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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS E DA TERRA INSTITUTO DE QUÍMICA CURSO DE QUÍMICA DO PETRÓLEO ANÁLISE E REVALIDAÇÃO DE ÓLEOS VEGETAIS NO CONTROLE DE QUALIDADE NA INDÚSTRIA DE ÓLEOS, EXTRATOS E SANEANTES NATURAIS KÁSSIA LARISSA PINHEIRO DE LIMA Natal/RN 2017 KÁSSIA LARISSA PINHEIRO DE LIMA ANÁLISE E REVALIDAÇÃO DE ÓLEOS VEGETAIS NO CONTROLE DE QUALIDADE NA INDÚSTRIA DE ÓLEOS, EXTRATOS E SANEANTES NATURAIS Monografia apresentada junto ao Curso de Química do Petróleo da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, como requisito obrigatório à obtenção do título de Bacharel em Química do Petróleo. Orientador (a): Profª. Drª. Maria de Fátima Vitória de Moura. Natal/RN 2017 KÁSSIA LARISSA PINHEIRO DE LIMA ANÁLISE E REVALIDAÇÃO DE ÓLEOS VEGETAIS NO CONTROLE DE QUALIDADE NA INDÚSTRIA DE ÓLEOS, EXTRATOS E SANEANTES NATURAIS Monografia apresentada junto ao Curso de Química do Petróleo da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, como requisito obrigatório à obtenção do título de Bacharel em Química do Petróleo. Orientador (a): Profª. Drª. Maria de Fátima Vitória de Moura. Monografia aprovada em:____/____/2017 COMISSÃO EXAMINADORA Profª. Drª. Maria de Fátima Vitória de Moura (Orientadora) Universidade Federal do Rio Grande do Norte Prof. Dr. Henrique Eduardo Bezerra da Silva (Co-Orientador) Universidade Federal do Rio Grande do Norte Elaine Cristina de Andrade Lima (Bacharel em Química) Plantus Indústria e Comércio de Óleos, extratos e saneantes LTDA. Natal/RN 2017 Universidade Federal do Rio Grande do Norte – UFRN Sistema de Bibliotecas - SISBI Catalogação da Publicação na Fonte. UFRN - Biblioteca Setorial Prof. Ronaldo Xavier de Arruda - CCET Lima, Kássia Larissa Pinheiro de. Análise e revalidação de óleos vegetais no controle de qualidade na indústria de óleos, extratos e saneantes naturais / Kássia Larissa Pinheiro de Lima. - 2017. 39 f. : il. Orientadora: Maria de Fátima Vitória de Moura. Monografia (graduação) – Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Centro de Ciências Exatas e da Terra. Instituto de Química. Curso de Química do Petróleo. Natal, RN, 2017. 1. Indústria de cosméticos – Monografia. 2. Controle de qualidade – Monografia. 3. Revalidação de óleos vegetais – Monografia. I. Moura, Maria de Fátima Vitória de. II. Título. RN/UF/BSE-CCET CDU: 67:615.012 DEDICATÓRIA Dedico este trabalho à Deus provedor de todos os dons e a minha família – a base de todo sucesso na vida. AGRADECIMENTOS Primeiro de tudo, agradeço a Deus, o responsável e mestre de todos os dons na vida. A Ele toda a honra e glória de qualquer bem-aventurança e é com ele que conseguimos seguir firmes nas direções e rumos que tentamos tomar todos os dias. Agradeço a família (Corda do Caranguejo) e isto inclui o meu noivo Fellipe Marcel que, sem dúvida, são combustíveis que ajudam a superar desafios propostos em qualquer seguimento da vida, profissional, pessoal, acadêmico ou emocional. Em especial a Jéssica Lorena, minha revisora. Agradeço também à Universidade Federal do Rio Grande do Norte, aos seus setores e diretorias pelo apoio e contínuo empenho em tornar o ensino superior uma das excelências na sociedade como instrumentos transformadores. Agradeço ao Instituto de Química pela exposição desde o primeiro semestre de que a vida fora do Campus pode ser duvidosa, vibrante, simplesmente monótona ou saborosamente desafiadora a depender do empenho e dos valores adquiridos nos laboratórios, corredores e salas de aula, experiências de campo e em uma Universidade no Exterior. Agradeço também à minha Orientadora e Professora Dra Maria de Fátima Vitória que me passou além do seu vasto conhecimento, a oportunidade de vivenciar o ambiente de uma empresa real, com rotina, horário, prazos e aprendizagens reais que só a prática poderia ensinar. Agradeço a mais dedicada e multi-adjetivada técnica do laboratório de controle de qualidade: Ruana Evangelista Galvão que me ensinou tudo o que já havia aprendido de prática de bancada, mais ainda, me ensinou a respeitar verdadeiramente valores na vida como o da amizade e companheirismo sem competições supérfluas e vazias disponibilizando além do conhecimento técnico, ouvidos e ombros disponíveis a qualquer hora do dia. Não posso deixar de agradecer a Plantus Indústria e Comércio de óleos, extratos e saneantes LTDA que através de atitudes de confiança permitiram não apenas meu ingresso na empresa como uma estagiária com tempo determinado de horas a cumprir, mas me permitiu indagar, questionar, ouvir, falar e com tudo isso aprender. Hoje me sinto de fato, incorporada ao espírito Plantus. Agradeço ainda, aos amigos que fiz na Universidade, que apesar de precisar de poucos dedos para contabilizá-los, consigo saber seus nomes, endereços e como ou onde contactá-los a qualquer momento da semana. Por fim, agradeço a mim mesma, que não fugi hora alguma das responsabilidades assinadas e as cumpri honestamente a cada semestre desta graduação da maneira a que fui ensinada e da forma que mais julguei correta. Com todos os erros e acertos ao longo destes 7 anos, posso sim reconhecer fracassos, mas eles também me fizeram ser fria quando preciso, forte e persistente sempre e, indubitavelmente, a desistir nunca. E uso as palavras de Andy Campos para impulsionar esse trabalho de conclusão de curso: “O soldado fraco é aquele que desiste olhando o tamanho da tropa adversária, mas o forte é aquele que não se importa com o tempo que leve”. RESUMO O setor da Industria Brasileira de Higiene, Perfumaria e Cosmético-HPPC, responsável atualmente por quase 2% do Produto Interno Bruto-PIB brasileiro, vem passando por mudanças e incrementos. A grande novidade desde 2016 tem sido a ascensão do consumo de cosméticos e produtos de higiene do público masculino (ABIHPEC1, 2017). O faturamento deste setor cresceu mais de 94,4% entre 2011 e 2016 e superará a marca de R$ 26,7 bilhões até 2021 (Euromonitor International, apud ABIHPEC, 2017). Com estas projeções, a indústria nacional está investindo maciçamente em capacidade produtiva, garantindo maior qualidade com menor tempo possível na distribuição de seus insumos: matéria prima e produtos. Sob esse parâmetro é que a Organização Plantus Indústria de óleos, extratos e saneantes se renova diariamente buscando qualificação de mão de obra e aperfeiçoamento do seu processo produtivo com cada vez menos perdas energéticas e de materiais, contribuindo sustentavelmente com o meio ambiente. Este trabalho consta de um relatório de estágio realizado junto ao laboratório de controle de qualidade e o setor de produção da fábrica de insumos farmacêutico ao longo de 220 horas. Durante este período, 163 análises físico-químicas foram realizadas, entre óleos vegetais essenciais e fixos, manteigas e extratos. Destas, 27 foram reencaminhadas para realização de medidas corretivas, e então foram revalidadas no laboratório para atender às respectivas especificações. Assim sendo, o laboratório e a produção desempenharam ações que revalidaram com sucesso os produtos, destacando a minimização desperdícios energéticos e de matéria prima, excluindo novos custos. A revalidação de óleos garantiu, portanto, qualidade, responsabilidade ambiental, e segurança ao consumidor final. Palavras-Chave: Indústria de cosméticos, expansãode mercado, análises físico-químicas, controle de qualidade, revalidação de óleos. ABSTRACT The Personal Hygiene, Perfumery and Cosmetics Industry has been responsible for more than 2% of Brazilian Gross domestic product -GDP and it has changing and growing. The innovation in 2016 it the male trends. (ABIHPEC 2017. The consumption incomes have risen 94,4% and it will reach R$26,7 billion in 2021 (Euromonitor International, 2017, apud ABIHPEC, 2017). Due to the great demand and high commercialization, the cosmetic industry is investing hugely in production capacity, as well as the improvement in less time in production and high quality and short distribution time of supplies and goods. For these reasons the Plantus Industry renews itself every day looking for qualification of labor and improvement of its productive process with the aim of reducing energy and supply losses besides the sustainability with the environment. The work consists of an internship report held at 220 hours quality control laboratory in a pharmaceutical industry and 163 analyzes were made regarding vegetable oils, butters, vegetable extracts and essential oils. Among these analyses, 27 samples were forwarded to corrective measurements and then revalidated in the laboratory to attend the respective specifications. Thus, the laboratory and the production carried out actions that successfully revalidated the products. Highlighting the minimization of energy waste and raw material, excluding new costs. The revalidation of oils guaranteed, therefore, quality, environmental responsibility, and safety to the final consumer. Keywords: Cosmetics industry, growing trade, physical-chemical analysis, quality control, revalidation of oils. LISTA DE EQUAÇÕES Equação 1: Índice de refração 6 Equação 2: Índice de acidez 9 Equação 3: Densidade relativa 10 Equação 4: Índice de iodo 11 Equação 5: Índice de saponificação 13 Equação 6: Índice de peróxido 14 LISTA DE FIGURAS Figura 1: Estrutura geral de um ácido graxo 5 Figura 2: Reação de neutralização – Índice de acidez 6 Figura 3: Reação de decomposição pelos peróxidos - Índice de peróxido 6 Figura 4: Reação de transesterificação – Índice de saponificação 7 Figura 5: Reação de adição de iodo – Índice de iodo 8 Figura 6: Refratômetro de bancada (visão lateral) 9 Figura 7: Refratômetro de bancada (visão superior) 9 Figura 7a Projeção de análise incorreta (refratômetro) 9 Figura 7b Projeção de análise correta (refratômetro) 9 Figura 8: Amostras de análises de Índice de acidez e saponificação 10 Figura 9: Amostras de análises de índice de iodo (antes da titulação) 12 Figura 10: Amostras de análises de Índice de iodo (após titulação) 12 Figura 11: Amostra de óleo produzidos 14 Figura 12: Distribuição dos produtos revalidados 21 LISTA DE SIGLAS ABIHPEC Agencia Brasileira de Higiene, Perfumaria e Cosméticos ANVISA Agência Nacional de Vigilância Sanitária BPF Boas Práticas de Fabricação CQ Controle de Qualidade Densidade relativa Densidade de massa Fc Fator de correção GDP Gross Domestic Produt HCl Ácido Clorídrico HPPC Indústria Brasileira de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos IA Índice de acidez Ii Índice de iodo Ip Índice de peróxido IS Índice de saponificação KOH Hidróxido de Potássio N Normal NaOH Hidróxido de Sódio P.A. Para Análise LISTA DE TABELAS Tabela 1: Materiais e reagentes utilizados na determinação do Índice de Acidez 10 Tabela 2: Materiais e reagentes utilizados na determinação do Índice de Iodo 11 Tabela 3: Quantidade de amostra para determinar o Índice de Iodo 11 Tabela 4: Materiais e reagentes utilizados para determinação de Índice de Saponificação 12 Tabela 5: Quantidade de amostra para determinar o Índice de Saponificação 12 Tabela 6: Materiais e reagente utilizados para determinar o Índice de Peróxido 13 Tabela 7 Parâmetro de pH dos produtos gerais 17 Tabela 8: Parâmetro de aparência dos produtos gerais 18 Tabela 9: Parâmetro de cor dos produtos gerais 18 Tabela 10: Parâmetro de odor dos produtos gerais 19 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................. 1 2 OBJETIVOS ...................................................................................................................... 3 2.1 GERAIS ...................................................................................................................... 3 2.2 ESPECÍFICOS ............................................................................................................ 3 3 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA .......................................................................................... 4 3.1 HISTÓRICO DA EMPRESA ..................................................................................... 4 3.2 DEFINIÇÃO DE ÓLEOS, MANTEIGAS E EXTRATOS ........................................ 4 4 ANÁLISES FÍSICO-QUÍMICAS DE ÓLEOS, MANTEIGAS E EXTRATOS .............. 5 4.1 ÍNDICE DE REFRAÇÃO ........................................................................................... 6 4.2 INDICE DE ACIDEZ ................................................................................................. 6 4.3 INDICE DE PERÓXIDO ............................................................................................ 6 4.4 ÍNDICE DE SAPONIFICAÇÃO ................................................................................ 7 4.5 INDICE DE IODO ...................................................................................................... 7 4.5 DENSIDADE RELATIVA .............................................................................................. 8 5 MATERIAIS E MÉTODOS .............................................................................................. 8 5.1 ANÁLISES FISICO-QUÍMICAS ............................................................................... 8 5.2 DETERMINAÇÃO DA DENSIDADE RELATIVA ................................................. 8 5.2.1 Determinação do índice de refração .................................................................... 9 5.2.2 Determinação do índice de acidez ..................................................................... 10 5.2.3 Determinação do índice de Iodo ........................................................................ 10 5.2.4 Determinação do índice de saponificação .......................................................... 12 5.2.5 Determinação do índice de peróxido ................................................................. 13 5.2.6 .Determinação do pH ......................................................................................... 14 5.3 ANÁLISES ORGANOLÉPTICAS ........................................................................... 14 5.3.1 Determinação da aparência ................................................................................ 14 5.3.2 Determinação da cor .......................................................................................... 14 5.3.3 Determinação do odor ........................................................................................ 15 6 RESULTADOS E DISCUSSÕES ................................................................................... 15 6.1 ANÁLISES FISICO-QUÍMICAS ............................................................................. 15 6.1.1 Determinação do índice de Acidez .................................................................... 15 6.1.2 Determinação da densidade relativa .................................................................. 15 6.1.3 Determinação do índice de Refração ................................................................. 16 6.1.4 Determinação do índice de Saponificação .........................................................16 6.1.5 Determinação do índice de Iodo ........................................................................ 16 6.1.6 Determinação do índice de Peróxido ................................................................. 17 6.1.7 Determinação do pH .......................................................................................... 17 6.2 ANÁLISES ORGANOLÉPTICAS ........................................................................... 17 6.2.1 Determinação da aparência ................................................................................ 17 6.2.2 Determinação da cor .......................................................................................... 18 6.2.3 Determinação do odor ........................................................................................ 19 7 PROCESSOS DE REVALIDAÇÃO ............................................................................... 19 7.1 Revalidação físico-química ....................................................................................... 19 7.1.1 Revalidação de Índice de peroxido .................................................................... 19 7.1.2 Revalidação de Índice de Saponificação ............................................................ 20 7.1.3 Revalidação de Índice de Acidez ....................................................................... 20 7.1.4 Revalidação de Índice de Iodo ........................................................................... 20 7.1.5 Revalidação de Índice de Refração .................................................................... 20 7.1.6 Revalidação de Densidade Relativa ................................................................... 20 7.1.7 Revalidação de pH ............................................................................................. 20 7.2 REVALIDACAO ORGANOLÉPTICA ................................................................... 21 7.2.1 Revalidação de cor ............................................................................................. 21 7.2.2 Revalidação de aspecto ...................................................................................... 21 7.2.3 Revalidação de odor ........................................................................................... 21 8 CONCLUSÕES ............................................................................................................... 22 9 SUGESTÕES PARA TRABALHOS FUTUROS ........................................................... 23 10 REFERÊNCIAS ............................................................................................................... 24 1 1 INTRODUÇÃO Dono do faturamento de mais de R$ 100,7 bilhões em 2014, o setor de higiene pessoal, perfumaria e cosméticos (HPPC) vem agregando substancial valor na economia brasileira. Além disso, este setor, que é subdivisão da indústria farmacêutica, já corresponde a quase 2% dos Produto Interno Bruto – PIB do Brasil (ABIHPEC1, 2017). Em valores reais, a Brazilian Beuty (2015) declarou que o crescimento do mercado passou de R$ 10,07 bilhões para R$ 19,60 bilhões entre 2011 e 2016 superando expectativas e projetando mudanças do setor. Apesar da crise econômica instalado no Brasil, a estimativa de crescimento do setor em 2017 é de 1% a 3%, descontada a inflação. Tais perspectivas levam a crer que o Brasil retomará seu posto de terceiro maior mercado consumidor do mundo na indústria de HPPC logo após os Estados Unidos, China (ABIHPEC2 2017). Para ROMAN ROS (2016) a mídia e as inovações no setor da indústria de cosméticos foram as principais razões para o desenvolvimento e manutenção do sucesso do seguimento de HPPC nos últimos anos. Além disso, o setor masculino somou R$ 19 bilhões em 2016, com um mercado que cresceu 94% entre 2011 e 2016. Para ele, essa mudança pode ser percebida pela criação de linhas de perfumaria, higiene pessoal, e novos produtos de banho exclusivas para homens. Por outro lado, João Carlos Basílio, presidente executivo da ABIHBEC, reitera: “Trata- se de um movimento contínuo e, cada vez mais, o público masculino se conscientiza da importância desses tratamentos para o fortalecimento da autoestima, do bem-estar, da saúde e do sucesso pessoal e profissional” (ABIHPEC3 2017). Adicionalmente, o setor deve continuar crescendo para o analista sênior da Euromonitor, Elton Morimitsu, que prevê um faturamento de mais de R$ 26,7 bilhões em 2021, correspondendo a um incremento de 36% em relação a 2016 (ABIHPEC3 2017). Para Santos (2008) a alta demanda pela comercialização destes produtos obriga a constante formulação de novas mercadorias o que estimula ainda mais o setor de pesquisa e desenvolvimento – P&D. Nesse aspecto, Rocha e Galende (2014) ressalvam ainda que assegurar a qualidade, segurança, eficácia e credibilidade de produtos no controle de qualidade é de suma importância para esta Indústria. No Brasil, cabe a Agencia Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) garantir os requisitos de fabricação dos artigos da indústria farmacêuticas e suas subdivisões e assegurar que a produção de lotes de medicamentos e demais produtos satisfaçam às normas de identidade, atividade, teor, pureza, eficácia e inocuidade (ANVISA, 2010). 2 Para SANTOS (2008) as vantagens do controle de qualidade e processos de revalidação numa fábrica são: otimização do processo produtivo, redução do tempo e de desperdício energético e de insumos, economia de energia, reagentes e eficiência na padronização de procedimentos. Portanto, todos esses fatores influenciam diretamente na qualidade do ambiente de trabalho, dos produtos e no consumidor final. Sendo assim, o presente relatório de estágio se propõe a apresentar um panorama geral das análises realizadas em um laboratório de Controle de Qualidade e na linha de produção de fábrica de insumos de cosméticos, chamada Plantus. Nela, os produtos analisados foram óleos fixos destinados à indústria de higiene pessoal, perfumaria e cosméticos, com direcionamento a revalidação de produtos reprovados e revalidados e ainda ao percentual de bons resultados deste processo. O estágio foi desenvolvido entre julho e novembro de 2017. 3 2 OBJETIVOS 2.1 GERAIS Avaliar a importância do controle de qualidade e aferir o grau de revalidação destes produtos. 2.2 ESPECÍFICOS • Acompanhar o controle de qualidade na avaliação das especificações dos óleos; • Acompanhar a determinação das características organolépticas e físico-química dos óleos; • Acompanhar avaliação de resultados de acordo com suas respectivas especificações • Acompanhar os processos de revalidação utilizados, em casos de reprovações dos produtos; • Reavaliar o produto revalidado a fim de garantir conformidade produto x especificação. 4 3 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA A revisão bibliográfica foi desenvolvida a partir de referências obtidas de Relatórios de Estágio anteriores, 4 dos artigos encontrados nas bases de pesquisa Capes e ScienceDirect, sendo ainda 13 deles encontrados no Google acadêmico e/ou Google Scholar, e 2 artigos via SciELO, Química nova e da página ABIHPEC 2017. As palavras-chave com as quais foram refinadas as buscas foram: controle de qualidade de óleos vegetais; indústria farmacêutica no Brasil; mercado de cosméticos no Brasil, farmacopeia brasileira, análises físico-química de óleos, Brazilian Pharmacopeia, Saponification index. Traduções dos livros: Química Orgânica, 5a tiragem, T. W. Graham Solomons, vol. 1 e Análise orgânica qualitativa, Arthur I.. Vogel, e Química orgânica 4a edição, vol. 1, Paula Yurkanis Bruice 3.1 HISTÓRICO DA EMPRESA A empresa Plantus Indústria e Comércio de óleos, extratos e saneantes LTDA é uma fábrica de óleos essenciais, manteigas e extratos vegetais que desenvolve uma política de qualidade, tecnologia e inovação no desenvolvimentode matérias-primas para o seguimento de cosméticos, fármacos e alimentos para o mercado nacional e internacional (adaptado de In Global Cosmetics, 2017). A organização Plantus trabalha atrelando a valorização de produtos da biodiversidade local com o desenvolvimento de um trabalho junto as comunidades extrativistas e a inclusão socioeconômica dos indivíduos junto às comunidades. Dentre seus produtos estão óleos vegetais de Moringa, Baobá, Cacay, Buriti, Urucum, Manteigas de Cupuaçu, Murumuru, açaí e extratos de Camomila, Guaraná e Própolis. Todos eles destinados à comercialização no Brasil e no exterior para utilização nos mais diversos seguimentos de higiene pessoal, perfumaria e cosméticos. A qualidade do produto final é uma prioridade para a empresa. (PLANTUS INDÚSTRIA E COMÉRCIO DE ÓLEOS EXTRATO E SANEANTES LTDA, 2017). 3.2 DEFINIÇÃO DE ÓLEOS, MANTEIGAS E EXTRATOS Óleos e gorduras vegetais são todos os produtos constituídos por glicerídeos e/ou ácidos graxos provenientes das espécies vegetais, podendo conter quantidades mínimas de lipídeos, (os fosfolipídios), constituintes insaponificáveis e ácidos graxos livres naturalmente (Anvisa 2004) conforme a Figura 1 abaixo. 5 Figura 1 - Estrutura geral de um ácido graxo (StasoSphere.com, 2017) Segundo essa definição, os óleos vegetais podem variar suas características de acordo com sua produção variando ou não suas estruturas químicas. Estes componentes naturais possuem diversas aplicações desde o uso na indústria alimentícia no preparo de alimentos como saladas; na indústria cosmética na confecção de cremes, condicionadores, sabonetes, hidratantes, etc. Os óleos vegetais ainda possuem propriedades que garantem sua aplicabilidade na agricultura, bem-estar, veterinária, artes, funilaria de automóveis entre outros, o que justifica sua demanda no mercado econômico mundial (Mundo dos Óleos 2015). Esses óleos são compostos triglicérides, que para Reda Carneiro (2007), os triglicerídeos são compostos insolúveis em água e a temperatura ambiente e possuem uma consistência de líquido para sólido. Assim, quando estão em forma sólida são chamados de gorduras/manteigas e quando estão em forma líquida são chamados de óleos. Os óleos podem ainda ser obtidos através de diferentes métodos como extração por solvente ou, pela prensagem, a frio ou a quente Macedo (2004). 4 ANÁLISES FÍSICO-QUÍMICAS DE ÓLEOS, MANTEIGAS E EXTRATOS No Brasil, cabe a Agência Nacional de Vigilância Sanitária a padronização de análises físico-químicas e a fiscalização de manipulação de óleos e manteigas vegetais através da permanente Farmacopeia Brasileira (Farmacopeia brasileira, 2010). Este é, portanto, o documento oficial de padronização de análises dos produtos da empresa. As respostas das análises de óleos e gorduras comumente chamados de índices, expressam as propriedades físicas ou químicas dos mesmos e não as porcentagens dos seus constituintes. Dentre as análises requeridas pela ANVISA (2010) através da farmacopeia brasileira estão os índices de acidez, iodo, saponificação e peróxidos bem como os ensaios organolépticos de aspecto, cor e odor, e por fim os pontos de fusão e índice de refração e densidade (ANVISA 2010). Estes índices, além das respectivas reações, servem para qualificação e avaliação de óleos e gorduras. Consolidados, o conjunto de dados obtidos representam o chamado resultado da análise (IAL 2008). 6 4.1 ÍNDICE DE REFRAÇÃO De acordo com a ANVISA (2010), o índice de refração (n) de uma substância é a relação entre a velocidade da luz no vácuo e sua velocidade no interior da substância. Podendo ainda ser definida matematicamente como a relação entre o seno do ângulo de incidência (i) e o seno do ângulo de refração (r), como mostrado na Equação 1 abaixo. 𝑛 = 𝑆𝑒𝑛 𝑖 𝑆𝑒𝑛 𝑟 Eq. 1 4.2 ÍNDICE DE ACIDEZ O índice de acidez de um óleo ou gordura vegetal, IA, expressa em miligramas a quantidade necessária de hidróxido de sódio ou potássio para a neutralização de ácidos graxos livres em 1g de amostra (ANVISA 2010). Esse parâmetro é relevante na verificação de problemas no processo reacional (SILVA et al., 2010) como, por exemplo, o excessivo uso de catalisador ou a ocorrência de reações paralelas. A reação de neutralização é ilustrada na Figura 2 abaixo. Figura 2: Reação de neutralização – Índice de acidez (Adaptado Solomons, 1982) 𝐶17𝐻33𝐶𝑂𝑂𝐻 + 𝑁𝑎𝑂𝐻(𝑎𝑞.) → 𝐶17𝐻33𝐶𝑂𝑂 −𝑁𝑎+ + 𝐻2𝑂 Insolúvel em água Solúvel em água 4.3 ÍNDICE DE PERÓXIDO A ANVISA (2010) regulamenta que o índice de peróxido Ip corresponde ao número que exprime, em miliequivalentes de oxigênio ativo, a quantidade de peróxido em 1000 g de substância. E para Amaral (2007) esse método de determinação do índice de peróxido é substancial para aferir o grau ou estado de oxidação de óleos e gorduras. Ele é exemplificado conforme reação na Figura 3 abaixo. Figura 3: Reação de decomposição de iodeto de potássio pelos peróxidos. Índice de peróxido (Silva et al., 1998.) 7 Este índice refere-se a avaliação do parâmetro oxidativo da amostra e representa a diferença entre a formação e a decomposição de peróxidos expressos em milimoles de oxigênio ativo por kg de matéria graxa. Nesse sentido, há autores que defendem que esta análise deve ser realizada quando a matéria orgânica formada é recente e está nos seus primeiros estágios do processo oxidativo pois a variação do nível de peróxidos ao longo do tempo ocorre de forma gaussiana e em amostras de nível baixo de peróxidos não há boa estabilidade a oxidação, podendo ser indicativo de alteração na matéria prima (SILVA et al., 1998). 4.4 ÍNDICE DE SAPONIFICAÇÃO De acordo com a ANVISA (2010), o índice de saponificação IS exprime, em miligramas, a quantidade de hidróxido de potássio necessária para neutralizar os ácidos livres e saponificar os ésteres existentes em 1 g de substância. Este índice fornece ainda indícios de adulteração da matéria graxa com substâncias insaponificáveis como, por exemplo, óleo mineral. Denomina-se matéria insaponificável toda substância dissolvida em óleos e gorduras, após saponificação com álcalis, sendo insolúveis em solução aquosa e solúvel em solventes comuns de gorduras. Os triglicerídeos podem ser hidrolisados, liberando ácidos graxos e glicerol (AMARAL, 2007). Nesta hidrólise, em meio alcalino, ocorre a formação de sais de ácidos graxos e sabões, conforme reação de transesterificação na Figura 4 abaixo. Figura 4: Reação de transesterificação – Índice de saponificação (Universidade da Paraíba, 2017.) Óleos ou gorduras + Base inorgânica Sabão + Glicerina Triglicerídeo Glicerol + Sabão 4.5 ÍNDICE DE IODO O índice de iodo (Ii) expressa, em gramas, a quantidade de iodo suscetível a complexação em 100 g de substância sob as condições descritas na Farmacopeia brasileira (ANVISA, 2010). Ainda de acordo com esta agência, a metodologia constitui medida quantitativa do grau de insaturações dos ácidos graxos, esterificados e livres na amostra como mostra a Figura 5 abaixo. O valor encontrado na determinação é sugestivo do grau de pureza do material ensaiado, bem 8 como da presença de adulterantes. Óleos com quantidade elevada de insaturações apresentam baixa estabilidade oxidativa e elevada degradação. (LEAL, 2008). A reação ocorre como na Figura 5 a seguir: Figura 5: Reação de adição de Iodo (Universidade da Paraíba 2016.) Nesta reação, há o teste de identificação de ácido graxo insaturado. Isso porque ocorre uma reação de halogenação, em que o iodo reage com as duplas ligações do ácido graxo insaturado. Amaral (2007) defende que a adição de iodo cresce à medida que as insaturações na cadeia também crescem. Em teste positivo, o iodo é consumido e a coloração escura característica da solução de iodo diminuirá de intensidade.4.5 DENSIDADE RELATIVA O método de determinação de densidade relativa determina a razão da massa da amostra em relação à da água por unidade de volume a 20°C e é aplicável a todos os óleos e gorduras líquidas. (LUTZ, 2008). 5 MATERIAIS E MÉTODOS Foram analisadas 163 amostras durante o período de estágio, sendo elas: óleos fixos e essenciais, manteigas vegetais e extratos, seguindo as metodologias citadas abaixo, e regulamentadas pela Farmacopeia brasileira (ANVISA, 2010). 5.1 ANÁLISES FISICO-QUÍMICAS As análises físico-químicas são realizadas durante o processo de produção, para avaliar a qualidade do processo e após a finalização do produto, para determinar a aprovação ou reprovação do produto. Em casos de reprovações, os produtos seguiram para revalidação e posterior reanálise para atender suas especificações. 5.2 DETERMINAÇÃO DA DENSIDADE RELATIVA Na determinação da densidade relativa utilizou-se o método do picnômetria, conforme o procedimento descrito na ANVISA (2010). Nessa metodologia, utilizou-se um picnômetro 9 limpo e seco, com capacidade de 25 mL, previamente calibrado. A calibração foi realizada determinando a massa do picnômetro vazio e a massa de seu conteúdo com água, recentemente destilada e fervida, a 20 °C. Observaram-se os resultados. Secou-se o picnômetro. Após isso, transferiu-se a amostra para o picnômetro. Ajustou-se a temperatura para 20 °C e removeu-se o excesso da substância, quando necessário, e pesou-se. Obteve-se o peso da amostra através da diferença de massa do picnômetro cheio e vazio. Calculou-se a densidade relativa (𝑑20 20) determinando a razão entre a massa da amostra líquida e a massa da água, ambas a 20 °C. Observaram-se os resultados e comparou-se com a especificação do produto. Para prosseguimento dos cálculos, utilizou-se a seguinte Equação 2 indicada pela ANVISA (2010). (𝑑20 20) = 𝑚(𝑎𝑚𝑜𝑠𝑡𝑟𝑎)−𝑚(𝑝𝑖𝑐𝑛𝑜𝑚𝑒𝑡𝑟𝑜 𝑣𝑎𝑧𝑖𝑜) 𝐹𝐶 Eq. 02 Em que, (𝑑20 20) = Densidade relativa a 20°C em g/mL, 𝑚(𝑝𝑖𝑐𝑛𝑜𝑚𝑒𝑡𝑟𝑜 𝑣𝑎𝑧𝑖𝑜)= 25,1910g; e 𝐹𝐶 = volume do picnômetro com água - volume do picnômetro vazio (24,306mL). Observaram-se os resultados e os comparou com suas respectivas especificações. 5.2.1 Determinação do índice de refração Para realização dessa metodologia, colocou-se uma gota do produto sobre o equipamento de leitura, que já nos indica o valor de refração. O método baseia-se na aplicação da amostra sobre os prismas do equipamento até que o raio crítico seja centrado no “X” do visor. Caso houvesse inconsistência entre a linha divisória dos campos claro e escuro, um terceiro prisma deveria ser acionado (prisma de Amici) para compensar a modulação até que apareça uma linha divisória nítida das cores, de acordo com Valéria Crexi [201-?]. Os resultados obtidos foram comparados com a especificação do produto. As figuras 6, 7, 7a e 7b a seguir exemplificam o refratômetro de bancada utilizado nas análises e as respectivas aferições no equipamento devem seguir como na projeção 7b. Figura 6- Refratômetro de bancada (fonte: própria do autor) Figura 7: Refratômetro de bancada (fonte: própria do autor) Figura 7b: Visão Correta Figura 7a: Visão incorreta 10 5.2.2 Determinação do índice de acidez Os materiais utilizados na determinação do índice de acidez estão listados na Tabela 1 a seguir. Tabela 1– Índice de Acidez Índice de Acidez Equipamentos Reagentes/Indicadores Vidrarias Balança analítica Etanol/Eter 50/50 Erlenmeyer – 50mL Amostra: 1,0g NaOH 0,1N Proveta graduada 25 Ml Fenolftaleína Bureta 25mL Béquer 50 mL Pipeta de pasteur Fonte: Própria do autor Para realização da metodologia, colocou-se em um erlenmeyer de 250 mL, cerca de 1,0 g da amostra analisada. Adicionou-se 50 mL de uma mistura de etanol 96% e éter etílico (1:1) v/v. Solubilizou-se a amostra e titulou-se com hidróxido de potássio 0,1 M até observação da cor rosa pálida persistente por, no mínimo, 15 segundos. Realizou-se o ensaio do branco, que está relacionado a todo o procedimento, excetuando-se a amostra, e corrigiu o volume de titulante consumido. Anotou-se o volume titulado. Para prosseguimento dos cálculos, utilizou- se a seguinte Equação 3 indicada pela ANVISA (2010). 𝐼𝐴 = 5,610 𝑛 𝑚 Eq. 03 Em que, 𝑛 = volume (em mL) de hidróxido de potássio 0,1 M gasto na titulação; 𝑚 = massa de amostra em gramas. Observaram-se os resultados e os comparou com suas respectivas especificações. O ensaio de acidez pode ser demonstrado à direita da figura 8 abaixo. Figura 8 - Amostras de Is (à esquerda) e IA (à direita)( Fonte: própria do autor) 5.2.3 Determinação do índice de Iodo Os materiais utilizados na determinação do índice de Iodo são listados na Tabela 2 a seguir. 11 Tabela 2 – Índice de Iodo Indice de Iodo Equipamentos Reagentes/Indicadores Vidrarias Balança analítica Clorofórmio P.A. Erlenmeyer – 250mL Amostra: 0,10g- 0,15g Sol. Iodo-Cloro/ reagente de Wijis P.A. Proveta graduada 25 Ml Sol. Iodeto de Potássio 1:1 Bureta 25mL Tiossulfato de Sódio 0,1N Béquer 50 mL Pipeta de pasteur – 1mL Fonte: Adaptado Plantus 2017 Para realização da metodologia, pesou-se a quantidade de amostra indicada (m) de acordo com a tabela 2, em erlenmeyer de 250 mL, munido de rolha esmerilhada, seco. Dissolveu-se a amostra em 15 mL de clorofórmio. Acrescentou-se 25,0 mL de solução Iodo Cloro, solução de Wijs. Tampou-se o recipiente que foi mantido sob proteção da luz durante 30 min, agitando-o, frequentemente. Adicionou-se 10 mL de solução de iodeto de potássio a 100 g/L e 100 mL de água. Titulou-se com tiossulfato de sódio 0,1 M agitando, energicamente, até que a coloração amarela desapareceu. Juntou-se 5 mL de solução de amido e continuou a titulação, adicionando o tiossulfato de sódio 0,1 M, gota a gota, agitando, até o desaparecimento da coloração (n2 mL). O teste em branco foi realizado nas mesmas condições e sem a amostra (n1 mL). Tabela 3: Quantidade de amostra para determinar índice de Iodo Índice esperado Ii Quantidade de amostra Inferior a 20 1,0 20 – 60 0,5 – 0,25 60 – 100 0,25 – 0,15 Superior a 100 0,15 – 0,10 Fonte: ANVISA,2010. Para prosseguimento dos cálculos a ANVISA (2010) estabelece o uso da equação 4, indicada abaixo. 𝐼𝐼 = 1,269(𝑛2−𝑛1) 𝑚 Eq. 04 Em que, 𝑛1 = volume (em mL) de hidróxido de potássio 0,1 M gasto na titulação do branco; ** 𝑛2 = volume (em mL) de hidróxido de potássio 0,1 M gasto na titulação da amostra; 𝑚 = massa de amostra em gramas. Após os cálculos, observaram-se os resultados e comparou-se com a especificação do produto. O ensaio de determinação de Índice de iodo, IO pode ser visto nas Figuras 9 e 10 abaixo. 12 Figuras 9 e 10 – Análises de Índice de Iodo antes (esquerda) e pós titulação (direita) (Fonte: Própria do autor). 5.2.4 Determinação do índice de saponificação Os materiais utilizados na determinação do índice de saponificação foram estes da tabela a seguir. Tabela 4 - Índice de saponificação Indice de Saponificação Equipamentos Reagentes/Indicadores Vidrarias Balança analítica KOH 0,5N Balão de fundo redondo – 250 Ml Amostra: 2,0g Aquecedor HCl 0,5N Condensador Condensador sob refluxo Fenolftaleína Proveta graduada 25 Ml Bolinhas de vidro Bureta 25mL Pipeta de pasteur Béquer 50 mL Fonte: Adaptado Plantus 2017 Para realização da metodologia, pesou-se, em balão de 250 mL, a quantidade de amostra indicada (m) de acordo com a Tabela 5. Adicionou-se 25,0 mL de solução de hidróxido de potássio alcoolico 0,5 M e algumas pedras de ebulição. Adaptou-se o condensador de refluxo vertical. Aqueceu-se em banho-maria durante 30 minutos. Acrescentou-se 1 mL de solução de fenolftaleína e titulou-se, imediatamente, o excesso de hidróxido de potássio com soluçãode ácido clorídrico 0,5 M (mL). Realizou-se o ensaio do branco, que está relacionado a todo o procedimento, excetuando-se a amostra, e corrigiu o volume de titulante consumido (n2 mL). Tabela 5: Quantidade de amostra para determinar o índice de Saponificação VALOR ESPERADO IS QUANTIDADE DE AMOSTRA (G) 3 – 10 12 – 15 10 – 40 8 – 12 40 – 60 5 – 8 60 – 100 3 – 5 100 – 200 2,5 – 3 200 – 300 1 – 2 300 – 400 0,5 – 1 13 Fonte: ANVISA, 2010. Para prosseguimento dos cálculos a ANVISA (2010) estabelece o uso da Equação 5, indicada abaixo. 𝐼𝑆 = 28,05(𝑛1−𝑛2) 𝑚 Eq. 05 Em que,𝑛1 = volume (em mL) de hidróxido de potássio 0,1 M gasto na titulação do branco; ** 𝑛2 = volume (em mL) de hidróxido de potássio 0,1 M gasto na titulação da amostra; 𝑚 = massa de amostra em gramas. Após os cálculos, observaram-se os resultados e comparou-se com a especificação do produto. O ensaio de saponificação pode ser demonstrado à esquerda da figura 8 acima. 5.2.5 Determinação do índice de peróxido Os materiais utilizados na determinação do índice de Peróxido foram estes da Tabela 6 a seguir. Tabela 6 - Índice de peróxido Indice de Peróxido Equipamentos Reagentes/Indicadores Vidrarias Balança analítica Clorofórmio P.A. Erlenmeyer– 250 mL Amostra: 5,0 g Ac. Acético P.A. Proveta graduada – 25 mL Sol. Iodeto de Potássio 1:10 Pipeta graduada – 5mL Amido 1% Proveta graduada 100mL Tiossulfato de Sódio 0,1N Bureta 25Ml Béquer 50 mL Pipeta de pasteur Fonte: Apadtado Plantus 2017 Para realização do método, pesou-se 5,00 g da amostra em erlenmeyer de 250 mL com rolha esmerilhada. Adicionou-se 30 mL de uma mistura v/v de ácido acético glacial e clorofórmio (proporção 3:2). Agitou-se até dissolução da amostra e juntou-se 0,5 mL de solução saturada de iodeto de potássio. A solução foi agitada durante 1 minuto, exatamente, e adicionado 30 mL de água. Titulou-se com tiossulfato de sódio 0,01 M, adicionando, lentamente, sem cessar a agitação enérgica até que a coloração amarela tenha quase desaparecido. Acrescentou-se 5 mL de solução de amido. Continuou-se a titulação agitando energicamente, até desaparecimento da coloração (n1 mL de tiossulfato de sódio 0,01 M). Realizou-se um ensaio em branco nas mesmas condições (n2 mL de tiossulfato de sódio 0,01 M). 14 Para prosseguimento dos cálculos a ANVISA (2010) estabelece o uso da Equação 6, indicada abaixo. 𝐼𝑃 = 10(𝑛1−𝑛2) 𝑚 Eq. 06 Em que,𝑛1 = volume (em mL) de hidróxido de potássio 0,1 M gasto na titulação do branco; 𝑛2 = volume (em mL) de hidróxido de potássio 0,1 M gasto na titulação da amostra; 𝑚 = massa de amostra em gramas. Após os cálculos, observaram-se os resultados e comparou-se com a especificação do produto. 5.2.6 Determinação do pH Para realização da determinação do pH, utilizou-se um instrumento de medição de pH, com a amostra diluída a 10% e prosseguiu-se a análise de acordo com o manual do fabricante. Observaram-se os resultados e comparou-se com a especificação do produto. 5.3 ANÁLISES ORGANOLÉPTICAS De acordo com a ANVISA (2010), os parâmetros de identidade, pureza e qualidade de um material vegetal deverão ser estabelecidos mediante detalhado exame visual, macroscópico e microscópico. 5.3.1 Determinação da aparência Para determinação da aparência, examinou-se o produto antes de qualquer tratamento, conforme preconizado pela ANVISA (2010), observando seu estado físico (sólido, líquido ou semi–sólido). Os óleos podem variar suas características devido propriedades, matéria prima constituintes e exigências de mercado. A Figura 11 a seguir, exemplifica alguns óleos produzidos entre agosto a novembro de 2017. Figura 11 - Amostra de óleos produzidos (Plantus 2017) 5.3.2 Determinação da cor Para determinação da cor, examinou-se o produto antes de qualquer tratamento, à luz do dia, conforme preconizado pela ANVISA (2010). A cor da amostra deverá ser comparada com a especificação do produto. 15 5.3.3 Determinação do odor Para determinação do odor, colocou-se uma pequena amostra do produto em recipiente de vidro e inalou-se devagar e repetidamente, conforme preconizado pela ANVISA (2010). O odor da amostra deverá ser comparado com a especificação do produto. 6 RESULTADOS E DISCUSSÕES Os resultados das análises de 220 horas de estágio foram discutidos e analisados conforme os itens abaixo. 6.1 ANÁLISES FISICO-QUÍMICAS Os resultados obtidos foram organizados de acordo com os índices de determinação a seguir. 6.1.1 Determinação do índice de Acidez A análise de índice de acidez, IA informa a quantidade de hidróxido de sódio gasto para neutralizar os ácidos graxos e esse parâmetro dá indícios no processo reacional de fabricação como a ocorrência de reações paralelas. Com isso, altos teores de acidez aumentam a perda do poder de neutralização do produto. Os índices de especificações mais aceitos no mercado atual para óleos que atendam às Boas Práticas de Fabricação (BPF), na qual os valores característicos são Índices que estejam até 30mg KOH/g de amostra geralmente. Os óleos em desacordo a esta característica foram reprovados e precisam passar por revalidações junto ao setor produtivo. Estes novos produtos retrabalhados são então reavaliados no Controle de qualidade, e se aprovados, seguem para distribuição. Durante as análises, os índices de acidez se mostraram bastante diferenciados, porém nenhum óleo foi reprovado por índice de acidez alterado. Todos variaram, mas dentro das especificações. 6.1.2 Determinação da Densidade relativa Com relação à determinação da densidade, determinou-se primeiramente a massa da água com resultado equivalente a 24,306g. A partir desse resultado encontrado com o picnômetro calibrado, calculou-se a densidade dos demais produtos, relacionando-os com a densidade citada anteriormente. No geral, a densidade dos óleos mantém o mesmo padrão de valores de densidade em torno de 0,850 g/cm3 – 1,00 g/cm3. Assim como na análise de Índice de acidez, os óleos que não atenderam a estas especificações foram reprovados e encaminhados a revalidação. Durante 16 as análises realizadas um dos produtos foi reprovado neste quesito, estando em desacordo com as especificações. 6.1.3 Determinação do índice de Refração A determinação desse índice tem grande utilidade no controle dos processos de hidrogenação do óleo, já que, quanto maior o comprimento da cadeia hidrocarbonada, mais luz desviará e consequentemente, maior será sua refração. As especificações mais encontrada nos óleos são entre 1,400 A 1,500 – (nD H2O 1,333). Durante as análises desta metodologia, não ocorreram reprovações de nenhum dos lotes analisados. 6.1.4 Determinação do índice de Saponificação Em parâmetros gerais, pode-se dizer que quanto menor o peso molecular do ácido graxo, maior será o índice de saponificação. Desse modo, essa metodologia nos indica alterações ocorridas quanto à cadeia molecular do óleo ou da manteiga, podendo estarem relacionadas com possíveis adulterações no produto final. Os óleos e manteigas analisados possuem especificação padronizada entre 120,0 e 180,0 mg KOH/g e entre 150,0 e 250,0 mg KOH/g, respectivamente. Durante o estágio, 4,87% das manteigas e 22,2% dos óleos tiveram seus de índices de saponificação fora de especificação. Isto pode ser decorrente de fatores como característica da matéria prima, fatores bióticos e abióticos como chuvas, ventos, sazonalidade de produção. O procedimento a ser realizado após reprovação foi comunicação oficial ao setor produtivo para que medidas corretivas de revalidação fossem realizadas com os produtos em questão. 6.1.5 Determinação do índice de Iodo De maneira geral, os óleos com quantidade elevada de insaturações apresentam baixa estabilidade oxidativa. O índice de iodo então tema capacidade de avaliação da oxidação de matéria prima e o seu respectivo grau de degradação. Os óleos e manteigas analisados possuem especificação padronizada entre 80,0 e 180,0 g de l2 /100g e entre 20,0 e 80,0 g de l2 /100g, respectivamente. Durante o estágio, 13,3 % das reprovações foram decorrentes de índices de iodo fora da especificação. O procedimento realizado foi a comunicação oficial ao setor de produção para que medidas corretivas fossem realizadas com os produtos em questão. 17 6.1.6 Determinação do índice de Peróxido Este é um dos métodos mais utilizados para medir o estado de oxidação de óleos e gorduras. Esse método ocorre da seguinte maneira: os peróxidos orgânicos, presentes nas substâncias graxas, irão oxidar o iodeto de potássio, liberando a molécula de iodo para que ela reaja com o tiossulfato. Desse modo, pode-se entender que quanto maior o índice de peróxido, mais oxidante está o produto. Os óleos e manteigas analisados possuem especificação padronizada máxima de 70,0 mEq/100g e 40,0 mEq/100g, respectivamente. Durante o estágio, aproximadamente 2% das reprovações foram decorrentes de índices de peróxido elevados. O procedimento realizado também foi a comunicação oficial ao setor de produção para que medidas corretivas fossem realizadas com os produtos em questão. 6.1.7 Determinação do pH As análises de pH são realizadas somente nos extratos por questões de incompatibilidade reacional. No geral, a especificação de pH do extrato varia de acordo com os compostos ativos presentes na sua composição. Dessa forma, o extrato pode possuir comportamento ácido ou alcalino, conforme observado na Tabela 7. Tabela 7: Parâmetro do pH dos produtos gerais PRODUTO ANALISADO ESPECIFICAÇÃO DE pH ÓLEO NÃO SE APLICA EXTRATO ÁCIDO: 3,5 – 5,0 ALCALINO: 7,5 – 8,5 MANTEIGA NÃO SE APLICA Fonte Adaptação Plantus 2017. Durante o período de estágio, 19,23 % das reprovações foram decorrentes de índices de pH alterados. O procedimento realizado pelo Controle de Qualidade foi o mesmo citado nos itens anteriores. 6.2 ANÁLISES ORGANOLÉPTICAS As análises organolépticas subdividem-se em determinação de aparência, de cor e odor. Elas estão descritas abaixo. 6.2.1 Determinação da aparência Todos os produtos analisados no laboratório da fábrica têm características particulares e que variam de acordo com a matéria prima constituinte. Os óleos fixos por exemplo podem 18 ser amarelos, alaranjados ou bordô a depender da origem da matéria prima. A Tabela 8 abaixo exemplifica algumas especificações de aparência de óleos, extratos e manteigas. Tabela 8: Parâmetro de aparência dos produtos gerais PRODUTO ANALISADO ESPECIFICAÇÃO DE APARÊNCIA ÓLEO LÍQUIDO EXTRATO LÍQUIDO MANTEIGA SÓLIDO/SEMI SÓLIDO Fonte: Adaptado Plantus 2017. Além das especificações de órgãos regulamentadores, os produtos precisam ser compatíveis com as exigências do mercado. Por isso, a aceitação do comprador no aspecto aparência é fator relevante na decisão se o produto segue para distribuição ou volta ao setor de produção. A avaliação da eficiência do processo produtivo, pode levar a medidas corretivas antes mesmo da finalização do produto. Assim, pôde-se minimizar as chances do produto ser reprovado e de material ser desperdiçado antes do selo de Qualidade. Durante o período do estágio, 4 amostras seguiram para revalidação de aparência de produto. Estas amostras seguiram ao setor de produção e medidas corretivas foram empregadas. 6.2.2 Determinação da cor A cor desempenha papel fundamental na avaliação de óleos. Se este parâmetro diverge do padrão especificado, geralmente indica alteração das propriedades físicas e químicas do material em análise. Em situações em que o cliente fizer exigências particulares, elas devem ser acatadas assim como as determinações da ANVISA. A Tabela 9 abaixo exemplifica algumas especificações de cor dos óleos, extratos e manteigas. Tabela 9: Parâmetro de cor dos produtos gerais PRODUTO ANALISADO ESPECIFICAÇÃO DA COR ÓLEO AMARELO A ESVERDEADO EXTRATO AMARELO A ALARANJADO TRANSPARENTE A ROSA CASTANHO A ESVERDIADO MANTEIGA CREME CLARO A AMARELADO Fonte: Adaptado Plantus 2017. De modo geral, extratos, óleos e manteigas obtiveram aprovação quanto à sua cor um dos óleos apresentou desacordo com a especificação. Fato que pode ser decorrente de alterações sazonais da matéria-prima. Nesse caso, um comunicado oficial deve ser enviado ao cliente para que haja um entendimento quanto a sua aceitação, uma vez que produtos naturais são passíveis 19 de modificações nas suas características organolépticas de cor e odor, dependendo das condições climáticas e das características ambientais. 6.2.3 Determinação do odor Após análise sensorial da visão, utiliza-se de outro sentido – o olfato. Cada derivado botânico possui seu próprio odor característico, assim como cheiro característico dos produtos de casa como alho, abacaxi, hortaliças em geral, etc. Para esta análise, a experiência do técnico de laboratório é indispensável nas aprovações dos produtos. A Tabela 10 abaixo exemplifica os parâmetros de odor dos produtos gerais para análises de odor. Tabela 10: Parâmetro de odor dos produtos gerais PRODUTO ANALISADO ESPECIFICAÇÃO DO ODOR ÓLEO CARACTERÍSTICO EXTRATO CARACTERÍSTICO MANTEIGA CARACTERÍSTICO Fonte: Adaptado Plantus 2017. Os produtos em geral liberam notas olfativas durante sua produção, sendo assim, já nessa fase, mudanças quanto ao odor já conhecido são identificadas e as devidas medidas corretivas são feitas. Desse modo, nenhum produto apresentou odor reprovado durante o período de estágio no controle de qualidade 7 PROCESSOS DE REVALIDAÇÃO Agencia de Vigilância Sanitária (ANVISA) por meio da Resolução de outubro de 2013 estabelece que apenas produtos liberados no controle de qualidade e que estejam dentro dos respectivos prazos de validade podem ser utilizadas. Desta forma, todos os produtos que não atendam essas exigências seguem para retrabalho e posterior revalidação na Industria Plantus. (Anvisa apud Oriqui et al, p.6). Os processos abaixo, descrevem os processos corretivos inerentes a cada parâmetro a ser revalidado. 7.1 Revalidação físico-química Dos processos físico-químicos a serem retrabalhados e revalidados pode-se destacar revalidação de acidez, iodo, peróxido e saponificação. 7.1.1 Revalidação de Índice de peroxido O índice que mede o grau oxidativo dos óleos geralmente é corrigido alterando-se a matéria prima envolvida. Portanto, correções sob segredo industrial são feitas neste aspecto a fim de obedecer às respectivas especificações. 20 7.1.2 Revalidação de Índice de Saponificação Os graus de instauração das olefinas são corrigidos alterando a base constituinte de cada óleo. Nesse contexto, alterações sob segredo industrial são feitas no aspecto matéria prima e constituintes básicos dos óleos são feitas a fim de obedecer às especificações do produto. 7.1.3 Revalidação de Índice de Acidez O índice de acidez que mede o grau os teores alcalinos dos óleos produzidos podem ser revalidados no setor produtivo por correção de pH por alterações de componentes ácidos ou alcalinos nas composições dos óleos. Estas intervenções são resguardadas por segredo industrial. 7.1.4 Revalidação de Índice de Iodo Os óleos com resultados de índice de iodo que não satisfazem suas especificações seguem ao setor de produção para intervenções em suas respectivas matérias constituintes. Com alteração na constituição de sua matéria base, ou aditivos industriais a fim de torna-los então validos seguindo as especificações. 7.1.5 Revalidação de Índice de Refração O índice de refração pode ser revalidado com intervenções físicas como agitações, centrifugações, aquecimentos ou uso de peneiras a fim de tornar estes índices dentro de padrões estabelecidos pela farmacopeiavigente (ANVISA 2010). Esses processos seguem o sigilo industrial. 7.1.6 Revalidação de Densidade Relativa Bem como o índice de refração, a densidade relativa pode sofrer ação de constituintes inadequados as formulações como agua, por exemplo. Nestes casos, intervenções físicas como evaporação e centrifugação podem remover estes contaminantes e tornar o produto dentro de especificação após revalidação. 7.1.7 Revalidação de pH Este parâmetro pode ser corrigido pela ação de adição de álcalis ou ácidos sem porem alterar demais parâmetros da especificação. 21 7.2 REVALIDACAO ORGANOLÉPTICA 7.2.1 Revalidação de cor Geralmente para a correção deste parâmetro a adição de matéria prima a fim de corrigir a cor dos produtos costuma ser empregada. Entretanto, as exigências de cada cliente podem variar, alterando também as formulações e o processo de revalidação dos lotes de produtos. 7.2.2 Revalidação de aspecto As revalidações envolvidas na correção do aspecto dos produtos passam pelo mesmo processo descrito acima de aceitação e versatilidade entre clientes e a fábrica para fornecer seus produtos. 7.2.3 Revalidação de odor Assim como os demais aspectos, a variação na composição do produto poderá garantir também o odor esperado de cada produto. Sendo um acordo entre clientes e setor produtivo o odor esperado de determinado lote de produtos. A Figura 12 abaixo exemplifica de forma de distribuição em gráfico de pizza os principais reprovadores no Controle de qualidade dos produtos entre agosto e novembro deste ano. Figura 12: Gráfico de distribuição dos produtos revalidados Fonte: Adaptado da Plantus 2017 Conforme mostrado no gráfico da Figura 12, as análises com maior índice de reprovações foram de Iodo: 22,2% e Saponificação: 44,5% dos produtos retrabalhados. Seguidos de análises de pH 14,8% e cor 7,40%. Alguns destes parâmetros foram corrigidos para atender às especificações de produtos, outras às exigências de clientes. Neste trabalho, o setor de produção e consequentemente de revalidação trabalharam efetivamente para que todos os produtos pudessem atender os requisitos e serem liberados ao mercado e ao consumidor final. D I S T R I B U I Ç Ã O D E P R O D U T O S R E V A L I D A D O S D E A C O R D O C O M O S I N D I C E S R E P R O V A D O S Peróxido Iodo Saponificação Densidade relativa pH 22 8 CONCLUSÕES Durante as 220 horas de estágio na empresa Plantus, pôde-se avaliar a importância do Controle de Qualidade na garantia do produto final e de como é operacionalmente importante obter resultados de analises rápidas a fim de acelerar o processo de revalidação e/ou distribuição dos produtos. Pode-se também acompanhar os processos de determinações de características físico- químicas e organolépticas dos produtos e compará-los às especificações bem como acompanhar os processos de revalidações utilizados em casos de produtos reprovados. Sendo todas as etapas decisivas nas tomadas rápidas de decisões. Poucos produtos passaram por métodos de revalidação e todos eles, conseguiram atender às especificações e serem entregues aos clientes. O tempo operacional de análises diminuiu de 1hora e 30 minutos para o conjunto de análise por cada produto para 1h e 15 minutos se comparados a trabalhos anteriores no laboratório de CQ (Galvão 2016). Além disso, houve diminuição representativa no consumo de reagentes o que corresponde a ganho de agilidade técnica e aperfeiçoamento do processo produtivo na Indústria Plantus. 23 9 SUGESTÕES PARA TRABALHOS FUTUROS De trabalhos anteriores a este, pode-se destacar a diminuição de gasto com reagente e tempo de rotina de laboratório, uma vez que a analises passaram a ser realizadas sequencialmente a sua validação em análises com maior índice de reprovações como índice de saponificação e índice de iodo. Com isso, apenas produtos previamente aprovados, seguiram com as demais analises no laboratório de controle de qualidade - CQ. Com isso, tivemos uma taxa de desperdício de 63% menor que em anos anteriores. Vale ainda ressaltar, que o tempo de retrabalho e revalidação diminuiu consideravelmente, o que fez do sequencial produção - CQ um ambiente mais eficaz em termos indústria. Sugere-se então, para trabalhos futuros, análises mais criteriosas e com maior agilidade para a validação de produtos ocupando cada vez menos tempo de análise e maior eficiência ainda dos métodos. Há ainda a sugestão de validação de outras metodologias mais modernas de análise que ainda assim atendam a Farmacopeia Brasileira com menor intervenção dos analistas e maior versatilidade de análise, como por exemplo uma análise de coleta multivariada de dados simultâneos. 24 10 REFERÊNCIAS AMARAL, Fabiano Pereira do. Estudo das características físico-químicas dos óleos da amêndoa e polpa da macaúba [acrocomia aculeata (jacq.) lodd. ex mart]. 2007. 52 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Agronomia, Faculdade de Ciências Agronômicas da Unesp, Botucatu, 2007. 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