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Direito Processual Penal - Procedimentos e Medidas Assecuratórias

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Procedimentos no Processo Penal
Ainda que processo e procedimento possuam uma raiz etimológica comum (procedere), são conceitos fundamentalmente distintos. O processo nos remete à existência de uma pretensão acusatória deduzida em juízo, já por procedimento entende-se o lado formal da atuação judicial, o caminho, iter desta pretensão acusatória até que se alcance o fim almejado.
O processo é o instrumento pelo qual se manifesta a jurisdição, tendo sempre a finalidade de alcançar um provimento final, que solucionará a controvérsia e cumprirá os objetivos de concretização do Direito e pacificação social. O procedimento, também chamado de rito processual, é uma mera sequência de atos processuais, ordenadamente encadeados, vistos da perspectiva externa, sem qualquer preocupação com o seu destino.
O procedimento no Processo Penal será comum ou especial.
O procedimento comum é o rito padrão do Código de Processo Penal, sendo aplicado residualmente, ou seja, quando não haja procedimento especial previsto no próprio CPP ou em legislação extravagante. Pode ser dividido em três, a depender da quantidade da pena cominada em abstrato para o delito (art. 394, § 1º, CPP):
· Sumário
· Pena máxima inferior a 4 anos; 
· Prazo de 30 dias para conclusão do processo;
· Arrolamento de no máximo 5 testemunhas por parte; 
· Não há previsão de requerimento de diligências e nem de memoriais. 
· Ordinário: 
· Pena máxima igual ou superior a 4 anos; 
· Prazo de 60 dias para conclusão o processo; 
· Arrolamento de no máximo 8 testemunhas por parte; 
· Há previsão de requerimento de diligências e de memoriais. 
· Sumaríssimo aplicável para os crimes de menor potencial ofensivo da Lei 9.099/95 (pena máxima não superior a 02 anos) ou contravenções penais.
O procedimento comum ordinário é o rito padrão utilizado no Processo Penal. Possui as seguintes fases: 
a) Oferecimento da denúncia ou queixa;
b) Recebimento ou rejeição pelo juiz;
c) Citação do réu; 
d) Resposta à acusação;
e) Audiência de instrução e julgamento (recebida a denúncia ou queixa) ou Absolvição sumária (art. 397, CPP);
O procedimento especial é todo aquele previsto, tanto no CPP quanto em leis extravagantes, para
hipóteses legais específicas, que, pela natureza ou gravidade, merecem diversa tramitação processual. É utilizado para determinados tipos penais. São muitos os procedimentos especiais previstos nas leis processuais penais e no próprio Código de Processo Penal. Alguns ritos são tratados como especiais, por exemplo, quando se distinguem apenas por uma fase preliminar, que antecede o recebimento da denúncia, ou a partir do prazo concedido para as alegações finais. A diferença, por vezes é tênue. Em outros casos, é verificada uma distinção em virtude de tramitar o processo em órgão colegiado.
· Crimes contra idosos (Art. 94 da Lei 10.741/03):
ADI 3096 ajuizada pelo procurador-geral da República contra o artigo 94 do Estatuto do Idoso (Lei nº 10.741/03), que determina a aplicação dos procedimentos e benefícios relativos aos Juizados Especiais aos crimes cometidos contra idosos, cuja pena máxima não ultrapasse quatro anos. O entendimento do STF é de que o dispositivo legal deve ser interpretado em favor do seu específico destinatário – o próprio idoso – e não de quem lhe viole os direitos. Com isso, os infratores não poderão ter acesso a benefícios despenalizadores de direito material, como conciliação, transação penal, composição civil de danos ou conversão da pena. Somente se aplicam as normas estritamente processuais para que o processo termine mais rapidamente, em benefício do idoso. 
· Crimes funcionais:
O Capítulo II, Título II do Código de Processo Penal brasileiro trata da peculiaridade do processamento e dos julgamentos dos crimes cometidos por funcionários públicos em decorrência de sua função, trazendo especialmente a peculiaridade que faz com que o Código de Processo Penal distinga o procedimento especial em questão do procedimento padrão trazido pelo mesmo Código. A peculiaridade refere-se à existência de uma fase prévia ao recebimento da denúncia ou pela queixa por parte do juiz, fase essa, que pode acarretar na rejeição da denúncia por parte do juiz. Ademais, caso a queixa ou a denúncia seja recebida, conforme artigos 517 e 518 do Código de Processo Penal, o acusado será citado e a Instrução Criminal será regida pelo procedimento comum previsto no mesmo código.
· Crimes contra a honra:
Boa parte dos crimes contra a honra é regida pela lei dos juizados especiais. Com a promulgação da lei n° 10.259/2001, que instituiu os juizados especiais federais, a doutrina e a jurisprudência majoritária passaram a entender que a definição de delito de menor potencial ofensivo é baseada, exclusivamente, no quantitativo máximo da pena em abstrato, não excepcionando mais a especialidade do rito, como antes fazia a lei n° 9.099/1995, em seu art.61, alterado pela lei n° 11.343/2006. O que levou à consolidação dessa posição foi a noção de isonomia, de status constitucional. Dessa forma, quase todos os delitos contra a honra passaram a ser processados perante o juizado especial criminal federal ou estadual.
· Crimes contra a Propriedade Intelectual:
Para os crimes contra a Propriedade Intelectual há dois procedimentos distintos: um para crimes de ação penal privada (CPP art. 524 a 531-A) e outro para crimes de ação penal pública (CPP, art. 531-B a 531-I). Procedimento de ação penal privada é pouco aplicável, pois o crime do art. 184, caput, do CP, constitui infração de menor potencial ofensivo sujeito ao procedimento sumaríssimo. Para a ação penal pública a Lei 10.695/2003 criou novo procedimento, “desespecializando” o antigo procedimento especial. A especialidade está na etapa prévia onde existe a possibilidade de medidas preliminares. Depois de recebida a queixa, segue-se o procedimento comum.
· Lei Antidrogas:
Quando se tratar da prática das condutas previstas no art. 28 da Lei 11.343/2006 (posse de drogas para consumo próprio) e, salvo se houver concurso com os crimes previstos nos arts. 33, §1ª e 34 a 37 (tráfico de drogas, associação para o tráfico, colaboração com o tráfico, financiamento do tráfico), será processado e julgado na forma dos arts. 60 e seguintes da Lei no. 9.099, de 26 de setembro de 1995, que dispõe sobre os Juizados Especiais Criminais. 
· Tribunal do Júri	:
O rito do júri é o mesmo para todos os crimes de sua competência (crimes dolosos contra a vida), independentemente de serem apenados com detenção ou reclusão, sendo que seu procedimento é chamado de escalonado ou bifásico, por ser dividido em duas fases, quais sejam:
· 1ª fase: sumário de culpa ou judicium accusationis: é realizada pelo juiz singular e segue procedimento semelhante ao dos crimes apenados com reclusão (rito ordinário até o art. 405 CPP - instrução criminal). Tem a finalidade de formar o juízo de admissibilidade da acusação (juízo de prelibação). Inicia-se com o recebimento da denúncia ou queixa e termina com a decisão de pronúncia, impronúncia, desclassificação ou absolvição sumária.
· 2ª fase: juízo da causa ou judicium causae: é realizada pelo juiz presidente e pelo conselho de sentença (7 jurados que irão julgar o acusado). Tem a finalidade de julgar o mérito do pedido (juízo de delibação). Inicia-se com o trânsito em julgado da sentença de pronúncia, quando o juiz determina a intimação do Ministério Público e do defensor para apresentarem, respectivamente, o rol de testemunhas. Termina com o trânsito em julgado da decisão do Tribunal do Júri.
Referências Bibliográficas
Autores de crimes contra idosos não têm direito a benefícios como conciliação ou transação penal - http://www.stf.jus.br/portal/cms/verNoticiaDetalhe.asp?idConteudo=154576 
Os Procedimentos no Código de Processo Penal - https://www.portaleducacao.com.br/conteudo/artigos/direito/os-procedimentos-no-codigo-de-processo-penal/60603
O procedimento dos crimes funcionais cometidos por funcionários públicos - http://www.egov.ufsc.br/portal/conteudo/o-procedimento-dos-crimes-funcionais-cometidos-por-funcion%C3%A1rios-p%C3%BAblicosProcedimentos dentro do Código de Processo Penal - http://www.ambito-juridico.com.br/site/?n_link=revista_artigos_leitura&artigo_id=20030&revista_caderno=22
Tribunal do júri (Resumo Geral) - https://www.direitonet.com.br/resumos/exibir/246/Tribunal-do-juri-Resumo-Geral
Breves considerações sobre a parte penal da nova Lei Antitóxicos - https://www.conamp.org.br/pt/biblioteca/artigos/item/497-breves-consideracoes-sobre-a-parte-penal-da-nova-lei-antitoxicos.html
LEI Nº 11.343, DE 23 DE AGOSTO DE 2006 – Lei Antidrogas
LEI Nº 11.340, DE 7 DE AGOSTO DE 2006 – Lei Maria Da Penha
LEI Nº 9.099, DE 26 DE SETEMBRO DE 1995 – Juizados Especiais Cíveis e Criminais
DECRETO-LEI Nº 3.689, DE 3 DE OUTUBRO DE 1941 – Código de Processo Penal
Medidas Assecuratórias (art. 125 a 144 do CPP)
Conjunto de medidas cautelares que serve para a garantia da responsabilização pecuniária do criminoso. Busca-se assegurar futuro ressarcimento do ofendido ou herdeiros. Assegurar o ressarcimento da vítima. Requisitos para sua aplicação são periculum in mora e fumus boni iuris. Compete ao juiz decretar essas medidas e podem ser propostas desde o inquérito policial até o julgamento definitivo. São elas: sequestro, hipoteca legal e arresto.
Sequestro – é a retenção de bem imóvel ou móvel, havido com os proventos da infração, com o fim de assegurar as obrigações civis deste. Não é uma restrição sobre todo o patrimônio do imputado, senão apenas daqueles bens que foram comprados com as vantagens auferidas com o delito.
Já a hipoteca legal e o arresto não têm relação com a origem do bem ser lícita ou ilícita.
A hipoteca legal é uma medida assecuratória prevista em lei pelo qual os bens imóveis hipotecados servem para garantir a satisfação do dano resultante de uma infração penal. Podem sofrer a incidência da hipoteca legal todos os imóveis que licitamente integram o patrimônio do acusado, até mesmo o imóvel que seja bem de família, nos termos do art. 3º, VI, da Lei 8.009/1990.
O aresto é a medida assecuratória que, diversamente do sequestro de bens móveis, não recai sobre bens que foram adquiridos com os proventos da infração, senão que possuem origem diversa, lícita. Desse modo, os bens que poderão ser arrestados não são os de ilícita proveniência. Para estes, as medidas são outras: a busca e apreensão e o sequestro, a que se referem os arts. 240 e 132, combinados com o art. 126, todos do CPP.
Referências Bibliográficas
Resumo sobre as medidas assecuratórias no CPP - https://ivanluismarques2.jusbrasil.com.br/artigos/121815243/resumo-sobre-as-medidas-assecuratorias-no-cpp
Medidas Assecuratórias - https://julianamoreira9461.jusbrasil.com.br/artigos/338969892/medidas-assecuratorias
DECRETO-LEI Nº 3.689, DE 3 DE OUTUBRO DE 1941 – Código de Processo Penal

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