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Trabalho Tragédia de Brumadinho

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ANHANGUERA EDUCACIONAL 
 
 
 
 
 
MARIANA LEAL MAROSTEGAN – R.A.: 373919511241 
 
 
 
DIREITO – 3º SEMESTRE – MATUTINO 
 
 
 
 
 
TRAGÉDIA AMBIENTAL DE BRUMADINHO 
 
 
 
 
 
 
Leme – SP 
2020 
TRAGÉDIA AMBIENTAL DE BRUMADINHO 
 
Brumadinho, município do estado de Minas Gerais, teve seu nome 
mundialmente conhecido em razão da tragédia que sofreu a pouco mais de um ano. 
Em janeiro de 2019 ocorreu o rompimento de uma barragem de rejeitos de 
minério localizada no Córrego do Feijão, a qual a empresa Vale S.A. era responsável 
e tinha o controle de sua administração. 
Este episódio levantou uma série de indagações acerca do caso, 
principalmente pelo fato de que em três anos que se antecederam tal desastre, outra 
barragem já havia se rompido na cidade de Mariana, essa sob direção da empresa 
Samarco, também município de Minas Gerais, ocasionando muitas mortes e inúmeras 
danificações ao meio ambiente. 
No decorrer do tempo foram feitas muitas investigações e pesquisas a fim de 
que fosse realizado o laudo correto dos verdadeiros motivos que ocasionaram o 
acidente. Alguns especialistas contratados pela Vale chegaram à conclusão de que 
uma série de problemas ocasionou o rompimento. Foi observado que a barragem era 
muito íngreme, bem como um recuo havia sido construído de maneira incorreta, 
prejudicando a organização dos rejeitos. 
Entre outras irregularidades, o fator técnico que foi de maior relevância para a 
explicação da tragédia foi a liquefação, que acontece quando na mistura da água com 
rejeitos, a água passa a predominar na composição, impasse ocasionado pela falta 
de drenagem interna significativa. 
Visto que a maneira como os rejeitos da mineração de ferro eram contidos em 
Brumadinho – método conhecido como “alteamento a montante” – era a mais barata 
e menos segura existente e que a barragem apresentava questões de segurança, 
compreende-se que a empresa visava prioritariamente o lucro, não se importando em 
adequar-se às recomendações de proteção. 
Outra adversidade do caso se deu por um documento falsificado pela empresa 
alemã TÜV SÜD, ato descoberto após o acidente, atestando a estabilidade da 
barragem, não sendo possível se questionar na época, a sua regularidade. 
Um impasse que provavelmente ocasionou uma tragédia de tamanha 
dimensão com tantas mortes foi o sistema de sirenes da sede que ficava logo abaixo 
da barreira, não ter sido ativado. A vale admitiu que o sistema que era manuseado 
manualmente e não foi acionado, não transmitindo o sinal de alerta para evacuação 
das pessoas. 
O diagnóstico completo só prova que a causa do desastre em Brumadinho foi 
um produto de todos os erros, não apenas uma causa única, considerando falhas 
técnicas de engenharia, de administração, monitoramento, gestão de riscos, 
comunicação e até mesmo negligência. 
Ao analisar a tragédia à luz do direito ambiental e seus princípios próprios, vê-
se que ela poderia ter sido evitada se o princípio da precaução fosse observado, 
constatando que a empresa responsável ignorou o que prevê o Art. 225, Inciso V da 
Constituição Federal de 1988, levando em conta que o referido atua como instrumento 
de tutela do meio ambiente. 
O princípio da precaução evita possíveis ações danosas quando não há certeza 
do que esta pode provocar, ou seja, estima a proteção ambiental e a aplicação de 
medidas preventivas onde existam ameaças de riscos graves, ainda que exista a falta 
de certeza científica do impacto, não sendo possível adiar as providências 
necessárias e eficazes para evitar a degradação do meio ambiente, evidenciando que 
a Vale não realizou nenhuma ação para que o princípio tivesse sido respeitado. 
Partindo da premissa de que o equilíbrio ambiental é essencial para a sadia 
qualidade de vida, é possível afirmar que o caso de Brumadinho infringiu também o 
princípio do direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, uma vez que este 
prega a não ocorrência de desequilíbrio no ecossistema, de forma a zelar pela 
proteção à dignidade humana, sendo ignorado pela empresa ante exposta no 
momento em que o acidente deixou centenas de mortos e feridos. 
Algumas pesquisas e investigações jurídicas realizadas deduzem que outro 
princípio do direito ambiental fora violado pelo Governo: o princípio da educação. 
Tal fato pode ser explicado pelo juiz e professor Gabriel Wedy que esclarece 
que mesmo após a tragédia de Mariana, não se desenvolveu no âmbito do Poder 
Público e nem na iniciativa privada uma cultura de educação ambiental capaz de 
proporcionar a todos os níveis de ensino, informações essenciais sobre tragédias 
desse porte, privando a comunidade do ensinamento direcionado de responsabilidade 
com o meio ambiente. 
Diante do exposto, conclui-se que alguns princípios não tiveram sua efetividade 
nesse caso, sendo alguns ignorados pela empresa responsável e pelo Poder Público. 
O terrível acidente que deixou a cidade coberta por lama, além de causar mais 
de 250 mortes, acarretou inúmeros danos ambientais. A barragem de Brumadinho 
apresentava volume de 11,7 milhões de metros cúbicos de rejeito, e embora a lama 
não tenha sido considerada tóxica, vários impactos ambientais foram causados. 
Um estudo publicado por Vanessa Sardinha dos Santos pontua alguns dos 
estragos: A velocidade com que os rejeitos foram liberados destruiu parte da 
vegetação local, mais precisamente 125 hectares de floresta e causou várias mortes 
de animais, bem como a grande quantidade depositada na região alterou a 
composição do solo, prejudicando o desenvolvimento de algumas espécies e a 
fertilidade do solo. 
Um dos afluentes do rio São Francisco, o rio Paraopeba, foi atingido por uma 
grande quantidade de lama, deixando a água imprópria para o consumo, diminuindo 
também a quantidade de oxigênio disponível, sendo que a chegada dos resquícios ao 
rio São Francisco é inevitável, de acordo com especialistas. 
Desde o acidente, a empresa tem tomado algumas medidas para a 
recuperação de danos causados, podendo citar o plano de obras criado com o fim de 
evitar que os rejeitos voltem a ser depositados no rio Paraopeba nas temporadas de 
chuva. 
Em junho de 2019, o diretor de reparação e desenvolvimento da Vale, Marcos 
Klein, anunciou um investimento de 1,8 bilhões de reais até o ano de 2023 destinados 
a recursos para a recuperação da área devastada, para reconstruir equipamentos 
públicos e para a segurança de outras barragens. 
De acordo com o portal online da Vale que demostra os avanços na 
recuperação ambiental de Brumadinho, em um ano já foi feita a remoção dos rejeitos de 
mais de 1,3 milhão de metros cúbicos ao longo da área atingida. 
A empresa estima que de 80% da bacia do rio Paraopeba, impactada pelos 
rejeitos, possa ser recuperada até 2023 e que os dois primeiros quilômetros do rio – local 
onde teve maior deposição de rejeito – sejam completamente drenados até o fim de 2020. 
Embora previdências tomadas pela empresa e pelo Governo preveem recuperações 
quase que totais dos impactos causados ao meio ambiente, não é possível a certeza das 
ocorrências, muitos fatores podem causar imprevisto ou atrasos nos prazos divulgados para 
restabelecimento da normalidade ambiental da cidade e da região afetada. 
À face do tema apresentado, conclui-se que o rompimento da barragem de 
Brumadinho, controlada pela Vale S. A., veio deixando marcas de muita tristeza no Brasil e 
no mundo. Considerado uma das maiores tragédias do século, levou muitas vidas, histórias 
e deixou para o meio ambiente e para os moradores da região, danos quase irreversíveis. 
Observa-se a todo momento que diversas medidas previstas no ordenamento 
jurídico, a qual leis e princípios foram salientados no decorrer do texto, deveriam ter sido 
tomadas e não ignoradas para evitar o desastre, expondo o quanto questões econômicas 
podem valer mais que vidas. 
Vê-se, ainda, que os danos ambientais causados foramde muita gravidade, 
ocasionando perda de vegetação, morte de animais, modificações do solo, crise nas 
atividades agronômicas da região e impacto socioeconômico no Brasil. 
A tragédia de Brumadinho jamais será esquecida e ainda proverá muitas discussões, 
indagações, investigações e reflexões, mas nenhuma forma de pesquisa jamais será capaz 
de responder à pergunta: Quando Vale uma vida? 
 
IMAGENS DA TRAGÉDIA DE BRUMADINHO: 
 
 
 
 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS: 
 
 
COSTA, Gilberto. Negligência causou a tragédia de Brumadinho, diz escritor. 
Agência Brasil, 2019. Disponível em: 
https://agenciabrasil.ebc.com.br/geral/noticia/2019-11/negligencia-causou-tragedia-
de-brumadinho-diz-escritor. Acesso em 18 de março de 2020. 
 
COSTA, Keile. Tragédia anunciada: o caso do rompimento da barragem de 
Brumadinho à luz do princípio da prevenção do Direito Ambiental. Jus, 2019. 
Disponível em: https://jus.com.br/artigos/73867/tragedia-anunciada-o-caso-do-
rompimento-da-barragem-de-brumadinho-a-luz-do-principio-da-prevencao-do-direito-
ambiental. Acesso em 18 de março de 2020. 
 
FREITAS, Raquel; ALMEIDA, Fabiana. Um ano após tragédia da Vale, recuperação 
do meio ambiente ainda é tarefa a ser cumprida.G1, 2019. Disponível em: 
https://g1.globo.com/mg/minas-gerais/noticia/2020/01/23/um-ano-apos-tragedia-da-
vale-recuperacao-do-meio-ambiente-ainda-e-tarefa-a-ser-cumprida.ghtml. Acesso 
em 18 de março de 2020. 
 
MELO, Luísa; GERBELLI, Luís Guilherme. 1 ano após a tragédia de Brumadinho, 
Vale recupera valor de mercado e volta a ver lucro. G1, 2019. Disponível em: 
https://g1.globo.com/economia/noticia/2020/01/25/1-ano-apos-a-tragedia-de-
brumadinho-vale-recupera-valor-de-mercado-e-volta-a-ver-lucro.ghtml. Acesso em 18 
de março de 2020. 
 
OLIVEIRA, José Carlos. Danos ambientais do desastre em Brumadinho são 
detalhados em comissão. Câmara dos Deputados, 2019. Disponível em: 
https://www.camara.leg.br/noticias/552767-danos-ambientais-do-desastre-em-
brumadinho-sao-detalhados-em-comissao/. Acesso em 18 de março de 2020. 
SARDINHA, Vanessa. Desastre Ambiental em Brumadinho. Mundo Educação, 
2019. Disponível em: https://mundoeducacao.bol.uol.com.br/biologia/desastre-
ambiental-brumadinho.htm. Acesso em 18 de março de 2020. 
 
SARLET, Ingo. A Tragédia de Brumadinho e por que apostar nas chamadas “Leis 
do Medo”. Conjur, 2019. Disponível em: https://www.conjur.com.br/2019-mar-
15/direitos-fundamentais-tragedia-brumadinho-apostar-leis-medo. Acesso em 18 de 
março de 2020. 
 
WEDY, Gabriel. O Rompimento da Barragem de Brumadinho e a Justiça Ambiental. 
Conjur, 2019. Disponível em: https://www.conjur.com.br/2019-jan-26/ambiente-juridico-
tragedia-brumadinho-justica-ambiental. Acesso em: 18 de março de 2020. 
 
https://agenciabrasil.ebc.com.br/geral/noticia/2019-11/negligencia-causou-tragedia-de-brumadinho-diz-escritor
https://agenciabrasil.ebc.com.br/geral/noticia/2019-11/negligencia-causou-tragedia-de-brumadinho-diz-escritor
https://jus.com.br/artigos/73867/tragedia-anunciada-o-caso-do-rompimento-da-barragem-de-brumadinho-a-luz-do-principio-da-prevencao-do-direito-ambiental
https://jus.com.br/artigos/73867/tragedia-anunciada-o-caso-do-rompimento-da-barragem-de-brumadinho-a-luz-do-principio-da-prevencao-do-direito-ambiental
https://jus.com.br/artigos/73867/tragedia-anunciada-o-caso-do-rompimento-da-barragem-de-brumadinho-a-luz-do-principio-da-prevencao-do-direito-ambiental
https://g1.globo.com/mg/minas-gerais/noticia/2020/01/23/um-ano-apos-tragedia-da-vale-recuperacao-do-meio-ambiente-ainda-e-tarefa-a-ser-cumprida.ghtml
https://g1.globo.com/mg/minas-gerais/noticia/2020/01/23/um-ano-apos-tragedia-da-vale-recuperacao-do-meio-ambiente-ainda-e-tarefa-a-ser-cumprida.ghtml
https://g1.globo.com/economia/noticia/2020/01/25/1-ano-apos-a-tragedia-de-brumadinho-vale-recupera-valor-de-mercado-e-volta-a-ver-lucro.ghtml
https://g1.globo.com/economia/noticia/2020/01/25/1-ano-apos-a-tragedia-de-brumadinho-vale-recupera-valor-de-mercado-e-volta-a-ver-lucro.ghtml
https://www.camara.leg.br/noticias/552767-danos-ambientais-do-desastre-em-brumadinho-sao-detalhados-em-comissao/
https://www.camara.leg.br/noticias/552767-danos-ambientais-do-desastre-em-brumadinho-sao-detalhados-em-comissao/
https://mundoeducacao.bol.uol.com.br/biologia/desastre-ambiental-brumadinho.htm
https://mundoeducacao.bol.uol.com.br/biologia/desastre-ambiental-brumadinho.htm
https://www.conjur.com.br/2019-mar-15/direitos-fundamentais-tragedia-brumadinho-apostar-leis-medo
https://www.conjur.com.br/2019-mar-15/direitos-fundamentais-tragedia-brumadinho-apostar-leis-medo
https://www.conjur.com.br/2019-jan-26/ambiente-juridico-tragedia-brumadinho-justica-ambiental
https://www.conjur.com.br/2019-jan-26/ambiente-juridico-tragedia-brumadinho-justica-ambiental

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