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GESTÃO DE CUSTOS É SÓ A PONTA DO ICEBERG www.engeteles.com.br/materiais 1 http://www.engeteles.com.br/materiais GESTÃO DE CUSTOS É SÓ A PONTA DO ICEBERG www.engeteles.com.br/materiais 2 http://www.engeteles.com.br/materiais GESTÃO DE CUSTOS É SÓ A PONTA DO ICEBERG www.engeteles.com.br/materiais 3 PLANEJAMENTO ORÇAMENTÁRIO ........................................................................... 12 Análise de Cenários ............................................................................................. 14 Cenário Atual .................................................................................................... 14 Cenário Provável ............................................................................................... 15 GERENCIAMENTO DO ORÇAMENTO ........................................................................ 18 Orçamento Anual de Manutenção .................................................................... 20 Controle do Opex ............................................................................................. 21 Controle do Capex ........................................................................................... 23 PVR – Planejado Versus Realizado ................................................................... 24 Forecast .............................................................................................................. 26 AJUSTE, ESTIMATIVA E PROJEÇÃO ........................................................................... 29 Indicadores Financeiros da Manutenção....................................................... 31 Indicadores Financeiros da Manutenção – DIRETOS ..................................... 31 CTM – Custo Total de Manutenção ............................................................. 31 ECM – Eficiência de Custos de Manutenção ............................................. 32 ICEM – Índice do Custo do Estoque de Manutenção ............................... 32 CTMO – Custo Total da Mão de Obra de Manutenção ............................ 33 CTMT – Custo de Terceirização sobre Custo Total de Manutenção ......... 34 Indicadores Financeiros da Manutenção – INDIRETOS .................................. 35 CTMF – Custo Total de Manutenção sobre Faturamento .......................... 35 CMCT – Custo Total de Manutenção sobre Custo Total da Empresa ...... 36 CMOF – Custo Total da Mão de Obra sobre Faturamento ....................... 37 CMVR – Custo de Manutenção sobre o Valor de Reposição ................... 38 CEME – Custo de Estoque de Manutenção sobre Faturamento .............. 39 Estimativa de Três Pontos .................................................................................. 40 Fórmula PERT para Estimativa de Custos ..................................................... 41 Calculando a Saúde Financeira da Manutenção ........................................ 42 Projeção Orçamentária ................................................................................... 42 Relatório de Probabilidade de Falhas e Risco: ........................................... 43 Estudo de Caso ................................................................................................. 44 Análise Weibull ............................................................................................... 48 Avaliação da Confiabilidade ...................................................................... 54 Relatório de Lições Aprendidas.................................................................... 57 CONCLUSÃO ......................................................................................................... 59 SUMÁRIO http://www.engeteles.com.br/materiais file:///D:/Google%20Drive/ENGETELES%20-%20Engenharia%20de%20Manutenção/06%20-%20Área%20Técnica/Curso%20de%20Gestão%20Financeira%20da%20Manutenção/E-book%20Gestão%20de%20Custos.docx%23_Toc33009559 file:///D:/Google%20Drive/ENGETELES%20-%20Engenharia%20de%20Manutenção/06%20-%20Área%20Técnica/Curso%20de%20Gestão%20Financeira%20da%20Manutenção/E-book%20Gestão%20de%20Custos.docx%23_Toc33009563 file:///D:/Google%20Drive/ENGETELES%20-%20Engenharia%20de%20Manutenção/06%20-%20Área%20Técnica/Curso%20de%20Gestão%20Financeira%20da%20Manutenção/E-book%20Gestão%20de%20Custos.docx%23_Toc33009569 GESTÃO DE CUSTOS É SÓ A PONTA DO ICEBERG www.engeteles.com.br/materiais 4 http://www.engeteles.com.br/materiais GESTÃO DE CUSTOS É SÓ A PONTA DO ICEBERG www.engeteles.com.br/materiais 5 O Primeiro Passo Para Aprender a Verdadeira Gestão de Custos de Manutenção Prezado Leitor(a), Ao longo dos últimos anos atendendo mais de 250 clientes de consultoria e certificação de mais de 6800 gestores de manutenção no Brasil e em outros seis países, chegamos à conclusão que existem dois tipos de Gestores de Manutenção: os Profissionais e os Amadores. E essa diferença não tem nada a ver com experiência, formação acadêmica ou algo do tipo. Essa diferença é definida por uma única coisa: postura. E a diferença de postura entre os dois é bem simples: O Gestor Profissional é aquele que transforma os resultados das suas ações em resultados financeiros. Ele fala a linguagem universal dos negócios e do mercado. Ele traduz o resultado de todas as ações técnicas em dinheiro no caixa da empresa e por esse motivo ele acaba sendo fortemente reconhecido dentro e fora da empresa. Já o Gestor de Manutenção Amador é aquele que está sempre falando de suas ações e nunca dos resultados. Quando ele tenta falar de algum resultado, geralmente ele nunca sai do pilar técnico. Dessa forma, ele acaba não sendo reconhecido como uma pessoa que gera resultado. E a razão disso é muito simples: ele fala grego para essas pessoas. A não ser que a outra pessoa seja da área de manutenção, dificilmente ela irá entender o quanto o resultado do seu trabalho influenciou para o resultado da empresa como um todo. http://www.engeteles.com.br/materiais GESTÃO DE CUSTOS É SÓ A PONTA DO ICEBERG www.engeteles.com.br/materiais 6 A questão é que um bom trabalho de Gestão da Manutenção sempre trará resultados financeiros, mas o problema é que a maioria dos gestores não sabem gerenciar esses resultados corretamente. Eles deixam a oportunidade (e o dinheiro) escapar pelos dedos e alguns, sequer, conseguem expressar em Reais os resultados dos seus trabalhos no último ano. E eu estou te avisando isso para que você possa se preparar para o mercado de trabalho e entregar o que de fato esperam de você. Imagine a seguinte situação: Em um determinado dia você chega para trabalhar, pega o seu café, senta-se de frente ao computador, abre a sua caixa de e-mail e é surpreendido com um e-mail do Diretor da sua unidade. O e-mail que ele lhe enviou é bem suscinto e breve, porém traz uma pergunta que te fez suar frio. O questionamento era: Rafael, Vejo que você fará 1 ano de empresa na próxima semana. Até o momento, quais foram os resultados que você trouxe para a empresa? Att. Reinaldo A. Pinto Diretor Industrial Em um primeiro momento, você pode achar esse tipo de questionamento grosseiro, insensível e até ofensivo. Mas, saiba que é a forma com que você reagirá e responderá http://www.engeteles.com.br/materiais GESTÃO DE CUSTOS É SÓ A PONTA DO ICEBERG www.engeteles.com.br/materiais 7 esse e-mail que definirá que tipo de Gestor de Manutenção você é. Existem duas formas de responder esse e-mail: Forma #1: Sr. Reinaldo, Obrigado por perguntar. Desde que assumi essa vaga, implantei 3 projetos. Sendo eles: 1) Revisão dos Planos de Manutenção; 2) Treinamento e Capacitação dos Mecânicos; 3) Implantação do novo fluxo de trabalho da equipe; Além disso, existe toda a demanda e rotina de trabalho no dia-a-diacomo reforma da injetora 3, troca do redutor do forno 1, gerenciamento da grande parada da linha 1, etc. Espero ter respondido. Obrigado. Rafael Santos Planejador de Manutenção http://www.engeteles.com.br/materiais GESTÃO DE CUSTOS É SÓ A PONTA DO ICEBERG www.engeteles.com.br/materiais 8 Forma #2: Sr. Reinaldo, Obrigado por perguntar. Desde que assumi essa vaga, implantei 3 projetos que trouxeram os seguintes resultados para a empresa: 1) Revisão dos Planos de Manutenção: Gerou um aumento de disponibilidade de 20%, confiabilidade anual de 40% e o resultados monetários na casa dos R$1.854.700,00. 2) Treinamento e Capacitação dos Mecânicos: Gerou um aumento de produtividade da mão de obra de 30%, redução de retrabalhos em 70% e os resultados monetários foram de R$2.754.984,00 3) Implantação do novo fluxo de trabalho da equipe: Gerou uma redução do backlog em 40% e os resultados monetários foram de R$834.000,00. Totalizando: R$ 5.443.684,00 Segue em anexo o portfólio com a composição detalhada dos cálculos. Obrigado. Rafael Santos Planejador de Manutenção http://www.engeteles.com.br/materiais GESTÃO DE CUSTOS É SÓ A PONTA DO ICEBERG www.engeteles.com.br/materiais 9 Na sua opinião, qual das duas respostas foi mais profissional? Qual resposta ficou mais clara na cabeça do Diretor quanto os resultados gerados por Rafael? Entenda que o Diretor Industrial está em uma posição estratégica, enquanto um Planejador de Manutenção está em uma posição tática e os manutentores estão em posição operacional. O trabalho de quem está em uma posição tática é traduzir os resultados operacionais para apresentar para a posição estratégica. De posse dessas informações, quem está na posição estratégica toma as decisões certas e alinhadas ao o que está acontecendo em chão de fábrica. Por esse motivo, a Gestão de Custos de Manutenção é apenas a ponta do iceberg. Quem está na posição tática e pretende chegar a uma posição estratégica, deve dominar a Gestão Financeira da Manutenção como um todo. A Gestão de Custos de Manutenção é apenas 1 pilar dos 10 pilares da Gestão Financeira da Manutenção. Gestão de Custos de Manutenção é apenas a ponta do iceberg pelo fato de ser algo que qualquer um pode enxergar. Não precisa ser um especialista. Diferente da Gestão Financeira da Manutenção, que exige conhecimento específico sobre três áreas: Gestão Financeira, Engenharia Econômica e Gestão da Manutenção. A Gestão Financeira da Manutenção é um ciclo de melhoria contínua dividido em três grandes etapas: http://www.engeteles.com.br/materiais GESTÃO DE CUSTOS É SÓ A PONTA DO ICEBERG www.engeteles.com.br/materiais 10 AJUSTE, ESTIMATIVA E PROJEÇÃO GERENCIAMENTO DO ORÇAMENTO PLANEJAMENTO ORÇAMENTÁRIO http://www.engeteles.com.br/materiais GESTÃO DE CUSTOS É SÓ A PONTA DO ICEBERG www.engeteles.com.br/materiais 11 ETAPA 1: O planejamento define qual será o orçamento necessário para atingir a meta com base na análise de três cenários: o cenário atual, cenário desejável e cenário possível. Basicamente, serão levantados os custos para sair do ponto A (Cenário Atual), ir até o ponto B (Cenário Desejável) e mitigar os riscos (cenário possível). Objetivo: Definir o Planejamento Orçamentário da Manutenção. ETAPA 2: O gerenciamento é o controle do orçamento definido na etapa 1 durante o ano. Um orçamento é dividido em duas partes: Opex e Capex. Portanto, o Gestor de Manutenção precisa balancear o quanto pode usar com Custos Operacionais (Opex) e quanto pode investir (Capex). Objetivo: Controlar os Custos Operacionais e Investimentos para não gastar mais do que o planejado. ETAPA 3: A etapa de Estimativa e Projeção, se resume em monitorar os indicadores financeiros da manutenção, estimar os gastos para os próximos meses e projetar o orçamento necessário para o próximo ano. Objetivo: Projetar o Cenário Financeiro para os próximos meses, validar os investimentos e controlar os custos. http://www.engeteles.com.br/materiais GESTÃO DE CUSTOS É SÓ A PONTA DO ICEBERG www.engeteles.com.br/materiais 12 ETAPA 1 PLANEJAMENTO ORÇAMENTÁRIO http://www.engeteles.com.br/materiais GESTÃO DE CUSTOS É SÓ A PONTA DO ICEBERG www.engeteles.com.br/materiais 13 O Planejamento Orçamentário é composto de três pilares: 1) Análise de Cenários 2) Definição das Metas 3) Elaboração do Orçamento http://www.engeteles.com.br/materiais GESTÃO DE CUSTOS É SÓ A PONTA DO ICEBERG www.engeteles.com.br/materiais 14 Análise de Cenários Esse pilar é o pontapé inicial da Gestão Financeira da Manutenção. O objetivo da análise de cenários é identificar três coisas: a) “Onde estamos?” b) “Para onde precisamos ir?” c) “O que precisamos fazer?” Em um primeiro momento você identifica qual é a situação da manutenção da empresa, em seguida, projeta onde quer chegar e define “qual será a ponte”. Essa “ponte” são as ações de manutenção e cada ação de manutenção terá um custo específico, seja custo operacional ou custo de investimento de capital. Cenário Atual Apesar de parecer simples, a definição do Cenário Atual é a espinha dorsal do planejamento orçamentário. Por se tratar uma “situação atual”, muitos gestores negligenciam essa etapa do processo e levanta informações http://www.engeteles.com.br/materiais GESTÃO DE CUSTOS É SÓ A PONTA DO ICEBERG www.engeteles.com.br/materiais 15 equivocadas e que não servem para a definição dos Cenários Prováveis. O Cenário Atual deve ser mapeado através de cinco pontos: - Saúde dos Ativos Físicos - Maturidade dos Processos Operacionais - Produtividade Operacional - Performance da Mão de Obra - Segurança Operacional do Processo Cada ponto listado acima terá sua respectiva carteira de indicadores que será mapeada. Cenário Provável Após a definição do Cenário Atual, é o momento de projetar o cenário provável. O Cenário Provável é a junção do Cenário Desejável mais o Cenário Realizável. O Cenário Desejável são as metas para o próximo ano e o Cenário Realizável é o que é de fato viável de ser realizado em termos financeiros e esforço, conforme diagrama abaixo: http://www.engeteles.com.br/materiais GESTÃO DE CUSTOS É SÓ A PONTA DO ICEBERG www.engeteles.com.br/materiais 16 As metas devem ser pontos de melhoria dentro dos cinco pontos mapeados no cenário atual. Basicamente, são ações de manutenção, seja de rotina, reprojetos ou melhorias que trarão os objetivos elencados como metas. Cada ação de manutenção possui um custo e a soma desses custos planejados ao longo do ano formam o orçamento. Essa etapa deve estar finalizada com antecedência mínima de 3 meses do ano de vigência do orçamento. Por exemplo, se estamos falando do orçamento de 2020, ao fim do mês de setembro de 2019 o orçamento já deve estar devidamente elaborado e aprovado. Os erros mais comuns no Planejamento Orçamentário da Manutenção são: 1. Não avaliar o cenário atual; 2. Metas superdimensionadas em consequência de uma definição incorreta do cenário desejável; 3. Subdimensionar as atividades de manutenção; http://www.engeteles.com.br/materiais GESTÃO DE CUSTOS É SÓ A PONTA DO ICEBERG www.engeteles.com.br/materiais 17 4. Eliminar atividades de manutenção inteiras do orçamento ao invés de eliminar os seus custos implementares; 5. Submeter o orçamento para aprovação de forma tardia, encurtando do tempo de discussão sobre ajustes necessários; 6. Alterar o orçamento sem analisar as metas propostas. http://www.engeteles.com.br/materiais GESTÃO DE CUSTOS É SÓ A PONTA DO ICEBERG www.engeteles.com.br/materiais 18 ETAPA2 Gerenciamento do orçamento http://www.engeteles.com.br/materiais GESTÃO DE CUSTOS É SÓ A PONTA DO ICEBERG www.engeteles.com.br/materiais 19 A etapa de Gerenciamento do Orçamento é composta de 4 etapas: 1. Controle do Opex 2. Controle do Capex 3. PVR – Planejado Versus Realizado 4. Forecast http://www.engeteles.com.br/materiais GESTÃO DE CUSTOS É SÓ A PONTA DO ICEBERG www.engeteles.com.br/materiais 20 Orçamento Anual de Manutenção Na Etapa 1 – Planejamento Orçamentário, foi elaborado o Orçamento Anual de Manutenção através da análise dos cenários, definição das metas e posteriormente, definição das atividades de manutenção que devem ser realizadas para atingir a meta proposta. Cada atividade de manutenção que será executada para atingir a meta custa um determinado valor. A soma desses valores forma o orçamento, que é o volume de dinheiro que o departamento de manutenção poderá gastar dentro do próximo ano e garantir a sua saúde financeira. Didaticamente falando, o orçamento possui “dois tipos de dinheiro” divididos em 2 pacotes. Sendo eles: 1) Pacote 1: Destinado a sobrevivência do setor de manutenção, destinado aos Custos Operacionais. Esse pacote é chamado de Opex. 2) Pacote 2: O dinheiro destinado aos investimentos no setor de manutenção, que irão alavancar o setor e aproximá-lo das metas propostas. Esse pacote é chamado de Capex. http://www.engeteles.com.br/materiais GESTÃO DE CUSTOS É SÓ A PONTA DO ICEBERG www.engeteles.com.br/materiais 21 Controle do Opex O nome Opex vem de Operational Expenses, que em português significa despesas operacionais. O volume de dinheiro destinado ao Opex é dividido em: Custos Diretos: São aqueles que estão ligados diretamente à execução das atividades de manutenção e que podem ser apurados e controlados. Eles são divididos em duas categorias: curtos fixos e custos variáveis. Custos Fixos: Os custos fixos são divididos em duas categorias: Custo Fixo Comprometido e Custo Fixo Discricionário. O custo fixo comprometido é aquele que, independente do número de atividades de manutenções realizadas, ele não terá variação. Um exemplo de custo fixo comprometido é a mão de obra própria da manutenção. Independente se os serviços http://www.engeteles.com.br/materiais GESTÃO DE CUSTOS É SÓ A PONTA DO ICEBERG www.engeteles.com.br/materiais 22 foram executados, existem as despesas com salários, benefícios, impostos, questões trabalhistas, etc. O custo fixo discricionário é aquele que é fixo, no sentido de se saber previamente que existe aquele compromisso financeiro em virtude do planejamento orçamentário que contempla a execução dos serviços de manutenção propostos. Porém, os custos fixos discricionários podem admitir certa variação, minimização ou redução, em função do volume de serviços de manutenção realizados ao longo desse período. Custos Indiretos: São aqueles que não estão ligados diretamente à execução das atividades de manutenção. Mas estão ligadas diretamente aos efeitos de falha, oriundos da ausência ou execução correta das atividades de manutenção. Os custos indiretos podem ser apurados, mas não podem ser controlados. Uma vez que as falhas aconteceram, não se tem previsibilidade e nem controle de seus efeitos. Portanto, contabilmente falando, o Gestor de Manutenção não controla os custos indiretos. Esse dinheiro não sairá do caixa da manutenção. Mas, sairá do caixa da empresa de forma oculta ao longo do tempo. Lucro Cessante: Sempre que há uma falha e o processo de produção para, existe o lucro cessante. Lucro cessante é o quanto a empresa deixou de ganhar pelo fato de o processo estar parado por consequência de uma falha. Depreciação: A depreciação é a perda de valor do ativo ao longo do tempo. Cada tipo de ativo possui uma depreciação pré-fixada pela Instrução Normativa RFB nº 1700, de 14 de março de 2017 (vigente em janeiro/2020) da Receita Federal. http://www.engeteles.com.br/materiais GESTÃO DE CUSTOS É SÓ A PONTA DO ICEBERG www.engeteles.com.br/materiais 23 A depreciação se dá pelo tempo de vida útil econômica do ativo. Por exemplo, se um ativo possui vida útil econômica de 20 anos, significa que o seu valor deprecia a 5% ao ano. É importante que o Gestor de Manutenção conheça a depreciação dos ativos, dessa forma é possível entender se ainda é viável continuar mantendo o ativo ou se já é viável estudar uma possível substituição do ativo. Custos Induzidos: São custos oriundos de uma falha do setor de manutenção que impactou no caixa da empresa externamente. Um exemplo: a empresa tem uma determinada carga para entregar em um determinado prazo acordado em contrato, porém houve uma falha em um determinado equipamento que atrasou o processo de produção e consequentemente a entrega. Com isso, a empresa recebeu uma multa. Essa multa é contabilizada como um custo induzido, nesse caso, custo induzido de manutenção. Controle do Capex O nome Capex vem de Capital Expenses, que significa Despesas de Capital em português. Ou seja, o Capex é todo o dinheiro que é voltado para investimentos que a empresa fará em novos ativos. Para aquela despesa ser considerada como um investimento ela deve ter três pré-requisitos: 1) Retorno Esperado 2) Risco Mapeado 3) Prazo Estimado Portanto, para destinar algum dinheiro para algum item classificado como Capex o percentual de retorno do http://www.engeteles.com.br/materiais GESTÃO DE CUSTOS É SÓ A PONTA DO ICEBERG www.engeteles.com.br/materiais 24 investimento deve ser apontado, os riscos de esse retorno não acontecer devem estar mapeados e o prazo para concretização desse retorno deve ser estimado. O volume de dinheiro destinado ao Capex é dividido em duas categorias. Sendo elas: Bens tangíveis: É todo e qualquer ativo físico que gerará valor para a empresa. Bens intangíveis: São itens que não são possíveis tangibilizar, mas o seu retorno e risco são conhecidos. Geralmente são ativos que geram valor para a empresa através da informação, conhecimento tácito, direitos autorais e patentes. PVR – Planejado Versus Realizado O acompanhamento do que está sendo feito, frente ao que estava planejado é denominado de PVR – Planejado Versus Realizado. Basicamente, essa etapa consiste na apuração do custo real de cada serviço e no conflito com as informações do que havia sido planejado. O Controle do Capex e do Opex são feitos através dessa ferramenta simples através de um acompanhamento mensal. Conforme a imagem abaixo: http://www.engeteles.com.br/materiais GESTÃO DE CUSTOS É SÓ A PONTA DO ICEBERG www.engeteles.com.br/materiais 25 De posse dos dados do que foi planejado no orçamento versus ao que foi realizado na prática, é possível analisar de forma global o consumo dos recursos financeiros. No exemplo abaixo a análise foi realizada de forma tardia e resultou no estouro do orçamento em 102,25%. Os gatos passaram 2,27% a mais do que realmente poderia ser gasto. Para que o orçamento seja cumprido conforme planejado, por mais que existam imprevistos e gastos inesperados, é realizado um ajuste orçamentário chamado Forecast. http://www.engeteles.com.br/materiais GESTÃO DE CUSTOS É SÓ A PONTA DO ICEBERG www.engeteles.com.br/materiais 26 Forecast O Forecast é um ajuste que é feito no orçamento com a finalidade de terminar o ano com saldo positivo ou zerado, mas nunca no negativo. Supondo que você tenha planejado o orçamento de manutenção e os recursos financeiros ficaram divididos da seguinte forma: Imagine que ao fim do mês de março, você apura os gastos e encontra a seguinte situação: Mês Capex Opex Total jan/20 85.575,00R$150.000,00R$ 235.575,00R$ fev/20 87.460,00R$ 150.000,00R$ 237.460,00R$ mar/20 77.973,00R$ 150.000,00R$ 227.973,00R$ abr/20 84.063,00R$ 150.000,00R$ 234.063,00R$ mai/20 92.095,00R$ 150.000,00R$ 242.095,00R$ jun/20 69.513,00R$ 150.000,00R$ 219.513,00R$ jul/20 90.642,00R$ 150.000,00R$ 240.642,00R$ ago/20 87.645,00R$ 150.000,00R$ 237.645,00R$ set/20 84.722,00R$ 150.000,00R$ 234.722,00R$ out/20 67.134,00R$ 150.000,00R$ 217.134,00R$ nov/20 80.684,00R$ 150.000,00R$ 230.684,00R$ dez/20 68.715,00R$ 150.000,00R$ 218.715,00R$ TOTAL 976.221,00R$ 1.800.000,00R$ 2.776.221,00R$ Planejamento Orçamentário de Manutenção - 2020 http://www.engeteles.com.br/materiais GESTÃO DE CUSTOS É SÓ A PONTA DO ICEBERG www.engeteles.com.br/materiais 27 Nos três primeiros meses do ano, os gastos foram maiores que o planejado e a tendência é que isso se repita nos próximos meses. Sabendo disso, o Gestor de Manutenção deve pegar o saldo total existente (R$ 2.017.646,00) e dividir igualitariamente para os próximos meses (de abril até dezembro). Ficando da seguinte forma: Mês Planejado Realizado Saldo jan/20 235.575,00R$ 285.000,00R$ 49.425,00-R$ fev/20 237.460,00R$ 242.234,00R$ 4.774,00-R$ mar/20 227.973,00R$ 231.340,00R$ 3.367,00-R$ abr/20 234.063,00R$ -R$ 234.063,00R$ mai/20 242.095,00R$ -R$ 242.095,00R$ jun/20 219.513,00R$ -R$ 219.513,00R$ jul/20 240.642,00R$ -R$ 240.642,00R$ ago/20 237.645,00R$ -R$ 237.645,00R$ set/20 234.722,00R$ -R$ 234.722,00R$ out/20 217.134,00R$ -R$ 217.134,00R$ nov/20 230.684,00R$ -R$ 230.684,00R$ dez/20 218.715,00R$ -R$ 218.715,00R$ TOTAL 2.776.221,00R$ 758.574,00R$ 2.017.647,00R$ Planejamento Orçamentário de Manutenção - 2020 http://www.engeteles.com.br/materiais GESTÃO DE CUSTOS É SÓ A PONTA DO ICEBERG www.engeteles.com.br/materiais 28 Perceba que após os ajustes feitos a partir de abril, o ano terminará com o mesmo valor que foi planejado. Os valores gastos a maior nos três primeiros meses do ano foram diluídos nos próximos meses e dessa forma a manutenção terá que cortar R$57.566,00 em gastos para poder fechar o ano no azul. Mês Planejado Valor Ajustado Forecast jan/20 235.575,00R$ 285.000,00R$ -R$ fev/20 237.460,00R$ 242.234,00R$ -R$ mar/20 227.973,00R$ 231.340,00R$ -R$ abr/20 234.063,00R$ 224.183,00R$ 9.880,00R$ mai/20 242.095,00R$ 224.183,00R$ 17.912,00R$ jun/20 219.513,00R$ 224.183,00R$ 4.670,00-R$ jul/20 240.642,00R$ 224.183,00R$ 16.459,00R$ ago/20 237.645,00R$ 224.183,00R$ 13.462,00R$ set/20 234.722,00R$ 224.183,00R$ 10.539,00R$ out/20 217.134,00R$ 224.183,00R$ 7.049,00-R$ nov/20 230.684,00R$ 224.183,00R$ 6.501,00R$ dez/20 218.715,00R$ 224.183,00R$ 5.468,00-R$ TOTAL 2.776.221,00R$ 2.776.221,00R$ 57.566,00R$ Planejamento Orçamentário de Manutenção - 2020 http://www.engeteles.com.br/materiais GESTÃO DE CUSTOS É SÓ A PONTA DO ICEBERG www.engeteles.com.br/materiais 29 ETAPA 3 AJUSTE, ESTIMATIVA E PROJEÇÃO http://www.engeteles.com.br/materiais GESTÃO DE CUSTOS É SÓ A PONTA DO ICEBERG www.engeteles.com.br/materiais 30 A Etapa 3 – Estimativa e Projeção é composta de: 1) Indicadores Financeiros da Manutenção 2) Estimativas Orçamentárias 3) Projeções Orçamentárias Na Etapa 2 – Gerenciamento do Orçamento, o objetivo seria balancear os valores destinados para Opex e Capex, gerenciando-os para que os gastos não fossem maiores que o planejado. Na Etapa 3 – Estimativa e Projeção, o objetivo é colher o cenário real executado e projetar o cenário futuro para o próximo ano. http://www.engeteles.com.br/materiais GESTÃO DE CUSTOS É SÓ A PONTA DO ICEBERG www.engeteles.com.br/materiais 31 Indicadores Financeiros da Manutenção Os Indicadores Financeiros da Manutenção são divididos em duas categorias: 1) Indicadores Financeiros Diretos: São aqueles indicadores que o departamento de manutenção possui controle sobre suas variáveis e fornecem informações para tomada de decisão; 2) Indicadores Financeiros Indiretos: São aqueles indicadores que o departamento de manutenção não possui controle sobre suas variáveis, mas eles fornecem informações para tomada de decisão. Indicadores Financeiros Diretos CTM – Custo Total de Manutenção Finalidade: Evidenciar o custo total das atividades de manutenção (preventiva, preditiva, corretiva, conservações e melhorias) ao longo do período. Fórmula: 𝐶𝑇𝑀 = 𝐶𝑇𝑀𝑂 + 𝐶𝐼𝑅𝐸 + 𝐶𝑀𝐴𝑇 + 𝐶𝑇𝑆 Onde: CTMO = Custo Total de Mão de Obra (Própria e Terceirizada); CIRE = Custo dos Itens Retirados de Estoque; CMAT = Custo de Materiais Que Não Estavam Em Estoque; CTS = Custo Total de Serviços. Benchmark: Análise Individual. Possui variação de empresa para empresa. Periodicidade de Análise: Mensal. http://www.engeteles.com.br/materiais GESTÃO DE CUSTOS É SÓ A PONTA DO ICEBERG www.engeteles.com.br/materiais 32 ECM – Eficiência de Custos de Manutenção Finalidade: Evidenciar a assertividade do planejamento orçamentário e da execução das atividades de manutenção frente ao orçamento. Fórmula: 𝐸𝐶𝑀 = 𝐶𝑇𝑀 𝐶𝑇𝑂 𝑥 100 (%) Onde: CTM = Custo Total de Manutenção (em R$); CTO = Custo Total de Manutenção no Orçamento (em R$). Benchmark: 85% a 105% Periodicidade de Análise: Mensal ICEM – Índice do Custo do Estoque de Manutenção Finalidade: Evidenciar a influência dos itens de manutenção estocados no Custo Total de Manutenção. Fórmula: 𝐶𝐸𝑀 = 𝐼𝑅𝐸 𝐶𝑇𝑀𝑥 100 Onde: IRE = Valor dos Itens Retirados do Estoque (em R$); CTM = Custo Total de Manutenção (em R$). Benchmark: 10 a 30% Periodicidade de Análise: Mensal http://www.engeteles.com.br/materiais GESTÃO DE CUSTOS É SÓ A PONTA DO ICEBERG www.engeteles.com.br/materiais 33 CTMO – Custo Total da Mão de Obra de Manutenção Finalidade: Evidenciar o impacto dos custos totais da mão de obra de manutenção (primárias e terceirizadas) sobre o Custo Total de Manutenção. Fórmula: 𝐶𝑇𝑀𝑂 = 𝐶𝑀𝑂𝑃 + 𝐶𝑀𝑂𝑇 𝐶𝑇𝑀 𝑥 100 (%) Onde: CMOP = Custo de Mão de Obra Própria (Salários, Encargos, Tributos, Impostos e Benefícios Trabalhistas); CMOT = Custo de Mão de Obra Terceirizada; CMT = Custo Total de Manutenção. Benchmark: 20 a 70%. Periodicidade de Análise: Mensal http://www.engeteles.com.br/materiais GESTÃO DE CUSTOS É SÓ A PONTA DO ICEBERG www.engeteles.com.br/materiais 34 CTMT – Custo de Terceirização sobre Custo Total de Manutenção Finalidade: Apurar a representação dos gastos oriundos de serviços terceirizados sobre o custo total de manutenção. Fórmula: 𝐶𝑇𝑀𝑇 = 𝐶𝑇 𝐶𝑇𝑀 𝑥 100 (%) Onde: CT = Custo de Terceirização (em R$); CTM = Custo Total de Manutenção (em R$). Benchmark: 20 a 60% Periodicidade de Análise: Anual http://www.engeteles.com.br/materiais GESTÃO DE CUSTOS É SÓ A PONTA DO ICEBERG www.engeteles.com.br/materiais 35 Indicadores Financeiros da Manutenção – INDIRETOS CTMF – Custo Total de Manutenção sobre Faturamento Finalidade: Evidenciar o peso do custo total de manutenção sobre o Faturamento Bruto da Empresa. Fórmula: 𝐶𝑇𝑀𝐹 = 𝐶𝑇𝑀 𝐹𝐵𝐸 𝑥 100 (%) Onde: CTM = Custo Total de Manutenção (em R$); FBE = Faturamento Bruto da Empresa (em R$). Benchmark: 2 a 8% Periodicidade de Análise: Anual http://www.engeteles.com.br/materiais GESTÃO DE CUSTOS É SÓ A PONTA DO ICEBERG www.engeteles.com.br/materiais 36 CMCT – Custo Total de Manutenção sobre Custo Total da Empresa Finalidade: Visualizar a porcentagem de gastos com manutenção sobre os gastos totais da empresa. Fórmula: 𝐶𝑀𝐶𝑇 = 𝐶𝑇𝑀 𝐶𝑇𝐸 𝑥 100 (%) Onde: CTM – Custo Total de Manutenção (em R$); CTE – Custos Totais da Empresa (em R$). Benchmarking: <10%. Periodicidade de Análise: Mensal. http://www.engeteles.com.br/materiais GESTÃO DE CUSTOS É SÓ A PONTA DO ICEBERG www.engeteles.com.br/materiais 37 CMOF – Custo Total da Mão de Obra sobre Faturamento Finalidade: Evidenciar o peso dos custos totais da mão de obra de manutenção (primárias e terceirizadas) sobre o Faturamento Bruto da Empresa. Fórmula: 𝑪𝑴𝑶𝑭 = 𝑪𝑻𝑴𝑶 𝑭𝑩𝑬 𝒙 𝟏𝟎𝟎 (%) Onde: CTMO = Custo Total da Mão de Obra de Manutenção (em R$); FBE = Faturamento Bruto da Empresa (em R$). Benchmark: 0,5% a 2,5%. Periodicidade de Análise: Anual. http://www.engeteles.com.br/materiais GESTÃO DE CUSTOS É SÓ A PONTA DO ICEBERG www.engeteles.com.br/materiais 38 CMVR – Custo de Manutenção sobre o Valor de Reposição Finalidade: Verificar a relação direta entre o custo total de manutenção com o valor total de reposição do(s) ativo(s) intalado(s). Fórmula: 𝐶𝑀𝑉𝑅 = 𝐶𝑇𝑀 𝑉𝐸𝑅 𝑥 100 (%) Onde: CTM = Custo Total de Manutenção (em R$) VER = Valor Estimado de Manutenção (em R$). Benchmark: 3 a 6%. Perioridicidade de Análise: Anual. http://www.engeteles.com.br/materiais GESTÃO DE CUSTOS É SÓ A PONTA DO ICEBERG www.engeteles.com.br/materiais 39 CEME – Custo de Estoque de Manutenção sobre Faturamento Finalidade: Verificar o peso do custo de estoque da manutenção sobre o Faturamento Bruto da empresa. Fórmula: 𝐶𝐸𝑀𝐸 = 𝐶𝐸𝑀 𝐹𝐵𝐸 𝑥 100 (%) Onde: CEM = Custo Total da Movimentação do Estoque de Manutenção (em R$) FBE = Faturamento Bruto da Empresa (em R$). Benchmark: 0,8 a 1,6%. Perioridicidade de Análise: Anual. Sabendo as devidas fórmulas para cálculo dos indicadores financeiros da manutenção, é chegada a hora de realizar a estimativa de três pontos. http://www.engeteles.com.br/materiais GESTÃO DE CUSTOS É SÓ A PONTA DO ICEBERG www.engeteles.com.br/materiais 40 Estimativa de Três Pontos A Estimativa de Três Pontos consiste em estimar o cenário futuro com base em três expectativas: 1) Estimativa Pessimista 2) Estimativa Realista 3) Estimativa Otimista Com base na análise dos indicadores diretos e indiretos, que remetem ao passado, conclui-se que a expectativa sobre o próximo período será de otimismo, pessimismo ou realismo. Estimativa de Três Pontos foi apenas um “apelido” consedido a técnica PERT – Program Evaluation and Review Technique, que é oriuda da área de Gestão de Projetos. Através da PERT, conseguimos estimar custos e prazos de projetos levando em consieração dos três cenários citados acima. A distribuição PERT foi originalmente desenvolvida na década de 1950 para o sistema de armas Polaris para calcular um período provável para a conclusão do projeto com base em prazos possíveis otimistas, pessimistas e de modo. PERT é uma técnica de modelagem para estimar o tempo de conclusão ou outro evento desejado, com base nas melhores estimativas para os valores mínimo, máximo e mais provável para o evento. http://www.engeteles.com.br/materiais GESTÃO DE CUSTOS É SÓ A PONTA DO ICEBERG www.engeteles.com.br/materiais 41 Fórmula PERT para Estimativa de Custos A fórmula para cálculo da PERT é dado pela média ponderada: μ = α + 4. m + β 6 Onde: • α é a estimativa de custo otimista; • β é a estimativa de custo pessimista; • m é a estimativa de custo realista (média entre pessimista e otimista). Desvio Padrão: σ = (β - α) / 6. http://www.engeteles.com.br/materiais GESTÃO DE CUSTOS É SÓ A PONTA DO ICEBERG www.engeteles.com.br/materiais 42 Calculando a Saúde Financeira da Manutenção A saúde financeira da manutenção é dada por um cálculo simples de gestão orçamentária, sendo: 𝑆𝐹𝑀 = 𝑉𝑎𝑙𝑜𝑟 𝑇𝑜𝑡𝑎𝑙 𝑅𝑒𝑎𝑙 𝐸𝑥𝑒𝑐𝑢𝑡𝑎𝑑𝑜 𝑉𝑎𝑙𝑜𝑟 𝑇𝑜𝑡𝑎𝑙 𝑃𝑙𝑎𝑛𝑒𝑗𝑎𝑑𝑜 𝑛𝑜 𝑂𝑟ç𝑎𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 𝑥 100 (%) Cenário SFM Motivo Ruim <85% Planejamento de recursos superdimensionado. >100% Gastos acima do planejado ou planejamento de recursos sub- dimensionado. Bom De 85% a 95% Acertividade no planejamento de recursos. Ótimo De 95% a 100% Acertividade no planejamento de recursos e controle dos gastos. Projeção Orçamentária Como o próprio nome já diz, a Projeção Orçamentária consiste em projetar o valor aproximado do orçamento do próximo ano. Esse ponto é importante para o gestor de manutenção não submeter um orçamento para aprovação que não tem relação com a sua realidade. A projeção é feita com base nos acontecimentos ao longo do ano e que podem refletir no orçamento de manutenção do ano seguinte. http://www.engeteles.com.br/materiais GESTÃO DE CUSTOS É SÓ A PONTA DO ICEBERG www.engeteles.com.br/materiais 43 Considerando que o custo de manutenção pode ser exponecial, a projeção orçamentária da manutenção é produto de dois estudos: 1. Relatório de Probabilidade de Falhas e Riscos; 2. Relatório de Lições Aprendidas. Relatório de Probabilidade de Falhas e Risco: Sem sombra de dúvidas, o maior medo do gestor de manutenção é “estourar” os custos de manutenção. Ou seja, gastar mais do que pode. E geralmente isso ocorre pelo excesso de manutenções corretivas emergenciais para corrigir as falhas funcionais. As manutenções corretivas emergenciais custam, no mínimo, 7 vezes mais que a manutenção realizadano momento ideal. Isso acontece porquê os efeitos de falha (consequências), representam cerca de 80% do custo da manutenção corretiva emergencial. São exemplos de efeitos de falha: • Lucro cessante: o quanto a empresa deixará de produzir enquanto os ativos estão parados por uma falha funcional; • Acidentes ocasionados pela falha funcional; • Compras em caráter emergencial; • Serviços contratados em caráter emergencial; • Danos causados ao meio ambiente; http://www.engeteles.com.br/materiais GESTÃO DE CUSTOS É SÓ A PONTA DO ICEBERG www.engeteles.com.br/materiais 44 Estudo de Caso CLP falha, causa explosão em gasômetro e deixa 34 feiridos em Minas Gerais No dia 10/08/2018 um gasômetro explodiu na siderúrgica Usiminas, em Ipatinga-MG e deixou 34 pessoas levemente feridas. No dia 17/08/2018, o alto escalão da siderúrgica concedeu uma coletiva de imprensa e divulgou a causa da falha: “A falha que aconteceu foi identificada, é uma falha técnica em um computador de processo, não é computador comum, é um computador dedicado àquela atividade, naquele local. O detalhe da falha, a Figura 1: Gasômetro que explodiu na Usiminas. Fonte: G1 http://www.engeteles.com.br/materiais GESTÃO DE CUSTOS É SÓ A PONTA DO ICEBERG www.engeteles.com.br/materiais 45 investigação dos motivos dessa falha, ainda estão em andamento. Em um momento a frente, quando nós tivermos um pouco mais de informações, nós estaremos aqui novamente com o intuito de ter a maior clareza das informações, colocar todos a par, a imprensa e a população, isso é muito importante para a gente”, afirmou o diretor-executivo da Usiminas, Roberto Maia. Basicamente, a acidente fora ocasionado por um CLP – Controlador Lógico Programável que falhou e permitiu que uma válvula permanecesse aberta, dando passagem de oxigênio para o gasômetro e a explosão, veio por consequência. Fonte da matéria: G1 >> Link da Matéria << http://www.engeteles.com.br/materiais https://g1.globo.com/mg/vales-mg/noticia/2018/08/17/explosao-de-gasometro-na-usiminas-foi-causada-por-falha-tecnica-de-equipamento.ghtml GESTÃO DE CUSTOS É SÓ A PONTA DO ICEBERG www.engeteles.com.br/materiais 46 O caso da Usiminas exemplifica bem os custos ocultos dos efeitos de falha. Alguns desses custos não são de responsabilidade da manutenção controlar, mas de forma direta ou indireta o departamento. a) Quase 3 Bilhões de Reais Perdidos em 24 Horas! No dia anterior ao acidente (09/08/2018), as ações da empresa estavam listadas na bolsa de valores brasileira a R$8,53/ação, considerando que a empresa tinha 4.401.500,00 ações listadas em bolsa, o valor da empresa no dia era de R$37.544.795.000,00. No dia do acidente (10/08/2018), as ações da empresa encerraram o dia com o preço de R$7,91/ação. O valor da empresa, naquele dia, fechou em R$34.815.650.000,00. A empresa perdeu R$2.729.145.000,00 de reais em 24 horas, como consequência do acidente. Figura 2:Preço das ações da Usiminas no dia 10/08/2018. Fonte: UOL Economia. http://www.engeteles.com.br/materiais GESTÃO DE CUSTOS É SÓ A PONTA DO ICEBERG www.engeteles.com.br/materiais 47 b) O Custo da Reconstrução do Gasômetro é Insignificante Comparado as Demais Consequências Além dos quase R$3 bilhões de reais perdidos dados pela evasão de acionistas, é possível listar outros prejuízos: • 34 pessoas feridas (nenhuma em estado grave); • Impacto negativo na reputação e marca da empresa; • Lucro cessante; • Possíveis multas. Se for contabilizado todos os custos inerentes ao acidente e realizar uma Análise de Pareto, com toda a certeza, o custo de reconstrução do gasômetro (peças, serviços, materiais e mão de obra) não representará 80% do custo total. Os custos dos efeitos de falhas tendem ao infinito. Por esse motivo, impossível saber o valor exato de uma manutenção corretiva emergencial. Se uma daquelas 34 pessoas feridas viesse a óbito, o custo da falha daquele CPL seria ainda maior. Seria imensurável. Sabendo disso, o Gestor de Manutenção deve direcionar todos os seus recursos para reduzir ao máximo a probabilidade de falhas em equipamentos e processos críticos. O Gestor de Manutenção sabe que se ele garantir a confiabilidade dos ativos e reduzir a probabilidade falhas, o custo de manutenção estará controlado. Para reduzir a probabilidade de falhas de algo, primeiro, é necessário medir a probabilidade de tal falha. É nesse ponto que entram as duas ferramentas principais para isso: Análise Weibull e Relatório de Confiabilidade. http://www.engeteles.com.br/materiais GESTÃO DE CUSTOS É SÓ A PONTA DO ICEBERG www.engeteles.com.br/materiais 48 Análise Weibull A análise de Weibull, também denominada análise de dados de vida, é uma ferramenta de análise que a partir de uma amostra representativa, possui a funcionalidade de fazer previsões de um produto dentro de uma população. Isto é feito por “encaixe” em uma distribuição estatística de dados de vida e essa distribuição pode então ser utilizada para estimar características importantes da vida deste produto tais como confiabilidade ou probabilidade de falha em um período específico. A fórmula de Weibull pode ser representada pela fórmula: Onde: • F(t) é a probabilidade de falha para uma determinada amostra; • t é o tempo até a falha; • η é a característica de vida; • β é o parâmetro de inclinação ou forma. A análise de Weibull é um método de modelagem de dados conjuntos contendo valores maiores que zero (como exemplo, podem ser dados de tempo até a falha conhecido como time-to-fail (TTF). Uma característica importante desta análise, é que se houver a possibilidade de fazer uma coleta de 3 amostras, já é viável realizar o estudo de confiabilidade. http://www.engeteles.com.br/materiais https://www.citisystems.com.br/confiabilidade-preditiva-preventiva-industria/ https://www.citisystems.com.br/confiabilidade-preditiva-preventiva-industria/ GESTÃO DE CUSTOS É SÓ A PONTA DO ICEBERG www.engeteles.com.br/materiais 49 Exemplo: Imagine que na sua empresa exista um motor elétrico que tenha o seguinte histórico de falhas ocasionadas por desgaste em rolamentos: Amostragem Time To Fail (h) 1 20157 2 21452 3 22575 4 22982 5 23412 6 34212 7 36453 8 35682 De posse desses dados e usando a Análise Weibull, você poderá encontrar a curva de probabilidade de falha de rolamentos desse motor para as próximas horas de operação. O resultado seria: http://www.engeteles.com.br/materiais GESTÃO DE CUSTOS É SÓ A PONTA DO ICEBERG www.engeteles.com.br/materiais 50 TTF Futuro (h) f(t) 0,00 0,00 1000 0,00 3000 0,00 5000 0,00 7000 0,01 9000 0,03 11000 0,05 13000 0,08 15000 0,12 17000 0,17 19000 0,23 21000 0,30 23000 0,37 25000 0,45 TTF Futuro (h) f(t) 27000 0,53 29000 0,61 31000 0,68 33000 0,75 35000 0,81 37000 0,86 39000 0,90 41000 0,93 43000 0,96 45000 0,97 47000 0,98 49000 0,99 51000 0,99 53000 1,00 Os dados acima remetem a probabilidade de falhas em função de horas em funcionamento do motor elétrico. Sabendo disso, você agora pode definir o melhor momento para uma manutenção preventiva e atuar no melhor momento visando dois cenários: a) Menor probabilidade de falhas; b) Menor custo de manutenção. Se você colocar um intervalo muito curto entre as manutenções, gastará mais dinheiro do que deveria. Pois além de parar o processo com mais frequência, também não usará todo o potencial de vida útil dos rolamentos. Se você colocar um intervalo muito alto, a probabilidade de falhas é mais alta e você poderáser surpreendido com uma quebra antes que a manutenção preventiva aconteça. http://www.engeteles.com.br/materiais GESTÃO DE CUSTOS É SÓ A PONTA DO ICEBERG www.engeteles.com.br/materiais 51 Para saber o melhor momento de atuação, basta resolver a integral: Onde: Ctm (t) = Custo Total de Manutenção em Função do Tempo Cmp = Custo de Manutenção Preventiva Cmc = Custo de Manutenção Corretiva R(t) = Confiabilidade em Função do Tempo F (t) = Probabilidade de Falhas em Função do Tempo A integral acima mostra que o custo de manutenção preventiva está para confiabilidade assim como o custo de manutenção corretiva está para a probabilidade de falhas. Ou seja, se a frequência de manutenção preventiva for muito baixa, o custo total de manutenção será alto por conta da manutenção preventiva. Se a frequência de manutenção preventiva for muito alta, o custo total de manutenção será alto por conta da manutenção corretiva. Através da integral, é possível encontrar o menor custo total de manutenção por unidade de tempo e definir qual o melhor intervalo para manutenção preventiva em função do custo e do risco. http://www.engeteles.com.br/materiais GESTÃO DE CUSTOS É SÓ A PONTA DO ICEBERG www.engeteles.com.br/materiais 52 Ao integralizar os dados, é possível obter o gráfico: TTF Futuro f(t) R(t) $ Preventiva $ Corretiva $ Total 1000 0,00 1,00 2,85 0,00 2,84851 3000 0,00 1,00 1,71 0,01 1,71591 5000 0,00 1,00 1,22 0,02 1,24108 7000 0,01 0,99 0,95 0,05 0,99094 9000 0,03 0,97 0,77 0,08 0,84741 11000 0,05 0,95 0,64 0,13 0,76498 13000 0,08 0,92 0,54 0,18 0,72220 15000 0,12 0,88 0,46 0,24 0,71 17000 0,17 0,83 0,40 0,31 0,71349 19000 0,23 0,77 0,34 0,39 0,73546 21000 0,30 0,70 0,29 0,48 0,76954 23000 0,37 0,63 0,25 0,57 0,81253 25000 0,45 0,55 0,21 0,66 0,86152 27000 0,53 0,47 0,17 0,74 0,91381 29000 0,61 0,39 0,14 0,83 0,96688 31000 0,68 0,32 0,11 0,91 1,01843 33000 0,75 0,25 0,08 0,98 1,06652 35000 0,81 0,19 0,06 1,05 1,10962 37000 0,86 0,14 0,05 1,10 1,14671 39000 0,90 0,10 0,03 1,14 1,17734 41000 0,93 0,07 0,02 1,18 1,20156 43000 0,96 0,04 0,01 1,21 1,21988 45000 0,97 0,03 0,01 1,22 1,23310 47000 0,98 0,02 0,01 1,24 1,24219 49000 0,99 0,01 0,00 1,24 1,24814 51000 0,99 0,01 0,00 1,25 1,24824 53000 1,00 0,00 0,00 1,25 1,25065 http://www.engeteles.com.br/materiais GESTÃO DE CUSTOS É SÓ A PONTA DO ICEBERG www.engeteles.com.br/materiais 53 De acordo com o estudo, o menor custo total de manutenção total acontece a cada 15.000 horas. Se a substituição preventiva for realizada a cada 15.000 horas, o custo de manutenção total será de R$0,71 por hora e assumirá uma probabilidade de falha de 12% e uma confiabilidade de 81%. Se a substituição preventiva for realizada a cada 13.000 horas, o custo de manutenção total será de R$0,7222 por hora e assumirá uma probabilidade de falha de 8% e uma confiabilidade de 92%. Se a substituição preventiva for realizada a cada 17.000 horas, o custo de manutenção total será de R$0,71349 por hora e assumirá uma probabilidade de falha de 17% e uma confiabilidade de 83%. Ou seja, o melhor momento de intervir em função do custo e do risco é a cada 15.000 horas. O maior erro que Gestores de Manutenção iniciantes cometem é não saber dimensionar um plano de manutenção considerando o custo de manutenção em função do risco. E o erro mais amador que se pode cometer é estourar o orçamento de manutenção através de serviços planejados. http://www.engeteles.com.br/materiais GESTÃO DE CUSTOS É SÓ A PONTA DO ICEBERG www.engeteles.com.br/materiais 54 Avaliação da Confiabilidade A confiabilidade é inversamente proporcional a probabilidade de falha. Sabendo disso, é correto dizer que quanto maior for a confiabilidade dos processos, menores serão os custos de manutenção. A confiabilidade é a probabilidade de um determinado item (componente, equipamento, máquina, sistema, processo...) se manter em função em um determinado tempo futuro. Fórmula: 𝑅 (𝑡) = 𝑒−λ . t Onde: R = Reliability (Confiabilidade, em inglês). t = Tempo futuro (expresso em horas) para qual se deseja projetar a confiabilidade. e = Base dos algoritmos neperianos, equivalente a 2,71. - λ = Taxa de Falhas negativa (λ = 1/mtbf). Ao realizar a projeção orçamentária para o próximo ano, deve-se calcular a confiabilidade de cada ativo e priorizar http://www.engeteles.com.br/materiais GESTÃO DE CUSTOS É SÓ A PONTA DO ICEBERG www.engeteles.com.br/materiais 55 aqueles ativos que possuem uma confiabilidade menor dentro de um mesmo período. Exemplo: Imagine que em uma determinada frota de máquinas pesadas a confiabilidade dos ativos para o próximo ano foi a seguinte: Os ativos com confiabilidade menor que 85% merecem uma atenção e estudos individualizados para a projeção orçamentária. Por exemplo, a Perfuratriz PF835 tem uma confiabilidade de 12%, o estudo de Avaliação da Confiabilidade tem o objetivo de mapear o risco do ativo em função do tempo. Quanto menor a confiabilidade, maior o risco. Quanto maior o risco, maior o custo. Para isso, basta plotar a confiabilidade do ativo para saber em quais momentos do próximo ano a confiabilidade representará maior risco. http://www.engeteles.com.br/materiais GESTÃO DE CUSTOS É SÓ A PONTA DO ICEBERG www.engeteles.com.br/materiais 56 No caso acima, a confiabilidade do ativo para as próximas 5611 horas será menor que 50%. Ou seja, a probabilidade de falhas será maior que a probabilidade de funcionamento. Nesse momento, o gestor de manutenção deve ter três ações mapeadas: 1) O que ele irá fazer para prevenir a falha? 2) O que ele irá fazer para detectar os sintomas da falha em estágio inicial? 3) O que ele irá fazer para reduzir os efeitos da falha caso ela ocorra? Com as três ações mapeadas, ele deve levantar o custo de cada uma para adicionar ao orçamento do próximo ano. http://www.engeteles.com.br/materiais GESTÃO DE CUSTOS É SÓ A PONTA DO ICEBERG www.engeteles.com.br/materiais 57 Ele já sabe qual é a probabilidade de tal falha acontecer ou não e poderá assumir esse número como a probabilidade de gastar tais montantes levantados anteriormente. Relatório de Lições Aprendidas O Relatório de Lições Aprendidas é uma ferramenta essencial para a projeção orçamentária. Como o próprio nome já diz, essa ferramenta serve para apontar os desvios do planejamento, qual foi a causa e sua solução. Ao documentar tudo o que aconteceu ao longo do ano que não estava de acordo com o planejamento, a projeção orçamentária do próximo ano levará em consideração esses episódios. O Relatório de Lições Aprendidas é alimentado a cada desvio apresentado no orçamento. Conforme exemplo: http://www.engeteles.com.br/materiais GESTÃO DE CUSTOS É SÓ A PONTA DO ICEBERG www.engeteles.com.br/materiais 58 https://www.youtube.com/channel/UCl0YcxaoC8KlBh3-6kAv2gg/videos A projeção orçamentária já deve levar em consideração a efetividade das ações tomadas ou o custo do desvio, no caso onde as ações se tornarão efetivas apenas no longo prazo. AULAS COMPLEMENTARES CLIQUE E ASSISTA GRATUITAMENTE: http://www.engeteles.com.br/materiais https://www.youtube.com/channel/UCl0YcxaoC8KlBh3-6kAv2gg/videos https://www.youtube.com/channel/UCl0YcxaoC8KlBh3-6kAv2gg/videos https://www.youtube.com/channel/UCl0YcxaoC8KlBh3-6kAv2gg/videos GESTÃO DE CUSTOS É SÓ A PONTA DO ICEBERG www.engeteles.com.br/materiais 59 Conclusão Dentro do mundo da Gestão da Manutenção, a Gestão de Custos é apenas um detalhe. O foco do Gestorde Manutenção deve ir além da Gestão de Custos. O foco do Gestor deve ir até o mundo da Gestão Financeira da Manutenção. Gerenciar apenas os custos de manutenção é como dirigir um carro olhando apenas para o retrovisor central, sem olhar para a estrada, sem olhar para o velocímetro, sem olhar para o hodômetro e sem olhar para os retrovisores laterais. Existem inúmeras variáveis durante o percurso que devem ser controladas pelo gestor de manutenção além dos custos. O orçamento deve ser controlado, os investimentos devem ter os seus retornos apurados, os riscos dos investimentos devem ser monitorados, o custo fixo discricionário deve ser monitorado, as falhas que possuem maiores consequências financeiras devem ser prevenidas. Existe uma metodologia para gerenciamento do dinheiro do departamento de manutenção que foca em um único objetivo: transformar o departamento de manutenção em uma máquina de produzir mais dinheiro. A lógica da metodologia é simples: a empresa investe 1 real em manutenção e esse 1 real se transforma em dois, três, quatro, dez, cem, mil... Um setor de manutenção bem gerenciado é capaz de gerar valores com tendência infinita para a organização. http://www.engeteles.com.br/materiais GESTÃO DE CUSTOS É SÓ A PONTA DO ICEBERG www.engeteles.com.br/materiais 60 Muitos profissionais veem o retorno do investimento em manutenção apenas pela ótica tangível no curto prazo. Porém, pela ótica do longo prazo existe um valor muito maior a ser tangibilidade. Esse valor seria o equity. Equity corresponde ao patrimônio líquido. Seria a diferença de todos os ativos menos as suas obrigações. Mais comumente utilizado para designar as partes correspondentes de cada acionista em uma empresa ou carteira de investimentos. Equity é o quanto vale aquela empresa. Se o departamento de manutenção é capaz de fazerem os ativos gerarem mais valor, é correto dizer que o departamento de manutenção é capaz de aumentar o valor patrimonial da empresa. Exemplo: É possível ter duas empresas que possuam a mesma capacidade produtiva para um mesmo produto, porém, uma pode valer 1x e a outra pode valer 100x. O que fará essa diferença é a capacidade de gerar valor com os seus ativos que cada empresa possui. Ambas podem produzir 1000 itens idênticos por ano por exemplo. Mas em na empresa A, não acontece acidentes. Ao passo que na empresa B, acontecem, em média, 2 por ano. A empresa A possui um índice de manutenção corretiva menor que 20% ao mês. Já na empresa B, esse índice é de 70%. http://www.engeteles.com.br/materiais GESTÃO DE CUSTOS É SÓ A PONTA DO ICEBERG www.engeteles.com.br/materiais 61 A empresa A possui uma disponibilidade fabril de 95%. Já a empresa B, possui uma disponibilidade de 82%. A empresa A possui um time de manutenção com 40 pessoas, que trabalham 80% do tempo em atividades planejadas. A empresa B também possui 40 pessoas no time, porém, 80% do tempo delas é focado em apagar incêndios. A empresa A está sendo vendida. A empresa B também. Na sua opinião, qual empresa vale mais? Lembrando, elas produzem a mesma coisa e com na mesma quantidade. Porém, a empresa A faz isso com menos esforço que a empresa B. Logo, a empresa A é mais produtiva que a empresa B. A empresa A possui um risco operacional menor que a empresa B. A empresa A é mais eficiente que a empresa B e o mercado precificará isso. O mercado enxergará mais valor na empresa A do que a empresa B e estará disposto a pagar mais por ela. Os exemplos citados acima, foram consequências de um bom trabalho de gestão da manutenção. A manutenção quando bem feita é capaz de muito mais do que garantir disponibilidade e confiabilidade. A manutenção bem feita, gera valor! Gestão de custos é só a ponta do iceberg... http://www.engeteles.com.br/materiais GESTÃO DE CUSTOS É SÓ A PONTA DO ICEBERG www.engeteles.com.br/materiais 62 Sobre o Autor Jhonata Teles é autor dos livros PCM – Planejamento e Controle da Manutenção DESCOMPLICADO e Bíblia do RCM. Criador do Método PCM DESCOMPLICADO ®, já certificou mais de 6000 Gestores de Manutenção no Brasil e em outros 6 países. Como Diretor de Engenharia da ENGETELES já liderou mais de 250 projetos de consultoria em implantação de setores de Planejamento e Controle da Manutenção e Manutenção Centrada na Confiabilidade. Engenheiro Mecânico e Engenheiro de Produção, Pós- Graduado em Gestão de Projetos, Engenharia e Gestão da Manutenção. Certificado internacionalmente pela SMRP – Society of Maintenance and Reliability Professionals, na categoria CMRP – Certifield Maintenance and Reliability Professional. Possui mais de 12 anos de experiência em indústrias de grande porte, sempre dedicados à Gestão da Manutenção e Engenharia da Confiabilidade Industrial. http://www.engeteles.com.br/materiais GESTÃO DE CUSTOS É SÓ A PONTA DO ICEBERG www.engeteles.com.br/materiais 63 http://www.engeteles.com.br/materiais
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