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141 MODULAÇÃO POR PULSOS, RUÍDOS E SINAIS ALEATÓRIOS Objetivos • Identificar os fundamentos da modulação analógica por pulsos. • Compreender e calcular a taxa de Nyquist. • Analisar as características da modulação por amplitude de pulsos. • Analisar as características da modulação por posição de pulsos. • Analisar as características da modulação por largura de pulsos. • Interpretar as características do ruído. • Calcular relações entre sinais e ruídos. • Entender a conceituação de sinais aleatórios. Conteúdos • Modulação analógica de pulsos. • Modulação PAM. • Modulação PPM. UNIDADE 4 142 © SISTEMAS DE COMUNICAÇÃO E LABORATÓRIO DE SISTEMAS DE COMUNICAÇÃO UNIDADE 4 – MODULAÇÃO POR PULSOS, RUÍDOS E SINAIS ALEATÓRIOS • Modulação PWM. • Ruídos. • Relações de sinais e ruídos. • Sinais aleatórios. Orientações para o estudo da unidade Antes de iniciar o estudo desta unidade, leia as orientações a seguir: 1) Reveja os conceitos sobre modulação linear e expo- nencial, contidos na unidade anterior, pois o assunto que segue dá sequência a eles. 2) Procure recorrer às bibliografias indicadas e a outras que você julgar necessárias, para sanar dúvidas pon- tuais, já que o tema que trata modulação por pulsos é diversificado, e nessa categoria existe uma infinidade de topologias de modulação derivadas das que serão abordadas nesta unidade. 3) Recorra aos conceitos da ideologia da probabilidade para compreender os termos que serão colocados nos tópicos sobre ruídos e sinais aleatórios. 4) Procure trocar informações com colegas de curso e busque eliminar as dúvidas em conjunto, pois é assim que o crescimento do aprendizado se concretiza. 5) Recorra também aos materiais complementares des- critos no Conteúdo Digital Integrador, para ampliar o seu conhecimento sobre os temas que seguem. 143© SISTEMAS DE COMUNICAÇÃO E LABORATÓRIO DE SISTEMAS DE COMUNICAÇÃO UNIDADE 4 – MODULAÇÃO POR PULSOS, RUÍDOS E SINAIS ALEATÓRIOS 1. INTRODUÇÃO Na unidade anterior, tratamos dos tipos de modulação analógica dentro das categorias de modulação linear e modu- lação exponencial. Nelas os parâmetros de sinal analisados para que se faça a modulação de uma onda portadora estavam conti- dos nas variações de amplitude de onda portadora, frequência, ou fase. No entanto, existem outras maneiras de modular uma onda de forma analógica, ou seja, é possível também modular um sinal por meio da geração de um trem de pulsos de amostra- gem para que esse sinal em formato de pulsos possa ser modula- do frente ao sinal de informação e, assim, possa ser recuperado no circuito receptor. Nesta unidade, trataremos da categoria denominada mo- dulação analógica por pulso, e conceituaremos três das princi- pais formas desse tipo de modulação analógica de sinais: a mo- dulação por amplitude de pulso (PAM), a modulação por posição de pulso (PPM) e a modulação por largura de pulso (PWM). Como veremos, algumas dessas modulações são imunes a alguns tipos de sinais de interferência indesejados, mas que es- tão presentes nos sistemas de comunicação. Na sequência desta unidade, estudaremos o conceito de um tipo de sinal essencial na análise em comunicações, que é o ruído. Serão abordados seus tipos e definições quanto à sua origem e geração; abordare- mos algumas maneiras de mensurar as relações entre potência de sinal e potência de ruído, chamadas de relação de sinal para ruído e também o conceito do fator de ruído. Como trataremos do ruído, veremos também o conceito dos sinais aleatórios, que é uma importante classe de sinais, na 144 © SISTEMAS DE COMUNICAÇÃO E LABORATÓRIO DE SISTEMAS DE COMUNICAÇÃO UNIDADE 4 – MODULAÇÃO POR PULSOS, RUÍDOS E SINAIS ALEATÓRIOS qual o ruído também se enquadra, e que possui uma análise não convencional, pois a descrição dos sinais aleatórios é baseada em probabilidade e os termos independentes dos sinais são em- basados em variáveis aleatórias. Conceituaremos tais definições para que se possa entender que, em comunicações, nem tudo é determinístico. 2. CONTEÚDO BÁSICO DE REFERÊNCIA O Conteúdo Básico de Referência apresenta, de forma su- cinta, os temas abordados nesta unidade. Para sua compreensão integral, é necessário o aprofundamento pelo estudo do Conteú- do Digital Integrador. 2.1. MODULAÇÃO ANALÓGICA DE PULSOS A modulação analógica de pulsos se enquadra na categoria geral da modulação por pulsos, que é muito abrangente, incluin- do também as modulações digitais por pulso. Em modulação analógica de pulsos, os sistemas podem ser divididos em modu- lação por amplitude de pulso (PAM) e modulação por tempo de pulso (PTM), com esta última sendo subdividida em modulação por posição de pulso (PPM) e modulação por largura de pulso (PWM). Além disso, ainda existem subdivisões com diferentes características. De modo geral, a análise de sinais analógicos transmitidos na forma de pulsos é formalizada por técnicas de amostragem. Partimos do princípio de que os sinais analógicos discutidos até a Unidade 3 foram transmitidos de forma completa; no entanto, em modulação analógica por pulsos, são obtidas amostras perió- 145© SISTEMAS DE COMUNICAÇÃO E LABORATÓRIO DE SISTEMAS DE COMUNICAÇÃO UNIDADE 4 – MODULAÇÃO POR PULSOS, RUÍDOS E SINAIS ALEATÓRIOS dicas do sinal de informação, nos quais aquelas amostragens que possuírem um formalismo de trem de pulsos serão transmitidas. Se a quantidade de amostragem for muito alta, ou seja, se existir um número grande de amostras enviadas ao receptor, a informação pode ser reconstruída e recuperada na forma do sinal modulante (onda de informação); em contrapartida, se o número de amostras for pequeno, a frequência dos pulsos será baixa, resultando na possibilidade de o receptor remover par- te da informação em seu filtro. Assim, em modulação analógi- ca por pulsos, é muito importante ter um número suficiente de amostras. Nos sistemas de modulação por pulsos, essa frequência mínima de amostragem para assegurar que toda a informação inserida no sinal seja transferida deve ser maior do que duas ve- zes a maior frequência do sinal. Então, a mínima frequência de amostragem deve ser igual a duas vezes a mais alta frequência do sinal de informação (sinal modulante), e esse conceito é co- nhecido como taxa de Nyquist. Rappaport (2009) afirma que, se a taxa de amostragem de uma transmissão for menor que a taxa de Nyquist, haverá uma sobreposição da banda lateral de baixa frequência de amostra- gem com o próprio sinal. Essa sobreposição impede que o sinal seja recuperado por um processo de filtragem no receptor, não sendo, portanto, reproduzido na saída deste. Em outras palavras: se a taxa de amostragem do sinal for maior que a taxa de Nyquist, será possível recuperar o sinal, já que a grande gama de amostras implicará uma filtragem facilita- da, tornando mais precisa a recuperação da informação. 146 © SISTEMAS DE COMUNICAÇÃO E LABORATÓRIO DE SISTEMAS DE COMUNICAÇÃO UNIDADE 4 – MODULAÇÃO POR PULSOS, RUÍDOS E SINAIS ALEATÓRIOS Deve-se ressaltar, no entanto, que quanto mais alta for a taxa de amostragem, mais larga será a banda do sinal modulado por pulso, e isso pode ser uma desvantagem em determinados sistemas. Assim, é adotado certo equilíbrio entre a frequência de amostragem e a taxa de Nyquist para poder garantir uma lar- gura de banda adequada à filtragem do sinal. Uma boa relação é adotar essa frequência de amostragem como sendo apenas um pouco maior que duas vezes a frequência do sinal modulante. Analisemos, por exemplo, um sinal que tenha uma fre- quência de amostragem igual a 10 kHz. Se a maior frequência de modulação do sinal for limitada a 4,8 kHz, teremos que tal frequência de amostragem está acima da taxa de Nyquist (2 x 4,8kHz = 9,6kHz). Assim, a largura de banda desse sistema está associada a uma variação dada por: 10 kHz – 9,6 kHz = 400 Hz. Com isso, vemos que essa variação de 400 Hz é compara- velmente pequena à frequência do sinal e isso a torna conve- niente para filtrageme recuperação do sinal de informação. Após essas definições básicas e fundamentais para a mo- dulação analógica de sinais por pulso, trataremos, no tópico se- guinte, da modulação por amplitude de pulso (PAM). 2.2. MODULAÇÃO PAM Como afirma Young (2006), a modulação por amplitude de pulso (PAM) é a forma mais simplificada dentro da categoria de modulação analógica de pulsos. Basicamente, o que se faz é ado- tar um sinal uniforme do tipo trem de pulsos (Figura 1) com uma taxa rápida de repetição de pulsos, mensurada usualmente em pulsos por segundo (pps). Sobre ele, é associado um sinal de in- formação (modulante) com frequência bem mais baixa, de forma 147© SISTEMAS DE COMUNICAÇÃO E LABORATÓRIO DE SISTEMAS DE COMUNICAÇÃO UNIDADE 4 – MODULAÇÃO POR PULSOS, RUÍDOS E SINAIS ALEATÓRIOS que o trem de pulsos seja modulado em suas amplitudes de pul- so de acordo com a amplitude instantânea do sinal modulante. Fonte: adaptado de Young (2006). Figura 1 Formas de sinais para a modulação PAM. O resultado é um sinal cujas amplitudes de pulso possuem valores positivos e negativos, caracterizando uma onda de dupla polaridade. No entanto, ao aplicar ao sinal modulado um nível DC, de tal forma que os pulsos de amplitude negativa sejam su- ficientemente alocados na parte positiva, teremos um sinal com polaridade de amplitude sempre positiva, tal como vemos na Fi- gura 2. 148 © SISTEMAS DE COMUNICAÇÃO E LABORATÓRIO DE SISTEMAS DE COMUNICAÇÃO UNIDADE 4 – MODULAÇÃO POR PULSOS, RUÍDOS E SINAIS ALEATÓRIOS Fonte: adaptado de Young (2006). Figura 2 Modulação PAM. Com isso, para recuperar o sinal de informação, o receptor utiliza um filtro apropriado, no qual a envoltória das amplitudes é mantida e do qual os pulsos são retirados. Um exemplo de circuito utilizado para gerar a modulação por amplitude de pulso aparece na Figura 3. Fonte: Young (2006, p. 324). Figura 3 Circuito para modulação PAM. 149© SISTEMAS DE COMUNICAÇÃO E LABORATÓRIO DE SISTEMAS DE COMUNICAÇÃO UNIDADE 4 – MODULAÇÃO POR PULSOS, RUÍDOS E SINAIS ALEATÓRIOS Pela ilustração, e de acordo com Young (2006), percebe- mos que um sinal analógico é aplicado à entrada de um ampli- ficador operacional (Amp-op 1), de modo que, na saída deste, está acoplado um FET (transistor de efeito de campo). Ele fun- ciona como uma chave para porta de amostragem, e tem como objetivo inserir um trem de pulsos formado pelo desvio do sinal analógico ao terra toda vez que é ligado, estabelecendo essen- cialmente um curto para o sinal analógico limitado em corrente apenas pelo resistor R visto na saída do Amp-op 1. A forma de onda pulsada é, então, estabelecida pelo sinal proveniente desse Amp-op 1 e enviada à entrada de Amp-op 2, que produz, em sua saída, um sinal modulado com as caracte- rísticas de amplitude positiva sobreposta a um resistor de carga. Neste ponto é interessante que você recorra ao Tópico 3. 1, no qual são indicados alguns textos que complementam a abordagem desse importante modo de modulação analógica por pulsos, que é a modulação por amplitude de pulsos (PAM). Antes de prosseguir no estudo da unidade, faça a leitura de tais materiais, já que seu conteúdo também auxilia no enten- dimento dos assuntos que vêm adiante. 2.3. MODULAÇÃO PPM Outra técnica dentro da categoria de modulação analógi- ca de pulso é a denominada modulação por posição de pulso (PPM). Nela o sinal modulado é formado de tal maneira que fica mantida a largura de pulso do trem de pulsos da amostragem de referência e, diferentemente da técnica anterior, não existe alte- ração na amplitude do pulso. O sinal de saída, por isso, adquire 150 © SISTEMAS DE COMUNICAÇÃO E LABORATÓRIO DE SISTEMAS DE COMUNICAÇÃO UNIDADE 4 – MODULAÇÃO POR PULSOS, RUÍDOS E SINAIS ALEATÓRIOS um aspecto que procura colocar os pulsos em posições deslo- cadas com base na variação da amplitude do sinal modulante (informação). Assim, na modulação PPM, amplitudes positivas do sinal modulante fazem com que os pulsos de referência do sinal de amostragem sejam atrasados proporcionalmente à magnitude da amplitude modulante e, em contrapartida, amplitudes nega- tivas no sinal modulante fazem o adiantamento da posição dos pulsos de referência da amostragem. Vemos, na Figura 4, um exemplo em que o sinal modulante em (a) é associado ao trem de pulsos (b). O resultado da modu- lação PPM é o sinal modulado (c), de tal maneira que, nos pontos em que as amplitudes modulantes passam por zero, não há va- riação na posição do pulso de referência; no entanto, para ampli- tudes positivas, há o atraso do pulso proporcional à amplitude e, da mesma forma, vemos um adiantamento nos pulsos quando a amplitude do sinal modulante é negativa. Figura 4 Modulação por posição de pulso. 151© SISTEMAS DE COMUNICAÇÃO E LABORATÓRIO DE SISTEMAS DE COMUNICAÇÃO UNIDADE 4 – MODULAÇÃO POR PULSOS, RUÍDOS E SINAIS ALEATÓRIOS A modulação PPM também tem boa imunidade a ruídos elétricos, devido à característica de não necessitar fazer a análise de variações de amplitude do sinal modulado. Ou seja, tal como na modulação exponencial, que não analisa a amplitude, a mo- dulação PPM está embasada em variações na transição de nível e seu posicionamento, e não nas amplitudes. Sua desvantagem está associada a certa complexidade no circuito demodulador do receptor de sinal PPM, pois é necessá- rio um sistema gerador de sincronização adequado para fazer a leitura do pulso de referência, o que também torna esse tipo de modulação um tanto caro. 2.4. MODULAÇÃO PWM Também classificado como modulação de pulsos aplicada a sinais analógicos, temos o sistema que procura modular um trem de pulsos por meio do estabelecimento de uma variação da largura dos pulsos, embasada na amplitude do sinal de infor- mação. Tal sistema é denominado genericamente de modulação por largura de pulso (PWM), que também pode ser chamado de modulação por duração de pulso (PDM), já que a largura de pul- so está no domínio do tempo; também pode ser chamada de modulação por comprimento de pulso (PLM). Nesse sistema, a largura de pulso do sinal de informação amostrado pode ser variada de três modos distintos. No primei- ro, definimos o PWM por transição de descida. Examinando a Figura 5, notamos que a largura de pulso do trem de pulsos de amostragem (b) é variada, tomando a referência na transição de descida do pulso (c). A largura do pulso é aumentada quando temos uma amplitude positiva do sinal modulante, deslocando o 152 © SISTEMAS DE COMUNICAÇÃO E LABORATÓRIO DE SISTEMAS DE COMUNICAÇÃO UNIDADE 4 – MODULAÇÃO POR PULSOS, RUÍDOS E SINAIS ALEATÓRIOS ponto de transição de descida desse pulso; já para as amplitudes negativas, a largura de pulso é estreitada com base na mesma referência de descida, e vemos ainda que a transição de subida permanece fixa. O segundo modo é a modulação PWM por transição de subida, vista na Figura 5 (d), em que a situação é parecida com a anterior, porém a largura de pulso é referenciada com base na transição de subida do pulso, mantendo a transição de descida fixa. Por fim, temos a modulação PWM simétrica, vista na Figura 5 (e), na qual as variações da largura de pulso são referenciadas simetricamente ao centro dentro do tempo de duração do pulso, ou seja, a referência da largura de pulso é tomada do centro do pulso de amostragem. A magnitude dessa largura, por sua vez, é determinada pela magnitude da amplitude do sinal modulan- te, sendo maior para amplitudes positivas (alargando o pulso), e menor para amplitudes negativas (estreitando o pulso). Assim, tanto nessa como nas situações anteriores, em que a amplitude do sinal modulante é zero, o pulso possui a largura original do sinal amostrado. 153© SISTEMAS DE COMUNICAÇÃO E LABORATÓRIO DE SISTEMAS DE COMUNICAÇÃO UNIDADE 4 – MODULAÇÃO POR PULSOS, RUÍDOS E SINAIS ALEATÓRIOS Figura 5 Modulação por largura de pulso. Vale ressaltar que, devido a tais características, a modula- ção PWM considera que, ao se fazer a demodulaçãopelo sistema receptor, é possível haver erros de recuperação do sinal quando a largura de banda for muito limitada, prejudicando a interpre- tação da largura de pulso do sinal modulado. Essa desvantagem pode ser controlada ao empregar técnicas de demodulação apropriadas e usar sinais de largura de banda não limitados. Já uma vantagem do PWM é sua imunidade a ruídos dada pelas características de análise não dependentes da amplitu- 154 © SISTEMAS DE COMUNICAÇÃO E LABORATÓRIO DE SISTEMAS DE COMUNICAÇÃO UNIDADE 4 – MODULAÇÃO POR PULSOS, RUÍDOS E SINAIS ALEATÓRIOS de do sinal modulado, e sim de transições de nível e largura de pulso. A Figura 6 faz uma comparação básica entre as três for- mas de modulação discutidas nesta unidade. Vale lembrar que há uma série de outras formas de modular um sinal utilizando técnicas derivadas dessas e adotando até mesmo outros princí- pios analíticos. Fonte: adaptado de Young (2006). Figura 6 Comparativo entre as modulações PAM, PWM e PPM. 155© SISTEMAS DE COMUNICAÇÃO E LABORATÓRIO DE SISTEMAS DE COMUNICAÇÃO UNIDADE 4 – MODULAÇÃO POR PULSOS, RUÍDOS E SINAIS ALEATÓRIOS 2.5. RUÍDOS Os sinais de comunicação são a essência de um sistema funcional e operacional de transmissão e recepção de informa- ções entre pontos distintos, mas existem outros tipos de sinais que são de relevante importância no tratamento de um projeto, na análise e até mesmo na manutenção de um sistema de co- municações. Estamos falando de sinais indesejáveis, que podem estar presentes em qualquer ponto do contexto arquitetônico de um sistema de comunicações, e que promovem a distorção e até mesmo a atenuação dos sinais de informação, prejudicando sua inteligibilidade. Genericamente, denominamos essa importante classe de sinais de ruídos. Os ruídos podem ser classificados de formas distintas com base em sua origem e em como são inseridos nos sistemas de comunicações. De forma abrangente, existem duas categorias, que discutiremos a seguir. Uma delas é a categoria de ruídos de origem externa aos equipamentos de comunicações e seus subsistemas, denomina- da simplesmente ruídos externos. Tais sinais indesejáveis têm origem tipicamente em agentes da natureza, como ruídos causa- dos nos sistemas devido à incidência da interação eletromagné- tica de descargas atmosféricas (raio); ruídos advindos do espaço, devido à ação de interações solares, como a ejeção de massa co- ronal – um tipo de explosão na atmosfera solar, emitindo ondas eletromagnéticas de alta intensidade e cobrindo grande faixa do espectro, podendo viajar pelo espaço e atingir equipamentos di- versos no espaço próximo (satélites) e mesmo equipamentos na superfície da Terra –; temos também ruídos de origem cósmica, provenientes de interações de estrelas distantes, entre outros. O ruído externo também pode ser provocado pelo homem quando 156 © SISTEMAS DE COMUNICAÇÃO E LABORATÓRIO DE SISTEMAS DE COMUNICAÇÃO UNIDADE 4 – MODULAÇÃO POR PULSOS, RUÍDOS E SINAIS ALEATÓRIOS equipamentos em geral, de comunicações ou não, mal dimensio- nados geram ruídos indesejáveis uns sobre os outros. A outra classe de ruídos é denominada genericamente de ruídos internos. Esse tipo de sinal tem origem interna aos pró- prios equipamentos e subsistemas de comunicações, ou seja, o equipamento em si produz o ruído devido a seus próprios com- ponentes ativos ou passivos, de forma que ele pode se propagar ao longo dos circuitos, gerando distorção no próprio sinal. Um transmissor pode gerar um ruído interno, por exem- plo, se na etapa de amplificação do sinal houver uma sobreposi- ção de sinal por deficiência na filtragem; assim, o sinal pode ser transmitido ao meio com uma parcela ruidosa adjacente ao sinal de informação. Já o receptor pode gerar um ruído interno se, por exemplo, ao receber um sinal correto, passar a efetuar uma de- modulação não coerente, com sobreposição de um ruído advin- do de um transistor defeituoso, provocando uma distorção para a etapa de amplificação de saída. Assim, o ruído interno pode ter uma infinidade de origens e geralmente depende de cuidadosa análise e inspeção para que se possa isolar sua causa. A tipologia da classe de ruídos internos pode ser aplicada também aos ruídos causados pela ação de componentes passi- vos, como os resistores, criando a categoria de ruídos térmicos, já que o aquecimento de tais componentes ou elementos resistivos de qualquer impedância promove um sinal ruidoso adjacente. Quando são os componentes ativos que originam o ruído, denominamos ruído de detonação, já que componentes ativos podem promover um sinal ruidoso, não exclusivamente por ação térmica, mas por aplicar potência demasiada aos sinais de infor- mação ou distorcê-los por impulsos de alimentação indesejada, por exemplo. 157© SISTEMAS DE COMUNICAÇÃO E LABORATÓRIO DE SISTEMAS DE COMUNICAÇÃO UNIDADE 4 – MODULAÇÃO POR PULSOS, RUÍDOS E SINAIS ALEATÓRIOS Os ruídos, de maneira geral, podem ser distribuídos em uma ampla faixa do espectro de sinais simultaneamente, ou até mesmo possuir uma frequência específica. Assim, uma definição geral é que os ruídos podem ser aleatórios em frequência e dis- tribuídos no espectro, ou pontuais, com banda muito estreita. A partir do exposto, podemos compreender que, quanto mais sistemas e circuitos um sinal de comunicações percorrer, mais estará sujeito a ruídos. Além disso, o sinal naturalmente perde energia em sua transição e, quando o nível de ruído for equiparável ao nível do sinal de informação, ocorrerá o impedi- mento funcional do sistema e a comunicação não é efetivamente estabelecida. Relações de sinais e ruídos Uma forma de poder mensurar a relação entre o nível de um sinal de comunicações e o nível de ruído presente é fazen- do a relação entre as potências associadas a eles. Essa relação é de suma importância para os profissionais que lidam com a análise de sistemas de comunicação, pois de nada adianta ter uma tecnologia moderna em termos de equipamentos, subsis- temas e dispositivos se não forem devidamente analisadas e tra- tadas as relações de ruído e sinal em cada etapa de transição da informação. Uma forma de mensurar tal análise está baseada em sim- plesmente fazer a relação entre a potência do sinal de comuni- cações frente à potência do sinal de ruído, em uma relação cha- mada simplesmente de relação de sinal para ruído (SN, do inglês sign-noise): 158 © SISTEMAS DE COMUNICAÇÃO E LABORATÓRIO DE SISTEMAS DE COMUNICAÇÃO UNIDADE 4 – MODULAÇÃO POR PULSOS, RUÍDOS E SINAIS ALEATÓRIOS ( ) ( ) SINAL sign S RUIDO noise N Potência PSN Potência P = = A relação de sinal para ruído é feita de forma mais conve- niente e usual com escalonamento dado em decibéis [ ]dB , haja vista sua maneira de variação, que tem um caráter logarítmico. Então, podemos reescrever a relação de sinal para ruído mais convenientemente: [ ]10.log S N PSN dB P = Considere, por exemplo, um sistema de comunicações por voz cuja potência do sinal de transmissão é de 800 mW, e um ruí- do adjacente a este com um nível de potência igual a 0,5 mW. Es- timando a relação de sinal para ruído dessa transmissão, temos: [ ] [ ] 10.log 800 0,5 80010.log 32,04 0,5 32,04 S N S N PSN dB P P mW P mW mWSN mW SN dB = = = = = = Com base nessa expressão de SN, ainda podemos utilizar uma relação mais apropriada, que implica fazer a comparação entre o desempenho dos sistemas de comunicação, referencian- do suas características de sinal para ruído de entrada e sinal para 159© SISTEMAS DE COMUNICAÇÃO E LABORATÓRIO DE SISTEMAS DE COMUNICAÇÃO UNIDADE 4 – MODULAÇÃO POR PULSOS, RUÍDOS E SINAIS ALEATÓRIOS ruído de saída para os sinais envolvidos. Tal relação é comumen- te chamada de fator de ruído, ou figura de ruído (NF, do inglês noise-factor): S Nentrada in saída S N out P PSNNF SN P P = = Escrito de forma simples, o fator de ruído é dado em [ ]dB : 10 log [ ] S N in S N out P P NF dB P P = ⋅ = Tomemos um exemplo. Considere um receptor cuja potên- cia de sinal de entrada é de 500 mW, com um ruído acoplado com potência igual a 5 mW. Se na saída de tal receptor for obser- vada uma potência de 450 mW para o sinal, com seu respectivo ruído adjacente tendo uma potência de 9 mW, qual deve ser o fator de ruído associado a esse sistema? 10 log [ ] S N in S N out P P NF dB P P = ⋅ = 160 © SISTEMAS DE COMUNICAÇÃO E LABORATÓRIO DE SISTEMAS DE COMUNICAÇÃO UNIDADE 4 – MODULAÇÃO POR PULSOS, RUÍDOS E SINAIS ALEATÓRIOS ( ) ( ) ( ) ( ) 500 100 5 450 50 9 10010 log 3,01 50 3,01[ ] S N in S N out mWP P mW mWP P mW NF NF dB = = = = = ⋅ = = Então, o fator de ruído para este receptor é igual a 3,01 dB. Como mencionamos anteriormente, os ruídos são sinais de frequência aleatória e possuem uma distribuição em nível de potência que abrange de forma igual a faixa do espectro que passa pelos circuitos. Quando tais ruídos possuem baixos níveis de potência em altas frequências, são denominados ruídos mo- derados, também definidos como Pink Noise. No entanto, se o ruído tem um nível de potência mais elevado, com distribuição uniforme em uma faixa de frequência, ele é denominado ruído branco (White Noise). De maneira fundamental, os ruídos são produzidos pela movimentação aleatória de elétrons nos dispositivos em que o sinal transita, ou mesmo no ar. Então, podemos dizer que qual- quer movimento aleatório de elétrons que não tem contribuição para a geração, transmissão ou recepção de sinais de informação pode ser considerado um ruído. É importante destacar que, comumente, os sinais de co- municação operam imersos em um meio ruidoso, mas, se a po- tência desses sinais indesejados for baixa o suficiente para não degradar os sinais de informação, a comunicação é prontamente estabelecida. Com isso, deve-se ter cuidado para que os siste- 161© SISTEMAS DE COMUNICAÇÃO E LABORATÓRIO DE SISTEMAS DE COMUNICAÇÃO UNIDADE 4 – MODULAÇÃO POR PULSOS, RUÍDOS E SINAIS ALEATÓRIOS mas operem com a potência de seus sinais num patamar bem mais elevado do que a potência dos ruídos presentes. É comum que muitos serviços de comunicação estipulem que a relação de sinal para ruído de seus sistemas opere em uma taxa adequa- da para que haja qualidade na transferência dos seus sinais sem degradação. Em sistemas de telefonia e rádio comercial, a relação de sinal para ruído não deve ser inferior a 60 dB, pois é possível existir conversação de voz com uma relação SN, digamos, de 20 dB, mas a distorção fica extremamente atuante, prejudicando a inteligibilidade. Sistemas de TV e transmissão de imagens em geral operam com uma relação de sinal para ruído acima de 40 dB, e nos modernos sistemas de mídias digitais a SN deve ser superior a 90 dB. 2.6. SINAIS ALEATÓRIOS De modo geral, pode-se dizer que os sinais são constituí- dos de variáveis reais e o tempo geralmente é uma dessas va- riáveis sendo normalmente considerada uma variável indepen- dente importante dos sinais de comunicação. Tais sinais podem ser classificados como sinais determinísticos, quando seu valor instantâneo é perfeitamente previsível dentro de um intervalo de tempo estabelecido para uma análise. Consideremos, por exemplo, um sinal cuja expressão é aquela típica para sinais, vis- ta anteriormente na unidade 2: ( ) . ( )e t E sen tω δ= + Se os valores de amplitude E , velocidade angular ω , bem como a fase δ do sinal forem constantes, teremos uma única 162 © SISTEMAS DE COMUNICAÇÃO E LABORATÓRIO DE SISTEMAS DE COMUNICAÇÃO UNIDADE 4 – MODULAÇÃO POR PULSOS, RUÍDOS E SINAIS ALEATÓRIOS variável independente, o tempo. Assim, os valores instantâneos de ( )e t serão perfeitamente determinados pela variação de t . Não há, portanto, nenhuma incerteza sobre os valores a serem determinados pela expressão, pois, sabendo o valor do tempo t , o sinal fica determinado, então tal sinal é dito determinístico. Tal descrição analítica do sinal foi feita por uma função matemática convencional e, mesmo se tal função fosse desconhecida, o sinal ainda poderia ser dito determinístico se soubermos que, de algu- ma forma, existe uma função matemática relacionando o valor instantâneo do sinal com o tempo. Já os sinais ditos aleatórios, como coloca Lages (2004), são um tanto mais criteriosos, pois possuem pelo menos uma variá- vel com característica de incerteza, dando uma resposta não pre- visível, ou seja, não determinística. Tais elementos de incerteza na expressão do sinal são ditos variáveis aleatórias e podem ser qualquer grandeza que pertença às características construtivas de um sinal. Tomemos novamente a expressão do sinal anterior: ( ) . ( )e t E sen tω δ= + Agora consideremos que pelo menos uma grandeza seja aleatória, por exemplo, o deslocamento de fase δ . Iremos notar que o resultado para a expressão não é mais previsível, já que a variável aleatória δ pode possuir uma distribuição uniforme entre valores compreendidos entre zero e 2π. Essa situação pode ficar ainda mais não determinística se considerarmos mais uma variável aleatória para o sinal: digamos, por exemplo, que, além de δ , a amplitude E também seja variável, com atribuição de valores aleatórios e independentes das demais variáveis. Tere- mos, então, caracterizado um novo sinal aleatório. 163© SISTEMAS DE COMUNICAÇÃO E LABORATÓRIO DE SISTEMAS DE COMUNICAÇÃO UNIDADE 4 – MODULAÇÃO POR PULSOS, RUÍDOS E SINAIS ALEATÓRIOS Um exemplo típico de sinal aleatório é um sinal de ruído tal como os discutidos no tópico anterior desta unidade. Se tomar- mos um intervalo em que um sinal de ruído qualquer foi registra- do no domínio do tempo, tal como ilustrado na Figura 7, teremos um traçado totalmente difuso, sem qualquer correlação analítica formal estabelecida. E, ao verificarmos especificamente o valor da grandeza ( )X t em um instante de tempo qualquer, como o pontuado em 1t , teremos um registro obtido totalmente ao aca- so, caracterizando uma situação de sinal aleatório. Figura 7 Ruído como um sinal aleatório. O sinal aleatório tem ainda a característica de, se forem tomadas sucessivas medições desse sinal com mesmo intervalo de tempo de registro, a partir de fontes idênticas de ruído e com a marcação do mesmo instante de tempo 1t , teremos diferentes registros de valores ( )X t para cada nova análise, pois o ruído por si só possui um formalismo analítico não determinístico. As- sim, para cada medição, teremos uma curva de resposta diferen- te. Tais conceitos podem ser vistos na ilustração das curvas de ruído da Figura 8. 164 © SISTEMAS DE COMUNICAÇÃO E LABORATÓRIO DE SISTEMAS DE COMUNICAÇÃO UNIDADE 4 – MODULAÇÃO POR PULSOS, RUÍDOS E SINAIS ALEATÓRIOS Figura 8 Conjunto de sinais de ruído. Ainda segundo Lages (2004), esse grupo de sinais aleató- rios gerados por ruídos estabelece um processo aleatório que envolve um conjunto de variáveis aleatórias que evoluem no tempo, baseadas em uma coleta de dados experimentais toma- das ao acaso, de modo que cada curva de ruído estabelecida na experimentação é definida como uma realização do processo. Portanto, as amostras individuais dos sinais em um determinado tempo são chamadas amostras da realização da variável aleató- ria. Os sinais aleatórios são, então, estabelecidos por um pro- cesso que envolve uma aquisição de variáveis aleatórias dentro de um contexto de experimentação em circunstâncias idênticas. Tais processos aleatórios podem ainda ser categorizados como contínuos, tal como a situação descrita, e também podem ser es- 165© SISTEMAS DE COMUNICAÇÃO E LABORATÓRIO DE SISTEMAS DE COMUNICAÇÃO UNIDADE 4 – MODULAÇÃO POR PULSOS, RUÍDOS E SINAIS ALEATÓRIOS tabelecidos por um procedimento discreto tanto no domínio do tempo quanto na amplitude das variáveis aleatórias envolvidas. A partir dessas informações, devemos entender que a aná- lise e a conceituação do tratamento de sinais aleatórios em siste-mas de comunicação devem ser feitas por uma descrição proba- bilística, já que é por meio da análise em probabilidades que se tem um comportamento analítico para os sinais aleatórios envol- vidos nos sistemas e não pela análise determinística. O material oferecido no Tópico 3. 2 traz uma abordagem adicional à modulação de sinais, remetendo a um importan- te tipo de modulação utilizado nos sistemas de comunicação atuais, que é a modulação por código de pulso (PCM). Já o Tó- pico 3. 3 tem o objetivo de complementar o estudo dos sinais aleatórios com um formalismo mais aprofundado e a apre- sentação conjunta da análise por matemática probabilística, que é um dos fundamentos para se compreender os assuntos envolvendo as variáveis aleatórias presentes em tais sinais. Faça a leitura desses tópicos para que você possa ampliar seu conhecimento dentro desses relevantes assuntos em sistemas de comunicação. Vídeo complementar ––––––––––––––––––––––––––––––– Neste momento, é fundamental que você assista ao vídeo complementar. • Para assistir ao vídeo pela Sala de Aula Virtual, clique no ícone Videoaula, localizado na barra superior. Em seguida, selecione o nível de seu curso (Graduação), a categoria (Disciplinar) e o tipo de vídeo (Complementar). Por fim, clique no nome da disciplina para abrir a lista de vídeos. • Para assistir ao vídeo pelo seu CD, clique no botão “Vídeos” e selecione: Sistemas de Comunicação e Laboratório de Comunicação – Vídeos Complementares – Complementar 4. –––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––– 166 © SISTEMAS DE COMUNICAÇÃO E LABORATÓRIO DE SISTEMAS DE COMUNICAÇÃO UNIDADE 4 – MODULAÇÃO POR PULSOS, RUÍDOS E SINAIS ALEATÓRIOS 3. CONTEÚDO DIGITAL INTEGRADOR O Conteúdo Digital Integrador representa uma condição necessária e indispensável para você compreender integralmen- te os conteúdos apresentados nesta unidade. 3.1. COMPLEMENTOS EM MODULAÇÃO POR AMPLITUDE DE PULSO Notamos, pelo que foi exposto no texto, que os sistemas de modulação que adotam pulsos de amostragem são efetiva- mente diferentes dos sistemas puramente analógicos, já que, por processo de amostragem, o sinal a ser transmitido deve ser formado por uma quantidade finita de níveis discretos, enquan- to os modos analógicos de modulação adotam variações contí- nuas não discretizadas. Assim, para podermos tornar discretizado um sinal de voz ou imagem que possui variações essencialmente contínuas, é necessário algum procedimento de digitalização por modula- ção analógica de pulsos. Vimos que a modulação analógica por pulsos (PAM) possibilita gerar níveis discretos num processo de amostragem do sinal, no qual se faz a alteração dos níveis ou am- plitudes de pulso, sendo essa técnica substancialmente a mais simples dentre as técnicas de modulação analógica de pulsos. Por isso, a PAM se torna importante no contexto dos sis- temas de comunicação, haja vista sua arquitetura de implemen- tação facilitada tanto no formalismo de geração e transmissão, como no processo de demodulação do sinal. A seguir, são indi- cados alguns textos que tratam da modulação PAM com maiores 167© SISTEMAS DE COMUNICAÇÃO E LABORATÓRIO DE SISTEMAS DE COMUNICAÇÃO UNIDADE 4 – MODULAÇÃO POR PULSOS, RUÍDOS E SINAIS ALEATÓRIOS detalhes com o objetivo de complementar o conhecimento so- bre esse assunto. • CHAIA, E. Fundamentos de telecomunicações. SENAI- Cetel. Disponível em: <http://echaia.com.br/aulas/ fundamentos_de_telecomunicacoes/exercicio_ fixacao_2.pdf>. Acesso em: 23 maio 2017. • GOMES, P. Modulação. Disponível em: <http://pgomes. com.br/arquivos/7e55280848b003093bdeb621d54b da02.pdf>. Acesso em: 29 nov. 2017. • FARIAS, I. S. Modulação em amplitude de pulso – PAM. Disponível em: <http://professores.unisanta.br/isfarias/ Materia/Principios%20de%20Comunicacao%20II/pam. pdf>. Acesso em: 29 nov. 2017. 3.2. MODULAÇÃO POR CÓDIGO DE PULSO (PCM) A modulação por código de pulso se enquadra na categoria de modulação digital de pulso, que, entre suas vantagens, tem maior imunidade a ruídos do que as modulações vistas na cate- goria de modulação analógica de pulso. Pode-se dizer que a modulação PCM é a forma principal de modulação digital de pulso, com o sinal modulante sendo amos- trado de modo que a amplitude da amostra é convertida em um código binário. Este, por sua vez, é transmitido em forma de um conjunto de trem de pulsos; com isso, a variação em amplitude do sinal passa a ser discretizada, gerando uma descontinuidade na forma de onda, o que remete a uma melhoria em imunidade a ruídos, já que, como foi mencionado anteriormente no texto, a modulação por mudança de estado de nível é mais imune a ruídos do que a modulação por transição de amplitude. 168 © SISTEMAS DE COMUNICAÇÃO E LABORATÓRIO DE SISTEMAS DE COMUNICAÇÃO UNIDADE 4 – MODULAÇÃO POR PULSOS, RUÍDOS E SINAIS ALEATÓRIOS Tal tecnologia estabelece, então, uma robustez a sinais ruidosos indesejados, assim como a interferências adjacentes. Existe uma forte tendência a aplicar a modulação PCM aos mais diversos sistemas de comunicação atuais, tais como os sistemas telefônicos, tornando-os inteiramente digitais desde a transmis- são até a recepção. O estudo da modulação por código de pulso (PCM) é relevante para que você obtenha maior abrangência no tema de modulação de sinais. São indicados neste tópico alguns textos que tratam do tema de forma detalhada. • SOUZA, F. Modulação por código de pulso – PCM. UNED/SJ. Disponível em: <http://www.sj.ifsc. edu.br/~fabiosouza/Tecnologo/Telefonia%201/ Telefonia%20Digital%20PCM%20-%20parte1%20 de%202%20antiga.pdf>. Acesso em: 29 nov. 2017. • RENNÓ, D. Modulação PCM. Disponível em: <http:// www.geocities.ws/deciorenno/Eletricidade/TD12_ PCM.pdf>. Acesso em: 29 nov. 2017. • UFRN. Sistemas de telecomunicações. Disponível em: <http://www.dee.ufrn.br/pcm.pdf>. Acesso em: 23 maio 2017. 3.3. SINAIS ALEATÓRIOS Nesse tópico, focamos o estudo complementar dos sinais aleatórios, que, como discutimos, possuem características distin- tas dos sinais mais comuns em sistemas de comunicação. Vimos que, de forma abrangente, um sinal arbitrário transporta infor- mações dando uma notificação sobre o estado de um sistema físico, seja sintetizando a comunicação entre pessoas ou entre máquinas. 169© SISTEMAS DE COMUNICAÇÃO E LABORATÓRIO DE SISTEMAS DE COMUNICAÇÃO UNIDADE 4 – MODULAÇÃO POR PULSOS, RUÍDOS E SINAIS ALEATÓRIOS Sabemos que tais sinais são definidos por expressões for- malizadas por meio de funções matemáticas de uma ou mais variáveis independentes, como o que ocorre com sinais de voz, que tipicamente possuem a variável tempo com sendo indepen- dente. Já uma imagem pode ser estabelecida por um sinal cuja função matemática é definida por duas variáveis independentes, como o brilho e a cor. Então, vemos que os sinais, de modo geral, são represen- tados por variáveis independentes que, em alguns casos, podem ainda assumir um caráter aleatório, ou seja, seus valores são obtidos ao acaso, sem um padrão matemático preestabelecido, como foi exemplificado pelo sinal de ruído, que não tem uma forma de onda convencional e que não pode ser contextualizado por matemática descritiva. Este tópico indica alguns textos que auxiliam no embasa- mento desse assunto, com o emprego da conceituação matemá- tica de probabilidade para poder descrever os sinais aleatórios e suas características dentro dos sistemas de comunicação. Procu- re fazer a leitura dos materiais sugeridos a seguir para que você tenha um bom esclarecimento sobre o tema. • BARROSO, V. Sinais aleatórios em tempo contínuo. Disponível em: <http://users.isr.ist.utl.pt/~vab/FTELE/ cap2.pdf>. Acesso em: 29 nov. 2017. • PINHEIRO, A. M. G. Sinais aleatórios e filtragem óptima. Disponível em: <http://webx.ubi.pt/~pinheiro/apsi03. pdf>. Acesso em: 29 nov. 2017. • RAMOS, R. Introdução aos sinais. Disponível em: <http:// www.univasf.edu.br/~edmar.nascimento/analise/ Introducao_sinais.pdf>. Acesso em: 29 nov. 2017. 170 ©SISTEMAS DE COMUNICAÇÃO E LABORATÓRIO DE SISTEMAS DE COMUNICAÇÃO UNIDADE 4 – MODULAÇÃO POR PULSOS, RUÍDOS E SINAIS ALEATÓRIOS 4. QUESTÕES AUTOAVALIATIVAS A autoavaliação pode ser uma ferramenta importante para você testar seu desempenho. Se encontrar dificuldades em res- ponder às questões a seguir, você deverá revisar os conteúdos estudados para sanar suas dúvidas. 1) Considere um sinal que tenha uma frequência de amostragem igual a 115 kHz. Se a maior frequência de modulação do sinal for limitada a 57,2 kHz, determine a taxa de Nyquist e a variação em frequência que está associa- da à largura de banda desse sistema. a) Taxa de Nyquist = 344,8 kHz; variação em frequência = 478 Hz. b) Taxa de Nyquist = 234 kHz; variação em frequência = 650 Hz. c) Taxa de Nyquist = 115 kHz; variação em frequência = 572 Hz. d) Taxa de Nyquist = 114,4 kHz; variação em frequência = 600 Hz. 2) Qual o tipo de sinal modulado formado de tal maneira que fica mantida a largura de pulso do trem de pulsos da amostragem de referência e que não altera a amplitude do pulso, dando um aspecto ao sinal de saída que procura colocar os pulsos em posições deslocadas com base na variação da amplitude do sinal modulante? a) PWM. b) PPM. c) PAM. d) PCM. 3) A modulação por largura de pulso possui outras denominações além de PWM, pois está dentro da categoria das modulações por tempo de pulso. Quais são essas outras denominações? a) Modulação por duração de pulso e modulação por comprimento de pulso. b) Modulação por posição de pulso e modulação por comprimento de pulso. c) Modulação por duração de pulso e modulação por amostragem de fase de pulso. d) Modulação por frequência de pulso e modulação por amplitude de pulso. 171© SISTEMAS DE COMUNICAÇÃO E LABORATÓRIO DE SISTEMAS DE COMUNICAÇÃO UNIDADE 4 – MODULAÇÃO POR PULSOS, RUÍDOS E SINAIS ALEATÓRIOS 4) Em sistemas de comunicação, em que categoria se enquadra o tipo de ruído originado por um tipo de explosão solar tipicamente denominada de ejeção de massa coronal? a) Ruído térmico. b) Ruído externo. c) Ruído de detonação. d) Ruído passivo. 5) Determine a relação de sinal para ruído de um sistema de comunicações cujo sinal de transmissão tem potência 950 mW, e que tenha um ruído adjacente ao sinal, com um nível de potência igual a 450 µW. a) 46,56 dB. b) 32,01 dB. c) 33,25 dB. d) 2,00 dB. 6) Considere um receptor de comunicações cujo fator de ruído é igual a 6 dB. Determine a potência de ruído de entrada desse receptor se a potência do sinal de entrada for de 1.114,7 mW e se, na saída de tal receptor, for ob- servada uma potência de 400 mW para o sinal, com seu respectivo ruído adjacente de saída tendo uma potência de 10 mW. a) 7 mW. b) 25 mW. c) 13 mW. d) 3 mW. 7) Podemos dizer que a análise dos sinais aleatórios possui uma resposta de caráter: a) trivial. b) determinístico. c) não determinístico. d) irrelevante. 172 © SISTEMAS DE COMUNICAÇÃO E LABORATÓRIO DE SISTEMAS DE COMUNICAÇÃO UNIDADE 4 – MODULAÇÃO POR PULSOS, RUÍDOS E SINAIS ALEATÓRIOS 8) Quantas variáveis de incerteza são necessárias para que um sinal seja con- siderado como um sinal aleatório? a) Uma variável de incerteza já é suficiente. b) Somente a partir de duas variáveis de incerteza. c) Somente quando todas as variáveis do sinal são incertas. d) Um sinal aleatório não possui variáveis de incerteza. 9) Qual a forma mais simples de modular um sinal dentro da categoria de modulação analógica de pulsos? a) PWM. b) PAM. c) PPM. d) PTM. 10) Em modulação analógica de pulsos, temos a categoria de modulação por tempo de pulso. Segundo o texto, quais são os tipos de modulação que se enquadram na modulação por tempo de pulso? a) PPM e PWM. b) PAM e PCM. c) PWM e PAM. d) PCM e PWM. Gabarito Confira, a seguir, as respostas corretas para as questões au- toavaliativas propostas: 1) d. 2) b. 3) a. 4) b. 5) c. 6) a. 7) c. 8) a. 9) b. 10) a. 173© SISTEMAS DE COMUNICAÇÃO E LABORATÓRIO DE SISTEMAS DE COMUNICAÇÃO UNIDADE 4 – MODULAÇÃO POR PULSOS, RUÍDOS E SINAIS ALEATÓRIOS 5. CONSIDERAÇÕES FINAIS Concluímos os assuntos da Unidade 4, em que pudemos apresentar as mais importantes formas de modulação analógica por pulsos, entre as quais se destaca a modulação por amplitude de pulso (PAM) como sendo a forma mais simplificada de se fa- zer tal procedimento de modulação, mas que, em contrapartida, oferece algumas desvantagens, como sua baixa imunidade aos ruídos. Abordamos, em seguida, as duas formas de modulação que complementam a categoria da modulação analógica de pulsos, ou seja, tratamos as duas formas de modulação com embasa- mento da modulação por tempo de pulso, em que estão presen- tes a modulação por posição de pulso (PPM) e a modulação por largura de pulso (PWM). Vimos que são mais eficientes quanto à imunidade a ruídos. Pudemos abordar também o conceito de ruído e vimos sua importância quando estão adjacentes aos sinais de comunica- ção. Estabelecemos relações de potências associadas para men- surar o quanto tais sinais podem ser prejudiciais aos sistemas. Ao final, fizemos um estudo conceitual sobre os sinais aleatórios, com o ruído se enquadrando como um caso, e vimos que tais sinais necessitam de uma análise não determinística para que possam ser descritos dentro dos sistemas de comunicação. Por fim, com todo o embasamento visto nas quatro uni- dades de estudo, notamos que Sistemas de Comunicação é um tema demasiadamente diversificado e assim a abordagem colo- cada não esgotou nem teve a pretensão de esgotar o assunto; no entanto, serviu como base para que novos estudos de ordem 174 © SISTEMAS DE COMUNICAÇÃO E LABORATÓRIO DE SISTEMAS DE COMUNICAÇÃO UNIDADE 4 – MODULAÇÃO POR PULSOS, RUÍDOS E SINAIS ALEATÓRIOS mais avançada e aprofundada possam ser iniciadas pelo estu- dante que se interessa pelo tema. 6. E-REFERÊNCIAS Lista de figuras Figura 4 Modulação por posição de pulso. Adaptado da imagem disponível em: <http://digilander.libero.it/desdeus/Trasmissione/Modulazione_Analogica_PPM. htm>. Acesso em: 26 maio 2017. Figura 5 Modulação por largura de pulso. Adaptado da imagem disponível em: <http:// www.w3ii.com/pt/principles_of_communication/principles_of_communication_ analog_pulse_modulation.html>. Acesso em: 29 nov. 2017. Figura 7 Ruído como um sinal aleatório. Adaptado da imagem disponível em: <http:// www.ece.ufrgs.br/~fetter/ele00071/dec/signals.pdf>. Acesso em: 29 nov. 2017. Figura 8 Conjunto de sinais de ruído. Disponível em: <http://www.ece.ufrgs.br/~fetter/ ele00071/dec/signals.pdf>. Acesso em: 29 nov. 2017. Site pesquisado LAGES, W. F. Descrição de sinais aleatórios. Porto Alegre: UFRGS, 2004. Disponível em: <http://www.ece.ufrgs.br/~fetter/ele00071/dec/signals.pdf>. Acesso em: 30 nov. 2017. 7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS RAPPAPORT, T. S. Comunicações sem fio: princípios e práticas. 2. ed. São Paulo: Pearson, 2009. YOUNG, P. H. Técnicas de modulação eletrônica. 5. ed. São Paulo: Pearson, 2006.
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