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Aula 00 - penal 11-20

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Impresso por josinaldo, CPF 010.713.582-51 para uso pessoal e privado. Este material pode ser protegido por direitos autorais e não
pode ser reproduzido ou repassado para terceiros. 09/04/2020 00:49:50
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Esse œltimo conceito de crime (sob o aspecto anal’tico), Ž o que 
 vai nos fornecer os subs’dios para que possamos estudar os 
elementos do crime (Fato t’pico, ilicitude e culpabilidade). 
 O fato t’pico Ž o primeiro dos elementos do crime, sendo a tipicidade 
um de seus pressupostos. Vamos estud‡-lo, ent‹o! 
 
1.2.! Fato t’pico e seus elementos 
O fato t’pico tambŽm se divide em elementos, s‹o eles: 
¥! Conduta humana (alguns entendem poss’vel a conduta de 
pessoa jur’dica) 
¥! Resultado natural’stico 
¥! Nexo de causalidade 
¥! Tipicidade 
 
1.2.1.! Conduta 
 Tr•s teorias buscam explicar a conduta: Teoria causal-natural’stica
(ou cl‡ssica), . finalista e social
 Para a , conduta Ž a a•‹o humana. teoria causal-natural’stica
 Assim, basta que haja movimento corporal para que exista conduta. Esta 
 teoria est‡ praticamente abandonada, pois entende que n‹o h‡ 
 necessidade de se analisar o conteœdo da vontade do agente nesse 
 momento, guardando esta an‡lise (dolo ou culpa) para quando do estudo 
da culpabilidade.2 
 Para a , de , a conduta humana Ž a teoria finalista HANS WELZEL
a•‹o dirigida a uma determinada finalidade. Assim: volunt‡ria
Conduta = vontade + a•‹o 
 
 Logo, retirando-se um dos elementos da conduta, esta n‹o 
existir‡, o que acarreta a inexist•ncia de fato t’pico. 
 EXEMPLO: Jo‹o olha para Roberto e o agride, por livre espont‰nea 
 vontade. Estamos diante de uma conduta (quis agir e agrediu) dolosa 
(quis o resultado). 
 Agora, se Jo‹o dirige seu carro, v• Roberto e sem querer, o atinge, 
 estamos diante de uma conduta (quis dirigir e acabou ferindo) culposa 
(n‹o quis o resultado). 
 
!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
2 BITENCOURT, Cezar Roberto. Op. cit., p. 287/288 
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Máquina de escrever
OK-09-04-2020
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 Vejam que a ÒvontadeÓ a que me referi como elemento da conduta Ž 
uma vontade de meramente praticar o ato que ensejou o crime, ainda que 
 o resultado que se pretendesse n‹o fosse il’cito. Quando a vontade 
(elemento da conduta) Ž dirigida ao fim criminoso, o crime Ž doloso. 
 Quando a vontade Ž dirigida a outro fim (que atŽ pode ser criminoso, mas 
 n‹o aquele) o crime Ž culposo. PorŽm, por enquanto vamos ficar apenas 
na ÒvontadeÓ (desculpem o trocadilho) e estudar somente os elementos do 
fato t’pico. 
 ESTA ƒ A TEORIA ADOTADA PELO NOSSO CîDIGO PENAL. 
Vejamos os termos do art. 20 do CP3: 
 Art. 20 - O erro sobre elemento constitutivo do tipo legal de crime exclui o 
dolo, mas permite a puni•‹o por crime culposo, se previsto em lei. 
 
Ora, se a lei prev• que o erro sobre um elemento do tipo exclui 
 o dolo, Ž porque entende que o dolo est‡ no tipo (fato t’pico), n‹o 
na culpabilidade. Assim, a conduta Ž, necessariamente, volunt‡ria. 
A grande evolu•‹o da teoria finalista, portanto, foi conceber a conduta 
 como um Òacontecimento finalÓ4 , ou seja, somente h‡ conduta quando o 
agir de alguŽm Ž dirigido a alguma finalidade (seja ela l’cita ou n‹o). 
 Para terceira teoria, a , a conduta Ž a a•‹o humana, teoria social
volunt‡ria e que Ž dotada de alguma relev‰ncia social.5 
H‡ cr’ticas a esta teoria, pois a relev‰ncia social n‹o seria um elemento 
 estruturante da conduta, mas uma qualidade que esta poderia ou n‹o 
possuir. Assim, a conduta que n‹o fosse socialmente relevante continuaria 
sendo conduta.6 
 A conduta humana pode ser uma a•‹o ou uma omiss‹o. A 
 quest‹o Ž: Qual Ž o resultado natural’stico que advŽm de uma 
 omiss‹o? Naturalisticamente nenhum, pois do nada, nada surge. Assim, 
 aquele que se omite na presta•‹o de socorro a alguŽm, pode estar 
 cometendo o crime de omiss‹o de socorro, art. 135 do C—digo Penal (que 
 Ž um crime formal, pois a morte daquele a quem n‹o se prestou socorro Ž 
 irrelevante), n‹o porque causou a morte de alguŽm (atŽ porque este 
resultado Ž irrelevante e n‹o fora diretamente provocado pelo agente), mas 
porque descumpriu um comando legal. 
Entretanto, o art. 13, ¤ 2¡ do CP diz o seguinte: 
 ¤ 2¼ - A omiss‹o Ž penalmente relevante quando o omitente devia e podia agir 
 para evitar o resultado. O dever de agir incumbe a quem: 
a) tenha por lei obriga•‹o de cuidado, prote•‹o ou vigil‰ncia; 
!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
3 DOTTI, RenŽ Ariel. Curso de Direito Penal, Parte Geral. 4. ed. S‹o Paulo: Ed. Revista dos 
Tribunais, 2012, p. 397 
4 DOTTI, RenŽ Ariel. Curso de Direito Penal, Parte Geral. 4. ed. S‹o Paulo: Ed. Revista dos 
Tribunais, 2012, p. 396 
5 DOTTI, RenŽ Ariel. Op. cit. p. 397 
6 ROXIN, Claus. Derecho penal, parte general: Tomo I. Civitas. Madrid, 1997, p. 246/247 
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b) de outra forma, assumiu a responsabilidade de impedir o resultado; 
c) com seu comportamento anterior, criou o risco da ocorr•ncia do resultado. 
 
 Esse artigo estabelece o . Nesses crimes, crime omissivo impr—prio
 quando o agente se omite na presta•‹o do socorro ele n‹o responde por 
omiss‹o de socorro (art. 135 do CP), mas responde pelo resultado ocorrido 
(por exemplo, a morte da pessoa a quem ele deveria proteger). 
 EXEMPLO: O Pai leva o filho de 04 anos ˆ praia e o deixa brincando ˆ 
 beira da ‡gua e sai para beber cerveja com os amigos. Quando retorna, 
 v• que seu filho fora levado ao mar por um maluco que pretendia mata-
 lo, tendo a crian•a morrido. Nesse caso o Pai n‹o responde por omiss‹o 
 de socorro, mas por homic’dio doloso consumado, pois tem a obriga•‹o 
legal de cuidar do filho. 
 
 Mas como se pode dizer que a conduta do pai matou o filho? 
Tecnicamente falando, a conduta do pai n‹o gerou a morte do filho. O que 
 gerou a morte do filho foi o afogamento. Entretanto, pela teoria 
 natural’stico-normativa, a ele Ž imputado o resultado, em raz‹o do seu 
descumprimento do dever de vigil‰ncia. 
 
 
 
 
 Assim, lembrem-se: nos (crimes crimes omissivos impr—prios 
 comissivos cujo resultado Ž imputado a alguŽm em raz‹o de sua indevida 
 omiss‹o) a que liga a conduta do agente (uma rela•‹o de causalidade 
 omiss‹o) ao resultado NÌO ƒ FêSICA (pois a omiss‹o n‹o d‡ causa ao 
 resultado), mas , ou seja, o resultado Ž a ele imputado em NORMATIVA
raz‹o do descumprimento da norma (omitir-se, quando deveriaagir), num 
 racioc’nio de presun•‹o: se o agente tivesse agido, possivelmente teria 
evitado o resultado; como n‹o o fez, vai responder por ele. 
 
Χ<9D≅Α
ΧΕD9ΑΑ9ΓΕΑ
 <≅ϑ=> ΠΕ !Ι≅!
Χ=ΝΑ=ϑ9Ι=Ι≅
;ΚΑ9Χ=!ΕΝ!
:=ΦΝ<=ϑ
<≅ΑΝ ϑΦ= ΙΕ
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 Χ<9D ≅Α ΧΕD 9Α Α9Γ ΕΑ!
ΒΕ<!ΕD 9Α Α ΠΕ
ΘΕD9ΑΑ9ΓΕΑ!
9DΒ<ΡΒ< 9ΕΑΣ
<≅ϑ=>ΠΕ! Ι≅!
Χ=ΝΑ=ϑ9Ι=Ι≅!
 :Ε<D=Φ9Γ=
<≅ΑΝϑΦ=ΙΕ
:=ΦΝ<=ϑΚΑΦ9ΧΕ
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1.2.2.! Resultado natural’stico 
 O resultado natural’stico Ž a modifica•‹o do mundo real 
provocada pela conduta do agente.7 
 Entretanto, apenas nos crimes chamados materiais se exige um 
 resultado natural’stico. Nos crimes formais e de mera conduta n‹o h‡ 
essa exig•ncia. 
Os crimes formais s‹o aqueles nos quais o resultado natural’stico 
 pode ocorrer, mas a sua ocorr•ncia Ž irrelevante para o Direito 
 Penal. J‡ os crimes de mera conduta s‹o crimes em que n‹o h‡ um 
 resultado natural’stico poss’vel. Vou dar um exemplo de cada um dos 
tr•s: 
¥! Crime material Ð Homic’dio. Para que o homic’dio seja consumado, 
 Ž necess‡rio que a v’tima venha a —bito. Caso isso n‹o ocorra, 
 estaremos diante de um homic’dio tentado (ou les›es corporais 
culposas); 
 ¥! Crime formal Ð (art. 158 do CP). Para que o crime de Extors‹o
 extors‹o se consume n‹o Ž necess‡rio que o agente obtenha a 
vantagem il’cita, bastando o constrangimento ˆ v’tima; 
 ¥! Crime de mera conduta Ð . Nesse caso, a Invas‹o de domic’lio
 mera presen•a do agente, indevidamente, no domic’lio da v’tima 
 caracteriza o crime. N‹o h‡ um resultado previsto para esse crime. 
 Qualquer outra conduta praticada a partir da’ configura crime 
aut™nomo (furto, roubo, homic’dio, etc.). 
 
 
 AlŽm do resultado natural’stico (que nem 
 sempre estar‡ presente), h‡ tambŽm o 
 resultado jur’dico (ou normativo), que Ž 
 a les‹o ao bem jur’dico tutelado pela norma 
 penal. Esse resultado sempre estar‡ 
 presente! Cuidado com isso! Assim, se a 
banca perguntar: ÒH‡ crime sem resultado 
jur’dico?Ó A resposta Ž NÌO!8 
 
1.2.3.! Nexo de Causalidade 
Nos termos do art. 13 do CP: 
 Art. 13 - O resultado, de que depende a exist•ncia do crime, somente Ž 
 imput‡vel a quem lhe deu causa. Considera-se causa a a•‹o ou omiss‹o 
sem a qual o resultado n‹o teria ocorrido. 
!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
7 BITENCOURT, Cezar Roberto. Op. cit., p. 354 
 8 Pelo princ’pio da ofensividade, n‹o Ž poss’vel haver crime sem resultado jur’dico. 
 BITENCOURT, Cezar Roberto. Op. cit., p. 354 
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Assim, o nexo de causalidade pode ser entendido como o v’nculo que 
 une a conduta do agente ao resultado natural’stico ocorrido no 
mundo exterior. Portanto, s— se aplica aos crimes materiais!
Algumas teorias existem acerca do nexo de causalidade: 
 ¥!TEORIA DA EQUIVALæNC (OU DA IA DOS ANTECEDENTES 
 CONDITIO SINE QUA NON) Ð Para esta teoria, Ž considerada causa do 
 crime toda conduta sem a qual o resultado n‹o teria ocorrido. Assim, para 
 se saber se uma conduta Ž ou n‹o causa do crime, devemos retir‡-la do 
 curso dos acontecimentos e ver se, ainda assim, o crime ocorreria 
 (Processo hipotŽtico de elimina•‹o de ThyrŽn). EXEMPLO: Marcelo 
 acorda de manh‹, toma cafŽ, compra uma arma e encontra Jœlio, seu 
 desafeto, disparando tr•s tiros contra ele, causando-lhe a morte. 
 Retirando-se do curso o cafŽ tomado por Marcelo, conclu’mos que o 
resultado teria ocorrido do mesmo jeito. Entretanto, se retirarmos a compra 
da arma do curso do processo, o crime n‹o teria ocorrido. 
O inconveniente claro desta teoria Ž que ela permite que se coloquem 
 como causa situa•›es absurdas, como a venda da arma ou atŽ mesmo o 
 nascimento do agente, j‡ que se os pais n‹o tivessem colocado a crian•a 
no mundo, o crime n‹o teria acontecido. Isso Ž um absurdo! 
 Assim, para solucionar o problema, criou-se outro filtro que Ž o 
dolo. Logo, s— ser‡ considerada causa a conduta que Ž indispens‡vel 
 ao resultado e que foi querida pelo agente. Assim, no exemplo 
 anterior, o vendedor da arma n‹o seria responsabilizado, pois nada mais 
 fez que vender seu produto, n‹o tendo a inten•‹o (nem sequer imaginou) 
de ver a morte de Jœlio. 
Nesse sentido: 
CAUSA conduta indispens‡vel ao resultado + que tenha = 
sido prevista e querida por quem a praticou 
 
Podemos dizer, ent‹o, que a causalidade aqui n‹o Ž meramente f’sica, 
mas tambŽm, psicol—gica. 
Essa foi a teoria adotada pelo C—digo Penal, . como regra
 
 ¥!TEORIA DA CAUSALIDADE ADEQUADA Ð Trata-se de teoria 
 tambŽm adotada pelo C—digo Penal, porŽm, somente em algumas 
situa•›es, que s‹o as chamadas ÒconcausasÓ. 
 As concausas s‹o circunst‰ncias que se agregam ˆ conduta do 
 agente, contribuindo para a produ•‹o do resultado. As concausas 
podem ser: Absolutamente independentes e relativamente independentes. 
 As s‹o aquelas que concausas absolutamente independentes
produzem por si s—s o resultado, e podem ser preexistentes (existiam antes 
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da conduta), concomitantes (surgiram durante a conduta) e supervenientes 
(surgiram ap—s a conduta). Exemplos: 
 
 EXEMPLO I) Pedro resolve matar Jo‹o, e coloca veneno em seu drink. 
 PorŽm, Pedro n‹o sabe que Marcelo tambŽm queria matar Jo‹o e 
 minutos antes tambŽm havia colocado veneno no drink de Jo‹o, que 
vem a morrer em raz‹o do veneno colocado por Marcelo. Nesse caso, a 
 concausa preexistente (conduta de Marcelo) produziu por si s— o 
resultado (morte). Nesse caso, Pedro responder‡ somente por tentativa 
de homic’dio. 
EXEMPLO II) Pedro resolve matar Jo‹o, e come•a a disparar contra ele 
 projŽteis de arma de fogo. Entretanto, durante a execu•‹o, o teto da 
casa de Jo‹o desaba sobre ele, vindo a causar-lhe a morte. Aqui, a causa 
 concomitante (queda do teto) produziu isoladamente o resultado 
(morte). Portanto, Pedro responde somente por homic’dio tentado. 
 EXEMPLO III) Pedro resolve matar Jo‹o, desta vez, ministrando em 
 sua bebida certa dose de veneno. Entretanto, antes que o veneno fa•a 
 efeito, Marcelo aparece e dispara 10 tiros de pistola contra Jo‹o, o 
 mantando. Nesse caso, Pedro responder‡ somente por homic’dio 
tentado. 
 
Mas professor, voc• n‹o disse que toda causa queridapor quem 
 pratica a conduta Ž causa do crime? Logo, nos dois œltimos casos, 
 Pedro n‹o teria querido a morte de Jo‹o e sua conduta n‹o 
 contribuiu para isso, j‡ que a morte n‹o teria ocorrido se ele n‹o 
tivesse agido? Meus caros, a’ Ž que est‡. Nessas hip—teses, o C—digo n‹o 
 adotou a teoria da equival•ncia dos antecedentes, mas a TEORIA DA 
CAUSALIDADE ADEQUADA. Assim, os tiros desferidos por Pedro n‹o 
 foram a causa adequada da morte de Jo‹o, mas sim os ferimentos do 
acidente. Logo, ele n‹o responde pelo crime de homic’dio consumado, mas 
apenas pelos atos praticados (homic’dio tentado). 
 Entretanto, pode ocorrer de a concausa n‹o produzir por si s— o 
 resultado, mas se unir ˆ conduta do agente e, juntas, produzirem o 
 resultado. Essas s‹o as chamadas causas relativamente 
 independentes, que tambŽm podem ser preexistentes, 
concomitantes ou supervenientes. Mais uma vez, vou dar um exemplo 
de cada uma das tr•s e explicar quais os efeitos jur’dico-penais em rela•‹o 
ao agent e:
 EXEMPLO I) Caio decide matar Maria, desferindo contra ela golpes de 
 fac‹o, causando-lhe a morte. Entretanto, Caio n‹o sabia que Maria era 
 hemof’lica, tendo a doen•a contribu’do em grande parte para seu —bito. 
Nesse caso, embora a doen•a (concausa preexistente) tenha contribu’do 
para o —bito, Caio responde por homic’dio consumado. 
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 EXEMPLO II) Pedro resolve matar Jo‹o, e come•a disparar contra ele 
projŽteis de arma de fogo. Assustado, Jo‹o corre, e acaba atropelado por 
 um caminh‹o. Nesse caso, o que causou o resultado (a morte de Jo‹o) 
foi a concausa concomitante (atropelamento pelo caminh‹o), mas que s— 
 ocorreu em raz‹o dos disparos efetuados por Pedro. Assim, Pedro 
responde por homic’dio consumado. 
 No caso das concausas supervenientes relativamente 
 independentes, podem acontecer duas coisas: a) A causa 
 superveniente produz por si s— o resultado A causa ; b) 
 superveniente se agrega ao desdobramento natural da conduta 
do agente e ajuda a produzir o resultado. 
EXEMPLO A) Pedro resolve matar Jo‹o (insistente esse cara!), e dispara 
 25 tiros contra ele, usando seu Fuzil Autom‡tico Ligeiro-Fal, CALIBRE 
 7.62 (agora vai!). Pedro fica estirado no ch‹o, Ž socorrido por uma 
ambul‰ncia e, no caminho para o Hospital, sofre um acidente de carro (a 
 ambul‰ncia bate de frente com uma carreta) e vem a morrer em raz‹o 
 do acidente, n‹o dos ferimentos causados por Pedro. Nesse caso, Pedro 
 responde apenas por tentativa de homic’dio, pois a causa superveniente 
(acidente de ambul‰ncia) produziu por si s— o resultado, j‡ que o acidente 
de ambul‰ncia n‹o Ž o desdobramento natural de um disparo de arma de 
fogo. 
 EXEMPLO B) No mesmo exemplo anterior, Jo‹o Ž socorrido e chegando 
ao Hospital, Ž submetido a uma cirurgia e contrai uma infec•‹o hospitalar, 
 vindo a falecer. Nesse caso, a causa superveniente (infec•‹o hospitalar) 
 n‹o produziu por si s— o resultado, tendo se agregado aos ferimentos 
 para causar a morte de Jo‹o. Nesse caso, Pedro responde por homic’dio 
consumado. 
 
Segue abaixo um esquema para melhor compreens‹o: 
 
∗+ ,− +− ! +.− / 0,1 + 2 34 13 !
5463∀3463413−!
 ∀7338 5−13 413−!
 ∗/ 4∗ /251 +4 1 3 −!
 −,∀37 934 53413−!
 +∃ ) &:)! ;)<=> &( ) !
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Impresso por josinaldo, CPF 010.713.582-51 para uso pessoal e privado. Este material pode ser protegido por direitos autorais e não
pode ser reproduzido ou repassado para terceiros. 09/04/2020 00:49:50
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¥! TEORIA DA IMPUTA‚ÌO OBJETIVA Ð A teoria da imputa•‹o objetiva, 
que foi melhor desenvolvida por Roxin9, tem por finalidade ser uma teoria 
 mais completa em rela•‹o ao nexo de causalidade, em contraposi•‹o ˆs 
 "vigentes" teoria da equival•ncia das condi•›es e teoria da causalidade 
adequada. 
 Para a teoria da imputa•‹o objetiva, a imputa•‹o s— poderia ocorrer 
quando o agente tivesse dado causa ao fato (causalidade f’sica) mas, ao 
mesmo tempo, houvesse uma rela•‹o de causalidade NORMATIVA, assim 
 compreendida como a cria•‹o de um risco n‹o permitido para o bem 
jur’dico que se pretende tutelar. Para esta teoria, a conduta deve: 
 a)!Criar ou aumentar um risco Ð Assim, se a conduta do agente n‹o 
 aumentou nem criou um risco, n‹o h‡ crime . Exemplo cl‡ssico: JosŽ 10
conversa com Paulo na cal•ada. Pedro, inimigo de Paulo, atira um vaso 
 de planta do 10¼ andar, com a finalidade de matar Paulo. JosŽ v• que 
 o vaso ir‡ cair sobre a cabe•a de Paulo e o empurra. Paulo cai no ch‹o 
 e fratura levemente o bra•o. Neste caso, JosŽ deu causa (causalidade 
f’sica) ˆs les›es corporais sofridas por Paulo. Contudo, sua conduta n‹o 
criou nem aumentou um risco. Ao contr‡rio, JosŽ diminuiu um risco, ao 
evitar a morte de Paulo. 
b)!Risco deve ser proibido pelo Direito Ð Aquele que cria um risco de les‹o 
 para alguŽm, em tese n‹o comete crime, a menos que esse risco seja 
proibido pelo Direito. Assim, o filho que manda os pais em viagem para 
a Europa, na inten•‹o de que o avi‹o caia, os pais morram, e ele receba 
a heran•a, n‹o comete crime, pois o risco por ele criado n‹o Ž proibido 
pelo Direito. 
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9 ROXIN, Claus. Derecho penal, parte general: Tomo I. Civitas. Madrid, 1997, p. 362/411 
10 ROXIN, Claus. Op. cit., p. 365 
 RELATIVAMENTE 
INDEPENDENT ES 
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CONCOMITANTE 
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 c)! Risco deve ser criado no resultado Ð Assim, um crime n‹o pode ser 
 imputado ˆquele que n‹o criou o risco para aquela ocorr•ncia. Explico: 
 Imaginem que JosŽ ateia fogo na casa de Maria. JosŽ causou um risco, 
 n‹o permitido pelo Direito. Deve responder pelo crime de inc•ndio 
doloso, art. 250 do CP. Entretanto, Maria invade a casa em chamas para 
 resgatar a œnica foto que restou de seu filho falecido, sendo lambida 
pelo fogo, vindo a falecer. Nesse caso, JosŽ n‹o responde pelo crime de 
homic’dio, pois o riscopor ele criado n‹o se insere nesse resultado, que 
foi provocado pela conduta exclusiva de Maria. 
 
1.2.4.! Tipicidade 
 A tipicidade nada mais Ž que a adequa•‹o da conduta do agente 
a uma previs‹o t’pica (norma penal que prev• o fato e lhe descreve como 
 crime). Assim, o tipo do art. 121 Ž: Òmatar alguŽmÓ. Portanto, quando 
 Marcio esfaqueia Luiz e o mata, est‡ cometendo fato t’pico, pois est‡ 
praticando uma conduta que encontra previs‹o como tipo penal. 
N‹o h‡ muito o que se falar acerca da tipicidade. Basta que o intŽrprete 
 proceda ao cotejo entre a conduta praticada no caso concreto e a 
conduta prevista na Lei Penal. Se a conduta praticada se amoldar ̂ quela 
 prevista na Lei Penal, o fato ser‡ t’pico, por estar presente o elemento 
ÒtipicidadeÓ. 
 
 
 CUIDADO! Nem sempre a conduta 
 praticada pelo agente se amolda 
 perfeitamente ao tipo penal 
 (adequa•‹o imediata). Ës vezes Ž 
necess‡rio que se proceda ˆ an‡lise 
 de outro dispositivo da Lei Penal 
 para se chegar ˆ conclus‹o de que 
 um fato Ž t’pico adequa•‹o (
 mediata). Por exemplo: Imaginem que 
 Abreu (El Loco) dispara contra Adriano 
 (El Imperador), que n‹o morre. Nesse 
caso, como dizer que Abreu praticou 
fato t’pico (homic’dio tentado), se o 
 art. 121 diz ÒmatarÓ alguŽm, o que 
n‹o ocorreu? Nessa hip—tese, conjuga-
 se o art. 121 do CP com seu art. 14, II, 
 que diz ser o crime pun’vel na 
 modalidade tentada. Isso tambŽm se 
 aplica aos crimes omissivos impr—prios 
(art. 13, ¤ 2¡ do CP). 
 
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1.3.! Crime doloso e crime culposo 
 O dolo e a culpa s‹o o que se pode chamar de elementos 
subjetivos do tipo penal. 
Com o finalismo de HANS WELZEL, o dolo e a culpa (elementos 
 subjetivos) foram transportados da culpabilidade para o fato 
 t’pico11 (conduta). Assim, a conduta (no finalismo) n‹o Ž mais apenas 
 objetiva, sin™nimo de a•‹o humana mas sim , a a•‹o humana dirigida a 
um fim (il’cito ou n‹o). 
Vamos estudar cada um destes elementos separadamente. 
 
1.3.1.! Crime doloso 
 O dolo Ž o elemento subjetivo do tipo, consistente na vontade, livre 
 e consciente, de praticar o crime ( ), ou a assun•‹o do risco dolo direto
produzido pela conduta ( ). Nos termos do art. 18 do CP: dolo eventual
 Art. 18 - Diz-se o crime: ϑ7)(∋ΚΧ>!(∋(∋!=)≅∋!0)%!&Λ!ΜΕΝΟΠΒ!()!ΘΘΕΜΕΘΠΡΣΤ 
 Crime dolosoϑ5&Α≅DΥ(>!=)≅∋!0)%!&Λ!ΜΕΝΟΠΒ!()!ΘΘΕΜΕΘΠΡΣΤ 
 I - doloso, quando o agente quis o resultado ou assumiu o risco de produzi-
 lo;ϑ5&Α≅DΥ(>!=)≅∋!0)%!&Λ!ΜΕΝΟΠΒ!()!ΘΘΕΜΕΘΠΡΣΤ 
 
 O dolo direto, que Ž o elemento subjetivo cl‡ssico do crime, Ž 
 composto pela consci•ncia de que a conduta pode lesar um bem jur’dico 
 mais a vontade de lesar este bem jur’dico. Esses dois elementos 
(consci•ncia + vontade) formam o que se chama de dolo natural. 
Antigamente, quando o dolo pertencia ̂ culpabilidade, a esses 
 dois elementos era acrescido mais um elemento, que era a 
 consci•ncia da ilicitude. Esse era o chamado dolo normativo. 
 Atualmente, com a transposi•‹o do dolo e da culpa para o fato t’pico, os 
 elementos normativos ficaram na culpabilidade e a consci•ncia da ilicitude 
tambŽm, passando, ainda a ser meramente potencial. 
 Desta maneira, podemos dizer que no finalismo o dolo Ž 
natural e no causalismo o dolo Ž normativo. 
O dolo eventual, por sua vez, consiste na consci•ncia de que a 
conduta pode gerar um resultado criminoso, mais a assun•‹o desse 
 risco, mesmo diante da probabilidade de algo dar errado. Trata-se 
 de hip—tese na qual o agente n‹o tem vontade de produzir o resultado 
criminoso (n‹o o que aconteceu, embora possa ser outro), mas, analisando 
 as circunst‰ncias, sabe que este resultado pode ocorrer e n‹o se importa, 
age da mesma maneira. 
 EXEMPLO: Imagine que Renato, dono de um s’tio, e apreciador da 
 pr‡tica do tiro esportivo, decida levantar s‡bado pela manh‹ e praticar 
!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
11 BITENCOURT, Op. cit., p. 290/291 
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