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Profa Dra Ana Lúcia Kern Ciclo celular e controle Biologia Celular Roteiro da aula Introdução O Ciclo celular As fases do ciclo celular eucariótico: Intérfase (G1, S e G2) Mitose Controle do ciclo celular Introdução Novas células originam-se a partir de outras células vivas pelo processo de divisão celular (ou reprodução celular) Organismos multicelulares: incontáveis divisões celulares de uma única célula-zigoto produzem um organismo Estima-se que 25 milhões de células entrem em divisão a cada segundo em um humano adulto Célula-mãe: célula original que entra em divisão Células-filhas : suas descententes Introdução Todas as células de um organismo multicelular possuem a mesma informação genética que se manifesta diferentemente em cada célula Nos processos de divisão celular essas informações devem ser transmitidas para as células-filhas Os seres vivos multiplicam suas células com a finalidade de se reproduzir, crescer e repor células perdidas Introdução Algumas células perdem a capacidade de se dividir quando diferenciadas Hemácias Céls musculares cardícas e Musculares esqueléticas glandulares Neurônios Introdução Hepatócitos: cessam divisão quando diferenciadas e quando o órgão é lesado, ou ocorre perda de sua parte, reiniciam a divisão Linfócitos: cessam a divisão, mas podem proliferar novamente por indução de antígenos apropriados Introdução Outras células se dividem com grande rapidez e frequência: células-tronco, células epiteliais, meristemáticas de plantas, espermatogônias, etc. espermatogônias Introdução meristemáticas (plantas) Divisão celular em procariotos Ocorre por divisão simples ou bipartição: processo rápido (30 min a 1,5h) O ciclo celular (eucariotos) Dividido em 2 fases principais: Intérfase Fase M (mitose e citocinese) O ciclo celular (eucariotos) A duração do ciclo em alguns eucariotos pode variar de uma célula para outra Tipo celular Duração do ciclo celular Células embrionárias de sapo 30 min Células de levedura 1,5h – 3 h Células epiteliais intestinais ~12 h Fibroblastos de mamíferos em cultura ~20 h Células hepáticas humanas ~1 ano O ciclo celular As células passam a maior parte do tempo em intérfase (horas, dias , semanas ou períodos maiores) A fase M leva de 30 a 60 min, tempo em que a célula está envolvida em atividades para a divisão celular – síntese de macromoléculas está desligada Ciclo Celular Eucariótico Intérfase (fase de crescimento) Fases G1 Fase síntese (S) Fase G2 Fase M (Fase de divisão do núcleo e do citoplasma Intérfase Características: Período entre 2 mitoses Fase mais longa do ciclo celular Aumento do volume celular Se divide em 3 fases: G1, S e G2 Cromossomos aparecem distendidos e espalhados em toda área nuclear Ocorre intensa síntese de organelas, aumento da membrana plasmática e do citoesqueleto, intensa transcrição de genes e síntese de proteínas (tradução) Síntese de DNA e de histonas (fase S) Interfáse Núcleo: Presença de carioteca Presença de nucléolo Cromatina (DNA + RNA + histonas + proteínas não-histonas) apresenta 2 padrões distintos: Eucromatina: parte do DNA que fica descondensado – alta densidade gênica. Heterocromatina: DNA que permanece condensado – baixa densidade gênica. Interfáse Heterocromatina Eurocromatina Nucléolo Fases do Ciclo Celular G1: Intervado entre a fase M e Fase S S: período entre G1 e G2 G2: Intervado entre a Fase S e Fase M Mitose: Divisão equacional da célula Células que cessam a divisão Go * Intérfase – subfase G1 G = lacuna, intervalo Intensa síntese de RNA, organelas, proteínas e aumento do citoplasma; cromatina aparece esticada e não visível como cromossomos. Tempo de duração mais variável: Nos tecidos de rápida renovação, as células estão constantemente em divisão, o período G1 é curto; como ex., temos o epitélio que reveste o intestino delgado, que se renova a cada 3 dias. Outro tecido com proliferação intensa é a medula óssea, onde se formam hemácias e certos glóbulos brancos do sangue Intérfase – subfase G1 Em tecidos cujas células se reproduzem muito raramente, como a fibra muscular, ou que nunca se dividem, como os neurônios, o ciclo celular esta interrompido em G1 em um ponto específico denominado G0 Nesta condição as células são muito diferenciadas, com funções secretoras (células caliciliformes), impulso nervoso (neurônios), defesa (macrófagos), etc... Go Intérfase – subfase G1 Linfócitos e hepatócitos em Go, podem voltar a se dividir na presença de um estímulo (antígeno ou perda de tecido hepático, respectivamente) Tipos de estímulos (sinais externos): nutrientes (leveduras), hormônios e fatores de crescimento - que desencadeiam reações em cascata que levam à síntese de todos os componentes necessários e aos eventos da divisão celular Intérfase – subfase S Fase de síntese (duplicação) do DNA, proteínas histonas e início da síntese dos centríolos Com duração de 7-8 h Garante que as células-filhas recebam uma cópia exata de cada molécula de DNA da célula parenteral (replicação semi-conservativa) Intérfase – subfase S Proteínas histonas formam um complexo com o DNA = nucleossomo Intérfase – subfase S Intérfase – subfase S Cromossomos constituídos de 2 cromátides unidas por um centrômero Ao final da fase S, a célula apresenta o dobro de quantidade de DNA (cromossomos estão duplicados) Telômeros (extremidades) Centrômero (constrição primária) Cromátides irmãs Constrição secundária Cromátide Intérfase – subfase G2 Fase entre a fase S e o início da mitose Tem duração relativamente constante (2-5 h) Período que a célula verifica se todo DNA se duplicou corretamente e se houve aumento adequado do volume, de maneira que a célula possa assegurar uma completa replicação do DNA antes da mitose. Neste período ocorre uma discreta síntese de RNA e proteínas essenciais para o inicio da mitose. Intérfase – subfase G2 Etapa em que começam a aparecer as proteínas que irão formar o fuso acromático. Os centríolos apresentam-se duplicados (processo iniciado em S) As subfases S e G2 só ocorrem em células que irão se dividir Controle do ciclo celular Uma célula pode gerar um sinal interno para proceder da fase G1 para a S Uma vez gerado o sinal para a replicação do DNA, a célula completa o ciclo e entra na Mitose Controle do ciclo celular O ciclo celular é regulado pela interação de proteínas. Essas proteínas compõem o Sistema de Controle que conduz e coordena o desenvolvimento do ciclo celular. Essas proteínas surgiram a bilhões de anos e tem sido conservadas e transferidas de célula para célula ao longo da evolução Fusão de células Células em fase G1 Células em fase M Células em fase M Células em fase S Células em fase M Células em fase G2 Condensação prematura de cromossomos da fase G1 Condensação de cromossomos da fase S foi ativado; sensível à danos – cromossomos fragmentados Cromossomos duplicados Condensação prematura de cromossomos da fase G2 cromossomos humanos em metáfase cromossomos humanos em metáfase Conclusões: Transições de G1 para S e de G2 para M eram induzidas por algum agente estimulante Experimentos em leveduras Identificação dos genes cujos produtos agem em diferentes pontos do ciclo celular Controle do ciclo celular O sistema de controle é formado por proteínas altamente específicas, denominadas de fatores de crescimento Esses fatores regulam a proliferação celular através de uma rede complexa de cascatas bioquímicas que por sua vez regulam a transcrição gênica e a montagem e desmontagem de um sistema de controle São conhecidas cerca de 50 proteínas que atuam como fatores de crescimento, liberadas por várias tipos celulares Controle do ciclo celular Para cada tipo de fator de crescimento, há um receptor específico, os quais algumas células expressam na sua superfície e outras não Esses fatores podem ser divididos em duas grandes classes:1) Os fatores de crescimento de ampla especificidade, que afetam muitas classes de células, como por ex. o PDGF (fator de crescimento derivado das plaquetas) e o EGF (fator de crescimento epidérmico ). 2) Os fatores de crescimento de estreita especificidade, que afetam células específicas Controle do Ciclo Celular Papel das quinases no controle do ciclo celular Foi mostrado que a entrada de uma célula na fase M é iniciada por uma proteína-quinase chama de fator de promoção de maturação (MFP – maturation-promoting factor) Ciclina Quinase Unidade catalítica Unidade reguladora Papel das quinases no controle do ciclo celular Quinases dependendes de ciclinas (CdK) MPF – formado por 2 subunidades: catalítica: quinase – transfere grupos fosfato; reguladora : denominada ciclina Quando a [ciclina] é baixa, a quinase não possui a subunidade ciclina - quinase está inativa; Quando [ciclina] é aumentada, a quinase é ativada, induzindo a célula a entrar na fase M Ciclina Quinase Unidade catalítica Unidade reguladora Papel das quinases no controle do ciclo celular A concentração de ciclinas ativa a atividade das Cdks Papel das Ciclinas no ciclo celular Ativadoras das Cdk Produzidas e degradas de forma cíclica Dois tipos principais Ciclinas G1 (D e E) aumenta durante a fase G1 e quando atinge uma certa concentração a célula entra na fase S (síntese e duplicação do DNA) Ciclinas M (A e B) se ligam às Cdk em G2 e são essenciais para iniciar a fase M Ciclina M + cdk = MPF (fator promotor da mitose) Para a ativação das Cdks ocorrer, além de ciclinas é necessário sua fosforilação (resíduo de serina /treonina) - ativada por uma quinase (CAK-activating kinase) Diferentes complexos Ciclinas- Cdks coordenam atividades em todo ciclo celular Papel das quinases no controle do ciclo celular Papel das quinases no controle do ciclo celular Vários complexos Ciclinas-Cdks ciclinaB/A + CdK1 Ciclina D + Cdk4/Cdk6 Papel das quinases no controle do ciclo celular Papel das quinases no controle do ciclo celular As ciclinas são cofatores na ativação de proteínas específicas: quinases dependentes da ciclinas (Cdk) estimulam a passagem pelas diversas etapas do ciclo celular inibidas por proteínas inibidoras das quinases: inespecíficas p21, p27 e p57 específicas p15, p16, p18 e p19 Papel das quinases no controle do ciclo celular Papel das quinases no controle do ciclo celular A atividade de Cdks é regulada pela degradação das ciclinas Ubiquitinação marca a ciclina para ser degradada nos proteossomos Referências Alberts, B.; Bray, D.; Hopkin, K. et al. Fundamentos da Biologia Celular: uma Introdução à Biologia Molecular da Célula. 2ª edição. Porto Alegre: Artmed, 2006. 740 p. Cooper, G. M. A Célula - Uma Abordagem Molecular. 2ª edição Porto Alegre: Artmed, 2001. 712 p
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