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Retroviroses (FIV e FeLV)

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Retroviroses
São a FIV e FELV, causadas por tipos de retrovírus, que existem vários tipos sendo espécie-específicos e nenhum deles atinge cães. São doenças infectocontagiosas, mas NÃO SÃO ZOONOSES e NÃO FICAM NO AMBIENTE. 
Gatos castrados tardiamente podem manter comportamento de briga, a idade ideal para castrar é de 6/7 meses.
Características Retroviridae
· Vírus envelopados (quanto mais patogênico, menos resistente ao ambiente)
Componentes do vírus: 
· Envelope lipídico (retirado do hospedeiro anterior), com proteínas da superfície (que servem à adsorção e identificação do próximo hospedeiro)
· Capsídeo proteico, com RNA (7 a 10 mil bases, 3 genes principais – gag, poli e env), enzimas virais (transcriptase reversa, integrasse, protease).
Mecanismo patogenia: 
O vírus entra no hospedeiro e penetra na célula (macrófago) através da fusão da proteína de membrana com a membrana plasmática do macrófago, mecanismo chamado de adsorção. Através da adsorção, ele consegue inserir seu capsídeo no interior da célula e este irá até o núcleo, onde ele fará a transcrição do seu RNA em uma fita de DNA, integrando então ao DNA do hospedeiro, fazendo com que a célula “trabalhe para ele”. Em seguida, este será retranscrito em RNA e voltará para o citoplasma, onde se reorganiza, forma uma nova membrana através da membrana plasmática da célula, retornando para a circulação como um novo vírus, mecanismo chamado de brotamento e ativação viral. O vírus usa o próprio mecanismo de replicação do DNA da célula para replicar seu próprio material genético, criando vários clones de si mesmo que serão devolvidos à circulação causando a viremia. 
QUANDO TESTAR FIV E FELV?
· Todo gato doente deve ser testado, especialmente os que não respondem aos tratamentos
· Todos adotados
· Gatos de origem desconhecida
· Possível exposição recente
· Gatos que sofreram mordidas e/ou ferimentos
· Domiciliados com vida livre
· Gatos não testados que convivem com animal infectado
FeLV
Foi isolado pela primeira vez em 1964 de um animal que desenvolveu leucemia granulocítica, sendo causada por Gamarretrovírus, que tem subtipos, sendo eles:
A – Patogênico
B – Linfoma
C – Anemia 
T – Imunossupressão 
A classificação do subtipo é indiferente, a conduta é a mesma para qualquer caso de FeLV. 
Transmissão: A saliva é a principal via de infecção (secreção nasal, fezes, urina), portanto a transmissão ocorre facilmente em gatos de comum convivência, via venérea ou por fômites (bolsas de transfusão por exemplo), de forma vertical (transplacentária), se a fêmea estiver em fase de viremia, os fetos morrem em 3 semanas de gestação. Algumas pesquisas científicas afirmam que o DNA viral está presente na pulga, mas não há confirmação de que ela possa ser vetora.
Fatores de risco: Gatis/abrigo onde animais ficam em exposição continua, imunossuprimidos (por fármacos ou até mesmo com FIV), animais jovens com até 2 anos e sociáveis (porque se lambem, se reconhecem pelo cheiro).
Estágios de Evolução 
Fase 1 – Infecção localizada em cavidade oral. Vírus infecta linfócitos B e macrófagos locais da orofaringe (dura 1 a 4 dias), os macrófagos conseguem barrar a infecção barrando a replicação viral antes da viremia. Se ele passar por exposição contínua, uma hora ele acha brecha imune no organismo e infecta, por isso animais que vivem em gatis são susceptíveis. 
Fase 2 – Fase em que ocorre a dispersão pelo tecido linfático. A infecção não foi barrada na fase 1, o vírus dentro das células mononucleares passa a se disseminar pela linfa/pelo sangue, chegando nos outros linfonodos/outros órgãos no tecido linfóide, quando fica mais agressivo. A fase ter um período de cerca de 16 semanas chamado viremia transitória, onde começam os sinais clínicos, que são: mal-estar, febre, linfonodomegalia. Nesta fase, o animal já possui carga viral suficiente para infectar outros. É nessa fase que o animal passa a produzir interleucinas (antiinflamatorias), o que causa a febre e sintomas. Os anticorpos passam a neutralizar o vírus, que não visa lisar mas diminuir a replicação viral, então o vírus “se esconde” no baço/linfonodo para não se expor às células de defesa. Dura alguns dias.
Fase 3 – Fase da invasão do vírus na medula óssea, principal centro de replicação celular. Cerca de 10% dos infectados evoluem até esse ponto, o vírus se dirige à medula porque é uma área de replicação celular, ideal para promover sua própria replicação usando o DNA das células produzidas. Pode ocorrer fase latente (quando o vírus está presente mas pela ação das células de defesa, a viremia fica baixa porém há vírus escondido na medula óssea) e regressiva (quando os vírus que estavam escondidos na medula se replicam suficientemente para aumentar a viremia e regredir o quadro). Dura alguns meses.
Fase 4 – Fase em que ocorre dispersão do vírus pelo sangue, quando o anticorpo é ligado ao antígeno (ocorre na fase 3), forma complexo imune/antígeno-anticorpo. Na 4ª fase, o organismo está repleto de complexo antígeno-anticorpo depois de meses intercalando entre fase latente e regressiva, então estes passam a se acumular nos rins, retinas, articulações e ocorre a dispersão do vírus pela e a resistência do organismo cai, células sanguíneas e de defesa não são mais capazes de acompanhar, então o animal fica anêmico e imunossuprimido, ocorre viremia persistente, a imunossupressão provoca vários outros problemas de saúde (infecções frequentes por exemplo), então o animal acaba não resistindo por exaustão do sistema imunológico, possíveis lesões provocadas pela deposição de complexo imune e culmina em doenças degenerativas e/ou proliferativas que resultam no falecimento do animal.
A sobrevida de um animal com FeLV é de 3 anos, que é o tempo que dura todo esse processo.
Diagnóstico
Associar histórico do animal à sintomatologia e solicitar testes laboratoriais, que são:
· PCR é o teste que busca presença do próprio DNA do agente, é possível dar falso negativo em fases iniciais onde sua replicação é muito baixa ou em fase 3 de latência, onde o DNA fica indetectável.
· Elisa (Sorologia) é o teste que detecta anticorpos contra o agente, é possível dar falso negativo em fases iniciais porque o oganismo ainda não produziu anticorpos, é o teste mais efetivo, porque na fase 3 de latência, o DNA fica indetectável, mas o anticorpo já está presente. 
 1Segundo risco é o padrão, se aparecer o primeiro, POSITIVO
A possibilidade de falso negativo em ambos, exige que em casos suspeitos e negativos, o exame seja repetido após 28 dias.
Causas de morte em animais com FeLV
	DEGENERATIVAS
	PROLIFERATIVAS
	Imunossupressão (qualitativa por diminuição de anticorpos ou quantitativa por diminuição de células no geral), favorece que o animal desenvolva inúmeras infecções que levam ao óbito
	Linfoproliferativas como linfoma (tímico, mediastinal etc.) porque as alterações provocadas no DNA podem acarretar formações
	Anemias por replicação na medula, podendo virar anemia regenerativa (predispões a infecções, hemólise, mycoplasmose) ou arregenerativa podendo destruir os percursores, levando à óbito
	Mieloproliferativas como leucemia mieloide pela lesão constante
	Glomerulonefrites, poliatrites, uveítes, abortamento e coisas do tipo pelo excesso de deposição de complexo imune sistêmico
	
 
· 2/3 dos felinos com anemia aplásica tem FeLV, portanto, SEMPRE testar FIV/FeLV em animais anêmicos, se der negativo não é necessário testar novamente em 28 dias porque a anemia por FeLV ocorre na fase 4, onde não há falso negativo porque a carga viral é alta. A conduta então, é testar a Mycoplasma.
· Gatos com piodermites recorrentes ou infecções decorrentes no geral levantam suspeitas de FeLV.
· Gatos com jovens com linfoma é muito sugestivo de FIV/FeLV porque é uma doença que acomete animais mais velhos em situações comuns.
FIV (Imunodeficiência Viral Felina)
Isolado pela primeira vez em 1986 em meio a estudos do vírus do HIV e descobriram este como semelhante/equivalente em espécie felina, sendocausada por Lentivírus (mesma subfamília do vírus HIV com diferença de espécie), tendo um agravamento lento do quadro.
Transmissão: Através de inoculação, portanto é necessário que haja mordidas, mais comum em gatos que brigam, via venérea ou fômites (bolsas de transfusão, material cirúrgico não esterilizado, etc), em via vertical pode acarretar no óbito do filhote em fase gestacional ou de lactação se a fêmea estiver em pico de viremia. Algumas pesquisas científicas afirmam que o DNA viral está presente na pulga, mas não há confirmação de que ela possa ser vetora.
Fatores de risco: Machos são muito mais acometidos porque brigam e aumentam as chances de contrair com base nas formas de transmissão, animais em vida livre e animais não castrados.
Estágios da FIV
Fase 1 – Fase de infecção aguda, quando ocorre inoculação do vírus (geralmente através de brigas), que busca as células linfóides para se replicar (preferência por linfócitos T e macrófagos), pode haver resposta imunológica suficiente para não permitir o desenvolvimento da doença, mas na maioria dos casos ocorre a viremia. Em duas semanas ocorre o pico de viremia importante que já permite que haja PCR positivo, entretanto, a produção de anticorpos só inicia entre 2-4 semanas pós infecção. Ainda nessa fase o paciente tem manifestações clínicas inespecíficas (febre, prostração, linfonodoadenomegalia, infecções secundárias brandas como estomatite ou diarreia) e auto-limitantes.
Fase 2 – Fase do portador assintomático, quando começa a neutralização de vírus, portanto começa a redução de viremia/fase de latência. Dura até 4 semanas. 
Fase 3 – Fase da síndrome de imunodeficiência adquirida, onde há grande declínio de linfócitos, provocando uma queda progressiva de imunidade celular (principalmente porque esse vírus ataca células importantes como T helper), é quando começam os sinais clínicos característicos pela imunossupressão e doenças oportunistas, como anorexia/caquexia, linfonodomegalia, neutropenia, apatia, febre, prostração, gengivite, estomatite refratária (60% dos casos desse tipo de estomatite são FIV positivos), otites, problemas de pele, intestinais, renais. Essa fase pode durar de 1 a 10 anos. 
Fase 4 – Fase terminal, quando o paciente tem um acúmulo de complexos-imune, e o vírus passa a destruir CD8 e linfócitos B e a perda de peso se agrava, manifestações clínicas se tornam crônicas e o animal acaba desenvolvendo doenças tratáveis mas não respondem ao tratamento porque têm um sistema imune exaurido, a maioria em cavidade oral (50%), sistema respiratório (30%) ou cutâneo (15%), além do animal ficar susceptível a tumores, manifestações neurológicas, doenças infecciosas como toxoplasmose e criptococose. Apenas 10% chegam a esse estágio e duram algumas semanas ou poucos meses.
Comum úlcera de língua e gengivite em gatos com FIV. Em casos de gatos com problemas na boca como o da imagem, demanda o uso de antibiótico e é comum se usar corticóide, porque mesmo que seja imunossupressor, a falta de alimentação é um problema ainda maior e essa medicação por até 7 dias tem uma boa resposta. 
Diagnóstico
Elisa (Sorológico) é o teste de eleição porque a viremia é muito baixa, portanto, o diagnóstico é feito com base na titulação de anticorpos e não do DNA do vírus em si. Em casos suspeitos que derem negativo, repete-se o teste em 60 DIAS, porque a produção de anticorpos na FIV é mais lenta e pode demorar mais para ser detectável. Podem ocorrer casos de FALSO POSITIVO em filhotes com menos de 6 meses com mães gestantes positivas para FIV, porque em fase de latência não é transmitido para o filhote, mas os anticorpos são passados, provocando um falso +. Em fase de viremia ocorre abortamento. 
Tratamento 
É preciso que seja feito o tratamento específico para as retroviroses e o tratamento de doenças oportunistas.
Imunomoduladores
Não há comprovação científica da efetividade desse tipo de tratamento, mas usa-se esse tipo de medicação para estimular macrófagos/linfócitos da mucosa oral estimulando a resposta imune num geral.
· Roferon/Intron-A (humano) 30U/gato/semanas alternadas, está sendo desenvolvido em sachês próprios para gatos. Frasco vendido com 3 milhões Ul/mL, diluir em 0,25mL em 250 ml de solução fisiolófica (3000U/ml), congelar em alíquotas de 1 ml, e para administrar, diluir uma alíquota de 1 ml em 100 ml de solução fisiolófica (30U/ml). Armazenar refrigerado por 2meses.
Alterações de manejo
· Evitar que animal saia à rua 
· Remover animais positivos da colônia 
· Testar gatos novos
· Higiene e desinfecção
· Vacinação (Para FELV apenas, em casos em que há exposição)
· Alimentação, controle da dor, vermifugação, evitar estresse
Tratar doenças oportunistas
Estomatite/Doença periodontal: 
· Antibioticoterapia (Metronidazol/Espiramicina/Estomorgil que é a associação dos dois)
· Corticóide para reduzir processo infeccioso e/ou inflamatório (em baixas doses por até 7d)
· Extração/reabsorção em problemas dentários
Anemia:
· Transfusão
· Eritropoietina (100U/kg/2x na semana)
Mycoplasmose 
· Antibioticoterapia (Doxiciclina 5mg/kg/BID/3 semanas – 5 mL água porque a Doxiciclina pode ser prejudicial, sempre estimular a ingestão de água após a administrar essa medicação)
Linfoma 
· COP (Ciclofosfamida, oncovin/vincristina/prednisona), é uma situação complexa porque animais com FELV ao ponto de desenvolver linfoma, a doença está em estágio avançado, portanto o proprietário deve ser bem esclarecido, porque a quimioterapia pode acelerar ainda mais a evolução para o óbito por conta da imunossupressão, tornando a indicação de tratamento inviável em alguns casos. Já os casos de FIV variam de acordo com a fase da evolução e se há outras doenças associadas, porque é mais lenta e menos agressivas, portanto, o tratamento pode ser indicado.
Tratamentos não usados (Antiretrovirais)
Inibem ação da enzima transcriptase reversa, barrando a multiplicação e poupando células imunologicamente competentes. Não é utilizado na medicina veterinária (apenas em alguns casos, mas o médico veterinário não pode prescrever)
· AZT (zidovudina) 5mg/kg/BID/VO (remanipular 100 mg/100 mg/ 10mg/ml), muda o DNA produzido, medicamento utilizado para o HIV, portanto, é restrito à prescrição de médicos no Brasil, para evitar que se crie resistência e gera efeitos colaterais como anorexia, êmese, mielossupressão e deve ser monitorada semanalmente por 1 mês. 
· Existe a teoria de que Flavanóides supostamente estimulam sistema imunológico (contém em suco de uva marca Superbom) 1 ml/gato/BID. Esse tipo de informação é muito disseminado, mas não existe evidência científica. Não há problemas em permitir que o tutor faça.
Controvérsias na vacinação em gatos
Existe vacina contra a FeLV (V5) entretanto, alguns gatos (1 a cada 5000) desenvolvem problemas ao serem vacinados. Isso acontece porque gatos podem fazer processos inflamatórios no ponto de aplicação que evoluem para displasia, que evoluem para neoplasia, que chamamos de sarcoma. Recomenda-se vacinação de gatos na cauda, para que caso ocorra sarcoma, seja algo facilmente reversível (através da amputação) e em casos que os animais não sofrem nenhum tipo de exposição, a vacinação pode não ser recomendada.
Resumos: https://www.passeidireto.com/perfil/70763794/enviados

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