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monografia ABNT pronta 2.0 3

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UNIVERSIDADE SÃO JUDAS TADEU
HILLARY TAVARES DE CASTRO JOSÉ MOREIRA
DANOS MORAIS POR ABANDONO AFETIVO
São Paulo-SP
2018
HILLARY TAVARES DE CASTRO JOSÉ MOREIRA
DANOS MORAIS POR ABANDONO AFETIVO
 
 Trabalho de Curso apresentado como requisito parcial para a obtenção do grau de Bacharel em Direito, sob a orientação do Prof. Alessandro Segalla.
São Paulo-SP
2018
	ALUNA: HILLARY TAVARES DE CASTRO JOSÉ MOREIRA
	TEMA: ABADONO AFETIVO PA
RENTAL
	Trabalho de Curso apresentado à Coordenadoria de Trabalho de Curso da
Faculdade de Direito da Universidade São Judas Tadeu, como exigência parcial
para obtenção do grau de Bacharel em Direito, sob a orientação do Professor Alessandro Segalla.
	BANCA EXAMINADORA: ASSINATURA
1º Nome do Professor – Orientador________________________________
2º Nome do Professor– Examinador________________________________
	AVALIAÇÃO
	
	
	
	
	
	
	NOTA DO ORIENTADOR:_____________ 
 MÉDIA:____________
NOTA DO EXAMINADOR: _____________
 
Dedicatória
Dedico o presente trabalho à minha família, em especial aos meus pais, Sonia e Ricardo, que sempre me apoiaram e amaram, ao meu tio e minha tia, Cristóvão de Castro e Maria Luiza, que proporcionaram os melhores estudos para meu conhecimento e aprendizado e ao meu avô, Cristóvão Paulo José Moreira, que foi um advogado correto e justo e por isso se tornou uma referencia na minha vida.
 Obrigada aos meus amigos que me acompanharam até aqui e a cada Professor(a) que passou pela minha vida nesta minha jornada universitária 
RESUMO
 
 O presente trabalho tem como objetivo esclarecer no que consiste abandono afetivo e quais são suas consequências. Este caso ocorre na omissão de cuidado, de criação, de educação, de companhia e de assistência moral, psíquica e social que o pai e a mãe devem ao filho quando criança ou adolescente. Tal assunto se enquadra na lei de danos morais, artigo 186 do Código Civil.
SUMÁRIO
 
1 Introdução _________________________________________________ 13
2. A afetividade como princípio nas relações de Família. ________________ 17 
3. O Afeto e Seu Valor Jurídico ___________________________________ 21
4. Elementos do dever de indenizar e sua aplicação ao abandono afetivo ___23 
4.1 Dano ____________________________________________________23 
 
 4.2 Culpa _______________________________________________ 25 
 
 4.3 Nexo de causalidade _________________________________ 27
5. Conclusão _________________________________________________29 
6. Referências _________________________________________________30 
 
1. INTRODUÇÃO
 O Abandono Afetivo é um tema muito discutido no Brasil, já que 5,5 milhões de brasileiros não possuem o nome do pai em seus registros de identidade.
 O abandono afetivo dos filhos ocorre quando os pais da criança (ambos ou apenas um) não cumprem o dever, previsto na constituição, de garantir, com absoluta prioridade, o direito ao respeito, convivência familiar e cuidado.
 Na lei ainda não há nada que especifique o assunto em questão, porém A Comissão de Direitos Humanos do Senado Federal aprovou o Projeto de Lei 700/2007 criando uma mudança no Estatuto da Criança e do Adolescente. Este projeto de lei, se aprovado, obrigará a reparação de danos morais aos pais que deixarem de prestar assistência afetiva aos seus filhos, por meio da convivência ou visita periódica, confirmando o atual entendimento jurisprudencial.
 Observa-se que o abandono afetivo implica em danos morais, já que afeta o desenvolvimento da personalidade do ser humano, representando ofensa a sua dignidade. O abandono afetivo também implica em descumprimento da lei, em violação de uma obrigação legal, e pode resultar no dever de indenizar.
 O STJ já decidiu, no julgamento do Recurso Especial 1.159.242 SP, que:
 “Aqui não se fala ou se discute o amar e, sim,
 a imposição biológica e legal de cuidar, que o 
 dever jurídico, corolário da liberdade das pessoas
 de gerarem ou adotarem filhos.[…] Em suma, amar
 é faculdade, cuidar é dever. A comprovação que
 essa imposição legal foi descumprida implica, por
 certo, a ocorrência de ilicitude civil, sob a forma de
 omissão, pois na hipótese o non facere que atinge
 um bem juridicamente tutelado, leia-se, o
 necessário dever de criação, educação e
 companhia – de cuidado – importa em vulneração
 da imposição legal.”
 13
 O pagamento regular de pensão alimentícia não exclui os deveres parentais e não garante isenção da condenação do abandono afetivo dos 
filhos. A convivência e assistência moral são deveres de ambos pais, não importa a distância e também necessárias para o desenvolvimento da criança e não são substituíveis por amparo material.
 Segundo Tânia da Silva Pereira [1], 
 
 “o ser humano precisa ser cuidado para
 atingir sua plenitude, para que possa
 superar obstáculos e dificuldades da 
 vida humana”. Citando Waldow, a autora
 alerta para o fato de que atitudes de
 “não cuidado” desenvolvem sentimentos
 de impotência, perda, desvalorização 
 como pessoa e vulnerabilidade, além de 
 “tornar-se uma cicatriz que, embora 
 possa ser esquecida, permanece latente 
 na memória” .
 Quando os genitores deixam de exercer esse dever de cuidado, agindo com indiferença afetiva para com sua prole, ocorre o abandono afetivo.
 
 
 
 
_______________________
1- Tânia da Silva Pereira. Abrigo e alternativas de acolhimento familiar, in: PEREIRA, Tânia da Silva; OLIVEIRA, Guilherme de. O cuidado como valor jurídico. Rio de Janeiro: Forense, 2008, p. 309.
 15 
2. A afetividade como princípio nas relações de Família.
 De acordo com doutrinas e jurisprudências, a afetividade tornou-se um princípio que rege as relações familiares, passando a ter valor jurídico a ser tutelado pelo Direito das Famílias, já que diz respeito não só a ligação entre seus membros, mas também à qualidadedessas relações. 
 Tal princípio fundamenta-se na tutela da dignidade da pessoa humana, bem como na solidariedade social e na igualdade entre os filhos. O afeto aqui é compreendido como a relação de amor no convívio das entidades familiares. O seu rompimento é capaz de gerar dano moral, principalmente quando ficar provado o descumprimento do dever de convivência e participação ativa no desenvolvimento dos filhos. A família atual não é somente a biológica. A assunção de vínculo parental também não pode ser afastada por simples e espontânea vontade.
 O princípio da afetividade apesar de não estar expresso na legislação, pode ser observado tanto na Constituição como no Código Civil e no Estatuto da Criança e do Adolescente e adquire grande importância sob o aspecto jurídico, tornando um princípio geral que têm gerado consequências principalmente na jurisprudência.
 “[...] família é
 expressão socioafetiva (porque
 somente se explica e é compreendido à luz 
 do principio da afetividade), eudemonista
  (pois, como decorre da função socia, visa
 realizar o projeto de felicidade de cada um de
 seus integrantes) e anaparental (podendo
 ser composta, inclusive, por elementos que
 não guardem, tecnicamente, vínculo parental
      
 Neste diapasão, Lôbo [2] (2011, p. 72) afirma que a afetividade não se confunde com o mero afeto, pois não se fala apenas no sentimento que se perfaz por uma empatia ou antipatia pela outro, senão vejamos:
A AFETIVIDADE COMO PRINCIPIO 
 17
JURÍDICO não se confunde com o afeto, como fato psicológico, ou anímico, porquanto pode ser presumida quando este faltar na realidade das relações; assim a afetividade é dever imposto entre pais e filhos, mesmo que possuam desentendimentos, desaparecendo apenas com a morte ou com a perda do poder familiar. De outra parte, nas relações entre irmãos (biológicos e adotivos), o princípio da afetividade assegura a “igualdade e o respeito a seus direitos fundamentais, além do forte sentimento de solidariedade recíproca.” 
 
 Portanto é fácil identificar que diante das crescentes mutações 
 ocorridas na sociedade os interesses que se demonstram diante da família contemporânea devem caminhar de mãos dadas ao principio solar constitucional da dignidade da pessoa humana, como já firmada pela posição vanguarda de Fachin (2003, p. 14), ao afirmar que:
                Dessas lições, devemos apontar que o Princípio da Afetividade é vinculado intrinsecamente ao Princípio da Dignidade da Pessoa Humana, posto que o mesmo não está expressamente arrolado na Carta Magna, tão pouco no Código Civil, sendo apenas decorrente de interlocução do Princípio da Dignidade da Pessoa Humana, frente ao assegurar do desenvolvimento digno do ser 
                   De tal maneira, percebe-se que na atual dinâmica social a força do principio da afetividade tem morada na fragilidade das relações de família, sendo o elo de união de pessoas em tais relações, possibilitando uma aplicação de antigos institutos através de uma visão mais igualitária, pois onde havia uma família hierarquizada e impositiva, agora temos uma família pautada pelo desenvolvimento da personalidade do individuo; há um redirecionamento dos papéis masculinos e femininos; há uma possibilidade de determinações de reprodução humana assistida; além da possibilidade de laços filiais além da biologia ou civilistas.
 
 _______________________ 2- LÔBO, Paulo Luiz Netto. Direito Civil – Famílias. 4 ed. São Paulo: Saraiva, 2011 19
 3. O AFETO E SEU VALOR JURÍDICO
 O afeto é encarado no Direito de Família como referência jurídica, fundamentando-se através do principio da afetividade, onde os vínculos familiares se entrelaçam acima de mero deleito psicológico, ou intuitivo, pertinente do gostar ou não gostar. Em verdade, é atribuído por meio de deveres impostos pelos laços criados através da função social que desponta da própria família, sendo assim, inconcebível, por exemplo, a expulsão do filho de casa por ter o mesmo uma opção sexual destoante do desejado pelo seu pai, conforme podemos identificar em Dias (2010, p. 71), senão vejamos:
  “[...] O afeto como valor realiza a 
 dignidade e se afirma como um direito
 fundamental a ser preservado e protegido
 nas relações familiares, deixando evidenciar
 que o princípio norteador do direito das famílias é
 o princípio da afetividade, porque dele
 provém o espírito de solidariedade e
 cooperação, estes capazes de manter a
 coesão de qualquer célula social.”
             Portanto, o afeto como valor jurídico deve estar intimamente relacionado com a dignidade da pessoa humana enquanto princípio, constituindo fundamento da comunidade familiar, seja ela biológica ou socioafetiva, pois o afeto não é fruto da biologia, mas da convivência familiar, não do sangue, apresentando ainda um viés externo, existente entre as famílias, pondo humanidade em cada família.
 21
4. Elementos do dever de indenizar e sua aplicação ao 
 abandono afetivo
 Prosseguindo, então, no percurso de tal reflexão, é necessário que seja exposto que o dever de indenizar decorrente do abandono afetivo deva conter os seus elementos de configuração na funcionalização das entidades familiares, uma vez que estas devem tender à realização da personalidade de seus membros, com especial destaque para a pessoa dos filhos. Com isso será feita a seguinte analise com os elementos clássicos da responsabilidade civil segundo este paradigma.
4.1 Dano
 O dano causado pelo abandono afetivo é antes de tudo um dano à personalidade do indivíduo. Macula o ser humano enquanto pessoa, dotada de personalidade, sendo certo que esta personalidade existe e se manifesta por meio do grupo familiar, responsável que é por incutir na criança o sentimento de responsabilidade social, por meio do cumprimento das prescrições, de forma a que ela possa, no futuro, assumir a sua plena capacidade de forma juridicamente aceita e socialmente aprovada.
 A ausência injustificada do pai origina evidente dor psíquica e conseqüente prejuízo à formação da criança, decorrente da falta não só do afeto, mas do cuidado e da proteção que a presença paterna representa na vida do filho, mormente quando entre eles já se estabeleceu um vínculode afetividade.
 Com o estabelecimento efetivo de um vínculo de afetividade será mais fácil configurar o dano decorrente da cessação do contato e da convivência entre pais e filhos, na exata medida em que se conseguir demonstrar e comprovar que a sensação de abandono foi nociva à criança. Esta prova deve ser feita por perícia técnica, determinada pelo juízo, com o intuito de se analisar o dano real e sua efetiva extensão.
 Mas mesmo na hipótese de casais separados com filhos recém-nascidos, em que este pai ou esta mãe não-guardiões se afastam do convívio com o filho, deixando vago o espaço que deveria ser por eles ocupado, pode ser possível configurar o dano de corrente do abandono em si. Assim, parece fora de questão que a ausência prolongada deste pai ou desta mãe pode acarretar transtornos à conformação psíquica da criança, com possíveis conseqüências em 
 23
suas relações sociais na exata medida em que se estabeleça de forma a produzir não só a sensação de abandono, mas também e principalmente, a sensação de rejeição de um pai ou de uma mãe que não lhe foi dado conhecer, muito embora entre eles se mantenha, ou possa se manter, um contato patrimonial, na medida em que o genitor ausente cumpra, a contento, o dever de sustento, por exemplo. 
 23
 É este, portanto, um assunto a ser bem pensado e cuidadosamente tratado, no caso concreto, quando este se apresentar à consideração judicial. Novamente aqui, esquemas fechados de organização do raciocínio jurídico não podem ser aceitos, de modo integral, sem chance de flexibilização das hipóteses concretas.
4.2 Culpa
 Além da inquestionável concretização do dano como elemento da configuração de dever de indenizar, torna-se necessária a comprovação da culpa do genitor não-guardião, que deve ter se ocultado à convivência com o filho, e deliberadamente se negado a participar do desenvolvimento de sua personalidade, de forma negligente ou imprudente. Como o caso é de abandono afetivo, com a concomitante inobservância dos deveres de ordem imaterial atinentes ao poder familiar, expressão maior da relação paterno/materno, configurar-se-á a culpa em sua modalidade omissiva.
 
 Desta forma, na conduta omissiva do pai ou da mãe (não-guardião) estará presente a infração aos deveres jurídicos de assistência imaterial e proteção que lhes são impostos como decorrência do poder familiar.
 Assim, não se há falar em culpa do não-guardião, sempre que se apresentar, por exemplo, fatores que o impedem de conviver com o filho, como será o caso da fixação do domicílio em distância considerável, que encareça os deslocamentos a fim do cumprimento do dever de educar e conviver, mormente em hipóteses de famílias menos abastadas, assim como na hipótese de doença do genitor que, a bem dos filhos, prefere se afastar para não os colocar em situação de risco.
 
 25
4.3 Nexo de causalidade
 A responsabilidade civil decorrente de abandono afetivo é calcada na idéia de culpa, razão pela qual se torna mais difícil a sua configuração. No entanto, em meu sentir, não reside ai a dificuldade maior da hipótese, mas, sim, na configuração do nexo de causalidade.
 Com efeito, ainda que comprovada a culpa do genitor que assume conduta omissiva e abandona afetivamente a sua prole e ainda que a perícia psicológica consiga detectar e esclarecer os danos sofridos pelo filho abandonado, bem como a sua extensão, mais difícil será estabelecer o necessário nexo de causalidade entre o abandono culposo e o dano vivenciado.
 Avulta, assim, a importância da perícia a fim de se estabelecer não só a existência do dano, como a sua causa. Necessário, portanto, a fixação, em caráter retrospectivo, da época em que os sintomas do dano sofrido pela criança começaram a se manifestar, pois não se poderá imputar ao pai um dano que tenha se manifestado em época anterior ao abandono, por exemplo, seja este abandono um abandono caracterizado pela ausência física do genitor, seja este abandono um abandono em modalidade presencial, com o mau exercício dos deveres decorrentes da paternidade, ainda que o convívio fosse diuturno.
 
 27 
5. CONCLUSÃO
De todo o exposto, percebe-se que os casos de indenização por abandono afetivo não devem se disponibilizar de forma desarrazoada ou desapegada da realidade. O molde jurídico para o restabelecimento da situação foi pensado pelo direito há muito tempo. O que se assiste, atualmente, é uma adaptação do figurino clássico da responsabilidade civil aos casos que decorrem de situações de direito de família e entre membros de uma mesma família, sem que isto implique em subversão do sistema. 
 O abandono afetivo é uma negligência que não se pode tolerar, contudo, também não se pode exigir amor, por esse motivo, o ressarcimento via indenização é algo apenas para sanar as consequências advindas do abandono.
 O que se espera de uma família e da relação entre pais e filhos, é total doação, de carinho, compreensão, assistência mútua, dentre outros, portanto, o amor deve ser totalmente espontâneo e doado em sua profundidade e não existe nenhum meio de obtê-lo, apenas, senti-lo.
 Pode se dizer que, desta forma, devemos observar o que é o amor para o Direito, pois uma pessoa na situação de ser obrigada a dar carinho e afeto devido ao filho(a) pode acabar prejudicando ainda mais a situação presente, porém há um mínimo a ser feito e é isso que supostamente deve ser observado para quem julga casos como este.
 “Amar é faculdade, cuidar é dever.” Ministra do STJ, Nancy Andrighi.
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7. REFERÊNCIAS
-HIRONAKA, Giselda Maria Fernandes Novaes. Pressupostos, elementos e limites do dever de indenizar por abandono afetivo. 04 mai 2007
-TÂNIA da Silva Pereira. Abrigo e alternativas de acolhimento familiar, in: PEREIRA, Tânia da Silva; OLIVEIRA, Guilherme de. O cuidado como valor jurídico. Rio de Janeiro: Forense, 2008, p. 309.
-LÔBO, Paulo Luiz Netto. Direito Civil – Famílias. 4 ed. São Paulo: Saraiva, 2011 
 
-https://gillielson.jusbrasil.com.br/noticias/505821537/abandono-afetivo-superior-tribunal-de-justica-reconhece-novamente-a-possibilidade-de-indenizacao-por-dano-moral
-https://cicerofavaretto.jusbrasil.com.br/artigos/113718912/os-criterios-para-fixacao-dos-danos-morais
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