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UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ CURSO DE DIREITO NÚCLEO DE PRATICA JURÍDICA NOVA AMÉRICA RELATÓRIO DE AUTOS FINDOS PASTA Nº - PROCESSO 0033995-64.2017.8.19.0208 ÓRGÃO JURISDICIONAL: 13º JUIZADO ESPECIAL CIVEL NOME DO AUTOR: MATHEUS DA SILVA FERREIRA DE SOUZA NOME DO RÉU: TELEFÔNICA BRASIL S/A. TIPO DE AÇÃO: AÇÃO DE OBRIGAÇÃO DE FAZER c/c INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS. O assistido relata que efetuou a migração de seu plano de telefonia móvel onde passou a ter uma franquia de dados de internet de 3 GB. A migração se deu no mês de Fevereiro do ano de 2017. Ele relata que quando tentava efetuar a contração de créditos suplementares não conseguia, ao contrário do que acontecia com seu antigo plano, cuja franquia era de 5 GB. Por isso, toda vez que ele necessitava de um pacote de dados adicional era obrigado a se dirigir até uma das lojas da empresa ré. Ressalta-se ainda, que toda vez que efetuava esse tipo de contratação ele era obrigado a contratar valores previamente afim de que o serviço fosse liberado em seu aparelho. O contrato celebrado entre ele e a ré é omisso no que concerne à contratação de pacotes de dados adicionais. Em uma dessas idas à loja física da empresa ré, situada no Shopping Nova América, ele chegou a ser destratado pelas prepostas de nome Sra. Aline Martins e Sra. Patrícia Freitas, fato este que foi devidamente registrado no livro de reclamações do PROCON. Ele está sendo cobrado também por débitos relativos aos meses de Fevereiro e Marco do ano de 2017, mas estes constam como quitados na página virtual da empresa. Devido à esses débitos constam apontamentos restritivos em seu nome. Foi proposta Ação de Obrigação de fazer c/c Pedido de Indenização por Danos Morais em face da Telefônica Brasil S/A. A ação foi distribuída ao dia 28/11/2017, por sorteio, ao 13º Juizado Especial Cível da Comarca do Rio de Janeiro – RJ. UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ CURSO DE DIREITO NÚCLEO DE PRATICA JURÍDICA NOVA AMÉRICA A ACIJ foi redesignada, após manifestação tempestiva do autor, para o dia 23/01/2018. No dia marcado, foi aberta a audiência e a parte ré propôs ao autor o pagamento de R$ 1.000,00. Foi negado. Ato continuo foi proposto o valor de R$ 1.600,00 que também foi negado. A parte ré apresentou contestação escrita impugnando a verdade dos fatos alegados pelo autor e repelindo o cabimento de compensação por Dano Moral. Feito isso, as partes declararam que não havia mais provas a produzir e convergem pela prolação da sentença. Após a manifestação das partes no processo o juízo prolatou sua decisão sem que houvessem questões prejudiciais ou preliminares a serem decididas. O juízo decidiu pautando-se nas regras e nos princípios norteadores do C.D.C, pois trata-se de relação de consumo. Ele aplicou reconheceu a existência do dano e do dever de indeniza- lo, bem como a aplicação da inversão do ônus da prova concomitantemente. Em seu julgamento ele invocou o Enunciado nº 9.1.2 – Aviso nº 23/2008 onde o fornecedor de produtos/serviços é obrigado a comparecer à audiência munido do conjunto probatório que entenda ser capaz de exclui sua responsabilidade, sem que haja a necessidade de aviso prévio. Ele observa que a empresa ré não apresentou as contas que alega serem devidas e também que os comprovantes de pagamentos apresentados pelo autor falam por si só ao comprovarem a inexistência dos débitos alegados pela ré. Por isso o juízo entendeu que a ré falhou ao prestar serviço uma vez que não consegue sustentar suas alegações sobre possíveis pendencias da parte autora tornando insustentável também a inclusão de apontamentos restritivos em seu nome. Desta forma o magistrado conheceu mas não acolheu os argumentos apresentados pela empresa por serem insustentáveis e aplicou prontamente o preceito contido no Art. 14 do C.D.C. Ele reconheceu a possibilidade de indenização por Dano Material, desde que ocorra de forma proporcional ao dano causado ao consumidor, em virtude da negativação indevida de seu nome. UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ CURSO DE DIREITO NÚCLEO DE PRATICA JURÍDICA NOVA AMÉRICA Isto posto, o juízo reconheceu a pretensão autoral e condenou a empresa ao pagamento de R$ 8.000,00, acrescidos de juros legais de 1% ao mês e atualização monetária, a título de indenização por Danos Morais e à declarar que inexiste o débito cujo valor é de R$ 97,99. O projeto de sentença elaborado pelo juiz leigo foi homologado, por sentença, pelo juiz togado em 26/02/2018. Se após 15 dias não houver o cumprimento do que fiou estabelecido na sentença será aplicada uma multa, por parte da ré, será aplicada uma multa de 10% e o protesto extrajudicial, imediatamente, da certidão de crédito. O juiz determinou também a retirada do nome/CPF do autor dos cadastros dos órgãos restritivos de crédito. A empresa, no entanto, recorreu da sentença mas não logrou êxito. Em 11/04/2018 o recurso foi recebido. Após decisão dos magistrados que compõe a 5ª Turma Recursal dos Juizados Especiais, por unanimidade, o recurso foi conhecido mas não foi provido, mantendo a sentença prolatada pelo juízo a quo por seus próprios fundamentos e condenando a ré ao pagamento das custas e dos honorários em 20% do valor da condenação. Em 02/10/2018 foi determinada a expedição do mandado de pagamento em favor do autor. O processo seguiu para o arquivamento em 09/09/2019.
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