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UNIVERSIDADE POTIGUAR – UNP ESCOLA DE SAÚDE BACHARELADO EM CIÊNCIAS BIOLÓGICAS Discente: Maria Eduarda dos Santos Medeiros; 201906916 Turma: BIOB3MA Docente: Ariane Ferreira Lacerda Diversidade Biológica Vegetal II Natal/RN 2020 SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO DA ESPÉCIE 1.1. CARACTERÍSTICAS GERAIS DA FAMÍLIA 1.2. CARACTERÍSTICA DA MORFOLÓGICAS 1.3. CARACTERÍSTICA DA PLANTA 1.4. SINAPOMORFIA 1.5. DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA 1.6. DIVERSIDADE GENÉTICA E FILOGENIA 1.7. REPRODUÇÃO DA PLANTA 1.8. UTILIDADES MEDICINAIS 1.9. CULTIVO E PRODUÇÃO 2.0. CLASSIFICAÇÃO 2.1. FOTOS DA ESPÉCIE INTRODUÇÃO DA ESPÉCIE O abacaxi, é uma planta perene da família das bromélias, nativa da América do Sul. Esta espécie, de tamanho limitado e folhas duras e lanceoladas de até 1 metro de comprimento, dá frutos uma vez a cada três anos a produção de uma única fruta perfumada e doce, muito apreciado na gastronomia. O gênero Ananas possui 5 espécies e todas são cultivadas no Brasil, porém a Ananas comosus é a mais comum. Além disso dentro da família Bromeliácea, ainda temos o gênero Pseudananas, que possui apenas uma espécie (Pseudananas sagenarius) chamada de pseudo – ananás que utilizada como planta ornamental. As variedades de abacaxis mais conhecidas são Havaí, pérola e Cayenne (Smooth Cayenne). É umas poucas plantas em que se utiliza muitas partes para consumo. CARACTERÍSTICAS DA FAMÍLIA A família bromeliácea constitui a maior família de distribuição natural restrita ao Novo Mundo, com exceção da Pitcairnia Feliciana (Aug. Chev.) Harms & Mildbr, nativa da Guiné (Smith e Downs, 1979), com aproximadamente outros 50 gêneros e cerca de 2000 espécies. As bromeliáceas são divididas em três subfamílias: a Pitcarnioideae, a Tillandsioideae, e a Bromelioideae. As Pitcarnioideae são geralmente terrestres, com as margens das folhas armadas, com espinhos, flores hipógenas e epígenas, cápsulas secas e deiscentes contendo sementes nuas ou com apêndice, adaptadas à dispersão eólica. As Tillandsioideae incluem mais espécies epífitas, com a margem das folhas lisas, flores geralmente hipógenas, e cápsulas deiscentes e secas contendo muitas sementes plumosas, adaptadas à dispersão eólica. As Bromelioideae, foco de maior atenção neste trabalho, são as mais numerosas e estão dispersas desde o leste brasileiro até a bacia amazônica. São preferencialmente epífitas apresentando folhas frequentemente Magistra, espinhosas, flores epígenas e frutos do tipo baga coriácea, contendo sementes nuas e adaptadas à dispersão por pássaros ou mamíferos. Mostram a tendência de fusão de algumas partes da flor, como, por exemplo, fusão entre carpelos, originando a formação de frutos indeiscentes e fusão em diferentes níveis de sépalas, pétalas e filamentos. Esta tendência pode ser observada, particularmente, nas espécies do gênero Ananas, na formação de frutos sincárpicos devido à fusão dos ovários (Rios e Khan, 1998). CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICAS Planta herbácea, terrestre, de até 1 metro de altura, com caule pouco desenvolvido, folhas lineares, alongadas, em forma de calhas e dispostas em torno de um eixo central. Flores de coloração roxo-purpúrea, reunidas em inflorescência terminal, de eixo grosso, carnoso e cônico-oval. Abertas as flores, as pétalas se desprendem e as sépalas, junto com outras partes das flores e da inflorescência, soldam-se formando o fruto. Trata-se de uma inflorescência denominada sorose (nome de origem grega, derivado de soros, que significa agrupamento). CARACTERÍSTICA DA PLANTA Caule- O talo apresenta o formato de uma clava, relativamente curta e grossa. Folhas- As folhas, simples, têm forma de calha, com espinhos e estão inseridas no talo, formando uma densa espiral dextrogira e levogira. Flores- A inflorescência é uma espiga, formada de flores completas, cada uma localizada na axila de uma bráctea. Frutos- O fruto é composto, do tipo sorose, e resulta da coalescência de um grande número de frutos simples (100 a 200), do tipo baga, denominados frutilhos, os quais estão inseridos num eixo central, coração ou miolo, em disposição espiralada e intimamente soldados uns aos outros. No ápice do fruto existe um tufo de folhas - a coroa - resultante do tecido meristemático apical que a planta possui desde a sua origem. A conexão do fruto com o talo da planta é feita através de um pedúnculo. A casca do abacaxi é formada pela reunião das brácteas e sépalas das flores. Logo abaixo da casca, inseridos na periferia de depressões em forma de taça, podem ser encontrados restos de pétalas e de estames, enquanto de cada uma dessas depressões aparece um vestígio de estilete. Na superfície de um fruto descascado de um modo pouco profundo, os restos de estiletes dão ideia de espinhos. Raízes- O sistema radicular, do tipo fasciculado, é superficial, pois a maior parte das raízes fica nos primeiros 15 cm de solo. SINAPOMORFIA De acordo com o artigo de Fernanda Maria Cordeiro de Oliveira a família bromeliácea, ocupa uma posição basal na Ordem poales e é considerada monofilética, tendo sinapomorfias morfológicas e moleculares. Atualmente é subdividida em oito subfamílias, sendo Bromelioideae a subfamília com maiores problemas na delimitação genérica. Nesse contexto encontra-se o complexo Nidularióide, formados pelos gêneros Nidularium Lem., Wittrockia Lindm., Neoregelia L.B.Sm., Canistropsis (Mez) Leme e Edmundoa Leme. A dificuldade na delimitação destes gêneros se dá pelo uso de um grande número de caracteres não exclusivos, que mostram o intimo relacionamento entre estes gêneros. Embora eles não sejam monofiléticos, como indicam as filogenias recentes, o complexo Nidularióide como um todo sempre emerge em um clado, indicando que formam uma unidade taxonômica. Neste contexto, analisamos caracteres morfológicos e anatômicos a fim de estabelecer novas sinapomorfias para o complexo. DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA Os primeiros estudos sobre o Ananas Comosus consideravam que esta planta era originária do sul da América do Sul, da região compreendida entre 15° N e 30° S de latitude e 40° L e 60° W de longitude, abrangendo as regiões Centro-Oeste e Sul e Sudeste do Brasil, o Nordeste da Argentina e do Paraguai (Collins, 1960). Segundo estudo da distribuição do gênero Ananas na Venezuela e América do Sul realizado por Leal & Antoni (1981), deve-se considerar que o seu centro de origem é a região Amazônica compreendida entre 10° N e 10° S de latitude e entre 55° L e 75° W de longitude, por se encontrar nessa região o maior número de espécies deste gênero. Bertoni (1919), com base em trabalhos sobre variabilidade genética do gênero na região, postulou que a domesticação do abacaxi foi feita pelos índios que por sua vez levavam o fruto em suas migrações para outras regiões. (1997) propuseram um centro de origem e de domesticação do abacaxi localizado nas bacias do Rio Negro e do Rio Orinoco e confirmaram a ocorrência de uma importante diversidade genética incluindo formas primitivas, cultivadas e intermediárias, com relações genéticas entre elas. A partir destes ancestrais deu-se inicialmente pelo tamanho de fruto, atributos de qualidade, como a baixa acidez, a redução de sementes, dentre outras características que favoreciam o consumo da fruta. DIVERSIDADE GENÉTICA E FILOGENIA Segundo FERREIRA & CABRAL (1993), o Brasil é considerado um dos principais centros de diversidade genética do abacaxi porque, além de A. comosus, todas as espécies do gênero Ananas são encontradas nas formas silvestres ou cultivadas em várias regiões brasileiras. Segundo a classificação de ZOHARY (1970) e GIACOMETTI & FERREIRA (1987), a região central da América do Sul é considerada o centro mundialde diversidade genética do abacaxi, a qual abrange o Brasil, o Paraguai e a região andina. De acordo com LEAL & COPPENS D'EECKENBRUGGE (1996), estudos mais recentes evidenciaram a ocorrência de maior variação morfológica nos tipos silvestres e cultivados do gênero Ananas, nas áreas situadas ao Norte do Rio Amazonas, nas regiões do Orinoco, Rio Negro, Amapá e Guianas, do que nas regiões Sul do Brasil e Norte do Paraguai. De acordo com BERTONI (1919), o abacaxi é originário, mais especificamente, da região que circunscreve as bacias dos rios Paraná e Paraguai, e sua planta foi levada dessas regiões para locais ao Norte pelas tribos tupis-guaranis, sendo levado à América Central e à região do Caribe, seguindo a prática de intercâmbio de produtos entre as tribos. A domesticação do A. comosus var. comosus, de interesse para a fruticultura, perece ter ocorrido nas Guianas, onde foi realizada a seleção de clones com fruto grande e acidez moderada (COPPENS d'EECKENBRUGGE et al., 1993). REPRODUÇÃO O sistema de reprodução do abacaxizeiro é definido pela coexistência de um sistema sexual alógamo e um sistema de propagação vegetativa. A ausência de sementes nas cultivares de abacaxi é resultante da baixa fertilidade e um sistema de autoincompatibilidade gametofítica. Esta incompatibilidade decorre da inibição ou anormalidades do crescimento do tubo polínico no terço superior do estilete (Kerns, 1932; Majumder et al., 1964; Souza, 2013) e é controlada por um único loco gênico, com múltiplos alelos (Brewbaker & Gorrez, 1967). O fruto é partenocárpico e seu desenvolvimento independe da ocorrência de fecundação. Em alguns genótipos a reação de autoincompatibilidade é pouco severa e permite certo nível de autofecundação, principalmente nos A. macrodontes. A propagação do abacaxizeiro é predominantemente assexuada e o método convencional de produção de mudas é a partir de diferentes partes vegetativas da planta. Como material propagativo, podem ser usadas as brotações da base do fruto, do pedúnculo (filhote), da coroa, da região da inserção do pedúnculo no caule (filhote rebentão), do caule (rebentão), do seccionamento do caule ou a partir de mudas obtidas por cultura de tecidos. UTILIDADES MEDICINAIS Anemia: A acidez do abacaxi favorece, na digestão, a absorção de ferro. O anêmico pode, no intervalo das refeições, usar um pouco de suco de abacaxi diluído em água e adoçado com melado de cana. Diurese: O suco de abacaxi é excelente diurético. Inapetência: O suco de abacaxi, sem açúcar, tomando em pequena quantidade uma ou duas horas antes da refeição, ajuda abrir o apetite. Nefrolitíase: Para auxiliar na eliminação de cálculos, há tratamentos naturais específicos. O suco de abacaxi pode participar justamente com outros sucos e chás. Pode-se passar alguns dias com dieta exclusiva de abacaxi, e toma chá como o de quebra-pedra, folha de abacate, cana-do- brejo e cavalinha. Convém, entretanto, seguir orientação médica para cada caso. CULTIVO E PRODUÇÃO Os abacaxis precisam de clima quente e de solos bem irrigados. Eles se multiplicam a partir de qualquer uma das três partes da planta: dos pedúnculos, dos rebentos e das coroas. Os pedúnculos crescem no caule principal. Os rebentos nascem da haste das flores, logo abaixo da fruta. As coroas são as folhas situadas na parte de cima do abacaxi. Os abacaxis são consumidos ao natural ou em conserva. Várias partes da planta são utilizadas na fabricação de alimento para o gado. Nas Filipinas, tecem-se as fibras da planta e fabrica-se um tecido chamado piña. CLASSIFICAÇÃO CIENTÍFICA Reino: Plantae Divisão: Magnoliophyta Classe: Liliopsida Ordem: Poales Família: Bromeliácea Subfamília: Bromelioideae Género: Ananas Espécie: A. comosus FOTOS DA ESPÉCIE (1) Abacaxi ornamental (Ananas bracteatus). Imagem de autoria própria. (2) Abacaxi (Ananas comosus) imagem de autoria desconhecida. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS https://www.tudosobreplantas.com.br/asp/plantas/ficha.asp?id_planta=371406 https://www.portalsaofrancisco.com.br/alimentos/abacaxi https://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0103-84782010000600040&script=sci_arttext https://teses.usp.br/teses/disponiveis/41/41132/tde-17052017- 094540/publico/Fernanda_Maria_Oliveira_SIMPL.pdf https://www.alice.cnptia.embrapa.br/bitstream/doc/164471/1/ID292441.pdf https://www.procisur.org.uy › procis...PDF Ananas comosus - Procisur https://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0103-84782010000600040&script=sci_arttext https://teses.usp.br/teses/disponiveis/41/41132/tde-17052017-094540/publico/Fernanda_Maria_Oliveira_SIMPL.pdf https://teses.usp.br/teses/disponiveis/41/41132/tde-17052017-094540/publico/Fernanda_Maria_Oliveira_SIMPL.pdf
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