G. L. A cartografia e as visões de mundo. In: SANTOS, C. (Org.). Cartografia e Geografia: Temas e Debates, 2011. p. 22. [Fragmento] A projeção citada no texto pode ser classificada como A. azimutal. B. conforme. C. cônica. D. equivalente. E. plana. QUESTÃO 49 [...] “De quem são as velas onde me roço? De quem as quilhas que vejo e ouço?” Disse o mostrengo, e rodou três vezes, Três vezes rodou imundo e grosso. “Quem vem poder o que só eu posso, Que moro onde nunca ninguém me visse E escorro os medos do mar sem fundo?” E o homem do leme tremeu, e disse: “El-rei D. João Segundo!” [...] PESSOA, F. O mostrengo. In: Mensagem. São Paulo: Companhia das Letras, 1998. [Fragmento] O poema “O mostrengo”, de Fernando Pessoa, faz referência às viagens marítimas portuguesas em direção às Índias, durante as Grandes Navegações. A metáfora apresentada nesse trecho do poema se relaciona ao(à) A. coragem dos portugueses, que ignoraram os perigos do além-mar em busca de riquezas e glórias. B. imaginário dos primeiros navegantes que acreditavam na existência de seres fantásticos nos oceanos. C. controle dos mares pelos habitantes das índias Orientais, que possuíam grande conhecimento náutico. D. resistência dos povos orientais em negociar as especiarias com os navegantes portugueses. E. crítica aos aspectos religiosos da cultura europeia, que representaram um atraso para a expansão marítima. ZQCL LHMK CH – PROVA I – PÁGINA 22 EM 1ª SÉRIE – VOL. 2 – 2020 BERNOULLI S ISTEMA DE ENSINO QUESTÃO 50 Taxa de fecundidade total e diferença relativa, segundo as Grandes Regiões (2000 / 2010) Grandes Regiões Taxa de fecundidade total Diferença relativa 2000 / 2010 (%) 2000 2010 Brasil 2,38 1,90 –20,1 Norte 3,16 2,47 –21,8 Nordeste 2,69 2,06 –23,4 Sudeste 2,10 1,70 –19,0 Sul 2,24 1,78 –20,6 Centro-Oeste 2,25 1,92 –14,5 IBGE. Censo Demográfico 2000 / 2010. Disponível em: <http://www.ibge.gov.br>. Acesso em: 26 out. 2016. Entre o Censo de 2000 e o de 2010, a mudança do principal indicador da dinâmica demográfica é notável. O declínio da taxa de fecundidade foi mais expressivo na região A. Norte, e, em 2000, esta ainda possuía taxa de fecundidade acima do nível de reposição. B. Sudeste, e, em 2010, a taxa de fecundidade estava acima do nível de reposição em duas regiões. C. Centro-Oeste, e, em 2000, todas as regiões estavam acima do nível de reposição. D. Sul, e, em 2010, a fecundidade foi insuficiente para assegurar a reposição populacional. E. Nordeste, e, em 2010, quatro regiões tinham taxas de fecundidade abaixo do nível de reposição. QUESTÃO 51 QUINO. Disponível em: <http://educador.brasilescola.com>. Acesso em: 17 nov. 2014. O “modelo reduzido” do mundo a que Mafalda se refere é possível pelo método da A. distribuição das terras emersas. B. representação de curvas de nível. C. utilização de uma escala pequena. D. classificação da projeção cartográfica. E. localização das coordenadas geográficas. QUESTÃO 52 Sendo a família uma instituição, ela se apresenta como a primeira instituição com a qual o indivíduo tem contato em sua vida. Ela também fornece um manual prático dos comportamentos e pensamentos permitidos ou não ao indivíduo. Hoje, a família sofre reformulações em suas normas institucionais. Não há um modelo de família na modernidade, o que há são famílias. RAMOS, D.; NASCIMENTO, V. A família como instituição moderna. Fractal: Revista de Psicologia. Rio de Janeiro, n. 2, v. 20, 2008. (Adaptação). Descrito no texto, o cenário aponta para uma mudança na família enquanto instituição social, que se expressa no(a) A. desinteresse sobre os laços sanguíneos dos indivíduos. B. reconhecimento de diversas configurações de família. C. conhecimento das antigas relações de parentesco. D. valorização das habilidades sociais dos membros. E. autonomia da atuação coletiva dos participantes. 7LOX UØYY FHH2 EM 1ª SÉRIE – VOL. 2 – 2020 CH – PROVA I – PÁGINA 23BERNOULLI S ISTEMA DE ENSINO QUESTÃO 53 Nós também procuramos – e é lícito confessá-lo – auferir lucros e riquezas, sem os quais a Europa não poderia compensar as despesas enormes que todos os dias fazemos. Merecemos, porém, louvores por não navegarmos os mares, como outrora fizeram e ainda hoje fazem muitos povos da Itália, da Espanha e da França, quais desarmados mercadores em busca só de especiarias, mas com exércitos e armadas, bem-apanhadas contra o inimigo, não tanto para a dilatação do nosso Império, como para a expansão de nossas crenças. WEHLING, A.; WEHLING, M. J. C. M. Formação do Brasil Colonial. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1999. 359p. [Fragmento adaptado] O texto do cronista português Damião de Góis, escrito à época das Grandes Navegações, indica que A. o expansionismo português era, primordialmente, uma expansão da fé cristã. B. as Grandes Navegações de Portugal estavam isentas de interesses econômicos. C. a aliança entre Itália, França e Espanha dificultou a expansão marítima lusitana. D. a expansão portuguesa era efetivada por meios pacíficos, sem o uso da violência. E. os outros povos, além de especiarias, empenhavam-se na expansão da fé católica. QUESTÃO 54 [Tom] Standage, editor de conteúdo do site da revista britânica The Economist, afirma que redes sociais como Facebook, Twitter e Tumblr podem ser as últimas encarnações de uma prática que começou por volta do ano 51 a.C., na Roma Antiga. O autor relata como Cícero usava um escravo, que posteriormente tornou-se seu escriba, para redigir mensagens em rolos de papiro que eram enviados a uma espécie de rede de contatos. Essas pessoas, por sua vez, copiavam seu texto, acrescentavam seus próprios comentários e repassavam adiante. Disponível em: <https://noticias.terra.com.br>. Acesso em: 18 out. 2016. [Fragmento
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